A escola pública é um local onde de uma forma geral visa a
transformação da sociedade, o papel dessa instituição no contexto social é de real importância pois, através da mesma que práticas sociais, processos de socialização, cultura, produção e apropriação de saber acontecem segundo LIBÂNEO (2012). Atuantes que de forma direta ou indireta os que estão no ambiente escolar precisam constantemente se questionarem sobre qual seu papel para a melhoria desse setor. Para Silva Júnior (1995), a educação está, pois, no ponto de partida e no ponto de chegada da ação administrativa. No ponto de chegada, sob a forma da intervenção processada nas práxis com o auxílio às administrações. No ponto de partida, sob a forma do subsídio teórico que respalda a ação administrativa a ser elaborada. Em sentido estrito, a administração é sempre da educação, que lhe determina o substrato e a direção da prática.
Nessa perspectiva, um fator relevante a ser considerado é que
muitos administradores não-educadores determinam a ação de professores e supervisores não muito educativos, proporcionando assim o fracasso da administração da educação, que significa inevitavelmente o fracasso da educação, ou seja, o sucesso da administração da educação é o sucesso da educação. Para isto, necessário se faz formar o educador com conhecimentos técnico-educativos, preparando-o para trabalhar com a realidade das escolas públicas de nosso país. Por isso é que se justifica a preparação dos professores voltados para os conhecimentos acerca da gestão escolar.
Sobre toda essa ênfase dada às atividades administrativas na
escola, o profissional de educação se faz fundamental para que o processo político educacional se complete. Infelizmente o que se vê ainda em alguns lugares de nosso país é o distanciamento destes professores do processo administrativo da escola. Talvez a formação profissional do gestor educacional (que deve ser acima de tudo a de um educador), ou do professor que almeja assumir este cargo, seja um recurso que concretamente procure superar os problemas históricos relacionados à formação e prática profissional. Ao mesmo tempo, é relevante que se considere o estágio atual dos profissionais que estão nas escolas, bem como a diversidade dessa formação nas diversas regiões do país
A LDB (Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional) é a lei que
define os princípios da gestão democrática nela e dita que todos os profissionais da educação, comunidade escolar e local devem participara de forma ativa na elaboração do Projeto Político Pedagógico para melhorar, sugerir e criar novas metas para suas unidades educacionais superando segundo LÜCK (2006) as acomodações, alienações e marginalidades, construído um espírito de equipe para alcançar objetivos.
Uma das principais finalidades da escola é construir cidadãos com
autonomia, cada educando precisa adquirir uma linguagem de um sujeito histórico e que participe ativamente de questões políticas e sociais não apenas dentro dos muros da escola mais especialmente fora desses muros, ou seja na sociedade onde estão inseridos. De acordo com as teorias críticas da educação se faz necessário os questionamentos acerca de “quem são os sujeitos da escola pública, de onde eles vêm; que referências sociais e culturais trazem para escola”, analisando os indivíduos enquanto sujeitos que são singulares, fruto de seu tempo histórico e das relações sociais que mantém. Sendo assim, almeja-se a formação de todos os indivíduos independente de sua condição econômica e social que participarão da sociedade em que estão inseridos, serão agentes sociais em prol de uma sociedade igualitária.
A fim de estruturar a análise de um espaço escolar sociocultural
deve-se primeiramente desmembrar todo o corpo escolar, as particularidades, as expectativas, as funções sociais, entre outros. A homogeneização dos sujeitos e da escola é incompatível a essa análise por uma vertente sociocultural, ambos são compostos por experiências e vivências que as tornam multifacetada e que essas múltiplas faces devem ser levadas em conta e colocadas em prática no cotidiano escolar.
Segundo (DAYRELL, 1996)) os alunos já chegam à escola com um
acúmulo de experiências vivenciadas em múltiplos espaços, através das quais podem elaborar uma cultura própria, uns "óculos" pelo qual vêm, sentem e atribuem sentido e significado ao mundo, à realidade onde se inserem.
Os valores que orientam as ações do meio escolar devem estar
pautados na ética, solidariedade, equidade, compromisso, não apenas levando em consideração a hierarquia e regras já predeterminadas nesse espaço com as questões matérias e estruturas, mais também com a questão imaterial que são os alunos, principal foco da educação, professores, funcionários, levando em consideração que cada uma tem uma vida individual, cultura e ideologia diferente fora da escola.
A vivencia da democracia na escola é de verdadeiro valor para
promover a ação e reflexão, poder compartilhado, e alcance de resultados nos aspectos políticos, pedagógicos e técnicos, tanto de educando, educadores, coordenadores, gestores e funcionários de outros setores que integram a educação.
REFERÊNCIAS :
DAYRELL, Juarez. A escola como espaço sociocultural. In: _____ (org)
Múltiplos olhares sobre educação e cultura. 2ª. reimpressão. Belo Horizonte:
SILVA, Celestino Alves S.J. A escola pública como local de trabalho. São Paulo: Cortez e Autores Associados, 1990.d. UFMG, 2001.