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Nome Completo: Fernanda Alves Carvalho RGM: 24913685

Instituição: Cruzeiro do Sul Data:11/11/2022


Curso: Pedagogia
Disciplina: Prática de Ensino em Gestão Educacional
Atividade: Atividade Reflexiva I

A função do coordenador pedagógico é basicamente gerenciar as atividades da escola


junto com a direção, coordenar e supervisionar todas as atividades relacionadas ao
processo de ensino-aprendizagem junto ao corpo docente, visando sempre à
permanência do aluno no ambiente escolar. Ele é responsável pelo acolhimento dos
estudantes e do corpo docente, bem como pelo atendimento de suas necessidades
relacionadas ao ensino-aprendizagem. Esse acolhimento consiste em ambientar tanto
alunos como professores quanto às diretrizes da escola, auxiliando-os, sobretudo nas
dificuldades da aprendizagem e do ensino, respectivamente. Também assiste a direção
da escola, em muitos casos auxiliando a gerenciar os recursos financeiros e humanos da
instituição.

Suas atribuições são definidas pelas legislações estaduais ou municipais, dependendo do


sistema de ensino a que sua escola pertença – e são muitas. Envolve desde a elaboração
e revisões freqüentes do projeto político-pedagógico – PPP até funções administrativas
como auxiliar da direção e, sobretudo, nas atividades relativas ao funcionamento
pedagógico da escola e de apoio aos professores. Desse modo, podem-se identificar três
funções específicas do coordenador pedagógico:

1. Formadora;
2. Articuladora;
3. Transformadora.

Como formador, sua função é oferecer condições mínimas necessárias para os


professores, a fim de que eles se aprofundem em suas áreas de atuação e as
desenvolvam bem, melhorando assim suas práticas pedagógicas, que se refletem
positivamente dentro da sala de aula, como afirma Clementi (2003, p. 126):

A função formadora do coordenador precisa programar as ações que viabilizam a


formação do grupo para qualificação continuada desses sujeitos, conseqüentemente
conduzindo mudanças dentro da sala de aula e na dinâmica da escola, produzindo
impacto bastante produtivo e atingindo as necessidades presentes.

O coordenador pedagógico deve identificar as necessidades dos professores e com eles


encontrar soluções que priorizem um trabalho educacional de qualidade. Não basta a
esse profissional somente o conhecimento teórico para acompanhar o trabalho
pedagógico; é preciso saber estimular os professores a desenvolver a percepção e a
sensibilidade para identificar as dificuldades dos alunos.

O coordenador deve acompanhar o trabalho docente, sendo responsável pelo elo entre
os envolvidos (aluno e professor) na comunidade educacional. O relacionamento entre o
coordenador e o professor é fundamental para uma gestão democrática.

Como articulador, seu papel principal é oferecer condições para que os professores
(seus pares na condução do fazer pedagógico) trabalhem coletivamente as propostas
curriculares com ações de parceria, em função de sua realidade. Ele deve ser capaz de
despertar nos membros da instituição escolar a capacidade de ser proativos,
responsáveis, dinâmicos, inteligentes, com habilidade para resolver problemas e tomar
decisões. Além disso, deve criar um ambiente de relacionamento mais estreito com os
professores, as famílias, a comunidade, o sistema e outros elementos que possam se
integrar à escola. Vasconcelos (2006, p. 87) ressalta que

é importante lembrar que, antes de mais nada, a coordenação é exercida por um


educador, e como tal deve estar no combate a tudo aquilo que desumaniza a escola: a
reprodução da ideologia dominante, o autoritarismo, o conhecimento desvinculado da
realidade, a evasão, a lógica classificatória e excludente [...], a discriminação social na e
através da escola etc.

A importância do coordenador pedagógico no ambiente escolar se dá pelo fato de ser ele


o articulador e mediador das relações entre os indivíduos (pais, alunos, professores e
diretores) da comunidade escolar, evitando desgastes que possam vir a acontecer entre
eles, com o compromisso de ações capazes de proporcionar as transformações ocorridas
na sociedade atual. Nesse sentido, Carapeto (2001, p. 93) afirma:
Como prática educativa, a supervisão educacional, independentemente de formação
especifica em uma habilitação no curso de Pedagogia, em cursos de pós-graduação ou
como conjunto de conteúdos desenvolvidos no curso de Pedagogia, constitui-se num
trabalho profissional que tem o compromisso de garantir os princípios de liberdade e
solidariedade humana, o pleno desenvolvimento do educando, o seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho e, para isso, assegura a
qualidade do ensino, da educação, da formação humana. Seu compromisso, em última
instância, é a garantia de qualidade de formação humana que se processa nas
instituições escolares, no sistema educacional brasileiro, na atual conjuntura mundial.
Não se esgota, portanto, no saber fazer bem e no saber o que ensinar, mas no trabalho
articulador e orgânico entre a verdadeira qualidade do trabalho pedagógico que se
tornará mais verdadeira em seus compromissos humanizadores quando expressar e se
constituir em polo-fonte de subsídios para novas políticas e novas formas de gestão na
intensidade espaço-temporal de transformações que a era da globalização e a sociedade
do conhecimento ocasionaram.

Por fim, o coordenador pedagógico, como transformador tem compromisso com a


provocação para o questionamento, de modo a ajudar os professores a serem críticos e
reflexivos em toda a sua prática docente para cumprir seus objetivos educacionais.

Portanto, cabe ao coordenador pedagógico o relacionamento com os pais e a


comunidade, especialmente no que se refere ao funcionamento pedagógico-curricular e
didático da escola e a comunicação e interpretação da avaliação dos alunos.

Como toda instituição, as escolas buscam resultados, o que implica uma ação racional,
estruturada e coordenada. Ao mesmo tempo, sendo uma atividade coletiva, não depende
apenas das capacidades e responsabilidades individuais, mas de objetivos comuns e
compartilhados e de ações coordenadas e controladas dos agentes do processo.

Inicialmente, os estudos nessa área eram denominados “Administração e Organização


Escolar” ou “Administração Escolar”. Como explica José Carlos Libâneo, professor
doutor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, com as discussões sobre reforma
curricular dos cursos de Pedagogia e de licenciaturas a disciplina passou em muitos
lugares a ser denominada “Organização do Trabalho Pedagógico” ou “Organização do
Trabalho Escolar”.

Essa mudança foi responsável pela adoção de uma análise crítica da escola dentro da
organização do trabalho no capitalismo; segundo Libâneo (2001), “houve pouca
preocupação com os aspectos propriamente organizacionais e técnico-administrativos da
escola”. Entretanto, ainda de acordo com ele, uma vez tomadas às decisões
coletivamente, advoga que cada membro da equipe assuma a sua parte no trabalho,
admitindo-se a coordenação e a avaliação sistemática da operacionalização das decisões
tomadas dentro de uma diferenciação de funções e saberes.

A organização escolar é uma constituição social que é construída com base na


inteligência subjetiva e cultural das pessoas. Entretanto, essa construção não é um
processo livre e voluntário, mas motivado pela realidade sociocultural e política,
incluindo a influência de forças externas e internas marcadas por interesses de grupos
sociais, sempre opostos e às vezes colidentes.

Toda instituição escolar necessita de uma estrutura de organização interna, geralmente


prevista no regimento escolar ou em legislação específica estadual ou municipal. O
termo estrutura tem aqui o sentido de ordenamento e disposição das funções que
asseguram o funcionamento de um todo – no caso, a escola.

A estrutura organizacional de escolas se diferencia conforme a legislação dos estados e


municípios e, é claro, conforme as concepções de organização e gestão adotadas.
Quanto à estrutura básica, com todas as unidades e funções típicas de uma escola,
destacamos aqui que o setor pedagógico compreende as atividades de coordenação
pedagógica e orientação educacional. As funções desses especialistas variam conforme
as legislações estaduais e municipais; em muitos lugares, suas atribuições ora são
reunidas em apenas uma pessoa, ora são desempenhadas por professores.

Esses profissionais se envolvem nas entranhas da administração escolar quando


colaboram, com suas habilidades, principalmente sobre o capital humano, haja vista que
lidam com pessoas o tempo todo, liderando projetos, orientando processos, acolhendo
pessoas (aqui me refiro a alunos, pais e professores), mediando conflitos e dando
soluções às dificuldades de aprendizagem. Têm know-how para prestar auxílio à direção
sobre o destino dos recursos financeiros e administrativos, propõem investimentos e
soluções para o melhor aproveitamento de verbas destinadas à instituição de ensino, se
ela for pública. Se for privada, auxilia ainda a diminuir os custos para maximizar os
objetivos financeiros.

Como são funções especializadas, envolvendo habilidades bastante especiais,


recomenda-se que seus ocupantes sejam formados em Pedagogia ou adquiram formação
pedagógico-didática específica.

Tradicionalmente, o coordenador pedagógico é visto como um colaborador fiscalizador


e que interfere nos processos administrativos, tendo em vista sua função gestora. No
entanto, uma coordenação atenciosa e democrática poderia evitar esse possível mal-
entendido.

O coordenador pedagógico deve compreender que, devido ao grande número de


afazeres ao qual se submetem os diretores, fica cada vez mais difícil eles administrarem
uma unidade de ensino. Isso os induz naturalmente à desatenção para questões
aparentemente secundárias, mas de suma importância em ocasiões de necessidades
internas no estabelecimento.

Por outro lado, a complexidade do trabalho do coordenador pedagógico é agravada na


medida em que cresce o número de alunos. A conseqüência disso são problemas
vinculados a comportamentos negativos, próprios de egressos de uma sociedade em
crise de valores, refletindo nas salas de aula.

De qualquer forma, a função gestora do coordenador pedagógico, hoje visto como


colaborador nas rotinas gerais da escola, o impulsiona naturalmente para tais questões
relacionadas à administração escolar, que são comuns à atividade da direção da escola.

O coordenador pedagógico é, então, aquele que, conhecendo as propostas pedagógicas


da escola, tendo participado de sua elaboração/adaptação às necessidades e objetivos da
escola, possibilita que novos significados sejam atribuídos à prática educativa da escola
e à prática pedagógica dos professores.
É, portanto, o trabalho do coordenador pedagógico ser o regente orientador para um
processo administrativo-educacional de qualidade. Entretanto, não é apenas administrar
pessoas, mas administrar com as pessoas, objetivando garantir a qualidade do serviço
educacional prestado.

Não foi possível esgotar o tema em questão nem elencar todas as responsabilidades
atribuídas ao coordenador pedagógico, como construção e avaliação do projeto político-
pedagógico, acompanhamento da aplicação do currículo, promoção da formação
continuada dos professores, elaboração e execução de projetos educativos para a
formação da consciência cidadã dos estudantes, atendimento individualizado das
necessidades dos estudantes – sejam elas educacionais ou até de caráter pessoal, desde
que elas influenciem o desenvolvimento pedagógico, entre tanta outras já discutidas por
inúmeros autores especialistas da área.

As questões aqui discorridas falam, em síntese, de atribuições pedagógicas, mas,


sobretudo, administrativas, pois, fazendo parte da equipe gestora da escola, o
coordenador pedagógico assume o papel de cogestor das rotinas da unidade de ensino.
Referências
BRASIL, Conselho Federal de Educação. Parecer nº 252, de 11 de abril de 1969.
Estudos pedagógicos superiores. Mínimos de conteúdo e duração para o curso de
graduação em Pedagogia. Documenta, nº 100, p. 101-117, 1969.

______. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº 5.540, de 28 de novembro de


1968. Lei da Reforma Universitária. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5540.htm. Acesso em: 15 fev. 2017.

______. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971.


Reforma de Ensino de 1º e 2º graus. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5692.htm. Acesso em: 15 fev. 2017.

CARAPETO, N. S. Supervisão educacional: novas exigências, novos conceitos, novos


significados. In: RANGEL, M. (Org.). Supervisão pedagógica – princípios e práticas.
São Paulo: Papirus, 2001. p. 81-101.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria da Administração. 5ª ed. São Paulo:


Makron Books, 1997.

CLEMENTI, Nilba. A voz dos outros e a nossa voz. In: ALMEIDA, Laurinda R.;
PLACCO, Vera Maria N. de S. O coordenador pedagógico e o espaço de mudança. São
Paulo: Loyola, 2003.

LIBÂNEO, José Carlos. O sistema de organização e gestão da escola – teoria e


prática. 4ª ed. Goiânia: Alternativa, 2001.

PORTAL UDEMO – Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do


Estado de São Paulo. Orientação aos gestores das unidades escolares. Disponível
em: http://www.udemo.org.br/RevistaPP_04_04OPapeldoSup.htm. Acesso em: 16 fev.
2017.

PORTAL BRASIL ESCOLA. O papel do coordenador pedagógico. Disponível


em: http://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/o-papel-coordenador-
pedagogico.htm. Acesso em: 11 fev. 2017.

REVISTA EDUCAÇÃO. O papel do coordenador pedagógico. Disponível


em:  http://www.revistaeducacao.com.br/o-papel-do-coordenador-pedagogico/. Acesso
em: 11 fev. 2017.

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