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DESAFIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA PÓS PANDEMIA

Lorena Castro da Silva / RA: 1812992


Dr. Wilson da Silva

RESUMO

O presente trabalho se delineia sobre o tema da gestão educacional. Seu objetivo foi elucidar o
papel e importância da gestão democrática dentro de uma instituição de ensino no período da
pós-pandemia. Para tanto a metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica, com
abordagem qualitativa e descritiva, através de conteúdos já pesquisados e publicados nos
bancos de dados online e em materiais impressos, tais como livros específicos. Enquanto
resultados foi possível destacar a partir da literatura, as mais variadas atribuições, o que
permite o uso da terminologia de ‘papéis’. Esses são de fundamental importância, uma vez que,
na pessoa do gestor dão organicidade e efetividade aos projetos e ações pedagógicas dentro e
fora da escola. Foi possível identificar categorias de papeis administrativos, pedagógicos e
sociais/culturais. Na primeira identificou-se todos os papeis relacionados aos aspectos
administração, finanças e coordenação ao nível operacional dentro da instituição. Nos aspectos
pedagógicos, os papeis condizem com a necessidade de acompanhamento, avaliação e
desenvolvimento de projetos e ações voltadas para a qualidade da educação, ao ambiente
agradável, atenção especial às relações professor-aluno e sua respectiva aprendizagem. Já no
último aspecto, reúne todos os papeis condizentes à motivação e oportunidade da participação
de todos os profissionais, pais e comunidade escolar como um todo, nas decisões, debates,
reflexões e ações a serem tomadas. Portanto, conclui-se com esse estudo que, a gestão
educacional assume uma posição de extrema importância para o bom funcionamento da
instituição, para a solução adequada dos conflitos, para assegurar o diálogo e o trabalho
interdisciplinar, bem como para garantir uma educação de qualidade e na efetividade da função
social da escola, no contexto no qual está inserida, principalmente em um contexto de
fragilização, descaso político da educação no período pós-pandemia.

Palavras-chave: Gestão. Papel. Escola. Educação. Gestão. Pós-Pandemia.

INTRODUÇÃO

O presente estudo se delineia sobre o tema gestão educacional. Nesse sentido,


articula as mais variadas funções e atribuições do gestor de uma instituição de ensino,
a responsabilidade das ações concretizadas e a articulação teórica e prática nos mais
diversos níveis administrativos dentro da escola.
Dessa forma, tendo como referencial a nossa realidade educacional e os novos
desafios advindos com a pandemia e pós pandemia, juntamente ao compromisso da
obtenção de melhorias de ensino, tivemos neste artigo o objetivo de refletir e analisar
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atual realidade da gestão escolar e da gestão da sala de aula, visando propor


alternativas a serem consideradas nesse novo contexto socioeducacional.
Possui enquanto objetivo principal, elucidar o papel e importância da gestão
democrática dentro de uma instituição de ensino no período da pós-pandemia. A partir
disso, busca conhecer esses papéis e as respectivas influências que esses exercem no
processo administrativo, analisar as competências técnicas e pessoais necessários ao
gestor, no cumprimento de suas respectivas funções e descrever e articular os desafios
na execução desses papéis no período pós-pandemia.
Para tanto propõe-se a responder ao questionamento inicial: Quais são os papéis
e qual a importância da gestão educacional?
A elucidação desses papéis é de fundamental relevância, uma vez que eles
possuem relação direta com a qualidade da educação efetivada na instituição. Dessa
forma, contribui significativamente para ajustar as melhorias necessárias, identificar
possíveis falhas e acentuar a participação da comunidade escolar. Outro sim, a
elucidação desses papeis favorece aos profissionais da educação na medida em que
encontram respaldo e apoio em seu trabalho.
Para alcançar os objetivos propostos, o presente trabalho se caracteriza
enquanto uma pesquisa bibliográfica, descritiva e qualitativa. Busca articular a literatura
já publicada através dos principais teóricos que discorrem sobre a temática. O presente
estudo está configurado em duas principais partes: a primeira delineando a gestão
educacional enquanto atribuições, a importância e a responsabilidade da mesma. Já na
segunda parte, buscou-se relacionar os aspectos da gestão sob o olhar da liderança,
abordando os componentes técnicos e comportamentais necessários ao gestor.

GESTÃO DEMOCRÁTICA

Gestão democrática: princípios, responsabilidades e importância

O gestor se constitui enquanto uma função de extrema importância dentro de


uma instituição de ensino. Compreendendo-se na atualidade a necessidade do
desenvolvimento de uma escola democrática, a qual efetivamente corresponde ao
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desejo de desenvolver uma educação de qualidade e a real aprendizagem de seus


alunos. Nesse aspecto Lück (2013) contribui ao destacar que o gestor assume o papel
de garantir o clima e a cultura organizacional dentro da instituição.
Para Lück (2013) o principal papel do gestor de uma instituição de ensino seria a
liderança. Nesse sentido, expressa que, as atribuições de coordenação e de orientação
dos mais variados projetos e ações dentro da escola, requerem competências
profissionais muito além das exigidas para o docente e consequentemente sua atuação
requer habilidades maiores que os exigidos dentro de uma sala de aula.
Segundo Faias (2007), a gestão escolar envolve muitas questões, de modo que
a administração passa a ser uma “dimensão gerencial”. Entre outras coisas, a
participação coletiva, a democratização das escolas, o currículo, os programas
instrucionais e muitos outros elementos que compõem a prática escolar fazem parte da
gestão escolar. Essa realidade dinâmica pressupõe movimento, interação de ideias,
formas de organização, por isso deve ser "naturalmente conflitante", questão que me
chamou a atenção o tempo todo.
Para Oliveira (2008, p.64) “Novas formas de organização e controle do sistema
de ensino vem resultando em mudanças nas relações de trabalho na escola [...]”.
Compreende-se que, o papel exigido para a atuação enquanto gestor requerem
habilidade e competências administrativas, financeiras e humanas. Dessa forma, torna-
se necessário para o gestor, possui conhecimentos sobre a legislação que lhe assegura
essa função, bem como a formação acadêmica necessária para o cargo.
De acordo com Lück (2013) a formação do gestor possui influências direta sobre
o seu desempenho e seus resultados poderão ser positivos ou negativos em termos de
qualidade e efetividade. Ressalta ainda que, a formação deve perpassar a necessidade
de fazer da escola. Dessa forma, necessita levar em considerações as atribuições
sociais e culturais no qual a escola está inserida e ao mesmo tempo necessita atuar,
enquanto função social.
Na perspectiva administrativa, o papel do gestor é garantir uma gestão
democrática e participativa. Dessa forma exige-se do mesmo, habilidades profissionais
e pessoais para coordenar as discussões, os debates, promover e estimular a
participação de todos os integrantes da escola, bem como de toda a comunidade
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escolar, nas decisões e planejamentos das ações pedagógicas, administrativas e


financeiras da escola. Garantindo assim, resultados positivos no desenvolvimento de
uma educação autônoma, participativa e democrática (SAMPAIO, 2004).
A educação é um conjunto de ações pedagógicas que, que por sua intervém no
processo de formação dos indivíduos de uma forma integral. Para tanto, é necessária
uma integração com o contexto social e histórico no qual a escola se conceitua. Para
isso, torna-se necessário um conjunto de ações pedagógicas devidamente organizadas
e coordenadas. Essa coordenação, portanto, atribui-se a uma administração escolar
efetiva, ou seja, enquanto responsabilidade do gestor educacional (SAMPAIO, 2004).
Para Libâneo (2004), no entanto, a administração escolar se associada à
variados modelos. Esses, cada qual possui as suas concepções baseadas no momento
histórico no qual foram desenvolvidos. Um dos modelos citado pelo autor é o da
Qualidade total, enquanto método e técnica de gerenciamento escolar.
Outra concepção descrita pelo autor é a gestão democrática. Nessa,
compreende os alunos, os professores e todos os funcionários da escola enquanto
membros participantes do processo de gerenciamento tomados de decisões e
aplicações das ações. O autor destaca que, na concepção democrática, esses
profissionais não são mais meros objetos, mas sim, coautores no processo gerencial e
educacional da escola.
As relações interpessoais são o foco da gestão escolar. É necessário um espaço
para refletir com professores e alunos sobre os tipos de relações que vivenciam dentro
da escola. Se estão contribuindo para a construção de escolas democráticas, ou se
estão sendo disfarçados em nome da chamada autonomia escolar (FARIAS, 2007).
Cabe, portanto, dentro dessa perspectiva, o papel do gestor de compreender e
partilhar dessa visão administrativa. Torna-se necessário, o gestor assumir a
responsabilidade de motivar, apoiar e incentivar a participação de todos os
profissionais, pais e comunidade escolar na participação da gestão. Dessa forma,
abrindo espaço para tais, como reuniões, espaços na escola, onde a comunidade
possa se fazer presente, conciliando os melhores horários que favorece a participação
dos pais e comunidade, bem como favorecer o diálogo e a escuta.
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Para Martins (2008) o gestor desempenha o papel de articulador das mais


diversas esferas da escola. Para o autor, o gestor necessita conhecer todo o sistema
escolar no qual atuam, possuir conhecimentos sobre as políticas educacionais, as
diretrizes legais, habilidade e conhecimento sobre a relação entre a escola e a
sociedade, a função social que a escola assume, o conhecimento sobre o
funcionamento interno da instituição, as formas de gestão, os métodos de ensino e as
relações estabelecidas entre o professor e o aluno.

Principais competências necessárias

Dessa forma, Libâneo (2004) descreve uma série de papéis atribuídos ao gestor.
Para o autor, a gestão de define enquanto um conjunto de ações, por meio das quais
são utilizados todos os meios e procedimentos, envolvendo os aspectos gerenciais e
técnico-administrativos para alcançar os objetivos propostos pela instituição.
A qualidade da educação está diretamente relacionada à capacidade de cada
profissional que atua na instituição. Desse modo, a preparação e a capacidade com que
cada um atua, juntamente com uma coordenação efetiva por parte do gestor, garante a
formação humana, o desenvolvimento de atitudes, habilidades e saberes, que vem de
encontro com a supressão e o enfrentamento dos mais diversos desafios que se
estabelecem na escola na atualidade (LÜCK, 2013).
Para o autor ainda, as competências de um determinado profissional podem ser
compreendidas a partir de duas perspectivas: a competência da função e a
competência pessoal. Na primeira, o autor destaca que, se configura enquanto um
conjunto de padrões mínimos exigidos, de maneira que uma determinada função seja
desempenhada com responsabilidade. Já enquanto competências pessoais, essas se
configuram enquanto a capacidade do indivíduo de executar a função ou a
responsabilidade atribuída.
Ao abordar os papeis do gestor, numa instituição de ensino, torna-se uma
necessidade a formação específica e continuada, de modo que esse aprimore as suas
competências. Essas por sua vez, no papel do gestor, de promover a organização,
garantir a participação nos mais diversos segmentos da escola, bem como articular os
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recursos financeiros e materiais, com o objetivo principal de desenvolver, aprimorar e


qualificar o processo de ensino e aprendizagem.
De acordo com o autor, a instituição escolar estabelece enquanto objetivo
principal garantir o processo de ensino e aprendizagem, garantindo assim uma
educação de qualidade. Diante disso, o gestor assume o papel de supervisionar e
responder a todas as questões relativas aos projetos pedagógicos, administrativos, bem
como na sua relação com os pais e a comunidade local. Além disso, também, nas mais
variadas atividades desempenhadas na sociedade civil.
Ainda para o autor, outro papel fundamental do gestor é assegurar o patrimônio
físico da instituição. Nesse sentido, cabe ao gestor a supervisão, acompanhamento e
solicitude no que se refere ao cuidado e manutenção do espaço físico, dos materiais
escolares, garantindo assim boas condições de trabalho dos profissionais e espaço
favorável ao desenvolvimento da aprendizagem dos seus alunos.
Outro papel atribuído ao gestor é a articulação entre o conhecimento e a
sociedade. Dessa forma, promover e articular a integração entre professores, alunos,
pais e comunidade local. Para Libâneo (2004) essa integração pode ser articulada
através de atividades científicas, culturais, esportivas e pedagógicas.
Para o autor ainda, também constitui enquanto papel do gestor a coordenação
administrativa e burocrática da escola. Entre essas, destaca a responsabilidade
referente a documentação, processos, normas disciplinares, penalizações, emitir
informações precisas e pontuais, estabelecimento de regimentos, cronogramas e
horários, bem como estabelecer controle sobre a as finanças e articulações com os
respectivos conselhos incrementados na instituição.
Para Libâneo (2004) ainda compete enquanto papel do gestor da instituição
escolar, a forte articulação com a educação desenvolvida em sala de aula. Dessa
forma, ressalta a importância de acompanhamento dos projetos pedagógicos, a
produtividade dos professores em sala de aula, o gerenciamento das dificuldades e
desafios, estruturação do currículo escolar e o suporte pedagógico e emocional aos
alunos, professores e pais.
A gestão hoje é concebida enquanto um aspecto primordial para o bom
funcionamento de qualquer instituição. Dessa maneira a escola, enquanto uma
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instituição de ensino, também carece de uma gestão adequada para concretizar o seu
papel na sociedade. Dessa forma o gestor possui um papel de extrema importância, na
medida em que, junto a equipe e à comunidade escolar, coordena e viabiliza os
projetos pedagógicos, possibilitando assim a busca pela qualidade da educação
fornecida.
Para Paro (2006) a gestão escolar não é realizada unicamente por uma pessoa
somente. No entanto essa é concebida enquanto esforço de um grupo de pessoas que
estão intrinsicamente relacionadas com a educação e mais propriamente com a
instituição escolar. Contudo, o autor ressalta que a palavra final é dada pela pessoa do
diretor, uma vez que este responde pelos aspectos legais e é responsável primeiro pela
ordem, controle e supervisão das atividades desenvolvidas.
A escola é uma instituição que objetiva em primeiro lugar a formação integral do
ser humano. Dessa forma, a sua atuação recai sobre o aluno e a busca pela qualidade
da intervenção sobre o mesmo. Ou seja, a busca pela qualidade do ensino e
aprendizagem. Esse é o maio objetivo de uma instituição escolar e deve ser a primeira
meta a ser alcançada através da sua intervenção, atuação (PARO, 2006).
Nesse sentido, Paro (2006) ainda chama a atenção sobre o público-alvo desse
objetivo – o aluno. Para o autor, qualquer instituição de bens de consumo, atua sobre a
matéria prima através do processo de transformação padronizada para a obtenção do
produto final. No contexto escola, essa compreensão é diferente, uma vez que a
matéria prima é o próprio estudante – um ser humano, com suas peculiaridades
próprias e sua própria realidade social e cultural.
Meneses (1998) destaca que o gestor assume o papel de autoridade escolar e
educador. O primeiro aspecto se remete as questões legais nos quais a escola se
insere e no qual o diretor é o representante legal e a personificação da instituição. Já
nos aspectos de educador, cabe a gestor conhecer as técnicas, conteúdos e
metodologias empregadas pelos seus professores, a ele diretamente subordinados.
Portanto, o gestor escolar, mesmo atuando em qualquer dos modelos descritos
por Meneses (1998), deve possuir um profundo conhecimento em administração
escolar e mais propriamente o conhecimento sobre as leis e diretrizes que coordenam a
educação. Para tanto, nos aspectos dos planos estudo, torna-se necessário que este
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conheça a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) (Lei Federal nº9394/96); as Constituições


Federal e Estadual; o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal nº 8069/90); a
Lei Orgânica do Município na qual a sua instituição escolar está inserida; os Conselhos:
Nacionais, Estadual e Municipal de Educação; o Regimento Escolar; a Proposta
Político-Pedagógica da escola em que estiver atuando (LUCK, 2013).

Desafios Pós-Pandemia

Os autores Amorim e Oliveira (2021) destacam que gerir os desafios que


surgiram em decorrência da pandemia da covid-19 em ambiente educacional, foi e é
um papel estratégico do gestor educacional em conjunto com a comunidade escolar.
Associar a tecnologia, os recursos materiais e de pessoal para cumprir metas,
desenvolver a educação fora do ambiente escolar democraticamente e com a intenção
de não acentuar ainda mais as desigualdades, que já é tão presente no cotidiano
escolar, é um importante passo para desenvolver a autonomia dos estudantes, colocar
a comunidade educativa a par das dificuldades da escola e fazer com que a família se
faça presente na vida estudantil dos estudantes.
a relevância de uma gestão democrática, participativa e colaborativa torna-se
ainda mais necessária no momento de pandemia, considerando a escola como um
centro de direitos e deveres, é crucial o contínuo funcionamento escolar. Contudo, o
gestor precisa criar estratégias capazes de oferecer suportes aos alunos, responsáveis,
professores e funcionários, sem prejudicar o processo educativo e sem riscos à saúde
destes sujeitos (ARAÚJO; MENEZES; VASCONCELOS, 2021).
Para Basso e Pierozan (2021) pensar o retorno do ensino presencial foi outra
medida que exigiu dos gestores planejamentos e organizações nunca antes efetuados.
Aqui novamente as condições para a infância, chamam a atenção. A volta precisa
respeitar os cuidados com a saúde, mas também, considerar as relações afetivas e
sociais. Os gestores assim, precisam também estender sua atenção para propor que
este momento seja tranquilo e acolhedor, em que toda a comunidade escolar esteja
unida com o mesmo propósito. Afinal, se o afastamento trouxe temores e incertezas, o
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retorno traz consigo reflexos de perdas, angústias e medos, e que necessita da


compreensão de todo o grupo envolvido com a escolarização.
Peres (2021) destaca que, uma das maiores preocupações deverá residir na
obtenção de estratégias motivacionais, tanto para os estudantes como para o corpo
docente, em função das proposições de alteração para o desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem. O projeto pedagógico da escola sofrerá reestruturações,
visando uma melhor adequação as novas propostas e possibilidades de ensino. Caso a
instituição ainda não esteja informatizada no que se referem aos setores administrativo,
financeiro e organizacional, ela deverá propor a informatização desses setores, visando
diminuir o contato e o fluxo de pessoas no interior da escola.
Nessa perspectiva, de enfrentamento às mudanças advindas da gestão escolar,
em que não foi uma opção, mas, uma imposição, em que os atores sociais: professores
e alunos se depararam de um dia para outro, com a necessidade de aprender-fazendo,
visando uma educação que priorize a autonomia, a criatividade desses atores, que
imbriquem na emancipação, no aprender a aprender de forma autônoma, critica e
reflexiva, que por sua vez, resulte num conhecimento libertador na busca de sua
autoformação (MENDES, 2021).
De acordo com Peres (2020) a educação provavelmente conviverá com um
misto de antigas e novas propostas onde, para muitos, a educação em ambientes
virtuais será uma realidade rotineira, para outros, a educação pela televisão será a
melhor possibilidade, para o demais, ainda um sistema de educação presencial em
forma de rodízio acompanhado de livros, cadernos e roteiros com orientações de
estudos para serem realizados em casa. O fato é que isso irá exigir uma gestão escolar
diferenciada, e uma gestão de sala de aula igualmente distinta. A gestão escolar deverá
assumir uma proposta mais participativa e menos centralizadora, de maior proximidade
com a comunidade escolar, pautada em princípios e valores éticos. Muito ligada aos
protocolos de saúde, com especial preocupação em relação a saúde dos estudantes e
funcionários da escola.
A gestão escolar para o docente auxilia na compreensão do mundo escolar,
buscando entender o cotidiano das pessoas envolvidas numa escola, principalmente se
essa gestão for democrática e transparente, uma gestão escolar capaz de compreender
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as pessoas, o ambiente onde vivem, a família, os auxiliares e o entorno, pois esse faz
com que o trabalho tenha um pouco mais de flexibilidade e qualidade em administrar
parte do todo ou de tudo uma parte (SILVA, 2021).
Amorim e Oliveira (2021) destacam que além da intensificação das
desigualdades estruturais, a reforma neoliberal das políticas públicas sociais,
implementada a partir de 2016, trouxe retrocessos profundos para a educação. Em
plena pandemia provocada pela Covid-19, o retrocesso educacional relacionado ao
direito à educação da classe trabalhadora tem se intensificado, excluindo do processo
educativo os estudantes que, por motivos econômicos, não têm acesso às tecnologias
digitais e à internet.
Nesse cenário, a gestão escolar democrática precisa assegurar o
desenvolvimento socioeducacional eficiente e a excelência do ensino ofertado aos
estudantes, e tem como princípio a participação de toda a comunidade escolar na
gestão da instituição de ensino. Ainda, é necessário o trabalho em equipe, colaborativo
e integrador, com base na construção de uma escola aberta às diferenças, onde todos
vivenciem experiências democráticas, buscando que o educando tenha acesso à
educação de qualidade e conhecimento sobre seus direitos e deveres (AMORIM;
OLIVEIRA, 2021).
Para Oliveira, Sousa e Silva (2021) mesmo diante dos desafios a serem
enfrentados, pela gestão e por todo o ensino público, os gestores têm um papel
significativo em liderar esse momento, juntamente, com apoio do poder público. É
importante salientar a relevância dos gestores em passar confiança, livrando-se do
medo, frustração para estimular aos demais a encarar esses desafios com otimismo. A
gestão no ambiente escolar deve ser democrática e participativa, contando com o apoio
de todos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
Luna e Andrade (2021) destacam que, compreende-se que a prospecção de
eventuais cenários no campo educacional pós-pandemia é deveras desafiadora.
Todavia, o domínio de novas tecnologias educacionais em contextos de aprendizagem
remota, o ensino híbrido, a educação a distância, a inteligência artificial aplicada à
educação, a gamificação, a inteligência de dados, e tantos outros elementos passaram
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a se tornar imperativos para o bom desenvolvimento do trabalho realizado por docentes


ou gestores pedagógicos. Com a pandemia, sem a pandemia ou apesar da pandemia.

CONCLUSÃO

Esses componentes são destacados com base em um método de pesquisa


bibliográfica com abordagem qualitativa descritiva para atingir os objetivos propostos.
Ao propor articular, os desafios do gestor, destacam-se os mais diversos atributos que
lhe são conferidos. Esses pressupostos, por sua vez, têm diferentes dimensões e
efeitos sobre os mais diversos aspectos da escola. É importante ressaltar que o gestor
necessita de amplo treinamento e conhecimento desses atributos para que possa
executá-los, sempre com o objetivo maior de promover a melhoria da educação
ministrada.
Portanto, de acordo com a literatura fornecida, os gestores escolares têm papel
fundamental na compreensão de suas atribuições. Ou seja, entender que a gestão é
uma função coletiva, não apenas uma atividade individual a ela atribuída. A partir dessa
premissa, o gestor precisa entender que sua atuação deve partir de um conceito sócio-
histórico, e a escola está nele. Dessa forma, os gestores precisam de espaços abertos,
seja por meio de reuniões ou encontros, onde todos possam decidir quais são as
prioridades da agência, quais ações são necessárias para atingir as metas e onde as
tarefas e responsabilidades são escolhidas.
Como habilidades pessoais, empatia, observação, compreensão e autocontrole
são considerados extremamente necessários. São muitos desafios todos os dias.
Portanto, os gestores precisam buscar a integração de todos os profissionais como
competências técnicas, proporcionar autonomia e desenvolver senso crítico e
responsável. Seja entre estudantes ou profissionais que trabalham. Desta forma, o
desenvolvimento intelectual e profissional dos alunos é desenvolvido no que diz
respeito à qualidade do processo de ensino e aprendizagem.
Portanto, hoje mais do que nunca, há a necessidade de promover uma educação
baseada na governança democrática. Cada vez mais as pessoas buscam a conexão
entre escola e sociedade. Entende-se que há a necessidade de aproximar os pais da
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convivência com seus filhos na escola. O gestor, por meio de sua contribuição, tem
grande influência na eficácia desses programas e na eficácia dos programas de ensino
para garantir o desenvolvimento integral dos alunos por meio de uma educação de
qualidade.
Nesse contexto pós-pandemia, mudanças importantes estão ocorrendo na
relação entre humanos, máquinas e tecnologia, com grandes implicações para todo o
contexto educacional. É preciso observá-los, investigá-los, analisá-los, estudá-los,
compreendê-los. Sem dúvida, este é um momento oportuno e inspirador para ampliar a
reflexão e a pesquisa nos mais amplos campos do conhecimento, aliando o poder da
teoria científica ao pragmatismo da realidade para construir novas perspectivas e
conhecimentos, além de descobertas inestimáveis.
Portanto, este estudo apresenta algumas limitações em esclarecer as leis e
formações que regem esses papéis. Essas limitações são intencionais, pois o objetivo
não se estende a ambos. É, no entanto, que outros estudos sobre o tema dos atributos
do gestor de uma instituição de ensino são sugeridos em termos dos atributos legais
que lhe são conferidos e sua relação com a formação necessária ou desejada.

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