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AGRADECIMENTOS

Estendemos os nossos agradecimentos ao Jeová, nosso Deus. Ao excelentíssimo


professor Pedro Felisberto Miguel Bondo pelo apoio incondicional e pelo incentivo
constante. Aos nossos pais Domingos Miguel e Gertrudes Lucas e, ao Francisco
Cândido e Eva Pedro Francisco. Aos nossos irmãos, sobrinhos, e filhos e ao amado
esposo Bartolomeu Bundumuna e à amada esposa Filipa Cândido. Grato pelo apoio
recebido por parte do digníssimo Decano Alexandre Chicuna, em memória, da
Faculdade de Humanidades por nos permitir encontrar um ambiente acolhedor para
alunos em condições especiais como a minha. Aos nossos colegas de turma do curso de
Filosofia e à todos os professores que tiveram tanta paciência para instruir-nos.

Muito obrigado.

v
RESUMO

O presente trabalho está subordinado ao tema reflexão sobre a educação ética em


Angola e inclusão da pessoa com deficiência visual, visando chamar atenção da
consciência individual e colectiva de uma sociedade para garantir a justiça social,
buscando os valores éticos e morais para encarar o deficiente visual como um ser
humano normal. Pois o sucesso ou insucesso escolar deste depende em grande medida
das condições sociais e do meio em que está envolvido. Tendo como objectivo geral
reflectir sobre a educação ética em Angola e inclusão da pessoa com deficiência visual.
Por outro lado, pretendemos identificar as dificuldades que a pessoa com deficiência
visual encara no ambiente educacional em Angola e olhar como a educação ética
inclusiva pode contribuir para a formação da sociedade menos preconceituosa. Está
temática é uma proposta de começarmos a manifestar o nosso descontentamento com a
sociedade angolana, que apesar de já ter marcado passos significativos no ensino de
base e médio ainda está aquém a nível das universidades, que clamam por uma
intervenção infra-estrutura, tecnológica e didáctica. Exigindo das instituições de
educação e dos docentes uma melhor preparação, garantindo a formação de um cidadão
que participa da vida pública sem qualquer impedimento.

Palavras-chave: Deficiência visual, educação ética, inclusão, preconceito e


capacitismo.

vi
ABSTRACT

This present paper is a subject of reflection on Ethical Education and Inclusion of


Visually Impaired Person in Angola, aiming to draw attention to the individual and
collective conscience of the society to guarantee social justice, seeking for ethics and
moral values to face the visually impaired like anormal human being. Because the
academic success and failure of the impaired depends heavily of the social conditions
and the environment in which is involved. It has as general objective to reflect on Ethic
Education and Inclusion of Visually Impaired Person in Angola. On the other hand, we
intend to identify the difficulties that a visually impaired faces in the education
environment in Angola and look at how inclusive ethical education can contribute to the
formation of a less prejudiced society. This theme is a proposal for us to start expressing
our dissatisfaction with Angolan society despite marking significant steps in the basic
and high school is still indifferent at the level of the universities that claim for
infrastructural, technological e didactic intervention. Demanding from educational
institutions and teachers a better preparation, guaranteeing the formation of a citizen
who participates in public life without any impediment.

Key-words: Visual impairment, ethical education, inclusion, prejudice and ableism

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INTRODUÇÃO

O homem é um ser cuja natureza o dota para vários domínios da vida consigo e
com os outros. Todavia, qualquer tipo de deficiência que lhe possa manter vivo não
pode servir de obstáculo para realizar o seu sonho e conviver com os outros na
diferença. Buscamos por meio desta reflectir sobre alguns aspectos éticos na inclusão da
pessoa com deficiência visual em Angola. Entretanto, devemos entender que, qualquer
deficiência que o homem carrega consigo deve ser entendida como um mero acidente
do ser e não a sua essência, pois o mais importante é ter a possibilidade de partilhar as
nossas experiências humanas e ser feliz. No entanto, a inclusão da pessoa deficiência
visual em várias facetas da vida é demostrada a partir da nossa capacidade de
compreender o mundo na diferença, no respeito ao outro, o nosso sentido ético e
humanista com o outro e connosco, porque cada um de nós neste mundo é um potencial
deficiente.

i. Formulação do problema

A temática em estudo exige de nós uma visão panorâmica tendo em conta o


crescente nível de preconceito que temos vindo a assistir na sociedade angolana. E
contando com ajuda dos vários campos do saber científico a que a nossa pesquisa pode
estar vinculada, como: a sociologia, a ética e a pedagogia, que de alguma forma possam
contribuir para o desenvolvimento do estudo.

O presente estudo baseia-se na seguinte pergunta de partida:

 Em que medida a educação ética em Angola pode nos ajudar na inclusão da


pessoa com deficiência visual?

Por outro lado, centrar-nos-emos nas seguintes problemáticas de investigação:

 Quais as dificuldades que a pessoa com deficiência visual encara no ambiente


educacional em Angola?
 Como a educação ética inclusiva pode contribuir para a formação da sociedade
menos preconceituosa?

ii. Importância do estudo

Vivemos actualmente numa “aldeia global” onde partilhamos todas as nossas


vivências com tudo e com todos. Criamos conexão uns com os outros, garantimos maior
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familiaridade e fraternidade entre nós. Num mundo com maior abertura onde, a cada
dia, se busca quebrar as indiferenças e os preconceitos para o bem-estar e harmonia de
todos. Entretanto, as escolas, universidades, as famílias e as religiões, o governo
enquanto instituições responsáveis pala construção mental do homem devem criar
condições para não segregação da pessoa com deficiência visual.

A visão é o sentido que nos une fundamentalmente ao mundo objectivo e integra


os demais sentidos para que as informações externas oriundas dos estímulos viso-
sensoriais sejam apreendidas de forma imediata, constante e plena. E, nesta tarefa, a
visão desempenha um papel crucial, uma vez que representa a quase totalidade das
impressões que temos das coisas e do mundo de maneira geral, Oliveira citado por
Coimbra (2003). O que significa que, com a perda da visão o homem tem de usar os
outros sentidos para poder continuar a fazer leitura do mundo e de si mesmo. É um
elemento essencial para interacção, sua perca indica mudança de percepção particular e
colectiva da sociedade, de formas a ganhar autonomia e independência em sua vida.

É certo que o país tem deficientes visuais, uns por conta da guerra, outros por
conta da condição física de saúde e, estes, naturalmente, que têm necessidade de
educação e de interacção com os outros. Todavia, as escolas, desde o primário até ao
ensino superior devem estar equipadas ou preparadas para atenderem estudantes nessa
condição. Preparando os professores para recebê-los uma vez que o país não tem escolas
de referências para pessoa com deficiência próxima das suas localidades em todos os
níveis de ensino. Diferente de outros países em que estar na condição de deficiente
visual já não constituí preocupação em grande escala, porque as condições básicas para
seguir a vida na normalidade já foram criadas.

As escolas são microcosmos da sociedade; elas espelham aspectos, valores,


prioridades e práticas culturais tanto positivos quanto negativos que existem fora de
seus muros. São também áreas de treinamento em que os membros mais jovens da
sociedade desenvolvem atitudes, interesses e habilidades que serão usados durante toda
a vida. Por isso, as escolas devem assumir a responsabilidade de melhorar as condições
sociais. Para que a reforma das escolas obtenha sucesso, estas devem tornar-se
claramente comunidades acolhedoras em que todos os alunos se sintam valorizados,
seguros, conectados e apoiados. Se esta característica da comunidade for negligenciada
ou se a sua importância for subestimada, os alunos com necessidades especiais vão

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continuar a ser segregados e as escolas para todos os alunos não conseguirão atingir
seus objectivos, Stainback e William citados por Nunes (2012).

Portanto, abordar esse tema é chamar atenção da consciência colectiva de uma


sociedade para garantir ensino para todos, justiça social, buscando os valores éticos e
morais para encarar o portador de deficiência visual como um ser humano normal que
apenas está limitado em função de algum acidente. Pois, o sucesso ou insucesso escolar
deste depende, em grande medida, das condições sociais em que está envolvido.

iii. Objectivo do estudo

Para a realização de uma actividade científica como essa a que nos propusemos
requer, sempre, um objectivo concreto. Para o presente trabalho seguimos a regra.

 Objectivo geral:
1- Reflectir sobre a educação ética em Angola e inclusão da pessoa com
deficiência visual.
 Objectivos específicos:
1- Identificar as dificuldades que a pessoa com deficiência visual encara no
ambiente educacional em Angola.
2- Explicar como a educação ética inclusiva pode contribuir para a formação da
sociedade menos preconceituosa.

iv. Formulação das hipóteses

Segundo Gil (2002), hipótese é uma expressão verbal susceptível de ser


declarada verdadeira ou falsa. Assim, a hipótese é a proposição testável que pode vir a
ser a solução do problema.

Para a compreensão e o desenrolar da nossa problemática, traçamos as seguintes


hipóteses:

Hipótese 1: Identificar as dificuldades que a pessoa com deficiência visual


encara no ambiente educacional em Angola pode contribuir para o melhoramento da
educação ética.

Hipótese 2: Explicar como a educação ética inclusiva contribui para a formação


da sociedade menos preconceituosa pode facilitar uma inclusão mais abrangente.

v. Procedimentos metodológicos
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A investigação científica é construída mediante procedimentos metodológicos
que dizem respeito a natureza, a abordagem, os objectivos, aos aspectos técnicos,
instrumentos e métodos a serem usados.

Quanto à natureza, a presente pesquisa apresenta-se como básica, porque a


intenção desta pesquisa é gerar conhecimentos novos e úteis para o avanço da ciência
sem aplicação prática prevista, segundo Prodanov e Freitas (2013). No que toca à
abordagem, o presente estudo é de carácter qualitativa, por não se apropriar de técnicas
que envolvam aplicações numéricas ou estatística. Relativamente aos objectivos, o
presente estudo de investigação apresenta-se com objectivo exploratório que, na
perspectiva de Gil (2002), estas pesquisas têm como objectivo proporcionar maior
familiaridade entre o pesquisador e o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou
a constituir hipóteses que possa ajudar a responder tal problema.

No que diz respeito as técnicas, a pesquisa é bibliográfica porque nos baseamos


em materiais elaborados e já publicado, constituído principalmente como: livros, artigos
científicos, dissertações, teses, com o objectivo de colocar o pesquisador em contacto
directo com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa em causa.

Concernente aos instrumentos, o nosso estudo fundamenta-se por meio de


anotações, entrevistas particulares, análise do conteúdo, fichas bibliográficas,
computador, lápis, esferográficas, papéis A4, pen-drive e outros materiais que deram
suporte a concretização da pesquisa. Segundo os métodos, a pesquisa será conduzida
pelos seguintes métodos: indutivo, dedutivo e fenomenológico.

vi. Limitação e delimitação do estudo

No tratamento de qualquer problema científico, sobretudo quando estamos a


começar a navegar no campo da investigação científica é importante saber delimitar e
limitar o problema em causa, quer do ponto de vista territorial bem como no campo de
abordagem. Pois, vários assuntos estão correlacionados a essa problemática, não sendo
apenas exclusividade da Filosofia, da sociologia, da Educação, Direito e outras áreas
afins. Tencionamos reflectir do ponto de vista global sobre a inclusão da pessoa com
deficiência visual na educação ética em Angola. Importa referir que, a elaboração de um
trabalho exige de nós o maior esforço quer físico como psicológico. Entretanto, o nosso
estudo delimita-se no campo da Ética.

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vii. Síntese da estrutura do trabalho

O presente trabalho de investigação está composto por três capítulos. No


primeiro capítulo, denominado Fundamentação Teórica, consta a definição de termos e
conceitos, onde definimos alguns termos e conceitos considerados importantes para o
nosso estudo, como: ética, deficiência visual, educação inclusiva e sistema braille, e os
aspectos teóricos sobre o problema. No segundo capítulo, denominado Metodologia,
desenvolvemos os métodos utilizados para a efectivação desta pesquisa; visto que a
nossa pesquisa é de carácter qualitativa e de âmbito filosófico, procuramos trazer por
meio da recolha bibliográfica, informações, de dados que obtivemos ao longo deste
estudo. No terceiro capítulo, foram analisados e discutidos os fundamentos relevantes
para uma ética da inclusão da pessoa com deficiência visual na educação em Angola,
bem como identificar os as dificuldades que os mesmos encontram no ambiente
educacional e, procuramos, também, explicar como a educação ética inclusiva pode
contribuir para a formação da sociedade menos preconceituosa.

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CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1- Definição de termos e conceitos


1.1.1- Ética

A ética deve ser entendida como um fim na condução da razão e da experiência


humana. Este termo provém do grego “ethos” que significa «costume», «uso»,
incluindo em si, o sistema de normas morais em que se funda o comportamento
humano. Entretanto, é a parte da filosofia que estuda os valores morais e os princípios
que devem nortear o comportamento humano; ciência dos princípios da moral e das
virtudes.

1.1.2- Deficiência visual


Numa abordagem educacional o conceito é utilizado considerando-se a
funcionalidade e as possibilidades do sujeito diante do contexto em que está inserido, e
não apenas as limitações orgânicas apresentadas devido à deficiência. Assim, afirma-se
que pessoas com baixa visão são aquelas que apresentam “desde condições de indicar
projecção de luz.
A deficiência visual é a perda ou redução da capacidade visual em ambos os
olhos em caráter definitivo, que não pode ser melhorada ou corrigida com o uso de
lentes, tratamento clínico ou cirúrgico. Existem critérios rígidos para definir uma
deficiência. Portanto, uma pessoa com alto grau de miopia, por exemplo, não é uma
pessoa com deficiência visual, uma vez que existem alternativas para correção desta
limitação.
Classificação dos diferentes graus de deficiência visual:
- Baixa visão (leve, moderada ou profunda); pode ser compensada com o uso de
lentes de aumento e lupas com auxílio de bengalas e de treinamento de orientação.
- Próximo à cegueira: quando a pessoa ainda é capaz de distinguir luz e sombra,
mais já emprega o sistema braille para ler e escrever utiliza recursos de voz para acessar
programas de computador, locomove-se com bengala e precisa de treinamentos de
orientação e de mobilidade.
- Cegueira: o uso do sistema braille, da bengala e os treinamentos de orientação
e de mobilidade, nesse caso, são fundamentais.
No ambiente escolar, a própria escola pode recomendar aos pais e responsáveis
que procurem fazer o exame de identificação da deficiência visual aos alunos. Este

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exame é recomendado sempre que se notarem comportamentos relacionados à
dificuldade de leitura, dor de cabeça e dificuldades no aprendizado por conta da visão.

1.1.3- Educação inclusiva

Educação inclusiva é uma modalidade de educação que inclui alunos com


qualquer tipo de deficiência ou transtorno, ou com altas habilidades em escolas de
ensino regular. A diversidade proposta pela escola inclusiva é proveitosa para todos. De
um lado estão os alunos com deficiência, que usufruem de uma escola para todos. De
outro estão os alunos com deficiência, que usufruem de uma escola preparada para
ajudá-los com o aprendizado e do outro os demais alunos que aprendem a conviver com
as diferenças de forma natural, a desenvolver o sentido de entreajuda, o respeito e a
paciência.

A educação inclusiva, segundo Ainscow referenciado por Ndala (2019),


representa o processo que visa a eliminação da exclusão social, promovendo o
envolvimento de todos o corpo docente, discente, directivo, familiar e do ciclo social
independentemente da sua raça, das suas capacidades e incapacidade, da sua origem
social, ou da sua religião, e tem como finalidade a aprendizagem e progresso de todos
na sociedade.

Também Hornby citado por Ndala (2019, p. 5) refere este aspecto e afirma que,
a não definição clara da terminologia, gera frequentemente confusão entre a utilização
das expressões “escola inclusiva”, “sociedade inclusiva” e “educação inclusiva” e
acrescenta que o facto de se defender que a inclusão é um processo, obriga a uma
reorganização escolar, mas também, a repensar os benefícios da inclusão plena ou
parcial, em conformidade com as necessidades dos alunos. Esta mudança de paradigma
fomentou o desenvolvimento da investigação sobre as escolas inclusivas e fez emergir
argumentos a favor e contra.

A inclusão ajuda a combater o preconceito buscando o reconhecimento e a


valorização das diferenças através da ênfase nas competências, capacidades e
potencialidades de cada um. Esse conceito tem como função a elaboração de métodos e
recursos pedagógicos que sejam acessíveis a todos os alunos, quebrando assim as
barreiras que poderiam vir a impedir a participação de um ou outro estudante por conta

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de sua respectiva individualidade. Um dos objectivos da inclusão escolar é o de
sensibilizar e envolver a sociedade, principalmente a comunidade escolar.

1.1.4 Sistema Braille

De acordo com Resende (2021), o Sistema Braille é um código universal de


leitura táctil e de escrita, usado por pessoas cegas, inventado na França por Louis
Braille, um jovem cego. Reconhece-se o ano de 1825 como o marco dessa importante
conquista para a educação e a integração dos deficientes visuais na sociedade. Antes
desse histórico invento, registaram-se inúmeras tentativas, em diferentes países, no
sentido de encontrar-se um meio que proporcionasse às pessoas cegas condições de ler e
escrever. Dentre essas tentativas, destaca-se o processo de representação dos caracteres
comuns com linhas em alto-relevo, adaptado pelo francês Valentin Hauy, fundador da
primeira escola para cegos no mundo, em 1784, na cidade de Paris, denominada
Instituto Real dos Jovens Cegos.

Foi nessa escola, onde os estudantes cegos tinham acesso apenas à leitura, pelo
processo de Valentin Hauy, que estudou Louis Braille. Até então, não havia recurso que
permitisse à pessoa cega comunicar-se pela escrita individual. Louis Braille, ainda
jovem estudante, tomou conhecimento de uma invenção denominada sonografia, ou
código militar, desenvolvida por Charles Barbier, oficial do exército francês. O invento
tinha como objectivo possibilitar a comunicação nocturna entre oficiais nas campanhas
de guerra.

Baseava-se em doze sinais, compreendendo linhas e pontos salientes,


representando sílabas na língua francesa. O invento de Barbier não logrou êxito no que
se propunha, inicialmente. O bem-intencionado oficial levou seu invento para ser
experimentado entre as pessoas cegas do Instituto Real dos Jovens Cegos.

A partir da invenção do Sistema Braille, em 1825, seu autor desenvolveu estudos


que resultaram, em 1837, na proposta que definiu a estrutura básica do sistema, ainda
hoje utilizada mundialmente. Comprovadamente, o Sistema Braille teve plena aceitação
por parte das pessoas cegas, tendo-se registrado, no entanto, algumas tentativas para a
adopção de outras formas de leitura e escrita e ainda outras, sem resultado prático, para
aperfeiçoamento da invenção de Louis Braille.

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Apesar de algumas resistências mais ou menos prolongadas em outros países da
Europa e nos Estados Unidos, o Sistema Braille, por sua eficiência e vasta
aplicabilidade, impôs-se definitivamente como o melhor meio de leitura e de escrita
para as pessoas cegas.

O Sistema Braille consta do arranjo de seis pontos em relevo, dispostos em duas


colunas de três pontos, configurando um rectângulo de seis milímetros de altura por
aproximadamente três milímetros de largura.

Segundo Resende (2021), no alfabeto romano, vinte e seis sinais são utilizados
para o alfabeto, dez para os sinais de pontuação de uso internacional, correspondendo
aos 10 sinais da primeira linha, localizados na parte inferior da cela Braille: pontos
2356. Os vinte e seis sinais restantes são destinados às necessidades específicas de cada
língua (letras acentuadas, por exemplo) e para abreviaturas. Doze anos após a invenção
desse sistema, Louis Braille acrescentou a letra "w" ao décimo sinal da quarta linha para
atender às necessidades da língua inglesa. Os chamados "Símbolos Universais do
Sistema Braille" representam não só as letras do alfabeto, mas também os sinais de
pontuação, números, notações musicais e científicas, enfim, tudo o que se utiliza na
grafia comum, sendo, ainda, de extraordinária universalidade; ele pode exprimir as
diferentes línguas e escritas da Europa, Ásia e África. Em 1878, um congresso
internacional realizado em Paris, com a participação de onze países europeus e dos
Estados Unidos, estabeleceu que o Sistema Braille deveria ser adoptado de forma
padronizada, para uso na literatura, exactamente de acordo com a proposta de estrutura
do sistema, apresentada por Louis Braille em 1837, já referida anteriormente.

1.2- Fundamentos teóricos sobre inclusão na educação especial em Angola

1.2.1- Análise da situação educacional ética inclusiva em Angola

Após a conquista da independência, concretamente em 1977, Angola começou


por estruturar um modelo educacional onde previa que as escolas especiais fossem
criadas para oferecer instrução técnica e formação profissional aos jovens com
deficiência após a escolarização de ensino regular. Isso incluía a previsão de
estabelecimentos especiais organizados, sob forma de internato para que os jovens que
tivessem finalizado a formação da escola especial pudessem continuar a qualificação de
suas capacidades para o mundo do trabalho com formações mais específicas, Zau
(2009). Mas não se acautelou a questão da necessidade destes estudarem e viverem em
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locais onde não haja escolas vocacionadas as suas necessidades e não se observar a
possibilidade destes prosseguirem os seus estudos nos níveis superiores de ensino.

Aponta-se que passado dois anos após a implementação da Circular nº 56 foi


criado o Departamento Nacional para a Educação Especial por via do Decreto nº
40/1981. Esse decreto orientava as escolas especiais e as salas especiais (abertas nesse
período) a desenvolverem um trabalho voltado para a deficiência visual, auditiva e
posteriormente intelectual. Esse atendimento caracterizou-se por proporcionar um
trabalho centrado na deficiência em ambientes escolares segregados, o que segundo a
perspectiva na época significou um avanço no quesito de política educacional para esse
público, uma vez que até esse momento as crianças com deficiência não tinham acesso a
nenhum tipo de equipamento ou recursos específicos para suas necessidades.

O contexto exige uma melhor abordagem sobre as políticas educacionais,


buscando mudanças na estrutura organizacional das exigências do que acontece em
outros países. Segundo Mbemba (1998), uma das primeiras consequências dessa
abertura internacional à Educação Especial em Angola caracterizou-se no encontro
Nacional sobre a educação e ensino para todos. O encontro foi mediado pelo Fundo das
Nações Unidas para a Infância - UNICEF e pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento - PNUD.

Em decorrência destes acontecimentos, o governo angolano alia-se cada vez


mais às perspectivas e experiências de outros países, no que concerne a configuração do
ensino especial e ratifica no ano de 1994 a sua participação na Conferência Mundial
sobre Necessidades Educativas Especiais, por meio da Declaração de Salamanca. Que
foi uma Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais, realizada
entre 7 e 10 de junho de 1994, na cidade espanhola de Salamanca.

Segundo Barnes (2013), a convenção da ONU de 2006 não é um modelo social


da deficiência, por mais que possa ser considerada um exemplo de politização a partir
de um entendimento sociopolítico que supera o foco da deficiência concebida de forma
individualizada, no qual o impedimento do indivíduo é a causa da deficiência. Para o
autor a deficiência entendida numa perspectiva social e politizada seria considerar que
as pessoas são deficientes devido à sociedade e é essa que deve se modificar para aceitar
a realidade da diversidade humana.

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Dessa forma, a deficiência entendida na abordagem social busca o afastamento
do fatalismo biológico e religioso e gera possibilidades que favorecem o
desenvolvimento do indivíduo, despindo-se de preconceito e instituindo práticas de não
exclusão.

Para Tunes e Pedrosa (2011), a exclusão é social e historicamente condicionada


e está configurada dentro de acções, vínculos, interacções e retracções que não estão
isoladas no mundo e fazem parte de uma vida de relação. Sendo assim, é no âmbito da
vida em relação que se encontram caminhos para compreender o fenómeno da exclusão
social.

Sobre os direitos das pessoas com deficiência, é conveniente explicar que o


estado angolano aprovou a 11 de Dezembro de 2006 a Convenção e seu Protocolo
Adicional por via da resolução n.º 1/13, de 11 de Janeiro de 2006, tendo depositado os
instrumentos da ratificação no dia 19 de Maio de 2014, numa clara reafirmação do seu
compromisso com a valorização da diferença como parte da diversidade humana e
elaborou o Plano Estratégico de Desenvolvimento da Educação Especial para Período
2007-2015 (INEE, 2006).

Pelo facto de ainda não atingirmos um nível de desenvolvimento económico e


social que nos permita ter uma sociedade onde qualquer deficiência não constitua
impedimento para frequentar uma escola espacializada ou não à todos níveis,
precisamos juntar esforços para responder a demanda das necessidades especiais dos
angolanos a nível do ensino. Pois, nota-se uma crescente preconceituosidade e exclusão,
se assim podemos considerar, com os indivíduos deficientes visuais querendo frequentar
o ensino superior ou cursos médios cujos centros especializados não possuem.

O país vivenciou momentos de guerras quer com o colonizador quer entre os


angolanos, o que, em grande parte, assume-se como causa maior de portadores de
deficiência. Não obstante a esse facto, era necessário escolarizar a população.
Entretanto, o alcance da paz em 2002 permitiu a inclusão de muitos ao sistema escolar
particularmente no nível primário e secundário, embora se verificasse o preconceito,
violência, discriminação, marginalização ou exclusão dessas crianças e até mesmo das
suas famílias por não saberem compreender as necessidades destes.

Segundo Tchantchalam, Januário at all. (2019) com a independência e a paz,


nasceu o desejo de se construir uma nova Angola, um país que não existe desigualdade,
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onde não há pobre nem rico, livre nem escravo branco nem negro, uma sociedade em
que todos têm o direito a educação especialmente as pessoas com alguma deficiência,
uma sociedade que saiba viver na diferença. Pois, por ser membro da Assembleia Geral
das Nações Unidas, Angola aderiu à Convenção sobre os Direitos da Criança no ano
(1990). Onde a educação formal tornou-se um dos direitos universais da criança.

Segundo uma pesquisa realizada no ano 2000 pelo Instituto Nacional para a
Educação Especial, constatou que 34% das crianças em Angola são portadoras de
alguma deficiência. Nesse contexto, foram elaborados projectos de orientação para o
desenvolvimento da Educação Especial, entre os quais: a elaboração do Plano
Curricular de Formação de Professores em Educação Especial, Projecto da
uniformização da língua gestual Angolana; proposta de criação de salas de atendimento
psicopedagógico; criação de centros de acompanhamento da aprendizagem dos alunos
com necessidades educativas especiais e a adaptação do currículo escolar, buscando
adequá-lo aos alunos com as supracitadas necessidades (INEE, 2006).

O grande dilema que o ensino especial se debate com ele em todos os níveis de
educação e ensino no país é a questão da formação de professores, onde se verifica uma
carência gritante de professores especializados, o que limita, em grande medida, a
qualificação dos estudantes, embora que no ensino superior devemos nos referir a
inexistência de professores especializados. Aponta-se, segundo Tchantchalam, Januário
at all. (2019) que o país conta apenas com dois mil professores do ensino geral, esses
poucos professores têm encontrado dificuldades para atender a demanda da população
estudantil com necessidades educativas especiais, um número abaixo da média, uma vez
que as turmas de alunos com dificuldades intelectuais requerem, no mínimo, dois
profissionais, sendo um deles auxiliar.

Como sabemos, hoje o país já começou a formar os primeiros quadros em


educação especial. Sabemos que a Educação é uma modalidade de ensino com carácter
transversal ao subsistema de ensino com a missão de atender a todas as pessoas com
necessidades educativas especiais, transitórias ou permanentes, com vista a facilitar a
sua integração escolar e social. Em Angola tal como em outros países da África Austral,
há uma tendência de se enquadrar a deficiência numa estrutura médica e de assistência
social, identificando as pessoas com deficiência com diferença.

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1.2.2- Princípios orientadores da educação inclusiva e a participação do
professor

Contrariamente a criação de condições legislativas que premeiam a inclusão dos


estudantes na vida social e académica é imprescindível a participação dos docentes e do
pessoal da área administrativa ligada à escola, pois são esses que lidam frequentemente
com os estudantes nessa condição. Mas, essa reorganização das escolas depende de um
encadeamento de acções que estão centradas no projecto político-pedagógico. Esse
projecto, que já se chamou de “plano de curso” e de outros nomes parecidos, é uma
ferramenta de vital importância para que as directrizes gerais da escola sejam traçadas
com realismo e responsabilidade. Não faz parte da cultura escolar a proposição de um
documento de tal natureza e extensão, elaborado com autonomia e participação de todos
os segmentos que a compõem. Tal projecto parte do diagnóstico da demanda, penetra
fundo nos pontos positivos e nos pontos fracos dos trabalhos desenvolvidos, define
prioridades de actuação e objectivos, propõe iniciativas e acções, com metas e
responsáveis para coordená-las (Moantoan, 2003).

É notório o grito de socorro de um professor quando entra para sala de aula e


depara-se com estudantes portador de deficiência visual. Sem saber o que fazer, porque
nem a mínima preparação psicológica teve e muito menos pedagógica, o que acaba, por
completo, demonstrando a incompetência do sistema de educação e ensino que não
previu situações do género. A escola deve ser capaz de atender às demandas e
necessidades dos alunos não importando as condições deste, coisa que as escolas,
sobretudo em Angola, enfrentam enormes dificuldades para responderem a esse
problema.

O professor e os alunos devem ter autonomia e responsabilidade para decidir o


como e o que deve ser tratado nas aulas. O aluno deve ser crítico, saber utilizar a
constante reflexão e depuração para atingir níveis cada vez mais sofisticados de acções
e ideias, e ser capaz de trabalhar em equipa e desenvolver, ao longo da sua formação,
uma rede de pessoas e especialistas que o auxiliem no tratamento dos problemas
complexos. O conteúdo não pode ser mais fragmentado ou descontextualizado da
realidade ou do problema que está sendo vivenciado ou resolvido pelo aluno, situação
está que vivenciamos quando tivemos o colega Sebastião em nossa turma não

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estávamos preparados tanto os professores como os de mais colegas, mais ao longo do
tempo fomos nos adaptando.

Entende-se que o professor é o pilar essencial na aprendizagem dos alunos e, por


inerência de funções é, ou deveria ser, fonte de transmissão de informação, de partilha
de conhecimento e valores. Disponível, atento, exemplo da importância da aquisição
constante de conhecimentos, numa época, em que o conhecimento de hoje rapidamente
corre o risco de ficar obsoleto, como referem Rodrigues e Lima-Rodrigues (2012),
compete ao professor acompanhar as mudanças existentes na sociedade, com o
propósito de oferecer o melhor para os seus alunos e para a sociedade.

Portanto, na perspectiva de Xavier (2019), seria importantíssimo a formação de


pessoal docente competente para o atendimento a crianças com deficiência nas Creches,
Jardins de Infância e Centros Infantis até a fase adulta de frequência escolar. É
importante para criar, por um lado, a cultura de convivência com outras pessoas e, por
outro, para encararem o ambiente de aprendizagem em todo processo de socialização,
quer primária como secundária, ou seja, com os familiares e outros grupos sociais. Mais
formadores em Braille será outra medida fundamental, como forma de criar
oportunidades de emprego, catalogar as profissões que sejam acessíveis às pessoas com
deficiência e promover acções de treino em mobilidade e orientação de pessoas com
deficiência visual, de forma a mitigar a sua dependência.

1.2.3- O Capacitismo e formas de seu combate

Caracterizados como segmentos sociais, étnicos, géneros ou outros que


independente da quantidade, possuem baixa representação política, social, económica,
eles também são nomeados minorias e grupos minoritários, Foggetti (2022). A palavra
capacitismo significa a descriminação de pessoas com deficiência, sua tradução para o
inglês é ableism. O termo é pautado na construção social de um corpo padrão, sem
deficiência, denominado como normal e da subestimação da capacidade e aptidão de
pessoas em virtude de suas deficiências.

O capacitismo camuflado acontece quando de tão estrutural e inconsciente que é


a discriminação em razão da deficiência, muitas pessoas se referem às pessoas com
deficiência com um certo heroísmo, ou em outras palavras, uma supervalorização da
realização de tarefas básicas.

14
O capacitista é como são chamados as pessoas que possuem crenças limitastes a
respeito das pessoas com deficiência. Elas as julgam de modo que as excluem da
sociedade, seja em uma roda de conversa ou até mesmo no mercado de trabalho.

Com os devidos recursos de acessibilidade aplicados, na maioria das vezes as


pessoas com deficiência conseguem cumprir com suas actividades com autonomia e
independência. Isso promove sua participação de forma plena na sociedade, incluindo
na educação e no mercado de trabalho, Foggetti (2022).

a) Tipos de capacitismo

- Capacitismo Médio: muitas pessoas se referem equivocadamente a pessoas


com deficiência como se fossem ou estivessem doentes.

- Capacitismo Recreativo: este termo é usado para definir o tipo de capacitismo


mais comum entre a sociedade. Se refere aquelas brincadeiras de mau gosto envolvendo
deficiências.

- Capacitismo Institucional: este tipo de capacitismo acontece quando as


organizações contratam apenas uma cota de pessoas com deficiência e não as trata com
equidade em relação aos colaboradores sem deficiência. Isso também é percebido na
falta de acessibilidade presente nestes lugares.

b) Consequências do capacitismo

Uma das maiores consequências da exclusão das pessoas com deficiência é que
isso as coloca em situação de vulnerabilidade, pois não recebem as mesmas
oportunidades de educação e de trabalho. Sem contar os danos psicológicos e
emocionais, já que ao serem diminuídas, não se sentem pertencentes. Muitas delas
acabam precisando lidar com este sentimento sozinhos, por falta de acolhimento e
compreensão de outras pessoas que não vivenciam isto na pele.

c) Formas de combate

Se referir à deficiência de uma pessoa para diminuí-la ou torná-la heroína é


capacitismo. Então, tratar as pessoas com deficiência com equidade e respeito, é
contribuir para uma sociedade não capacitista, mais existem alguns pontos de atenção
que devemos levar em consideração:

- Cuide das atitudes

15
-Valorize a diversidade

- Gere conhecimento sobre o assunto

- Estimule a formação de grupos

Portanto, o capacitismo é uma forma de preconceito contra as pessoas com


deficiência e que infelizmente está bastante enraizado no vocabulário e nas acções da
sociedade. Para vencê-lo, todos nós precisamos fazer a nossa parte e tudo e tudo começa
com uma boa dose de informação e atenção às nossas atitudes.

1.2.4 Análise dos factores da inclusão e sua abrangência

Inclusão - acto ou efeito de incluir. Uma palavra simples com um significado


aparentemente simples, mas que tornou-se extremamente complexo quando deixou de
ser uma necessidade para ser um direito do cidadão.

Necessidades podem ou não serem sanadas, mas o direito é inerente ao cidadão e


está sob a protecção da lei, que deve ser cumprida. Assim, professores se viram frente a
uma nova situação com a lei de inclusão,

Segundo Rosa (2013), as informações mais antigas que se têm sobre pessoas
com alguma deficiência datam a idade media, em um período de muitas perseguições e
maldades contra aqueles que nasciam nessa condição. Na Grécia Antiga dessa época, o
ideal de perfeição humana de homens e mulheres era à imagem e semelhança dos
deuses, deusas e guerreiros - corpos esculpidos, fortes e gozando de plena saúde física,
mental e intelectual Quem não se enquadrava não fazia parte da sociedade e vivia em
situação de abandono, clausura e torturas que podiam culminar em morte.

Em Roma, o direito à vida era garantido por lei apenas para crianças perfeitas.
Se ao nascer apresentassem algum tipo de deficiência o pai deveria sacrificá-la (Silva,
1986). Hoje, com a intervenção da Ética aos dilemas que envolvem a vida e a morte de
um recém-nascido por conta de alguma deficiência já é encarada com maior senso de
responsabilidade tendo em conta, também, as alternativas oferecidas pela tecnologia.
Embora para nossa realidade as dificuldades e probabilidade de sobrevivência de um
individuo deficiente, dependendo do tipo e nível, são demasiadamente escassas.

Algumas tribos (Silva, 1986) enterravam a criança indesejada logo ao nascer,


junto com a placenta. Outros abandonavam ao frio, asfixiavam, queimavam, afogavam

16
tudo por medo do desconhecido - acreditavam que as crianças portadoras de deficiência
traziam consigo espíritos malignos.

Com o passar do tempo, as sociedades evoluíram e o que se conhece são


vestígios históricos que indicam que algumas pessoas portadoras de deficiência
chegaram a viver em sociedade: relatos apontam que o Egipto chegou a ser conhecido
como terra dos cegos em função de uma infecção nos olhos que cegou muitas pessoas
(Silva, 1986); leis gregas amparavam pessoas que não podiam se sustentar, incluindo aí
soldados mutilados e pessoas portadoras de deficiência; obras de arte egípcias
retractaram pessoas portadoras de deficiência (Muller, 1999).

No século XV foi a vez da inquisição aniquilar na fogueira pessoas portadoras


de deficiência física e mental, ditos como Loucos (Walber, 2004).

No século XV essas pessoas foram consideradas retardadas possuídas pelo


demónio (Silva, 1986). E foi neste mesmo século que finalmente a deficiência foi
reconhecida como uma patologia que necessitava de cuidados médicos. O conhecimento
médico a respeito desenvolveu-se e houve a conscientização política e social sobre as
pessoas portadoras de deficiência. Médicos e educadores enfrentaram o preconceito e
defenderam os direitos de alfabetização da pessoa excluída.

As conquistas desse século foram minadas no século XIX quando se


institucionalizou o cuidado e a educação das pessoas portadoras de deficiência. Estas
voltaram a condição de não pertencentes à sociedade e em 1975 foi aprovada a
Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes; em 1989 a Lei de n. 7.853 (PRES. DA
REPÚBLICA, 1989) passou a garantir pleno desenvolvi- mento da pessoa com
necessidades especiais por meio da educação e outras leis vieram para garantir que
nenhuma criança em condição especial fosse vítima de negligência.

A inclusão é reconhecer nossa unicidade universal e interdependência. Inclusão


é reconhecer que somos “um” mesmo não sendo o “mesmo”. O ato de Inclusão significa
lutar contra a exclusão e todas as exclusões das doenças sociais. Dá origem ao racismo,
ao sexismo, etc.

Luta pela inclusão também envolve garantir que todos os sistemas de apoio estão
disponíveis para aqueles que necessitam de apoio, suporte. Fornecer e manter sistemas

17
de apoio é uma responsabilidade cívica, não um favor. A sociedade melhorará
imediatamente a partir do momento que honrar esta verdade.

1.3- Revisão bibliográfica

Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? escrito por Maria Teresa Eglér
Mantoan, publicado em 2003 pela editora Moderna – São Paulo. Nesta obra, a autora
reflecte sobre a possibilidade de as pessoas se transformarem, mudarem suas práticas de
vida, enxergarem de outros ângulos o mesmo objecto/situação, conseguirem ultrapassar
obstáculos que julgam intransponíveis. Essa transformação move o mundo, modifica-o,
torna-o diferente, porque passamos a enxergá-lo e a vivê-lo de um outro modo, que vai
atingi-lo concretamente e mudá-lo, ainda que aos poucos e parcialmente. A autora
acredita que vivemos uma crise educacional, tanto pessoal como colectivamente. É a
escola que tem de mudar, e não os alunos para terem direito à ela. Que as escolas sejam
instituições abertas incondicionalmente a todos os alunos e, portanto, inclusivas.

O estado da inclusão escolar nas escolas públicas de angola e a formação de


professores, experiências realizadas em Bengo, Cabinda, Huila, Luanda e Malange. É
uma tese de Doutoramento em Ciências da Educação na área de especialidade:
Necessidades Educativas Especiais, de Deolinda Ângela Baca Ndala, data de 2019.
Nela, a autora aborda questões ligadas a aceitação em termos de políticas públicas da
necessidade de implementar a “Escola para Todos”, que marcou o início de um percurso
árduo na construção de um sistema educativo alicerçado em novos paradigmas, os quais
implicam uma rotura com o sistema instalado. Aponta que a premissa da inclusão
alicerça no princípio de que todas as crianças devem ser recebidas pela escola e
inseridas em salas de aulas regulares, mesmo que necessitem de algum apoio especial. É
importante ter presente que na prática alguns alunos vão precisar de intervenções
especializadas, pelo que o movimento da inclusão tem de ser acompanhado de critérios
de responsabilidade. A carência de recursos limita a concretização de alguns ideais e, no
caso presente, tem contribuído para uma política de apartheid educativo, na qual alunos
com dificuldades de aprendizagem são integrados em escolas de ensino especial.

Inclusão & reabilitação da pessoa com deficiência visual - Um guia prático, 2ª


edição. Escrito por Wagner A. R. Maia pelo portal da Deficiência Visual em 2018.
Compreende que não devemos procurar a origem do problema. O importante é a
capacidade de resposta educativa e de recursos e apoios que a escola deve proporcionar
18
a esse aluno, para que obtenha sucesso escolar. Por fim, em vez de pressupor que o
aluno deve ajustar-se a padrões de “normalidade” para aprender, aponta para a escola o
desafio de ajustar-se para atender à diversidade de seus alunos. Enfatiza o papel do
contexto social para o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno e,
consequentemente, requer a melhoria da instituição escolar, para que identifique as
potencialidades e necessidades educacionais dos alunos e ofereça respostas educativas
adequadas a essas necessidades. A discussão sobre educação inclusiva envolve a relação
exclusão e inclusão que ganha tonalidades diferentes e altera as políticas sociais,
impondo uma nova ética e uma moral que justificam o controlo das tecnologias, o
monopólio das riquezas, o domínio das informações, a circulação de conhecimento, a
selecção dos benefícios, a delimitação dos territórios e as possibilidades de melhorias de
vida.

Políticas públicas e o seu impacto para pessoas com deficiência – o caso de


angola, é uma dissertação escrita por Domingos Xavier em 2019, na Universidade
Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Faculdade de Ciências Sociais Educação e
Administração, Departamento de Ciência Política, Segurança e Relações Internacionais.
O autor procurou averiguar em que medida as políticas públicas angolanas têm ou não
beneficiado as pessoas com deficiência. Desde a independência à actualidade. Dá ênfase
às mudanças que a Constituição de 2010 veio dar à definição da política das pessoas
com deficiência e ao reforço das liberdades, promovendo uma sociedade civil que luta
pelos direitos dos cidadãos com deficiência. Face às novas perspectivas na governação
de Angola e em função da Legislação vigente sonha-se com uma Angola inclusiva onde
todo cidadão com deficiência tenha direitos e deveres.

Inclusão e educação é uma obra de Danielle Machado e Janaína Cazini, data de


2019 a sua publicação. Aborda questões relacionadas a necessidade de aumento
benéfico e produtivo na qualidade do ensino e desenvolvimento do aluno especial. Além
disso, a crescente demanda por conceitos e saberes que possibilitam um estudo de
melhoria no processo de participação e aprendizagem à educação inclusiva aliada a
necessidade de recursos específicos. A junção de pesquisas e a modernização da
tecnologia compõem um contexto de educação inclusiva nas diversas modalidades da
inclusão. Trazendo artigos que abordam experiências do ensino e aprendizagem no
âmbito escolar, desde as séries iniciais até prática de ensino em psicologia com idosos.

19
A mediação pedagógica como força motriz de transformação educacional e a utilização
de tecnologias assistidas para auxiliar o aprendizado do discente especial. Instigando
professores, pedagogos e pesquisadores às práticas educacionais, às contribuições da
genética e da psicanálise a quem ensina, aos alunos especiais na transacção da escola
regular sob um olhar da psicopedagogia e aos educadores que corroboram com a
formação integral do cidadão.

20
CAPÍTULO II: METODOLOGIA

Segundo, Prodanov e Freitas (2013), a metodologia é entendida como uma


disciplina que consiste em estudar, compreender e avaliar os vários métodos disponíveis
para a realização de uma pesquisa académica ou científica. Em um nível aplicado,
examina, descreve e avalia métodos e técnicas de pesquisa que possibilitam a colecta e
o processamento de informações, visando ao encaminhamento e à resolução de
problemas ou questões de investigação e técnicas que devem ser observados para
construção do conhecimento, com o propósito de comprovar sua validade e utilidade
nos diversos âmbitos da sociedade.

2.1 – Segundo abordagem

A nossa pesquisa é de carácter qualitativa. Nesse sentido, pesquisa qualitativa é


aquela que considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é,
um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não
pode ser traduzido em números ou quantitativamente. Por outro lado, a interpretação
dos fenómenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa
qualitativa. Esta não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural,
ou seja, a realidade, é a fonte directa para colecta de dados e o pesquisador é o
instrumento-chave. Tal pesquisa é descritiva. Neste tipo de pesquisa, os pesquisadores
tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos
principais de abordagem. Realçam os autores, Prodanov e Freitas (2013), na abordagem
qualitativa, a pesquisa tem o ambiente como fonte directa dos dados. Nesse caso, as
questões são estudadas no ambiente em que elas se apresentam sem qualquer
manipulação intencional do pesquisador.

2.2 – Segundo a natureza

Quanto a natureza, a nossa pesquisa é básica. Pois, conta com uma abordagem
de carácter qualitativa com matriz filosófica. De acordo com Prodanov e Freitas (2013),
o objectivo deste tipo de pesquisa é gerar conhecimentos novos e úteis para o avanço da
ciência sem aplicação prática prevista. Criando uma relação dinâmica entre a realidade e
o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do
sujeito que não pode ser traduzido em números ou quantitativamente. Esta não requer o
uso de métodos e técnicas estatísticas. Envolve verdades e interesses universais,
diferente da aplicada.
21
2.3 – Segundo os objectivos

Por outro lado, a pesquisa é exploratória. E, na perspectiva de Gil (2002), estas


pesquisas têm como objectivo proporcionar maior familiaridade entre o pesquisador e o
problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses que possa ajudar
a responder tal problema. Porém, pode-se dizer que estas pesquisas têm como objectivo
principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições do pesquisador. Onde
o seu planeamento é bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais
variados aspectos relativos ao facto ou problema estudado. Na maioria dos casos, essas
pesquisas envolvem: levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram
experiências práticas ou teóricas com o problema pesquisado; e análise de exemplos que
estimulem a compreensão. Embora o planeamento da pesquisa exploratória seja
bastante flexível, na maioria dos casos assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de
estudo de caso, neste caso, será bibliográfica.

2.4 – Segundo os métodos

O presente trabalho fundamenta-se nos seguintes métodos: indutivo, dedutivo e


fenomenológico. No que tange ao método indutivo, segundo Lakatos e Marconi (2003),
é um método responsável pela generalização, isto é, que nos permite partimos de algo
particular para uma questão mais ampla, mais geral. É um processo mental por
intermédio do qual, os dados particulares, suficientemente constatados, inferem-se uma
verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Enquanto o método
dedutivo, de acordo com Gil (2002), é o método que parte do geral e, a seguir, desce ao
particular, é inverso ao indutivo. A partir de princípios, leis ou teorias consideradas
verdadeiras e indiscutíveis, prediz a ocorrência de casos particulares com base na lógica.
Parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a
conclusões de maneira puramente formal e racional.

No que concerne ao método fenomenológico, segundo Gil citado por Prodanov e


Freitas (2013), tal como foi apresentado por Edmund Husserl (1859-1938), é o método
que propõe-se a estabelecer uma base segura, liberta de proposições, para todas as
ciências. Para Husserl, as certezas positivas que permeiam o discurso das ciências
empíricas são “ingénuas”. A suprema fonte de todas as afirmações racionais é a
consciência doadora originária. A primeira e fundamental regra do método
fenomenológico: “avançar para as próprias coisas” ou “ o retorno às coisas”. Por coisa
22
entendemos simplesmente o dado, o fenómeno, a realidade, aquilo que é visto diante da
consciência. A fenomenologia não se preocupa, pois, com algo desconhecido que se
encontre atrás do fenómeno; só visa o dado, sem querer decidir se esse dado é uma
realidade ou uma aparência. O método fenomenológico não é dedutivo nem empírico.
Consiste em mostrar o que é dado e em esclarecer esse dado. Não explica mediante leis
nem deduz a partir de princípios, mas considera imediatamente o que está presente à
consciência: o objecto. Ou seja, o método fenomenológico limita-se aos aspectos
essenciais e intrínsecos do fenómeno, sem lançar mão de deduções ou empirismos,
buscando compreendê-lo por meio da intuição, visando apenas o dado, o fenómeno, não
importando sua natureza real ou fictícia.

2.5 – Segundo as técnicas e instrumentos

No que diz respeito às técnicas, a nossa pesquisa é bibliográfica. Entretanto,


foram feitas as selecções de bibliografias ao nosso alcance, em algumas bibliotecas de
Luanda e em sites académicos, confrontamo-los, realizamos observações assistemáticas,
sistemáticas e individual. Quanto aos instrumentos usamos livros ou obras, dicionários,
artigos científicos, fichas bibliográficas, dissertações, teses, fichas de apontamentos do
conteúdo, pen-drive, telemóvel, e algumas fontes orais de Professores e Estudantes, que
nos permitiram verificar a veracidade dos dados obtidos.

2.6 – Dificuldades encontradas

Como era de se esperar, encontramos algumas dificuldades de manuseamento da


bibliografia tendo em vista as limitações do companheiro de pesquisa. Tendo
conhecimento desta realidade, somos obrigados a partilhar algumas informações com os
seus guias para facilitar no processo de interpretação dos conteúdos. Podemos elencar
dificuldades de mobilidade, pois foi quase impossível manter contacto constante que
nos permitisse trabalhar sem qualquer interrupção, pior ainda com a situação da
pandemia da covid-19.

23
CAPÍTULO III: ANÁLISE E DISCUSÃO SOBRE A EDUCAÇÃO ÉTICA
INCLUSIVA

3.1- Educação ética e inclusão: uma discussão sobre o preconceito

As escolas, hoje, precisam de uma melhor preparação tanto das infra-estruturas


quanto no seu modelo de ensino aprendizagem. Educar o homem a ser formado para
uma vida virtuosa, solidária, altruísta e preocupada com o outro independentemente do
seu estado fisiológico e psicológico deve constituir prioridade. Pois, continuamos
assistir um número crescente e assustador de preconceito que se vive no ambiente
escolar, embora tal atitude não tem aí as suas raízes.

Ouve-se relatos por parte dos familiares das pessoas com deficiência visual de
comportamento vindo da sociedade, a cultura de preconceito enorme com estes e
dificultando, ainda mais, a capacidade de enfrentarem a realidade social e buscar o
conhecimento. A sociedade tem incorporado preconceitos, repassados através de
gerações que leva a encarar a deficiência como sinónimo de inutilidade social, e as
pessoas com deficiência como seres dependentes marginalizando-os discriminando-os.

Nesse sentido, no entender de Díaz, Miguel et all (2009), a sociedade, no seu


dia-a-dia, precisa adaptar às necessidades das pessoas com deficiência, dividindo
espaços com igualdade e equidade, principalmente, com respeito e aceitação às
diferenças. As formas limitadas como as escolas e instituições ainda atuam, têm levado
parcela considerável dos alunos à exclusão, principalmente das minorias – sejam elas
sociais, sexuais, de grupos étnicos ou de pessoas com deficiência. A base da inclusão
consiste no conceito de que toda pessoa tem o direito à educação e que esta deve levar
em conta seus interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem.

Segundo Maia (2018), o preconceito é percebido claramente com curso de


orientação e mobilidade, o que os possibilita a independência total, tendo em vista que
eles poderão locomover-se sem a presença de qualquer familiar. Nesse momento, as
famílias enfrentam terríveis julgamentos sociais. Porém, é extremamente necessário que
as famílias persistam, a fim de criar uma pessoa segura de si, certa de seus direitos e
deveres, consciente de suas qualidades e defeitos e, principalmente, capazes de
distinguir o que é bom ou não para elas de acordo com o próprio julgamento que fará
das coisas.

24
Na perspectiva de Booth, Ainscow e Dyson citados por Ndala (2019), é
necessário fomentar o desenvolvimento de escolas com mais qualidade e, para tal, é
necessário dotar os professores de ferramentas conceptuais e metodológicas capazes de
corresponder às exigências da prática educativa em contexto de inclusão e
despreconceituosidade. Este aspecto é fundamental, tendo em consideração que a
inclusão na escola só constitui motivo de satisfação para alunos e professores se, para
além do acesso, for possível assegurar a participação e o percurso de aprendizagem com
os mínimos possíveis de condições.

Como explica Freire (2008, p. 9), “…pretende-se com a inclusão que todos os
alunos acedam a um mesmo currículo e, para tal, é essencial a criação de condições
promotoras de equidade”. Assim, diz Ainscow citado por Ndala (2019), respeitar a
diferença significa, segundo a visão inclusiva, reconhecer em cada ser humano, com
características próprias, as quais irão marcar o ritmo de aprendizagem, o tipo de
interesse, o grau de motivação e o tipo de projecto de vida e área de conhecimento, o
que obriga a adequar, a cada um, as práticas e os recursos educativos mais adequados.

Logo, no compreender deste autor, Ainscow, referenciado por Ndala (2019), na


escola inclusiva não deve existir duas realidades, os alunos são únicos, singulares, pelo
que é natural que tenham interesses, percursos e motivações divergentes, e compete a
escola enquanto um todo, saber-se adaptar aos seus alunos, e não forçar os alunos a
adaptar-se na totalidade à escola. Ou seja, são os seres humanos que fazem a escola,
portanto a configuração da escola deve depender das condições destes em qualquer
circunstância e não o contrário.

3.2- As novas tecnologias e a inclusão da pessoa com deficiência visual: um modelo


educacional para a construção da autonomia do aluno

O homem desde os tempos modernos até a actualidade tem feito todos os


esforços ao seu alcance para a evolução tecnológica. Ela é hoje a base do progresso
mundial, é por meio dela que temos possibilidade de fazer o que não era possível em
épocas anteriores, o que significa que em vários campos da vida social tem o seu
impacto. Nesse sentido, a escola não é excepção e quando se trata do deficiente visual
ou outro é imprescindível.

O termo tecnologia não indica apenas objectos físicos, como dispositivos ou


equipamento, mas antes se refere mais genericamente a produtos, contextos
25
organizacionais ou “modos de agir” que encerram uma série de princípios e
componentes técnicos. Uma “tecnologia de acesso a transportes públicos”, por exemplo,
não consiste apenas numa frota de veículos acessíveis, mas engloba toda a organização
dos transportes, incluindo controlo de tráfego, implantação das paragens, informações e
procedimentos de emissão/validação de bilhetes, serviço de clientes, formação do
pessoal, etc. Em segundo lugar, o termo de apoio é aplicado a uma tecnologia, quando a
mesma é utilizada para compensar uma limitação funcional, facilitar um modo de vida
independente e ajudar os idosos e pessoas com deficiência a concretizarem todas as suas
potencialidades. (EUSTAT, 1999).

No entender de Couto (2013), além do Sistema Braille, o estudante com


deficiência visual tem necessidade de recorrer também, para os textos escritos, textos
em formato digital com uso de softwares sintetizadores de voz. Todavia, em Angola
quase não se verificam tais meios, com excepção ao braile. Não há uma biblioteca
adaptada que lhes permita consultarem os livros na sua linguagem de aprendizagem.
Compreende-se, dessa forma que tanto a pessoa com baixa visão quanto aquela com
cegueira necessitam de apoio para favorecer o seu desenvolvimento, podendo este apoio
ser em forma de recursos de Tecnologia Assistida ou serviços. Nas instituições
educacionais estes recursos e serviços são essenciais, pois através dos mesmos são
possibilitadas condições eficazes de aprendizagem e participação em todas as
actividades desenvolvidas nestes ambientes.

Apesar das diversas possibilidades de recursos e serviços que garantem o


desenvolvimento e aprendizado das pessoas com deficiência visual, a acessibilidade e
permanência desses estudantes nas instituições de Ensino Superior ainda são limitadas,
o que verificamos em quase todos os anos académicos em Angola, onde não é possível
o deficiente visual escolher estudar o que quer, escolhe a instituição que melhor possa
adaptar-se as suas necessidades, mesmo sendo escassas ou inexistentes, seja devido às
dificuldades encontradas desde a educação básica e média, as quais podem
impossibilitar a continuidade do percurso de escolarização, ou pelas barreiras
encontradas quando ingressam nas universidades devido ao

(...) despreparo das Instituições de Ensino Superior tanto pela falta de recursos materiais, a
presença de barreiras arquitectónicas e altitudinais, quanto por falta de recursos humanos
especializados, para mediarem o processo ensino-aprendizagem com flexibilidade, criatividade e

26
comprometimento com a inclusão desses alunos na Educação Superior. (Chahini e Silva, 2010,
p. 183).

O que verificamos actualmente é o armazenamento de quase todas informações


académicas estarem disponibilizadas por meio da tecnologia, para o portador de
deficiência visual o aparelho auriculares ou gravador de som e a máquina braile, para o
portador de deficiência auditiva o tradutor gestual e outros meios que lhe possam
garantir a sua participação normal ao sistema de ensino e educação, o que não se
verifica em boa parte das escolas não especializadas que recebem alunos portadores de
tais deficiências.

De um modo geral, por seus métodos de trabalho, a escola distanciou-se das realidades a sua
volta, em um momento em que está prestes a perder o monopólio da transmissão da informação e
no qual não é mais sua competência exclusiva inculcar os comportamentos necessários para o
mundo do trabalho e para a vida na sociedade (Papadopoulus, 2005, pp. 28-29).

Diferentemente de algum tempo atrás, quando praticamente somente dentro das


escolas se podia ter acesso ao saber, hoje, crianças, jovens e adultos acessam e se
relacionam com os conhecimentos fora dos muros da escola, enquanto esta mantém
basicamente as mesmas práticas e lógicas de aprendizado, como se ainda fosse a
detentora única das informações e saberes.

Informação e conhecimento relacionam-se, um supõe o outro, mas um não se reduz ao outro.


Informação é um dado organizado e comunicado, mas indiferente ao significado. [...] à
informação que provém do exterior são acrescentadas as informações que o sujeito possui em
seu interior, aquelas relacionadas com suas experiências anteriores, produzindo um
processamento de outro nível, de forma que o produto adquire outras características
significativas e efectivas, distintas do original. A esse processo de atribuição de significado às
informações denomina-se conhecimento. (Bonilla, 2005, pp. 18-19)

Portanto, todo e qualquer aluno precisa ter a possibilidade de alcançar o


conhecimento por si mesmo, para tal os meios informáticos deve estar ao seu dispor.
Pois, aponta Galvão Filho (2002), as novas tecnologias, dependendo da forma como
sejam utilizadas, podem ajudar a gerar as mudanças necessárias na Educação e a
construir um aluno autónomo e eficaz no seu processo de aprendizado.

Esse paradigma que em Angola muito se verifica, ao contrário de educar para a


independência, para a autonomia, para a liberdade no pensar e no agir, reforça esquemas
de dependência e submissão. Exactamente pelas dificuldades e atrasos que estes alunos

27
com deficiência frequentemente apresentam em seu desenvolvimento global, é vital,
com mais ênfase nestes casos, oferecer-lhes um ambiente de aprendizagem que os ajude
a abandonar essa postura passiva de receptores de conhecimento. Um ambiente onde
sejam valorizadas e estimuladas a sua criatividade e iniciativa, possibilitando uma maior
interacção e integração com as pessoas e com o meio em que vivem, partindo não de
suas limitações e dificuldades, mas do potencial de desenvolvimento que cada um trás
em si, confiando e apostando nas suas capacidades, aspirações mais profundas e desejos
de crescimento e integração na comunidade.

Na abordagem de Díaz e Miguel et all (2009), as tecnologias de informação e


comunicação, nos tempos actuais, são como ferramentas ou ambientes de aprendizagem
para suprir as dificuldades de muitas pessoas com necessidades educacionais especiais
no seu processo de desenvolvimento e aprendizagem, que têm encontrado uma ajuda
eficaz na utilização. Pesquisas realizadas em diferentes instituições têm demonstrado a
importância dessas tecnologias no processo de construção dos conhecimentos desses
alunos. Porém, é relevante que se transforme o sujeito em activo na construção do
próprio conhecimento, é vital que lhe sejam oferecidas condições e ambientes nos quais
ele possa, a partir de seus próprios interesses e dos conhecimentos específicos, exercitar
sua capacidade de pensar, comparar, formular e testar ele mesmo suas hipóteses,
relacionar conteúdos, conceitos, garantindo, dessa forma, os passos primários para sua
independência.

3.3- Atitudes que podem favorecer a inclusão no Universo de estudantes com


deficiência visual

Como sabemos, a maioria das nossas universidades no país não estão


suficientemente preparadas para receber estudantes portadores de deficiência visual do
ponto de vista técnico e didáctico. Todavia, sempre há tempo para mudar o quadro, para
permitir a criação de espaço equitativo educacional quer no campo familiar que também
tem falhado muito quer no campo estudantil. O que significa que os docentes, os outros
discentes e todo pessoal técnico administrativo devem estar suficientemente preparados
do ponto de vista ético e humanístico para saber lidar com estes e garantirem a inclusão
por meio das acções, pois ainda verificamos estudantes nessa condição a serem
avaliados como os outros e, o mais caricato, o docente não saber como fazer a correcção
da sua avaliação por não compreender o braille.

28
As mudanças de posturas na abordagem aos estudantes com deficiência visual
(cegueira ou baixa visão) aguardam por acções concretas segundo Couto (2013, p.13-
14), como:

 Oferecer ajuda sempre que um estudante cego parecer necessitar, mas


sempre perguntando-o antes de agir e solicitando-o explicações de como
fazê-lo;
 Prestar informações ao estudante cego sempre que houver nova disposição
do mobiliário da sala de aula, permitindo o seu reconhecimento do espaço de
modo que tenha autonomia na mobilidade;
 Indicar as distâncias dos objectos e coisas em metros, quando houver
necessidade;
 Compreender que o excesso de ruídos na sala provoca incómodo ao discente
com deficiência visual, pois o mesmo se utiliza muito da via auditiva para a
apreensão do contexto;
 Estar solícito em auxiliar na orientação do discente com deficiência visual
em actividades de campo, de modo a favorecer a sua mobilidade e
participação;
 Possibilitar diferentes instrumentos de avaliação, como: prova em Braille,
prova oral, apresentação de seminários, portfólio, entre outros.
 Não excluir o estudante com deficiência visual da participação plena em
actividades de campo e sociais, nem minimizar tal participação.
 Permitir, durante as aulas, o uso do gravador, da máquina de escrever
Braille, de computador com programas sintetizadores de voz e ledores de
texto;
 Orientar o estudante cego para o reconhecimento do espaço físico do Centro
de Ensino (salas de aula, sanitários, cantina, reprografia, secretaria, gabinete
de docentes, laboratórios, biblioteca, etc.).

Contudo, podem parecer acções minimalistas mas são acções que nos
possibilitam dar espaço de habitabilidade e socialização aos outros. E como devemos
saber, somos todos uns potenciais portadores de deficiência e, criar um ambiente
favorável para estes é garantir a inclusão de futuras gerações com tal deficiência no

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campo social e académico. E como fica visível, muitas acções descritas aqui precisam
de uma resposta urgente em Angola, quer a nível da estrutura governamental bem como
da social para facilitar a integração destes no ambiente educacional.

3.4- Cidadania e direitos no ambiente educacional: formando cidadão e


transformando a sociedade

A constituição da República de Angola no seu artigo nº 2 aponta que o país é um


Estado Democrático de Direito que tem como fundamentos a soberania popular, o
primado da Constituição e da lei, a separação de poderes e interdependência de funções,
a unidade nacional, o pluralismo de expressão e de organização política e a democracia
representativa e participativa. Um Estado que promove e defende os direitos e
liberdades fundamentais do Homem quer como indivíduo quer como membro de um
grupo social, e assegura o respeito e a garantia da sua efectivação pelos poderes
legislativo, executivo e judicial, seus órgãos e instituições, bem como por todas as
pessoas singulares e colectivas.

Nesse sentido, a pessoa com deficiência não é menos cidadão em relação aos
outros. Pois, sendo participe da constituição e construção do país, deve, naturalmente
participar da vida pública e privada da sociedade pôr os seus direitos e garantias
reservados pelo Estado.

Nos termos do artigo 2.º do Decreto -Presidencial n.º 237/11 de 30 de Agosto, a


política da pessoa com deficiência é o conjunto de objectivos, princípios e directrizes
orientadoras das acções a empreender pelos diferentes organismos públicos e entidades
privadas, comunidades, familiares, organismos representativos de pessoas com
deficiência e sociedade em geral, visando a promoção e integração social da pessoa com
deficiência.

Por outro lado, o decreto no seu artigo 4.º aponta a necessidade de se,

 Promover a igualdade de oportunidade que assegura a participação plena da


pessoa com deficiência na sociedade;
 Garantir a adopção de medidas preventivas, que visem impedir o surgimento ou
agravamento da deficiência e das suas consequências, bem como as barreiras ou
constrangimentos emergentes dos diversos domínios da vida social;

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 Promover uma sociedade inclusiva através da eliminação de barreiras e
assegurar a plena integração da pessoa com deficiência no contexto
socioeconómico e cultural;
 Assegurar à pessoa com deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos e
de cidadania que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciam a sua
realização pessoal;

Compreende-se que a pessoa com deficiência merece um maior enquadramento


e política de inclusão que possibilitem exercer os seus direitos e deveres sem qualquer
entrave. Sendo o papel do Estado a protecção dos mais vulneráveis, garantido a
igualdade de oportunidade, a participação política, apoiar a formação específica e
adequado diminuindo o risco de preconceitos, que acabam cada vez mais aumentando o
nível de intolerância, violência física e psicológica com a pessoa deficiente.

No entanto, a cidadania, por sua vez resulta da possibilidade de participação da


vida pública do estado. No entender de Fernandes (2004, p. 116), “exercer a cidadania é
ter a consciência de seus direitos e obrigações, garantindo que estes sejam colocados em
prática, é um conjunto de direitos e obrigações civis e políticos que ligam o indivíduo ao
seu respectivo Estado”.

Se por um lado a constituição garante a participação cívica de todos cidadãos,


por outro, esses mesmos direitos não são observados quanto aos portadores de
deficiência visual. Pois, continuam a ter uma participação limitada pelo facto de não se
criar as condições básicas para tal exercício, pior ainda, pelo desincentivo ou
preconceito por parte de outrem.

Faz-nos perceber Xavier (2019) que, por causa do elevado índice do


analfabetismo e desinteresse dos assuntos do estado, muitos angolanos são afectados
pelo problema, também, da pouca e péssima informação que se prestam aos cidadãos,
entre eles, as pessoas com deficiência visual. Desta forma, desconhecem algumas leis
avulsas vigentes no país, o que aumenta o nível de violação dos seus direitos e a não
satisfação de muitas necessidades das pessoas a quem essas leis protegeriam. Por outro
lado, quanto maior for a percepção das leis que regem o país, maior será a satisfação,
tanto das pessoas que delas beneficiariam, como daqueles que se solidarizariam com
eles nesta participação.

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De tal maneira que, o acesso à educação não se reduz aos conteúdos ministrados
ou aos conhecimentos adquiridos em sala de aula. Ele se afirma também na formação de
cidadania. Assim, esta instituição é responsável e é exigido por lei deve garantir
condições mínimas de acesso e permanência, desenvolvendo acções que permitam a
autonomia e igualdade de condições entre as pessoas que a frequentam. Todavia, as
dificuldades para a transformação da Universidade em um espaço plenamente acessível
são muitas e a superação das mesmas depende de estratégias de curto, médio e longo
prazo. A demanda de actuação é muito diversificada. A acessibilidade vem sendo
construída processualmente, mas ainda faltam adaptações. Em termos de acessibilidade
motora, há um número ainda muito insuficiente de banheiros adequados, rampas,
elevadores, plataformas de acesso, portas e passagens alargadas. O número de
servidores é ainda insuficiente para toda demanda represada na instituição, segundo
Danielle e Janaína, (2019).

Portanto, o círculo do ambiente educacional deve nortear o cidadão,


independentemente do seu estado psicológico ou físico, para a participação da vida
social. Pois, embora haja fragilidades no nosso sistema de educação e ensino devemos
estar solidários e estar na linha da frente a defesa e inclusão dos deficientes em todas as
facetas da sociedade.

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CONCLUSÃO

Em suma, foi possível verificarmos por meio de toda bibliografia reunida a


compreensão de que os deficientes visuais e não só, têm sofrido bastante preconceito. O
que nos chama atenção para a necessidade da construção social com um paradigma
totalmente distinto do que temos vindo a assistir. Não obstante o problema se estender a
muitos países, sobretudo os subdesenvolvidos, atravessam imensas dificuldades para
enquadra no seu sistema de educação e ensino pessoas portadoras de deficiência visual e
não só, é preciso criar condições mínimas para a integração e inclusão destas pessoas.

Assim como muitos países, Angola, levou a cabo, após a independência, um


conjunto de iniciativas e programa político para promover o acesso à escola de pessoas
portadoras de necessidades especiais. Todavia, não foi possível alcançar, de todo, não
do ponto de vista numérico o acesso de muitas crianças com necessidade especial à
escola, mas este progresso não foi acompanhada com a condição social. Ou seja, não
preparamos o país do ponto de vista estrutural para ser mais acolhedor, com infra-
estruturas desajustadas a realidade de pessoas com necessidade especial. Nem do ponto
de vista social, porque continuamos a assistir um nível de preconceituosidade, exclusão.
Situação que precisamos mudar de forma urgente.

Conforme apontamos anteriormente, todo e qualquer ser humano é um possível


deficiente, sobretudo nos dias que vivenciamos um crescente número de pessoas que
vão adquirindo miopia ou outra forma de indícios para cegueira. Portanto, reflectir esse
tema é o início da possibilidade de prepararmos uma sociedade mais inclusa, menos
preconceituosa e mais altruísta, com seres humanos capazes de doarem-se a outro sem
ter em conta as suas diferenças.

Tendo em conta os títulos e subtítulos que constam no presente trabalho e da


metodologia utilizada, foi possível verificarmos que a investigação satisfaz às perguntas
científicas. Ou seja, urge a reflexão quanto a educação ética em Angola para uma maior
inclusão da pessoa com deficiência visual, apesar de se verificar em pequenas escalas
nas instituições da administração públicas. Por outro lado, as hipóteses foram
respondidas, sendo que as instituições educacionais em Angola continuam com os
padrões remoto de ensino sem ter em conta a inclusão da pessoa com deficiência visual,
sem aparelho gravador de som, sem livros em braille, sem infra-estruturas adaptadas,
com professores sem preparação para esse tipo de estudante, sem condições de
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mobilidade e outros que dificultam a sua adaptação e socialização, então o deficiente
visual encara várias dificuldades no ambiente social e educacional em Angola. E urge,
também, educarmos ética e moralmente as pessoas a encararem o portador de
deficiência visual como ser humanos normais, apenas com necessidades particulares,
que também goza dos mesmos direitos e deveres, contribuindo deste modo para a
formação de uma sociedade não ou menos preconceituosa possível onde a sua
participação cívica não é condicionada.

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SUGESTÕES

Tendo em conta os objectivos traçados e dos subtítulos aqui desenvolvidos, no


intuito de contribuirmos para a construção de uma sociedade mais inclusa e menos
preconceituosa, sugerimos, que o estado crie condições mínimas a nível de toda
administração do estado políticas de incentivos que promovam a inclusão dos
portadores de deficiência visual e não só; que as instituições escolares desde o nível
básico até ao superior tenham infra-estruturas (condições físicas, materiais) e pessoas
preparadas para responderem a esse desafio, pois muitos são os que desistem de se
formar, sobretudo a nível das universidades, por falta de condições e excesso de
preconceitos das pessoas; que a ética seja bandeira carregada pelas instituições de
educação e ensino para a formação de uma cultura integradora e de inclusão social; que
se construam mais escolas superiores com um sistema de adaptação aos portadores de
deficiência visual. Sob pena de corrermos o risco de continuarmos a conviver como se
nada tivesse acontecendo enquanto pessoas estão sofrendo e pedindo socorro a
sociedade. Pois, o homem que é preconceituoso hoje está a criar o palco de preconceito
para si e os seus descendentes amanhã. Portanto, chamamos a responsabilidade e a
intervenção de todos. Entretanto, por mais leis que existam para coagir o homem, é
imperioso que se transmitam valores ético, desde a infância até a fase adulta, que
transcendam as nossas diferenças, as limitações físicas e psicológicas.

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