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Disciplina: Teoria e Prática da Gestão Democrática

Autores: M.e Frediana Vezzaro de Medeiros

Revisão de Conteúdos: Esp. Daniel Vicente / Esp. Marcelo Alvino da Silva

Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso

Ano: 2016

Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral


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da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas
solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais.

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Frediana Vezzaro de Medeiros

Teoria e Prática da Gestão


Democrática
1ª Edição

2016
Curitiba, PR
Editora São Braz

2
FICHA CATALOGRÁFICA

MEDEIROS, Frediana Vezzaro de.


Teoria e Prática da Gestão Democrática / Frediana Vezzaro de Medeiros
– Curitiba, 2016.
48 p.
Revisão de Conteúdos: Daniel Vicente / Marcelo Alvino da Silva
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso.
Material didático da disciplina de Teoria e Prática da Gestão Democrática
– Faculdade São Braz (FSB), 2016.
ISBN: 978-85-5475-102-9

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PALAVRA DA INSTITUIÇÃO

Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz!

Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier,


nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão
Universitária.
A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas
também brasileiros conscientes de sua cidadania.
Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e
estudantes.

Bons estudos e conte sempre conosco!


Faculdade São Braz

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Apresentação da disciplina

Esta disciplina evidenciará os estudos e reflexões acerca da Gestão


Escolar Democrática foram organizados buscando contemplar a temática a
seguir proposta: a gestão escolar e a democracia, seus conceitos e definições;
a gestão escolar e a autonomia administrativa, financeira e pedagógica; os
mecanismos de gestão democrática: conselho de escola, APMF, conselho de
classe, grêmio estudantil; as formas de provimento ao cargo de diretor e a
atuação das equipes pedagógicas; a gestão democrática e a participação, clima
e cultura escolar; o trabalho do gestor escolar no cotidiano das instituições e a
atuação docente; função, objetivos e atribuições do Gestor Escolar no contexto
educativo contemporâneo. Nesse sentido, os objetivos para essa disciplina
foram assim delineados em:

 situar o sistema escolar, as escolas, o trabalho do professor e dos


gestores no contexto das transformações em curso na sociedade
contemporânea;

 desenvolver conhecimentos e competências para atuarem de


forma eficiente e participativa, nas práticas de organização e
gestão da escola e na transformação dessas práticas.

 debater práticas gestoras como recurso para análise e resolução


de futuros problemas do cotidiano da escola.

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Aula 1 – A gestão escolar, democracia e autonomia na sociedade
contemporânea: conceitos e definições

Apresentação Aula 1

Nesta aula serão abordados os principais conceitos e definições da


gestão escolar na contemporaneidade, bem como os principais objetivos a
serem a alcançados pelo gestor na comunidade escolar no cenário social e de
da educação globalizada.

1. A gestão escolar, democracia e autonomia na sociedade


contemporânea: conceitos e definições

O conhecimento das teorias que fundamentam a administração e gestão


é um fator determinante para melhor compreensão e condução das realidades
vividas no cotidiano da escola. Dessa forma, serão apresentadas e debatidas
teorias que favoreçam a reflexão sobre os processos administrativos, materiais,
humanos e sociais presentes na instituição escolar.

Vocabulario
Sociedade contemporânea – sociedade atual caracterizada
por um mundo globalização que geram novas formas de
pensar, sentir a agir em todas as pessoas da chamada “aldeia
global”.
Gestão democrática - forma de gestão que busca colocar em
prática as ideias de coletividade, comunidade, co-participação
e valorização da opinião do outro.

Pensar na gestão como um processo de mediação é o princípio


fundamental para que todo gestor saiba conduzir os processos tão complexos
nesse campo repleto de diversidade e particularidades muito próprias de cada
grupo atendido.

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Não é estranho afirmar que o profissional que se propõe a trabalhar nessa
função terá muitos desafios e conquistas frente a diversidade de ideias e
opiniões com que ele ou ela poderá trabalhar.

Pode-se afirmar que a escola é um sistema e, segundo LÜCK (2000), a


escola constitui-se em uma “organização sistêmica aberta”, e isso significa que
a escola é feita de elementos pessoais com diferentes papéis e estruturas de
relacionamentos, integrando-se mutuamente na busca do sucesso e da
qualidade do público a ser atendido.

Para que esse sistema funcione de forma integrada, deve-se propor uma
colaboração mútua entre todos os envolvidos, desprendida de interesses
individuais e vaidades para que venha realmente ter uma gestão escolar
democrática.

Nesse contexto, deve-se considerar a gestão da sociedade globalizada


numa correlação com a gestão educacional, pois o cenário econômico e social
tem forte impacto na condução das práticas gestoras da escola. Dessa forma,
considero importante lançar uma reflexão inicial acerca dos valores e ideais que
estão implícitos nas práticas dos gestores.

Ferreira (2003), afirma que:

A educação e sua gestão, portanto, enquanto responsáveis por esta


“condução”, necessitam firmar-se em ideais comprometidos com a
formação humana de profissionais da educação e de profissionais em
geral, de todos os cidadãos e cidadãs. Nesse sentido, cabe pensar e
questionar: Quais são os ideais que orientam as “tomada de decisões”
na sociedade globalizada e nas instituições? São ideais de equidade,
de justiça social, de solidariedade, de democracia ou são ideais
individualistas, de dominação e exclusão social? (FERREIRA, 2003,
p.03).

Ao pensar sobre esses aspectos considerados fundamentais no processo


de gestão democrática e nas atitudes dos gestores (sejam eles professores ou
não), precisa-se compreender que são ideais que favorecem o alcance dos
objetivos propostas para a gestão da escola, do grupo de professores, do grupo
de alunos, do grupo de funcionários que compõem o sistema da escola. No
entanto, não é difícil encontrar inúmeras escolas que vivem num campo minado,
com pessoas se lutam apenas por seus próprios interesses. Isso ocorre porque,
infelizmente, a competitividade e o individualismo sugeridos pela produção e

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pelo consumo (que se tornaram uma ideologia dominante) são a fonte de novos
comportamentos totalitários que se instala no mundo contaminado pela
violência, pela falta de tolerância e por toda a ordem de questões que
desmantelam a integridade humana.

Vídeo
Para aprimorar seus conhecimentos, assista ao vídeo no link
sugerido abaixo, contendo entrevista com Vitor Henrique Paro
sobre Gestão Escolar Democrática:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=WhvyRmJatRs

Todo esse comportamento perverso de individualidade percebido em


nossa sociedade capitalista passa a ser o mecanismo que rege todas as relações
entre pessoas, grupos e nações e, lidar com todas essas dificuldades passa a
ser um desafio para toda e qualquer pessoa que se dispõe a trabalhar com seres
humanos.
É por isso que defender a liberdade de expressão e igualdade de direitos
passa a ser o carro chefe das propostas gestores que pretendem atuar numa
perspectiva mais democrática.
Bobbio (1993), chama a atenção para a defesa da liberdade:

Não importa o tanto que o indivíduo seja livre em relação ao Estado,


se depois não é livre na sociedade...não importa o tanto que o indivíduo
seja livre politicamente se não o é socialmente. Por baixo da falta de
liberdade como sujeição, existe uma falta de liberdade mais
fundamental, mais radical e mais objetiva, a falta de liberdade como
submissão ao aparato produtivo e ideológico. (BOBBIO, 1993, p. 143).

Notoriamente, a necessidade de superar, constantemente, essa ideologia


neoliberal que consome com nossos ideais humanos e torna máquinas de fazer,
de reproduzir e de consumir dentro das nossas escolas.
Somado a todas essas ideias que consomem a natureza humana, o gestor
terá o campo da normatização escolar para ser administrado. Isso implica nos
princípios, diretrizes e normas organizacionais pedagógicas, curriculares que
regem a educação brasileira. Essas leis, decretos, deliberações e diretrizes são

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pensadas, construídas e validadas com a chancela de decisões políticas e,
portanto, devem ser muito bem assistidas pelos cidadãos, especialmente por
aqueles que lutam e representam outros grupos sociais que, aqui, no nosso caso
é a instituição escolar.
Deve-se considerar a gestão da sociedade globalizada numa correlação
com a gestão educacional, pois. O cenário econômico e social tem forte impacto
na condução das práticas gestoras da escola.
Libâneo, Oliveira, Toschi (2012), afirmam que:

Como todos os brasileiros têm direito à educação básica, há que existir


garantias institucionais e legais da realização desse direito que
somente o Estado pode assegurar. Entretanto, tais leis, diretrizes e
normas estão sujeitas a decisões políticas; ou seja, no embate das
forças sociais em movimento na sociedade, os grupos detentores do
poder econômico e político dirigem também as decisões educacionais.
Em contrapartida, as relações sociais e políticas nunca são harmônicas
nem estáveis; ao contrário, são tensas, conflituosas, contraditórias,
favorecendo a existência de um espaço para que as escolas e seus
profissionais operem com relativa autonomia em face do sistema
político dominante. Por um lado, não se pode ignorar a existência de
dispositivos legislativos e organizacionais do sistema de ensino, mas
por outro, eles podem e devem ser questionados no interesse de um
projeto de educação emancipatória. (LIBÂNEO, OLIVEIRA, TOSCHI,
2012, p. 41).

1.1 Gestão Escolar democrática: conceitos e definições

Pensar conceitos e definições da gestão escolar (democrática) é


fundamentar a nossa prática gestora a luz de teorias que contribuem com os
processos de gestão do cotidiano da escola.

Muitos princípios e estratégias de organização escolar surgiram das


experiências administrativas advindas de empresas, indústrias e comércios, no
entanto, há muitas diferenças e especificidades quando se trata de gestão
escolar, pois gerir a formação de pessoas em que apresentam uma natureza
interativa com presença marcante das relações interpessoais, revela a
necessidade de perpassar pelos conceitos básicos dos processos
organizacionais quando se trata de instituições educativas.

Os processos de gestão assumem diversos e modelos e definições,


conforme a concepção que se tenha assumido no projeto político pedagógico da
escola e até mesmo no mandato da gestão, seja ela a curto ou longo prazo. O

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que considerar importante deixar claro, é que as concepções adotadas pelas
escolas e por seus gestores estão intimamente ligadas à ideia que se tem sobre
as finalidades sociais e políticas da educação.

Para Refletir
“Os gestores, particularmente, devem lembrar que as decisões
tomadas, o modo como lidam com o poder e a forma como
administram o trabalho coletivo interfere direta e indiretamente
nos caminhos da sociedade. Quem está em cargo de liderança
precisa ter clareza das implicações das atitudes cotidianas e
estar ciente da responsabilidade pelos rumos que se seguem
quando projetos são elaborados, mudanças são promovidas
no currículo e nos critérios de avaliação do rendimento dos
alunos e decisões são tomadas em reuniões com os pais ou
com a comunidade escolar”. (RIOS, 2011, p.54).

Muitos e variados conceitos são apresentados por vários estudiosos que


concentram seus estudos no campo da gestão educacional, alguns dentro de
uma perspectiva mais tecnicista em que a direção do trabalho e a tomada de
decisões é centrada em uma única pessoa e, outros numa concepção mais
sociocrítica em que concebe a organização escolar como um sistema que agrega
pessoas. Nessa disciplina, centrar-se-á os conceitos propostos abaixo:

1.1.1 Mediação da gestão escolar

Ao observar as práticas de administração no dia a dia das empresas,


escolas e entidades sociais em geral, é possível notar que muito além de chefiar
e comandar, no processo de gestão deve-se revelar também (e principalmente)
a característica de intermediar. Ora a mediação é, portanto, um fator
determinante na gestão escolar para que realmente possa alcançar os objetivos.
Quanto essa afirmação nas ideias propostas por Paro (1998):

Todavia, se sairmos das concepções cotidianas e nos aprofundarmos


na análise do real, perceberemos que o que a administração tem de
“essencial” é o fato de ser mediação na busca de objetivos.

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Administração será, assim, como já defini anteriormente (PARO, 1986)
utilização racional de recursos para a realização de determinados fins.
(PARO, 1998, p. 04).

Nesse sentido, fica claro que administrar é mediar ações na busca de


objetivos comuns e que favorecem um determinado público. Já no que se refere
a utilização racional (destaque para a palavra racional), deve ser muito pontual,
séria e responsável, acreditando no compromisso selado com a gestão a que se
propôs. Isso implica em transparência e imparcialidade no processo de
mediação pois, infelizmente, alguns profissionais que se propõe a essa tarefa
tendem a formar grupos fechados excluindo aqueles que pensam diferente ou
questionam sua conduta gestora no decorrer do mandato.

Amplie Seus Estudos


SUGESTÃO DE LEITURA
Leia o livro Gestão escolar, democracia e qualidade
do ensino, de autoria de Vitor Henrique Paro, a obra
confronta conceitos teóricos com a prática
cotidiana, propondo reflexões sobre o papel
sociopolítico da educação, a qual apresenta uma
proposta para a implantação de mudanças com
vistas ao ensino para a democracia.

1.1.2 Concepção autogestionária

Na concepção autogestionária de gestão e de trabalho, muitos são os


envolvidos, e ao mesmo tempo, muito são os responsáveis pela condução das
atividades administrativas, pedagógicas, estruturais e financeiras, no entanto, os
objetivos e caminhos a seguir devem estar muito claros para que as pessoas
que dividem o poder de decisão não se percam ou façam escolhas
individualizadas.

Isso pode ser constatado nas ideias de Libâneo, Oliveira e Toschi (2012),
quando afirmam que:

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A concepção autogestionária baseia-se na responsabilidade coletiva,
na ausência de direção centralizada e na acentuação da participação
direta e por igual de todos os membros da instituição. Tende a recusar
o exercício de autoridade e as formas mais sistematizadas de
organização e gestão. Na organização escolar, em contraposição aos
elementos instituídos (normas, regulamentos, procedimentos já
definidos), valoriza especialmente os elementos instituístes
(capacidade do grupo de criar, instituir, suas próprias normas e
procedimentos). (LIBÂNEO, OLIVEIRA e TOSCHI, 2012, p. 446).

Para Refletir
Analise e reflita com atenção essa concepção. De que forma
é possível propor essa modalidade de gestão? Como essa
proposta de trabalho autogestionária terá resultados
satisfatórios e que beneficiem o coletivo? Quais são os
requisitos elementares para que essa concepção seja
adotada e assumida com responsabilidade por todos nas
escolas?

Deve considerar-se importante lançar esses questionamentos levando em


consideração o mundo do trabalho vivido na contemporaneidade que apresenta
características competitivas e individualistas em muitos setores e, o campo
educacional, não fica fora disso.

Ao valorizar os elementos instituístes (criar e instituir suas próprias


normas e regras), é necessário abrir mão de preferências individualizadas e
comportamentos egocêntricos e, acima de tudo, desenvolver o espírito
colaborativo e solidário em todas as instâncias da vida. Isso ocorre somente
quando incorpora-se tais comportamentos no nosso cotidiano, no
relacionamento com nossos pares, na forma respeitosa e igualitária de tratar o
porteiro da escola, a pessoa que produz a merenda, o aluno considerado
“problema” e as famílias repletas de limitações no que se refere ao entendimento
da proposta pedagógica da escola, enfim, desenvolver habilidades cooperativas
antes, depois e durante do processo de gestão é um caminho mais seguro e
tranquilo para propor uma proposta de trabalho autogestionária. Além disso, é
necessário que a equipe de professores envolvida no trabalho da escola assuma
essa tarefa de participar de forma consciente e eficaz nas práticas de
organização e gestão da escola. Tudo isso, se coloca como um grande desafio

12
ao gestor ou a gestora que assume esse compromisso, especialmente, nessa
perspectiva apresentada acima.

De todo modo, há que se levar em consideração que os modelos de


gestão vão se construindo, dia a dia, na troca de ideias com as pessoas, na
vivência das relações interpessoais e na proposição de grupos de estudo e
formação pela equipe gestora.

Não pode-se deixar de lado as novas realidades sociais lideradas pelo


neoliberalismo que molda comportamentos, conduz os processos de produção
e regula o papel do Estado, impactando de maneira significativa em todas as
relações de trabalho, especialmente naqueles ambientes que tem o ser humano
como campo de atuação.

1.1.3 Gestão democrático-participativa

Um outro conceito interessante a ser destacado nesta disciplina e que


pertence ao ponto central de discussão proposta, é a modalidade de gestão
participativa. Nela, há uma relação direta entre a direção e os participantes da
equipe escolar e os objetivos propostos devem ser assumidos e alcançados por
todos que fazem da tomada de decisões. Para que isso ocorra satisfatoriamente,
essa concepção valoriza fatores organizacionais que contribuem
significativamente para o sucesso das relações de ensino e aprendizagem na
escola.

São propostos os seguintes princípios da concepção de gestão escolar


democrático-participativa:

 autonomia da escola e da comunidade educativa;

 envolvimento da comunidade no processo escola;

 planejamento de atividades;

 formação continuada para o desenvolvimento pessoal e


profissional dos integrantes da comunidade escolar;

 relações humanas produtivas e criativas assentadas em uma


busca de objetivos comuns.

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O professor apresenta e discute, com o corpo docente, as dificuldades de
aprendizagem dos alunos, definindo práticas comuns a serem priorizadas nos
planos de ensino.

Saiba Mais
Para saber mais obre a relevância da gestão democrática e
participativa leia os artigos:
- A Relevância da Gestão democrática e participativa no
contexto educacional, de autoria de Magno da Nóbrega
Lisboa. Disponível no acesso:
http://editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/Modalidad
e_2datahora_16_06_2014_22_02_58_idinscrito_1158_b66f6
2d9c98232139741d879d5f2b2ab.pdf

- O Gestor escolar e suas competências: a liderança em


discurso, de autoria de Hercules Guimarães Honorato.
Disponível no acesso:
http://www.anpae.org.br/iberoamericano2012/Trabalhos/Herc
ulesGuimaraesHonorato_res_int_GT8.pdf

Libâneo, Oliveira e Toschi (2012), afirmam que:

A concepção democrático-participativa, acentua a necessidade de


combinar a ênfase sobre as relações humanas e sobre a participação
nas decisões com as ações efetivas para atingir com êxito os objetivos
específicos da escola. Para isso valoriza os elementos internos do
processo organizacional – o planejamento, a organização, a direção, a
avaliação – uma vez que não basta a tomada de decisões, mas é
preciso que elas sejam postas em prática para prover as melhores
condições de viabilização do processo de ensino-aprendizagem.
Advoga, pois, que a gestão participativa, além de ser a forma de
exercício democrático da gestão e um direito de cidadania, implica
deveres e responsabilidades – portanto, a gestão da participação.
(LIBANÊO, OLIVEIRA e TOSCHI, 2012, p. 448).

Dessa forma, percebe-se que a gestão democrática é uma ação coletiva,


e ao mesmo tempo, só se consolida com a dedicação e empenho de
responsabilidades individuais assumidas numa ação coordenada e controlada
com base nas decisões tomadas pelo grupo. Isso significa que cada membro
assume sua parcela no trabalho, aceitando a coordenação e avaliação
sistemática do direcionamento dado ao trabalho macro da escola.

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Na modalidade da gestão democrático-participativa, a relação existente
entre a direção da escola e os participantes do processo escolar, é aberta e
direta.

Pesquise
Leia a entrevista com Heloísa Lück, na qual abordam-se os
desafios da liderança nas escolas, e efetue uma pesquisa
sobre as distintas modalidades de dirigir uma escola para que
ela melhore continuamente.
Link: http://gestaoescolar.abril.com.br/formacao/toda-forca-
lider-448526.shtml

Resumo da aula 1

Nesta aula lançaram-se as reflexões acerca da relação da sociedade


mundializada e contemporânea com a gestão escolar; promovendo o debate
sobre a importância dos gestores que fundamentarem-se em teorias e processos
de gestão para melhor encaminhar suas equipes e, dessa forma, gerir a escola
da maneira mais satisfatória possível. Reforçaram-se os três modelos de gestão
(mediação da gestão escolar, concepção autogestionária e concepção
democrático-participativa).

Nesse sentido, essas concepções visam contribuir com a formação dos


futuros gestores numa perspectiva de gestão democrática, igualitária e justa
propondo um trabalho com seriedade e comprometimento nas escolas que
atuarão cotidianamente.

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Atividade de Aprendizagem
Construa um organograma do mecanismo administrativo
vigente da escola que você atua. Compartilhe com seus
companheiros de estudo e analise debatendo as mudanças
necessárias para alcançar uma gestão democrática.

Aula 2 – Mecanismos de gestão e organizações auxiliares da escola:


Conselho de escola, APM, conselho de classe, Grêmio estudantil. Formas
de provimento ao cargo de diretor e a atuação das equipes pedagógicas.

Apresentação Aula 2

Nesta aula serão abordados alguns mecanismos de gestão e organizações


auxiliares da escola. Sobre o conselho de classe, APMF, conselho de escola e
Organização estudantil e a atuação das equipes pedagógicas nesse processo
de gestão.

Certamente, é possível afirmar que uma escola se torna efetivamente


democrática e participativa na medida que a comunidade escolar se mostra ativa
e participante no cotidiano da escola. Dessa forma, as instâncias colegiadas
(conselho escolar, APMF, conselho de classe, etc.) da escola são caminhos que
tem como pano de fundo o Projeto Político Pedagógico alicerçado nas ideias de
construção coletiva. No entanto, não são todos os envolvidos na comunidade
escolar que podem participar de todas as decisões permanentemente, porém, é
possível criar e buscar alternativas representativas que permitam a participação
e o envolvimento da comunidade nas decisões.

2. Mecanismos de gestão e organizações auxiliares da escola: Conselho


de escola, APMF, conselho de classe e Grêmio estudantil.

Toda estrutura organizacional de uma escola que propõe alicerçar sua


filosofia escolar em uma gestão participativa, deve ter suas finalidades,
determinar papéis e responsabilidades.

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Vocabulario
Organizações auxiliares da escola: Instâncias colegiadas
que auxiliam na execução do projeto educacional pedagógico
proposto pela gestão escolar vigente, dentro de uma
perspectiva de gestão democrática e participativa. Quando
assumidas com responsabilidade e compromisso, essas
organizações contribuem significativamente para o alcance dos
objetivos coletivos que foram delineados por todos.

A comunidade escolar tem plena liberdade para participar das instâncias


colegiadas propostas pela escola e debatidas durante a construção do Projeto
Político Pedagógico. Nesse projeto, as possibilidades de participação são
articuladas na medida que se revelem importantes, necessárias e exequíveis
para a comunidade escolar. Dessa forma, criar órgãos de gestão que
proporcionem a representatividade e a coletividade são meios que toda escola
deve assegurar a comunidade escolar a fim de construir a própria identidade,
sustentando os ideais propostos no PPP por meio das modalidades de
participação colegiada que será explanada nessa aula.

Na escola, as pessoas interagem umas com as outras, entram em conflito,


aproximam-se ou afastam-se, decidem juntas, enfim relacionam-se. Portanto, as
pessoas precisam aprender a conviver nesse espaço de conhecimento. O tipo
de relação que o grupo deve apresentar para conviver com as diferenças, deve
ser relacionado ao de Mediar os saberes.

Nos últimos anos, diversas experiências voltadas à participação da


comunidade escolar, tanto em escolas públicas quanto em escolas particulares,
têm sido desenvolvidas com o intuito de aproximar pais, alunos e professores,
como também de convidá-los a vivenciar de maneira mais próxima, mais efetiva
e responsável as formas de gestão democrática e participativa propostas pelos
ambientes escolares.

A concepção de escola em que os indivíduos adquirem conhecimento,


competências e capacidades, o gosto pelo saber, o sentido da análise e o

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espírito crítico estão ligados: Ao objetivo a ser alcançado na produção do
conhecimento.

Deve-se levar em consideração que a falta de participação das famílias


nesse processo é um dos desafios que norteiam a função da gestão escolar, no
entanto, é sabido também, que os pais que se põe a essa tarefa contribuem
significativamente para alcançar o melhor desempenho da escola de seu filho.

Nóvoa (1995), afirma que:

A escola tem de ser encarada como uma comunidade educativa,


permitindo mobilizar o conjunto dos atores sociais e dos grupos
profissionais em torno de um projeto comum. Para tal, é preciso realizar
um esforço de demarcação dos espaços próprios de ação, pois só na
clarificação destes limites se pode alicerçar uma colaboração efetiva.
(NÓVOA, 1995, p. 35).

Para Nóvoa (1995), o funcionamento satisfatório de uma escola está


alicerçado no compromisso de todos assumirem um projeto comum com
parcerias entre pais, alunos, professores e funcionários, tendo cada um seu
espaço próprio de atuação e execução de ações nas quais se tenham pessoas
responsáveis e leais na realização das atividades, projetos e ações em geral que
foram estabelecidas por todos.

O envolvimento da comunidade no processo escolar também é uma


exigência posta em lei, por meio da LDB 9394/96, em seu artigo 14, o qual
determina que:

Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do


ensino público na educação básica, de acordo com suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I – Participação dos profissionais da educação na elaboração do


projeto político pedagógico da escola;

II – participação das comunidades escolar e local em conselhos


escolares ou equivalentes. (BRASIL, 1996, p. 10).

Dessa forma, a gestão democrática é considerada uma exigência sadia,


no entanto, como visto acima, a lei faz menção apenas às escolas públicas, o
que é um equívoco, pois todas as gestões do ponto de vista educacional
deveram ser democráticas. Nos princípios estabelecidos no artigo 14, observa-

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se que a participação dos professores na elaboração do PPP e da comunidade
escolar nos conselhos foi destaque para que realmente sejam eficientes e
legítimas no que se refere à execução das ações que tenham pais, alunos,
docentes e funcionários com pano de fundo do processo de gestão participativa.

Importante
A LDB 9394/96, em seu artigo 14, determina que:
Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão
democrática do ensino público na educação básica, de
acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes
princípios:
I – Participação dos profissionais da educação na
elaboração do projeto político pedagógico da escola;
II – participação das comunidades escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes. (BRASIL, 1996,
p.10).

O estreitamento entre a escola e a comunidade interna e externa se dá de


diversas e diferentes formas, dependendo da gestão e do momento histórico
vivido por cada escola.

As organizações auxiliares da escola, garantem a representatividade e


participação de todos aqueles que queiram somar com o desenvolvimento da
escola e, especialmente, dos alunos.

Atualmente, os alunos chegam à escola sem saber o que significa ser


aluno. Desconhecem as regras que se fazem necessárias para o aprendizado.
Reproduzem comportamentos indesejáveis, fato que deixa a equipe docente
desmotivada. O papel do professor em face dessa realidade, deverá colocar em
prática o projeto educativo da escola.

2.1 Organizações auxiliares da escola: Conselho escolar, APM,


Conselho de classe e Grêmio estudantil

As modalidades de participação da comunidade escolar estão sempre


vinculadas ao Projeto Político Pedagógico, e devem permear o cotidiano da
escola não somente no sentido de cumprimento da lei, mas acima de tudo, com

19
a intenção de que toda a comunidade escolar perceba a escola como um local
coletivo de formação e exercício da cidadania.

Algumas dessas modalidades são: o conselho escolar, a Associação de


Pais e Mestres (APM), o conselho de classe e o Grêmio Estudantil.

2.1.1 Conselho escolar

A existência de um conselho escolar é nada mais, nada menos, do que a


criação de um “setor” que tem olhos atentos a tudo e a todos, sempre buscando
contribuir com as decisões e com a resolução dos problemas que surgem nas
vivências escolares. É fato que cada integrante da comunidade escolar
visualizará as situações do seu ponto de vista e, analisar o problema do outro,
nem sempre é considerada uma tarefa simples e, nesse sentido, o conselho
escolar visa atuar nesses espaços conflituosos existentes na escola com a
participação de educadores, educandos, pais, funcionários e membros da
comunidade em que a escola está situada.

Para Refletir
Reflita:
“Tudo o que a gente puder fazer no sentido de convocar os
que vivem em torno da escola, e dentro da escola, no sentido
de participarem, de tomarem um pouco o destino da escola na
mão, também. Tudo o que a gente puder fazer nesse sentido
é pouco ainda, considerando o trabalho imenso que se põe
diante de nós que é o de assumir esse país
democraticamente.” (FREIRE, 1996).

O conselho escolar tem as seguintes funções estabelecidas: consultivas,


deliberativas, fiscais e mobilizadoras, envolvendo-se sempre com questões
pedagógicas, administrativas e financeiras. No que se refere a participação dos
integrantes da comunidade escolar, Piletti (2004), afirma que:

Cabe a cada sistema de ensino e a cada escola estabelecer qual deve


ser a participação relativa de educadores, educandos e pais no
Conselho Escolar. Uma das hipóteses é a de que essa participação
seja de 50% de profissionais da educação e 50% de alunos, pais e

20
outros membros da comunidade, admitindo-se, porém, outras
alternativas. (PILETTI, 2004, p. 169).

Em vários Estados, o conselho é eleito no início do ano letivo e o tempo


de gestão vai depender das normas estabelecidas em cada região.

A atuação sólida dos Conselhos Escolares traz uma implicação


significativa, pois apoia várias lutas, tais como: necessidade de melhoria da
infraestrutura da escola, maior valorização dos profissionais da educação,
rigorosidade e qualidade da merenda escolar, entre outras.

Entende-se os Conselhos Escolares como um caminho democrático de luta


pelos direitos e deveres da escola pública, a qual favoreça significativamente o
exercício da cidadania daqueles que se disponibilizam a essa tarefa.
Representam, dessa forma, um espaço de participação, decisão e discussão das
urgências educacionais no qual se busca criar e desenvolver uma cultura
democrática, substituindo a cultura autoritária e individualista.

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SUGESTÃO DE LEITURA
Leia o livro Avaliar para promover: As setas do
caminho, de autoria de Jussara Hoffmann. A obra
traz os cinco princípios essenciais da avaliação, no
sentido da efetiva promoção da aprendizagem de
uma ação que se projeta no futuro, embasada em
princípios éticos de respeito às diferenças.

2.1.2 Associação de Pais e Mestres

Essa instituição auxiliar da escola também é corresponsável em colaborar


com o direcionamento das atividades escolares, representando sempre as
aspirações dos pais e alunos da escola.

Desse modo, deve-se atentar-se nas normas que regem a Associação de


Pais e Mestres do Estado de São Paulo. Conforme artigo 2º do estatuto – Padrão

21
da APM, das escolas oficiais do Estado de São Paulo (Decreto nº 12.983, de
15/12/78), “a APM, instituição auxiliar da escola, terá por finalidade colaborar no
aprimoramento do processo educacional, na assistência ao escolar e na
integração família-escola-comunidade.”

Além do mobilizar recursos humanos, materiais e financeiros da


comunidade escolar para contribuir com a escola, é muito importante que a APM
favoreça o entrosamento entre pais e professores promovendo:

 a melhoria do ensino;
 o desenvolvimento de atividades de assistência ao educando nas
questões socioeconômicas e de saúde;
 a organização de atividades culturais e de lazer que envolvam a
participação integrada de pais, alunos e professores.

Essas são algumas das atribuições da APM que deve se mostrar ativa
para que realmente execute tais medidas. Nada será realizado quando houver
um grupo passivo em relação às ações que devem ter como iniciativa a APM da
escola.

Nesse sentido, Piletti (2004), considera importante lançar algumas


considerações sobre a atuação das APMs em nossas escolas.

Em primeiro lugar, parece que as Associações de Pais e Mestres têm


poucas oportunidades e são pouco estimuladas a colaborar para que
a escola atinja os objetivos educacionais. Mas mesmo que tal
colaboração seja estimulada e exista de fato, é preciso muito mais: As
APMs podem e devem participar da própria formulação dos objetivos
educacionais. Ou, ao menos, devem poder discutir tais objetivos, para
que a escola realmente tenha condições de trabalhar em consonância
com a comunidade. Segundo consta, as APMs ouvem muito mais do
que falam. Principalmente os pais dos alunos, já que, na maior parte
dos casos, os professores que também fazem parte da APMs, são os
que mais falam nas reuniões. Por outro lado, na medida em que o
diretor da escola é o presidente nato do Conselho Deliberativo das
APMs, a tendência é sobrar pouco espaço para a participação efetiva
dos pais nas decisões. Ao que tudo indica, este é o item para o qual os
pais são mais frequentemente convocados: mobilizar recursos
humanos, materiais e financeiros da comunidade para auxiliar a escola.
Isto é: tapar o buraco deixado aberto pelo governo, a quem cabe, em
primeiro lugar, fazer funcionar satisfatoriamente a escola. Na verdade,
parece que a maior parte dos recursos recolhidos pelas APMs é
utilizado para a conservação e manutenção do prédio, do equipamento
e das instalações, pouco ou nada sobrando para a melhoria do ensino.
É importante lembrar aqui que a taxa da APM não é obrigatória e,
portanto, nunca deve ser vinculada à matrícula. (PILLETI, 2004, p.167).

22
Conforme citação acima, a APM que deveria ser mais que uma parceira,
acaba sendo mais um desafio posto ao gestor, visto que todas as instituições
auxiliares visam somar forças para alcançar objetivos pedagógicos, financeiros
e administrativos, no entanto, mediar todos esses grupos não é uma tarefa
simples, pois são compostos por seres humanos, os quais possuem suas
limitações, potencialidades e vaidades. Quando fala-se de participação, decisão
e representatividade, todos necessitam de seu espaço. Espaço para falar e
espaço para ouvir, devendo ser compreendido por todos, especialmente pelos
profissionais da educação que debatem essas questões no percurso de sua
formação acadêmica.

Dessa forma, buscar parcerias e pessoas que auxiliem na tomada de


decisões permite que a gestão participativa e democrática aconteça de maneira
mais efetiva e o gestor não tenha que se responsabilizar pelas ações de todos.

2.1.3 Conselho de classe

Pode-se entender que o Conselho de Classe é como uma reunião


realizada por profissionais que atuam na escola com o principal objetivo de
discutir o rendimento dos alunos, as melhores formas de aprendizagem e seus
resultados, a (re) organização curricular e outros aspectos pertinentes a esse
campo sempre analisando a questão em destaque do ponto de vista de diversos
profissionais.

Quando bem conduzidas, além de ser um espaço de troca de ideias e


avaliação coletiva das aprendizagens dos alunos, é também um espaço de
reflexões e indagações, e no que se refere a mudança de postura da equipe e/ou
da estrutura escolar para que se obtenham melhores resultados.

23
Saiba Mais

Para saber mais sobre Conselho Escolar e Conselho de


Classe, leia:
- Cartilha sobre O Programa Nacional de Fortalecimento dos
Conselhos Escolares – Volume 1. (MEC, 2004). Disponível no
acesso:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad1.
pdf

- A Função do Conselho de Classe na organização do trabalho


pedagógico, de autoria de Rita de Cássia Pizoli. Disponível no
acesso:
http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/
3343_1498.pdf

- Conselho de classe: um espaço de reflexão, de autoria de


Catarina Iavelberg. Disponível no acesso:
http://gestaoescolar.abril.com.br/aprendizagem/conselho-
classe-espaco-reflexao-647283.shtml

No entanto, isso nem sempre acontece, pois a realidade que tem na


prática escolar ainda concebe o Conselho de Classe apenas com um momento
em que os professores e equipe pedagógica lançam queixas e lamentações
sobre os alunos. Quando mal planejado, muitas vezes ele perde o foco,
tornando-se um jogo de culpabilização das atitudes dos envolvidos.

Segundo Pizoli (2009):

Por meio da Deliberação n 007/99, do Conselho Estadual de


Educação, foram instituídos no Paraná, os Conselhos de Classe, como
um órgão colegiado, de natureza consultiva e deliberativa. Sua
finalidade é intervir em tempo hábil no processo ensino aprendizagem
e indicar alternativas que busquem sanar as dificuldades e garantir a
aprendizagem dos alunos. A coleta e organização dos dados a sem
analisados durante a reunião do colegiado é de responsabilidade da
equipe pedagógica. (PIZOLI, 2009, p. 69).

Apesar de ser um instrumento de avaliação para os professores


verificarem a evolução e as dificuldades dos estudantes, muitos o consideram
como uma “perca de tempo” imaginando-o como uma forma de dar novas
chances para perder que não se esforçaram. No entanto, as causas e

24
consequências de uma possível reprovação vão muito além da simples falta de
esforço e é isso que deve ser analisado com cuidado e atenção. Infelizmente
ainda há aqueles que usam o Conselho de Classe como um espaço para rotular
alunos e manifestar pontos de vista excludentes, o que torna o momento
desgastante e interminável.

Pesquise
Leia a cartilha sobre O Programa Nacional de Fortalecimento
dos Conselhos Escolares – Volume 5, e pesquise sobre a
importância dos conselhos escolares.
Link:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad5.
pdf

É necessário levar em consideração também alguns problemas oriundos


da rotina escolar e que interfere significativamente no processo de organização
e planejamento do Conselho de Classe. Quais são esses problemas? O primeiro,
e o mais importante é a questão do tempo, pois há muitas demandas na escola
a serem “cumpridas”.

Veja algumas: Necessidades relacionadas à indisciplina dos alunos, ao


atendimento aos pais, aos prazos de documentação que devem ser cumpridos,
a formação continuada dos professores, aos eventos e projetos pedagógicos que
são realizados na comunidade escolar e, com todas essas demandas à serem
atendidas, o conselho de Classe acaba sendo realizado sem planejamento e
com o foco acentuado nas notas dos alunos.

Nesse sentido, se faz necessário que todos os profissionais envolvidos nos


processos de atuação do conselho escolar superem essa visão excludente,
antidemocrática, e apenas de resolução de problemas. Ele pode, quando
planejado adequadamente, ser um instrumento aliado de toda a equipe e
favorecer prioridades da escola que até então eram deixadas de lado.

25
Vídeo
Assista o vídeo que retrata uma experiência de parceria entre
pais alunos, professores e equipe pedagógica que deu certo em
uma perspectiva de Conselho de Classe participativo.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=rMSrmTP-ufE

2.1.4 Grêmio Estudantil

Em 4 de novembro de 1985, foi promulgada a Lei nº 7398, cujo artigo 1º


assegura aos estudantes dos estabelecimentos de ensino fundamental e ensino
médio a organização de grêmios estudantis como entidades autônomas,
representativas dos interesses dos estudantes, como finalidades educacionais,
culturais, cívicas, desportivas e sociais.

Esse setor deve estar regulamentado no Regimento Escolar para que


entre em atividade na escola. Podem variar sua estrutura e composição. É
recomendável que tenham autonomia de organização e funcionamento, pois é
um espaço de livre expressão estudantil e deve ser respeitado por todos da
comunidade escolar.

Vale destacar que os princípios de coletividade, justiça e igualdade devem


estar presentes em todas as ações dessa instância colegiada. A parceria entre
os dirigentes do Grêmio Estudantil, direção, professores, equipe pedagógica e
alunos em geral deve ser a regra vigente para que as necessidades, aflições e
anseios desse grupo sejam abraçados por todos.

Curiosidade
Em 4 de novembro de 1985, foi promulgada a Lei nº 7398, cujo
artigo 1º assegura aos estudantes dos estabelecimentos de
ensino fundamental e ensino médio a organização de grêmios
estudantis como entidades autônomas, representativas dos
interesses dos estudantes, como finalidades educacionais,
culturais, cívicas, desportivas e sociais. Nesse mesmo período
que a vigência da Ditadura militar chega ao fim no sistema
presidencial do Brasil.

26
Resumo da Aula 2

Nesta aula destacaram-se alguns aspectos, tais como a percepção das


instituições auxiliares da escola como meios de consolidar o projeto educativo
proposto pela gestão em exercício e a valorização do Conselho Escolar, a APM,
o Conselho de Classe e o Grêmio Estudantil.

Dessa forma, visto as principais características de cada uma dessas


instituições, debatendo e analisando as potencialidades e fraquezas de cada
uma delas buscando uma caminho de unidade com base na perspectiva de
gestão democrática e participativa.

Atividade de Aprendizagem
Discuta com seu grupo: Em que grau a finalidade das instituições
auxiliares da escola estão sendo cumpridas? Você acredita que
a escola tem condições de assumir uma proposta de autonomia
no que se refere a essas instituições (Conselho escolar, APM,
Conselho de Classe e Grêmio estudantil)?

Aula 3 – A gestão democrática, clima e cultura escolar. O trabalho do gestor


escolar (funções, objetivos e atribuições) no cotidiano das instituições e a
atuação docente.

Apresentação aula 3
Nesta aula da disciplina Teoria e Prática da gestão democrática. Será
explanado sobre o clima e a cultura escolar numa perspectiva de gestão
democrática. O trabalho do gestor, suas funções e atribuições no cotidiano das
instituições e como a atuação docente pode contribuir no sucesso da gestão em
exercício.

3.1 Gestor escolar


Visto nas aulas anteriores que a real efetivação da gestão democrática e
participativa perpassa por vários obstáculos, desafios e conquistas. Quando
pensa-se em gestão escolar logo lembra-se de teorias e práticas relacionadas à

27
administração. Administração de pessoas, de recursos financeiros, materiais e
estruturais, etc. Mas vejam: o que vem a ser a administração de uma escola?
Quais as especificidades desse ambiente que formam uma cultura escolar
muito própria e repleta de particularidades? Como o gestor democrático pode
administrar um espaço carregado de diversidade, igualdades e diferenças?
A ideia dessa aula não é dar respostas prontas, mas lançar olhares ao
campo da gestão (democrática) propondo reflexões sobre o clima e a cultura
escolar que se faz presente nas escolas brasileiras.
Os processos de gestão assumem diversos e modelos e definições,
conforme a concepção que se tenha assumido no projeto político pedagógico da
escola e até mesmo no mandato da gestão. As concepções adotadas pelas
escolas e por seus gestores estão intimamente ligadas: à ideia que se tem sobre
as finalidades sociais e políticas da educação.

Segundo Rodrigues (1987):

Na administração da educação, assim como na administração de


qualquer instituição social, seja ela Estado, Secretaria de Educação ou
escola, não podemos ignorar que estamos lidando, essencialmente,
com relações sociais, humanas e culturais. Portanto, a função principal
de um dirigente não é apenas dar conta, tecnicamente, da
administração da empresa, porque a escola não é uma empresa – ela
é um empreendimento cultural. É um empreendimento por onde
passam, essencialmente relações sociais, culturais e humanas. A
escola, para atuar bem, não pode contar apenas com competências
técnicas, mas também com a vontade, o desejo, o amor e o empenho
dos homens que participam do processo educativo. Para que a
atividade educacional aconteça, não é suficiente um reto e adequado
planejamento. Uma aula eficiente de História, Geografia, Ciências ou
Língua Pátria não depende apenas de objetivos bem
operacionalizados, processos de avaliação corretos, livros didáticos
competentes, professores bem preparados e serviço de inspeção
adequado. [...] Nesse sentido, a função do dirigente é não só a de
garantir a gerência dos prédios e equipamentos ou de relações de
trabalho. Sua função mais importante é realizar uma liderança política,
cultural e pedagógica.” (RODRIGUES, 1987, p. 104.).

Dessa forma, o dirigente deve desenvolver a habilidade de articular vários


interesses que se fazem presentes no ambiente da instituição escolar. No
entanto, não resta dúvida de que essa habilidade se desenvolve e é aperfeiçoada
da prática escolar (no cotidiano dos acontecimentos e nas vivências políticas,
sociais e culturais da escola). Ninguém nasce gestor pronto e acabado. Ninguém
aprende do dia para a noite determinadas habilidades, mas é nas relações de

28
parceria e troca de experiências que o gestor vai se moldando e se consolidando
num processo contínuo de aprendizagem colaborativa com seus pares.

Vocabulario
Cultura escolar: é a cultura educativa e social de uma
instituição escolar que tem suas características próprias em
relação à participação e processos de ensino-aprendizagem
dos estudantes, formação continuada dos docentes e
envolvimento da comunidade escolar. A cultura escolar vai se
consolidando na medida que a escola solidifica seu projeto
político e social de educação.

Nesse processo de amadurecimento da função gestora, inevitavelmente,


há a presença marcante de erros e acertos, no entanto, saber lidar com essa
demanda é peça chave para o sucesso de todo gestor democrático e de sua
equipe.
Nesse sentido, é muito comum nos deparar-se com vários profissionais da
educação que defendem e apostam em novas possibilidades de atuação
administrativa ou pedagógica quando discordam ou sentem-se insatisfeitos com
determinado posicionamento de seus gestores. É fato também que, ao perceber
o cotidiano da escola carregado de problemas relacionados aos docentes, a
equipe da limpeza, a merenda escolar, a comunidade, aos pais, etc., muitas
pessoas que atuam nesse ambiente lançam críticas nem sempre construtivas e,
quando lançam críticas que podem somar para a equipe nem sempre são bem
recebidas. Visto, portanto, o paradoxo presente nessas reações de crítica, sejam
elas construtivas ou destrutivas. Paradoxo esse que revela como a escola está
em crise e necessita de reinvenção.
De acordo com Ferreira (2003), pode-se constatar que:
Critica-se a escola que existe porque ela expressa muito mais o
passado que deploramos do que o presente que nos desafia, porque a
escola que temos não parece reunir condições de enfrentar essa época
de transição e rupturas, de paradoxos e incertezas. Criticamos a escola
que temos porque enxergamos nela o resultado vivo de políticas
cauísticas, praticadas nos últimos anos, tendo como norte a ideia do
“ajuste” e da reforma administrativa. Criticamos a escola existente
porque a vemos como o resultado vivo da incapacidade social de se
interessar ativamente pela escola, defendê-la e brigar por ela.
(FERREIRA, 2003, p. 36.).

29
Assim, o exercício da gestão requer conhecimentos, habilidades e
mudanças na forma de agir e pensar para além de si mesmo. Por isso, é
importante que o gestor tenha convicção de seus ideais políticos e educacionais,
bem como no seu estilo próprio de gestão do trabalho pedagógico para que
possa influenciar positivamente seu grupo, sendo capaz de interpretar as
aspirações comuns e lutar por elas.

Mesmo com a escola enfrentando uma crise social, ela caminha em busca
de uma nova identidade e, dessa maneira, não pode-se acreditar que o trabalho
do gestor seja passageiro de modo que, após esse período, não haja mais crises,
conflitos ou problemas na escola. Pelo contrário, na medida que as pessoas se
socializam, se desenvolvem e tem mais acesso ao conhecimento, mais críticas
e conflituosas elas se tornam. Assim, saber gerir todas essas características
presentes na sociedade e na cultura escolar é uma habilidade fundamental para
o gestor com características democráticas e participativas.

Importante
“Na administração da educação, assim como na administração
de qualquer instituição social, seja ela Estado, Secretaria de
Educação ou escola, não podemos ignorar que estamos lidando,
essencialmente, com relações sociais, humanas e culturais.
Portanto, a função principal de um dirigente não é apenas dar
conta, tecnicamente, da administração da empresa, porque a
escola não é uma empresa – ela é um empreendimento cultural”.
(RODRIGUES, 1987, p. 104).

Vale destacar questão da cultura escolar. Ela é algo que se consolida


pouco a pouco, formando a base sólida e filosófica de crenças e valores que a
escola construiu ao longo da sua existência com o enraizamento de ações,
projetos e com o resultado de todo o trabalho das pessoas que por ela passaram.
Nessa perspectiva, Pol et al (2007, p. 67), afirmam que:

30
A cultura escolar, entendida como a cultura de uma escola, [...] se
manifesta através de formas específicas de comunicação, na
realização de atividades pessoais, na maneira como as decisões são
tomadas pela gestão da escola, no clima social da escola e nas
opiniões partilhadas pela população escolar.

Desse modo, compreender as relações existentes na escola e visualizar as


características dela representada na atitude dos alunos, na parceria estabelecida
com as famílias e no relacionamento com os professores é peça decisiva para
que o trabalho do gestor flua positivamente.

A escola sempre teve e tem funções importantes na vida de um estudante


e isso é algo que faz parte da cultura escolar geral, no entanto, atualmente as
funções passaram por modificações muito próprias do tempo atual, e elas
necessitam ser pensadas, analisadas para serem compreendidas e melhor
conduzidas. Basta olhar para uma classe de quarenta alunos do Ensino Médio,
por exemplo, e verificar que cada grupo ali formado, traz vivências e
necessidades compatíveis com sua vida prática. Isso significa que nem todos
gostam das mesmas coisas, das mesmas disciplinas, das mesmas discussões,
dos mesmos projetos, alguns até demonstram desinteresse pelo ambiente
escolar e por tudo que ali é desenvolvido. Obviamente essa situação representa
um desafio para todos da escola, especialmente, para o professor que precisa
manejar no dia a dia da sala de aula todos esses tipos de relações e conflitos
estabelecidos no interior da escola.

Nesse sentido, resta buscar espaços de discussão e formação para


aperfeiçoar nossa conduta pedagógica a fim de optar pelos melhores caminhos
ao enfrentar uma situação adversa e conflituosa. Cada vez mais a escola é
constituída por um elemento fundamental que nos ensina a aprender a conviver:
a diversidade.

31
Saiba Mais
Para saber mais sobre o clima e a cultura organizacional acesse o
artigo e a apresentação abaixo:
- A influência do clima e cultura organizacional na gestão de uma
escola do ensino fundamental, de autoria de Fernando Antonio de
Melo Pereira, Elane de Oliveira e Jeanne Christine Mendes Teixeira.
Disponível no acesso:
http://revista.uepb.edu.br/index.php/qualitas/article/viewFile/1521/9
25

- Clima e Cultura Organizacional, postado por Roberta Bröer.


Disponível no acesso:
https://prezi.com/iur9zzt0oqle/gestao-da-cultura-e-do-clima-
organizacional-da-escola/

3.2 O trabalho do gestor escolar: funções, objetivos e atribuições

As funções exercidas pelo gestor da escola são, sem dúvidas,


fundamentais para a real concretização das ações propostas dentro de uma
perspectiva democrática e participativa. É ele quem organiza os debates, propõe
olhares para situações esquecidas, direciona as prioridades, sempre agindo
numa perspectiva coletiva de trabalho.

Embora pareça simples administrar essas relações, é no trato com as


pessoas (que trazem sua bagagem de crenças e valores e nem sempre aquilo
que é certo e verdadeiro para uma pessoa, será para as outras) que o gestor
terá seus aprendizados.

Dessa forma, se faz necessário estabelecer as funções administrativas


que aqui será dividida basicamente em três grupos: funções pedagógicas,
funções sociais e funções burocráticas. Veja abaixo, cada uma delas:

3.2.1 Funções Pedagógicas

As ações relacionadas às funções pedagógicas estão atreladas a gestão


do projeto político pedagógico, do currículo escolar, do ensino e aprendizagem
e da avaliação. Entende-se, que esses elementos constituem a natureza da
atividade escolar. Todos os profissionais que atuam na escola são responsáveis

32
pelo planejamento e execução, mas a responsabilidade direta e legal é do gestor
e da equipe pedagógica.

Uma das funções que merece destaque é saber gerir o processo de


tomada de decisões por meio de práticas participativas. É dessa decisão que os
trabalhos serão encaminhados e se consolidarão futuramente. Um gestor
passivo e que não se mostra atuante na tomada de decisões perde seu espaço
e, consequentemente, seu poder ideológico e político.

Outra função essencial do trabalho do diretor é a de intermediar a escola


com instâncias escolares superiores. Toda instituição escolar é submetida a
setores superiores educacionais que formulam toda a normatização e as
diretrizes municipais, estaduais e federais para que os objetivos sejam
alcançados. É necessário estar atento, também, aos processos avaliativos e
seus resultados com o intuito de intervir e propor novas ações quando for
necessário.

Amplie Seus Estudos


SUGESTÃO DE LEITURA
Leia o livro Memórias de Escola: Cultura
Escolar e Constituição de Singularidades, de
autoria de Teresa Cristina Rego.

3.2.2 Funções sociais

Há que se levar em consideração que a escola é uma rede de relações:


Relaciona-se com os pais, com a comunidade, com sindicatos, com prestadores
de serviços, com a comunidade escolar. Todas essas relações devem ser bem
conduzidas e avaliadas, resultando em interesses que sejam compatíveis aos
interesses dos alunos, pais e professores.
Vale destacar que no contexto que vivemos (professores, funcionários e
alunos mais participativos e atuantes) é sempre interessante que a direção da

33
escola esteja aberta a novidades, tendo alta capacidade de liderança positiva no
sentido de envolver os professores e toda a equipe da escola nas iniciativas
realizadas. Quantas promoções, quantos eventos, quantas festividades e feiras
a escola não promove? Sentir-se pertencente a tudo isso e comprometer-se com
os acontecimentos da escola é prova de envolvimento e seriedade no trabalho
que se propõe a realizar. Embora saibamos das limitações financeiras que a
escola passa e da falta de valorização dos profissionais que atuam nos espaços
escolares, é fato que lutar por uma causa a fará grandiosa e, consequentemente,
mais valorizada. Talvez, essa valorização não ocorra no momento presente, mas
os frutos da luta serão colhidos pelos futuros profissionais da educação.

3.2.3 Funções burocráticas

Apesar de ter um caráter secundário, é a que, geralmente, ocupa a maior


parte do tempo do diretor/gestor. A função burocrática representa a tomada de
decisão no que se refere à legislação escolar, às normas administrativas, os
recursos físicos, materiais, didáticos e financeiros, nisso tudo inclui-se também
a rotina administrativa e da secretaria escolar.
Quando fala-se em legislação educacional, é importante deixar claro que
ela constitui matéria-prima de conhecimento que a escola não pode ignorar, de
modo que essas leis fundamentarão e regulamentarão as ações de todos na
escola. Seria útil se dispuséssemos de um setor de documentação na escola,
embora esse trabalho já seja realizado pelas secretarias escolas, um setor
próprio e específico facilitaria muito o trabalho de arquivamento de informações
e dados necessários ao cotidiano escolar.
Há ainda as responsabilidades e cuidados com a infraestrutura que
envolvem o prédio escolar, as instalações, os laboratórios, a biblioteca,
mobiliário e equipamentos necessários para a atuação pedagógica dos
professores, atenção com a limpeza das dependências da escola, e tudo isso
implica em investimento financeiro. Cada dia mais julga-se necessário que os
gestores tenham conhecimento básico do assunto, pois com a proposta de
descentralização, as escolas tem assumido a gerência dos recursos financeiros.
Normalmente, as secretarias de educação disponibilizam de orientações aos
gestores sobre essa temática, os planos envolvem orçamento prevendo receitas

34
e despesas e isso deve ser muito bem compreendido e acompanhado pelo
gestor escolar.
Vale destacar que toda essa responsabilidade no que se refere a função
do gestor e suas atribuições não é assumida e realizada sozinha. Há uma equipe
corresponsável que deve assegurar o desenvolvimento satisfatório dessa
proposta de trabalho. Equipe composta por gestores pedagógicos, professores,
funcionários, pais, alunos, cada qual com sua responsabilidade. Mas,
infelizmente, em alguns casos, o que se costuma fazer é culpar somente e
unicamente o gestor pelas falhas, imprevistos e percalços do dia a dia.
Quando a equipe assume suas responsabilidades, seus erros e acertos
todos têm a ganhar. Os professores ganham porque conseguem realizar seu
trabalho com satisfação e entusiasmo; os pais ganham porque percebem que o
objetivo principal da escola que é educar intelectualmente seus filhos está sendo
alcançado; a equipe pedagógica ganha porque sabe que todo o esforço e
planejamento do trabalho não foi em vão, a equipe de funcionário ganha porque
consegue realizar seu trabalho sem pessoas insatisfeitas reclamando e julgando
a atitude do outro.
Enfim, há ainda um caminho longo a percorrer para que essa trajetória de
comunhão e ajuda mútua seja uma constante no campo da educação. Somente
quando as pessoas aplicarem os preceitos elementares de cooperação e
coletividade nas instâncias mais comuns da vida para além do discurso é que
terá uma verdadeira escola democrática e participativa.
Nessa mesma perspectiva, para finalizar a nossa discussão dessa
terceira aula, vale a pena destacar as palavras de Freire (1996, p. 33), quando
ensina que:
Mulheres e homens, seres históricos-sociais, nos tornamos capazes de
comparar, de valorar, de intervir, de escolher, de decidir, de romper,
por tudo isso nós fazemos seres éticos. Só somos porque estamos
sendo. Estar sendo é a condição, entre nós, para ser. Não é possível
pensar os seres humanos longe, sequer, da ética, quanto mais fora
dela. Estar longe, ou pior, fora da ética, entre nós, mulheres e homens,
é uma transgressão. É por isso que transformar a experiência
educativa em puro treinamento técnico é amesquinhar o que há de
fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter
formador. Se se respeita a natureza do ser humano, o ensino dos
conteúdos não pode dar-se alheio à formação moral do educando.
Educar é substantivamente formar. (FREIRE, 1996, p.33).

35
Pesquise
Pesquise sobre o conceito de cultural escolar, e quais as suas
contribuições na atualidade.

Resumo da Aula 3

Nesta aula lançaram-se algumas reflexões sobre o que vem a ser a


administração de uma escola e quais as especificidades desse ambiente que
formam uma cultura escolar muito própria e repleta de particularidades,
reforçando que o gestor democrático pode administrar um espaço carregado de
diversidade, igualdades e diferenças no alcance de suas funções e atribuições
que assim foram delineadas: funções pedagógicas, funções sociais e funções
burocráticas.

Atividade de Aprendizagem
Como você percebe a cultura escolar na instituição de ensino
que você trabalha. Quais são as características que consolidam
a proposta dessa escola? Discorra sobre o tema.

Aula 4 - Escola da Ponte: Um modelo de gestão democrática e participativa

Apresentação aula 4

Nesta aula o foco será no projeto educativo da Escola da Ponte, o qual foi
consolidado com o apoio do gestor professor José Pacheco, dos professores e
dos estudantes. Situada em Portugal, no distrito do Porto, a Escola da Ponte se
consolidou em princípios construtivistas e tem como filosofia central a educação
democrática e participativa.

36
4. Escola da Ponte: Um modelo de gestão democrática e participativa

Essa escola pública (e única com o poder de autonomia no país) surgiu


na década de 1970, porém, seu projeto inovador foi iniciado em 1977 estimulado
pelos questionamentos de professores e alunos sobre respeitar as diferenças e
igualdades das pessoas nos espaços educativos. Foi ali que os princípios de
solidariedade e autonomia se fortaleceram e a Escola da Ponte se constitui, nos
dias de hoje, um modelo de escola democrática para nós.

Vocabulario
Dispositivos pedagógicos: São Recursos de Aprendizagem e
meios para desenvolver a proposta da Escola da Ponte.
Assembleia: Reunião de alunos para debater ideias, fazer
escolhas, encontrar soluções para o cotidiano da Escola da
Ponte.

4.1 Escola da Ponte: Participação das famílias

Não pode-se afirmar que uma proposta alternativa e democrática como a


adotada na Escola da Ponte, não tenha dificuldades a serem superadas. No
entanto, o compromisso de fazer a diferença foi assumido por todos que lá estão
envolvidos nessa proposta curiosa e inovadora.

Segundo o professor coordenador, José Pacheco (2004), há muita


resistência dentro do país com a proposta da Escola da Ponte e, em muitas
ocasiões, o próprio governo já tentou fechar a instituição por conta de sua
emancipação pedagógica, porém, o fortalecimento da escola está nas famílias
que apoiam e lutam pela permanência da Escola da Ponte no distrito do Porto.

Segundo Pacheco (2004):

Eles participam conosco de todas as decisões. Se nos rejeitarem,


teremos de procurar emprego em outro lugar. Também defendem a
escola perante o governo. Ao longo desses quase 30 anos, quiseram
acabar com nosso projeto. Eu, como funcionário público, sigo um
regime disciplinar que me impede de tomar posições que transgridam
a lei, mas o ministro não tem poder hierárquico sobre as famílias.

37
Portanto, se o governo discordar de tudo aquilo que fazemos, defronta-
se com este obstáculo: os pais. Eles são a garantia de que o projeto
vai continuar. (PACHECO, 2004).

Observa-se no relato do professor Pacheco descrito acima, que a parceria


entre escola e as famílias é estabelecida a partir do momento que os ideais da
escola são incorporados e defendidos por todos, especialmente pelas famílias
dos estudantes, que sentem-se co-responsáveis pela permanência e
continuidade do projeto emancipatório da Escola da Ponte.

Importante
Vasconcellos (2006), reforça que:
Para entender a Ponte, creio que não podemos esquecer do
peso da estrutura curricular, que é outro aspecto que chama
a atenção: não haver “salas de aula”, professores e alunos
isolados, “aula”, horários fragmentados, séries, reprovação.
Podemos dizer que o projeto está, sobretudo, nas pessoas,
porém também na estrutura curricular. Assim como não há
estrutura que funcione sem o ser humano, não há estrutura
neutra. (VASCONCELLOS, 2006, p. 03).

4.2 Escola da Ponte: estrutura e funcionamento

A Ponte (como os mais íntimos a chamam), não é estrutura por séries,


turmas, anos, mas sim por grupos de interesse que pesquisam e investigam na
medida que os conhecimentos vão se estruturando. Fundamentada em
princípios do construtivismo, seus professores respeitam o ritmo de cada
estudante e favorecem o aprendizado estimulando a curiosidade e
intermediando o acesso ao conhecimento quando são solicitados pelos
estudantes.

De acordo com Vasconcellos (2006), pode-se verificar que:

Para entender a Ponte, creio que não podemos esquecer do peso da


estrutura curricular, que é outro aspecto que chama a atenção: não
haver “salas de aula”, professores e alunos isolados, “aula”, horários
fragmentados, séries, reprovação. Podemos dizer que o projeto está,
sobretudo, nas pessoas, porém também na estrutura curricular. Assim
como não há estrutura que funcione sem o ser humano, não há
estrutura neutra. (VASCONCELLOS, 2006, p. 03).

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Essa estrutura curricular considerada “mais aberta” favorece inúmeros
aspectos no processo de construção do conhecimento, pois os núcleos de
projetos, como são chamados, determinam os grupos de pesquisa conforme a
área de interesse e o nível de aprofundamento das questões estudadas e
pesquisadas.

São assim subdivididos:

 Iniciação;
 Consolidação;
 Aprofundamento.

Cada estudante avança na medida que aprofunda os seus


conhecimentos.

Os espaços são divididos em pavilhões que são organizados por áreas de


trabalho e os estudantes se agrupam por elos afetivos e interesses de
aprendizagem. Ou seja, querer estar junto com outra pessoa, dividir os
conhecimentos e ter o ser humano como finalidade do processo educativo é peça
central para ser e fazer diferente. Talvez essa seja a principal diferença entre a
Escola da Ponte e as escolas consideradas tradicionais: ver uns aos outros
(estudantes, professores e famílias) como pessoas.

Vídeo
Assista o vídeo com a entrevista de José Pacheco, sobre a
Escola da Ponte.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=53bNtzTVix4

4.2.1 Dimensão Curricular

A dimensão curricular proposta pela escola da Ponte contempla as


seguintes áreas:

39
 Desenvolvimento Linguístico;
 Lógico-matemático;
 Naturalista.

Dessa forma, não existe uma educação meritocracia, pois os alunos


escrevem, opinam, convocam e conduzem sua aprendizagem.

Essa estrutura didático-pedagógica é fruto de reflexões e discussões


coletivas que, ano a ano, foram delineando a proposta educacional dessa escola
que tem como princípio básico: educar para ser.

Para que toda essa proposta se efetive, existem os “dispositivos


pedagógicos” que buscam auxiliam a concretização da proposta e um deles
que merece destaque aqui em nossa abordagem é a ficha do aluno. Nela, os
estudantes registram, diariamente, o que fizeram (e também o que não fizeram)
e o que aprenderam. Ex.: “Conheci amigos, terminei a campanha eleitoral, reuni
com o tutor, trabalhei em grupo, votei para eleger a mesa da Assembleia, etc;”.
(2004, p. 04).

Com essas vivências os alunos tornam-se responsáveis por suas


aprendizagens e sabem qual caminho percorrer para conquistar e aprimorar
seus conhecimentos.

De acordo com a professora Rosinha (uma das tutoras da escola da


Ponte), “Quando chega à escola e não sabes o que fazer, pega o seu plano da
quinzena e orientai-vos” (2004, p. 4).

Essa autonomia presentes nos estudantes desperta a responsabilidade


por suas aprendizagens e, acima de tudo, é comum identificarem os caminhos a
percorrer no processo de construção do conhecimento porque são protagonistas
da sua vida estudantil.

Nesse perspectiva, os estudantes ajudam-se mutuamente e colaboram


com as aprendizagens de seus pares com o intuito marcante de desenvolver o
espírito solidário e colaborativo, fator que é essencial na proposta da Escola da
Ponte.

40
Saiba Mais
Para saber mais sobre a escola da Ponte, leia a matéria Escola
da Ponte radicaliza a ideia de autonomia dos estudantes.
Disponível no acesso:
http://educacaointegral.org.br/experiencias-
internacionais/escola-da-ponte-radicaliza-ideia-de-autonomia-
dos-estudantes/

4.3 Ponte: escola democrática, aluno autônomo

Outra atividade que chama a atenção na proposta pedagógica da ponte é


a realização das assembleias que revelam uma verdadeira lição de cidadania,
pois é conduzida inteiramente pelos alunos. É realizada semanalmente. Há
pauta, há presidente, há manifestação de opiniões. Todos sabem o que será
discutido e quando desejam manifestar um ponto de vista, levantam o braço e
aguardam sua vez. Essa regra é seguida com muito rigor por todos.

Para Refletir

“Escola da Ponte és o meu lar!


Como os professores são meiguinhos!
Até tens a força de tudo conquistar.”

(Do aluno Pedro Alves – 2004, p. 04)

Essa experiência de democracia parece tão distante de nossa realidade


brasileira que nos deixa perplexos diante de tal situação, no entanto,
Vasconcellos (2006), (renomado educador brasileira que passou alguns dias
visitando a ponte) relata a seguir que:

O universo escolar, os rituais, os dispositivos, não são absolutamente


estranhos aos alunos, como em muitas escolas. Pelo contrário, eles
dominam seu sentido, a ponto de poderem explicar a qualquer visitante
que lá chega. Num certo momento da apresentação da escola, dei-me
conta da cena: 5 adultos em cima do menino Roberto; ansiosos,

41
queríamos saber tudo da escola, e ele com paciência ia explicando. Ao
analisarmos o conteúdo do Projeto Educativo da Escola da Ponte,
constatamos que é relativamente simples (existem projetos de escolas
brasileiras muito mais sofisticados do ponto de vista teórico ou ousados
quanto aos valores que se propõem). A grande diferença é que lá o
projeto se efetiva, “sai do papel”, não de forma espontânea, mas a
partir do compromisso das pessoas e das mediações pedagógicas,
comunitárias e administrativas desenvolvidas. (VASCONCELLOS,
2006, p.2-3).

Ao ler esse relato chega-se o conhecimento de que o que realmente


importa para que as boas ideias de gestão democrática saiam do papel e sejam
colocadas em prática é o compromisso daqueles que se revelam envolvidos no
cotidiano da escola e, especialmente, com a proposta do Projeto Político
Pedagógico que foi adotada pela instituição.

Embora esse tipo de atividade nomeada de “Assembleia” lá na escola da


ponte também seja realizada em muitas escolas brasileiras, porém, com outros
nomes (Roda de conversa, por exemplo), o que mais chama a atenção é a
postura dos estudantes e a maneira com enfrentam esse momento: com
seriedade e compromisso para que as decisões sejam tomadas pensando na
coletividade. Talvez esse seja o princípio básico da concretização do tão
sonhado ideal democrático e participativo em nossas escolas.

Muitos são os aspectos que chamam a atenção e tornam a Escola da


Ponte uma referência mundial: a participação das famílias, a autonomia dos
estudantes, a postura democrática, mas o que é característica determinante e
comum entre todas essas atividades é que aprender fazendo numa perspectiva
de cooperação, coletividade e de oportunidade iguais para todos.

Costa (2004), comenta sobre essa questão:

Os alunos da Escola da Ponte são. Já explico o que quero dizer. Faz


parte da história da escola ser valorizada como “espaço de espera”, o
espaço para educação do que “está por vir”, do futuro. Para muitos, na
escola, o importante é acumular um saber e saber-fazer para a vida
adulta. Há na escola um “tempo de espera”. Muitos de nós falamos que
essa concepção de educação está superada mas, quando menos
esperamos somos flagrados fazendo e dizendo ao contrário. (...) A
espera do que “está por vir” parece não existir na Ponte. Os alunos não
serão, eles são pessoas. Pessoas ativas. Responsáveis por o que
fazem e dizem; responsáveis pelo espaço que ocupam; responsáveis
por sua escola; responsáveis por sua aprendizagem. Parece um
projeto simples: cuidar da vida cotidiana da escola e ver os alunos
como pessoas. Mas vi e ouvi o quanto é sofrido e difícil. A escola, como
meio de vida social, é uma oportunidade do aluno agir, escolher,

42
refletir, ser apropriado, tolerar, ser solidário, trabalhar em equipe,
respeitar o outro, partilhar de recursos e tarefas, aprender na relação
com os outros, com a autoridade, com a regra, com a instituição.
(COSTA, 2004, p. 20).

Pensar sobre essas questões e como o cotidiano da Escola da Ponte se


consolida no respeito ao ser humano e ao ser aluno do presente e não do futuro,
nos faz lembrar do cotidiano da nossa escola que se revela turbulento,
apressado em reproduzir ideologias postas pelas sociedade do consumo em
resposta ao capital que suga o ser humano para que ele produza e seja útil.

Fonte: http://www.escoladaponte.pt/site/ficheiros/imagens/logoescoladaponte.jpg

Então, dessa forma, falta tempo para debater, para expressar as


necessidades individuais de aprendizado e de viver aprendendo como se
trabalho na coletividade. Eis a grande questão: aprender, todos os dias, a viver
na coletividade e ser um agente de transformação. Há quem diga que esse
processo educacional é cultural, mas não pode-se esquecer que a Escola da
Ponte também enfrenta dificuldades para ser diferente num mundo regido pela
“Educação bancária” (FREIRE, 1996).

43
Saiba Mais
Leia abaixo o texto escrito por alunos da Escola da Ponte e
exposto na parede de uma sala de aula, o qual revela um
pouco da essência do trabalho feito na escola.

APRENDER A ESTUDAR

Estudar não é só ler nos livros que há nas escolas, é


também aprender a ser livre, sem ideias tolas.
Ler um livro é muito importante e, as vezes, urgente,
mas os livros não são o bastante para a gente ser
gente.
É preciso aprender a escrever, mas também a crescer,
mas também a sonhar.
É preciso aprender a estudar. Estar na escola da Ponte
é estudar, estar contente consigo é estudar.
Aprender com os outros é estudar, aprender consigo e
ter um amigo também é estudar.
Estudar também é repartir, também é saber dar. O que
a gente souber para multiplicar.
Estudar é escrever um ditado sem ninguém nos ditar.
E, se um erro nos for apontado, é saber emendar.
É preciso, em vez de um tinteiro, ter uma cabeça que
saiba pensar, pois na Escola da vida, primeiro está
saber estudar.
Fonte: publicado na Revista Relatos (semana de estudos em
Portugal, 2004, p. 19).

Amplie Seus Estudos


SUGESTÃO DE LEITURA
Leia os livros:
- A escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir, de
autoria de Rubem Alves.
- Para Alice com amor, de autoria de José Pacheco.

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A proposta pedagógica se consolida baseada em aspectos tais como:
participação efetiva da família, estrutura, funcionamento e dimensão curricular
baseadas em princípios de coletividade e ajuda mútua e do construtivismo.
Nesse sentido, uma escola democrática irá formar alunos autônomos e
conscientes de seu papel transformador na escola e na sociedade.

Resumo da Aula 4

Nesta aula o foco um modelo de gestão democrática e participativa que


funciona efetivamente buscando a qualidade na educação dos estudantes.
Parece utópico falar de gestão participativa quando não conhece-se uma
realidade que se mostre verdadeiramente transformadora do cotidiano das
famílias, dos estudantes e dos professores.

Atividade de Aprendizagem
Pense sobre as questões abaixo e compartilhe seu ponto de
vista com os colegas:
1. Como a Escola da Ponte conseguiu superar a estrutura da
organização em classe, focando a heterogeneidade das
crianças?
2. Como pode uma escola sobreviver a tantas pressões e
resistir?
3. Como mudar a escola “com” os professores e não “contra”
os professores?

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Resumo da Disciplina

Nesta disciplina foram analisados os principais conceitos da Teoria da


Gestão democrática onde se conheceu através das 4 aulas explanadas, os
temas principais como a gestão escolar, democracia e autonomia na sociedade
contemporânea seus conceitos e definições, também falou-se na segunda aula
sobre os mecanismos de gestão e organizações auxiliares da escola: Conselho
de escola, APM, conselho de classe, Grêmio estudantil. Já na terceira aula foi
relatada sobre a gestão democrática, clima e cultura escolar. O trabalho do
gestor escolar (funções, objetivos e atribuições) no cotidiano das instituições e a
atuação docente. Também foi apresentada na última aula a Escola da Ponte: Um
modelo de gestão democrática e participativa.

O conhecimento dos temas é de fundamental importância para o


desenvolvimento da gestão democrática dentro das escolas.

No entanto, para finalizarmos essa disciplina fica a reflexão de como


podemos nos apropriar dessa experiência da Escola da Ponte e reformulá-la em
nosso contexto educacional. Não parece simples, mas há muitas possibilidades
no nosso campo de atuação para que possamos ter experiências de democracia
sendo exercidas desde que nos mostremos parceiros, respeitando as diferenças
e igualdades das pessoas que compõe o nosso grupo escolar

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Referências

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Nacional 9394/96 SINEPE/Pr. – Curitiba, 1997.

BOBBIO, Noberto. A era dos direitos – tradução de Carlos Nelson Coutinho.


Nova Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Gestão educacional e organização do


trabalho pedagógico. – Curitiba: IESDE, 2003.

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GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Tradução de Eric Nepomuceno. –


Porto Alegre – L&PM, 2015.

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organização. 10ª Ed. São Paulo: Cortez, 2012. (Coleção docência em formação:
saberes pedagógicos – coordenação Selam Garrido Pimenta).

LÜCK, Heloísa. Ação Integrada. 16ª Ed. – Petrópolis: Vozes, 2000.

NÓVOA, Antonio. Para uma análise das instituições escolares. In: NÓVOA,
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PARO, Vitor Henrique. A gestão da educação ante as exigências de


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em<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/sem_pedagogica/f
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PILETTI, Nelson. Estrutura e funcionamento do ensino fundamental. 26ª Ed.


- São Paulo: Ática, 2004.

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de educação. v. 10. N. 10. 2007. <Disponível em: Acessado em: 03 mar. 2016>.

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RELATOS, Revista. Semana de Estudos em Portugal. São Paulo: PDEA em
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RIOS, Terezinha Azerêdo. “A política do dia a dia”, Gestão Escolar, ano II, nº 11,
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RODRIGUES, Neidson. Lições do príncipe e outras lições. – São Paulo:


Cortez: Autores Associados, 1987.

VASCONCELLOS, Celso. Reflexões sobre a Escola da Ponte. Disponível


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oc+&cd=8&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br> Acesso em 29 de março de 2016.

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