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DA EDUCAÇÃO
FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA
EDUCAÇÃO
CAMPUS VIRTUAL
Diretor Geral Martin Kuhn
Gerente Acadêmico Everson Mückenberger
Gerente Administrativo Andrenilson Marques Moraes
Gerente de Produção Valcenir do Vale Costa
Caro estudante,
INTRODUÇÃO AOS
FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS
Objetivos
O estudo do conteúdo deste capítulo tem como objetivos:
PESQUISE!
Já que estamos fazendo um breve resgate histórico, que tal saber
um pouco mais sobre a educação? Veja como Lucila Conceição Pe-
reira faz um resgate da educação em vários períodos históricos.
Aproveite também para ver as diferentes sugestões de bibliografia
referenciadas no final do texto da autora. Disponível em: <https://
www.infoescola.com/pedagogia/historia-da-educacao>.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Você consegue imaginar uma sociedade que educa sem escolas na
atualidade? O pensador social austríaco Ivan Illich se debruçou so-
bre os estudos pedagógicos e propôs uma sociedade sem escolas,
formada por redes (ou teias) educativas independentes. Para ele,
as escolas aprisionam a imaginação e as possibilidades de conheci-
mento crítico e original. Sugerimos a leitura de seu livro, “Socieda-
de sem escolas”, sobre este assunto.
REFLETINDO...
Com o estudo do conteúdo, convidamos você a refletir sobre a
universalização da educação. Como seria possível possibilitar que
todas as pessoas pudessem estudar? E que não houvesse crianças
fora das escolas e adultos analfabetos? Pense sobre esses
questionamentos.
1.4 A contextualização
Uma das grandes contribuições da sociologia para pensarmos a educação
é a contextualização dos fenômenos sociais. Para podermos fazer uma
análise de qualquer fenômeno social, é preciso situá-lo no mundo para
entendermos como ele ocorre, suas causas e consequências. Assim, é im-
portante conhecer os aspectos que compõem um contexto social sob di-
versos aspectos ou ângulos:
25 2010
20
15
10
0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Essa diminuição atinge a meta buscada pelo governo e pela ONU para a
erradicação do analfabetismo? Em que nível educacional o analfabetismo
funcional diminuiu mais? Veja também em: <http://portal.mec.gov.br/
politica-de-educacao-inclusiva> o que está descrito e, em especial, o que
aparece em destaque.
Memo: Receita líquida (R$ bilhões) valor nominal 352 451 584 779 818 881 991 1.014
LOAS = Lei Orgânica da Assistência Social.
RMV = Renda Mensal Vitalícia.
Quadro 3: Resultado Fiscal do Governo Central.
Fontes: Sistema Siga Brasil e Tesouro Nacional - Resultado Fiscal do Governo Central. Elabora-
do pelos autores (2017).
RESPOSTA ESPERADA
A diminuição do analfabetismo não atingiu as metas buscadas, tanto
pelo governo quanto de uma maior inserção social. A diminuição do
analfabetismo funcional é lenta e aconteceu mais no Ensino Básico. Ob-
servamos também que um maior acesso à educação formal (escola) con-
tribuiu para essa queda.
Objetivos
Com o estudo do conteúdo deste capítulo,
você será capaz de:
Não é sem razão que essa escola na qual Durkheim se insere é denomi-
nada funcionalista, tendo em vista que ela buscava desenvolver o enten-
dimento da cultura e sistematizá-la a partir da funcionalidade do espaço
cultural onde está inserida. A educação é a impulsionadora do ser social,
A educação tem um papel importante, pois por meio dela é possível com-
preender as causas históricas dos fenômenos sociais e, a partir disso, in-
terpretar e compreender a realidade onde a educação está inserida. Uma
vez tendo aprendido o contexto em que os fatos ocorrem ou ocorreram, é
possível intervir neles. Para acessar esses conhecimentos, torna-se funda-
mental frequentar a escola.
REFLETINDO...
O modo de Durkheim pensar a educação pode nos remeter ao que
Aristóteles já nos chamava a atenção: a criança como um ser bru-
to a ser lapidado. Se admitirmos isso, como poderemos fazer com
que os alunos possam adquirir uma autonomia tão necessária para
enfrentar os desafios? E se os alunos não forem criativos, como po-
derão fazer a sociedade avançar?
MATERIAL COMPLEMENTAR
No filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin, há uma crítica
ao modo de produção capitalista, especialmente a divisão técni-
ca que faz com que cada trabalhador conheça apenas uma ínfima
parte do produto que produzirá. Se você ainda não assistiu ou de-
sejar assistir novamente, observe com um novo olhar as cenas do
filme. Há um momento que o trabalhador é sugado pela máquina,
em uma metáfora de como a tecnologia “engole” o ser humano
que está envolvido no trabalho. O filme está disponível em: <ht-
tps://www.youtube.com/watch?v=CozWvOb3A6E>.
Assim como em Durkheim, Marx também não cria uma teoria da edu-
cação, mas podemos (a partir de alguns de seus princípios) deduzir como
deveria ou poderia ser uma educação que invertesse a lógica capitalista que
ele aponta como a causa de exploração e de um grande problema social.
A educação não pode ser pensada como um negócio, nem mesmo apenas
como uma oportunidade de inserção no mercado de trabalho. Ela deve
ser vista e estruturada a partir de uma compreensão para o desenvolvi-
mento do indivíduo. Se os indivíduos estão alienados conforme sugere
Marx, a educação tem como tarefa ajudar na superação dessa alienação.
Ela seria, então, o meio que possibilitaria com que cada um pudesse criar
e recriar o que está posto pela sociedade e pelos modos culturais apre-
sentados, e cada povo poderia construir seu modo de ser e de educar. As
pessoas seriam, então, dotadas de capacidades para potencializar suas
energias em vista a um modo de ser e fazer.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Cabe chamar a atenção para uma leitura que todos devemos sem-
pre ter muito presente: o livro “Os sete saberes necessários à edu-
cação do futuro”, de Edgar Morin.
A educação tende à formação de pessoas cultas, por isso cabe a ela despertar
carismas, dons e, em especial, transmitir conhecimentos especializados.
Sem dúvida, o texto que mais impactou a bibliografia de Weber foi a obra
“A ética protestante e o espírito do capitalismo”, cuja introdução afirma
que “[...] apenas no Ocidente existe a ‘ciência’ num estágio de desenvol-
vimento que atualmente reconhecemos como válido” (WEBER, 1996,
p. 1). E por que afirmava isso? Porque, segundo ele, nas “teorias politicas
asiáticas faltava um método” (WEBER, 1996, p. 1) e só o Ocidente con-
seguiu fazer um tratamento especializado treinado e racionalista, base
para um Estado e de uma economia como a vista mundo ocidental.
PESQUISE!
O conhecimento tem presença garantida em qualquer projeção
que se faça do futuro. Por isso, há um consenso de que o desenvol-
vimento de um país está condicionado à qualidade da sua educa-
ção. Nesse contexto, as perspectivas para a educação são otimistas.
A pergunta que se faz é: qual educação, qual escola, qual aluno,
qual professor? Leia o artigo de Moacir Gadotti, disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/spp/v14n2/9782.pdf>.
Há uma baixa procura por matrículas nos cursos para jovens e adultos.
Essa equação precisa ser solucionada, pois o aluno adulto pode ter tido
tantas decepções que decidiu abandonar a escola ou se conformou que o
“seu lugar” é fora dela. O resultado é o rebaixamento emocional de quem
não teve acesso à escolarização com bons resultados no ensino-aprendiza-
do, perpetuando a sua ignorância e ausência dos espaços escolares.
O Brasil já destina mais do seu PIB para educação do que os países ricos, mas
o gasto por aluno ainda é pequeno, pelo que indica um novo estudo da Orga-
nização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O país aparece em penúltimo no ranking de investimento por alunos no rela-
tório, lançado nesta terça-feira, que compara resultados dos 34 países da or-
ganização, que reúne países ricos, e outros dez países em desenvolvimento.
A partir desse dado, podemos dizer que, apesar de se ter um gasto sig-
nificativo, isso não tem resultado em uma educação e uma permanência
de nossos alunos com qualidade na educação. Gastar não é o suficiente.
Mais do que isso, o desafio da educação no Brasil é um desafio peda-
gógico, isto é, como podemos fazer uma educação de qualidade com o
investimento que temos?
Observando apenas a questão dos gastos, não podemos dizer que o Brasil
está mal, mas poderia estar melhor. Em um país com grandes necessi-
dades, com demandas crescentes e por ter uma população que, podemos
dizer, ainda jovem, tudo o que se gasta em educação pode ser pouco. Os
números de gastos também não podem ser absolutos. Os países mudam,
a idade das pessoas também. Vejamos o caso do Japão, em que temos
uma população mais envelhecida e assim também na Europa em geral.
No Brasil, a população, aos poucos, começa a passar por esse processo
de envelhecimento, mas ainda temos muitos jovens e demandas para a
escolarização maiores. De acordo com Mariz (2016, s.p.),
Embora seja o terceiro com maior gasto público em educação (16,1%) e tenha
aplicado 5,2% do PIB no setor em 2013, mesmo patamar da média dos mais
de 40 países analisados em relatório da OCDE com dados disponíveis, o Brasil
tem investimentos baixos por aluno do nível básico.
No ensino médio, apontado como o grande gargalo da educação brasileira, o
investimento é de US$ 3.852 por estudante ao ano - o terceiro menor valor no
ranking, perdendo apenas para Colômbia e Indonésia. Nos anos iniciais do
ensino fundamental, o Brasil investe anualmente US$ 3.826 por aluno, valor
acima do aplicado por apenas seis países.
Nos anos finais, somente três nações aplicaram menos que os US$ 3.802 in-
vestidos por aluno brasileiro. Os dados do Brasil consideram apenas os gas-
tos públicos, enquanto na maior parte dos outros países os valores incluem
investimentos privados em educação.
Temos muitas opções para podermos analisar esses dados, que não são
expostos aqui de modo exaustivo. O certo é que devemos questionar e
indagar o que ainda é possível fazer para que a educação no Brasil atinja
níveis mais elevados.
A Constituição Federal, em seu art. 208, conforme Brasil (1988, s.p.), afir-
ma que o Estado tem o dever de oferecer a educação básica e gratuita dos
4 aos 17 anos (Inciso I), assim como deve propor uma educação universal
e gratuita (Inciso II); deve atender àqueles que necessitarem de uma educa-
ção especializada (Inciso III); bem como a educação infantil para as crian-
ças até 5 anos (Inciso IV); a oferta de ensino noturno (Inciso VI) e, por
fim, no Inciso VII, oferecer “atendimento ao educando, em todas as etapas
da educação básica, por meio de programas suplementares de material di-
dático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde”.