Você está na página 1de 15

FAVENI

FRANCISCO PAULO MARTINS DE CARVALHO

O PAPEL DO ENSINO DE SOCIOLOGIA PARA A CONSTRUÇÃO DE


IDENTIDADES

SOBRAL-CE
2023
FAVENI

FRANCISCO PAULO MARTINS DE CARVALHO

O PAPEL DO ENSINO DE SOCIOLOGIA PARA A CONSTRUÇÃO DE


IDENTIDADES

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em Metodologia do
Ensino de FILOSOFIA E
SOCIOLOGIA.

SOBRAL-CE
2023
TÍTULO DO TCC: O PAPEL DO ENSINO DE Sociologia NA CONSTRUÇÃO DE UMA
CULTURA DE PAZ

RESUMO- A inserção da Sociologia ainda é um desafio muito grande para o Brasil, com barreiras
científicas, políticas, estruturais, sociais e econômicas. Torna-se então difícil a visão de um ambiente no
qual se pode, desde criança, aprender a se alfabetizar em um contexto em que a tecnologia toma conta.
Lembrando que a Sociologia é muito mais do que apenas o domínio da do pensar crítico e mecanização
de do racionar sistemático. A metodologia aplicada no presente estudo é caracterizada pir um estudo
bibliográfico em livros e artigos dos últimos dez anos. Ser um ser crítico é uma prática dinâmica, que
aproxima a linguagem e a realidade. Como resultado, essa definição não é diferente quando se trata do
ambiente midiático. Há iniciativas públicas e particulares para o desenvolvimento do Sociologia no Brasil,
porém elas acontecem em pequena escala. Pode-se concluir que é necessário a ampliação de tais
iniciativas, da ideia de propagar a Sociologia. Mais importante, oficializar como parte do currículo
educacional.

PALAVRAS-CHAVE: Sociologia. Sociologia. Ensino.


1 INTRODUÇÃO

No Brasil, a Lei n. 13.663/2018 inclui a promoção da conscientização, prevenção


e formas de combate a todas as formas de violência e a promoção da cultura. No texto
geral utilizado na educação escolar, definido na Lei de Diretrizes e Fundamentos da
Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996)1 e norteado pelos princípios que visam a
formação do homem unido e a criação de uma sociedade justa .
Assim, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define as competências
gerais do Ensino Sociologia para o ensino fundamental:
• Proporcionar o estudo dos saberes Sociologias, culturais e estéticos, com o
reflexo da Sociologia vista na realidade dos alunos;
• Prestar informação sobre o direito à liberdade de consciência e crença, com o
propósito continuado de promover os direitos humanos;
• Desenvolver competências e habilidades que contribuam para o diálogo entre
ideias Sociológicas e de vida laica, respeitando a liberdade de pensamento e a
pluralidade de ideias, de acordo com a Constituição do Estado;
• Contribuir para que os alunos criem suas próprias definições de vida baseadas
em valores, ética e cidadania (MEC, 2019).
E a faculdade específica de teologia:
Debater, problematizar e opor expressões e práticas de intolerância,
discriminação e violência Sociológica, para garantir os direitos humanos por meio do
exercício constante da cidadania e de uma cultura de paz (MEC, 2019).

2 DESENVOLVIMENTO

A educação para a paz deve ser vivencial e feita por meio da experiência, ou
seja, na interação dinâmica. Portanto, neste documento, entende-se que é necessário o
método de vivência relacionado a considerar a cultura de paz no ensino Sociologia
(MARTINS, 2015)2.

1
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Base Nacional Comum Curricular–Educação é
base. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 03 abril. 2023.
Para Martins (2015), em um contexto global, onde a desigualdade social, assim
como a violência e a guerra, é fortalecida, é importante pensar em uma educação que
dê conta de tais desafios. Por isso, neste momento, muitos intelectuais da área
educacional querem difundir a cultura da paz, o que facilita a aceleração do processo
de construção da cidadania entre os alunos. Partindo da ideia de que a violência
continua com uma nova face, afirma-se que a vitória da paz também dá direito à
educação.
Martins (2015) menciona que foi também declarado que a educação deveria
promover o desenvolvimento humano e reforçar o respeito pelos direitos humanos e
liberdades fundamentais. A educação em todas as políticas deve, portanto, procurar
promover a compreensão, a tolerância e a amizade, a fim de reduzir os conflitos
Sociologias e étnicos. Neste sentido, a educação deveria capacitar os estudantes para
compreenderem o seu próprio desenvolvimento, de modo a que cada indivíduo possa
assumir o controlo do seu próprio destino e participar no desenvolvimento da sociedade
com base numa participação responsável pessoal e comunitária no desenvolvimento.
Para Martins (2015), aprender a viver em conjunto é um desafio. A educação,
baseada na diversidade, é, portanto, uma forma importante de construir uma cultura de
paz - caracterizada pela procura da resolução de conflitos, pela rejeição de
comportamentos, identificando os infratores e impondo castigos. Segundo Marchetto
(2009)3, Uma cultura de paz é construída sobre valores, atitudes, práticas e
comportamentos que se baseiam no respeito pela vida e visam travar a violência
através da educação, do diálogo, da cooperação e do respeito.
Segundo Amaral e Ramos (2018)10, as escolas precisam de investir na
construção de relações de diálogo com os estudantes e a sua verdade, a fim de
proporcionar importantes espaços de aprendizagem e conhecimento. Isto porque, além
das dificuldades de acesso e permanência permanente na escola, os estudantes
2
MARTINS, Maria Helena. Educar para a paz: importância de promover os pilares da
resiliência educacional. Cadernos do GREI –Grupo de Estudos Interdisciplinares Giordano
Bruno.30(1):4-24, 2015.

3
MARCHETTO, Glória Lourdes Alessi. Educação para paz: um caminho necessário. São Paulo:
Paulinas, 2009
enfrentam a realidade de que as instituições públicas estão concentradas em fornecer
conteúdos desinteressantes. Isto leva a acreditar que as escolas não estão muito
abertas à criação de espaços que encorajem a socialização, a solidariedade, o debate,
a cultura e as atividades formativas no currículo ou em contextos extracurriculares.
Carvalho (2011, pág. 21)4 Acredita-se que uma pedagogia que visa o silêncio
tem as suas próprias dificuldades em termos dos seus objetivos, conteúdo e métodos
pedagógicos e requer uma reflexão constante a fim de satisfazer o processo de ensino.
Esta adequação pode ocorrer através dos valores da ação pacífica, gerando atitudes
que podem mudar as relações entre as pessoas.
Segundo Carvalho (2011, p. 21), uma pedagogia da paz requer uma mudança na
pedagogia, uma nova postura nas relações sociais e profissionais das escolas, uma
vigilância face à necessidade de ensinar o conflito, visando criar uma educação
baseada nos valores da harmonia social, o que torna possível ensinar a paz mesmo em
tempos de conflito.
Segundo Diogo e Ribeiro(2014, p. 6)5, As características essenciais da educação
para a paz são: a formulação do processo educativo como atividade política; uma
orientação para o mundo em geral; uma ênfase na abordagem social e na participação
dos estudantes no processo de aprendizagem; a procura de compatibilidade entre
objetivos e métodos e entre ensino e vida; a relação orgânica entre investigação, ação
e educação para a paz; e a prática da ação baseada em princípios educativos.
A educação para a paz é assim uma educação com valores, uma educação
baseada na prática; a educação para a paz é um processo contínuo que afeta todos os
aspectos e fases da educação como parte transversal do currículo. Reimer, Rodrigues
e Oliveira (2019) entendem que o ensino da paz exige que se levem a questionamentos
radicais na educação, como uma ação que O mundo deve ser visto no contexto do
presente e do futuro, preservando a diversidade e mudando as culturas da violência.
4
CARVALHO, Lúcia Helena de. Educação para a paz –uma alternativa para os desafios da
educação. Revista UNAR.1(5):17-28, 2011.

5
DIOGO, Débora Oliveira; RIBEIRO, Vanda Mendes. Políticas públicas em Educação e Cultura
da paz: evidências relacionadas ao tratado com a ONU nos documentos oficiais de regulação da
educação no Estado de São Paulo. São Paulo: UNICID, 2014
Neste sentido, o foco da educação para a paz deve recair sobre outro aspecto da
pedagógica, nomeadamente uma compreensão mais profunda.
Para Monteiro, Lima et al. (2015), é necessário criar uma escola de
transformação, um lugar onde a violência seja demonstrada. Para tal, a educação
precisa de ser humanizada e estimular a independência dos estudantes como direitos e
deveres. Segundo Sousa (2012), a educação para a paz abre caminho à criação de
uma nova cultura, baseada em princípios tais como cidadania, igualdade, tolerância e
inclusão, preparando os estudantes para uma coexistência e integração harmoniosa.
Crenças, projetos e formas de vida, comportamento e linguagem, refletem a moralidade
e a ética.

2.2 O ENSINO Sociologia NA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

Geralmente, quando a sociedade identifica o perpetrador, a justiça restaurativa


trabalha para restaurar os danos causados pela lei à pessoa, e a lei impõe uma
punição. Na opinião de Pinto (2009, p. 227), 12 esta é uma forma negativa de reparação
que compara o dano causado com o dano infligido e tem pouco impacto no sistema de
valores sociais. Isto porque o modelo retributivo inclui todos os tipos de transgressões,
públicas e privadas, e parte da premissa de que cada transgressão inclui violência
contra o Estado, e é, portanto, uma compensação pelos danos causados pela punição
e restrição da liberdade, com o objetivo de infligir sofrimento ao indivíduo que
transgride.
Segundo Pinto (2009), a justiça reparadora propõe um modelo jurídico para o
comportamento dos infratores que procura a unidade harmoniosa das pessoas em
conflito. Este modelo representa uma abordagem alternativa ao tratamento, em
oposição ao modelo restaurativo. Esta distinção baseia-se na forma obtida através da
punição, protegida pela justiça restaurativa, e acredita-se que desta forma a pessoa não
cometerá um novo crime. Na justiça restaurativa, procura-se reduzir o círculo vicioso da
violência, que é alcançado através do diálogo e estimula a reconciliação emocional,
para além de se tentar compreender as causas da infracção. A necessidade de mudar o
paradigma relativamente aos conflitos escolares foi vista, principalmente em termos da
dificuldade de ultrapassar a ideia de punição.
Para Andreucci e Felício (2019)6, A justiça restaurativa coloca a necessidade de
usar o conflito como uma oportunidade para aprender e permitir o trauma para curar. A
justiça restaurativa baseia-se no conceito de responsabilidade coletiva e, para além de
responsabilizar os perpetradores de um conflito, procura também responsabilizar outras
partes envolvidas. Isto implica a sensibilização de todas as partes envolvidas no
conflito, a fim de evitar a sua recorrência.
Andreucci e Felício (2019) notam que no Brasil, os professores passam em
média um quinto do seu tempo na sala de aula a tentar manter um bom
comportamento.
Em Assumpção (2015 )7, Isto não garante que saberão ensinar, uma vez que o
sistema escolar é um conjunto de hábitos, relações e situações que incluem eventos
comuns, o que leva à inclusão de alguns estudantes.
Segundo Santos (2019), o número de jovens envolvidos em conflitos escolares e
familiares aumentou devido a não fazerem parte de uma cultura de paz, porque não
sabem como lidar com situações como: falta de diálogo e empenho familiar, respeito
mútuo, poucas oportunidades de emprego, nenhuma vida intelectual, e outras. Existe
um maior equilíbrio entre restrições e apoio.
Este ambiente é melhor criado quando as pessoas trabalham em conjunto.
Significa partilhar a responsabilidade de criar regras de trabalho que respeitem a
necessidade de segurança e amor. Significa também partilhar a responsabilidade de
respeitar acordos, assegurando que cada um é responsável pelo seu próprio
comportamento para com os outros e que quando as coisas correm mal, cada um
trabalha em conjunto para as resolver (ASSUMPÇÃO, 2015).

6
ANDREUCCI, Álvaro Gonçalves Antunes; FELÍCIO, Cláudia João. Os círculos
restaurativos como instrumento de mediação dos conflitos nas escolas: a construção de uma nova cultura
jurídica. Revista da Faculdade de Direito do Sul de Minas.1(35):335-356, 2019.

7
ASSUMPÇÃO, Cecília Pereira de Almeida. Responsabilização coletiva: uma prática
restaurativa para construçãode paz na convivência escolar. Revista Veras.1(5):23-36, 2015
Para Balaguer8 (2014), a preocupação com esta questão deve-se ao
aparecimento, nos últimos anos, de novas formas de violência nas escolas:

a) formas mais graves de violência; b) a idade cada vez mais jovem dos alunos envolvidos; c)
as ações de agentes fora da escola; e d) a acumulação de situações de conflito não
resolvidas. A última delas merece particular atenção porque cria um clima de ameaça
constante nas escolas que mina as principais funções dos alunos em termos de relações
intelectuais, emocionais e mútuas.

Segundo Lima e Américo Júnior (2015), nos países ocidentais, a violência e a


independência pessoal estão cada vez mais presentes, apesar das muitas ideias que
pretendem reforçar os objetivos de democracia, inclusão e paz. Isto repete-se nas
escolas, que estão cheias de relações sociais, onde existe conflito. O problema é que o
simples tratamento das escolas, ao punir os alunos que cometem escândalos que
levam ao abandono escolar, não reverte este dano.
Em termos gerais, uma escola reflete a comunidade em que se encontra.
Contudo, há coisas na escola: coisas como amor, amizade, relações de poder e conflito
geral. A escola é um lugar onde os estudantes interagem e aprendem a tornar-se seres
sociais. Os estudantes precisam de aprender a trabalhar bem em conjunto (SANTOS,
2014).
Segundo Balaguer (2014), a justiça restaurativa baseia-se no princípio de que as
relações humanas podem ser restauradas, com base em valores como a inclusão, a
inclusão e a solidariedade. A justiça restaurativa é um terreno fértil para o
desenvolvimento de ideias interpessoais, orientada pela reconciliação, responsabilidade
e corresponsabilidade, e tem um impacto positivo na prevenção da violência e na
redução da vulnerabilidade dos jovens à criminalidade. Os esforços de educação para a
paz baseados na justiça restaurativa incluem, portanto, valores que são importantes
para uma cultura democrática, tais como participação, diálogo, igualdade, justiça social,
respeito pela diversidade e direitos humanos.

2.3 ENSINO Sociologia E CULTURA DA PAZ

8
BALAGUER, Gabriela. As práticas restaurativas e suas possibilidades na escola: primeiras
aproximações. Revista Subjetividades.2(14):266-275, 2014
Segundo Lima e Américo Júnior (2015), nos países ocidentais, a violência e a
independência pessoal estão cada vez mais presentes, mesmo quando muitas ideias
querem reforçar os princípios da democracia, da inclusão e da paz. Isto repete-se nas
escolas, que estão cheias de relações sociais, onde existe conflito.
O problema é que o simples tratamento dado às escolas, punindo os alunos que
cometem escândalos, leva a que os alunos interrompam os seus estudos, exceto que
os danos não podem ser revertidos. Em termos gerais, uma escola reflete a
comunidade em que se encontra. No entanto, há coisas na escola: tais como amor,
amizade, relações de poder e conflitos em geral. A escola é um lugar onde os
estudantes interagem e aprendem a dar-se bem com os outros. Os estudantes
precisam de aprender a trabalhar bem em conjunto (SANTOS, 2014).
Segundo Balaguer (2014), a justiça restaurativa baseia-se no princípio de que as
relações humanas podem ser restauradas, com base em valores como a inclusão, a
aceitação e a solidariedade. A justiça restaurativa é um terreno fértil para o
desenvolvimento de ideias sobre as relações humanas, orientada pela reconciliação,
responsabilidade e responsabilidade partilhada, e tem um impacto positivo na
prevenção da violência e na redução do risco de crime entre os jovens. Os esforços que
visam uma educação para a paz baseada na justiça restaurativa incluem, portanto
valores importantes da cultura democrática, tais como a participação, o diálogo, a
igualdade, a justiça social, o respeito pela diversidade e os direitos humanos.
No entanto, a questão a ser colocada aqui é: em que contexto é que a educação
Sociológica se coloca nesta situação, onde tem uma grande responsabilidade na
experiência do pluralismo e é sonhada como um possível lugar de pluralismo,
solidariedade, fraternidade e solidariedade fundamental Formação da nacionalidade
Neste sentido, a educação Sociológica ajuda os estudantes a tornarem-se:
esperançosos e utópicos, procurando uma sociedade justa, humana e forte; no contexto
de uma sociedade pluralista capacidade de negociar com diferentes pessoas num
contexto de pluralismo; não esquecendo a sua responsabilidade moral para com as
pessoas em situações de extrema urgência; ganhar percepção e compreensão do
mundo em torno dos seus estudos, distinguindo entre o certo e o errado com base em
princípios Sociologias e humanitários; as causas da participação e da guerra,
envolvendo lidar com todas as formas de opressão, exploração, exclusão, dominação e
discriminação (FERNANDES, 2000 )9.
A este respeito, Nascimento (2016) diz que o Ensino Sociologia está inserida
numa perspectiva emergente contra o uso da razão crítica e a perspectiva dominante
das disciplinas intelectuais. Ao mesmo tempo que se tornou evidente o aumento do
número de pluralismo Sociologia, o crescimento da radicalização contra a posição de
mercado dos crentes foi percebido, o que forçou as religiões a abordar inconsistências
a fim de se legitimarem a si próprias.
Salles e Gentilini (2018)10, a tolerância Sociológica nas escolas tornou-se um
dos grandes desafios para o sector educacional brasileiro. Estes são estudantes com
diferentes credos que partilham o mesmo espaço. São estudantes que são maltratados
das mais diversas formas - relacionadas com a sua fé - por professores que são
ultrapassados pela humanidade de vários grupos ou princípios Sociologias no contexto
escolar.
Segundo Ribeiro, Klebis e Boscoli (2015)11, A educação não pode ser
desenvolvida de uma forma holística sem um contexto Sociologia, porque para muitas
pessoas a Sociologia não é apenas um aspecto da sua cultura, mas o núcleo motor da
sua visão do mundo. É por isso que, atualmente no Brasil, a educação Sociológica,
como parte da educação básica, satisfaz as mais profundas aspirações humanas e
oferece novas oportunidades para o desenvolvimento dos estudantes, respeitando ao
mesmo tempo as várias crenças Sociológicas.
Cunha e Barbosa (2011) salientam que a Constituição Federal, também
conhecida como Constituição Civil, promulgada em 1988, garante a liberdade de
Sociologia e proíbe abusos de poder. Através de recomendações implementadas no

9
FERNANDES, Madalena. Afinal, o que é o Ensino Sociologia? Sua identidade própria em
contraste com a catequese. São Paulo: Paulus, 2000

10
SALLES, Walter; GENTILINI, Maria Augusta. Desafios do Ensino Sociologia em um
mundo secular. Cadernos de Pesquisa.169(48):856-875, 2018.
11
RIBEIRO, Angélica Ferreira; KLEBIS, Augusta Boa Sorte; BOSCOLI, Olga Maria de Andrade.
O diálogo e a tolerância no como fatores contribuintes para a cultura da paz. Revista Colloquium
Humanarum.1(12):1337-1345, 2015
sistema educativo e nas políticas públicas, as escolas visam acolher a diversidade de
cada indivíduo e eliminar a ideia de que deve haver apenas uma semana de aulas de
Ensino Sociologia.
No Brasil, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) 12 surge com uma proposta
para nortear a educação, incrementando o processo de padronização dos cursos da
educação básica. No entendimento de Ferreira e Brandenburg (2019) 13, essa
configuração tem a forma de uma coalizão, que inclui instituições públicas de ensino -
públicas e privadas -, em termos de diferentes aprendizagens que devem ser
integradas em diferentes níveis da Educação Básica.
No BNCC, a educação Sociológica torna-se um lugar de conhecimento. A
situação atual no Brasil exige que a educação se baseie no respeito pela diversidade.
Ferreira e Brandenburg (2019) compreendem que na educação Sociológica há uma
oportunidade de ensinar os outros, e não de ver aqueles que são diferentes como
inimigos. Portanto, a abordagem do BNCC à educação Sociológica afirma que se
procura o diálogo e o respeito por aqueles que são diferentes. Isto porque, de facto, as
crenças Sociológicas e as superstições não correspondem ao que se espera nas
recomendações feitas pelo BNCC. É importante procurar a resolução não violenta de
conflitos que permita a expressão de ideias e entendimentos diferentes e divergentes
(BRASIL, 2017).
De acordo com Souza (2013, p. 37), o diálogo consiste numa atitude e
abordagem que permite às pessoas reconhecer os outros e acordar em formas
alternativas de pensar sobre crenças Sociológicas - baseadas na diversidade. O diálogo
pressupõe que os seus agentes se encontram em pé de igualdade. Contudo, o
pluralismo Sociologia exige ir além do diálogo e comprometer mais pessoas com a
responsabilidade social, restaurando o poder da Sociologia, promovendo uma cultura
de paz, acontecendo nas escolas e corrigindo as reações causadas pela diversidade.
Para Barros e Jalali (2015)14, conceitos devem ser reelaborados e novos
paradigmas criados, baseados em valores importantes, como o respeito aos direitos
12
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Base Nacional Comum Curricular–Educação é
base. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 03 abril. 2023.

13
FERREIRA, Renan da Costa; BRANDENBURG, LaudeErandi. O Ensino Sociologia e a BNCC:
possibilidades de se educar para a paz. Revista Caminhos.2(17):508-522, 2019
humanos e o pluralismo Sociologia. Segundo Ribeiro, Klebis e Boscoli (2015)15, no
cotidiano escolar, pequenas atitudes fazem a diferença no processo de ensino do
Ensino Sociologia. Mas deve ser uma educação que enriqueça os valores e atitudes
mais profundas.
Ribeiro, Klebis e Boscoli (2015) também assinalam que a educação Sociológica
que quer ensinar a paz se baseia na existência de tolerância e respeito por outras
religiões ou pessoas com pontos de vista diferentes. Isto porque a tolerância é uma
palavra-chave nas relações interpessoais, dado que as pessoas têm crenças diferentes.
Portanto, para promover uma cultura de paz, é necessário saber como viver com esta
situação. Uma das principais ferramentas neste contexto é o diálogo.
A educação Sociológica destinada a promover a paz deve ser empírica, ou seja:
baseada na experiência, na comunicação dinâmica e criativa. Neste sentido, só é
possível ensinar a paz quando o coração desses ensinamentos é também livre, quando
discutem sinceramente, quando se aproximam de forma fraterna e suave, rejeitando a
injustiça (RIBEIRO, KLEBIS E BOSCOLI, 2015).
Neste sentido, a educação Sociológica deve proporcionar as condições para que
os estudantes se compreendam melhor e reconheçam a importância de respeitar os
valores até compreenderem que, embora todos sejam diferentes, é importante saber
como viver em sociedade; respeitar a diversidade. Com isto, os estudantes terão uma
maior compreensão dos princípios morais e éticos (RIBEIRO, KLEBIS E BOSCOLI,
2015).
Como resultado, a educação brasileira tem tentado mudar as práticas em termos
de disciplina escolar. Como resultado, foi reconhecido que as estratégias limitadas à
identificação dos perpetradores e à imposição de punições são ineficazes em situações
de conflito. O que está a ser proposto é algo mais humano, baseado na ideia de perdão
e cuidado pelos outros.

14
BARROS, Ilda Lima; JALALI, VahidehRabbani. Comunicação não-violenta como
perspectiva para a paz. Revista Ideias & Inovação.3(2):67-76, 2015.

15
RIBEIRO, Angélica Ferreira; KLEBIS, Augusta Boa Sorte; BOSCOLI, Olga Maria de Andrade.
O diálogo e a tolerância no como fatores contribuintes para a cultura da paz. Revista Colloquium
Humanarum.1(12):1337-1345, 2015
Desta forma, os professores de educação Sociológica, que já incorporam estes
valores no seu trabalho, estão quase naturalmente melhor colocados para
desempenhar um papel de mediação de conflitos nos chamados círculos de paz. Em
relação à justiça restaurativa e a uma cultura de paz, uma vez que já discutimos
possíveis formas de desenvolver círculos restaurativos à luz de alguns conhecimentos
de educação Sociológica, passamos agora às conclusões do estudo.

3 CONCLUSÃO

Segundo Pranys (2010), os ajuntamentos são a essência, os princípios e os


valores da Cultura de Paz e Justiça Restaurativa. O principal objetivo é “conseguir
fortalecer as relações públicas”, renovando e promovendo a chamada democracia ativa.
Assim, a Justiça Restaurativa pretende apresentar-se como uma resposta humanizada
à resolução de conflitos, ou seja, as reuniões de construção da paz são uma das
técnicas utilizadas como metodologia da Justiça Restaurativa. Nelas, os envolvidos
discutem seus sentimentos, expressam seus conflitos e buscam, dessa forma, diminuir
suas diferenças.
Nesse sentido, para entender a importância e a praticidade desse processo, a
cultura de paz começou a ser fortalecida a partir do ano 2000, quando foi declarado o
Ano Internacional da Cultura de Paz.
No Brasil, a Lei n. 13.663/2018 inclui a promoção da conscientização, prevenção
e formas de combate a todas as formas de violência e a promoção da cultura. No texto
geral utilizado na educação escolar, definido na Lei de Diretrizes e Fundamentos da
Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996)16 e norteado pelos princípios que visam a
formação do homem unido e a criação de uma sociedade justa .

4 REFERÊNCIAS

ONU, Programa de Ação sobre uma Cultura de Paz. 1999. Disponível em http://www.
comitepaz.org.br/download/Declara%C3%A7%C3%A3o%20e%20Programa%20de%20
16
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Base Nacional Comum Curricular–Educação é
base. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 03 abril. 2023.
A%C3%A7%C3%A3o%20sobre%20uma%20Cultura%20de%20Paz%20-%20ONU.pdf.
Acesso em 04 abril. 2023.

PINTO, Renato Sócrates Gomes. A construção da justiça restaurativa no Brasil –


o impacto da justiça criminal. Revista Paradigma.18(14):215-235, 2009.

PRANIS, Kay. Processos circulares. 1ª edição, São Paulo, Editora palas Athenas, 2010.

PRANIS, Kay. Workshop círculos de paz. Org. Terre des hommes, Fortaleza, 2010.

REIMER, Ivoni Richter; RODRIGUES, Elisa; OLIVEIRA, Hélyda de. Educar para a paz:
a paz como educação. Revista Caminhos. 1(17):436-444, 2019.

RIBEIRO, Angélica Ferreira; KLEBIS, Augusta Boa Sorte; BOSCOLI, Olga Maria de
Andrade. O diálogo e a tolerância no como fatores contribuintes para a cultura da paz.
Revista Colloquium Humanarum.1(12):1337-1345, 2015.

ROSENBERG, Marshall. Comunicação não violenta: técnicas para


aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006.

SALLES, Walter; GENTILINI, Maria Augusta. Desafios do Ensino Sociologia em


um mundo secular. Cadernos de Pesquisa.169(48):856-875, 2018.

SANTOS, Guilherme Augusto Martins. Práticas Restaurativas no Judiciário:


institucionalização e lócus de implantação. Palmas: Appris, 2019.

SANTOS, Mayta Lobo dos e GOMIDE, Paula Inez Cunha. Justiça Restaurativa na
Escola - Aplicação e Avaliação. São Paulo. Juruá Editora, 2014.

SOUZA, Rita de Cácia Santos. Cultura inclusiva é cultura de paz. In: Educação
Inclusiva e deficiência visual. Aracaju: Criação, 2012.

SPICA, Marciano Adílio. Diversidade Sociológica e democracia: da filosofia da


Sociologia à filosofia política. Revista ethic@.1(17):13–40, 2018.
VALLS, Álvaro Luiz Montenegro. O que é ética. São Paulo: Brasiliense, 2000

Você também pode gostar