EDUCAÇÃO INTEGRAL

O professor Anísio Teixeira foi um dos primeiros a
pensar em uma educação integral pública e
democrática, que levasse em conta a formação de
diversas dimensões constituintes do ser humano.
Uma educação escolar democrática deveria
preconizar o espirito de objetividade, de tolerância,
de investigação, de confiança e pautar-se na ciência
no amor ao ser humano (ANÍSIO TEIXEIRA).
Experiências do passado, como os Centros Integrados de
Educação Pública (CIEP’s) de Darcy Ribeiro, auxiliam na
percepção de que a educação integral pública representa um
caminho para o enfrentamento das desigualdades sociais, das
distâncias entre os setores sociais mais carentes e os mais
privilegiados economicamente (DARCY RIBEIRO)

A perspectiva histórico-crítica da educação traz em seus pressupostos teóricos, a gênese de uma educação que considera a
multidimensionalidade do ser humano e, por esse motivo, pode aproximar-se dos ideais da educação integral.

A educação integral assume por completo a formação humana, tendo como meta abranger todas as dimensões que compõem
a vida do ser social, que está situado em um contexto sócio-histórico, imerso no acervo cultural produzido ao longo do tempo
pela humanidade e deixado, como herança, para as novas gerações (DEMERVAL SAVIANI)

Considerando o aluno como um ser global, a perspectiva histórico-crítica concebe a sistematização e a socialização do
conhecimento a partir das relações entre a teoria e a prática, em um modelo educacional que chama para si a concepção de
educação integral, ressaltando “a especificidade da escola e a importância do trabalho escolar como elementos necessários ao
desenvolvimento cultural, que concorrem para o desenvolvimento humano em geral” (DEMERVAL SAVIANI)
EDUCAÇÃO INTEGRAL

É uma orientação estrutural de todo o processo de ensino-aprendizagem e

não uma situação de expansão do turno ou da carga horária. Logo, o
princípio orientador da forma de ensinar não se relaciona somente com o
tempo, mas com as intencionalidades das práticas pedagógicas escolares.

Integral diz respeito à totalidade

Logo, deve considerar todas as dimensões formativas do sujeito;
Sendo elas: Intelectual, Emocional, Física, Social, Cultural (previsto na LDB, 9394/96):

O desenvolvimento pleno dos indivíduos é um direito reconhecido na CF (1988).

Um currículo integrador coloca o aluno na centralidade dos processos educativos.

Exige políticas e práticas que sejam inclusivas e emancipatórias;

Deve buscar a superação das desigualdades;

O Desenvolvimento humano global é uma abordagem formativa preconizada pela Base Nacional Comum
Curricular. Ao reconhecer que a Educação Básica deve visar ao desenvolvimento completo do estudante em
todas as suas dimensões, a BNCC afirma de maneira explícita o seu compromisso com a formação integral.
A BNCC e o compromisso com a educação integral
Pressupostos:
A educação não ocorre somente nos limites de uma sala de aula;
A formação humana se dá ao longo da vida e envolve vários espaços (escolar, familiar, religioso, etc.)
A BNCC tenta romper com visões
educacionais reducionistas que
privilegiam determinadas dimensões
formativas em detrimento de outras.
CINCO EIXOS
Centralidade no estudante;
Aprendizagem permanente;
Inclusão; (Expressam a diversidade humana)
Territorialidades; (Expressam identidades)
Gestão democrática.
QUATRO PRINCÍPIOS
CONTEMPORANEIDADE
Deve alinhar-se às demandas do século XXI com foco na formação de sujeitos
críticos, autônomos e responsáveis consigo mesmos e com o mundo.
EQUIDADE
Deve reconhecer o direito de todos e todas de aprender e acessar
oportunidades educativas diferenciadas e diversificadas a partir da interação
com múltiplas linguagens, recursos, espaços, saberes e agentes, condição
fundamental para o enfrentamento das desigualdades educacionais.
SUSTENTABILIDADE
Deve comprometer-se com processos educativos contextualizados,
sustentáveis no tempo e no espaço, com a integração permanente entre o que
se aprende e o que se pratica.
INCLUSÃO
Deve reconhecer a singularidade dos sujeitos, suas múltiplas identidades e se
sustenta na construção da pertinência do projeto educativo para todos e todas.
EDUCAÇÃO INTEGRAL

Exige políticas públicas intersetoriais

A articulação entre Educação, Assistência Social, Cultura e Esporte, dentre outras políticas públicas, poderá se constituir como
uma importante intervenção para a proteção social, prevenção a situações de violação de direitos da criança e do adolescente,
e, também, para melhoria do desempenho escolar e da permanência na escola, principalmente em territórios mais vulneráveis.

A emancipação das massas
trabalhadoras pode ser completa
enquanto elas recebem uma
educação inferior à da burguesia?
Bakunin (1979)
Há estudos que permitem identificar forte correlação entre situação de
pobreza, distorção idade/série e dificuldades para a permanência na
escola, violência e risco social, o que acaba contribuindo para a
perpetuação de ciclos intergeracionais de pobreza (Henriques, 2001). Não
se trata aqui de criminalizar ou patologizar a pobreza, mas de construir
soluções políticas e pedagógicas criativas e consequentes para o combate
às desigualdades sociais e para a promoção da inclusão educacional.

(…) a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva,

deve se fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não
preconceito e respeito às diferenças e diversidades. (BNCC, 2018)

Trata-se de fomentar o diálogo e a colaboração entre todos os

agentes da educação – professores, gestores, pais e responsáveis,
alunos e comunidade.