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COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS OU COMPETÊNCIAS PARA O SÉCULO XXI

O conceito de competências socioemocionais está fundamentado nas contribuições de diversos teóricos


interacionistas que se debruçaram sobre os processos de ensino, aprendizagem e desenvolvimento humano, a saber:

As referências teóricas de Jean Piaget colaboram para pensar sobre o desenvolvimento


cognitivo e suas implicações para a estruturação do currículo escolar.

As concepções de Lev Vygotsky embasam a compreensão da influência da mediação


da cultura e das interações sociais nos sujeitos da aprendizagem.

A psicanálise de Donald Winnicott contribui para o entendimento do papel das figuras


parentais na constituição emocional dos sujeitos.

As contribuições de Henri Wallon dão subsídios para pensar o desenvolvimento do ser


humano nas instâncias biológica, psíquica e social, uma vez que pressupõe um modelo
de desenvolvimento que integra as dimensões da afetividade e da inteligência humana.

Cada um desses autores, explorados em estudos preparados para o CNE-MEC, ofereceram bases para refletir sobre
diferentes aspectos inerentes à integração entre as habilidades cognitivas e socioemocionais.

Promovido em março de 2014 pelo Instituto Ayrton Senna (IAS), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(INEP) e Ministério da Educação e Cultura (MEC), o "Fórum Internacional de Políticas Públicas - Educar para as competências do
século 21“ reuniu lideranças educacionais de vários países para compartilhar conhecimentos sobre habilidades socioemocionais e
refletir sobre possíveis alternativas para escolas, professores e pais melhorarem o contexto de aprendizagem e o progresso social.
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS OU COMPETÊNCIAS PARA O SÉCULO XXI

O início de um ano letivo nos traz muitas expectativas e


alguns medos diante da nova turma que temos pela frente.

Relacionam-se com
[...] crianças e jovens devem ser desenvolvidos em todas as suas dimensões
a Educação Integral

COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS são capacidades individuais que se manifestam nos modos de pensar, sentir e nos
comportamentos ou atitudes para se relacionar consigo mesmo e com os outros, estabelecer objetivos, tomar decisões e enfrentar situações
adversas ou novas. Elas podem ser observadas em nosso padrão costumeiro de ação e reação frente a estímulos de ordem pessoal e social.
Entre outros exemplos, estão a persistência, a assertividade, a empatia, a autoconfiança e a curiosidade para aprender. Exemplos de
competências consideradas híbridas são a criatividade e pensamento crítico pois envolvem habilidades socioemocionais e cognitivas.
CINCO MACROCOMPETÊNCIAS (Divididas em 17 competências socioemocionais)
A matriz de macrocompetências harmoniza-se com os aspectos socioemocionais presentes
no conjunto das dez competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

CINCO MACROCOMPETÊNCIAS
ABERTURA AO NOVO
AUTOGESTÃO é a tendência a ser aberto a novas
experiências estéticas, culturais e
indica a capacidade de ser organizado, intelectuais.
esforçado, ter objetivos claros e saber
como alcançá-los de maneira ética. RESILIÊNCIA EMOCIONAL
está relacionada à capacidade de alguém lidar com as
próprias emoções, demonstrando equilíbrio e controle sobre
suas reações emocionais, como por exemplo raiva,
insegurança e ansiedade, sem apresentar mudanças bruscas.

AMABILIDADE
indica o grau com que uma pessoa é capaz
ENGAJAMENTO COM OS OUTROS
de agir baseada em princípios e sentimentos diz respeito à motivação e à abertura para interações
de compaixão, justiça, acolhimento; o quanto sociais e ao direcionamento de interesse e energia ao
consegue conectar-se com os sentimentos mundo externo, pessoas e coisas.
das pessoas e se colocar no lugar do outro.
Critérios de mediação, apoiados nas competências socioemocionais, que podem
ser transpostos para a sala de aula. (Segundo Marcos Meier e Sandra Garcia, 2007)

1.Intencionalidade e reciprocidade: o educador deve apresentar objetivos/metas claras e concretas (assim produzirá
maior reciprocidade entre os alunos).
2.Significado: o educador deve explicar o conceito (relacionado ao tema trabalhado na aula) e suas implicações com
outros conceitos de modo claro e objetivo verificando se o aluno os compreendeu.
3.Transcendência: o educador deve articular as aprendizagens de modo que transcendam o “aqui e agora”, favorecendo
o aluno a pensar sobre as implicações do que está sendo “dito e feito”.
4.Competência: o educador deve proporcionar que o aluno se sinta “capaz” de aprender, favorecendo sua motivação e
autoestima. Ou seja, deve oportunizar situações em que o aluno obtenha sucesso. Para isso, as aulas, avaliações,
linguagens etc. devem estar de acordo com o nível do aluno para o tema abordado. O feedback ao aluno é fundamental!
5.Regulação e controle do comportamento: o educador deve apoiar o aluno a controlar/regular suas ações nas diferentes
situações, incluindo as estressoras. Portanto, apoiar a discussão reflexiva, com o aluno e no grupo, é importante!
6.Compartilhar: o educador deve manter e reforçar o clima escolar de respeito, ajuda mútua e valorizar a importância
do controle das emoções, da comunicação clara e respeitosa, do balanceamento entre os objetivos/metas pessoais e do
grupo. Situações de debate, troca de ideias e afins são de fundamental importância!
Critérios de mediação, apoiados nas competências socioemocionais, que podem Continuação)
ser transpostos para a sala de aula. (Segundo Marcos Meier e Sandra Garcia, 2007)

7.Individuação e diferenciação psicológica: o educador deve valorizar as diferenças, desenvolvendo a consciência e a


singularidade de cada aluno – e como ela pode coabitar com o grupo e fortalecê-lo.

8.Planejamento e busca por objetivos: o educador pode apoiar o aluno na identificação de suas metas (objetivas, claras e que
respeitem os demais) e ajudá-lo no planejamento (concreto e com passos possíveis de serem realizados) para que essas metas
sejam alcançadas. A conversa e as estratégias para análise (como antecipação por imagens mentais) são de suma importância.

9.Procura pelo novo e pela complexidade: o educador deve propor situações desafiadoras e incentivar a sua resolução de modo
respeitoso.

10.Consciência da modificabilidade: o educador deve sempre buscar novos caminhos, recursos, estratégias etc., de forma a
apoiar a todos os alunos (nunca desistir de um aluno quando a maioria já dominou um assunto, situação etc.).

11.Sentimento de pertença: o educador deve apoiar o aluno a identificar as pessoas que se aproximam ou que se identificam
com ele, em outras palavras, o educador deve auxiliar os alunos a se sentirem pertencentes a um grupo.

12.Construção do vínculo: o educador deve buscar vincular-se aos alunos e vice-versa. O vínculo é fundamental para a ação em
grupo!

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