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A IMPORTÂNCIA DA AUTORREGULAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE

HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS

Profa. Michelle Costa Beato

RESUMO

Faz-se necessário a relação entre a TEA com as habilidades, uma vez


que, “O autismo caracteriza-se por apresentar uma série de comportamentos,
em quantidade, variedade e intensidade, suficientes para tornar o indivíduo
prejudicado nas áreas de relacionamento social, profissional, acadêmico e
emocional” (GOYOS, 2018, p. 14). Então, essa criança com autismo possui
muitas vezes um déficit com habilidade sociais - tendo ou o excesso ou
prejuízo comportamental. Dessa forma, a ocorrência se dará a partir da
necessidade de cada criança.
TEA, HS e ABA estão relacionados com a aprendizagem. Uma vez que,
a TEA se relaciona à déficits na comunicação (iniciar, manter ou finalizar um
tipo de conversa) e problemas de comportamento. As habilidades sociais são
responsáveis por criar ou ampliar um repertório. E,a análise do comportamento
está relacionada a modificação do comportamento, essas aprendizagem irão
ocorrer por meio da observação (modelação), instrução e consequência.
De acordo com Del Prette e Del Prette, (2017, p.24),

“Habilidades Sociais referem-se a um construto descritivo dos


comportamentos sociais valorizados em determinada cultura com alta
probabilidade de resultados favoráveis para o indivíduo, seu grupo e
comunidade que podem contribuir para um desempenho socialmente
competente em tarefas interpessoais”.

Destaca-se o fato das habilidades sociais divergirem da competência


social. Visto que, a competência social possui um caráter avaliativo, e não
descritivo em relação àquele comportamento. Ambos são diferentes, mas ao
mesmo tempo complementares.
Os déficits em HS estão relacionados a problemas de comportamento,
podendo ser ativos (agressividade) ou passivos (isolamento, submissão). E,

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esses problemas de comportamento a médio e longo prazo podem gerar
rejeição, fracasso escolar, evasão escolar, envolvimento com grupos
antissociais, transtornos psicológicos etc.
Existem sete classes de HS prioritárias na infância, sendo elas: o
autocontrole e expressividade emocional, a empatia, fazer amizades, a
civilidade, a assertividade, a solução de problemas interpessoais e HS
acadêmicas.
Dessa forma, o autocontrole e a expressividade emocional está
relacionada a:
“Reconhecer e nomear as emoções próprias e dos outros, controlar a
ansiedade, falar sobre emoções e sentimentos, acalmar-se, lidar com
os próprios sentimentos, controlar o humor, tolerar frustrações,
mostrar espírito esportivo, expressar as emoções positivas e
negativas”. (DEL, PRETTE; DEL, PRETTE, 2013, p. 55)

Por isso existem os marcos do desenvolvimento infantil:


- Período neonatal: regulação fisiológica e controle da temperatura do
corpo;
- Até 2 anos: regulação emocional (medo e raiva);
- Entre 3-4 anos: regulação do comportamento.
Em todas essas faixas etárias existem o período de regulação, que a princípio
é uma regulação mais fisiológica (envolvendo controle de temperatura do
corpo), e depois passa ser emocional até que se tenha regulação do
comportamento, ou seja, no período pré-escolar (neste período ocorre a
autorregulação).

Portanto a autorregulação é a

“[...] habilidade de monitorar e modular a emoção, a cognição e o


comportamento, para atingir um objetivo e/ou adaptar às demandas
cognitivas e sociais para situações específicas (Sroufe, 1995). Do
controle externo passa a haver uma regulação interna, decorrente do
processo de internalização e controle voluntário mediado pelo próprio
indivíduo”. (LINHARES; MARTINS, 2015, p. 283)

E qual sua importância?

“[...] torna-se importante desafiar o aluno com TEA a regular seus


pensamentos, sentimentos e comportamentos pelo uso de estratégias

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que o leve a pensar e concretizar ações em função de objetivos a
serem alcançados. O processo da autorregulação da aprendizagem
promove o pensamento reflexivo e intencional diante das tarefas a
serem realizadas, contribuindo para o desenvolvimento de indivíduos
mais autônomos e conscientes de sua própria forma de aprender.”
(ZIMMERMAN, 2013)

“Um repertório elaborado de habilidades sociais contribui


decisivamente para relações harmoniosas com colegas e adultos na
infância. Habilidades de comunicação, expressividade e desenvoltura
nas interações sociais podem se reverter em amizade, respeito,
status no grupo ou, genericamente, em convivência cotidiana mais
agradável. Com efeito, muitos estudos mostram que a competência
social na infância apresenta correlação positiva com vários
indicadores de funcionamento adaptativo como rendimento
acadêmico, responsabilidade, independência e cooperação”. (DEL,
PRETTE; DEL, PRETTE, 2013, p. 16-17)

Então crianças entre 3 a 4 anos de idade, no período em que está na


pré-escola, ela já consegue ter uma autorregulação - fator importante para sua
aprendizagem e para melhor qualidade de vida tanto do indivíduo, quanto da
família, dessa forma, contribuindo para o funcionamento adaptativo ao meio.

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