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UM EXERCÍCIO DE AUTORIA:

Amanda Rodrigues - UnB


Ana Júlia Lopes - UnB
Camilla Chaves - UnB
Nágila Souza - UnB
Tainá Pereira - UnB

RESUMO

No contexto da educação atual, cabe aos profissionais buscarem meios para um melhor
desenvolvimento das crianças, sendo ele principalmente saudável e respeitoso. Tendo em
vista esse fator, houve o surgimento da educação positiva, que consiste em, na escola, a
criação de um ambiente que promova o desenvolvimento acadêmico, emocional e social
dos alunos. Portanto, ela destaca a importância de cultivar relacionamentos positivos entre
professores, alunos e pais. Logo, são inúmeras vantagens que seguem o condicionamento
deste processo, citando, por exemplo, a melhoria do clima escolar, a promoção de
habilidades socioemocionais, nos alunos, a prevenção de comportamentos problemáticos
(que serão, por conseguintes, citados e descritos), e o estímulo e engajamento e à
motivação para aprender. A Educação positiva na escola busca criar um ambiente propício
ao crescimento holístico dos estudantes, efetivando, assim, uma relação mútua de
confiança e respeito entre aluno e professor, diferente dos ensinamentos passados
anteriormente que visavam apenas a criança respeitar a autoridade, perdendo, assim, a
confiança em si mesma e em seu potencial, não sendo vista como uma pessoa de fato. Cabe
mencionar que as emoções são estímulos demasiadamente importantes no aprendizado de
uma criança, sendo elas negativas ou positivas, moldando todo esse processo através do
modo como o ensinamento é passado à ela. Por outro lado, há a educação com violência,
indescritivelmente prejudicial às crianças, pois refere-se a práticas educacionais que
envolvem o uso de métodos agressivos, punitivos ou prejudiciais para controlar o
comportamento dos alunos. Isso pode incluir punições físicas, emocionais ou psicológicas,
em vez de abordagens construtivas e positivas. Portanto, prejudica o emocional, social e
acadêmico do estudante, com diversas consequências irreversíveis ao seu
desenvolvimento. A partir desse contexto, abordaremos um pouco do recurso da
comunicação não-violenta à luz da teoria da subjetividade como meio para transformação
das relações no âmbito escolar e consequentemente nas relações fora da escola.

PALAVRAS-CHAVE: Educação positiva, violência, emoções


1- INTRODUÇÃO

Na educação contemporânea, é imperativo encontrar métodos que vão além da mera


transmissão de conhecimento, pois diante do desenvolvimento tanto pessoal quanto
acadêmico de uma criança há diversos fatores importantes e decisivos para seu futuro.
Dentro deles, cabe mencionar as emoções, responsáveis pela maior parte dos
comportamentos e reações que as crianças advém para seus contatos fora de sua bolha
pessoal, sendo eles presentes na instituição escolar. Portanto, este tema reflete o
reconhecimento crescente de que a educação não pode limitar-se à mera transferência de
informação, mas deve ser vista como um processo de formação de indivíduos para serem
capazes de enfrentar os desafios do mundo de uma forma equilibrada e resiliente. Ao
explorar os princípios e objetivos da educação positiva, seremos capazes de compreender
como esta desenvolve não apenas estudantes acadêmicos, mas pessoas que podem
construir relacionamentos saudáveis, gerir ativamente as emoções e contribuir para uma
sociedade mais inclusiva e harmoniosa. Em conseguinte, gostaria de conectar dois temas
que a princípio não estão diretamente relacionados. A teoria da subjetividade do psicólogo
cubano Fernando Luis González Rey que logo ganhou desdobramentos na área
educacional. Essa corrente teórica tem como foco a relação entre emoções e símbolos.

“Desse modo, a categoria subjetividade se entende como processualidade, rompendo


tanto com sua representação como algo inerente ao indivíduo quanto com
dicotomias: individual/social, cognitivo/afetivo, consciente/inconsciente, entre
outras. Ela se define pela natureza dos seus processos, ou seja, a complexa relação do
histórico e do atual que constituem os diferentes momentos do homem e do social e
na forma em que adquirem sentido e significado a partir dessa relação. Assim, não é
cópia, nem internalização do social, mas nova produção que acontece como resultado
das múltiplas e simultânea consequências do “viver” do homem. Nesse processo,
suas próprias ações são fontes dos processos de subjetivação que se configuram na
sua experiência” (MORI, Valéria Deusdará; REY, Fernando González 2012).

E a abordagem do norte-americano Marshall B. Rosenberg, especializado em psicologia


social, que desenvolveu a prática da comunicação não-violenta. Esse método baseia-se em
habilidades de linguagem e comunicação que fortalecem nossas capacidades humanas e nos
ajudam a reformular a maneira pela qual nos expressamos e ouvimos. A comunicação
não-violenta aborda quatro componentes principais: 1. Observação; 2. Sentimentos; 3.
Necessidades; e o 4. Pedidos.
Bom, qual a relação entre a teoria da subjetividade e a abordagem da comunicação
não-violenta? Os dois autores possuem como foco as emoções, como citado anteriormente.
Muitas vezes a emoção se torna obstáculo para aprender e enxergar a realidade tal qual como
ela é. É preciso observação e espaço para conhecê-la, pois as emoções são de grande
importância para o crescimento das crianças, sendo o modo pelo qual elas se expressam no
ambiente. A comunicação não-violenta oferece ferramentas para expressão. Rosenberg
destaca a fala conectada “com o coração”.
No contexto escolar a comunicação é em si mesma um problema a ser enfrentado. O
aprendizado ministrado como mera tarefa de transmissão de conteúdos ignora as condições
peculiares dos indivíduos. Alunos e professores figuram em papéis fixos incompatíveis com
suas singularidades. Nessa cena, irrompem falas violentas e autoritárias quem apenas
simulam uma “ordem”. No plano pedagógico, a teoria da subjetividade fornece uma matriz
para a adequada “leitura” dos indivíduos. Cada um é visto a partir de sua própria perspectiva.
Os papéis não se desenrolam de modo fixo, mas como processos dinâmicos. Os docentes
encontram espaço para exprimir sentimentos direta ou indiretamente relacionados à sua
prática. O professor pode expressar aos alunos como sente, de modo claro e direto. A
referência à emoção exibe um palco completo e aberto. Os alunos podem identificar as
emoções verificadas no processo pedagógico e fazer delas o caminho para a elaboração de
estratégias de aprendizagem. Mesmo as emoções advindas de fora do ensino escolar são
importantes. O contexto familiar e social ganha relevo. Logo, conclui-se que é, de fato,
demasiadamente importante para o aprendizado escolar que as crianças aprendam a “colocar
para fora” o que estão sentindo, ou seja, expressando suas emoções. Assim, o educador
saberá como lidar individualmente com cada estudante para ajudá-lo em sua necessidade
individual. Professores e alunos podem ficar à vontade para exprimir-se em termos de
“necessidades”. As necessidades trazidas à tona orientam as ações pedagógicas. E ao invés de
ordenar aos alunos que “calem a boca” o docente pode dizer que se sente ‘confuso’ com tanto
barulho e afirmar que precisa de silêncio para ensinar algo novo. Assim, a comunicação
não-violenta, sob referencial teórico da teoria da subjetividade, traz uma ferramenta útil para
desdobrar o diálogo virtuoso no ensino como para contornar obstáculos frequentemente
verificados na aprendizagem.

Em conseguinte, surgem certas dúvidas sobre o tema:

- Quais são os impactos ao longo prazo da Educação Positiva no desenvolvimento das


crianças?

A educação positiva pode ter vários impactos a longo prazo no desenvolvimento das
crianças. Isso inclui a promoção de habilidades sociais, emocionais e cognitivas sólidas, o
estabelecimento de relações saudáveis, o desenvolvimento da autoestima e a capacidade de
lidar eficazmente com desafios. Crianças criadas com abordagens positivas tendem a
apresentar maior resiliência e habilidades de resolução de problemas ao longo da vida,
sabendo expressar-se melhor nos meios escolares, sociais, familiares e pessoais, ajudando,
também, na promoção de habilidades sociais, tendendo a serem mais extrovertidas.

- De que maneira a Educação Positiva incentiva o engajamento e a motivação dos alunos para
aprender?

A educação positiva incentiva o engajamento e a motivação dos alunos de várias


maneiras. Ela enfatiza o estabelecimento de um ambiente de aprendizado positivo e
encorajador, onde os alunos se sentem apoiados e valorizados. O reconhecimento dos
esforços individuais, a celebração do progresso e a promoção de uma abordagem construtiva
ao lidar com desafios contribuem para um clima motivador. Além disso, estratégias que
conectam o conteúdo do currículo aos interesses e experiências dos alunos ajudam a manter o
interesse e a relevância, favorecendo assim o engajamento a longo prazo.

Partindo desse pressuposto, os objetivos que a Educação positiva sugerem como resultado
nas crianças são:

● Estimular o interesse pelo aprendizado e promover um ambiente que estimule a curiosidade


e o desejo de aprender;
● Auxiliar na gestão emocional, ensinando estratégias para lidar com emoções;
● Fomentar a empatia e o respeito pelos outros;
● Estabelecer parcerias positivas entre escola e pais;
● Fornecer estratégias de intervenção positiva em situações problemáticas;
● Melhorar o clima escolar, criando um ambiente acolhedor e inclusivo;
● Preparar os alunos para a vida além da escola, enfatizando habilidades essenciais;
2- METODOLOGIA

A abordagem desta pesquisa é qualitativa, e observação participante com crianças e


experiências vividas. Conforme Marconi e Lakatos (2008, p. 76), “A observação é uma
técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de
determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver ou ouvir, mas também em
examinar os fatos ou fenômenos que se deseja estudar”.
Será realizada uma observação participante envolvendo uma análise das experiências
passadas pelas crianças e seus interesses, comparando as respostas e experiências das
crianças de diferentes contextos educacionais. Destacando também as semelhanças e
diferenças nas percepções de futuro e desafios enfrentados. Para que isso possa ser feito,
através da observação participante, o pesquisador se envolverá nas atividades realizadas pelas
crianças, acompanhando suas rotinas e costumes, em busca de compreender e comparar as
diferenças e desigualdades existentes tanto na educação, quanto nas percepções de futuro das
crianças destes dois espaços que serão analisados.
Portanto, utilizamos nossos próprios contextos pessoais e familiares, experiências empíricas
que obtivemos com as crianças à nossa volta. Eu, (Ana Júlia), tenho uma irmã mais nova,
logo possuo uma experiência de muitos anos com ela e pude acompanhar seu contexto
escolar desde o início. Observei muitos métodos utilizados por cada uma de suas professoras
e pude concluir que, por ela ter Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade
(TDAH), precisava de uma atenção maior e necessidades especiais para aprender. Com a
Educação positiva, ela poderia, desde o início, ser incentivada a descobrir novos meios para
aprender, de forma gentil e sem violência, sem sentir-se incapacitada ou inferior aos outros
colegas por ter um transtorno que dificultasse seu aprendizado. E é por isso que a Educação
positiva deve ser utilizada como um método que inclua todas as crianças e perceba suas
necessidades, ao invés de uma educação com violência verbal, que só prejudica o psicológico
e aprendizado dos alunos.
3- DISCUSSÃO

A minha opinião (Tainá) sobre a educação positiva das crianças, é uma abordagem parental
positiva e muito valiosa porque enfatiza a importância de fortalecer o relacionamento entre
pais, educadores e filhos. Ao dar prioridade ao reforço positivo e ao estabelecer limites claros
para a empatia, essa abordagem não só promove um ambiente educativo mais saudável, mas
também promove o desenvolvimento emocional e social das crianças. A educação positiva é
uma resposta bem-vinda aos métodos autoritários tradicionais. Ao focar na compreensão das
necessidades emocionais das crianças e na comunicação aberta, é criado um ambiente
propício ao desenvolvimento da autodisciplina e das habilidades sociais. Essa abordagem
pode funcionar como uma forma encantadora para crianças autoconfiantes que podem
enfrentar desafios de forma construtiva, embora a parentalidade positiva ajude a promover o
respeito mútuo e a construir relacionamentos saudáveis, é importante compreender que cada
criança é única, nenhuma abordagem única pode ser eficaz em todos os casos e é fundamental
integrar elementos de flexibilidade e personalização para atender às necessidades únicas de
cada criança. A educação positiva proporciona um quadro valioso para a estimulação positiva
e a cooperação para desenvolver um ambiente educativo valioso. Ao apostar no
fortalecimento das competências emocionais e sociais, prepara as crianças para enfrentarem
os desafios do mundo de forma mais equilibrada. No entanto, é importante notar que um
equilíbrio adequado entre motivação positiva e responsabilidade docente também é
importante. A educação positiva representa um avanço significativo na forma como
abordamos a educação e a educação dos filhos. Ao substituir métodos punitivos por
estratégias que promovam a compreensão e a resolução de conflitos, estabelece as bases para
o desenvolvimento de indivíduos resilientes para uma sociedade cooperativa saudável.

Esse trabalho me fez (Camilla) pensar muito sobre como a escola pode ser melhor. Entendi
que não se trata apenas de aprender matérias, mas também de criar um ambiente onde eu
possa crescer em todos os aspectos. A Educação Positiva é algo que valorizo, pois destaca a
importância de ter boas relações com todos na escola. Ao usar a Comunicação Não-Violenta,
percebi como a forma como me expresso faz diferença. Não é só sobre as palavras, mas
também sobre entender e respeitar os sentimentos, o que ajuda a ter conversas mais positivas.
Na minha opinião, a escola deveria se importar não só com as notas, mas também com como
eu me sinto e me relaciono com os outros. A ideia de que cada um é único, sem ter que seguir
papéis fixos, é algo que acho legal. Esse trabalho me fez refletir bastante, e agora acredito
que a escola pode ser um lugar onde eu aprendo não só sobre matérias, mas também sobre
como ser uma pessoa legal e contribuir para fazer uma sociedade melhor.

Já eu (Ana Júlia), acredito, como citei anteriormente, acredito que a educação não-vioenta
é a chave para que as crianças possam ter um ambiente escolar que se sintam seguras e
acolhidas, onde possam falar sobre todas as suas emoções e possam ser compreendidas e
ajudadas. Nossas crianças merecem se sentir valorizadas e amadas, e o que falta no processo
educativo é carinho e acolhimento. As crianças merecem ter voz dentro da sociedade, e tudo
isso inicia-se na escola, onde possuem o primeiro contato fora da bolha familiar.
4- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao refletir sobre o que nós escrevemos neste trabalho sobre educação com violência e
a proposta da educação positiva, destaco a importância de criar um ambiente escolar
saudável, respeitoso e que promova o desenvolvimento completo das crianças. A mudança de
abordagem, indo além da simples transmissão de conhecimento, mostra que as relações
positivas entre professores, alunos e pais podem melhorar o clima escolar e beneficiar o
crescimento emocional e social dos estudantes.

O impacto desse trabalho para nós é compreender que a educação não deve se limitar
a apenas passar informações, mas também deve considerar as emoções e singularidades de
cada pessoa. A introdução da Comunicação Não-Violenta e da teoria da subjetividade como
ferramentas úteis destaca a importância de expressar sentimentos e necessidades,
promovendo um diálogo construtivo no ensino. Isso fez a gente perceber que o aprendizado
vai além do conteúdo acadêmico, buscando formar indivíduos capazes de construir
relacionamentos saudáveis e contribuir para uma sociedade mais inclusiva.

Consideramos importantes as reflexões sobre a necessidade de transformar a


abordagem educacional, indo além da mera transmissão de conhecimento. Destacamos a
importância da Educação Positiva, que enfoca a criação de um ambiente escolar saudável,
promovendo nosso desenvolvimento integral. Valorizamos a construção de relacionamentos
positivos entre professores, colegas e pais, reconhecendo que isso não apenas melhora o
ambiente escolar, mas também impacta positivamente no nosso desenvolvimento
socioemocional.

Além disso, percebemos que usar a Comunicação Não-Violenta e entender mais sobre
as pessoas pode ser útil na escola. Isso significa que conversar de uma maneira boa é
importante, reconhecendo os sentimentos e como cada um é um ser único. Isso faz o
aprendizado ser mais interessante. Pensamos que é legal ir além do jeito normal de ensinar e
se tornar uma pessoa que pode ter boas relações e ajudar a fazer uma sociedade melhor.

Esse trabalho teve um impacto significativo para nós. Aprendemos que a escola não é
só sobre estudar, já sabíamos disso, mas agora sabemos de forma mais complexa explicar
isso, a escola é também sobre criar um lugar legal onde todos possam se desenvolver bem. A
ideia de ter boas relações com professores, amigos e pais faz se ter até um crescimento
emocional melhor.

A introdução da Comunicação Não-Violenta também ajudou a gente a entender como


falar de uma maneira positiva é útil na escola para quando estivermos atuando. Isso faz com
que as conversas sejam melhores. No geral, esse trabalho mostrou que a escola pode ser mais
do que apenas estudar; ela pode ser um lugar onde construímos boas relações e contribuímos
para uma sociedade melhor.
5- REFERÊNCIAS

1. ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar


relacionamentos pessoais e profissionais. 4° edição. São Paulo: Ágora, 2016.

2. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 7. ed.


São Paulo: Atlas, 2008.

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