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A Linguagem da Liberdade - por Melody Beattie

1º de Janeiro

O Ano Novo
Faça planos para o Ano Novo. Indague a si mesma e descubra o que gostaria que
acontecesse este ano em sua vida. Isso ajuda a cumprir sua parte. É a afirmaçã o de
seu interesse em viver plenamente a vida no ano que começa.
Os objetivos nos dã o direçã o. Colocam uma poderosa energia em açã o, tanto em
nível consciente quanto inconsciente e universal.
Os objetivos dã o direçã o à nossa vida.
O que gostaria que acontecesse em sua vida neste ano? O que gostaria de fazer, de
conseguir? Que coisa boa gostaria de atrair para sua vida? Em que á reas específicas
gostaria de crescer? De que bloqueios, ou defeitos pessoais, gostaria de se livrar?
O que gostaria de obter? Coisas pequenas e coisas grandes? Aonde gostaria de ir? O
que gostaria que acontecesse quanto à amizade e ao amor? O que gostaria que
acontecesse em sua vida familiar?
Lembre-se de que nã o estamos controlando outras pessoas através dos nossos
objetivos — estamos tentando dar direçã o à _nossa_ vida.
Que problemas gostaria de ver resolvidos? Que decisõ es gostaria de tomar? O que
gostaria que acontecesse com sua carreira?
O que gostaria que acontecesse dentro de si, e à sua volta?
Escreva. Tome um pedaço de papel e dedique algumas horas de seu tempo a
escrever tudo — como uma afirmaçã o pessoal de sua vida e de sua capacidade de
escolher. E deixe acontecer.
É ló gico que sempre acontecem coisas que estã o fora do nosso controle. À s vezes,
sã o surpresas agradáveis; à s vezes, nem tanto. Mas todas fazem parte do capítulo
que será este ano da nossa vida e nos guiará adiante na histó ria.
O Ano Novo está diante de nó s, como um capítulo de um livro esperando para ser
escrito. Podemos ajudar a escrever essa histó ria estabelecendo objetivos.
_Hoje, lembrarei que existe uma poderosa força motivada pelo registro dos meus
objetivos no papel. Farei isso agora, para o ano que se inicia, e sempre que
necessá rio. Farei isso, nã o para controlar, mas para cumprir minha parte em viver a
minha vida._

02 de Janeiro

Limites Saudáveis

Os limites sã o vitais para a recuperaçã o. Ter e estabelecer limites saudáveis de


recuperaçã o está relacionado a todas as fases da recuperaçã o: crescer com auto-
estima, lidar com emoçõ es e aprender a realmente amar e dar valor a nó s mesmos.
Os limites emergem de dentro de nó s. Estã o ligados ao abandono da culpa e da
vergonha, e à mudança de nossas crenças sobre o que merecemos. À medida que
nossos pontos de vista sobre isto se tornem mais claros, o mesmo acontecerá com
nossos limites.
Os limites estã o também relacionados a um Ritmo de Açã o maior do que o nosso.
Estabeleceremos um limite quando estivermos prontos, nem um segundo antes. E
os outros também.
Há algo má gico sobre a chegada do momento exato de estabelecermos um limite.
Sabemos que estamos convencidos do que dizemos; os outros também nos levam a
sério. As coisas mudam, nã o porque estamos controlando alguém, mas porque
_nó s_ mudamos.
_Hoje, tenho certeza de que aprenderei, crescerei e estabelecerei limites
necessá rios à minha vida, na minha pró pria hora. Esta hora será a hora certa para
mim._

03 de Janeiro
Cultivando a Auto-ajuda
_“...nã o existe um manual para se estabelecer limites. Cada um de nó s tem seu
pró prio guia dentro de si. Se continuarmos a lutar pela nossa recuperaçã o, nossos
limites se desenvolverã o. Ficarã o mais saudáveis e sensíveis. Nó s pró prios
saberemos o que precisamos saber e amaremos a nó s mesmos o bastante para
entender.”_
— Para além da Co-dependência
O que precisamos para cuidar de nó s mesmos?
Ouça sua voz interior. O que lhe dá raiva? Do que está cansado? Em que nã o confia?
O que nã o está certo? O que nã o aguenta mais? O que o incomoda? De que precisa?
O que nã o quer e nã o precisa? Do que gosta? O que o faz sentir-se bem?
Quando nos recuperamos, aprendemos que a auto-ajuda nos leva ao caminho da
vontade e dos planos de Deus para nossas vidas. A auto-ajuda nã o nos afasta do
nosso bem mais alto, mas nos leva a ele.
Aprenda a cuidar dessa voz interior. Podemos confiar em nó s mesmos. Podemos
tomar conta de nó s mesmos. Somos mais sá bios do que pensamos. Nosso guia está
dentro de nó s, sempre presente. Escute, confie e tome conta deste guia.
_Hoje, vou afirmar que sou um presente para mim e para o Universo. Vou me
lembrar que cuidando da auto-ajuda levarei este dom à sua forma mais alta._

4 de Janeiro
Desligando-nos dos Problemas de Família
Podemos estabelecer um limite saudável, uma fronteira saudável entre a nossa
pessoa e o nosso nú cleo familiar. Podemos nos desligar de seus problemas.
Talvez em nossa família exista alguém viciado em á lcool ou outras drogas e que nã o
esteja se recuperando do vício.
Talvez em nossa família exista alguém que tenha problemas nã o resolvidos de co-
dependência. Alguém que seja viciado em desgraças, em dor, em sofrimento, em
fazer-se de má rtir ou de vítima.
Talvez em nossa família exista alguém com problemas nã o resolvidos de abuso ou
de ordem familiar.
Talvez em nossa família exista alguém viciado em trabalho, em comer ou em sexo.
Nossa família pode estar completamente desbaratada ou desunida; cujos membros
mantenham pouco contato uns com os outros.
Podemos ser parte da nossa família. Podemos amar nossa família, mas somos seres
humanos individuais, com direitos e problemas individuais. Um de nossos direitos
primordiais é o de começarmos a nos sentir melhor e de nos recuperarmos,
independente de que outros membros da família decidam fazer o mesmo ou nã o.
Nã o temos de nos sentir culpados em buscar a felicidade e ter uma vida que
funciona bem. E nã o precisamos assumir os problemas de nossos parentes como se
fossem nossos pró prios problemas, somente para provar-lhes nosso amor e
lealdade.
Quase sempre, quando começamos a cuidar de nó s mesmos, os membros da família
reagem com tentativas claras ou dissimuladas para nos puxar de volta para os
antigos sistemas e papéis que desempenhávamos. Nã o temos de voltar. Suas
tentativas para nos puxar de volta sã o problemas deles. Tomar conta de nó s
mesmos e tornar-nos saudáveis e felizes nã o significa que nã o os amamos. Significa
que estamos cuidando de nossos problemas.
Nã o temos de julgá -los porque eles têm problemas; e nem temos de permitir que
façam de nó s o que quiserem apenas por fazerem parte da família.
Nó s agora somos livres para cuidar de nó s mesmos como membros da família.
Nossa liberdade se inicia quando começamos a recusar os problemas deles e,
educadamente mas com segurança, os devolvemos — para onde pertencem — e
passamos a cuidar dos nossos pró prios problemas.
_Hoje, me desligarei dos membros da minha família. Sou um ser humano à parte,
mesmo que pertença a uma unidade chamada família. Tenho o direito de melhorar
e de ter meus pró prios assuntos; os membros de minha família têm direito a seus
pró prios assuntos e de escolher onde e quando cuidarã o deles. Posso aprender a
isolar-me com amor dos membros de minha família e dos seus assuntos. Estou
disposta a lidar com todas as emoçõ es necessá rias a fim de conseguir isso._

5 de Janeiro
Aceitando Ajuda
À s vezes nos sentimos tã o isolados que nos esquecemos de que nã o estamos só s.
Passamos a acreditar que devemos fazer isso a nó s mesmos. Talvez tenhamos sido
abandonados. Talvez tenhamos ficado sem amor. Talvez tenhamos nos acostumado
a que as pessoas nunca estejam presentes para nó s. Talvez tenhamos lutado e
aprendido liçõ es a duras penas.
Deus está ali, sempre pronto a ajudar. E também há sempre um grande nú mero de
pessoas que se importam conosco. Podemos, se quisermos, receber amor e apoio,
conforto e carinho. Se nos dermos ao trabalho de pedir isso, a ajuda estará lá .
Podemos obtê-la em nosso grupo de recuperaçã o e permitir que sejamos ajudados
e amparados pelo nosso Poder Superior. Os amigos, os bons amigos aparecerã o.
Nã o estamos só s e _nã o temos de ficar só s_. Nã o _vamos mais fazer isso com nó s
mesmos_. Nã o há falta de amor. Nã o mais.

_Hoje, Deus, ajude-me a livrar-me da crença de achar que tenho de fazer isso
sozinho e de achar que estou só . Ajude-me a interceptar Seu Divino Poder e
Presença e Suas fontes de amor, apoio e amizade. Abra meus olhos e meu coraçã o
para que eu possa ver o amor, a ajuda e o apoio que existem para mim. Me ajude a
saber que sou amado._

6 de Janeiro
Relacionamentos
_“Se estamos infelizes sem um amor, provavelmente também estaremos infelizes se
tivermos um. Um relacionamento nã o começa nossa vida; um relacionamento nã o
se transforma em nossa vida. Um relacionamento é a continuaçã o da vida.”_
— Para além da Co-dependência
Os relacionamentos sã o a bênçã o e a perdiçã o da recuperaçã o. É neles que melhor
demonstramos nossa recuperaçã o.
A cada dia nos deparamos diante da possibilidade de ter vá rios relacionamentos
diferentes. À s vezes, escolhemos alguns; à s vezes, nã o! A ú nica escolha que
geralmente temos em nossos relacionamentos refere-se ao nosso pró prio
comportamento. Quando nos recuperamos da co-dependência, nosso objetivo é
comportar-nos de forma que demonstre que somos responsáveis por nó s mesmos.
Estamos aprendendo a reconhecer nosso poder de tomar conta de nó s mesmos em
nossos relacionamentos. Estamos aprendendo a ter intimidade com as pessoas,
quando possível.
Precisamos separar-nos de alguém a quem andamos tentamos controlar? Há
alguém com quem precisamos conversar, embora o que tenhamos a dizer nã o seja
agradável? Há alguém que estamos evitando porque temos medo de cuidar de nó s
mesmos com esta pessoa? Precisamos corrigir alguma coisa? Há alguém que
precisamos procurar, demonstrar-lhe amor?
A recuperaçã o nã o é feita fora dos nossos relacionamentos. A recuperaçã o é feita
pelo aprendizado do _nosso_ pró prio poder e de tomarmos conta de nó s mesmos
em nossos relacionamentos.
_Hoje, participarei de meus relacionamentos o melhor que puder. Estarei disposto a
tornar-me mais pró ximo e íntimo das pessoas em quem confio. Pedirei o que
preciso e darei o que as faz sentir bem._

7 de Janeiro
Lidando com Emoçõ es Dolorosas
Sentimentos de raiva ou de dor podem ser os mais difíceis de enfrentar. Sentimo-
nos vulneráveis, assustados e impotentes quando esses sentimentos despontam. E
esses sentimentos podem trazer lembranças de ocasiõ es similares, quando nos
sentimos impotentes.
À s vezes, para obtermos a sensaçã o de controle, nó s punimos as pessoas à nossa
volta, as que culpamos por essas emoçõ es ou as inocentes que estã o por perto.
Podemos tentar nos vingar ou podemos manipular essas pessoas para ter a
sensaçã o de poder sobre a situaçã o.
Estas açõ es podem dar-nos uma sensaçã o temporá ria de satisfaçã o, mas na
verdade apenas adiam o confronto com a dor.
Sentir dor nã o deve ser tã o assustador. Nã o temos de esforçar-nos tanto para evitar
isto. Embora os sentimentos de dor nã o sejam alegres, o que ocorre com os de
felicidade, sinta-os e siga em frente. Isso nã o significa que temos de procurá -los ou
lidar desnecessariamente com eles. A dor emocional nã o precisa nos devastar.
Podemos ficar quietinhos, sentir a dor, pensar se há algo que devemos fazer para
cuidar de nó s mesmos e depois continuar com nossa vida.
Nã o temos de agir impensadamente; nã o temos de punir a outros para podermos
controlar nossas emoçõ es. Podemos começar compartilhando nossa dor com os
outros. Isto traz alívio e geralmente a cura, a outros e a nó s.
Eventualmente aprendemos a liçã o de que a verdadeira força é o resultado de
permitir-nos ser vulneráveis o bastante para sentir a dor. A verdadeira força vem
de saber que podemos cuidar de nó s mesmos, mesmo quando sentimos dor
emocional. O verdadeiro poder nasce quando deixamos de culpar os outros pela
nossa dor, e assumimos a responsabilidade por todos os nossos sentimentos.
_Hoje, vou entregar-me aos meus sentimentos, mesmo aos emocionalmente
dolorosos. Em vez de agir precipitadamente ou tentar punir alguém, serei
vulnerável o bastante para sentir minhas emoçõ es._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


8 de Janeiro
Vulnerabilidade
Pode ser que tenhamos tomado a decisã o de que ninguém nunca mais nos vai
magoar de novo. Podemos automaticamente adotar a técnica de "congelamento
emocional" quando confrontados com a dor emocional. Ou podemos terminar um
relacionamento na primeira vez em que nos sentimos magoados.
Emoçõ es de dor fazem parte da vida, dos relacionamentos e da recuperaçã o.
É compreensível que nã o queiramos mais sentir dor. Talvez tenhamos tido mais do
que nossa quota. Talvez em alguma época de nossa vida, tenhamos sido
subjugados, esmagados ou imobilizados pela demasiada dor que sentimos. Talvez
nã o tenhamos tido os recursos para lidar com nossa dor ou tomar conta de nó s
mesmos.
Mas isso foi ontem. Hoje, nã o temos de estar tã o assustados com a dor. Ela nã o tem
de se apossar de nó s. Estamos nos tornando fortes o bastante para tratar com os
sentimentos de dor. E nã o temos de nos tornar má rtires, dizer que dor e sofrimento
sã o tudo que existem na vida.
Precisamos apenas permitir nos sentirmos vulneráveis o bastante para nos
sentirmos feridos, quando isso é apropriado, e assumir a responsabilidade por
nossos sentimentos, comportamentos, e o que precisamos para tomar conta de nó s
mesmos. Nã o temos de analisar ou justificar nossas emoçõ es. Precisamos senti-las,
mas nã o deixar que elas controlem nosso comportamento.
Talvez a nossa dor esteja nos mostrando onde é necessá rio estabelecer um limite;
talvez nos esteja mostrando que estamos indo na direçã o errada; talvez esteja
acessando um processo profundo de cura.
Nã o é errado sentir dor; nã o é errado chorar; nã o é errado curar; nã o é errado
passar para a pró xima emoçã o, quando chegar a hora. Nossa disponibilidade e
capacidade de nos sentirmos magoados eventualmente serã o superadas por nosso
desejo e capacidade de sentir alegria.
Recuperar nã o significa estar imune à dor; significa aprender a cuidar de nó s
mesmos com carinho quando estamos em dor.
_Hoje, nã o acusarei aqueles que me causam dor. Sentirei minhas emoçõ es e serei
responsável por elas. Aceitarei os sentimentos de dor como parte de um
relacionamento. Estou disposto a enfrentar a dor, assim como a sentir a alegria da
vida._

9 de Janeiro
10 de Janeiro
Medo
_“Nã o seja tímido e cauteloso demais sobre suas açõ es. A vida é apenas uma
experiência. Quanto mais experiências tiver, melhor. Que importa se nã o der muito
certo, se sujar-se ou rasgar-se um pouco? E daí se errar e tiver de cair no chã o uma
ou duas vezes? Levante-se de novo; você nã o terá mais tanto medo de outra
queda.”_
— Ralph Waldo Emerson
O medo pode ser um grande empecilho para muitos de nó s: medo da fragilidade,
medo de fracassar, medo de cometer um erro, medo do que os outros possam
pensar, _medo do sucesso_. Podemos tentar adivinhar como será nossa pró xima
atitude ou palavra, até que nos convençamos a nã o participar da vida.
"Mas eu já fracassei antes!"
"Nã o tenho capacidade!"
"Veja o que aconteceu da ú ltima vez!"
"E se...?"
Estas declaraçõ es podem estar disfarçando o medo. À s vezes, o medo é disfarçado
em vergonha.
Depois que terminei os dois ú ltimos capítulos de um livro que estava escrevendo,
reli-os e me apavorei.
"Nã o estã o bons", pensei. "Nã o consigo escrevê-los bem".
Estava quase jogando os capítulos e minha carreira pela janela.Uma amiga
escritora me ligou e contei-lhe meu problema. Ela ouviu e disse:
— Os capítulos estã o ó timos. Pare de ter medo. Pare de criticar a si mesma. E
continue a escrever.
Segui seu conselho. O livro que quase joguei fora se tornou um _best-seller_ do
_New York Times_.
Relaxe. O nosso melhor é bom o bastante. Pode ser melhor do que supomos. Até
nossos erros podem transformar-se em importantes experiências de aprendizado
que levam — e sã o necessá rios — a um futuro sucesso.
Sinta o medo, depois liberte-o. E faça o que desejar, seja o que for. Se nossos
instintos e caminhos nos levaram até lá , é porque é lá que devemos estar.
_Hoje, participarei da vida da melhor forma que puder. Seja qual for o resultado,
isso me fará um vencedor._

11 de Janeiro
Libertando a Culpa
— Há um bom subterfú gio que as pessoas com maus relacionamentos usam - disse
uma mulher em recuperaçã o. — A outra pessoa faz algo impró prio ou errado, e fica
ali parada até você se sentir culpado e terminar se desculpando.
É absolutamente necessá rio que deixemos de sentir-nos tã o culpados.
Na maioria das vezes, as coisas sobre as quais nos sentimos culpados nã o sã o
problemas nossos. A outra pessoa se comporta indevidamente ou de alguma forma
infringe nossos limites. Nó s desafiamos esse comportamento, a pessoa fica com
raiva e na defensiva. Entã o _nó s_ nos sentimos culpados.
A culpa pode impedir-nos de estabelecer limites importantes para nó s e para a
outra pessoa. A culpa pode fazer com que deixemos de cuidar saudavelmente de
nó s mesmos.
Nã o temos de deixar que os outros tenham a certeza de que sempre nos sentiremos
culpados. Nã o temos de permitir a nó s mesmos sermos controlados pela culpa -
merecidamente ou nã o! Podemos ultrapassar a barreira da culpa que nos impede
de cuidar de nó s mesmos. Empurre. Empurre com mais força. Nã o estamos
equivocados, loucos ou errados. Temos o direito de estabelecer limites e de insistir
no tratamento apropriado. Podemos separar outros problemas dos nossos
problemas, e deixar a pessoa sentir as consequências do seu comportamento,
incluindo a culpa. Podemos confiar em nó s mesmos para saber quando nossos
limites estã o sendo violados.
_Hoje, libertarei meus grandes e pequenos sentimentos de culpa. A luz e o amor
estã o do meu lado._

12 de Janeiro
Encontrando o Equilíbrio
O objetivo da recuperaçã o é o equilíbrio — aquele precioso meio-de-campo.
Muitos de nó s passamos de um extremo a outro: anos e anos tomando conta de
todo mundo menos de nó s mesmos, e depois nos recusamos a atentar para as
necessidades de alguém além de nó s.
Podemos ter passado anos recusando-nos a identificar, sentir e lidar com nossas
emoçõ es, seguidos por um período de absoluta obsessã o com cada faísca de
energia emocional que passa através do nosso corpo.
Podemos sucumbir à impotência, ao desamparo e sentir-nos vítimas, depois
passamos ao outro extremo agressivamente assumindo a posse dos que estã o à
nossa volta.
Podemos aprender a dar enquanto assumimos a responsabilidade por nó s
mesmos. Podemos aprender a tomar conta das nossas emoçõ es, assim como de
nossas necessidades físicas, mentais e espirituais. Podemos cultivar a calma e a
confiança de sentir nosso poder como iguais em nossas relaçõ es com outras
pessoas.
O objetivo da recuperaçã o é o equilíbrio, mas à s vezes chegamos lá por caminhos
extremos.
_Hoje, serei gentil comigo mesmo, compreendendo que, à s vezes, para alcançar o
meio-de-campo do equilíbrio, é preciso explorar os picos e vales. À s vezes, a ú nica
maneira de que disponho para me libertar de um vale é pular alto o bastante para
alcançar o cume, e depois descer vagarosamente._

13 de Janeiro
Emoçõ es Agradáveis
Quando falamos sobre emoçõ es durante a recuperaçã o, quase sempre focalizamos
o complicado trio: dor, raiva e medo. Mas há outros sentimentos disponíveis no
leque emocional: felicidade, alegria, paz, contentamento, amor, intimidade e
excitaçã o.
É justo que também sintamos emoçõ es de prazer.
Nã o temos de nos preocupar quando sentimos boas emoçõ es; nã o temos de nos
afastar delas; nã o temos que sabotar nossa felicidade. Fazemos isso, à s vezes, para
nos aproximar de um terreno menos alegre, mais conhecido.
É justo sentir-nos bem. Nã o precisamos analisar, julgar ou justificar isso. Nã o temos
que nos empurrar para baixo ou deixar que outros nos puxem para baixo, injetando
negatividade.
Podemos nos permitir sentir-nos bem!
_Hoje, lembrarei que é meu direito sentir-me o melhor que puder. E posso ter
muitos momentos de me sentir bem; posso encontrar um lugar equilibrado para
me sentir bem, estar contente e em paz._

14 de Janeiro
Aceitando a Raiva
_“A raiva é um dos efeitos mais profundos que a vida tem sobre nó s. É uma de
nossas emoçõ es. E vamos senti-la quando ela aparecer — e aceitá -la.”_
— Co-dependência nunca mais
Se estivesse seguindo um bom programa, nã o ficaria com raiva... Se fosse um bom
cristã o, nã o sentiria raiva... Se estivesse realmente usando minhas afirmativas
sobre o quã o feliz estou, nã o ficaria com raiva... Essas sã o as velhas mensagens que
nos seduzem a nã o sentir de novo. A raiva é parte da vida. Nã o precisamos buscá -la,
ou nos habituar a ela, mas nã o podemos ignorá -la.
Na recuperaçã o, aprendemos que podemos sentir sem vergonha todos os nossos
sentimentos, incluindo a raiva, e ainda sermos responsáveis pelo que fazemos
quando estamos com raiva. Nã o precisamos deixar a raiva nos controlar, mas isto
pode acontecer se evitarmos senti-la.
Ser grato, positivo e saudável nã o significa que nunca sentimos raiva. Ser grato,
positivo e saudável significa que sentimos raiva quando precisamos.
_Hoje, me permitirei raiva, se precisar. Posso sentir e libertar construtivamente
minhas emoçõ es, incluindo a raiva. Ficarei agradecido por minha raiva e pelo que
ela está tentando mostrar-me. Posso sentir e aceitar todas minhas emoçõ es sem
me envergonhar, e sou capaz de assumir responsabilidade por minhas açõ es._

15 de Janeiro
Defendendo a Nó s Mesmos
_Aprendemos que alguns comportamentos têm como consequência a destruiçã o
pró pria, enquanto outros têm consequências benéficas. Aprendemos que temos
escolhas._
— Co-dependência nunca mais
É fá cil defender os outros. Como é ó bvio quando outras pessoas estã o sendo
usadas, controladas, manipuladas ou violentadas. É fá cil lutar por elas, ficarmos
indignados, unir-nos para ajudá -las, e estimulá -las à vitó ria.
— Você tem seus direitos — dizemos a elas. — E seus direitos estã o sendo
violados. Defenda a si mesmo, sem culpa.
Entã o, por que é tã o difícil defender a nó s mesmos? Por que nã o conseguimos ver
quando estamos sendo usados, quando nos fazem de vítimas, quando somos
enganados, manipulados ou de alguma forma violentados? Por que é tã o difícil
defender a nó s mesmos?
À s vezes, podemos tomar o caminho do carinho e do amor. Certas vezes,
entretanto, precisamos defender-nos — quando no caminho carinhoso e do amor
nos colocamos cada vez mais profundamente nas mã os daqueles que nos podem
maltratar.
Certos dias a liçã o que devemos praticar é a de estabelecer limites. Em outros dias
a liçã o que aprendemos é sobre lutar por nó s mesmos e por nossos direitos.
À s vezes, a liçã o nã o pá ra até que nó s paramos.
_Hoje, defenderei minha pró pria causa. Lembrarei que é justo defender a mim
mesmo quando for necessá rio. Ajude-me, Deus, a abandonar minha necessidade de
ser vítima. Ajude-me a defender a mim mesmo._

16 de Janeiro
Oraçã o
_“Na verdade, a oraçã o é a ú nica açã o real no sentido completo da palavra, porque a
oraçã o é a ú nica coisa que muda o cará ter de alguém. Uma mudança de cará ter, ou
uma mudança na alma, é a verdadeira mudança.”_
— Emmet Fox, O Sermã o da Montanha
Erica Jong disse que somos seres espirituais humanos. Rezar e meditar sã o
maneiras de cuidar do nosso espírito. A oraçã o e a meditaçã o sã o as disciplinas
sugeridas pelo Décimo Primeiro Passo dos programas de Doze Passos para a
recuperaçã o: Al-Anon, CoDa, Filhos Adultos de Alcoó licos e outros.
A oraçã o e a meditaçã o nã o sã o necessariamente ligadas a religiõ es organizadas.
Oraçã o e meditaçã o sã o maneiras de melhorar nosso relacionamento pessoal com
um Poder Superior a fim de beneficiar a nó s mesmos, à nossa vida e ao nosso
crescimento. Orar é a maneira de nos ligarmos a Deus. Nã o rezamos porque temos
de rezar; rezamos porque queremos. É como ligarmos a nossa alma à nossa Fonte.
Estamos aprendendo a tomar conta de nossas emoçõ es, de nossa mente e de
nossas necessidades físicas. Estamos aprendendo a mudar nosso comportamento.
Mas estamos também aprendendo a tomar conta do nosso espírito, de _nossa
alma_, porque é ali que toda mudança verdadeira começa.
Cada vez que conversamos com Deus, nos transformamos. Cada vez que nos
ligamos ao nosso Poder Superior, somos ouvidos, tocados e modificados para
melhor.
_Hoje, praticarei a oraçã o e a meditaçã o. Esteja eu desesperado, inquieto ou em paz,
hoje me esforçarei para ligar -me ao meu Poder Superior, pelo menos por alguns
momentos._

17 de Janeiro
Agindo "Como se"
O comportamento que chamamos de agir "como se" pode ser um poderoso
instrumento de recuperaçã o. Agir "como se" é uma maneira de praticar ser
positivo. É uma forma positiva de fingir. É um instrumento que usamos para
conseguir desligar-nos. É um instrumento que decidimos usar conscientemente.
Agir "como se" pode ser ú til quando uma emoçã o começa a nos dominar. Tomamos
a decisã o consciente de agir como se nos sentíssemos bem e ficaremos bem.
Quando um problema nos ataca, agir "como se" pode ajudar-nos a nos libertar.
Agimos como o problema será ou como _já está _ resolvido, para que possamos
continuar nossa vida.
Quase sempre, agir como se estivéssemos desligadas do problema estabelece o
clima de desligamento e isso acontecerá .
Há muitas á reas onde agir "como se" — combinado com nossos outros princípios
de recuperaçã o — estabelecerá o clima para a realidade que desejamos. Podemos
agir como se amá ssemos a nó s mesmos, até que realmente começamos a gostar de
nó s mesmos. Podemos agir "como se" tivéssemos o direito de dizer nã o, até que
acreditemos nisso.
Nã o fingimos que temos bastante dinheiro para cobrir um cheque. Nã o fingimos
que um alcoó lico nã o esteja bebendo. Utilizamos agir "como se" como parte de
nossa recuperaçã o, para estabelecer o clima para nossos novos comportamentos.
Forçamos a nó s mesmos através de comportamentos positivos de recuperaçã o,
esquecendo as nossas dú vidas e medos, até que nossas emoçõ es tenham tempo de
alcançar a realidade.
Agir "como se" é uma maneira positiva de superar temores, dú vidas e baixa
autoconfiança. Nã o temos de mentir; nã o temos de ser desonestos. Abrimo-nos à s
possibilidades positivas do futuro, em vez de limitar o futuro à s emoçõ es e à s
circunstâ ncias do presente.
Agir "como se" ajuda-nos a passar do chã o que treme para um territó rio firme.
_Deus, me mostre as á reas onde agir "como se" pode estabelecer o clima para a
realidade que desejo. Guie-me a usar este poderoso instrumento de recuperaçã o
para ajudar-me a criar uma vida melhor e relacionamentos mais saudáveis._

18 de Janeiro
Gratidã o
À s vezes, as coisas acontecem rá pido demais. Nem bem acabamos de resolver um
problema quando dois outros aparecem. Pela manhã nos sentimos muito bem, mas
quando a noite cai estamos mergulhados em desgraça.
A cada dia nos deparamos com interrupçõ es, atrasos, mudanças e desafios.
Deparamo-nos com decepçõ es e conflitos de personalidades. Quase sempre
quando nos sentimos oprimidos nã o conseguimos enxergar as liçõ es dessas
experiências.
Um simples conceito pode ajudar-nos a atravessar os tempos mais estressantes. É o
que se chama de _gratidã o_. Aprendemos a dizer _obrigado_ por estes problemas e
emoçõ es. _Obrigado_ pelas coisas como sã o. Nã o gosto desta experiência, mas de
qualquer modo _muito obrigado_.
Force a gratidã o até que ela se transforme num há bito. A gratidã o ajuda a
deixarmos de tentar controlar os resultados. É a chave que abre a energia positiva
em nossa vida. É a alquimia que transforma problemas em bênçã os, o inesperado
em dá divas.
_Hoje, serei agradecido. Começarei o processo de transformar a dor de hoje na
alegria do amanhã ._

19 de Janeiro
Assumindo Nosso Poder
Há uma emoçã o à qual precisamos prestar muita atençã o ao nos recuperarmos:
sentir-nos vítimas. Nã o precisamos acostumar-nos com essa emoçã o.
Como nos sentimos quando estamos sendo vítimas? Impotentes. Com raiva. Sem
forças. Frustrados.
Sentir-se vítima é perigoso. Quase sempre pode tornar-nos viciados em outros
comportamentos compulsivos.
Ao nos recuperarmos, estamos aprendendo a identificar quando nos sentimos
vítimas, _quando realmente estamos sendo vítimas_, e _porque_ estamos nos
sentindo vítimas. Estamos aprendendo a assumir nosso poder, a cuidar de nó s
mesmas e a deixar de ser vítimas.
À s vezes, assumir nosso poder significa descobrir que nos estamos fazendo de
vítimas — e que os outros nã o estã o fazendo nada para nos ferir. Estã o vivendo
suas vidas, como têm o direito a fazê-lo, e estamos nos sentindo vítimas porque nó s
estamos tentando controlar a vida deles, ou estamos irracionalmente esperando
que eles tomem conta de nó s. Podemos sentir-nos vítimas se ficarmos presas numa
crença da co-dependência, por exemplo: _As pessoas me fazem sentir..._, Certas
pessoas detêm a chave da minha felicidade e do meu destino..._, _Nã o posso ser feliz
a menos que alguém se comporte de determinada maneira..._ ou _se acontecer uma
certa coisa..._
Outras vezes, assumir nosso poder significa descobrir que estamos sendo vítimas
do comportamento de alguém. Nossos limites estã o sendo invadidos. Nesse caso, o
que precisamos fazer é cuidar de nó s mesmos para deixarmos de ser vítimas;
precisamos estabelecer limites.
À s vezes, basta apenas uma mudança de atitude. _Nó s nã o somos vítimas_.
Lutamos para ter compaixã o pela pessoa que nos está fazendo de vítima, mas a
compaixã o quase sempre vem depois, depois que deixamos de ser vítimas em
corpo, mente e espírito. Também compreendemos que compaixã o demais pode
colocar-nos no lugar de vítima. Piedade demais pela pessoa que nos está fazendo
de vítima pode colocar-nos numa situaçã o em que esta pessoa pode fazer-nos
novamente de vítima.
Tentamos nã o forçar as consequências ou as crises da outra pessoa, mas também
nã o salvamos aquela pessoa das consequências ló gicas do seu comportamento. Se
há uma parte que é nossa responsabilidade desempenhar para evitar estas
consequências, fazemos a nossa parte — nã o para controlar ou punir, mas para
sermos responsáveis por nó s mesmos e por outros.
Tentamos descobrir o que podemos estar fazendo que esteja causando que nos
sintamos vítimas, ou que parte estamos desempenhando no sistema, e deixamos de
fazer isso também. Nã o temos poder sobre as pessoas e seu comportamento, mas
podemos usar nosso poder para deixarmos de ser vítimas.
_Hoje, assumirei a responsabilidade por mim mesmo e demonstrarei isso aos
outros, nã o permitindo ser vítima de ninguém. Nã o posso controlar os
acontecimentos, mas posso controlar meu comportamento em ser vítima. Nã o sou
vítima; nã o mereço ser vítima de ninguém._

20 de Janeiro
Novos Começos
Ressentimentos sã o bloqueios que impedem que amemos aos outros e a nó s
mesmos. Ressentimentos nã o punem outras pessoas; punem a nó s mesmos.
Tornam-se barreiras que nos impedem de nos sentirmos bem e de gozar a vida.
Impedem que estejamos em harmonia com o mundo. Ressentimentos sã o pedaços
endurecidos de ó dio. Eles se amaciam e se dissolvem com o perdã o e a liberdade.
Libertar-nos dos ressentimentos nã o significa que permitimos que façam de nó s o
que bem queiram. Significa que aceitamos o que aconteceu no passado e
estabelecemos limites para o futuro. Podemos libertarnos dos ressentimentos e
ainda ter nossos limites!
Tentamos ver o bem na outra pessoa, ou o bem que finalmente resultou de certo
incidente sobre o qual nos ressentimos. Tentamos ver a nossa parte.
Entã o colocamos o incidente de lado.
Rezar por aqueles contra quem nos ressentimos ajuda. Pedir a Deus para acabar
com nossos ressentimentos também ajuda.
Que melhor maneira de começar um novo ano do que apagar a lousa do passado, e
entrar neste ano livre de ressentimentos?
_Poder Superior, ajude-me a estar pronto para me libertar dos meus
ressentimentos. Traga à superfície outros ressentimentos que estejam escondidos
dentro de mim e que me boqueiam. Mostre-me o que preciso fazer para cuidar de
mim mesmo e livrar-me dos meus ressentimentos, e ajude-me a fazer isso._

21 de Janeiro
Desejos e Necessidades
Parte de sermos responsáveis por nó s mesmos significa aceitar a responsabilidade
pelo que desejamos e necessitamos, e saber que é certo fazer isso.
Aprender a ligar-nos em nó s mesmos, aprender a ouvir a nó s mesmos é uma arte. É
necessá rio praticar. Podemos usar nossa capacidade de adivinhar o que outros
querem e necessitam, e aplicar essa capacidade em nó s mesmos.
O que podemos desejar e necessitar? O que achamos que nos ajudaria a nos sentir
melhor? O que nossas emoçõ es nos estã o dizendo? E o nosso corpo? Nossa mente?
Nossa intuiçã o?
Se perguntarmos e escutarmos com atençã o, ouviremos a resposta.
Somos mais inteligentes do que julgamos, e podemos ser confiados.
O que desejamos e necessitamos, conta. É importante e é vá lido. Podemos aprender
a participar na satisfaçã o das nossas pró prias necessidades.
Podemos aprender a identificar o que desejamos e necessitamos e sermos
pacientes enquanto aprendemos.
_Hoje, prestarei atençã o ao que desejo e necessito. Nã o me deixarei de lado._

22 de Janeiro
Apreciando Nosso Passado
É fá cil ser negativo sobre erros e sofrimentos passados. Mas é muito mais saudável
olhar para dentro de nó s e para o nosso passado à luz da experiência, da aceitaçã o
e do crescimento. Porque nosso passado é uma série de liçõ es que nos levam a
níveis mais elevados de viver e amar.
Os relacionamentos que iniciamos, mantivemos ou terminamos nos ensinaram
liçõ es necessá rias. Alguns de nó s emergimos das circunstâ ncias mais dolorosas
com importantes descobertas sobre o que somos e o que desejamos.
Nossos erros? Sã o necessá rios. Nossas frustraçõ es e algumas vezes os tropeços na
tentativa de crescer e progredir? Sã o também necessá rios.
Aprendemos a cada passo do caminho. Atravessamos exatamente as experiências
que necessitamos para nos tornar o que somos hoje. E em cada passo do caminho,
progredimos.
Nosso passado é um erro? Nã o. O ú nico erro que podemos cometer é confundi-lo
com a verdade.
_Hoje, Deus, ajude-me a libertar-me dos pensamentos negativos que eu possa estar
conservando sobre fatos e relacionamentos passados. Posso aceitar, com gratidã o,
tudo que me trouxe ao dia de hoje._

23 de Janeiro
O Nascer de uma Nova Energia
_“A alegria torna-se alegria, o amor torna-se amor, a vida torna-se digna de ser
vivida. E ficamos agradecidos.”_
— Para além da Co-dependência
Há uma nova energia, uma nova sensaçã o entrando em nossa vida. _Nã o podemos
imaginar como nos sentiremos amanhã , ou mesmo daqui a algumas horas,
baseados no que estamos sentindo neste momento._
Nã o existem dois momentos iguais. Estamos nos recuperando. Estamos mudando.
Nossa vida está mudando. À s vezes, as coisas nã o funcionaram como desejávamos.
_Tivemos de aprender certas liçõ es._ O futuro nã o será como o passado.
Os tempos realmente difíceis estã o quase terminando. A confusã o, as mais difíceis
experiências de aprendizagem, as emoçõ es difíceis estã o quase desaparecendo.
Nã o limite o futuro ao passado!
Reflita sobre o começo de sua recuperaçã o. Nã o aconteceram muitas mudanças que
trouxeram você até onde está agora? Reflita sobre um ano atrá s. Você e as
circunstâ ncias nã o mudaram desde entã o?
À s vezes, os problemas e as emoçõ es ficam pairando por um tempo. Isto é
temporá rio. Os tempos de confusã o, incerteza, o tempo de conviver com um
determinado problema nã o-resolvido, nã o duram para sempre.
Quando comparamos esses tempos com o nosso passado, nó s os tornamos duas
vezes mais difíceis. Cada situaçã o e circunstâ ncia tiveram determinada influência
em moldar o que somos. Nã o precisamos nos assustar comparando nosso presente
e futuro a um passado doloroso, principalmente nosso passado antes de
começarmos a nos recuperar ou antes de começarmos a aprender através de uma
determinada experiência.
Saiba que o desconforto nã o será permanente. Nã o tente descobrir como ou
quando deverá sentir-se diferente. Em vez disso, confie. Aceite o dia de hoje, mas
nã o se limite a ele.
Uma nova energia está nascendo. Uma nova emoçã o está a caminho. Nã o podemos
predizer como isso será , com base no que era ou como é, porque será totalmente
diferente. Nã o temos trabalhado e lutado em vã o. Tem sido em benefício e em
direçã o a alguma coisa.
Os tempos estã o mudando para melhor. Continue no caminho da confiança e da
obediência. Esteja aberto ao novo.
_Hoje, Deus,ajude-me a nã o julgar ou limitar meu futuro, baseando-o no passado.
Ajude-me a estar aberto a todas as excitantes possibilidades de mudança, dentro e
em volta de mim._
24 de Janeiro
Apagando a Lousa
Um dos maiores presentes que podemos dar é um coraçã o carinhoso e aberto.
Prender-nos a sentimentos negativos de relacionamentos passados é nossa maior
barreira a este presente.
Quase todas nó s tivemos relacionamentos que terminaram. Quando examinamos
estes relacionamentos, precisamos apagar a lousa emocional. Estamos presas a
raiva ou ressentimentos? Ainda estamos nos sentindo vítimas? Estamos vivendo
com as crenças destruidoras que podem estar presas a esses relacionamentos:
_Nã o se pode confiar em mulher..._ _Chefes usam empregados…_ _Nã o há essa coisa
de bom relacionamento..._
Abandone tudo que possa estar bloqueando seus relacionamentos atuais. Com toda
certeza podemos saber que aquelas antigas emoçõ es e crenças de derrotismo nos
bloquearã o hoje em dar e receber o amor que desejamos. Podemos apagar a lousa
do passado. Isso começa com a conscientizaçã o, a honestidade e a abertura. O
processo é completo quando chegamos ao estado de aceitaçã o e paz em relaçã o a
todo o nosso passado.
_Hoje, começarei o processo de libertar-me de todos os sentimentos derrotistas e
crenças associadas a relacionamentos passados. Apagarei minha lousa do passado
para estar livre para amar e ser amado._

25 de Janeiro
O Primeiro Passo
_“Reconhecemos nossa impotência diante do á lcool — que nossas vidas tinham
saído do controle.”_
— Primeiro Passo do Al-Anon
Existem muitas versõ es diferentes do Primeiro Passo para a recuperaçã o da co-
dependência. Alguns de nó s admitimos ser impotentes quanto ao á lcool ou ao
alcoolismo de alguém. Alguns de nó s admitimos impotência quanto à s pessoas;
outros, quanto ao impacto de crescer numa família de alcoó licos.
Uma das palavras mais significantes do Primeiro Passo é a palavra _nó s_. Estamos
juntos por causa de um problema comum, e estando juntos encontramos uma
soluçã o comum.
Através do companheirismo dos programas de Doze Passos, muitos de nó s
descobrimos que embora possamos ter-nos sentido só s em nossa dor, outros
também sentiram o mesmo sofrimento. E agora estamos de mã os dadas
recuperando-nos juntos.
_Nó s_. Uma parte importante da recuperaçã o. Uma experiência compartilhada.
Uma força compartilhada, mais forte para compartilhar. Uma esperança
compartilhada — para vidas e relacionamentos melhores.
_Hoje, agradecerei à s milhares de pessoas pelo mundo todo que chamam a si
mesmas de "co-dependentes em recuperaçã o". Ajude-me a lembrar que cada vez
que um de nó s dá um passo adiante, puxamos todo o grupo para frente._

26 de Janeiro
Fora do Anzol
Podemos aprender a nã o ficarmos presos em comportamentos doentios e
derrotistas em nossos relacionamentos — comportamentos como tomar conta de
outros, controlar, diminuir-nos e acreditar em mentiras.
Podemos aprender a procurar e identificar as iscas, e decidir nã o sermos fisgados.
Muitas vezes, as pessoas, consciente ou inconscientemente, fazem coisas que nos
arrastam a uma série de comportamentos derrotistas que chamamos de co-
dependência. Frequentemente, essas iscas sã o quase deliberadas. e os resultados
previsíveis.
Alguém pode ficar diante de nó s para falar e chorar sobre um problema, _sabendo_
ou _esperando_ que falando e chorando nos fisgará para tomarmos conta dele. Isso
é _manipulaçã o_.
Quando as pessoas param, falam e choram sobre algo e depois timidamente dizem:
— "Mas esqueça, nã o se preocupe comigo" - isso é um _jogo_. Precisamos
reconhecer isso. Estamos prestes a ser pescados se permitirmos que isso aconteça.
Podemos aprender a insistir que as pessoas digam diretamente o que desejam e
necessitam.
Quais sã o as palavras, os sinais, os olhares, as sugestõ es, as insinuaçõ es que nos
pescam num comportamento predizível, e quase sempre derrotista?
O que faz você sentir pena? Ou culpa? Ser responsável por alguém?
Nosso ponto forte é que nos importamos muito. Nosso ponto fraco é que quase
sempre subestimamos as pessoas com quem estamos tratando. Elas _sabem_ o que
estã o fazendo. É hora de abandonarmos nossa ingênua deduçã o de que as pessoas
nã o preparam uma agenda pró pria de seu melhor interesse que nã o é
necessariamente igual ao nosso.
Também devemos observar a nó s mesmos. Atiramos iscas, olhares, sugestõ es,
esperando fisgar alguém? Precisamos insistir em nos comportar direta e
honestamente com os outros, em vez de esperar que eles nos salvem.
Se alguém deseja algo de nó s, insista para que peça nossa ajuda diretamente. Exija
o mesmo de si. Se alguém nos joga uma isca, nã o temos de mordê-la.
_Hoje, me conscientizarei dos anzó is que me pescam para salvar alguém, o que me
faz sentir vítima. Ignorarei as indiretas, os olhares e as palavras que me fisgam, e
esperarei a integridade e a honestidade que eu e os outros merecemos._

27 de Janeiro
Precisando das Pessoas
Podemos encontrar o equilíbrio entre precisar muito das pessoas e nã o nos
permitir precisar de absolutamente ninguém.
Muitos de nó s temos necessidades nã o satisfeitas de dependência pairando do
passado. Ao mesmo tempo que desejamos que preencham nosso desejo de sermos
amados incondicionalmente, talvez tenhamos escolhido pessoas que nã o podem,
ou nã o irã o, estar presentes para nó s. Alguns de nó s somos tã o carentes em ser
amados que afastamos as pessoas por necessitar delas demais.
Alguns de nó s vamos a outros extremos. Podemos estar tã o acostumados à s
pessoas nã o estarem presentes para nó s, que as afastamos. Lutamos com nossa
carência sendo abertamente independentes, nã o nos permitindo precisar de
ninguém. Alguns de nó s _nã o deixamos que as pessoas se façam presentes para
nó s._
De uma maneira ou de outra, estamos vivendo uma situaçã o inacabada. Merecemos
mais do que isso. Quando mudarmos, nossas circunstâ ncias mudarã o.
Se somos carentes demais, respondamos a isso aceitando a nossa parte carente.
Deixemo-nos curar da dor de carências passadas que nã o foram satisfeitas.
Deixemos de dizer a nó s mesmos que nã o somos dignos de ser amados porque nã o
fomos amados da maneira que desejávamos e necessitávamos.
Se fechamos a parte de nó s que necessita das pessoas, ficamos desejosos de abrir-
nos, de sermos vulneráveis, de sermos amados. Permitimo-nos ter necessidades.
Conseguiremos o amor que necessitamos e desejamos quando começarmos a
acreditar que somos dignos de ser amados, e quando permitirmos que isso
aconteça.
_Hoje, me empenharei em conseguir o equilíbrio entre ser carente demais e nã o me
permitir necessitar das pessoas. Permitirei a mim mesmo receber o amor que
existe para mim._

28 de Janeiro
Vivendo o Momento Presente
Quase sempre, uma de nossas grandes dú vidas é: "o que vai acontecer?". Fazemos
esta pergunta sobre nossos relacionamentos, nossa carreira, nossa recuperaçã o e
nossa vida. É fá cil nos envolvermos em pensamentos preocupantes.
Preocupar-nos sobre o que pode acontecer nos bloqueia para funcionarmos
eficazmente hoje. Impede de darmos o nosso melhor agora. Nos bloqueia a
aprender e controlar as aprendizagens de hoje. Ficando no presente, fazendo o
nosso melhor, e participando totalmente de hoje, seremos tudo que necessitamos
para nos assegurar de que o que irá acontecer amanhã será para o melhor.
Preocupar-nos sobre o que pode acontecer é uma contribuiçã o negativa para o
nosso futuro. Viver aqui e agora é definitivamente a melhor coisa que podemos
fazer, nã o apenas para o dia de hoje, mas para o amanhã . Ajuda nossos
relacionamentos, nossa carreira, nossa recuperaçã o e nossa vida.
As coisas funcionarã o, se deixarmos. Se devemos concentrar-nos no futuro, será
apenas para planejá -lo, para afirmar que ele será bom.
_Rezo para acreditar que meu futuro será bom se eu viver o hoje bem e em paz.
Lembrar-me-ei de que ficar no presente é a melhor coisa que posso fazer pelo meu
futuro. Concentrar-me-ei no que está acontecendo agora, em vez de no que pode
acontecer amanhã ._

29 de Janeiro
Indo a Reuniõ es
_Ainda fico surpreso, depois de anos de recuperaçã o, em como posso facilmente me
convencer a nã o ir à s reuniõ es. E ainda também fico surpreso em como me sinto
bem quando vou._
— Anô nimo
Nã o temos de ficar presos à s nossas desgraças e insatisfaçõ es. Existe uma opçã o
imediata que irá nos ajudar a sentir-nos melhor: ir a uma reuniã o de um grupo de
apoio dos Doze Passos.
Por que resistir ao que pode nos ajudar a sentir-nos melhor? Por que nos
prendermos à nossa obsessã o ou depressã o, se ir a uma reuniã o - mesmo que seja
uma extra – ajudará a nos sentirmos melhor?
Está ocupado demais?
Há 168 horas em cada semana. Usar uma ou duas horas por semana para ir a uma
reuniã o pode aumentar o potencial das restantes 166 horas. Se ficarmos em nossa
"coisa de co-dependência", podemos facilmente passar a maior parte de nossas
horas acordados obcecados, sentados sem fazer nada, deitados na cama, sentindo-
nos deprimidos, ou correndo atrá s das necessidades de outras pessoas. Nã o tirar
aquelas duas horas para ir a uma reuniã o pode levar-nos a perder as outras horas
restantes.
Cansados demais?
Nã o há nada tã o revigorante quanto voltar aos trilhos. Ir a uma reuniã o pode fazer
isto.
_Hoje, lembrar-me-ei de que ir à s reuniõ es ajuda._

30 de Janeiro
Liberdade de Religiã o
"...Um Poder maior do que nó s mesmos..." _"Deus como nó s O compreendemos"._
Estas palavras introduzem espiritualidade nos Doze Passos. Sã o as primeiras duas
referências a Deus, e foram escritas assim por uma razã o.
Cada um de nó s tem a liberdade de definir e compreender nosso Poder Superior -
Deus - como bem escolhermos.
Isto significa que nã o levamos nossa filiaçã o religiosa para nossos grupos de
recuperaçã o. Significa que nã o tentamos impor nossas crenças religiosas, ou nossa
compreensã o de Deus, a ninguém mais. Nã o usamos nossos grupos ou reuniõ es
como disfarce para conquistar adeptos religiosos. Nã o tentamos impingir _as
particularidades_ de nossas crenças religiosas a outras pessoas.
Damos a nó s mesmos, e a cada indivíduo, o direito à sua compreensã o pessoal do
Poder Superior.
_Hoje respeitarei a compreensã o dos outros sobre Deus, assim como a minha
pró pria. Nã o permitirei que julgamentos alheios sobre minhas crenças me causem
ansiedade e angú stia. Procurarei crescer espiritualmente recuperando-me, com ou
sem a assistência de uma determinada religiã o ou denominaçã o._

31 de Janeiro
Pedindo o que Necessitamos
Certa noite eu estava sozinha, aborrecida e exausta. Estava no meio de uma longa
série de viagens, longe dos amigos e da família. Tinha voado para passar a noite em
casa, mas parecia que ninguém notava isso. Estã o acostumados a que eu esteja
viajando.
Era tarde da noite, e comecei a discutir com Deus.
- Estou lá longe, trabalhando duro. Estou só . Preciso saber que alguém se importa.
O Senhor me disse para Lhe dizer o que necessito, e esta noite, Deus, estou muito
necessitada da presença de energia masculina. Necessito de um amigo, alguém a
quem possa confiar para cuidar de mim de forma nã o sexual, nã o exploradora.
Necessito de carinho. Agora, onde está o senhor?
Deitei-me no sofá e fechei os olhos. Estava cansada demais para fazer alguma coisa.
Minutos depois o telefone tocou. Era um antigo colega e amigo.
- Menina - disse ele -, pela sua voz você parece realmente cansada e carente. Nã o se
mova. Vou já para aí lhe dar uma massagem nos pés. Parece que é exatamente o que
necessita.
Meia hora depois ele bateu à minha porta. Havia trazido um pequeno vidro de ó leo,
e gentilmente massageou meus pés, abraçou-me, disse o quanto gosta de mim e foi
embora.
Eu sorri. Recebera exatamente o que havia pedido.
É seguro confiar em Deus.
_Hoje, me lembrarei de que Deus se interessa pelo que necessito, principalmente se
eu também me interesso._

01 de fevereiro
O Segundo Passo
_Passamos a acreditar que um Poder Superior a nó s mesmos poderia devolver-nos
à sanidade._
— Segundo Passo do Al-Anon
Passamos a acreditar numa vida melhor através do poderoso presente das outras
pessoas — ouvindo-as, vendo-as, observando o presente da recuperaçã o
funcionando em suas vidas.
Existe um Poder Superior a nó s mesmos. Agora, há uma esperança real de que as
coisas possam ser e serã o diferentes e melhores para nó s e para nossa vida.
Nã o estamos num programa de “faça você mesmo”. Nã o temos de usar força de
vontade para mudar. Nã o temos de forçar nossa recuperaçã o para que ela aconteça.
Nã o temos de ser arrastados pelos pés para acreditar que existe um Poder Superior
a nó s mesmos, e que fará as coisas acontecerem em nossa vida. Esse Poder fará por
nó s o que nossos maiores esforços nã o conseguiram fazer.
Nosso Poder Superior nos restituirá à vida saudável e benéfica. Tudo que
precisamos fazer é acreditar.
Olhe. Veja. Observe as pessoas à sua volta. Veja a cura que encontraram. Depois,
descubra sua pró pria fé, sua pró pria crença, sua pró pria cura.
_Hoje, apesar das circunstâ ncias, acreditarei o quanto puder que um Poder
Superior pode e irá restituir-me a uma maneira calma e saudável de viver. Depois,
relaxarei e deixarei que Ele assim o faça._

02 de fevereiro
Confiando em Nosso Poder Superior
_Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma
em que O concebemos._
— Terceiro Passo de Al-Anon
Fala-se muito sobre um Poder Superior, Deus como O compreendemos. E da alegria
quando O compreendemos.
A espiritualidade e o crescimento espiritual sã o as bases da mudança. A
recuperaçã o da codependência nã o é um trabalho de “faça-você-mesmo”.
Deus é um implacável opressor? Tem o coraçã o duro, é um má gico cheio de
truques? Deus é surdo? Impiedoso? Ocasional? Imperdoável?
Nã o.
Deus é amoroso, Deus é carinhoso. Esse é o Deus de nossa recuperaçã o. Sem
sofrimentos além do necessá rio para nosso benefício, cura e limpeza. Tanta
bondade e alegria quanto nosso coraçã o possa conter, tã o logo nosso coraçã o esteja
curado, aberto e pronto para receber. Deus: que aprova, aceita, que rapidamente
perdoa.
Deus planejou pequenos presentes ao longo do caminho para alegrar nossos dias e,
à s vezes, grandes e encantadoras surpresas — nas horas exatas, perfeitas para nó s.
Um Artista Perfeito, Deus irá tecer nossa alegria, tristeza e experiência para criar
um retrato de nossa vida com profundidade, beleza, sensibilidade, cores, humor e
emoçõ es.
Deus como O compreendemos: um Deus amoroso. O Deus de nossa recuperaçã o.
_Hoje, me colocarei aos cuidados de um Deus amante. Depois, deixarei Deus
demonstrar-me amor._

03 de fevereiro
Rejeitando a Vergonha
A vergonha pode exercer uma poderosa força em nossa vida. É a marca das famílias
problemá ticas.
A _culpa_ autêntica, legítima, é a sensaçã o de que o que fizemos nã o está certo.
Indica que nosso comportamento necessita ser corrigido ou alterado, ou uma
reparaçã o precisa ser feita.
A _vergonha_ é um poderoso sentimento negativo de que nã o está certo ser quem
somos. A vergonha é uma situaçã o perdedora. Podemos mudar nosso
comportamento, mas nã o podemos mudar quem somos. A vergonha pode impelir-
nos profundamente ao derrotismo e à s vezes a comportamentos autodestrutivos.
Quais sã o as coisas que podem fazer com que nos sintamos envergonhados?
Podemos nos envergonhar de cometer erros ou por alcançarmos sucesso. Podemos
ter vergonha de certos sentimentos ou pensamentos. Podemos ter vergonha de nos
divertir, de nos sentir bem ou de sermos vulneráveis quando nos abrimos aos
outros. À s vezes, nos sentimos envergonhados só pelo fato de existir.
A vergonha é uma praga que outros colocam em nó s para nos controlar, para que
continuemos a participar de sistemas anô malos. É uma praga que muitos de nó s
aprendemos a colocar em nó s mesmos.
Aprender a rejeitar a vergonha pode mudar a nossa qualidade de vida. Nã o há nada
de errado em sermos quem somos. Somos bons o bastante. Nossos sentimentos
estã o certos. Nosso passado está certo. Está certo ter problemas, cometer erros e
esforçar-nos para encontrar nosso caminho. É certo sermos humanos e estimarmos
nossa humanidade.
Aceitar a nó s mesmos é o primeiro passo em direçã o à recuperaçã o. Deixar de ter
vergonha sobre quem somos é o pró ximo passo importante.
_Hoje, observarei os sinais de como tenho caído na armadilha da vergonha. Se for
fisgado pela vergonha, me libertarei aceitando a mim mesmo e afirmando que está
certo ser quem sou._
04 de fevereiro
Desfrutando a Recuperaçã o
Que viagem!
O processo de crescer e mudar nos leva a um caminho sempre diferente. À s vezes, o
caminho é difícil e tortuoso. À s vezes, escalamos montanhas. À s vezes, descemos
pelo outro lado num tobogã .
À s vezes, descansamos.
À s vezes, tateamos no escuro. À s vezes, nos ofuscamos com a luz do sol.
À s vezes, muitos caminham conosco na estrada; à s vezes, nos sentimos quase só s.
Sempre mutante, sempre interessante, sempre levando a algum lugar melhor, a
algum lugar bom.
Que viagem!
_Hoje, Deus, ajude-me a relaxar e a desfrutar a paisagem. Ajude-me a saber que
estou exatamente onde devo estar em meu caminho._

05 de fevereiro
Responsabilidade Financeira
_Somos responsáveis por nó s mesmos financeiramente._
Que assustadora ideia de adulto isso representa para muitos de nó s — sermos
responsáveis por dinheiro e por nossos problemas financeiros. Para muitos de nó s,
passar adiante a responsabilidade por nossos problemas financeiros tem sido
parte da troca da co-dependência em nossos relacionamentos.
Certas dependências emocionais nossas — nesse forte laço nã o de amor, mas de
necessidade e desespero que nos une a outros — sã o diretamente relacionadas à
dependência financeira. Nossos medos e a relutâ ncia em sermos responsáveis por
nossos problemas financeiros podem ser uma barreira para a liberdade que
procuramos em nossa recuperaçã o.
A responsabilidade financeira é uma atitude. O dinheiro sai para pagar
necessidades e luxos. Mas, para sair, o dinheiro deve entrar. Quanto é necessá rio
entrar para equilibrar o que está saindo?
Aluguéis... escolas... poupanças... há bitos apropriados de gastar que demonstram
uma atitude de responsabilidade financeira... Parte de estarmos vivos significa
aprender a cuidar de dinheiro. Mesmo se tivermos um saudável contrato com
alguém que nos permite depender dele ou dela para nos dar dinheiro, ainda assim
necessitamos compreender como o dinheiro funciona. Ainda assim precisamos
assumir uma atitude de responsabilidade financeira para com nó s mesmos. Mesmo
se tivermos um contrato com alguém que custeie nossas necessidades, precisamos
compreender o funcionamento do dinheiro ganho e do dinheiro gasto em nossa
vida.
A autoconfiança aumentará quando aumentarmos a sensaçã o de sermos
financeiramente responsáveis por nó s mesmos. Podemos começar onde estamos,
com o que temos hoje.
_Deus, ajude-me a libertar-me de meus receios e da relutâ ncia de enfrentar a
necessidade de mexer com dinheiro responsavelmente em minha vida. Ensine-me
as liçõ es que necessito para aprender sobre dinheiro._
06 de fevereiro
Deixando de Ser Vítimas
Antes de nos recuperarmos, muitos de nó s nã o tínhamos um ponto de referência
com o qual pudéssemos identificar a _vitimizaçã o_ e o _abuso_ em nossas vidas.
Achávamos que era normal que as pessoas nos maltratassem. Acreditávamos que
merecíamos maus-tratos; éramos atraídos para as pessoas que nos maltratavam.
Precisamos abandonar, num nível profundo, nossa necessidade de ser vítimas.
Precisamos abandonar nosso desejo de participar de sistemas e relacionamentos
doentios no trabalho, no amor, nos relacionamentos familiares, nas amizades.
Merecemos mais do que isso. Merecemos muito mais. É nosso direito. Quando
acreditarmos em nosso direito à felicidade, encontraremos a felicidade.
Lutaremos por esse direito, e a luta emergirá de nossa alma. Liberte-se da opressã o
e da vitimizaçã o.
_Hoje, me libertarei abandonando a necessidade de ser vítima e explorarei a
liberdade de cuidar de mim mesmo. Essa liberdade nã o me afastará das pessoas
que amo. Aproximar-me-á mais das pessoas e me colocará em maior harmonia com
os desígnios de Deus para minha vida._

07 de fevereiro
Possuindo Nosso Poder
Precisamos fazer uma distinçã o entre a falta de poder e assumir nosso poder.
O primeiro passo para a recuperaçã o é aceitar a falta de poder. Há certas coisas que
nã o podemos fazer, nã o importa o quanto tentemos. Isso inclui modificar pessoas,
resolver seus problemas e controlar seu comportamento. À s vezes, nos sentimos
impotentes sobre nó s mesmos — sobre o que sentimos ou acreditamos, ou os
efeitos de uma determinada situaçã o ou pessoa sobre nó s.
É importante que nos rendamos à falta de poder, mas é igualmente importante
assumir nosso poder. Nã o estamos numa armadilha. Nã o somos desamparados. À s
vezes, podemos sentir como se o fô ssemos, mas nã o somos. Cada um de nó s possui
o poder dado por Deus, e o direito de cuidar de nó s mesmos em qualquer
circunstâ ncia, com qualquer pessoa. Cuidar de nó s mesmos está entre os dois
extremos de controlar os outros e permitir que eles nos controlem. Podemos
caminhar com calma ou agressivamente, mas confiando no que é nosso direito e
nossa responsabilidade.
Deixe o poder vir para percorrer esse caminho.
_Hoje, me lembrarei de que posso tomar conta de mim mesmo. Tenho escolhas, e
posso fazer minhas opçõ es sem culpa._

08 de fevereiro
Abandonando a Culpa
Sentir-nos bem com nó s mesmos é uma escolha. Como a sensaçã o de culpa
também é. Quando a culpa é legítima, ela age como um aviso, um alerta de que nos
estamos desviando de nosso caminho. É aí que sua finalidade termina.
Insistir na culpa permite que outros nos controlem. Faz com que nã o nos sintamos
bem. Impede-nos de estabelecer limites e proceder outras açõ es saudáveis a fim de
cuidarmos de nó s mesmos.
Podemos habituar-nos a sentir culpa como uma reaçã o instintiva à vida. Agora,
sabemos que nã o nos temos de sentir culpados. Mesmo se fizermos algo que viole
um princípio, prorrogar a culpa nã o resolverá o problema; apenas o prolongará .
Por isso, conserte o erro. Mude seu comportamento. E deixe a culpa ir embora.
_Hoje, Deus, ajude-me a estar pronto para libertar-me da culpa. Por favor, leve-a de
mim, e substitua-a pelo amor-pró prio._

09 de fevereiro
Libertando-se com Amor
_Quando alguém que tem alguma desordem compulsiva faz o que é compelido a
fazer, nã o está dizendo que nã o nos ama — está dizendo que nã o ama a si pró prio._
— Co-dependência nunca mais
Gente carinhosa, almas carinhosas, libertem-se com amor.
Sim, à s vezes precisamos ser firmes, determinados: nas horas em que mudamos,
quando adquirimos um novo comportamento, quando necessitamos convencer aos
outros e a nó s mesmos de que temos direitos.
Essas horas nã o duram para sempre. Podemos precisar ficar com raiva para tomar
uma decisã o ou estabelecer um limite, mas nã o podemos viver com
ressentimentos. É difícil ter compaixã o por alguém que nos está fazendo de vítima,
mas, uma vez que deixamos de ser vítimas, podemos encontrar a compaixã o.
Nosso caminho, nossa estrada, é uma estrada de paz, por onde caminharemos com
amor — amor-pró prio, amor pelos outros. Estabeleça limites. Desligue-se. Cuide de
si. O mais rá pido possível, faça isso com amor.
_Hoje e sempre que possível, Deus, permita-me ser carinhoso comigo mesmo e com
os outros. Ajude-me a encontrar o equilíbrio entre uma atitude firme assumida em
meu pró prio interesse e o amor pelos outros. Ajude-me a compreender que à s
vezes essas duas coisas sã o apenas uma. Ajude-me a encontrar o caminho certo
para mim._

10 de fevereiro
Abandonando a Tristeza
Uma tristeza mal resolvida do passado pode ser um bloqueio para a alegria e para
o amor.
No passado, convencemo-nos de muitas coisas a fim de negar a dor:
— Nã o dó i tanto assim...
— Talvez, se esperar, as coisas mudem...
— Isso nã o é tã o importante. Posso passar por isso...
— Se conseguir mudar a outra pessoa, nã o terei de mudar a mim mesmo.
Negávamos que doía porque nã o queríamos sentir dor.
As coisas mal resolvidas nã o desaparecem. Elas ficam se repetindo, até que
despertam nossa atençã o, até que as sentimos, lidamos com elas, e nos curamos.
Esta é uma liçã o que estamos aprendendo para nos recuperar da co-dependência e
de sermos adultos-crianças.
Muitos de nó s nã o possuíamos os instrumentos, o apoio ou a confiança de que
necessitávamos para nos conscientizar e aceitar a dor em nosso passado. Tudo
bem. Mas agora estamos confiantes. Vagarosa e cuidadosamente, estamos podendo
nos abrir para os nossos sentimentos. Podemos começar o processo de sentir o que
nos foi negado por tanto tempo — nã o para nos culpar ou envergonhar, mas para
nos curar e preparar para uma vida melhor.
Nã o faz mal chorar quando precisamos chorar e sentir a tristeza que tantos de nó s
temos armazenada dentro de nó s há tanto tempo. Podemos sentir e libertar-nos
desses sentimentos.
A tristeza é um processo de limpeza. É um processo de aceitaçã o. Transporta-nos
de nosso passado para o dia de hoje, e para um futuro melhor — um futuro livre de
comportamentos sabotadores, um futuro com mais opçõ es do que tínhamos no
passado.
_Deus, à medida que caminho neste dia, deixe-me expor meus sentimentos. Hoje,
ajude-me a entender que nã o tenho de forçar nem reprimir a cura existente para
me recuperar. Ajude-me a confiar que, se estiver aberto e disposto, a cura
acontecerá naturalmente, de uma forma controlada._

11 de fevereiro
Guiado Divinamente
_Dê-me o pensamento, a palavra, a açã o certos. Mostre-me qual deverá ser meu
pró ximo passo. Em tempos de dú vida e indecisã o, por favor dê-me Sua direçã o e
inspiraçã o._
— Alcoó licos Anô nimos
A boa notícia em colocarmos a nó s e a nossa vida sob um Poder Superior é que
entramos em harmonia num Nível Mais Alto, maior do que podemos imaginar.
Teremos a Orientaçã o Divina se pedirmos por ela, se trabalharmos os Doze Passos.
Que maior presente podemos receber do que saber que nossos pensamentos,
nossas palavras e nossas açõ es estã o sendo orientados?
Nã o somos um erro. E nã o temos de nos controlar ou reprimir para que nossa vida
funcione. Mesmo as coisas estranhas, nã o planejadas, as dolorosas e as que
chamamos de erros podem transformar-se em harmonia.
Seremos guiados para compreender o que necessitamos fazer para cuidarmos de
nó s mesmos. Começaremos a confiar em nossos instintos, emoçõ es, pensamentos.
Saberemos quando ir, quando parar, quando esperar. Aprenderemos uma grande
verdade: o plano acontecerá apesar de nó s, nã o por nossa causa.
_Rezo hoje e cada dia para que meus pensamentos, palavras e açõ es sejam
divinamente guiados. Rezo para que possa avançar com confiança, sabendo que
meus passos sã o guiados._

12 de fevereiro
Separando-nos dos que Nã o Estã o se Recuperando
Podemos continuar com nossa vida, recuperando-nos, mesmo que alguém a quem
amamos ainda nã o esteja se recuperando.
Imagine uma ponte. De um lado é frio e escuro. Estávamos ali com outros no frio e
no escuro, encolhidos de dor. Alguns de nó s tínhamos problemas de alimentaçã o
para conseguir aguentar o sofrimento. Outros bebiam; alguns usavam outras
drogas. Outros perderam o controle do comportamento sexual. Alguns se
concentravam obsessivamente na dor dos viciados para se esquecerem de sua
pró pria dor. Muitos de nó s fazíamos as duas coisas: tínhamos um vício e nos
concentrávamos nas pessoas viciadas. Nã o sabíamos que estávamos numa ponte.
Acreditávamos que estávamos presos num penhasco.
Entã o, alguns de nó s tivemos sorte. Nossos olhos se abriram, pela Graça de Deus,
porque estava na hora. Enxergamos a ponte. Disseram-nos o que havia do outro
lado: luz, calor e cura para nosso sofrimento. Quase nã o conseguíamos ver ou
imaginar isso, mas decidimos começar a atravessar a ponte de qualquer maneira.
Tentamos convencer as pessoas que estavam à nossa volta de que era uma ponte
para um lugar melhor, mas elas nã o ouviram. Nã o conseguiam enxergá -la; nã o
acreditavam. Nã o estavam prontas para a caminhada. Decidimos ir sozinhos,
porque acreditamos e porque as pessoas do outro lado; nos estavam incentivando a
prosseguir. Quanto mais nos aproximávamos do outro lado, mais podíamos ver que
o que nos havia sido prometido era verdade. Havia luz, calor, cura e amor. O outro
lado era um lugar melhor.
Mas agora a ponte está entre nó s e aqueles que ficaram do outro lado. À s vezes,
somos tentados a voltar e arrastá -los conosco, mas isso nã o é possível. Ninguém
pode ser arrastado ou forçado a atravessar a ponte. Cada pessoa deve atravessá -la
por sua pró pria escolha, quando a hora chegar. Alguns virã o; outros ficarã o do
outro lado. A escolha nã o é nossa.
Podemos amá -los. Podemos acenar para eles. Podemos chamá -los. Podemos
encorajá -los, como outros nos encorajaram e nos incentivaram. Mas nã o podemos
fazer com que nos acompanhem.
Se nossa hora de atravessar a ponte chegou, ou já a atravessamos e estamos na luz
e no calor, nã o temos de nos sentir culpados por isso. É onde devemos estar. Nã o
temos de voltar para o penhasco escuro porque a hora dos outros ainda nã o
chegou.
A melhor coisa que podemos fazer é ficar na luz, porque isso demonstra aos que
ficaram que existe um lugar melhor. E, se algum dia decidirem cruzar a ponte,
estaremos lá para encorajá -los.
_Hoje, tocarei minha vida para a frente, independente de que outros estejam ou nã o
fazendo o mesmo. Saberei que é meu direito cruzar a ponte para uma vida melhor,
mesmo que para isso tenha que deixar os outros para trá s. Nã o me sentirei
culpado, nã o me sentirei envergonhado. Sei que onde estou agora é um lugar
melhor e é o meu lugar._

13 de fevereiro
Confiando em Nó s Mesmos
Que grande presente recebemos: nó s mesmos. Ouvir a nó s mesmos, confiar no
instinto e na intuiçã o, é prestar tributo a esse presente.
Fazemos um grande desserviço a nó s mesmos quando nã o prestamos atençã o aos
avisos e intuiçõ es que tã o naturalmente brotam de dentro de nó s. Quando
aprenderemos que esses avisos e intuiçõ es nos atraem para o rico plano que Deus
reservou para nó s?
Aprenderemos. Aprenderemos ouvindo, confiando e tentando. Qual é a hora de
fazer isso?... O que preciso para tomar conta de mim mesmo?... Em que estou sendo
levado a acreditar?... O que sei?
Ouçamos, e saberemos. Ouçamos a voz que existe dentro de nó s.
_Hoje, ouvirei e confiarei. Serei ajudado a agir quando necessá rio. Posso confiar em
mim e em Deus._

14 de fevereiro
Dia dos Namorados
Para os adolescentes o Dia dos Namorados significa coraçõ es de chocolates, cartõ es
bobinhos e excitaçã o no ar.
Como pode ser diferente para nó s, adultos, o Dia dos Namorados. Para nó s, o Dia do
Amor pode ser um símbolo de que ainda nã o temos o amor que gostaríamos de ter.
Ou pode ser o símbolo de algo diferente, de algo melhor. Estamos recuperando-nos
agora. Estamos começando o processo de cura. Aprendemos que nossos
relacionamentos mais dolorosos nos ajudaram no caminho para a cura, mesmo que
tenha sido pouco mais do que indicar nossos pró prios problemas ou demonstrar o
que nã o queremos da vida.
Começamos a aprender a amar a nó s mesmos. Começamos o processo de abrir o
coraçã o para o amor, o amor verdadeiro que corre de dentro de nó s para outros e
de volta para nó s mesmos. Faça algo carinhoso para si mesmo. Faça algo carinhoso
e divertido para seus amigos, para seus filhos ou para alguém que escolher.
É o Dia do Amor. Seja onde estivermos no processo de cura, podemos divertir-nos o
quanto quisermos. Sejam quais forem nossas circunstâ ncias, devemos agradecer
porque nosso coraçã o está aberto para amar.
_Hoje estarei aberto para receber o amor de outras pessoas, do Universo, e de meu
Poder Superior. Hoje me permitirei dar e receber o amor que desejo. Estou
agradecido porque meu coraçã o está se curando, porque estou aprendendo a
amar._

15 de fevereiro
Controle
À s vezes, os dias cinza nos assustam. Aqueles dias em que os antigos sentimentos
nos vêm perseguir. Podem fazer-nos sentir carentes, com medo, com vergonha,
incapazes de cuidar de nó s mesmos.
Quando isso acontece, é difícil confiarmos em nó s mesmos, nos outros, na bondade
da vida, nas boas intençõ es de nosso Poder Superior. Os problemas parecem
esmagadores. O passado parece insensato; o futuro, desolador. Achamos que as
coisas que desejamos da vida nunca acontecerã o.
Nesses momentos, podemos achar que as coisas e as pessoas é que possuem a
chave para a nossa felicidade. É quando tentamos controlar as pessoas e as
situaçõ es para mascarar nossa dor. Quando esses “ataques de codependência”
ocorrem, os outros quase sempre começam a reagir negativamente a nosso
controle.
Quando estamos exaltados, procurando a felicidade fora de nó s mesmos e
procurando conseguir nossa paz e estabilidade nos outros, lembremo-nos disto:
_Mesmo se pudéssemos controlar as coisas e as pessoas, mesmo que
conseguíssemos o que queremos, ainda seríamos nó s mesmos. Nosso estado
emocional ainda continuaria perturbado._
As pessoas e as coisas nã o nos curam ou cessam o nosso sofrimento. Ao recuperar-
nos aprendemos que o problema é nosso, e só podemos resolvê-lo usando nossos
pró prios recursos: a nó s mesmos, nosso Poder Superior, nosso sistema de apoio e
nosso programa de recuperaçã o.
Quase sempre, depois que ficamos em paz, confiantes e abertos, o que desejamos
vem a nó s — com facilidade e naturalmente.
O sol começa a brilhar de novo. Nã o é engraçado como todas as mudanças
realmente começam dentro de nó s?
_Hoje, posso abandonar as coisas e as pessoas e minha necessidade de controlá -las.
Posso lidar com meus sentimentos. Posso ficar em paz. Posso conseguir a calma.
Posso voltar ao meu caminho e encontrar a verdadeira chave da felicidade — eu.
Lembrar-me-ei de que um dia cinza é apenas isso — um dia cinza._

16 de fevereiro
Desligamento
O conceito de desligamento é confuso para muitos de nó s. Quando nos
empenhamos demais em controlar ou tentar controlar as coisas e as pessoas?
Quando nos empenhamos menos que o necessá rio? Quando cumprimos nossa
parte em tomar conta de nó s mesmos? O que é e nã o é responsabilidade nossa?
Esses problemas podem desafiar-nos, nã o importa se nos recuperamos há dez dias
ou há dez anos. À s vezes, deixamos passar tantas coisas que nos esquecemos da
responsabilidade para com os outros e para com nó s mesmos. Outras vezes,
cruzamos os limites e, em vez de cuidar de nó s mesmos, passamos a controlar as
coisas e as pessoas.
Para isso nã o existe manual de instruçõ es. Mas nã o precisamos enlouquecer; nã o
precisamos ter medo. Nã o nos temos de recuperar perfeitamente. Se sentirmos que
precisamos de determinada coisa podemos fazê-la. E se nã o parecer a hora certa de
fazer determinada coisa, nã o a façamos.
Ter e estabelecer limites saudáveis — fronteiras saudáveis — nã o é um processo
meticuloso. Podemos permitir-nos experimentar, cometer erros, aprender, crescer.
Podemos conversar com as pessoas, fazer perguntas e indagar de nó s mesmos. Se
houver algo que precisamos fazer ou aprender, isso ficará evidente. As liçõ es nã o
desaparecem. Se nã o nos estamos cuidando o bastante, saberemos disso. Se
estamos sendo controladores demais, também conseguiremos ver isso.
As coisas se ajeitarã o. O caminho ficará claro.
_Hoje farei as coisas que me parecerem certas. Deixarei o resto de lado. Tentarei
alcançar o equilíbrio entre ser responsável por mim e ser responsável pelos outros,
e deixarei as coisas acontecerem._

17 de fevereiro
Aceitaçã o
Nosso conceito bá sico de recuperaçã o que nunca perde o poder de fazer milagres é
o conceito chamado aceitaçã o.
Nã o conseguimos a aceitaçã o da noite para o dia. Quase sempre temos de nos
esforçar muito através da miragem dos sentidos — à s vezes raiva, vergonha, pena
de nó s mesmos ou tristeza. Mas se a aceitaçã o é nosso objetivo, nó s o
conseguiremos.
O que há de mais libertador do que rir de nossas fraquezas e ser gratos por nossos
poderes? Saber que o pacote chamado “nó s” — com nossas emoçõ es, pensamentos,
tendências e passado — merece aceitaçã o e nos traz sentimentos de cura.
Aceitar nossas circunstâ ncias é outra cura milagrosa. Para alguma coisa ou alguém
mudar, devemos primeiro aceitar a nó s mesmos, aos outros, e à s circunstâ ncias
exatamente como elas sã o. Depois, precisamos dar um passo mais além.
Precisamos tornar-nos gratos por nó s mesmos ou pelas nossas circunstâ ncias.
Acrescentaremos uma pitada de fé dizendo “sei que as coisas deveriam estar
exatamente como estã o neste momento”.
Nã o importa o quã o complicados ficamos, as coisas bá sicas nunca perdem o poder
de nos devolver a sanidade.
_Hoje, Deus, ajude-me a praticar o conceito da aceitaçã o em minha vida. Ajude-me
a aceitar a mim mesmo, aos outros, e à s minhas circunstâ ncias. E leve-me a um
passo adiante, ajudando-me a ser agradecido._

18 de fevereiro
Estar Certos
Recuperar-se nã o quer dizer estar certo; é permitir a nó s mesmos sermos quem
somos e aceitarmos os outros como sã o.
Esse conceito pode ser difícil para muitos de nó s que estamos acostumados a viver
em sistemas que funcionam na escala de justiça de “certo-errado”. A pessoa que
estava certa estava bem; a pessoa que estava errada estava envergonhada. Todos os
valores e merecimentos dependem de estar certo; estar errado significa a
destruiçã o de si mesmo e de sua autoconfiança.
Ao nos recuperarmos, aprendemos a obter amor em nossos relacionamentos, nã o
superioridade. Sim, de vez em quando podemos precisar tomar decisõ es sobre o
comportamento das pessoas. Se alguém nos está ferindo, precisamos nos impor.
Temos a responsabilidade de estabelecer limites e de tomar conta de nó s mesmos.
Mas nã o precisamos justificar tomar conta de nó s mesmos condenando os outros.
Podemos evitar a armadilha de focalizar-nos em outros em vez de em nó s mesmos.
Ao recuperar-nos, aprendemos que o que fazemos precisa estar certo apenas para
nó s mesmos. O que os outros fazem é problema deles, e precisa estar certo apenas
para eles. É tentador nos apoiarmos na superioridade de estar certo e analisar as
açõ es e os motivos de outros, mas é mais recompensador olhar mais
profundamente.
_Hoje me lembrarei de que nã o tenho de esconder-me atrá s de estar certo. Nã o
tenho de justificar o que desejo e necessito, dizendo que alguém está “certo” ou
"errado”. Posso permitir-me ser quem sou._

19 de fevereiro
Nosso Caminho
_Acabei de passar vá rias horas com uma mulher de meu grupo, e acho que estou
perdendo a cabeça. Ela insistiu em que a ú nica maneira de progredir em meu
programa é ir à igreja dela e entregar-me à s suas prá ticas religiosas. Forçou e
insistiu, insistiu e forçou. Ela está no programa há muito mais tempo do que eu.
Fico achando que ela deve saber do que está falando, mas nã o me senti bem. E
agora me sinto confuso, com medo, culpado e envergonhado._
— Anô nimo
O caminho espiritual e o crescimento que nos sã o prometidos pelos Doze Passos
nã o dependem de nenhuma crença religiosa. Nã o depende de nenhuma seita ou
religiã o. Nã o sã o filiados a qualquer organizaçã o ou denominaçã o religiosa, como
bem dizem as tradiçõ es do programa dos Doze Passos.
Nã o temos de permitir que ninguém nos apoquente quanto a religiã o para nos
recuperar. Nã o temos de permitir que alguém nos faça sentir envergonhados, com
medo ou inferiores porque nã o nos submetemos à s suas crenças religiosas.
Nã o temos de deixá -las fazer isso conosco em nome de Deus, do amor, nem da
recuperaçã o.
A experiência espiritual que teremos como resultado da recuperaçã o e dos Doze
Passos será a nossa pró pria experiência espiritual. Será um relacionamento com
Deus, um Poder Superior como compreendemos Deus.
Cada um de nó s deve encontrar seu pró prio caminho espiritual.
Cada um de nó s deve construir o relacionamento com Deus como O
compreendemos. Cada um de nó s necessita de um Poder maior do que nó s
mesmos. Esses conceitos sã o indispensáveis para nossa recuperaçã o.
Assim como é indispensável a liberdade de escolhermos como fazer isso.
_Poder Superior, ajude-me a saber que nã o tenho de permitir que ninguém me
envergonhe ou aborreça com crenças religiosas. Se confundirem isso com a
espiritualidade que existe na recuperaçã o, ajude-me a devolver-lhes seus
problemas. Ajude-me a descobrir e desenvolver minha pró pria espiritualidade, um
caminho que funcione para mim. Guie-me, com Divina Sabedoria, enquanto cresço
espiritualmente._

20 de fevereiro
Estabelecendo Nossa Rota
Somos impotentes quanto à s expectativas que os outros têm de nó s. Nã o podemos
controlar o que os outros desejam, esperam ou querem que sejamos.
Podemos controlar a nossa maneira de responder à s expectativas dos outros.
Durante o decorrer de qualquer dia, as pessoas podem exigir de nó s tempo, talento,
energia, dinheiro e emoçõ es. Nã o temos de dizer sim a cada pedido. Nã o temos de
nos sentir culpados se dissermos nã o. E nã o temos de permitir a barragem de
demandas para controlar o curso de nossa vida.
Nã o temos de passar nossa vida reagindo aos outros e ao curso que prefeririam
que tomá ssemos em nossa vida.
Podemos estabelecer limites, limites firmes a respeito do quanto devemos ir com
os outros. Podemos confiar e ouvir a nó s mesmos. Podemos estabelecer objetivos e
direçõ es para nossa vida. Podemos valorizar-nos.
Podemos ter nosso poder com as pessoas.
Pare um pouco. Pense no que _você_ deseja. Considere como atender à s
necessidades dos outros afetará o curso de sua vida. Vivemos ou possuímos nossa
pró pria vida quando nã o deixamos outras pessoas, suas expectativas e suas
exigências controlarem o curso de nossa vida. Podemos deixá -las ter suas
exigências e expectativas; podemos deixar que tenham seus sentimentos. Temos o
poder de escolher o caminho melhor para nó s.
_Hoje Deus, ajude-me a ter o meu poder separando-me, e escolhendo
tranquilamente o curso de açã o que seja o certo para mim. Ajude-me a saber que
posso aparar-me das expectativas e dos desejos dos outros. Ajude-me a parar de
agradar à s pessoas e começar a agradar a mim mesmo._

21 de fevereiro
Vivendo no Presente
O momento presente é tudo que temos. Sim, temos planos e objetivos, uma visã o
do amanhã . Mas o agora é o ú nico tempo que possuímos. E é o bastante.
Podemos limpar nossa mente dos resíduos do passado. Podemos limpar nossa
mente das ansiedades do amanhã . Podemos estar presentes, agora. Podemos fazer-
nos disponíveis para este momento, este dia. É por estarmos totalmente presentes
agora que conseguiremos a totalidade do amanhã .
Nã o tenha medo, criança, sussurra uma voz. Nã o tenha arrependimentos. Liberte-
se de seus ressentimentos. Deixe-me levar sua dor. Tudo que tem é o momento
presente. Fique calmo. Esteja aqui. Confie.
Tudo que tem é o presente. É o bastante.
_Hoje, afirmarei que tudo estará bem em volta de mim, se tudo estiver bem dentro
de mim._

22 de fevereiro
Resolvendo Problemas
_Peço ao Senhor que me ajude a resolver meus problemas, para Sua Gló ria e
Honra._
— Alcoó licos Anô nimos
Muitos de nó s vivemos situaçõ es onde nã o fica bem identificar, ter ou falar sobre
problemas. A negaçã o tornou-se uma forma de vida — a nossa maneira de lidar
com problemas.
Ao recuperar-nos, ainda temos problemas. Podemos passar mais tempo reagindo a
um problema do que resolvendo-o. Perdemos o importante; perdemos a liçã o;
perdemos o presente. Problemas sã o parte da vida. Como as soluçõ es também sã o.
Um problema nã o significa que a vida seja negativa ou horrível. Ter um problema
nã o significa que a pessoa seja deficiente. Todas as pessoas têm problemas para
resolver.
Ao recuperar-nos, aprendemos a nos concentrar em resolver nossos problemas.
Primeiro, certificamo-nos de que o problema é realmente nosso. Se nã o for, nosso
problema é estabelecer os limites. Depois, procuramos a melhor soluçã o. Isso pode
significar estabelecer uma meta, pedir ajuda, juntar mais informaçã o, tomar uma
atitude, ou libertar-nos.
Recuperaçã o nã o significa imunidade ou isençã o de problemas; recuperaçã o
significa aprender a enfrentar e resolver os problemas, sabendo que eles
aparecerã o regularmente. Podemos confiar em nossa capacidade de resolver
problemas, e saber que nã o estamos fazendo isso sozinhos. Ter problemas nã o
significa que nosso Poder Superior nos esteja espezinhando. Alguns problemas sã o
parte da vida; outros sã o para que os resolvamos, e cresceremos nas formas
necessá rias durante esse processo.
Enfrente e resolva os problemas do dia. Nã o se preocupe desnecessariamente com
os problemas do amanhã , porque quando aparecerem, teremos os recursos
necessá rios para resolvê-los.
Enfrentar e resolver problemas — resolver problemas com a ajuda de um Poder
Superior — significa que estamos vivendo, crescendo e colhendo os benefícios.
_Hoje, Deus, ajude-me a enfrentar e a resolver meus problemas. Ajude-me a fazer
minha parte e deixar o resto fluir. Posso aprender a resolver problemas._

23 de fevereiro
Força
Nem sempre temos de ser fortes para ser _fortes_. À s vezes, nossa força é
expressada em sermos vulneráveis. À s vezes, precisamos desmontar-nos para
rejuntar-nos e voltarmos aos trilhos.
Todos nó s temos dias em que nã o podemos ir mais longe, nã o podemos controlar
nossas dú vidas, nã o podemos deixar de ter medo, nã o conseguimos ser _fortes_.
Há dias em que nã o conseguimos concentrar-nos em sermos responsáveis. À s
vezes, nã o queremos sair de nossos pijamas. À s vezes, choramos diante dos outros.
Demonstramos nosso cansaço, irritaçã o ou raiva.
Esses dias acontecem. E devem acontecer.
Parte de cuidarmos de nó s mesmos significa permitirmos a nó s mesmos “desabar”
quando precisamos. Nã o temos de ser perpétuas torres de fortalezas. Nó s somos
fortes. Já provamos isso. Nosso poder continuará , se nos permitirmos a coragem de
sentir medo, fraqueza e vulnerabilidade quando necessitamos sentir essas
emoçõ es.
_Hoje, Deus, ajude-me a saber o que está certo e a permitir a mim mesmo ser
humano. Ajude-me a nã o me sentir culpado ou a nã o me punir quando precisar
"desmontar-me”._

24 de fevereiro
Reconhecendo os Sentimentos
Sentir emoçõ es pode ser um desafio, se nã o temos experiência prévia ou permissã o
de fazer isso. Aprender a identificar o que estamos sentindo é um desafio que
podemos dominar, mas nã o nos tornamos especialistas da noite para o dia. Nem
temos de lidar com nossas emoçõ es com perfeiçã o.
Aqui vã o algumas ideias que podem ajudar a aprender a reconhecer e a lidar com
emoçõ es.
Pegue uma folha de papel. Em cima escreva: “Se fosse certo sentir o que estou
sentindo, se eu nã o fosse julgado bom ou mau, o que estaria sentindo?” Depois
escreva o que lhe vier à cabeça. Você também pode usar o recurso de muitas
pessoas para descobrir suas emoçõ es: escrever ou fazer um diá rio. Você pode fazer
um diá rio, escrever uma carta para si mesmo ou apenas rabiscar seus pensamentos
num bloco de notas.
Observe e ouça a si mesmo como se fosse uma outra pessoa. Ouça seu tom de voz e
as palavras que usa. O que está ouvindo? Tristeza, medo, raiva, felicidade?
O que seu corpo lhe está dizendo? Está tenso e rígido de raiva? Cheio de medo?
Pesado de tristeza e dor? Dançando de alegria?
Conversar com pessoas que se estã o recuperando também ajuda. Ir a reuniõ es
ajuda. Uma vez que nos sentimos seguros, muitos de nó s conseguimos abrir-nos
natural e facilmente a nossos sentimentos.
Ao nos recuperarmos, estamos numa contínua caça ao tesouro. Um dos tesouros
que estamos buscando é a parte emocional de nó s mesmos. Nã o temos de fazer
isso perfeitamente. Precisamos apenas ser honestos, abertos e desejosos de tentar.
Nossas emoçõ es estã o lá , esperando para ser compartilhadas conosco.
_Hoje, olharei para mim mesmo e me ouvirei pelo dia afora. Nã o me julgarei pelo
que estou sentindo; aceitarei a mim mesmo._

25 de fevereiro
Aceitando Imperfeiçõ es
— Por que faço isso comigo mesma? — Perguntou uma mulher que queria
emagrecer. — Antes de começar a frequentar as reuniõ es de meu grupo de apoio,
sentia-me culpada e envergonhada quando comia meio biscoito que nã o estava na
dieta. Mas descobri que _todo mundo_ mente um pouco, e certas pessoas mentem
bastante. Sentia-me muito envergonhada antes de vir para o grupo, embora nã o
fosse a ú nica a nã o seguir a dieta à risca. Agora sei que estou fazendo dieta como a
maioria, e melhor do que alguns.
Por que fazemos isso com nó s mesmos? Nã o estou me referindo especificamente a
dietas; estou falando sobre a vida. Por que punimos a nó s mesmos achando que
somos inferiores, e acreditamos que os outros sã o perfeitos — seja em
relacionamentos, em recuperaçã o ou numa tarefa específica?
Quando julgamos a nó s mesmos ou aos outros, os dois lados da moeda serã o
sempre o mesmo: perfeiçã o. Nenhuma das duas expectativas é vá lida.
É muito mais certo e benéfico convencer-nos de que é certo ser como somos e que
o que estamos fazendo é bom o bastante. Isso nã o quer dizer que nã o cometemos
erros que precisam ser corrigidos; nã o significa que nã o saímos da linha de vez em
quando; nã o significa que nã o podemos melhorar. Significa que, com todos nossos
erros e desvios, basicamente estamos no caminho certo. Encorajar e aprovar a nó s
mesmos é ajudar-nos a continuar na linha.
_Hoje, amarei e encorajarei a mim mesmo. Direi a mim mesmo que o que estou
fazendo é bom o bastante, e me permitirei desfrutar esse sentimento._

26 de fevereiro
Os Programas dos Doze Passos
_Fiquei furiosa quando me vi sentada na primeira reuniã o do Al-Anon. Parecia-me
bastante injusto que o problema fosse dele mas eu é que tivesse de ir à reuniã o.
Mas à quela altura eu nã o tinha mais nenhum lugar no mundo para ir com minha
dor. Agora, estou agradecida pelo Al-Anon e pela minha recuperaçã o de co-
dependência. O Al-Anon me mantém na linha; a recuperaçã o me proporcionou uma
vida._
— Anô nimo
Existem muitos programas de Doze Passos para codependentes: Al-Anon Filhos
Adultos de Alcoó licos, CoDa, Famílias Anô nimas, Nar-Anon e outros. Temos muitas
escolhas sobre que tipo de grupo é melhor para nó s e qual grupo em particular
naquela categoria satisfaz melhor à s nossas necessidades. Os grupos de co-
dependência sã o gratuitos, anô nimos e disponíveis na maioria das cidades. Se nã o
existir um certo para nó s, podemos começar um.
Os grupos de Doze Passos para codependentes nã o existem para podermos ajudar
a outras pessoas; sã o para podermos ajudar a nó s mesmos a crescer e a mudar.
Podem ajudar-nos a aceitar e a lidar com as formas com que a co-dependência nos
afeta. Podem ajudar-nos a entrar na linha e permanecer lá .
Existe uma má gica nos programas dos Doze Passos. Há uma força curativa ligada a
outras pessoas em recuperaçã o. Acessamos esse poder de cura trabalhando os
Passos e permitindo que funcionem para nó s. Os Doze Passos sã o uma fó rmula
para a cura.
Por quanto tempo devemos ir à s reuniõ es? Até “assimilarmos o programa”. Até que
o programa “nos pegue”. Depois continuamos indo — e crescendo.
Escolher um grupo e ir regularmente é importante para que possamos começar e
depois continuar a tomar conta de nó s mesmos. Como é também importante
participar ativamente dos programas de recuperaçã o trabalhando os Passos.
_Eu me abrirei ao poder de cura que existe para mim nos Doze Passos e ao
programa de recuperaçã o._

27 de fevereiro
Os Puxa-sacos
Você já esteve perto de puxa-sacos? Eles sã o desagradáveis. Estar em volta de
alguém que se está desmanchando para agradar a outra pessoa é quase sempre
irritante e causa ansiedade.
O puxa-saquismo é um comportamento ao qual nos podemos ter adaptado para
sobreviver em nossa família. Talvez nã o tenhamos conseguido o amor e a atençã o
que merecemos. Talvez nã o nos tenhamos dado permissã o para agradar a nó s
mesmos, confiar em nó s mesmos, e escolher um curso de açã o que demonstre
autoconfiança.
O puxa-saquismo pode ser evidente ou dissimulado. Podemos ficar em volta das
pessoas, falando sem parar, quando tudo que estamos dizendo é: “Espero que lhe
esteja agradando". Ou podemos ser mais dissimulados, seguindo quietinhos pela
vida tomando as decisõ es importantes sempre pensando em agradar aos outros.
Levar em consideraçã o os desejos e necessidades de outras pessoas é parte
importante de nossos relacionamentos. Temos responsabilidades quanto aos
amigos, à família e aos chefes. Temos um forte sentido interior de responsabilidade
de sermos carinhosos e atenciosos. Mas ser puxa-saco faz o tiro sair pela culatra.
Nã o somente faz as pessoas se aborrecerem conosco, como quase sempre ficamos
chateados quando nossos esforços para agradar nã o funcionam como desejamos.
As pessoas de quem mais gostamos de estar perto sã o aquelas que têm
consideraçã o para com os outros mas que em primeiro lugar agradam a si pró prias.
_Ajude-me; Deus, a superar meus temores e a começar a agradar a mim mesmo._

28 de fevereiro
Abandonando a Negaçã o
_Somos vagarosos para acreditar em coisas que podem ferir nossos sentimentos._
— Ovídio
A maioria de nó s, quando se recupera, tenta negar as coisas de tempos em tempos.
Alguns de nó s já fizemos isso.
Podemos ter negado acontecimentos ou sentimentos de nosso passado. Podemos
ter negado problemas de outras pessoas; podemos ter negado nossos pró prios
problemas, sentimentos, pensamentos, desejos ou necessidades.
Negamos a verdade.
Negar significa que nã o deixamos a nó s mesmos enfrentar a realidade, geralmente
porque enfrentar aquela particular realidade doeria. Seria uma perda de algo: de
confiança, de amor, da família, talvez de um casamento, de uma amizade ou de um
sonho. E perder algo, ou alguém, dó i.
A negaçã o é um instrumento protetor, um absorvedor de choque para a alma. Evita
que reconheçamos a realidade até nos sentirmos preparados para lidar com ela. As
pessoas podem gritar e espernear a verdade para nó s, mas só a veremos ou
ouviremos quando estivermos prontos.
Somos seres fortes mas também frá geis. À s vezes, precisamos de tempo para nos
preparar, tempo para ficarmos prontos para enfrentar certas situaçõ es. Nã o
abandonamos nossa necessidade de negaçã o batendo em nó s mesmos para aceitar
a realidade; abandonamos nossa necessidade de negar permitindo a nó s mesmos
nos tornar seguros e fortes o bastante para lidar com a verdade.
Faremos isso quando a hora certa chegar.
Nã o nos precisamos punir por ter negado a realidade; precisamos apenas amar a
nó s mesmos para nos sentirmos seguros e fortes para que cada dia estejamos mais
bem equipados para enfrentar e lidar com a verdade. Enfrentamos e lidamos com a
realidade em nosso pró prio tempo, quando estivermos prontos, na hora de nosso
Poder Superior. Nã o temos de aceitar puniçã o de ninguém, incluindo de nó s
mesmos, para essa programaçã o.
Saberemos o que é preciso quando for a hora de saber.
_Hoje, me concentrarei em sentir-me seguro e confiante, me permitirei ter
consciência do meu pró prio tempo._

01 de março
Libertando-nos da Raiva
Ao nos recuperarmos, falamos constantemente sobre a raiva. Sim — raciocinamos
—, é uma emoçã o que estamos todos propensos a sentir. Sim, o objetivo de nos
recuperarmos é livrar-nos de ressentimentos e da raiva. Sim, é normal sentir raiva
— concordamos. Bem, talvez...
A raiva é uma emoçã o poderosa e à s vezes assustadora. É também benéfica se nã o
permitirmos que se transforme em ressentimento ou seja usada como uma arma
para punir ou abusar das pessoas.
A raiva é um sinal de aviso. Aponta o problema. À s vezes, assinala os problemas
que precisamos resolver. Outras, indica os limites que devemos estabelecer. Outras
ainda, é uma explosã o final de energia antes da liberdade, ou da aceitaçã o.
Muitas vezes ela apenas existe. Nã o tem de ser justificada. Pode ser que nã o faça
parte de um pacote bem embrulhado. E nã o precisa sufocar a nó s e à nossa energia.
Nã o temos de nos sentir culpados de sentir raiva. Nã o temos de nos sentir
culpados.
Respire profundamente. Podemos sentir todas nossas emoçõ es sem vergonha,
inclusive a raiva, e ainda assim sermos responsáveis por nosso comportamento.
_Hoje, sentirei e me libertarei de qualquer sentimento de raiva que tenho. Posso
fazer isso apropriada e seguramente._

02 de março
Emoçõ es no Trabalho
_Estou furioso com meu emprego. Outro colega obteve a promoçã o que julgo que
mereço. Estou com tanta raiva que tenho vontade de demitir-me. Agora, minha
esposa me diz que devo cuidar de minhas emoçõ es. De que adianta isso? Ele
permanece com a promoçã o._
— Anô nimo
Nossas emoçõ es no trabalho sã o tã o importantes quanto nossas emoçõ es em
qualquer outra á rea de nossa vida. Emoçõ es sã o emoçõ es — e, quando as sentimos,
tratar delas nos ajudará a ir para a frente e a crescer.
Nã o reconhecer nossas emoçõ es é o que nos mantém presos e nos dá dores de
estô mago, de cabeça e indisposiçã o.
Sim, lidar com emoçõ es no emprego pode ser um desafio. À s vezes, pode parecer
que as coisas nã o fazem sentido. Um de nossos truques favoritos para evitar lidar
com as emoçõ es é nos convencermos de que é inú til.
Devemos considerar cuidadosamente como lidar com nossas emoçõ es no emprego.
Talvez seja boa ideia falar de nossos sentimentos intensos com alguém que nã o
esteja ligado ao nosso trabalho e analisá -los assim de uma forma livre de riscos.
Uma vez que avaliemos a intensidade da emoçã o, podemos pensar no que é preciso
para cuidarmos de nó s mesmos no trabalho.
À s vezes, como em qualquer á rea de nossa vida, as emoçõ es devem ser sentidas e
aceitas. Elas podem estar apontando um problema dentro de nó s, ou um problema
que precisamos resolver com alguém.
À s vezes, nossas emoçõ es estã o ajudando a apontar numa direçã o; ou estã o ligadas
a uma mensagem, ou a um receio: “Nunca obterei sucesso”... “Nunca conseguirei o
que desejo”... “Nã o sou bom o bastante”...
À s vezes, a soluçã o é uma aproximaçã o espiritual. Lembre-se, quando trazemos a
espiritualidade para qualquer á rea de nossa vida, nó s nos beneficiamos.
Nã o saberemos qual é a liçã o até termos a coragem de parar e lidar com nossos
sentimentos.
Hoje, considerarei minhas emoçõ es no trabalho tã o importantes quanto minhas
emoçõ es em casa ou em qualquer outro lugar e encontrarei uma maneira adequada
de lidar com elas.

03 de março
Aceitando a Nó s Mesmos
Uma mulher dirigia seu carro, quando um adesivo no carro da frente chamou sua
atençã o. O adesivo dizia “B-WHO-UR” (Seja quem você é). “Como posso ser eu
mesma?”, pensou ela. “Se eu mesma nã o sei quem sou!”
Alguns de nó s nos sentimos confusos quando as pessoas nos encorajam a sermos
nó s mesmos. Como podemos conhecer a nó s mesmos, ou ser quem somos, se
durante anos vivemos mergulhados nas necessidades de outros?
Temos de ter um _eu_. A cada dia estamos descobrindo mais e mais sobre nó s
mesmos. Estamos aprendendo que merecemos amor.
Estamos aprendendo a aceitar a nó s mesmos, como somos neste momento — a
aceitar nossos sentimentos, pensamentos, imperfeiçõ es e desejos. Se nossos
pensamentos ou sentimentos estã o confusos, também aceitamos isso.
Ser quem somos significa aceitarmos nosso passado — nossa histó ria —
exatamente como ela é.
Ser nó s mesmos significa que temos direito à s nossas crenças e opiniõ es — no
momento presente e sujeitas a mudanças. Aceitamos nossas limitaçõ es e nossas
forças.
Ser quem somos significa que aceitamos nosso ser físico, assim como nosso ser
mental, emocional e espiritual como sã o agora. Ser quem somos ao nos
recuperarmos significa que levamos essa aceitaçã o um passo à frente. Podemos
apreciar a nó s mesmos e a nossa histó ria.
Ser quem somos, amando e aceitando a nó s mesmos, nã o é uma atitude limitada.
Aceitar e amar a nó s mesmos é permitir que possamos crescer e mudar.
_Hoje, serei quem sou. Se ainda nã o estou certo de quem sou, afirmarei que tenho o
direito a essa excitante descoberta._

04 de março
O Poder Superior como uma Fonte
_Aprenderei que posso cuidar de mim mesmo, e o que nã o posso fazer, Deus fará
por mim._
— Freqü entador do Al-Anon
Deus, um Poder Superior como O compreendemos, é a nossa fonte de direçã o e
transformaçõ es positivas. Isso nã o significa que nã o somos responsáveis por nó s
mesmos. Somos. Mas nã o estamos nisso sozinhos.
A recuperaçã o nã o é um projeto “faça-você-mesmo". Nã o temos de ficar
exageradamente preocupados em mudar a nó s mesmos. Fazemos a nossa parte,
relaxamos e confiamos que as mudanças que ocorrerem serã o as certas para nó s.
Recuperar-nos significa que nã o temos de procurar outras pessoas como se fossem
as fontes que podem satisfazer as nossas necessidades. Elas podem ajudar-nos,
mas nã o sã o fontes.
Quando aprendemos a confiar no processo de recuperaçã o, começamos a
compreender que a relaçã o com o nosso Poder Superior nã o substitui o
relacionamento com as pessoas. Nã o nos precisamos esconder atrá s de
sentimentos religiosos ou usar nosso relacionamento com o Poder Superior como
desculpa para deixarmos de ser responsáveis por nó s mesmos e cuidar de nó s
mesmos em nossos relacionamentos. Mas podemos recorrer a um Poder Superior e
confiar nele para obtermos energia, sabedoria e orientaçã o.
_Hoje, considerarei meu Poder Superior como a fonte para todas as minhas
necessidades, incluindo as transformaçõ es que desejo fazer durante minha
recuperaçã o._
05 de março
Seja Quem Você É
_Quando conheço alguém ou me envolvo num novo relacionamento, começo a
colocar todas essas restriçõ es repressivas sobre mim mesmo. Nã o posso sentir
emoçõ es. Nã o posso ter desejos e necessidades. Nã o posso ter meu passado. Nã o
posso fazer as coisas que desejo, sentir as emoçõ es que estou sentindo, ou dizer o
que preciso dizer. Transformo-me num robô reprimido perfeccionista, em vez de
ser quem sou: Eu._
— Anô nimo
À s vezes, nossa reaçã o instintiva quando nos vemos numa nova situaçã o é: Nã o seja
você mesmo.
Quem mais podemos ser? Quem mais gostaríamos de ser? Nã o precisamos ser
ninguém mais.
O maior presente que podemos dar a qualquer relacionamento é ser quem somos.
Podemos achar que nã o gostarã o de nó s. Ter medo de que se relaxarmos e formos
nó s mesmos, a outra pessoa irá embora ou sentirá vergonha de nó s. Preocupamo-
nos com o que a outra pessoa poderá pensar.
Mas quando relaxamos e aceitamos a nó s mesmos, as pessoas sentem-se muito
melhor em estar conosco do que quando estamos rígidos e reprimidos. É agradável
estar conosco.
Se os outros nã o nos apreciam, desejamos realmente estar perto deles? Precisamos
deixar sua opiniã o controlar a nó s e ao nosso comportamento?
Dar-nos permissã o de sermos quem somos pode exercer uma influência
reparadora em nossos relacionamentos. O ambiente fica mais relaxado. Nó s
relaxamos. A outra pessoa relaxa. E nos sentimos menos tímidos, porque eles
sabem da verdade. Quem somos é tudo que podemos ser, tudo que desejamos ser, e
isso basta.
A opiniã o que temos sobre nó s mesmos é realmente o que importa. E podemos dar
a nó s mesmos toda a aprovaçã o que precisamos e desejamos.
_Hoje relaxarei e serei eu mesmo em meus relacionamentos. Nã o farei isso de
forma humilhante ou impró pria, mas de maneira que demonstre que aceito e
aprecio quem eu sou. Ajude-me, Deus, a libertar-me de meus receios._

06 de março
A Paz
A ansiedade é quase sempre nossa primeira reaçã o a um conflito, problema ou
mesmo a nossos temores. Nesses momentos, isolar-nos e procurarmos a calma
pode parecer que estamos sendo desleais ou apá ticos. Pensamos: Se realmente me
importasse, me preocuparia; se fosse realmente importante para mim, deveria ficar
aborrecido. Convencemo-nos de que o resultado será positivamente afetado pela
quantidade de tempo que passamos preocupando-nos.
Nosso melhor recurso para resolver problemas é a paz. As soluçõ es aparecem fá cil
e naturalmente quando estamos em estado de paz. Quase sempre o medo e a
ansiedade bloqueiam as soluçõ es. A ansiedade dá poder ao problema, nã o a
soluçã o. Causar um alvoroço nã o ajuda. _Nã o ajuda_.
A paz existe, se a preferirmos. Apesar do caos e dos problemas nã o resolvidos à
nossa volta, está tudo bem. As coisas se resolverã o. Podemos cercar-nos dos
recursos do Universo: a á gua, a terra, um pô r-do-sol, uma caminhada, uma oraçã o,
um amigo. Podemos relaxar e nos permitir sentir a paz.
_Hoje, me libertarei de minha necessidade de ficar em alvoroço. Cultivarei a paz e a
confiança de que as soluçõ es adequadas e o bem despontarã o natural e
harmoniosamente da fonte inesgotável da paz. Conscientemente me libertarei, e
deixarei Deus entrar._

07 de março
A Satisfaçã o
“Tudo que necessito me será proporcionado hoje. Tudo.” Diga isso, até acreditar.
Diga isso no começo do dia. Diga isso no decorrer do dia.
À s vezes, saber o que desejamos e necessitamos ajuda. Mas, se nã o soubermos,
podemos confiar em que Deus sabe.
Quando indagamos, confiamos e acreditamos que nossas necessidades serã o
satisfeitas, elas serã o satisfeitas. À s vezes, Deus atenta para as coisinhas mais tolas,
se nó s atentamos para elas.
_Hoje, afirmarei que minhas necessidades serã o satisfeitas. Afirmarei que Deus se
importa, e que Ele é a Fonte de meu suprimento. Depois me libertarei e verei que
no que arrisquei acreditar é a verdade._

9 de Abril
Dar
Aprender a ser uma pessoa saudavelmente generosa pode ser um desafio. Muitos
de nó s nos sentimos presos numa generosidade compulsiva — atos de caridade
motivados por sentimentos nã o caridosos de culpa, vergonha, obrigaçã o, pena e
superioridade moral.
Agora, compreendemos que tomar conta e dar compulsivamente nã o funciona. O
tiro sai pela culatra.
Tomar conta faz com que continuemos a nos sentir vítimas.
Muitos de nó s demos demais, achando que isso era o certo; depois, ficamos
confusos porque nossa vida e nossos relacionamentos nã o estavam funcionando
bem. Muitos de nó s demos demais por muito tempo, achando que estávamos
fazendo o que Deus queria; depois, ao recuperar-nos, recusamo-nos a dar, a nos
importar ou a amar por algum tempo.
Está certo. Talvez precisá ssemos de um descanso. Mas dar saudavelmente faz parte
de viver saudavelmente. O objetivo da recuperaçã o é o equilíbrio — o cuidado
motivado pelo verdadeiro desejo de dar, com uma atitude implícita de respeito
pró prio e pelos outros.
O objetivo da recuperaçã o é escolher o que desejamos dar, para quem, quando e
quanto. O objetivo da recuperaçã o é dar sem nos sentirmos vítimas porque
estamos dando.
Estamos dando porque desejamos, porque é nossa responsabilidade? Ou estamos
dando porque nos sentimos obrigados, culpados, com vergonha ou nos achando
superiores? Estamos dando porque nos sentimos envergonhados de dizer nã o?
As maneiras com que tentamos ajudar as pessoas realmente ajudam ou impedem
que elas enfrentem suas verdadeiras responsabilidades?
Estamos dando para que elas gostem de nó s ou se sintam obrigadas a nó s?
Estamos dando para provar que somos seres dignos? Ou porque apenas desejamos
dar e isso nos faz sentir bem?
A recuperaçã o inclui um ciclo de dar e receber. Mantém uma energia saudável
fluindo entre nó s, nosso Poder Superior e os outros. Aprender a dar de forma
saudável leva tempo. Aprender a receber leva tempo. Seja paciente. O equilíbrio
virá .
_Deus, guie-me hoje em ser generoso e em meus motivos para dar._

10 de Abril
Usando Outros para Parar Nossa Dor
Nossa felicidade nã o é um presente que alguém detém em suas mã os. Nosso bem-
estar nã o é posse de ninguém, para ser dado ou retido. Se tentamos forçar alguém a
nos dar o que acreditamos que ele ou ela detém, ficaremos desapontados.
Descobriremos que é uma ilusã o. A pessoa nã o tinha o que pensávamos. E nunca
terá . Aquela caixa que alguém segurava, lindamente embrulhada para presente e
que acreditávamos conter nossa felicidade — é uma ilusã o!
Nos momentos em que tentamos forçar alguém a fazer parar nossa dor e nos dar
nossa alegria, se pudéssemos encontrar coragem para parar de insistir e em vez
disso parar e lidar com nossos pró prios problemas, entã o encontraríamos nossa
felicidade.
Sim, é verdade que se alguém pisa em nosso pé, esse alguém nos estará
machucando, e por isso detém o poder de parar nossa dor tirando o pé de cima do
nosso. Mas a dor ainda é nossa. E também a responsabilidade de mandar parar de
pisar no nosso pé.
A recuperaçã o virá quando nos conscientizarmos do quanto tentamos usar os
outros para parar nossa dor e nos dar felicidade. Curar-nos-emos do passado.
Receberemos indicaçõ es que podem mudar o curso de nossos relacionamentos.
Descobriremos que nossa felicidade e nosso bem-estar sempre estiveram em
nossas mã os. A caixa sempre esteve conosco. O conteú do é nosso, podemos abri-la.
_Deus, ajude-me a lembrar que possuo a chave da minha pró pria felicidade._
_Dê-me coragem para parar e tratar de meus pró prios sentimentos. Dê-me a luz
que necessito para melhorar meus relacionamentos. Ajude-me a parar de dançar a
dança da co-dependência e começar a dançar a dança da recuperaçã o._

25 de Abril
Encontrando Nossa Pró pria Verdade
Devemos descobrir a nossa pró pria verdade.
Nã o _nos_ ajuda se aqueles que amamos encontram sua verdade.
Eles nã o podem dá -la para nó s. Nã o importa se alguém a quem amamos sabe de
uma verdade particular sobre nossa vida. Devemos descobrir nossa verdade por
nó s mesmos.
Devemos descobrir e ficar em nossa pró pria luz.
Quase sempre, temos de lutar, errar e ficar confusos e frustrados. É assim que
conseguimos vencer a luta; é assim que aprendemos o que é verdadeiro e certo
para nó s mesmos.
Podemos compartilhar informaçõ es com os outros. Os outros podem nos dizer o
que podem prever se seguirmos determinado caminho. Mas isso nã o significa nada
até compreendermos a mensagem e isso se tornar a realidade, a nossa descoberta,
o nosso conhecimento.
Nã o há uma maneira fá cil de penetrar e encontrar a verdade.
Mas podemos e conseguiremos, se quisermos.
Podemos querer fazer isso mais facilmente. Podemos nervosamente correr para os
amigos, pedir-lhes que nos dêem sua verdade ou nos ajudem a descobrir a nossa
mais facilmente. Eles nã o podem. A luz só iluminará na hora certa.
Cada um de nó s tem sua pró pria porçã o de verdade, esperando para nos ser
revelada. Cada um de nó s tem sua pró pria porçã o de luz esperando que paremos
sob ela, para revelar-se como nossa.
O encorajamento ajuda. O apoio ajuda. Mas a firme crença de que cada pessoa tem
sua pró pria verdade — apropriada a cada situaçã o — é o que realmente ajudará .
Cada experiência, cada frustraçã o, cada situaçã o tem sua pró pria verdade
esperando para ser revelada. Nã o desista até encontrá -la — por si mesmo.
Seremos guiados à verdade, se a procurarmos. Nã o estamos só s.
_Hoje, procurarei minha pró pria verdade e permitirei que os outros façam o
mesmo. Colocarei valor em minha visã o e nas visõ es dos outros. Todos estamos
nesta jornada, fazendo nossas pró prias descobertas — as que sã o certas para nó s
hoje._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


26 de Abril
Resistindo à Negatividade
Algumas pessoas sã o portadoras de negatividade. Sã o armazéns de ó dio e de
emoçõ es violentas. Algumas ficam presas no papel de vítima e agem de maneira a
desenvolver sua vitimizaçã o. E outras ainda estã o presas no ciclo de padrõ es
viciosos e compulsivos.
A energia negativa pode ser um poderoso arrastã o sobre nó s, principalmente se
estamos lutando para manter o equilíbrio e a energia positiva. Talvez os que
emitem energia negativa gostariam de nos carregar para a escuridã o com eles. Nã o
temos de ir. Sem julgá -los, podemos decidir que é certo afastar-nos para longe, que
é certo protegermos a nó s mesmos.
Nã o podemos mudar as pessoas. Ficarmos desequilibrados nã o ajudará a ninguém.
Nã o as guiaremos à Luz, permanecendo no escuro com elas.
_Hoje, Deus, ajude-me a convencer-me de que nã o tenho de permitir ser carregado
para a negatividade, mesmo por aqueles a quem amo. Ajude-me a estabelecer
limites. Ajude-me a convencer-me de que é certo cuidar de mim mesmo._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


27 de Abril
Libertando-nos da Necessidade de Controlar
_As recompensas do desligamento sã o muitas: serenidade; uma profunda sensaçã o
de paz; a capacidade de dar e receber amor de modo positivo, energizador; e a
liberdade de encontrar verdadeiras soluçõ es para nossos problemas._
— Co-dependência nunca mais
Libertar-nos de nossa necessidade de controlar pode libertar outros e a nó s
mesmos. Pode colocar em liberdade o nosso Poder Superior para enviar o melhor
para nó s.
Se nã o estivéssemos tentando controlar algo ou a alguém, o que estaríamos
fazendo de diferente?
O que faríamos que estamos deixando de fazer agora? Aonde iríamos? O que
diríamos?
Que decisõ es tomaríamos?
O que pediríamos? Que limites seriam estabelecidos? Quando diríamos sim ou nã o?
Se nã o estivéssemos tentando controlar se uma pessoa gosta ou nã o de nó s, ou sua
reaçã o a nó s, o que faríamos de diferente? Se estivéssemos tentando controlar o
curso de um relacionamento, o que faríamos diferente? Se nã o estivéssemos
tentando controlar o comportamento de outra pessoa, como pensaríamos,
sentiríamos, falaríamos e nos comportaríamos de modo diferente?
O que nã o estamos nos permitindo fazer, enquanto esperamos que a negaçã o
pró pria possa influenciar uma determinada situaçã o ou pessoa? Existem certas
coisas que estamos fazendo que deixaríamos de fazer?
Nó s nos trataríamos de modo diferente?
Nó s nos permitiríamos desfrutar mais a vida e nos sentiríamos melhor neste exato
momento? Deixaríamos de nos sentir tã o mal? Nos trataríamos melhor?
Se nã o estivéssemos tentando controlar, o que faríamos de diferente? Faça uma
lista, e depois faça tudo o que colocou na lista.
_Hoje, indagarei a mim mesmo o que estaria fazendo se nã o estivesse tentando
controlar. Quando ouvir a resposta, farei isso. Deus, ajude-me a abandonar a
necessidade de controlar. Ajude-me a libertar os outros e a mim mesmo._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


28 de Abril
Raiva de Membros da Família
Muitos de nó s temos raiva de certos membros de nossa família. Alguns de nó s
temos muita raiva e ó dio — que parece continuar ano apó s ano.
Para muitos de nó s a raiva era a ú nica maneira de quebrar um laço nã o saudável ou
a ligaçã o entre certo membro da família e nó s mesmos. Era a força que evitava que
fô ssemos mantidos presos — mental, emocional e à s vezes espiritualmente — a
certos membros da família.
É importante permitir que sintamos — e aceitemos — raiva de certos membros da
família, sem culpa ou vergonha de nó s mesmos. É também importante examinar
nossos sentimentos de culpa com relaçã o aos membros da família porque a raiva e
a culpa geralmente estã o entrelaçadas.
Podemos aceitar, e mesmo agradecer, à nossa raiva por nos proteger. Mas podemos
também estabelecer outro objetivo: o de libertar-nos.
Assim que o fizermos, nã o precisaremos mais de nossa raiva. Assim que o fizermos,
poderemos perdoar.
Pense em coisas carinhosas, pense em coisas curadoras com relaçã o aos membros
da família. Mas permita-se sentir raiva quando precisar sentir.
E depois tente terminar com a raiva. Mas precisamos ser gentis conosco mesmo se
essa emoçã o vier à superfície de tempos em tempos.
Agradeça a Deus por essa emoçã o. Sinta-a. Solte-a. Peça a Deus para ajudar a
libertar-nos e a cuidar de nó s mesmos.
Deixe a luz dourada da cura brilhar sobre todos a quem amamos e sobre todos de
quem sentimos raiva. Deixe a luz dourada da cura brilhar sobre nó s.
Confie que a cura está acontecendo, agora.
_Ajude-me a aceitar as potentes emoçõ es que possa sentir sobre membros de
minha família. Ajude-me a ser agradecido pela liçã o que me estã o ensinando.
Aceito a luz dourada da cura que agora brilha sobre mim e minha família. Agradeço
a Deus porque a cura nem sempre vem num pacote arrumado e meticuloso._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


29 de Abril
Iniciando Relacionamentos
Quase sempre podemos aprender muito sobre nó s mesmos através das pessoas à s
quais estamos ligados.
À medida que progredimos em nossa recuperaçã o, aprendemos que nã o podemos
mais formar relacionamentos _somente_ baseados na atraçã o. Aprendemos a ser
pacientes, a permitir-nos levar em conta fatos importantes, e a processar
informaçõ es sobre aquela pessoa.
O que estamos buscando na recuperaçã o é a atraçã o saudável à s pessoas.
Permitimo-nos ser atraídos ao que as pessoas _sã o_, nã o ao seu potencial ou ao que
esperaríamos que fossem.
Quanto mais trabalhamos nos problemas de nossa família de origem, menos
precisamos trabalhar através delas com as pessoas para as quais somos atraídos.
Terminar nossos problemas do passado nos ajuda a formar relacionamentos novos
e mais saudáveis.
Quanto mais superarmos nossa necessidade de ser excessivamente tomadores de
conta, menos nos encontraremos atraídos para pessoas que precisam de proteçã o
constantemente.
Quanto mais aprendemos a amar e a respeitar a nó s mesmos, mais nos tornaremos
atraídos para pessoas que nos amarã o e respeitarã o, e a quem podemos amar e
respeitar com segurança.
Isso é um processo lento. Precisamos ser pacientes com nó s mesmos. O tipo de
pessoas que nos atrai nã o precisa mudar da noite para o dia. Sentirmos atraçã o por
pessoas problemá ticas pode durar muito tempo na recuperaçã o. Isso nã o significa
que precisamos permitir que nos controlem. O fato é que iniciaremos e
manteremos relacionamentos com pessoas com as quais precisamos estar até
aprendermos o que for preciso aprender — nã o importa o tempo que estamos nos
recuperando.
Nã o importa com quem nos relacionamos ou o que descobrimos acontecer no
relacionamento, o problema ainda é nosso, e nã o da outra pessoa. Esse é o nú cleo, a
esperança e o poder da recuperaçã o.
Podemos aprender a cuidar de nó s mesmos durante o processo de iniciar e formar
um relacionamento. Podemos aprender a ir devagar. Podemos aprender a prestar
atençã o. Podemos permitir-nos cometer erros, mesmo quando _sabíamos_ que
estávamos errados.
Podemos deixar de culpar Deus por nossos relacionamentos, e começar a ser
responsáveis por eles. Podemos aprender a desfrutar os relacionamentos
saudáveis e a afastar-nos rapidamente dos mais problemá ticos.
Podemos aprender a procurar o que é bom para nó s em vez do que é bom para a
outra pessoa.
_Deus, ajude-me a prestar atençã o em meus comportamentos durante o processo
de iniciar um relacionamento. Ajude-me a ser responsável por mim mesmo e a
aprender o que preciso aprender. Confiarei em que as pessoas que desejo e preciso
aparecerã o em minha vida. Compreendo que, se um relacionamento nã o for bom
para mim, tenho o direito e a capacidade de recusar-me a entrar nele — embora a
outra pessoa pense que possa ser bom para ela. Estarei aberto à s liçõ es que preciso
aprender sobre mim mesmo nos relacionamentos, para que esteja preparado para
relacionar-me o melhor possível com as pessoas._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


30 de Abril
Equilíbrio
O objetivo principal é o equilíbrio.
Precisamos de equilíbrio entre trabalho e diversã o. Precisamos de equilíbrio entre
dar e receber. Precisamos de equilíbrio entre pensamentos e emoçõ es. Precisamos
de equilíbrio entre cuidar de nosso ser físico e de nosso ser espiritual.
Uma vida equilibrada tem harmonia entre a vida profissional e a vida pessoal. Há
horas em que precisamos escalar montanhas no trabalho. Há horas em que
colocamos energia extra em nossos relacionamentos. Mas o total precisa ser
equilibrado.
Assim como uma dieta balanceada leva em consideraçã o o objetivo total de nossas
necessidades nutritivas para sermos saudáveis, uma vida balanceada leva em conta
todas as nossas necessidades: a necessidade de ter amigos, trabalho, amor, família,
diversã o, tempo para nó s mesmos, tempo para recuperar-nos, e tempo espiritual
— tempo com Deus. Se ficarmos desequilibrados, nossa voz interior nos dirá .
Precisamos ouvi-la.
_Hoje, examinarei minha vida para ver se a balança tem pendido muito para uma
á rea e nã o o bastante para outras. Empenhar-me-ei em conseguir o equilíbrio._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


01 de maio
Oraçã o da Recuperaçã o
Esta oraçã o é baseada num capítulo do _O grande livro_ dos Alcoó licos Anó nimos:
Obrigado por me ter mantido só brio ontem. Por favor, ajude-me a manter-me
só brio hoje.
Nas pró ximas vinte e quatro horas, rezarei para conhecer Sua vontade para comigo,
e a capacidade de consegui-la.
Por favor, liberte meus pensamentos da obstinaçã o, do oportunismo, da
desonestidade e das coisas erradas.
Dê-me o pensamento, a palavra e a açã o certos. Mostre-me qual deverá ser meu
pró ximo passo. Quando em dú vida, por favor dê-me Sua inspiraçã o e orientaçã o.
Peço que o Senhor me ajude a resolver meus problemas, para Sua gló ria e honra.
Esta é uma oraçã o de recuperaçã o. Pode ajudar-nos a superar qualquer situaçã o.
Nos dias a seguir, desenvolveremos seu conceito. Se fizermos esta oraçã o, podemos
confiar que ela será respondida com um sim.
_Hoje, confiarei em que Deus fará por mim o que nã o posso fazer sozinho. Farei
minha parte, praticando os Doze Passos, e deixando que Deus faça o resto._

02 de maio
Nosso Poder Superior
_Nas pró ximas vinte e quatro horas..._
Quando nos recuperamos, vivemos a vida um dia de cada vez, uma ideia que
precisa de uma enorme quantidade de fé. Recusamo-nos a olhar para trá s — a
menos que a cura do passado faça parte do trabalho do dia de hoje. Olhamos para a
frente somente para fazer planos. Concentramo-nos nas atividades do dia de hoje,
vivenciando-o o melhor que pudermos. Se fizermos isso, teremos muitos dias
interligados de vida saudável para transformarem nossa vida em algo valioso.
_...rezarei para conhecer Sua vontade para comigo..._
Colocamo-nos sob o desejo de Deus. Deixamos de tentar controlar, e escolhemos
uma vida que seja flexível. _Confiamos_ na vontade de nosso Poder Superior — que
é bom, generoso e orientador.
Estamos aprendendo, através de erros e acertos, a separar nossa vontade da
vontade de Deus. Aprendemos que a vontade de Deus nã o é opressiva. Aprendemos
que à s vezes há uma diferença entre o que os outros querem que façamos e o
desejo de Deus. Estamos também aprendendo que Deus nã o nos criou para sermos
codependentes, má rtires, controladores ou tomadores de conta. Estamos
aprendendo a confiar em nó s mesmos.
_...e a capacidade de consegui-la._
Faz parte da recuperaçã o aceitarmos a limitaçã o de nossa força. Uma importante
parte da recuperaçã o é reivindicar a capacidade de cuidarmos de nó s mesmos.
À s vezes, precisamos fazer coisas assustadoras ou dolorosas. Outras, precisamos
dar um passo para o lado, um passo para trá s ou um passo para a frente.
Precisamos pedir a ajuda de um Poder maior do que nó s mesmos para fazer isso.
Nunca seremos exigidos a fazer nada que nã o temos capacidade de fazer.
_Hoje, posso pedir à energizadora Fonte do Poder para me ajudar. Esse Poder é
Deus. Pedirei o que necessito._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


03 de maio
Libertando-nos do oportunismo
_Por favor, liberte meus pensamentos da teimosia, do oportunismo, da
desonestidade e das coisas erradas._
— Parafraseado dos Alcoó licos Anô nimos
Há uma diferença entre possuirmos o poder de tomar conta de nó s mesmos, como
parte da vontade do Senhor para a nossa vida, e a teimosia. Há uma diferença entre
o cuidar de si mesmo e procurar a si mesmo. E nossos comportamentos nã o sã o tã o
sujeitos a críticas quanto os motivos a eles subordinados.
Há um sentimento harmô nico, gentil, preciso, de possuirmos nosso poder, de
cuidarmos de nó s mesmos, e agir por motivos saudáveis que nã o estã o presentes
na teimosia e no oportunismo. Aprenderemos a discerni-los. Mas nem sempre
saberemos a diferença. À s vezes, nos sentiremos culpados e ansiosos sem
necessidade. Podemos ficar surpresos com a maneira carinhosa com que Deus quer
que tratemos a nó s mesmos. Podemos confiar que o cuidado pró prio é sempre
apropriado. Queremos nos livrar da teimosia e do oportunismo, mas somos sempre
livres para cuidar de nó s mesmos.
_Deus, por favor, guie meus motivos hoje, e mantenha-me no Seu caminho. Ajude-
me a amar a mim mesmo e também os outros. Ajude-me a compreender que, na
maioria das vezes, essas duas ideias estã o interligadas._
A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie
04 de maio
Libertando-se das desordens compulsivas
_Obrigado por ter me mantido só brio ontem. Por favor, ajude-me a me manter
só brio hoje._
— Parafraseado dos Alcoó licos Anô nimos
Ao iniciar minha libertaçã o da co-dependência, fiquei furiosa por ter de aprender
outro programa de recuperaçã o. Sete anos antes, havia começado a recuperar-me
da dependência química. Nã o parecia justo que uma pessoa tivesse de se tratar de
dois problemas enormes numa vida só .
Superei a raiva. Aprendi que minhas recuperaçõ es nã o sã o isoladas uma da outra.
Muitos de nó s que nos estamos recuperando de problemas de codependência e de
filhos adultos, estamos também recuperando-nos de vícios: alcoolismo,
dependência de outras drogas, jogo, comer demais, trabalhar compulsivamente ou
do sexo compulsivo. Alguns de nó s estamos tentando livrar-nos de outras
desordens compulsivas - desde tomar conta dos outros até sentimentos
compulsivos de nos sentirmos miseráveis, culpados ou envergonhados.
Uma parte importante da recuperaçã o da codependência é ficarmos livres e longe
de nossos vícios ou comportamentos compulsivos. A recuperaçã o é um grande
salã o em que entramos, chamados a viver saudavelmente.
Podemos agitar a bandeira branca da rendiçã o. Podemos recorrer com confiança a
um Poder superior a nó s mesmos para aliviar-nos de nossos comportamentos
compulsivos. Agora sabemos disso. Uma vez que começamos a praticar ativamente
um programa de recuperaçã o, Deus nos livrará de nossos vícios. Peça a Deus a cada
manhã para nos ajudar a ficarmos livre de nossos vícios e compulsõ es. Agradeça a
Deus por nos ter ajudado no dia anterior.
_Hoje, Deus, ajude-me a prestar atençã o a todos os aspectos de minha recuperaçã o.
Ajude-me a saber que antes que eu possa trabalhar os pontos delicados de minha
recuperaçã o, como meus relacionamentos, primeiro preciso libertar-me dos
comportamentos viciosos._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


05 de maio
Controle
Muitos de nó s tentamos manter o universo em ó rbita, pura e simplesmente, através
da nossa energia mental.
O que acontecerá se nos libertarmos, se pararmos de tentar manter o mundo
girando e deixarmos que ele gire sozinho? Ele continuará girando. Continuará
exatamente em sua ó rbita, sem qualquer ajuda nossa. E estaremos livres para
relaxar e desfrutar nosso lugar dentro dele.
O controle é uma ilusã o, principalmente o tipo de controle que tentamos exercer.
Na verdade, controlar dá a outras pessoas problemas e doenças, como o
alcoolismo, controle sobre nó s. _Tudo que tentamos controlar exerce um controle
sobre nó s e sobre nossa vida._
Entreguei esse controle a muitas coisas e pessoas em minha vida. Nunca obtive os
resultados que desejava através de controlar ou tentar controlar as pessoas. O que
recebi desses esforços foi uma vida descontrolada, porque na verdade o
descontrole estava dentro de mim ou em problemas externos.
Ao nos recuperarmos, fazemos uma troca. Entregamos uma vida que tentávamos
controlar e recebemos de volta algo melhor — uma vida controlável.
_Hoje, trocarei uma vida de controles por uma vida controlável._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


06 de maio
Sentindo-se bem
Faça com que você se sinta bem.
Devemos primeiro fazer com que nos sintamos melhor, depois com que nos
sintamos bem. A recuperaçã o nã o é apenas para acabar com as emoçõ es dolorosas;
ela serve também para criar uma vida boa para nó s mesmos.
Nã o temos de privar-nos de atividades que nos ajudam a sentir bem. Ir a reuniõ es,
deitar-se ao sol, exercitar-se, dar uma caminhada ou encontrar um amigo sã o
atividades que nos podem ajudar a nos sentirmos bem. Cada um de nó s tem sua
lista. Se nã o, agora estamos livres para explorar, experimentar e fazer nossa
pró pria lista.
Quando experimentar um comportamento ou uma atividade que causem uma
sensaçã o boa, coloque-os na lista. Depois exercite-os frequentemente.
Vamos parar de privar-nos de coisas boas, e começar a fazer coisas que nos façam
sentir bem.
_Hoje, desenvolverei uma atividade ou um comportamento que provocará uma
sensaçã o boa para mim. Se estiver incerto sobre o que gosto, experimentarei hoje
um novo comportamento._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


07 de maio
Libertando-se do medo
O medo está no â mago da codependência. Pode motivar-nos a controlar as
situaçõ es ou a negligenciar a nó s mesmos.
Muitos de nó s temos tido medo há tanto tempo que nã o chamamos nossos
sentimentos de _medo_. Estamos acostumados a sentir-nos aborrecidos e ansiosos.
Isso parece _normal_.
A paz e a serenidade podem ser desconfortáveis.
Durante certo tempo, o medo pode ter sido apropriado e ú til. Podemos ter confiado
no medo para nos proteger, assim como os soldados durante a guerra confiam no
medo para ajudá -los a sobreviver. Mas agora, ao nos recuperarmos, estamos
vivendo a vida de forma diferente.
É hora de agradecer aos nossos velhos medos por nos ajudarem a sobreviver, e
depois despedir-nos deles. Dê as boas-vindas à paz, à confiança, à aceitaçã o e à
segurança. Nã o precisamos mais de tanto medo. Podemos ficar com nossos medos
saudáveis e abandonar o resto.
Agora podemos criar nossa pró pria sensaçã o de segurança. Agora, estamos a salvo.
Assumimos um compromisso de tomar conta de nó s mesmos. Podemos confiar e
amar a nó s mesmos.
_Deus, ajude-me a abandonar a necessidade de ter medo. Substitua-a pela
necessidade de viver em paz. Ajude-me a escutar meus medos saudáveis e a
abandonar o resto._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


08 de maio
Dando-nos o que merecemos
_Eu tinha um bom emprego, com um salá rio decente. Vinha recuperando-me há
anos. Cada manhã , entrava em meu carro e agradecia a Deus pelo carro. O
aquecimento nã o funcionava. E a chance de o carro pegar era quase tã o grande
quanto a de nã o pegar. Eu sofria e agradecia a Deus. Um dia, ocorreu-me que nã o
havia absolutamente razã o alguma que me impedisse de comprar um carro novo
— naquele mesmo instante — se assim o desejasse. Eu me estava regozijando com
a privaçã o e o martírio desnecessá rios. Naquele mesmo dia comprei um carro
novo_.
Anô nimo
Nossa reaçã o instintiva a algo que desejamos ou necessitamos quase sempre é:
“Nã o! Nã o posso comprar isso!”
Mas podemos aprender a perguntar-nos: “Eu posso?”
Muitos de nó s temos aprendido a geralmente privar-nos de qualquer coisa que
podemos desejar, e quase sempre de coisas que necessitamos.
À s vezes, podemos usar mal o conceito de gratidã o para nos manter
desnecessariamente privados.
A gratidã o pelo que temos é um conceito importante na recuperaçã o. Como o é
acreditar que merecemos o melhor e fazer um esforço para deixar de privar-nos e
começar a tratar-nos bem.
Nã o há nada de errado em comprar o que desejamos, se podemos pagar por isso.
Aprenda a confiar e a escutar a si pró prio sobre o que deseja. Nã o há nada de
errado em se dar um presente, em comprar algo _novo_ para você mesmo.
Claro que há momentos em que é melhor esperar. Em certas ocasiõ es realmente
nã o podemos pagar um luxo. Mas há muitas vezes em que o podemos.
_Hoje, combinarei os princípios da gratidã o pelo que possuo com a crença de que
mereço o melhor. Se nã o há uma boa razã o para me privar, nã o me privarei._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


09 de maio
Aprendendo novos comportamentos
_À s vezes, daremos alguns passos para trá s. Isso também é normal. À s vezes, é
necessá rio. À s vezes, é parte de ir para a frente._
— Co-dependência nunca mais
A Vida é uma professora delicada. Ela nos quer ajudar a aprender.
As liçõ es que ela nos quer ensinar sã o as que precisamos aprender. Alguns dizem
que escolhemos as liçõ es antes de nascer. Outros dizem que essas liçõ es foram
escolhidas para nó s.
É frustrante estar no meio da aprendizagem. É como sentar-se numa aula de
á lgebra, ouvindo o professor explicar uma matéria além de nossa compreensã o.
Nã o compreendemos nada, mas o professor confia na nossa compreensã o.
Pode parecer que alguém nos está torturando com informaçõ es que nunca
compreenderemos. Nos esforçamos e esforçamos. Ficamos com raiva. Frustrados.
Confusos. Finalmente, em desespero, achamos que a fó rmula nunca entrará em
nossa cabeça.
Mais tarde, ao darmos uma calma caminhada, descobrimos que conseguimos.
Calmamente, o presente da compreensã o alcançou aqueles lugarezinhos mais
profundos que existem dentro de nó s. Compreendemos. Aprendemos. No dia
seguinte, na aula, é difícil imaginar como nã o pudemos compreender. É difícil
compreender a frustraçã o e a confusã o daqueles que ainda nã o aprenderam. Tudo
é tã o _fá cil_... agora.
A vida é uma professora delicada. Ela nos repetirá a liçã o até aprendermos. É
normal ficarmos frustrados. Confusos. Raivosos. À s vezes, até desesperados.
Depois, é normal nos afastarmos e permitirmos que a descoberta aconteça.
E acontecerá .
_Ajude-me a lembrar que a frustraçã o e a confusã o geralmente precedem o
crescimento. Se minha situaçã o está me desafiando é porque estou aprendendo
algo novo, alcançando um nível mais elevado de compreensã o. Ajude-me a ser
grato, mesmo durante minha frustraçã o, e que a vida seja uma progressã o excitante
de liçõ es._
A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie
10 de maio
Desfrutando os dias bons
As coisas boas podem fazer parte habitual de sua vida.
Nã o há absolutamente nenhuma virtude no sofrimento desnecessá rio que muitos
de nó s sentimos durante tanto tempo de nossas vidas. Nã o temos de permitir que
outros nos façam sentir miseráveis, e nã o nos temos de sentir miseráveis.
Um bom dia nã o tem de ser a tal “calma antes da tempestade". É uma antiquada
maneira de pensar que aprendemos em sistemas problemá ticos disfuncionais.
Ao nos recuperarmos, ter um bom dia ou uma sensaçã o boa nã o significa que
estamos em negaçã o. Nã o temos de destruir nossos bons momentos
obsessivamente procurando ou criando problemas.
Nã o nos temos de sentir culpados porque outras pessoas nã o tiveram um dia bom.
Nã o nos temos de sentir mal como elas. Elas vivem seus dias e emoçõ es; nó s
vivemos os nossos.
Uma boa sensaçã o deve ser desfrutada. Mais do que podemos imaginar, os bons
dias estã o aí, à nossa frente.
_Hoje, me permitirei desfrutar o que é bom. Nã o tenho de destruir meu dia ou uma
boa sensaçã o; e tampouco tenho de deixar que outros o estraguem._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


11 de maio
A perfeiçã o
Antes de começarmos nossa recuperaçã o, muitos de nó s tendemos a nos
apoquentar sem dó . À s vezes, também temos a tendência de nos apoquentarmos
depois de começar a recuperar-nos.
“Se _realmente_ estivesse me recuperando, eu nã o estaria fazendo _isso_ de novo” ...
“Eu deveria estar mais adiantado do que estou.” Essas sã o declaraçõ es que fazemos
quando nos estamos sentindo envergonhados. Nã o é preciso que nos tratemos
assim. Nã o nos faz bem.
Lembre-se, a vergonha nos bloqueia. Mas o amor-pró prio e a aceitaçã o nos
permitem crescer e mudar. Se realmente fizemos algo para nos sentir culpados,
podemos remediar isso com uma correçã o e uma atitude de aceitaçã o pró pria e
amor.
Mesmo se derraparmos de volta para nossa antiga e codependente maneira de
pensar, de sentir e de nos comportar, nã o nos precisamos envergonhar. Todos nó s
regredimos de vez em quando. É assim que aprendemos e crescemos. Recair ou
reciclar é parte importante e necessá ria da recuperaçã o. E a maneira de sair dessa
recaída nã o é envergonhando-nos. E a maneira de nos reciclarmos também nã o é
envergonhando-nos. Isso nos leva mais profundamente à nossa codependência.
Muita dor resulta de tentarmos ser perfeitos. A perfeiçã o é impossível, a menos que
pensemos nela de uma nova maneira: A _perfeiçã o_ é ser quem somos e onde
estamos hoje; é aceitar e amar a nó s mesmos assim como somos. Cada um está
exatamente onde deve estar na recuperaçã o.
_Hoje, amarei e aceitarei a mim mesmo pelo que sou e onde estou em meu processo
de recuperaçã o. Estou exatamente onde devo estar para ir para onde vou amanhã ._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


12 de maio
Intimidade
Podemos aproximar-nos das pessoas.
Muitos de nó s possuímos manias profundamente arraigadas de sabotar amizades.
Alguns de nó s podemos instintivamente terminar um relacionamento quando
passa a existir um certo nível de proximidade e intimidade.
Quando nos começamos a sentir pró ximos a alguém, à s vezes nos concentramos
tanto num defeito de personalidade daquela pessoa e o tornamos tã o grande que é
só o que conseguimos enxergar. Ou nos afastamos, ou empurramos a pessoa para
longe para criar distâ ncia. Ou começamos a criticar a pessoa, uma maneira certa de
criar distâ ncia.
À s vezes, começamos a tentar controlar a pessoa, um comportamento que evita
intimidade.
Podemos dizer a nó s mesmos que nã o queremos ou nã o precisamos de outra
pessoa, ou ainda podemos sufocar a outra pessoa com nossas necessidades.
À s vezes, nos derrotamos tentando estar perto de pessoas nã o disponíveis à
intimidade — pessoas com vícios ativos, ou que nã o preferem estar junto a nó s.
Outras vezes, escolhemos pessoas com certos defeitos, para quando chegarmos
mais perto termos uma vá lvula de escape.
Temos medo, e tememos perder a nó s mesmos. Temos medo de que a intimidade
signifique que nã o seremos capazes de possuir nosso poder para cuidar de nó s
mesmos.
Ao nos recuperarmos, aprendemos que é bom nos aproximarmos das pessoas.
Estamos escolhendo relacionar-nos com pessoas confiantes e confiáveis, e,
portanto, a proximidade é possível. A proximidade nã o significa que temos de
perder a nó s mesmos, ou à nossa vida. Conforme já dito por alguém, estamos
aprendendo que podemos controlar nosso poder com as pessoas, mesmo quando
estamos pró ximos, mesmo quando a outra pessoa possui algo de que necessitamos.
_Hoje, estarei disponível para a proximidade e intimidade com as pessoas, quando
chegar a hora. Sempre que possível, me permitirei ser quem sou, deixarei os outros
serem quem sã o, e desfrutarei do vínculo e dos bons sentimentos entre nó s._

13 de maio
Limites de Propriedade
Um valioso instrumento para nossa recuperaçã o é aprender a identificar quem
possui o quê, principalmente no comportamento que chamamos de desligamento.
Depois, deixamos cada pessoa ter e possuir sua propriedade certa.
Se alguém possui um vício, um problema, um sentimento ou um comportamento
derrotista, isso é propriedade dele, nã o nossa. Se alguém for um má rtir, imerso em
negatividade, controlando ou manipulando, isso é assunto dele, e nã o nosso.
Se alguém se comportou de determinada forma e isso causou um certo
constrangimento, tanto o comportamento como o constrangimento sã o dele e nã o
nossos.
Se alguém está em negaçã o e nã o consegue pensar claramente sobre um assunto
em particular, essa confusã o pertence a ele.
Se alguém tem certa dificuldade ou capacidade limitada de amar ou de se importar,
isso é propriedade dele, e nã o nossa. Se alguém nã o tem aprovaçã o ou carinho para
dar, isso é propriedade dessa pessoa.
As mentiras, as decepçõ es, os truques, as manipulaçõ es, os comportamentos
abusivos, impró prios, enganadores — todos os maus comportamentos das pessoas
pertencem a elas. E nã o a nó s.
As esperanças e os sonhos das pessoas também sã o propriedade delas. Suas culpas
também pertencem a elas. Suas alegrias ou desgraças também sã o delas. Como o
sã o suas crenças e mensagens.
Se uma pessoa nã o gosta de si mesma, essa escolha é dela. As escolhas de outras
pessoas sã o propriedade delas, e nã o nossa.
O que as pessoas decidem dizer ou fazer sã o assuntos delas.
Qual é a nossa propriedade? Nossa propriedade inclui nossos comportamentos,
problemas, emoçõ es, alegrias, misérias, escolhas e mensagens; nossa capacidade
de amar, de nos importarmos e de sermos carinhosos; nossos pensamentos, nossas
recusas, nossos sonhos e esperanças. Se permitimos ser controlados, manipulados,
enganados ou maltratados, o problema é nosso.
Quando nos recuperamos, aprendemos a sensaçã o apropriada de propriedade. Se
algo nã o é nosso, nã o o tomamos. Se o tomamos, aprendemos a devolvê-lo.
Aprendemos a deixar a outra pessoa ter sua propriedade, e a termos e tomar conta
do que é nosso.
_Hoje, trabalharei para desenvolver um claro sentido do que me pertence e do que
nã o me pertence. Se nã o for meu, nã o ficarei com ele. Lidarei comigo mesmo, com
meus problemas e minhas responsabilidades. Tirarei das mã os o que nã o é meu._
_14 de Maio_

15 de maio
Correndo Riscos
Corra riscos. Arrisque.
Nã o temos de nos entregar a precipitaçõ es ó bvias ou riscos derrotistas, mas
podemos permitir-nos correr riscos positivos na recuperaçã o. Nã o podemos ficar
parados.
Nã o temos de ficar imó veis e letá rgicos, com medo de cometer algum erro ou de
falhar. Naturalmente iremos cometer erros e falhar de vez em quando. Isso faz
parte de estarmos vivos. Nã o há garantias. Se ficarmos esperando por cursos de
açã o garantidos, passaremos a maior parte de nossa vida esperando.
Nã o nos temos de envergonhar de nó s mesmos ou aceitar que alguém nos
envergonhe, mesmo aqueles em recuperaçã o, por cometermos erros. O objetivo da
recuperaçã o nã o é viver uma vida perfeita. O objetivo da recuperaçã o é viver,
aprender nossas liçõ es e a progredir de maneira geral.
Corra riscos. Nã o espere sempre por uma garantia. Nã o temos de ouvir “Eu nã o
disse?”. Depois de um erro, sacuda o pó e caminhe para o sucesso.
_Deus, ajude-me a começar a correr riscos saudáveis. Ajude-me a abandonar meu
medo de falhar, e ajude-me a abandonar meu medo de sucesso. Ajude-me a
abandonar meu medo de viver plenamente minha vida, ajude-me a começar a
experimentar todas as partes desta jornada._

16 de maio
Amor pró prio
— Despertei esta manhã e me senti mal por algum tempo — disse um homem em
recuperaçã o. — Depois descobri que foi porque nã o estava gostando muito de mim
— acrescentou.
As pessoas em recuperaçã o quase sempre dizem: “Nã o gosto de mim. Quando
começarei a gostar de mim mesmo?”
A resposta é: comece agora. Podemos aprender a ser gentis, amáveis e carinhosos
conosco. De todos os comportamentos de recuperaçã o que estamos tentando
atingir, o amor a nó s mesmos talvez seja o mais difícil — e o mais importante. Se
estamos acostumados a ser críticos e duros com relaçã o a nó s mesmos, aprender a
sermos gentis com nó s mesmos pode requerer um esforço concentrado.
Mas que trabalho valioso!
Nã o gostando de nó s mesmos, estamos perpetuando o desdém, a negligência ou o
abuso que recebemos, quando crianças, de pessoas importantes em nossa vida.
Nã o gostamos do que aconteceu, mas copiamos aqueles que nos maltrataram
tratando mal a nó s mesmos.
Vamos parar com essa mania.
Podemos começar a dar-nos o tratamento carinhoso e respeitoso que merecemos.
Em vez de criticar-nos, podemos dizer que fizemos bem o bastante.
Podemos despertar de manhã e dizer-nos que merecemos um dia bom.
Podemos comprometer-nos a cuidar bem de nó s durante o dia.
Podemos reconhecer que merecemos amor.
Podemos fazer coisas carinhosas para nó s mesmos.
Podemos amar outras pessoas e deixar que elas nos amem.
As pessoas que realmente amam a si mesmas nã o se tornam destrutivamente
centralizadoras. Nã o abusam de outras. Nã o param de mudar e crescer. As pessoas
que se amam bem aprendem a amar os outros bem também. Elas continuamente se
transformam em pessoas mais saudáveis, aprendendo que seu amor foi dado
apropriadamente.
_Hoje, amarei a mim mesmo. Se ficar preso na velha mania de nã o gostar de mim,
encontrarei uma maneira de sair dela._

17 de maio
Limites
À s vezes, a vida e as pessoas parecem empurrar e empurrar. Porque estamos tã o
acostumados à dor, podemos dizer a nó s mesmos que nã o doi. Porque estamos tã o
acostumados a que as pessoas nos controlem e nos manipulem, podemos dizer a
nó s mesmos que há algo errado conosco.
Nã o há nada errado conosco. A vida está empurrando e machucando para
conseguir nossa atençã o. À s vezes, a dor e o empurrã o estã o apontando para uma
liçã o. A liçã o pode ser que _nó s_ nos tornamos controladores demais. Ou talvez
estamos sendo empurrados para que obtenhamos o controle para cuidarmos de
nó s mesmos. O assunto aqui é _limites._
Se alguém ou alguma coisa nos está empurrando até nossos limites, é exatamente
isso que está acontecendo: estamos sendo empurrados até os nossos limites.
Devemos ser gratos pela liçã o que está aqui para nos ajudar a explorar e a
estabelecer nossos limites.
_Hoje, eu me darei permissã o para estabelecer os limites que desejo e necessito
estabelecer em minha vida._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


18 de maio
Vivendo nossas vidas
Nã o pare de viver sua vida!
Quase sempre, quando um problema ocorre dentro ou em volta de nó s, nos pomos
a pensar que, se dermos uma parada em nossa vida, poderemos contribuir
positivamente para a soluçã o. Se um relacionamento nã o está funcionando, se
enfrentamos uma decisã o difícil, se estamos deprimidos, à s vezes colocamos nossa
vida em ponto morto e atormentamos a nó s mesmos com pensamentos obsessivos.
Abandonar nossa vida ou nossas rotinas só contribui para o problema e nos atrasa
para encontrarmos a soluçã o.
Frequentemente, a soluçã o aparece quando abandonamos o problema por um
tempo e continuamos a viver nossa vida, retornando à nossa rotina e deixando de
ficar obcecados com ele.
À s vezes, mesmo _se acharmos_ que nã o queremos ou podemos dar um tempo,
podemos “fingir” que estamos dando um tempo, e isso nos ajuda a conseguir o
tempo que desejamos.
Você nã o tem de desistir de seu poder para os problemas. Pode tirar seu foco do
problema e dirigi-lo para sua vida, confiando que fazer isso o conduzirá para mais
perto da soluçã o.
_Hoje, continuarei vivendo minha vida e minha rotina. Decidirei, tanto quanto
necessitar, parar de ficar obcecado com seja lá o que me esteja aborrecendo. Se nã o
tiver vontade de dar um tempo em certa coisa, “fingirei” que assim o fiz até que
meus pensamentos combinem com meu comportamento._

19 de maio
Resolvendo Problemas
“A vergonha é a primeira sensaçã o que sinto quando tenho um problema, ou
alguém que amo tem um problema”, disse uma mulher em recuperaçã o.
Muitos de nó s fomos criados acreditando que ter um problema é uma vergonha.
Essa crença pode trazer-nos muitos prejuízos. Pode evitar que nos identifiquemos
com nossos problemas; pode fazer com que nos sintamos alienados e inferiores
quando temos um problema, ou alguém que amamos tem um problema. A
vergonha pode impedir-nos de resolver um problema e descobrir um presente no
problema.
Os problemas fazem parte da vida. Assim como as soluçõ es. As pessoas têm
problemas, mas nó s e nossa autoestima somos distintos de nossos problemas.
Ainda nã o encontrei uma pessoa que nã o tivesse problemas para resolver, mas
conheci muitas que se sentem envergonhadas de falar até mesmo sobre os que já
se resolveram!
Somos mais do que nossos problemas. Mesmo quando se trata do nosso pró prio
comportamento, o problema nã o é quem somos — é o que fizemos.
Ter problemas é normal. É normal falar deles — nas horas apropriadas, e com as
pessoas em quem confiamos. É normal resolver problemas.
E estamos bem, mesmo quando temos um problema, ou alguém a quem amamos
tem um problema. Nã o temos de abrir mã o de nosso poder pessoal ou nossa
autoestima. Resolveremos perfeitamente os problemas que precisamos resolver
para nos tornarmos quem somos.
_Hoje, me libertarei da vergonha dos problemas._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


20 de maio
Tristeza
No final das contas, lamentar nossas perdas significa entregar-nos à s nossas
emoçõ es.
Muitos de nó s temos perdido muito, temos dito muitos adeuses, temos passado por
muitas mudanças. Talvez desejemos segurar as ondas das transformaçõ es, nã o
porque a mudança nã o é boa, mas porque tivemos muito que mudar, muita perda.
À s vezes, quando estamos no meio da dor e da tristeza, nos tornamos míopes,
como os membros da tribo descrita no filme _Out of Africa_.
— Se colocá -los na prisã o — disse um personagem, descrevendo sua tribo —, eles
morrerã o.
— Por quê? — perguntou outro personagem.
— Porque nã o conseguirã o entender que um dia serã o soltos. Acham que é para
sempre, entã o morrem.
Muitos de nó s temos tanta dor para superar... À s vezes, começamos a acreditar que
a má goa, ou a dor é um estado permanente.
A dor cessará . Uma vez sentida e libertada, nossos sentimentos nos levarã o a um
lugar melhor. Sentir nossas emoçõ es, em vez de negá -las ou minimizá -las, é como
nos curamos de nosso passado e caminhamos para um futuro melhor. Sentir nossas
emoçõ es é como nos libertamos.
Pode doer por um momento, mas a paz e a aceitaçã o estã o do outro lado. Assim
como um novo começo.
_Deus, ajude-me a aceitar totalmente e a encerrar minhas privaçõ es, para que
possa estar pronto para novos começos._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


21 de maio
Satisfazendo à s necessidades
Quero mudar de carreira... Preciso de um amigo... Desejo encontrar um novo amor...
Normalmente, nos tornamos cientes de nossas novas necessidades. Podemos
precisar mudar nosso comportamento junto a nossos filhos. Podemos precisar de
um novo sofá , de amor e de carinho, de dinheiro ou de ajuda.
Nã o tenha medo de reconhecer um desejo ou uma necessidade. O nascimento de
um desejo ou uma necessidade, a frustraçã o temporá ria de reconhecer uma
necessidade antes que seja satisfeita sã o o começo do ciclo de receber o que
desejamos. Conseguimos isso libertando-nos, depois recebendo o que desejamos e
precisamos. Identificar nossas necessidades é a preparaçã o para que as coisas boas
aconteçam.
Reconhecer nossas necessidades significa que estamos sendo preparados e
atraídos para o que as suprirá . Podemos ter fé em alcançar esse meio-termo.
_Hoje, me libertarei da crença de que minhas necessidades nunca serã o satisfeitas.
Reconhecerei meus desejos e necessidades, depois os entregarei a meu Poder
Superior. Meu Poder Superior se importa, à s vezes, com as menores coisas, se eu
também vou me importar. Meus desejos e necessidades nã o sã o um acidente. Deus
criou a mim e a todos meus desejos._
A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie
22 de maio
Horas de reprogramar
Nã o peça amor a menos que esteja pronto para curar-se o bastante para dar e
receber amor.
Nã o peça alegria a menos que esteja pronto para sentir e libertar sua dor, para que
assim possa sentir alegria.
Nã o peça sucesso a menos que esteja pronto para dominar os comportamentos que
poderiam sabotar o sucesso.
Nã o seria bom se pudéssemos imaginar-nos tendo ou nos tornando — e depois
recebendo imediatamente — o que desejamos? Podemos ter e ser as coisas boas
que desejamos. Todas as coisas boas sã o nossas; é só pedir. Mas primeiro é preciso
preparar a terra — o trabalho de preparaçã o.
Um jardineiro nã o planta sementes a menos que a terra esteja adequadamente
preparada para abrigar e nutrir aquelas sementes. A plantaçã o seria um esforço
perdido. Seria um esforço perdido para nó s conseguir o que desejamos antes de
estarmos prontos.
Primeiro, desejamos tomar-nos conscientes de nossa necessidade ou desejo. Isso
pode nã o ser fá cil! Muitos de nó s nos acostumamos a calar as vozes internas de
nossas necessidades e desejos. À s vezes, a vida tem de esforçar-se bastante para
conseguir nossa atençã o.
Em seguida, vamos libertar a velha “programaçã o” — os comportamentos e
crenças que interferem com a criaçã o e a nutriçã o do bem. Muitos de nó s temos
fortes programas de sabotagem, aprendidos desde crianças, que precisam ser
libertados. Podemos precisar “fingir” por um tempo, enquanto a crença de que
merecemos o bem se torna real.
Combinamos esse processo com muita libertaçã o, enquanto estamos sendo
mudados por dentro.
Há uma naturalidade para esse processo, mas ela pode ser longa. As coisas levam
tempo.
As boas coisas serã o nossas se as pedirmos, se estamos desejosos de participar do
trabalho da preparaçã o da terra. Trabalhe e espere.
_Hoje, Deus, dê-me coragem para identificar o bem que desejo para minha vida e
pedir por ele. Dê-me também a fé e a energia que necessito para enfrentar o
trabalho que deve ser feito primeiro._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


23 de maio
Prazer
A vida nã o deve ser aturada; a vida deve ser desfrutada e abraçada.
A crença de que devemos levantar os ombros e atravessar uma existência
sacrificada e medíocre pelas longínquas “recompensas do Céu” é uma crença co-
dependente.
Sim, a maioria de nó s ainda passará por ocasiõ es em que a vida será dura e
desafiará nossa capacidade de aguentar. Mas estamos recuperando-nos,
aprendendo a viver, a desfrutar da vida, a resolver os problemas que surgem.
Nossa capacidade de sobrevivência nos serviu bem. Permitiu-nos atravessar
tempos difíceis — como crianças e como adultos. Nossa capacidade de congelar
emoçõ es, de negar problemas, de nos privarmos, de superar as tensõ es, ajudou-nos
a conseguir chegar aonde estamos. Mas agora estamos seguros. Estamos
aprendendo algo mais do que sobreviver. Podemos libertar-nos dos
comportamentos pouco saudáveis de sobrevivência.
Estamos aprendendo novas e melhores maneiras de proteger e de cuidar de nó s
mesmos. Estamos livres para sentir nossas emoçõ es, identificar e resolver nossos
problemas, e a dar-nos o melhor. Estamos livres para desabrochar e sentir-nos
cheios de vida.
_Hoje, me libertarei de meus comportamentos pouco saudáveis de resistência e
sobrevivência. Escolherei um novo modelo de vida, que me permita sentir-me
cheio de vida e desfrutar esta aventura._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


24 de maio
Deixando os ciclos fluírem
A vida é cíclica e nã o está tica. Nossos relacionamentos se beneficiam quando
permitimos que sigam seus pró prios ciclos naturais.
Os ciclos de nossos relacionamentos sã o como as marés e as correntes. Temos
períodos de aproximaçã o e períodos de afastamento. Temos horas de nos reunir e
horas de nos afastar para tratar de nossos pró prios assuntos.
Temos períodos de amor e alegria, e períodos de raiva.
À s vezes, as dimensõ es dos relacionamentos mudam quando passamos por
mudanças. À s vezes, a vida nos traz novos amigos ou um novo amor para ensinar-
nos a pró xima liçã o.
Isso nã o significa que os velhos amigos desaparecerã o para sempre. Significa que
entramos num novo ciclo.
Nã o temos de controlar o curso de nossos relacionamentos, quer sejam amigos ou
amores. Nã o temos de satisfazer à s nossas necessidades de controle, impondo uma
forma está tica de relacionamento.
Deixe fluir. Esteja aberto aos ciclos. O amor nã o desaparecerá . Os laços de amizade
nã o se romperã o. As coisas nã o continuarã o as mesmas para sempre,
principalmente quando estamos crescendo e mudando tã o rapidamente.
Confie na maré. Cuide de si mesmo, mas deixe que as pessoas se libertem. Prendê-
las com muita força fará com que elas desapareçam.
O velho ditado sobre o amor ainda é verdade. “Se for para ser, será . E se ama uma
pessoa, deixe-a ir. Se ela voltar para você, o amor é seu.”
_Hoje, aceitarei a natureza cíclica da vida e dos relacionamentos. Empenhar-me-ei
em acompanhar a corrente. Empenhar-me-ei para conseguir harmonizar nas
minhas necessidades com as necessidades da outra pessoa._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


25 de maio
Amando incondicionalmente a nó s mesmos
Ame a si mesmo, pela sua saú de e por uma vida boa.
Ame a si mesmo, pelos relacionamentos que sã o bons para você e para a outra
pessoa. Ame a si mesmo, pela paz, felicidade, alegria, sucesso e contentamento.
Ame a si mesmo, por tudo que sempre desejou. Podemos parar de tratar-nos da
forma que outros nos trataram, se eles se comportaram de uma forma pouco
saudável e desejável. Se aprendemos a nos ver criticamente, condicionalmente, e de
uma forma diminutiva e punidora, é hora de parar. Outras pessoas nos trataram
assim, mas agora é muito pior tratar a nó s mesmos dessa forma.
Amar a nó s mesmos pode parecer estranho, à s vezes até tolo. As pessoas podem
acusar-nos de egoístas. Nã o precisamos acreditar nelas.
As pessoas que amam a si mesmas sã o as realmente capazes de amar outras
pessoas e deixar que outros as amem. As pessoas que amam e têm respeito por si
mesmas sã o as mais generosas, as que mais contribuem e amam.
Como amamos a nó s mesmos? No princípio, forçando. Fingindo, se necessá rio.
Agindo “como se”. Esforçando-nos para amar e gostar de nó s mesmos, assim como
nos esforçamos para nã o gostar de nó s mesmos.
Explore o significado de amar a si mesmo.
Faça coisas para si mesmo que reflitam amor-pró prio, compaixã o e carinho.
Abrace-se e ame-se por inteiro — passado, presente e futuro. Perdoe-se
rapidamente e tanto quanto necessá rio. Encoraje-se. Diga a si mesmo coisas boas
sobre si.
Quando pensar e acreditar em ideias negativas, examine-as rá pida e honestamente,
para que possa substituí-las por outras melhores.
Dê-se um tapinha nas costas quando necessá rio. Discipline-se quando necessá rio.
Peça ajuda; tempo; peça o que precisar.
De vez em quando dê-se um pequeno presente. Nã o se trate como uma mula de
carga, sempre puxando e dando duro. Aprenda a ser bom para si mesmo. Escolha
comportamentos com boas consequências — tratar-se bem é um deles.
Aprenda a fazer parar sua dor, mesmo quando isso signifique tomar decisõ es
difíceis. Nã o se prive de algo desnecessariamente. De vez em quando, dê-se o que
quiser, _só porque quer_.
Pare de explicar-se e justificar-se. Quando cometer erros, deixe-os ir. Aprendemos,
crescemos e aprendemos mais. E durante isso tudo, amamos a nó s mesmos.
Esforçamo-nos para isso, e depois esforçamo-nos mais. Um dia despertaremos,
olharemos no espelho e descobriremos que amar a nó s mesmos se tornou um
há bito. Estamos agora vivendo como uma pessoa que dá e recebe amor, porque
essa pessoa ama a si pró pria. O amor-pró prio se apossará e se tornará uma força
orientadora em nossa vida.
_Hoje, me empenharei em amar a mim mesmo. Esforçar-me-ei para amar a mim
mesmo, como fiz para nã o gostar de mim. Deus, ajude-me a abandonar o ó dio por
mim e os comportamentos que refletem o nã o gostar de mim mesma. Ajude-me a
substituí-los por comportamentos que reflitam amor-pró prio. Hoje, Deus, ajude-me
a ter-me em alta estima. Ajude-me a saber que sou digno e capaz de dar e receber
amor._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


26 de maio
Fofocas
Intimidade é aquele cá lido presente de sentir-nos pró ximos a outros e gostar dessa
proximidade.
À medida que nos recuperamos, encontramos esse presente em muitos lugares, à s
vezes até surpreendentes. Podemos descobrir que nos tornamos mais íntimos com
colegas de trabalho, com amigos, com pessoas de nossos grupos de apoio — e, à s
vezes, com nossos familiares. Muitos de nó s estamos descobrindo intimidade num
relacionamento amoroso especial.
Intimidade nã o é sexo, embora sexo possa ser íntimo. Intimidade significa
relacionamentos mutuamente honestos, carinhosos, e confiantes, relacionamentos
onde a outra pessoa pode ser quem é e nó s podemos ser quem somos — e ambos
termos valor.
À s vezes, existem conflitos. Os conflitos sã o inevitáveis. À s vezes, existem emoçõ es
difíceis de se lidar. À s vezes, os limites ou os parâ metros dos relacionamentos
mudam. Mas existe um elo — um elo de amor e confiança.
Há muitos bloqueios à intimidade e aos relacionamentos íntimos. Vícios e abusos
bloqueiam a intimidade. Problemas familiares nã o resolvidos impedem intimidade.
O controle bloqueia a intimidade. As relaçõ es desequilibradas, onde há muita
discrepâ ncia em poder, impedem a intimidade. Tomar conta pode bloquear
intimidade. Aborrecer, desaparecer e fechar-se podem prejudicar a intimidade.
Como também um comportamento simples como a fofoca — por exemplo, fofocar
sobre alguém para diminuir essa pessoa a fim de se elevar ou de julgar essa pessoa.
Discutir problemas, defeitos ou erros de alguém pode ter impactos negativos e
imprevisíveis num relacionamento.
Merecemos gozar de intimidade em tantas amizades quanto possíveis. Merecemos
relacionamentos que nã o foram sabotados.
Isso nã o significa que andamos com a cabeça nas nuvens; significa que lutamos
para manter nossos motivos limpos quando falamos de outras pessoas.
Se temos um problema sério com alguém, a melhor maneira de resolver isso é levar
o assunto à quela pessoa.
A conversa direta e honesta limpa o ar e pavimenta o caminho para a intimidade,
para bons sentimentos sobre nó s mesmos e nossos relacionamentos com outros.
_Hoje, Deus, ajude-me a abandonar o medo de intimidade. Ajude-me a lutar para
manter minhas comunicaçõ es com os outros limpas e livres de comentá rios
maledicentes. Ajude-me a conseguir intimidade em meus relacionamentos. Ajude-
me a lidar tã o diretamente quanto possível com meus sentimentos._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


27 de maio
Fazendo escolhas
Nó s temos escolhas, mais escolhas do que nos permitimos ver.
Podemos sentir-nos presos em nossos relacionamentos, nossos empregos, nossa
vida. Podemos estar trancados em nossos comportamentos — como tomar conta
ou controlar alguém.
Sentir-nos presos é um sintoma de codependência. Quando nos ouvimos dizendo:
“Tenho de tomar conta dessa pessoa”... “Tenho de concordar”... “Tenho de tentar
controlar essa pessoa”... “Tenho de comportar-me assim, pensar assim, sentir
assim”..., podemos ter certeza de que estamos _escolhendo_ nã o ver as escolhas.
A sensaçã o de estar presos é uma ilusã o. Nã o somos controlados por
circunstâ ncias, por nosso passado, pelas expectativas dos outros ou pelas
expectativas nã o saudáveis para com nó s mesmos. Podemos escolher o que é bom
para nó s, sem culpa. Nó s temos opçõ es.
Recuperar-nos nã o é nos comportarmos perfeitamente ou de acordo com as regras
de outras pessoas. Mais do que tudo, recuperarmo-nos é conscientizarmo-nos de
que temos escolhas e proporcionarmo-nos a liberdade de escolher.
_Hoje, abrirei meu pensamento e a mim mesmo para as escolhas disponíveis. Farei
as escolhas que sã o boas para mim._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


28 de maio
Libertando-se das pró prias dú vidas
_Uma mulher casada que havia recentemente ingressado no Al-Anon me telefonou
uma tarde. Ela trabalhava meio expediente como enfermeira, tinha assumido todas
as responsabilidades de criar seus dois filhos e fazia todo o trabalho de casa,
cuidando inclusive dos reparos e das finanças. “Desejo separar-me de meu marido”,
disse ela. “Nã o suporto mais nem a ele nem a seus abusos. Mas diga-me, por favor,
diga-me: você acha que conseguirei cuidar de mim mesma?”_
— Codependência nunca mais
Cuidar de nó s mesmos é muito bom, mas ainda nã o é tudo: podemos cuidar _muito
bem_ de nó s mesmos.
Muitos de nó s, tã o confiantes sobre nossa capacidade de tomar conta dos outros,
duvidamos de nossa pró pria capacidade de cuidar de nó s mesmos. Talvez
tenhamos sido levados a acreditar, por circunstâ ncias passadas ou presentes, que
precisamos cuidar dos outros e precisamos dos outros para cuidar de nó s. Essa é a
crença definitiva da codependência.
Nã o importa de onde tenha nascido essa crença derrotista, podemos libertá -la e
substituí-la por outra melhor, mais saudável, mais exata.
Podemos cuidar de nó s mesmos — dentro ou fora de um relacionamento. Tudo que
necessitamos será fornecido. Teremos os entes queridos, os amigos e nosso Poder
Superior para nos ajudarem.
Saber que podemos cuidar de nó s mesmos nã o significa que nã o temos à s vezes
sensaçõ es de medo, insegurança, dú vida, raiva e fragilidade. Significa que
exercemos a “vulnerabilidade corajosa”, como disse Colette Dowling em _Complexo
de Cinderela._ Podemos sentir medo, mas fazemos isso de qualquer jeito.
_Hoje, Deus, ajude-me a saber como posso cuidar de mim mesmo._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


29 de maio
Impossibilidade e descontrole
Força de vontade nã o é a chave para a forma de viver que almejamos. A entrega é.
Passei muito tempo tentando forçar as pessoas serem, fazerem ou sentirem coisas
que nã o sã o, nã o querem fazer e preferem nã o sentir. Nesse processo, enlouqueci a
elas e a mim mesma — disse uma mulher em recuperaçã o.
Passei minha infâ ncia tentando fazer de um pai alcoó lico, que nã o amava a si
pró prio, uma pessoa normal que me amava. Depois, casei-me com um alcoó latra e
passei dez anos tentando fazer com que ele parasse de beber.
Passei anos tentando fazer com que pessoas emocionalmente indisponíveis
estivessem emocionalmente presentes para mim. Passei mais anos ainda tentando
fazer felizes membros de minha família que estavam contentes em se sentir
miseráveis. O que quero dizer é que passei a maior parte de minha vida tentando
desesperadamente e em vã o fazer o impossível, e me sentia uma fracassada por
nã o conseguir. É como plantar milho e tentar colher feijã o. Nã o é possível!
Rendendo-me à impossibilidade, consigo a presença de espírito para parar de
perder tempo e energia tentando mudar e controlar o que nã o pode ser mudado ou
controlado. Permiti-me
deixar de tentar conseguir o impossível e concentrar-me no que é possível: ser
quem sou, amar a mim mesma, sentir o que sinto e fazer o que desejo da minha
vida.
Ao nos recuperarmos, aprendemos a parar de lutar com leõ es, simplesmente
porque nã o podemos vencer. Também aprendemos que quanto mais nos
concentrarmos em controlar e mudar outras pessoas, mais incontrolável nossa
vida se torna. Quanto mais nos concentramos em viver nossa pró pria vida, mais
temos uma vida para viver, e mais controlável nossa vida se torna.
_Hoje, aceitarei a impossibilidade quando nã o tiver poder de mudar as coisas, e
permitirei que minha vida fique mais controlável._

30 de maio
Compromissos
À medida que vamos vivendo, há muitas coisas e pessoas que podemos perder, ou
fracassar, se nã o estivermos dispostos a nos comprometer. Precisamos estabelecer
um comprometimento para que um relacionamento cresça além do namoro,
conseguir a casa ou o apartamento que desejamos, o emprego que queremos ou o
carro com que sonhamos.
Devemos comprometer-nos, em níveis profundos, com nossa carreira — seus
objetivos —, com a família, com amigos, com a recuperaçã o. Experimentar algo nã o
nos torna aptos a consegui-lo. O comprometimento conseguirá .
Contudo, devemos evitar o comprometimento antes de estarmos prontos.
À s vezes, nosso medo de comprometimento nos está dizendo algo. Podemos nã o
nos querer comprometer num certo relacionamento, compra ou carreira. Outras
vezes, é uma questã o de perder o medo. Nesse caso, espere até que as coisas se
tornem claras.
Confie em si mesmo. Peça ao seu Poder Superior para retirar seus medos de
comprometimento. Peça a Deus para remover os bloqueios do comprometimento.
Peça orientaçã o a Deus.
Pergunte a si mesmo se pode abrir mã o daquilo em que nã o se quer comprometer.
Depois ouça, com calma. E espere até que a decisã o seja segura e confortável.
Precisamos ser capazes de nos comprometer, mas nã o devemos nunca nos
comprometer antes de estarmos prontos.
Confie em que se comprometerá quando assim o quiser.
_Deus, guie-me em assumir meus compromissos. Dê-me coragem de assumir os
que sã o certos para mim, a sabedoria de nã o me comprometer com os que nã o sã o
bons, e a paciência de esperar até descobrir o que é melhor._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


31 de maio
E se?
Um dia eu estava conversando com um amigo sobre algo que planejava fazer. Na
verdade estava preocupada sobre como uma certa pessoa poderia reagir ao que eu
desejava fazer.
E se ela nã o aceitar isso muito bem? — perguntei.
Entã o — respondeu meu amigo —, você vai ter de fazer isso muito bem.
O “e se...” pode enlouquecer-nos. Ele coloca o controle de nossa vida nas mã os de
outras pessoas. “E se...” é um sinal de que achamos que certa pessoa tem de reagir
de determinada maneira para que possamos continuar em nosso curso.
“E se...” também é uma indicaçã o de que podemos estar pensando se podemos
confiar em nó s mesmos e em nosso Poder Superior para fazer o que é melhor para
nó s. Sã o fragmentos das maneiras codependentes de pensar, sentir e se comportar,
e sã o sinais de medo.
As reaçõ es, emoçõ es, gostos ou desgostos dos outros nã o têm de controlar nossos
comportamentos, emoçõ es e orientaçõ es. Nã o precisamos controlar a reaçã o dos
outros quanto à s nossas escolhas.
Podemos confiar em nó s mesmos, com a ajuda de um Poder Superior, para aceitar
qualquer consequência — até as mais desconfortáveis. E, meu amigo, podemos
confiar em nó s mesmos para aceitá -las bem.
_Hoje, nã o me preocuparei com a reaçã o de outras pessoas, ou de eventos fora de
meu controle. Em vez disso, me concentrarei em minhas reaçõ es. Cuidarei bem da
minha vida hoje, e confiarei que amanhã poderei fazer o mesmo._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


01 de junho
Franqueza
Sentimo-nos seguros com pessoas diretas e honestas. Elas dizem o que pensam, e
sabemos o que acham de nó s.
As pessoas indiretas, pessoas que têm medo de dizer quem sã o, o que querem e o
que estã o sentindo, nã o sã o confiáveis. Elas fingem suas verdades, embora nã o as
digam com palavras. E podem pegar todo mundo de surpresa.
Ser direto economiza tempo e energia. Deixamos de ser vítimas. Dispensa truques
e má rtires. Ajuda-nos a assumir nosso poder. Cria relaçõ es respeitosas.
Sentimo-nos seguros com pessoas francas e honestas. Seja uma delas.
_Hoje, reconhecerei meu poder de ser direto. Nã o preciso ser passivo, nã o preciso
ser agressivo. Sentir-me-ei à vontade com minha pró pria verdade, para que os que
estiverem à minha volta também possam sentir-se à vontade comigo._
02 de junho
Assumindo nosso poder
Nã o temos de dar tanto poder aos outros, e tã o pouco a nó s mesmos. Nã o temos de
dar tanto crédito aos outros, e tã o pouco a nó s mesmos. Ao nos recuperarmos da
codependência, aprendemos que existe uma grande diferença entre sermos
humildes e nos menosprezarmos.
Quando os outros agem irresponsavelmente e tentam culpar-nos por seus
problemas, já nã o nos sentimos culpados. Deixamos que enfrentem as
consequências de seus pró prios atos.
Quando dizem tolices, nã o questionamos sua maneira de pensar.
Quando nos tentam manipular ou explorar, sabemos que podemos desconfiar,
sentir raiva e dizer nã o à s suas intençõ es.
Quando dizem que desejamos algo que realmente nã o desejamos, ou que nã o
desejamos algo que realmente desejamos, confiamos em nó s mesmos. Quando
dizem coisas em que nã o acreditamos, sabemos que devemos confiar em nossos
instintos.
Podemos até mudar de ideia mais tarde.
Nã o temos mais de entregar nosso poder a ninguém: estranhos, amigos, cô njuges,
filhos, empregadores ou empregados. Pode ser que tenham coisas para nos ensinar.
Pode ser que tenham mais informaçõ es do que nó s, e podem parecer mais
confiantes ou convincentes do que somos. Mas somos todos iguais. Eles nã o detêm
nossa má gica. Nossa má gica, nossa luz, está em nó s. E é tã o brilhante quanto à
deles.
Nã o somos cidadã os de segunda classe. Reconhecendo nosso poder, nã o nos temos
de tomar agressivos ou controladores. Nã o, temos de menosprezar ninguém. Mas
tampouco temos de nos menosprezar.
_Hoje, reconhecerei minha força com as pessoas. Permitir-me-ei saber o que sei,
sentir o que sinto, acreditar no que creio, e ver o que vejo. Estarei aberto a
mudanças e a aprender com a experiência dos outros, mas também confiarei e
darei valor a mim mesmo. Sustentarei a minha pró pria verdade._

03 de junho
Caridade
Precisamos estabelecer limites saudáveis sobre receber dinheiro e limites
saudáveis sobre dar dinheiro.
Alguns de nó s damos dinheiro por motivos errados.
Podemos ter vergonha de ter dinheiro e achar que nã o o merecemos. Talvez
pertençamos a alguma organizaçã o que usa a vergonha como meio de nos
controlar ou nos forçar a dar-lhe dinheiro.
Podemos ser coagidos a dar dinheiro a nossos filhos, a parentes ou amigos, porque
temos sentimento de culpa. Permitimo-nos ser financeiramente chantageados, à s
vezes por pessoas que amamos.
Esse dinheiro nã o é dado de graça ou saudavelmente.
Alguns de nó s damos dinheiro pela sensaçã o de tomar conta dos outros. Podemos
sentir-nos exageradamente responsáveis pelos outros, inclusive financeiramente
responsáveis.
Podemos estar dando simplesmente porque nã o aprendemos a assumir nosso
poder de dizer _nã o_ quando a resposta deve ser _nã o_.
Alguns de nó s damos porque esperamos ou acreditamos que se tomarmos conta
das pessoas financeiramente elas nos amarã o.
Nã o _temos_ que dar dinheiro a ninguém. Dar dinheiro é escolha nossa. Nã o temos
de permitir que nos manipulem ou nos forcem a dar dinheiro. Somos
financeiramente responsáveis por nó s mesmos. Parte de sermos saudáveis é
permitir que aqueles à nossa volta sejam financeiramente responsáveis por eles
mesmos.
Nã o temos de envergonhar-nos de ter dinheiro; merecemos ter o dinheiro que
ganhamos — seja lá qual for a quantia — sem sentir-nos obrigados a dá -lo, ou
culpados porque outros desejam o que temos.
A caridade é uma bênçã o. Dar é parte de viver saudavelmente. Podemos aprender a
desenvolver limites saudáveis de dar.
_Hoje, empenhar-me-ei em desenvolver limites saudáveis sobre dar dinheiro. Dar é
escolha minha._

04 de junho
Confiando em Deus
Um casal amigo meu decidiu fazer algumas mudanças em sua vida. Eles sempre
viveram na cidade, mas entã o decidiram que queriam viver no campo, perto de um
lago.
Encontraram uma pequena casa, perto de um lago. Nã o era a casa de seus sonhos,
mas quando vendessem sua casa na cidade, teriam dinheiro para reformá -la a seu
gosto. Tinham algumas economias, e mudaram-se para a casa no lago antes de
vender a casa na cidade.
Um ano se passou, e a casa da cidade ainda nã o tinha sido vendida. Meus amigos
passaram por muitas fases durante esse tempo. Tinham períodos de paciência e de
impaciência. Em certos dias, confiavam em Deus; em outros, nã o conseguiam
compreender porque Deus estava fazendo com que esperassem tanto, por que
Deus nã o os deixava progredir em seus planos. As portas simplesmente nã o se
abriam.
Um dia, meus amigos receberam a visita de um vizinho. A casa dele no lago era a
casa dos sonhos de meus amigos — era tudo que desejavam e mais ainda. Da
primeira vez que viram a casa desejaram ter uma exatamente como aquela, mas
nã o acreditavam que isso um dia seria possível.
A razã o pela qual o vizinho foi visitar meus amigos foi que ele e sua esposa tinham
decidido mudar-se, e ele resolvera oferecer a meus amigos a primeira opçã o de
comprar sua casa.
Meus amigos aceitaram a oferta, e assinaram um compromisso de compra. Dois
meses depois conseguiram vender sua casa na cidade e a casa pequena no lago. E
pouco tempo depois mudaram-se para a casa de seus sonhos.
À s vezes, temos a sensaçã o de frustraçã o em nossas vidas. Achamos que estamos
no caminho certo, confiamos em Deus e em nó s mesmos, mas mesmo assim as
coisas nã o funcionam. Temos falsos começos e paradas. A porta se recusa a abrir.
Achamos que Deus nos abandonou, ou que nã o se importa conosco. Nã o
compreendemos para onde estamos indo, ou qual é nossa direçã o.
Mas um dia descobrimos a razã o: nã o chegávamos onde queríamos porque Deus
havia planejado algo muito melhor para nó s.
_Hoje, vou exercitar a paciência. Pedirei e confiarei em meu Poder Superior em dar-
me o melhor._

05 de junho
Combatendo a vergonha
_A vergonha pode puxar-nos para trá s, para baixo e manter-nos olhando para
nossos pés._
— Para além da Codependência
Cuidado com a vergonha.
Muitos sistemas e pessoas exalam vergonha. Sã o controlados pela vergonha, e
querem que joguemos esse jogo com eles. Esperam prender-nos e controlar-nos
através da vergonha.
Nã o temos de cair na vergonha deles. Em vez disso, preferimos coisas positivas — a
aceitaçã o, o amor e o cuidado pró prios.
Comportamentos compulsivos, comportamentos sexualmente viciosos, comer
demais, abuso de drogas e o vício de jogar sã o comportamentos baseados em culpa.
Se nos viciarmos, nos sentiremos envergonhados. É inevitável. Precisamos ter
cuidado com comportamentos viciosos e outros comportamentos compulsivos,
porque eles nos afundarã o na vergonha.
Nosso passado e a lavagem cerebral que podemos ter sofrido de impor a “vergonha
original” sobre nó s podem tentar colocar a vergonha sobre nó s. Isso pode
acontecer quando estamos sozinhos ou dentro de uma loja ou apenas vivendo
calmamente nossa vida. Nã o pense... Nã o sinta... Nã o cresça, nã o mude... Nã o se
sinta vivo... Nã o viva a vida... Envergonhe-se!
Acabe com a vergonha. Ataque a vergonha. Entre em guerra com ela. Aprenda a
reconhecê-la e a evitá -la como uma praga.
_Hoje, deliberadamente me recusarei a aprisionar-me na vergonha que paira em
volta do mundo. Se nã o conseguir resistir a ela, sentirei, aceitarei e depois
terminarei com ela o mais rá pido possível. Deus, ajude-me a entender que é certo
para mim mesmo e ajude-me a recusar a submeter-me à vergonha. Se me desviar
desse caminho, ajude-me a aprender a transformar a vergonha em culpa, corrigir
meu comportamento e seguir adiante com minha vida, com amor-pró prio._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


06 de junho
O Presente de Estarmos Prontos
_Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos
de cará ter._
— Sexto Passo do Al-Anon
Passarmos para o Sexto Passo trabalhando assiduamente, o melhor que pudermos
os primeiros cinco Passos. Esse trabalho nos apronta para uma mudança interior,
para sermos mudados por um Poder Superior a nó s mesmos — Deus.
O caminho para isso pode ser longo e difícil. Muitos de nó s temos de lutar com um
comportamento ou emoçã o até ficarmos prontos para abandoná -los. Precisamos
provar e comprovar que antigas estratégias que antes usávamos para enfrentar os
problemas já nã o sã o mais ú teis.
Os defeitos de cará ter mencionados no Sexto Passo sã o antigos comportamentos de
sobrevivência que antes nos ajudavam a enfrentar as pessoas, a vida e a nó s
mesmos. Mas eles agora estã o atrapalhando nosso caminho, e é hora de nos
livrarmos deles.
Confie em que está na hora. Confie em que você está pronto para libertar-se do que
nã o é mais ú til. Confie em que uma mudança interior está ocorrendo em você.
_Deus, ajude-me a estar pronto para libertar-me de meus defeitos de cará ter.
Ajude-me a saber, em minha mente e em minha alma, que estou pronto para
abandonar meus comportamentos derrotistas, os bloqueios e barreiras de minha
vida._

07 de junho
Entrando em Ó rbita
_Nã o importa se estã o se machucando. Nã o importa se poderíamos ajudá -los, se
pelo menos nos ouvissem e cooperassem conosco.
NÃ O IMPORTA, NÃ O IMPORTA NÃ O IMPORTA NÃ O IMPORTA._
— Co dependência nunca mais
Acho que posso mudá -lo. Ninguém nunca o amou e lhe deu valor de verdade. Eu
farei isso, e entã o ele mudará ... Ela nunca teve alguém confiável antes. Eu provarei
que sou confiável, e depois ela será capaz de me amar... Ninguém nunca antes foi
capaz de se aproximar dela, de conquistá -la. Eu serei capaz de fazer isso... Ninguém
nunca lhe deu uma chance de verdade... Ninguém nunca acreditou nele antes...
Esses sã o sinais de avisos. Luzes vermelhas. Bandeiras vermelha. Se estamos
pensando assim, é sinal de que devemos parar.
Se tivermos sido levados a acreditar que de alguma forma somos _nó s_ que faremos
_a_ diferença na vida de alguém, se estivermos tentando provar como poderemos
ser bons para alguém, podemos estar com um problema.
Isso é um jogo. Uma decepçã o. Nã o dará certo. Levar-nos-á à loucura. Nisso pode-se
acreditar. Nã o estamos vendo as coisas claramente. Há algo de errado _conosco_.
Será como derrotar a si pró prio.
Sim, podemos ser a “pessoa certa” — certa de se tornar vítima.
Tudo isso indica padrõ es de codependência, de nã o ser responsável por si pró prio,
e de tornar-se vítima. Cada pessoa precisa fazer seu pró prio trabalho.
Ninguém no passado o compreendeu de verdade... Ninguém viu o que vejo nela...
Tudo isso é armadilha. Armadilhas para pararmos de prestar atençã o em nó s
mesmos enquanto nos concentramos demais em outra pessoa. Desvia-nos de nosso
caminho e quase sempre nos lança em ó rbita.
Ninguém nunca lhe deu o valor que merece... Ninguém nunca foi bom o bastante
para ela, ou fez o que posso fazer por ela... Tudo isso é salvamento. É uma jogada,
um jogo que nã o temos de jogar. Nã o temos de provar que somos a pessoa certa. Se
estamos aqui para provar que somos a melhor coisa que aconteceu na vida de
alguém, entã o devemos também provar que esse alguém é a melhor coisa que
aconteceu na nossa vida.
Nã o fomos designados para ser anjo da guarda, madrinha, padrinho ou a “pessoa
que conseguirá”.
A ajuda, o apoio, o incentivo que realmente ajudam aos outros e a nó s mesmos
emergem naturalmente. Deixe acontecer.
_Deus, ajude-me a libertar-me de minha necessidade de satisfazer a desafios
anô malos em meus relacionamentos._

08 de junho
O Divertimento
Divirta-se um pouco — com a vida, com o dia.
A vida nã o é uma lida; isso é uma velha crença. Liberte-se dessa crença. A vida é
uma aventura, uma viagem. Acontecerã o coisas que nã o podemos nem imaginar.
Substitua o peso e o cansaço de espírito pela alegria. Cerque-se de pessoas e coisas
que proporcionem leveza de espírito.
Torne-se sensível à leveza de espírito.
Nossa viagem pode ser uma aventura excitante. Divirta-se com ela.
_Hoje, me divertirei com a vida, com a recuperaçã o, com as pessoas e com meu dia._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


09 de junho
O Pâ nico
_Poucas situaçõ es — nã o importa o quã o difíceis pareçam — podem ser
melhoradas se ficarmos apavorados._
— Co dependência nunca mais
Nã o entre em pâ nico!
Se um nadador estiver atravessando um grande lago e de repente se concentrar na
distâ ncia que falta, poderá começar a debater-se e a afundar — nã o porque nã o
conseguiu nadar, mas porque foi tomado pelo pâ nico.
O inimigo é o pâ nico, e nã o a tarefa.
Há momentos em que nos sentimos imprensados e esmagados.
Há horas em que achamos que nã o conseguiremos fazer o que precisa ser feito.
Pode ser uma tarefa no trabalho, um melhoramento em nó s mesmos ou uma
mudança em nossa vida familiar.
Ajuda se pararmos um momento, olharmos para a frente e imaginarmos o projeto.
É normal ter momentos de pâ nico quando olhamos para a frente, para o que
precisa ser feito. Sinta o medo e liberte-se dele. Depois, desvie os olhos do futuro e
da enormidade da tarefa. Se imaginarmos a soluçã o, ela será nossa. Nã o temos de
fazer tudo hoje, de uma vez só .
Concentre-se no dia de hoje. Concentre-se em acreditar que tudo está bem. Tudo
que necessitamos fazer para alcançar nosso objetivo é focalizar naquilo que se
apresenta naturalmente, de forma ordenada, para nó s, hoje. Teremos força para
conseguir fazer, calmamente, o que precisa ser feito para chegar onde desejamos
estar amanhã .
O pâ nico obstruirá esse processo. Confiança e açõ es guiadas nos levarã o para a
frente. Respire fundo. Fique em paz. Confie. Aja, hoje, como se estivesse guiado.
Podemos voltar à nossa rota mantendo-nos à tona até reconquistarmos nossa
compostura. Quando nos acalmarmos de novo poderemos recomeçar a nadar, com
confiança. Concentre-se apenas em uma braçada, em um movimento de cada vez.
Se podemos movimentar-nos, estamos progredindo. Se nos cansarmos, poderemos
boiar — mas só se relaxarmos. Quando dermos por nó s, estaremos chegando à
outra margem.
_Hoje, acreditarei que está tudo bem. Estou sendo levado, mas serei levado apenas
um dia de cada vez. Concentrarei minha energia em viver este dia o melhor que
puder. Se o pâ nico despontar, pararei todas as atividades e lidarei com o pâ nico
como um assunto separado._

10 de junho
A Responsabilidade
Cuidar de si mesmo significa ser responsável por si pró prio. Assumir a
responsabilidade por nó s mesmos inclui assumir nossas verdadeiras
responsabilidades para com os outros.
À s vezes, quando nos começamos a recuperar, estamos exaustos de sentir-nos
responsáveis por tantas pessoas. Aprender que precisamos ser responsáveis
somente por nó s mesmos pode representar um alívio tã o grande que, muitas vezes,
repudiamos nossas responsabilidades para com os outros.
O objetivo da recuperaçã o é obter um equilíbrio: assumimos responsabilidade por
nó s mesmos e identificamos nossas verdadeiras responsabilidades para com os
outros.
Isso pode exigir uma certa organizaçã o, principalmente se há anos convivemos com
noçõ es distorcidas das nossas responsabilidades para com os outros. Podemos ser
responsáveis por uma pessoa, como amigo ou como empregado, como empregador
ou como cô njuge. Para com cada pessoa temos certas responsabilidades. Quando
atendemos a essas verdadeiras responsabilidades, alcançamos o equilíbrio em
nossa vida.
Estamos aprendendo também que mesmo que os outros nã o sejam responsáveis
por nó s, eles têm, de certa forma, algumas responsabilidades para conosco.
Podemos aprender a discernir nossas verdadeiras responsabilidades para conosco
e para com os outros. Podemos permitir que as pessoas sejam responsáveis por
elas mesmas e esperar que sejam apropriadamente responsáveis para _conosco_.
Precisamos ser carinhosos com nó s mesmos enquanto aprendemos.
_Hoje, me empenharei em discernir claramente minhas verdadeiras
responsabilidades para com os outros. Assumirei essas responsabilidades como
parte de lidar de mim mesmo._

11 de junho
Andando para a Frente
Por mais que gostaríamos, nã o podemos trazer conosco todo mundo nessa jornada
chamada recuperaçã o. Nã o estamos sendo desleais, permitindo-nos andar para a
frente. Nã o temos de esperar que aqueles a quem amamos decidam mudar
também.
À s vezes, precisamos permitir-nos crescer, mesmo que as pessoas que amamos nã o
estejam prontas para mudar. Podemos até precisar deixá -las para trá s com seus
problemas ou sofrimentos, porque nã o podemos fazer o trabalho de recuperaçã o
por elas. Mas nã o precisamos sofrer com elas.
Nã o ajuda nada.
Nã o nos ajuda ficarmos presos porque alguém que amamos está preso. A
capacidade de ajudar alguém é muito maior quando nos separamos, trabalhamos
em nó s mesmos, e deixamos de forçar o outro a mudar conosco.
Mudar a nó s mesmos, permitindo-nos crescer enquanto os outros procuram seus
pró prios caminhos, esse é o maior impacto que podemos ter sobre as pessoas a
quem amamos. Somos responsáveis por nó s mesmos. Elas sã o responsáveis por
elas mesmas. Liberemos-nos delas, e permitamo-nos crescer.
Hoje, afirmarei que é meu direito crescer e mudar, mesmo se alguém a quem amo
nã o estiver crescendo e mudando junto comigo._

12 de junho
Espontaneidade e Alegria
Habitue-se a ser espontâ neo. Habitue-se a divertir-se.
A alegria da recuperaçã o é que finalmente conseguimos fazer experiências.
Conseguimos aprender novos comportamentos, e nã o temos de fazer isso
perfeitamente. Precisamos somente encontrar uma maneira que funcione para nó s.
Até nos podemos divertir experimentando, descobrindo do que gostamos e como
fazer o que gostamos.
Muitos de nó s entramos numa rotina de rigidez, martírio e privaçã o. Uma das
experiências “normais” a que muitos de nó s nos privamos é a de divertir-nos.
Outra: ser espontâ neo. Podemos nã o ter a menor noçã o do que poderíamos fazer
para nos divertir. E podemos reprimir-nos tanto que nã o nos permitimos tentar
algo alegre, de qualquer modo.
Podemos libertar-nos um pouco de vez em quando. Podemos soltar-nos um pouco.
Nã o temos de ser tã o tensos e rígidos, tã o amedrontados de ser quem somos. Corra
alguns riscos. Tente uma nova atividade. O que gostaria de fazer agora? Como
poderia divertir-se? Depois, corra outro risco. Escolha um filme que gostaria de
ver; telefone para um amigo e convide-o para ir ao cinema. Se ele disser nã o, ligue
para outro, ou tente outra vez.
Decida tentar fazer algo, depois faça-o. Vá uma vez. Vá duas vezes. Habitue-se a
divertir-se até que a diversã o se torne divertida.
_Hoje, farei algo só para me divertir. Habituar-me-ei a divertir-me até que
realmente me divirta._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


13 de junho
Ficando Preso a Velhos Relacionamentos
Desejamos viajar livres de bagagem nessa jornada. A viagem fica mais fá cil.
Algumas das malas das quais podemos nos livrar sã o as emoçõ es e assuntos
pendentes de relacionamentos passados, raivas, ressentimentos, autopiedade, dor
ou saudade.
Se nã o terminamos um relacionamento, se nã o conseguirmos nos afastar em paz é
porque ainda nã o aprendemos a liçã o. Significa que precisaremos ter outro round
daquela liçã o antes de ficarmos prontos para seguir adiante.
Podemos desejar dar um Quarto Passo (um inventá rio escrito de nossos
relacionamentos) e um Quinto Passo (admissã o de nossos erros). Que
ressentimentos temos de um certo relacionamento? Ainda estamos carregando
esses ressentimentos? Desejamos continuar carregando o peso e o impacto dessa
bagagem em nosso comportamento de hoje em dia?
Ainda nos sentimos vítimas, rejeitados ou amargos sobre algo que aconteceu há
dois, cinco, dez ou mesmo vinte anos?
Pode ser hora de nos libertarmos. Pode ser hora de retirarmos a verdadeira liçã o
daquela experiência. Pode ser hora de deixar no passado nossos relacionamentos
passados, para estarmos livres para viver experiências novas e mais
recompensadoras.
Podemos escolher viver no passado ou terminar com nossos velhos assuntos do
passado e abrir-nos para a beleza do dia de hoje.Liberte-se da bagagem dos antigos
relacionamentos.
_Hoje, me abrirei para o processo de limpeza e cura que encerrará o passado e me
abrirei para o melhor que o hoje e o amanhã tem a oferecer em meus
relacionamentos._

14 de junho
Liberte-se do Tempo
_Na hora certa, meu filho. Quando chegar a hora._ Quantas vezes ouvi essas
palavras — de um amigo, de um responsável, ou de nosso Poder Superior?
À s vezes, desejamos muito alguma coisa — um emprego, um cheque, um
relacionamento, um objeto. Queremos que nossa vida mude.
Entã o, esperamos — à s vezes, pacientemente, à s vezes, ansiosamente — e durante
esse tempo todo imaginamos: quando o futuro trará o que desejo? Serei feliz
entã o?
Tentamos antecipar, circulando datas no calendá rio, fazendo perguntas.
Esquecemos que nã o temos de ter as respostas. As respostas vêm de Deus. Se
escutarmos cuidadosamente, as ouviremos, _Quando for a hora certa, meu filho.
Quando chegar a hora._
_Seja feliz agora._
_Hoje, relaxarei. Estou sendo preparado. Posso libertar-me do tempo. Posso parar
de manipular os resultados. As boas coisas acontecerã o quando chegar a hora
certa, e acontecerã o naturalmente._

15 de junho
Competiçã o entre Má rtires
_”Sim, sei que seu esposo é alcó olico. Meu filho também é alcoó lico, mas isso é
diferente. É pior!"_
Minha dor é maior do que a sua!
Que armadilha fá cil isso pode ser para nó s. Aqui estamos para mostrar como temos
sido vítimas, o quanto sofremos, como a vida é injusta e que tremendos má rtires
nó s somos. E nã o ficaremos felizes até provarmos isso!
Nã o precisamos provar nossa dor ou sofrimento a ninguém. Sabemos que estamos
magoados. Sabemos que estamos sofrendo. A maioria de nó s temos sido vítimas
legítimas. Muitos de nó s tivemos de aprender liçõ es difíceis e dolorosas.
O objetivo da recuperaçã o nã o é mostrar o quanto sofremos ou temos sofrido. O
objetivo é fazer cessar a nossa dor e compartilhar com os outros essa soluçã o.
Se alguém começar a provar o quanto sofre, podemos simplesmente dizer: “Parece
que você sofre um bocado.” Talvez tudo que aquela pessoa esteja procurando seja a
comprovaçã o de sua dor.
Se nos surpreendermos tentando provar a alguém o quanto fomos magoados ou
que nossa dor é superior à dele, devemos parar e examinar o que está acontecendo.
Precisamos reconhecer o quanto sofremos ou ainda estamos sofrendo?
Nã o existe um determinado prêmio ou recompensa para o sofrimento, como muito
de nó s nos enganamos pensando no auge da nossa co-dependência. A recompensa
é aprender a parar com a dor e a prosseguir com alegria, paz e satisfaçã o.
Esse é o presente da recuperaçã o, e é igualmente disponível para cada um de nó s,
mesmo se nossa dor for maior ou menor do que a de alguém.
_Deus, ajude-me a ser grato por todas minhas liçõ es, mesmo as que me causaram
mais dor e sofrimento. Ajude-me a aprender o que necessito aprender, para que
possa cessar a dor em minha vida. Ajude-me a concentrar-me na minha
recuperaçã o, em vez de concentrar-me na dor que me motivou a procurá -la._

16 de junho
Sentindo-nos Bem
_Os limites nã o complicam a vida; os limites simplificam a vida._
— Para além da Codependência
Há um aspecto positivo em se estabelecer limites. Aprendemos a ouvir a nó s
mesmos e a identificar o que nos magoa e o que nã o gostamos. Mas também
aprendemos a identificar o que nos faz sentir bem.
Quando estamos desejosos de correr alguns riscos e começamos realmente a fazer
isso, melhoramos a qualidade de nossa vida.
Do que gostamos? O que faz com que nos sintamos bem? O que nos dá prazer?
Gostamos da companhia de quem? O que nos faz sentirmo-nos bem de manhã ? O
que é uma coisa prazerosa em nossa vida? Quais sã o as pequenas atividades diá rias
que nos fazem sentir cuidados e acariciados?
O que atrai ao nosso ser emocional, espiritual, mental e físico? O que
verdadeiramente nos faz sentir bem?
Há muito tempo nos privamos. Nã o há necessidade de fazer mais isso, nã o é
preciso. Se algo o faz sentir-se bem e se a consequência for o amor-pró prio e nã o a
derrota, faça-o!
_Hoje, farei por mim mesmo as pequeninas coisas que tornam a vida mais
agradável. Nã o me negarei as coisinhas agradáveis e saudáveis._

17 de junho
A Entrega
Domine as liçõ es de sua situaçã o presente.
Nã o caminharemos para a frente se resistirmos ao que é indesejável em nossa vida
hoje. Andamos para a frente, crescemos e mudamos por aceitaçã o.
Evitar nã o é a chave; a entrega abre as portas.
Ouça a verdade: estamos cada um em nossas situaçõ es atuais por alguma razã o. Há
uma liçã o, uma liçã o valiosa, que deve ser aprendida antes que possamos seguir
adiante.
Algo importante está sendo trabalhado em nó s e naqueles à nossa volta. Podemos
nã o ser capazes de identificar isso agora, mas podemos saber que é importante.
Sabemos que é bom.
Conquiste isso nã o pela força, mas pela entrega. A batalha é lutada e vencida dentro
de nó s mesmos. Precisamos ir adiante até nos rendermos, até aceitarmos, até nos
tomarmos gratos, até que estejamos livres.
_Hoje, me abrirei para as liçõ es de minhas circunstâ ncias presentes. Nã o tenho de
etiquetar, saber ou compreender o que estou aprendendo; enxergarei claramente
com o tempo. Por hoje, confiança e gratidã o sã o suficientes._

18 de junho
Sendo Vulneráveis
Parte da recuperaçã o significa aprender a partilhar nó s mesmos com outras
pessoas. Aprendemos a admitir nossos erros e a expor nossas imperfeiçõ es — nã o
para que os outros possam reparar em nó s, salvar-nos ou sentir pena de nó s, mas
para que possamos amar e aceitar a nó s mesmos. Essa partilha é uma catá lise na
cura e na mudança.
Muitos de nó s temos receio de compartilhar nossas imperfeiçõ es porque isso nos
torna vulneráveis. Alguns de nó s tentamos ser vulneráveis no passado e certas
pessoas tentaram controlar-nos, manipular-nos, ou explorar-nos, ou nos fizeram
sentir envergonhados.
Alguns de nó s ao recuperar-nos ferimos a nó s mesmos sendo vulneráveis. Podemos
ter compartilhado certas coisas com pessoas que nã o respeitaram nossa confiança.
Ou podemos ter dito algo à pessoa errada numa hora impró pria e a assustamos.
Aprendemos por nossos erros — e, apesar de nossos erros, ainda é uma boa coisa
permitir sermos vulneráveis e honestos. Podemos aprender a escolher pessoas
confiáveis para com elas compartilharmos. Podemos aprender a compartilhar
apropriadamente, para nã o assustar ou afastar as pessoas. Podemos também
aprender a deixar que outros sejam vulneráveis conosco.
_Hoje, Deus, ajude-me a ser apropriadamente vulnerável. Nã o deixarei que me
explorem nem me envergonhem por ser vulnerável, e nã o explorarei a mim
mesmo._

19 de junho
Tornando a Vida Mais Fá cil
A vida nã o tem de ser difícil.
Sim, há horas em que temos de aguentar, lutar e confiar em nossa capacidade de
sobrevivência. Mas nã o temos de tornar a vida, o crescimento, a recuperaçã o, as
mudanças e nossos problemas do dia-a-dia tã o difíceis assim o tempo todo.
Ter uma vida _tã o_ difícil é um resquício de nosso martírio, uma sobra da velha
maneira de pensar, sentir e acreditar. Somos merecedores, mesmo quando a vida
nã o é _tã o_ difícil. Nosso valor e merecimento nã o sã o determinados pelo quanto
lutamos.
Se estamos tomando a vida _tã o_ dura, podemos estar fazendo com que ela seja
mais dura do que precisa ser, disse uma mulher. Aprenda a deixar as coisas
acontecerem fá cil e naturalmente. Aprenda deixar os eventos e nossa participaçã o
neles se ajustarem. Isso agora pode ser fá cil. Mais do que tem sido. Podemos ir com
a corrente, tirar o mundo de nossos ombros, e deixar que nosso Poder Superior nos
ajude a estar onde devemos estar.
_Hoje, deixarei de lutar tanto. Libertar-me-ei da crença de que a vida e a
recuperaçã o têm de ser tã o difíceis. Substituirei isso pela crença de que posso fazer
esta jornada com calma e em paz. E, à s vezes, pode até ser divertido._

20 de junho
Má rtires de Relacionamentos
Muitos de nó s temos estado tã o anestesiados e renegado nossos sentimentos tã o
completamente que nos desligamos de nossas necessidades nos relacionamentos.
Podemos aprender a distinguir aquelas companhias que desfrutamos, sejam
amigos, companheiros de trabalho, namorados ou esposos. Todos nó s temos de
interagir com pessoas que preferiríamos evitar, mas nã o temos de forçar-nos a
manter relaçõ es íntimas de longo prazo com essas pessoas.
Somos livres para escolher amigos, amantes e esposos. Somos livres pra decidir
quanto tempo devemos passar com pessoas que nem sempre escolhemos para
estar com elas, tais como parentes. A vida é nossa. É simples assim. Podemos
decidir como queremos viver nossos dias e horas. Nã o somos escravos. Nã o
estamos presos a armadilhas. Nã o existe ninguém sem opçõ es. Podemos nã o
enxergar claramente nossas opçõ es. Embora possamos ter de lutar com a vergonha
e aprender a possuir nosso poder, podemos aprender a passar nossos valiosos dias
e horas com pessoas de quem gostamos e _escolhemos_ estar.
_Deus, ajude-me a dar valor a meu tempo e à minha vida. Ajude-me a dar valor em
como me sinto quando estou perto de certas pessoas. Guie-me enquanto aprendo a
desenvolver relaçõ es saudáveis, íntimas e compartilhantes com as pessoas. Ajude-
me a dar a mim mesmo a liberdade de experimentar, explorar e aprender quem eu
sou e quem posso ser em meus relacionamentos._

21 de junho
As Boas Sensaçõ es
Permita-se sentir também as boas sensaçõ es.
Sim, à s vezes, as boas sensaçõ es podem ser tã o assustadoras quanto as mais
dolorosas e difíceis. Sim, boas sensaçõ es podem causar ansiedade a nó s, que nos
desacostumamos a elas. Mas vá em frente e sinta as boas sensaçõ es de qualquer
modo.
Sinta e aceite alegria. O amor. O calor. A excitaçã o. O prazer.
A satisfaçã o. O entusiasmo. O carinho. O conforto.
Permita-se sentir a vitó ria, o deleite.
Permita-se ser cuidado. .
Permita-se ser respeitado, importante e especial.
Sã o apenas emoçõ es, mas elas nos fazem bem. Sã o cheias de energia positiva, para
cima — e merecemos sentir isso quando elas vêm a nó s.
Nã o temos de ser reprimidos. Nã o temos de convencer-nos a nã o nos sentir bem —
nem por um segundo.
Se sentimos isso, é nosso para o momento. Possua isso. Se for bom, desfrute.
_Hoje, Deus, ajude-me a estar aberto à alegria e à s boas sensaçõ es disponíveis para
mim._

22 de junho
Histó rias de Trabalho
Assim como temos histó rias de relacionamentos, a maioria de nó s tem histó rias de
trabalho.
Assim como temos uma presente situaçã o de aceitar e lidar com nossa vida de
relacionamentos, temos uma presente situaçã o de lidar com nossa vida de trabalho
e aceitá -la.
Assim como desenvolvemos uma atitude saudável com relaçã o à nossa histó ria de
relacionamentos — que nos ajudará a aprender e a ir para a frente —, podemos
desenvolver uma atitude saudável com relaçã o à nossa histó ria de trabalho.
Tive muitos empregos em minha vida, desde os onze anos de idade. Assim como
aprendi muitas coisas sobre mim mesma através de meus relacionamentos,
aprendi muitas liçõ es através de meu trabalho. Quase sempre essas liçõ es correm
paralelas à s que estou aprendendo em outras á reas da minha vida.
Alguns empregos eu odiava, mas era temporariamente dependente deles. Já fiquei
presa em empregos porque tinha medo de sair e encontrar outros problemas.
Tive alguns empregos que desenvolveram minhas capacidades. À s vezes, nã o sabia
que as estava desenvolvendo até elas se tornarem uma importante parte da minha
carreira escolhida.
Houve empregos onde me senti vitimizada, sentia que dava e nã o recebia nada em
troca. Já estive em relacionamentos onde tive a mesma sensaçã o.
Trabalhei em empregos que me ensinaram o que eu absolutamente nã o queria;
outros despertaram em mim uma ideia do que realmente queria e merecia em
minha carreira.
Alguns empregos me ajudaram a desenvolver meu cará ter; outros me ajudaram a
aprimorar minhas capacidades. Todos foram um lugar para praticar
comportamentos de recuperaçã o.
Assim como tive de lidar com meus sentimentos e mensagens sobre mim mesma
nos relacionamentos, tive de lidar com meus sentimentos e mensagens sobre mim
mesma, e o que acreditei que merecia no trabalho.
Assim como tenho necessidade de erradicar os resquícios de sentimentos sobre
relacionamentos passados, tenho necessidade de terminar meus negó cios com
empregos e carreiras.
Passei por duas importantes mudanças de carreira na minha vida. Aprendi que
nenhuma delas foi um erro e nenhum emprego foi perda de tempo. Sempre aprendi
algo em cada emprego, e minha histó ria de trabalho me ajudou a ser quem sou.
Aprendi algo mais: que há um Plano, e que eu estava sendo levada. Quanto mais
confiava em meus instintos, no que desejava e no que achava certo, mais sentia que
estava sendo levada.
Quanto mais me recusava a dar minha alma para um emprego e trabalhava nele
porque queria e nã o pelo salá rio, menos me sentia vítima de qualquer carreira,
mesmo naqueles empregos que pagavam um salá rio miserável. Quanto mais eu
estabelecia objetivos e assumia a responsabilidade de conseguir a carreira que
desejava, mais eu podia decidir se um determinado emprego se encaixava naquele
esquema de coisas. Podia compreender por que estava trabalhando num
determinado emprego e como isso iria beneficiar-me.
Houve algumas vezes em que me apavorei quanto à s tarefas que executava e
quanto à minha situaçã o profissional. Mas o pâ nico nunca ajuda. O que ajuda é
confiar e trabalhar no meu programa.
Houve vezes em que olhei em volta e fiquei imaginando por que estava ali. Houve
vezes em que as pessoas achavam que eu deveria estar num lugar diferente. Mas
quando olhava para mim mesma e para Deus, eu sabia que estava no lugar certo,
naquele momento.
Houve ocasiõ es em que nã o consegui a promoçã o que desejava, Houve ocasiõ es em
que recusei uma promoçã o porque nã o parecia certa.
Houve vezes em que tive de pedir demissã o para ser verdadeira comigo mesma. À s
vezes, isso era assustador. À s vezes, me sentia um fracasso. Mas aprendi o seguinte:
se estivesse trabalhando em meu programa e sendo verdadeira comigo mesma,
nunca precisaria temer o rumo em que estava sendo conduzida.
Houve vezes em que eu nã o conseguia sobreviver com o pequeno salá rio que
recebia. Em vez de pô r a culpa disso naquele patrã o ou patroa em particular, tive de
aprender a trazer o problema para mim mesma e a meu Poder Superior. Aprendi
que sou responsável por fixar meus limites e estabelecer o que acredito que
mereço. Também aprendi que Deus, e nã o um determinado empregador, é a minha
fonte de orientaçã o.
Aprendi que nã o estou mais presa num emprego do que estou num
relacionamento. Tenho escolhas. Posso nã o ser capaz de enxergá -las claramente
neste momento, mas tenho-as. Aprendi que, se realmente desejo tomar conta de
mim mesma de uma determinada forma num emprego, farei isso. E também que, se
realmente desejo ser transformada em vítima pelo emprego, permitirei que isso
aconteça.
Sou responsável por minhas escolhas, e tenho escolhas.
Sobretudo, aprendi a aceitar e a confiar nas minhas circunstâ ncias atuais no
trabalho. Isso nã o significa que me submeterei; nã o significa que abandonarei
meus limites. Significa que confiar, aceitar e depois tomar conta de mim mesma é a
melhor coisa que sou capaz de fazer a qualquer hora.
_Deus, ajude-me a trazer meus comportamentos de recuperaçã o aos meus assuntos
profissionais._

23 de junho
Libertando-nos das Velhas Crenças
_Esforce-se mais. Faça melhor. Seja perfeito._
Essas mensagens sã o mentiras que as pessoas nos impuseram. Nã o importa o
quanto tentemos, achamos que temos sempre de fazer melhor. A perfeiçã o sempre
nos ilude e nos mantém infelizes com o que fizemos bem.
As mensagens de perfeccionismo sã o mentiras porque jamais conseguiremos
alcançar seus objetivos. Nã o nos podemos sentir bem quanto a nó s mesmos ou ao
que fizemos enquanto essas mensagens nos estiverem controlando. Nunca seremos
bons o bastante até que mudemos as mensagens e nos digamos que agora somos
bons o bastante.
Podemos começar aprovando e aceitando a nó s mesmos. Quem somos é bom o
bastante. Nosso melhor ontem era bom o bastante; nosso melhor hoje também é
bom o bastante.
Podemos ser quem somos, e fazer tudo quanto fazemos — hoje. Essa é a essência
de evitar a perfeiçã o.
_Deus, ajude-me a libertar-me das mensagens que me faziam ficar desesperado.
Darei permissã o a mim mesmo para ser quem sou e deixar que isso seja bom o
bastante._

24 de junho
O Desligamento
Para muitos de nó s o desligamento nã o acontece naturalmente. Mas uma vez que
descobrimos o valor desse princípio de recuperaçã o, compreendemos o quanto é
vital o desligamento. A seguinte histó ria ilustra como uma mulher conseguiu
entender o desligamento.
“A primeira vez que pratiquei o desligamento foi quando abandonei meu marido
alcoó lico. Ele bebia há sete anos — desde que nos casamos. Durante esses anos, eu
negava seu alcoolismo e tentava fazê-lo parar de beber.
“Fiz coisas horríveis para que ele parasse de beber, que enxergasse a luz, que
compreendesse o quanto estava me ferindo. Realmente achei que estava fazendo as
coisas certas tentando controlá -lo.
“Certa noite enxerguei tudo claramente. Vi que minhas tentativas de controlá -lo
nunca resolveriam o problema. Também vi que minha vida estava incontrolável.
Nã o podia fazer com que ele fizesse qualquer coisa que nã o quisesse fazer. Seu
alcoolismo estava controlando a mim, embora eu nã o bebesse.
“Eu o libertei, para que ele fizesse da sua vida o que quisesse, A verdade é que de
qualquer maneira ele sempre fez o que quis. As coisas mudaram na noite em que
me separei. Ele sentiu isso, e eu também. Quando o libertei, libertei-me para viver
minha pró pria vida. Pratiquei o princípio de desligamento muitas vezes desde
entã o. Tive de desligar-me de pessoas doentes e saudáveis. Nunca falhou. O
desligamento funciona.
O desligamento é um presente que nos será dado quando estivermos prontos para
recebê-lo. Quando libertamos outra pessoa, estamos libertando-nos.
_Hoje, se possível, me desligarei com amor._

25 de junho
Bloqueando-nos
À s vezes, para proteger a nó s mesmos, nó s nos bloqueamos de uma pessoa com
quem temos um relacionamento. Nosso corpo pode estar presente, mas nã o nó s.
Nã o estamos presentes para participar do relacionamento.
Nó s nos fechamos.
À s vezes, é apropriado e saudável fechar-se num relacionamento. Podemos
realmente estar precisando de um tempo. À s vezes, porém, nos fechamos por puro
derrotismo.
Deixar de ser vulnerável, honesto e presente para outra pessoa pode por fim a um
relacionamento. A outra pessoa nã o pode fazer nada no relacionamento quando
nã o nos fazemos presentes. Fechar a nó s mesmos nos torna indisponíveis para
aquele relacionamento.
É comum ocorrerem períodos temporá rios de fechamento num relacionamento.
Mas nã o é saudável fazer disso uma prá tica constante. Pode ser um de nossos
artifícios de sabotar relacionamentos.
Antes de nos bloquearmos, precisamos indagar a nó s mesmos o que estamos
esperando conseguir. Precisamos de um tempo para resolver alguma coisa? Para
nos curar? Para crescer? Para pensar? Precisamos de algum tempo fora desse
relacionamento? Ou estamos retomando à s nossas velhas prá ticas — escondendo-
nos, fugindo e terminando relacionamentos porque estamos com medo de nã o
podermos tomar conta de nó s mesmos de outra forma?
Precisamos fechar-nos porque a outra pessoa realmente nã o é segura, é
manipulativa, mentirosa ou age viciosamente ou abusivamente? Estamos fechando-
nos porque a outra pessoa se fechou e nó s nã o queremos permanecer disponíveis?
Trancar-nos, isolar-nos, fechar-nos a nó s mesmos e remover nossa presença
emocional de um relacionamento é um instrumento poderoso. Precisamos usá -lo
com cuidado e responsabilidade. Para conseguir intimidade e proximidade num
relacionamento precisamos estar presentes emocionalmente. Precisamos estar
disponíveis.
_Deus, ajude-me a estar emocionalmente disponível nos relacionamentos em que
desejo estar._

26 de junho
Sobrevivendo a Quedas
Uma queda pode permanecer durante dias. Sentimo-nos imobilizados,
desconcentrados e, à s vezes, esmagados por sentimentos que nã o conseguimos
identificar. Podemos nã o compreender o que está acontecendo conosco. Até
mesmo nossas tentativas de praticar comportamento de recuperaçã o nã o parecem
funcionar. Ainda nã o nos sentimos emocional, mental e espiritualmente tã o bem
quanto gostaríamos.
Numa queda, podemos encontrar-nos revertendo instintivamente a antigos
padrõ es de pensar, de sentir e de comportar-nos, mesmo quando sabemos disso.
Podemos sentir-nos obsessivos, mesmos quando sabemos que o que estamos
fazendo é obsessivo e que isso nã o funciona.
Podemos procurar desesperadamente alguém para nos fazer sentir melhor,
sabendo o tempo todo que nossa felicidade e bem-estar nã o estã o com os outros.
Podemos começar a tomar como pessoais coisas que nã o sã o nossos problemas, e a
reagir de forma que já sabemos muito bem que nã o funcionam.
Estamos em baixa. Isso nã o durará para sempre. Esses períodos sã o normais, até
necessá rios. Sã o dias para serem atravessados. Sã o dias para que nos
concentremos em comportamentos de recuperaçã o, ocorram ou nã o
imediatamente as recompensas. À s vezes, sã o dias para que simplesmente nos
deixemos ser nó s mesmos e nos amemos tanto quanto pudermos.
Nã o precisamos ficar envergonhados, nã o importa quanto tempo nos estamos
recuperando. Nã o temos de esperar irracionalmente “mais” de nó s mesmos. Nã o
temos nem mesmo de esperar que vivamos a vida perfeitamente.
Atravesse a queda. Ela terminará . À s vezes, uma queda pode durar dias e depois, no
curso de uma hora, nos vemos a nó s mesmos saindo dela e nos sentindo melhor. À s
vezes, ela pode durar um pouco mais.
Pratique um comportamento de recuperaçã o numa pequena á rea, e comece a
escalar para cima. Logo, a queda desaparecerá . Nã o podemos nunca julgar onde
estaremos amanhã por onde estamos hoje.
_Hoje, me concentrarei em praticar um comportamento de recuperaçã o em um de
meus problemas, confiando em que essa prá tica me moverá para a frente. Lembrar-
me-ei de que a aceitaçã o, a gratidã o e a separaçã o sã o um bom lugar para começar._

27 de junho
Conseguindo a Harmonia
Quando um pianista aprende uma nova mú sica, ele nã o se senta e a toca com
perfeiçã o de imediato. O pianista quase sempre precisa praticar cada mã o
separadamente para sentir a melodia, para apreender o som. Uma das mã os pratica
uma parte até que surja um ritmo e uma facilidade para tocar o que é difícil.
Depois, o mú sico pratica com a outra mã o, captando as notas, uma por uma, até
que aquela mã o aprenda sua tarefa. Quando cada mã o aprender sua parte — o som,
a emoçã o, o ritmo, as tonalidades —, entã o ambas as mã os podem tocar juntas.
Durante o tempo de prá tica, a mú sica pode nã o parecer grande coisa. Pode parecer
desafinada e nada bonita. Mas quando ambas as mã os estã o prontas para tocar
juntas, a mú sica é criada — uma peça completa se junta em harmonia e beleza.
Quanto iniciamos a recuperaçã o, pode parecer que passamos meses, até anos,
praticando individualmente, gerando comportamentos aparentemente desconexos
em partes separadas de nossa vida.
Pegamos nossas novas aptidõ es em nosso trabalho, em nossa profissã o, e
começamos a aplicá -las vagarosamente, fazendo nossas relaçõ es de trabalho mais
saudáveis para nó s. Pegamos nossas capacidades em nossos relacionamentos, à s
vezes um relacionamento de cada vez. Lutamos através de nossos novos
comportamentos em nossos relacionamentos de amor.
Exercitando uma parte de cada vez, praticamos nossa nova mú sica, nota por nota.
Trabalhamos em nosso relacionamento com o nosso Poder Superior — nossa
espiritualidade. Trabalhamos em amar a nó s mesmos. Trabalhamos em acreditar
que merecemos o melhor. Trabalhamos em nossas finanças. Em nosso lazer. À s
vezes, em nossa casa.
Trabalhamos em sentimentos. Em crenças. Em comportamentos. Abandonando o
antigo, adquirindo o novo. Trabalhamos e trabalhamos e trabalhamos. Praticamos.
Lutamos. Vamos de um extremo ao outro e, à s vezes, voltamos pelo mesmo
caminho. Fazemos um pequeno progresso, voltamos e depois andamos para a
frente de novo.
Tudo pode parecer desconectado. Pode parecer que nã o é uma mú sica harmô nica e
bonita — apenas notas isoladas. Entã o, certo alguma coisa acontece. Tornamo-nos
aptos para tocar com as duas mã os, para fazer toda a mú sica em conjunto, de uma
só vez.
Aquilo em que estivemos avançando, nota por nota, se torna uma cançã o. Essa
cançã o é uma vida inteira, vida completa, vida em harmonia.
A mú sica surgirá completa em nossa vida se continuarmos praticando as partes.
_Hoje, praticarei meus comportamentos de recuperaçã o através das partes
individuais da minha vida. Confiarei em que, um dia, as coisas se juntarã o numa
harmonia inteira e completa._
28 de junho
Quando as Coisas Nã o Funcionam
Frequentemente, quando enfrentamos um problema, podemos tentar resolvê-lo de
uma determinada forma. Quando isso parece nã o funcionar, podemos continuar a
tentar a resolver o problema da mesma maneira.
Podemos ficar frustrados, tentar mais, ficar mais frustrados, e empregaremos mais
energia e influência para forçar a resoluçã o que já havíamos tentado e que nã o
havia funcionado,
Essa aproximaçã o nos deixa loucos. Tende a prender-nos como numa armadilha. É
a coisa da qual é feita a inflexibilidade.
Podemos ficar presos nesse mesmo padrã o de dificuldade em relacionamentos,
tarefas, ou qualquer á rea de nossa vida. Quando iniciamos algo que nã o funciona,
nã o flui, nos sentimos mal, depois tentamos aquilo tudo de novo mais duramente,
mesmo que nã o esteja funcionando nem fluindo.
À s vezes, é bom nã o desistir e tentar mais duro. À s vezes, é melhor deixar correr,
ficar de fora e parar de tentar tã o duramente.
Se nã o funciona, se nã o flui, talvez a vida esteja tentando dizer- nos algo. A vida é
uma professora amável. Ela nem sempre põ e sinais luminosos na estrada para nos
guiar. À s vezes, os sinais sã o mais sutis. Algo que nã o esteja funcionando pode ser
um aviso!
Deixe correr. Se estamos frustrados por esforços repetidos que nã o estã o
produzindo os efeitos desejados, talvez estejamos tentando forçar a nó s mesmos
pelo caminho errado. À s vezes, uma soluçã o diferente é a apropriada. À s vezes, um
caminho diferente se abre. Quase sempre, a resposta emergirá mais claramente na
calma do relaxamento do que o faria na urgência, na frustraçã o e no desespero da
tentativa duramente forçada.
Aprenda a reconhecer quando algo nã o está funcionando ou nã o está fluindo. Dê
um passo para trá s e espere por uma orientaçã o.
_Hoje, nã o me desesperei buscando repetidamente soluçõ es que já se
demonstraram infrutíferas. Se algo nã o está funcionado, darei um passo para trá s e
esperarei pela orientaçã o._

29 de junho
O Desejo de Deus
O desejo de Deus quase sempre acontece apesar de nó s, e nã o por nossa causa.
Podemos tentar adivinhar o que Deus tem em mente para nó s, procurando,
pesquisando, supervigiando para procurar o desejo de Deus como se fosse um
tesouro enterrado, escondido além de nosso alcance. Se o encontrarmos, ganhamos
o prêmio. Se nã o formos cuidadosos, nó s o perdemos.
_Nã o é_ assim que funciona.
Podemos acreditar que temos de caminhar sobre ovos, dizendo, pensando e
sentindo a coisa certa, enquanto forçamos a nó s mesmos a estar de alguma forma
no lugar certo, na hora certa para encontrar o desejo de Deus. Mas isso nã o é
verdade.
O desejo de Deus quanto a nó s nã o está escondido como um tesouro enterrado.
Nã o temos de controlá -lo ou forçá -lo. Nã o temos de pisar em ovos para que ele
aconteça.
Está bem aqui, dentro e em volta de nó s. Está acontecendo agora. À s vezes, é
silencioso e invisível e inclui as disciplinas diá rias e responsabilidade e de
aprendizagem de cuidarmos de nó s mesmos. À s vezes, está nos curando quando
estamos em períodos que reativam antigas tristezas e problemas nã o solucionados.
À s vezes, Ele é formidável.
Uma parte cabe a nó s. Temos responsabilidades, inclusive a de cuidar de nó s
mesmos. Mas nã o temos de controlar o desejo de Deus quanto a nó s. Estamos
sendo cuidados. Estamos sendo protegidos. E o Poder que nos cuida e protege nos
ama muito.
Se é um dia calmo, confie na tranquilidade. Se é um dia de açã o, confie na atividade.
Se é hora de esperar, confie na pausa. Se é tempo de receber o que estamos
esperando, confie em que isso acontecerá claramente e com força, e receba o
presente com alegria.
_Hoje, confiarei em que o desejo de Deus está acontecendo em minha vida da forma
mais conveniente. Nã o me deixarei ficar ansioso e aborrecido, procurando
vigorosamente pelo desejo de Deus, empreendendo açõ es desnecessá rias para
tentar controlar o curso de meu destino ou achando que o desejo de Deus passou
por mim e nã o o vi._

30 de junho
Aceitando as Transformaçõ es
Certo dia, minha mã e e eu estávamos trabalhando no jardim. Transplantávamos
algumas plantas pela terceira vez. Crescidas de sementes num pequeno recipiente,
as plantas tinham sido transferidas para um recipiente maior; depois,
transplantadas no jardim. Agora, porque eu me mudava de casa, estávamos
transplantando-as de novo.
Inexperiente como jardineira, virei-me para minha mã e e perguntei-lhe, enquanto
cavávamos e sacudíamos a terra das raízes:
Isso nã o é ruim para elas? Nã o será prejudicial a essas plantas, serem retiradas e
transplantadas tantas vezes?
Oh, nã o — respondeu minha mã e. — Transplantar nã o é ruim para elas. Na
verdade, é bom para as que sobrevivem. É assim que suas raízes crescem mais
fortes. Suas raízes crescerã o mais fundo e tornarã o as plantas mais fortes.
Quase sempre me senti como aquelas pequenas plantas — retiradas da terra e
viradas de cabeça para baixo. À s vezes, suportei as mudanças com disposiçã o, à s
vezes com relutâ ncia, mas geralmente minha reaçã o era uma mistura das duas
coisas.
Isso nã o será duro para mim?, pergunto. Nã o seria melhor se as coisas
continuassem as mesmas? É quando me lembro das palavras da minha mã e: “É
assim que as raízes ficam mais fortes e profundas.”
_Hoje, Deus, ajude-me a lembrar que durante os períodos de transiçã o minha fé e
eu mesmo estamos sendo fortalecidos._
01 de Julho
O Receber
Aqui está um exercício:
Hoje, permita que alguém lhe dê algo. Permita que façam alguma coisa boa por
você. Deixe que lhe façam um elogio ou lhe digam algo bom. Deixe alguém ajudá -lo.
Entã o, pare e receba. Absorva. Sinta. Acredite que você vale e merece. Nã o se
desculpe. Nã o diga: “Ora, nã o precisava”... Nã o se sinta culpado, amedrontado,
envergonhado ou assustado. Nã o tente imediatamente dar algo de volta.
Diga apenas: “Obrigado.”
_Hoje, me permitirei receber algo de alguém, e ficarei à vontade com isso._

02 de Julho
Quem Sabe o que é Melhor?
Os outros nã o sabem o que é melhor para nó s.
Nó s nã o sabemos o que é melhor para os outros.
É tarefa nossa determinar o que é melhor para nó s mesmos.
Sei o que _você_ precisa...
Sei o que _você_ deveria fazer...
Veja, isto é o que _você_ deveria fazer imediatamente...
Essas sã o declaraçõ es audaciosas, crenças que nos afastam de como operamos num
plano espiritual da vida. A cada um de nó s foi dada a capacidade de sermos capazes
de discernir e descobrir nosso caminho, dia a dia. Isso nem sempre é fá cil. Podemos
ter de lutar para conseguir alcançar aquele lugar calmo e sossegado.
Dar conselhos, tomar decisõ es e armar estratégias para os outros nã o sã o
problemas nossos. Nem cabe a outras pessoas dirigir- nos. Mesmo se tivermos um
contrato com alguém para nos ajudar — como por exemplo um tutor — nã o
podemos confiar em que os outros _sempre_ saibam o que é melhor para nó s.
Devemos ouvir as informaçõ es que nos chegam. Podemos pedir ajuda e orientaçã o.
Mas a responsabilidade de filtrar e separar as informaçõ es e depois decidir o que é
melhor para nó s é nossa. Ninguém pode fazer isso por nó s.
Um grande presente que podemos dar a outras pessoas é sermos capazes de
confiar nelas — em que tenham sua pró pria fonte de orientaçã o e sabedoria, que
tenham capacidade de discernir o que é melhor para elas e o _direito de encontrar
esse caminho cometendo erros e aprendendo._
Confiar em nó s mesmos para sermos capazes de descobrir o que é bom para nó s —
através daquele mesmo processo imperfeito de luta, tentativa e erro — é um
grande presente que podemos dar para nó s mesmos.
_Hoje, me lembrarei de que a cada um de nó s foi dado o presente de sermos
capazes de descobrir o que é melhor para nó s mesmos. Deus, ajude-me a confiar
nesse presente._

03 de Julho
Sinceridade
Muito da nossa comunicaçã o pode refletir nossa necessidade de controlar. Dizemos
o que achamos que os outros querem ouvir. Tentamos evitar que os outros fiquem
com raiva, com medo, que vã o embora ou que nã o gostem mais de nó s. Mas nossa
necessidade de controlar nos faz com que nos sintamos vítimas e má rtires.
A liberdade está distante apenas algumas palavras. Essas palavras sã o nossas
verdades. Podemos dizer o que precisamos dizer. Podemos, educada mas
firmemente, dizer o que pensamos.
Libertemo-nos de nossa necessidade de controlar. Nã o precisamos ser juízes, mal-
educados, culpadores ou cruéis quando dizemos nossa verdade. Nem precisamos
esconder nossa luz. Sejamos livremente quem somos.
_Hoje, serei honesto comigo mesmo e com os outros, sabendo que, se nã o for,
minha verdade aparecerá de alguma outra forma_.

04 de Julho
Comemore
Tire um tempo para comemorar.
Comemore seu sucesso, sua melhora, suas realizaçõ es. Comemore _você_ e quem
você é.
Durante muito tempo você foi muito dura consigo mesmo. Certas pessoas
despejaram em você suas energias negativas — atitudes, crenças e dores. Nã o
tinham nada a ver com você! E, durante esse tempo todo, você sempre foi um
presente a si mesmo e ao Universo.
Você é uma criança de Deus. Bonita, deliciosa, alegre. Nã o precisa esforçar-se
demais em ser melhor, ser perfeita ou ser algo que nã o é. Sua beleza está em você,
assim como você está em cada momento.
Comemore isso.
Quando alcançar algum sucesso, quando conseguir algo, desfrute. Pare, pense,
alegre-se. Por muito tempo, você foi repreendida pelas coisas que fez, para que nã o
se tornasse arrogante.
A comemoraçã o é uma forma de elogio, a gratidã o ao Criador pela beleza da
criaçã o de Deus. Desfrutar e comemorar o bom nã o significa que isso será tirado de
você. Comemorar é deliciar-se com o presente que ganhou, é demonstrar gratidã o.
Comemore seus relacionamentos! Comemore as liçõ es do passado, o amor e o calor
que hoje existem aqui. Desfrute da beleza de outros e das relaçõ es deles com você.
Comemore tudo que há em sua vida. Comemore tudo que foi bom. Comemore
você!
_Hoje, me entregarei à alegria da comemoraçã o._
05 de Julho
Culpa de Sobrevivente
Começamos a nos recuperar. Começamos a cuidar de nó s mesmos. Nosso programa
de recuperaçã o começa a funcionar em nossa vida, e começamos a nos sentir bem.
Entã o, ela ataca. A culpa.
Quando estamos começando a experimentar a totalidade da alegria e da vida,
podemos sentir-nos culpados sobre aqueles que deixamos para trá s — aqueles que
nã o se estã o recuperando, aqueles que ainda estã o em dor. Esse sentimento de
culpa é um sintoma de co dependência.
Podemos pensar no marido de quem nos divorciamos e que ainda continua a beber.
Podemos pensar numa criança, que ainda está em dor. Podemos receber um
telefonema de nosso pai ou mã e, nã o recuperados, que nos fala de seu sofrimento.
E nos sentimos arrasados com sua dor.
Como podemos ser tã o felizes, tã o bons, quando aqueles a quem amamos ainda
estã o sofrendo? Podemos realmente nos libertar e viver satisfatoriamente, apesar
das circunstâ ncias? Sim, podemos.
Sim, dó i deixar para trá s aqueles a quem amamos. Mas continue indo em frente de
qualquer modo. Seja paciente. A recuperaçã o de outros nã o é nossa tarefa. Nã o
podemos fazê-los recuperar-se. Nã o podemos fazê-los felizes.
Podemos perguntar porque _nó s_ fomos os escolhidos para uma vida mais
completa. Poderemos nunca saber a resposta. Alguns se recuperam a seu pró prio
tempo, mas sua recuperaçã o nã o é assunto nosso. A ú nica recuperaçã o que
realmente podemos reivindicar é a nossa.
Podemos desligar-nos com amor, e amar a nó s mesmos sem culpa.
_Hoje, estou disposto a lidar com minha tristeza e minha culpa. Permitir-me-ei ser
saudável e feliz, mesmo que alguém a quem amo nã o tenha escolhido o mesmo
caminho._

06 de Julho
Sétimo Passo
_Humildemente, rogamos a Deus que nos livre de nossas imperfeiçõ es._
— Sétimo Passo do Al-Anon
No Sexto e no Sétimo Passos do programa nos dispomos a libertar-nos de nossos
defeitos de cará ter — problemas, comportamentos, velhos ressentimentos, dores
nã o resolvidas e crenças que nos estã o bloqueando a alegria que é nossa. Entã o
pedimos a Deus para retirar tudo isso de nó s.
Nã o é simples? Nã o temos de contorcer-nos para nos _fazer_ mudar. Nã o temos de
forçar mudanças. Pelo menos por essa vez nã o temos de “fazer isso nó s mesmos”.
Tudo o que temos a fazer é lutar por uma atitude de desejo e humildade. Tudo o
que temos a fazer é pedir a Deus o que desejamos e necessitamos, e depois confiar
que Deus faça por nó s o que nã o podemos e _nã o temos_ de fazer nó s mesmos.
Nã o temos de desesperar-nos tentando saber quando e como iremos mudar. Isto
nã o é programa de ajuda pró pria. Neste milagroso e eficiente programa que trouxe
a recuperaçã o e mudança a milhõ es de pessoas, nó s _ficamos_ mudados
trabalhando os Passos.
_Hoje, Deus, ajude-me a entregar-me à recuperaçã o e ao processo pelo qual eu
mudei. Ajude-me a concentrar-me no Passo que necessito. Ajude-me afazer a
minha parte, a relaxar e a permitir que o resto aconteça._

07 de Julho
Colocando tudo para fora
_Permita-se uma boa sessã o de desabafo_.
— Woman, Sex, and Addiction _Charlotte Davis Kasl, Ph.D._
Coloque para fora. Vá em frente. Solte tudo. Uma vez que começamos a recuperar-
nos, podemos achar que nã o é certo reclamar e resmungar.
Por quê? Nã o temos sentimentos? Nã o nos sentimos esmagados? Nã o precisamos
colocar para fora ou lidar com algumas partes de nossa vida nã o muito agradáveis,
nã o muito perfeitas e nem muito bonitas?
Podemos desabafar nossos sentimentos, correr riscos e ser vulneráveis com os
outros. Nã o temos de estar sempre com compostura, o tempo todo. Isso parece
mais co dependência do que recuperaçã o.
Colocar tudo para fora nã o significa que precisamos ser vítimas, que precisamos
celebrar nossa miséria, encontrar _status_ em nosso martírio. Nã o significa que nã o
continuaremos a estabelecer limites. Nã o significa que nã o tomaremos conta de
nó s mesmos.
À s vezes, colocar tudo para fora é parte essencial de cuidarmos de nó s mesmos.
Chegamos ao ponto de rendiçã o para que possamos seguir adiante.
Colocar tudo para fora nã o significa expressar nossos sentimentos apenas com
calma. Significa que ocasionalmente nos arriscamos a compartilhar nosso lado
humano — medo, tristeza, dor, raiva, ira injustificada, cansaço ou falta de fé.
Podemos deixar nossa humanidade aparecer. Desta forma, damos a outros
permissã o de serem humanos também. As pessoas “unidas” também têm
momentos nã o tã o unidos. À s vezes, é sucumbindo — botando tudo para fora —
que nos recomporemos de novo.
_Hoje, colocarei tudo para fora, se precisar de um desabafo._

08 de Julho
Seguindo a corrente
Vá com a corrente.
Abandone o medo e a necessidade de controlar-se. Abandone a ansiedade. Deixe
que ela escape, à medida que você mergulha no rio do momento presente, o rio de
sua vida, seu lugar no universo.
Pare de tentar forçar a direçã o. Nã o tente nadar contra a correnteza, a menos que
seja necessá rio à sua sobrevivência. Se está agarrado a um galho na beira do rio,
solte-o.
Deixe-se levar para a frente. Deixe-se _ser_ movido para a frente.
Quando possível, evite as correntezas. Se nã o puder, fique calmo. A calma pode
levá -lo com segurança através de correntezas. Se afundar por um momento, deixe-
se emergir naturalmente. Você conseguirá .
Aprecie a beleza da paisagem como ela é. Veja as coisas com frescor, com novidade.
Você nunca passará de novo pela mesma paisagem de hoje!
Nã o pense muito serenamente sobre a coisas. A correnteza está aí para ser
experimentada. Dentro dela, pense em si mesmo. Você faz parte da correnteza, uma
parte importante. Trabalhe com ela. Trabalhe dentro dela. Debater-se nã o é
necessá rio. Deixe o fluxo ajudá -lo a cuidar de si mesmo. Deixe-o ajudá -lo a
estabelecer limites, tomar decisõ es e levá -lo aonde precisa estar quando chegar a
hora.
Você pode confiar na correnteza e em sua parte nela.
_Hoje, seguirei com a correnteza._

09 de Julho
Gastando demais, gastando de menos
_Eu costumava dar surras mortais no meu marido com meu cartã o de crédito. Isso
me fazia sentir como se tivesse algum controle, como se fosse alguma maneira de
me vingar dele._
— Anô nima
_Passei dez anos comprando tudo para mim de segunda mã o. Nã o comprei nem um
par de sapatos novos. Durante esse tempo todo em que me privava, meu marido
estava jogando, especulando com negó cios arriscados e fazendo o que queria com o
dinheiro. Aprendi que quando decidi que merecia ter as coisas que queria e resolvi
comprar algo que desejasse, havia dinheiro suficiente para isso.
O problema nã o estava em ser econô mica. Estava em sacrificar-me, em fazer-me de
má rtir._
— Anô nima
Comprar compulsivamente ou gastar demais pode dar-nos um sentido temporá rio
de poder ou satisfaçã o, mas, assim como em outros comportamentos
descontrolados, tem consequências negativas previsíveis.
Gastar de menos também pode fazer com que nos sintamos vítimas.
Há uma diferença entre gastar responsavelmente e privar-se como má rtir. Há uma
diferença entre tratar bem de nó s mesmos financeiramente e gastar demais.
Podemos aprender a discernir essa diferença. Podemos desenvolver há bitos de
gastar que reflitam autoestima e amor-pró prio.
_Hoje, vou buscar o equilíbrio em meus há bitos. Se gasto demais, pararei e lidarei
com o que se passa dentro de mim. Se estiver gastando de menos ou me privando
de coisas, me indagarei se isso é necessá rio e se é o que desejo._

10 de Julho
Terminando relacionamentos
É preciso coragem e honestidade para terminar um relacionamento — com amigos,
amantes ou colegas de trabalho.
À s vezes, pode parecer mais fá cil deixar o relacionamento morrer por falta de
atençã o do que arriscar-se a terminá -lo. À s vezes, pode parecer mais fá cil deixar a
outra pessoa assumir a responsabilidade de terminar o relacionamento.
Podemos ser tentados a assumir uma posiçã o passiva. Em vez de dizer como nos
sentimos, o que desejamos ou nã o desejamos ou o que tencionamos fazer,
começamos a sabotar o relacionamento, esperando forçar a outra pessoa a fazer o
trabalho difícil.
Sã o formas de terminar um relacionamento, mas nã o sã o as mais honestas ou as
mais fá ceis.
À medida que caminhamos nessa estrada de cuidado pró prio, aprendemos que,
quando é hora de terminar um relacionamento, a maneira mais fá cil é sermos
honestos e diretos. Nã o estamos sendo carinhosos, gentis ou amantes evitando a
verdade, se sabemos qual é a verdade.
Nã o estamos poupando os sentimentos da outra pessoa sabotando o
relacionamento, em vez de aceitar o fim ou a mudança e fazer algo sobre isso.
Estamos prolongando e aumentando a dor e o desconforto — para o outro e para
nó s.
Se nã o sabemos, se estamos em cima do muro, é mais razoável e honesto dizer isso.
Se sabemos que é hora de acabar um relacionamento, diga isso.
Terminar nunca é fá cil, mas nã o facilitamos isso sabotando, sendo indiretos ou
mentindo sobre o que desejamos e precisamos fazer.
Diga o que tem a dizer, com amor e honestidade, quando chegar a hora. Se
confiamos e ouvimos a nó s mesmos, saberemos quando e como dizer.
_Hoje, me lembrarei de que a honestidade e a franqueza aumentam minha auto-
estima. Deus, ajude-me a libertar-me do medo de reconhecer meu poder de tomar
conta de mim mesmo em todos os meus relacionamentos._
11 de Julho
Entregue qualquer pedido a Deus
Entregue a Deus qualquer pedido que você tenha.
Nenhum pedido é grande demais; nenhum é pequeno ou insignificante demais.
Muitas vezes, limitamos Deus nã o levando a Ele tudo que desejamos e
necessitamos.
Precisamos de ajuda para obter nosso equilíbrio? Para enfrentar o dia?
Precisamos de ajuda num determinado relacionamento? Para lidar com um
determinado defeito nosso? Para conseguir uma determinada qualidade?
Precisamos de ajuda para progredir numa determinada tarefa que nos esteja
desafiando? Precisamos de ajuda com uma emoçã o? Desejamos mudar alguma
crença derrotista que nos esteja perturbando? Precisamos de informaçã o, de
intuiçã o? De apoio. De um amigo?
Há algo no Universo de Deus que nos poderia realmente trazer alegria? .
Podemos pedir tudo isso. Podemos pedir a Deus seja lá o que desejarmos. Coloque
o pedido na mã o de Deus, confiando em que está sendo ouvido, e depois deixe.
Deixe a decisã o para Deus.
Pedir o que desejamos e precisamos é tomar conta de nó s mesmos. Confie que o
Poder Superior a quem dirigimos nossa vida realmente cuidará de nó s, do que
desejamos e necessitamos.
_Hoje, pedirei a meu Poder Superior o que desejo e necessito. Nã o exigirei; pedirei.
Depois deixarei acontecer._

12 de Julho
Afastando o medo do abandono
Onde está s, Senhor Deus? Para onde foste?
Tantas pessoas partiram. Sentimo-nos muito sozinhos, à s vezes. No meio de nossas
lutas e liçõ es, podemos achar que Deus também toi embora.
Existem dias maravilhosos, quando sentimos a proteçã o e a presença de Deus
conduzindo e guiando cada passo e cada acontecimento de nossa vida. Há dias
escuros e secos de esterilidade espiritual, quando duvidamos que qualquer coisa
em nossa vida seja guiada ou planejada. Duvidamos de que Deus sabe ou se
importa.
Busque as horas calmas dos dias escuros. Procure a disciplina e a obediência até
que a resposta apareça, porque ela aparecerá .
- Nã o fui embora, minha criança. Estou aqui, sempre. Descanse em mim, com
confiança. Sua vida inteira está sendo guiada e planejada, cada detalhe. Eu sei, e me
importo. Tudo está sendo preparado o mais rá pido possível para o seu bem maior.
Confie e seja grata. Estou bem aqui. Logo você verá e saberá .
_Hoje, me lembrarei de que Deus nã o me abandonou. Posso confiar que Deus está
conduzindo, guiando, dirigindo e planejando com amor cada detalhe de minha
vida_
13 de Julho
Deus como O compreendemos
_Deus é sutil, mas nã o é malicioso._
— Albert Einstein
A recuperaçã o é um intenso processo espiritual que nos pede para crescer em
nossa compreensã o de Deus. Nossa compreensã o pode ter sido formada por
experiências religiosas no passado ou pelas crenças daqueles à nossa volta.
Imaginamos se Deus é um ser tã o assustador como as pessoas podem ser. Podemos
sentir-nos tã o injustiçados ou abandonados por Deus como o fomos por pessoas de
nosso passado.
Tentar compreender Deus pode confundir nossa mente em virtude do que
aprendemos e vivenciamos ao longo de nossa vida.
Mas podemos aprender a confiar em Deus.
Eu cresci e mudei minha compreensã o desse Poder maior do que eu mesma. Minha
compreensã o nã o amadureceu num nível intelectual, mas pelo que _vivenciei_
desde que redirecionei minha vida e minha vontade para os cuidados de Deus,
como O entendia, ou melhor, como _nã o O entendia._
Deus é real. Amoroso. Bom. Carinhoso. Deus deseja dar-nos todo o bem que
podemos almejar. Quanto mais voltamos nossa mente e nosso coraçã o em direçã o a
uma positiva compreensã o de Deus, mais Ele nos valida.
Quanto mais agradecermos a Deus por Deus ser quem é, por quem somos e a
natureza exata de nossas atuais circunstâ ncias, mais Ele nos fortalecerá .
Na verdade, por todo o tempo, Deus tem planejado agir para o nosso bem.
Deus é Criador, Benfeitor e Fonte. Deus mostrou-me, acima de tudo, como
compreender Deus nã o é tã o importante quanto saber que Deus me compreende.
_Hoje, estarei disposto a aumentar minha compreensã o de meu Poder Superior.
Estarei disposto a libertar-me das antigas, limitadoras e negativas crenças sobre
Deus. Nã o importa como eu compreenda Deus, serei grato porque Ele me
compreende._

14 de Julho
Somos dignos de Amor
_Mesmo se a pessoa mais importante de sua vida o rejeitar, você ainda é real, ainda
é bom._
— Co-dependência nunca mais
Algum dia você já pensou: “Como é possível alguém me amar?” Para muitos de nó s,
essa é uma crença profundamente arraigada, uma profecia que se pode tornar
realidade.
Achar que nã o somos dignos de ser amados pode sabotar nossos relacionamentos
com colegas de trabalho, amantes, amigos, parentes e outros entes amados. Essa
crença pode fazer-nos escolher, ou permanecer em relacionamentos que sã o menos
do que merecemos porque nã o acreditamos que merecemos mais. Podemos ficar
desesperados e agarrar-nos a determinada pessoa como nossa ú ltima chance de
sermos amados. Podemos ficar defensivos e afastar as pessoas para longe.
Podemos afastar-nos ou constantemente reagir demais.
Quando crescemos, muitos de nó s nã o recebemos o amor incondicional que
merecemos. Muitos de nó s fomos abandonados ou negligenciados por pessoas
importantes de nossas vidas. Podemos ter concluído que a razã o pela qual nã o
fomos amados foi porque nã o éramos dignos de ser amados. Culpar a nó s mesmos
é uma reaçã o compreensível, mas impró pria. Se certas pessoas nã o nos puderam
amar ou nos amaram de forma errada, a culpa nã o é nossa. Ao nos recuperarmos,
estamos aprendendo a separar a nó s mesmos dos comportamentos alheios. E
estamos aprendendo a assumir responsabilidade pela nossa cura, apesar das
pessoas à nossa volta.
Assim como podemos acreditar que somos dignos de ser amados, podemos tornar-
nos há beis em praticar a crença de que somos dignos de ser amados. Essa nova
crença melhorará a qualidade dos nossos relacionamentos. Melhorará nosso
relacionamento mais importante: o relacionamento com nó s mesmos. Seremos
capazes de deixar que nos amem, e nos tornar abertos para o amor e as amizades
que merecemos.
_Hoje, Deus, ajude-me a conscientizar-me e libertar-me de qualquer crença
derrotista que tenha sobre ser amado. Ajude-me a começar, hoje, a saber que sou
digno de ser amado. Ajude-me a praticar essa crença até ela fazer parte de mim e
vê-la manifestar-se em meus relacionamentos._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


15 de Julho
Botõ es de controle
_Eu tinha trinta e cinco anos quando pela primeira vez enfrentei minha mã e e
recusei-me a aceitar seus truques e manipulaçõ es. Estava terrivelmente assustado
e quase nã o pude crer que estava fazendo aquilo. Descobri que nã o tinha de ser
grosseiro. Nã o tinha de discutir. Mas pude dizer o que queria e precisava para
cuidar de mim mesmo. Aprendi que poderia amar e honrar a mim mesmo, e ainda
gostar de minha mã e — como eu queria gostar — e nã o da maneira que ela queria
que eu gostasse._
— Anô nimo
Quem sabe apertar melhor nossos botõ es de controle do que nossos parentes? A
quem, além de nossos parentes, damos tanto poder?
Nã o importa há quanto tempo nó s ou nossos parentes nos estamos recuperando,
os relacionamentos com membros da família podem ser provocativos.
Uma conversa telefô nica pode colocar-nos num parafuso emocional e psicoló gico
que dura horas ou dias.
À s vezes, é pior quando começamos a recuperar-nos, porque nos tomamos até mais
conscientes de nossas reaçõ es e de nossos desconfortos. Apesar de desconfortável,
é bom. É começando esse processo de conscientizaçã o e aceitaçã o que mudamos,
crescemos e nos curamos.
O processo de nos desligarmos com amor de membros da família pode levar anos.
Assim como o processo de aprender a reagir de uma maneira mais eficaz. Nã o
podemos controlar o que eles farã o ou tentarã o fazer, mas podemos obter algum
sentido de controle sobre escolher a forma de reagir.
Pare de tentar fazer com que _eles_ ajam ou nos tratem de forma diferente. Liberte-
se do sistema deles recusando-se a tentar mudá -los ou influenciá -los. Os padrõ es
deles, principalmente os padrõ es para conosco, sã o problemas deles. Como
reagimos ou permitimos que esses padrõ es nos influenciem é nosso problema.
Como tomamos conta de nó s mesmos é _nosso_ problema.
Podemos amar nossa família mas mesmo assim recusar-nos a adotar seus
problemas. Amamos nossa família, mas podemos recusar seus esforços de nos
manipular, controlar ou colocar culpas em nó s.
Podemos cuidar de nó s mesmos junto a membros da família sem nos sentir
culpados. Podemos aprender a ser firmes com membros da família, sem ser
agressivos. Podemos estabelecer os limites que precisamos e desejamos, sem ser
desleais à família. Podemos aprender a amar nossa família sem perder o respeito e
o amor por nó s mesmos.
_Hoje, Deus, ajude-me a começar a praticar o amor-pró prio com membros de
minha família. Ajude-me a saber que nã o tenho de permitir que os problemas deles
controlem a minha vida, meu dia, ou minhas emoçõ es. Ajude-me a compreender
que é certo ter meus sentimentos quanto aos meus parentes, sem culpa ou
vergonha._

16 de Julho
Insistindo no Melhor
Merecemos o melhor que a vida e o amor têm a oferecer, mas todos nó s estamos
enfrentando o desafio de aprender a identificar o que isso significa em nossa vida.
Precisamos, cada um de nó s, enfrentar nossa pró pria compreensã o do que
achamos que merecemos, o que queremos, e se estamos recebendo isso.
Existe apenas um lugar para começar, e é exatamente onde estamos, em nossas
circunstâ ncias presentes. O lugar para começar está dentro de nó s.
O que nos magoa? O que nos dá raiva? De que estamos reclamando? Estamos
avaliando como um determinado comportamento nos está magoando? Estamos
fabricando desculpas para a outra pessoa, dizendo a nó s mesmas que somos
“exigentes demais”?
Estamos relutantes, por uma série de razõ es — principalmente por medo — a
enfrentar os problemas de um relacionamento que nos possam estar ferindo?
Sabemos o que nos está ferindo, e sabemos que temos o direito de parar nossa dor,
se desejarmos fazer isso?
Podemos começar deixando de ser vítimas e passarmos a ser merecedoras.
Podemos começar isso hoje. Podemos também ser pacientes e gentis conosco,
enquanto fazemos importantes mudanças na crença de que merecemos o pior, até
passarmos a crer no fundo do coraçã o que merecemos o melhor, e assumirmos
responsabilidade por isso.
_Hoje, prestarei atençã o em como permito que as pessoas me tratem, como me
sinto sobre isso, e também observarei como eu trato as pessoas. Nã o reagirei além
da conta tomando seus problemas de forma demasiadamente pessoal ou
demasiadamente séria; deixarei de reagir à altura por achar que certos
comportamentos nã o sã o pró prios ou aceitáveis para mim._

17 de Julho
O Amor em Palavras e Açõ es
Muitos de nó s temos noçõ es confusas sobre o que significa sermos amados e
cuidados.
Muitos de nó s fomos amados e cuidados por pessoas discrepantes entre o que
diziam e faziam.
Podemos ter tido uma mã e ou um pai que nos disse: “Eu amo você”, e depois nos
abandonou ou negligenciou, dando-nos ideias confusas sobre o amor.
Consequentemente, esse modelo parece amor — o ú nico amor que conhecemos.
Alguns de nó s podemos ter sido cuidados por pessoas que atenderam à s nossas
necessidades e disseram que nos amavam, mas ao mesmo tempo abusavam de nó s
ou nos tratavam mal. Isso, entã o, se toma nossa ideia de amor.
Alguns de nó s podemos ter vivido em ambientes emocionais estéreis, onde as
pessoas diziam que nos amavam mas nã o demonstravam sentimentos ou emoçõ es.
Isso pode ter se tomado nossa ideia de amor.
Podemos aprender a amar os outros ou a nó s mesmas da mesma forma como
fomos amados, ou podemos deixar que os outros nos amem da forma como fomos
amados, seja isso bom ou nã o. É hora de deixarmos nossas necessidades serem
satisfeitas nas formas que realmente funcionam. Amor nã o saudável pode
satisfazer a algumas necessidades superficiais, mas nã o à nossa necessidade de
sermos amadas.
Podemos esperar congruência nos comportamentos dos outros. Podemos reduzir o
impacto de palavras isoladas e exigir que comportamento e palavras se combinem.
Podemos encontrar coragem, quando preciso, para confrontar discrepâ ncias entre
palavras e açõ es — nã o para envergonhar, culpar ou encontrar defeitos, mas para
ajudar-nos a permanecer ligadas à realidade e à s nossas necessidades.
Podemos dar e receber amor quando o comportamento combina com as palavras
de alguém. Merecemos dar e receber o melhor que o amor tem a oferecer.
_Hoje, estarei aberto a dar e receber o amor mais saudável possível. Atentarei para
discrepâ ncias entre palavras e comportamentos que me confundem e
enlouquecem. Quando isso acontecer, compreenderei que nã o estou louco; estou
no meio de uma discrepâ ncia._

18 de julho
A Hora de Ficar com Raiva
Já é tempo de você ficar com raiva — sim, com _aquela_ raiva.
A raiva pode ser uma emoçã o muito poderosa e assustadora. Pode também ser uma
emoçã o que nos guia a decisõ es importantes, à s vezes decisõ es difíceis de serem
tomadas. Pode indicar problemas de outras pessoas, nossos problemas, ou
simplesmente problemas que precisamos enfrentar.
Negamos nossa raiva por uma variedade de razõ es. Nã o permitimos a nó s mesmos
deixar que ela entre em nossa compreensã o — a princípio. Compreenda que ela
nã o vai embora; assenta-se em camadas sob a superfície, esperando que fiquemos
prontos, seguros e fortes o bastante para lidar com ela.
O que podemos fazer em vez de enfrentar nossa raiva e o que isso nos diz em
relaçã o a cuidarmos de nó s mesmos é que nos sentimos magoados, injustiçados,
enganados, culpados e incertos sobre como cuidamos de nó s mesmos. Podemos
fugir, negar, dar desculpas e esconder a cabeça na areia — por algum tempo.
Podemos punir, vingar-nos, choramingar e imaginar.
Podemos perdoar a alguém repetidamente por comportamentos que nos ferem.
Podemos nã o enfrentar nossa raiva com relaçã o a uma pessoa, com medo de que
ela vá embora. Podemos ter medo de ter que ir embora, se lidamos com nossa
raiva.
Podemos simplesmente ter medo de nossa raiva e de sua potência. Podemos nã o
saber se temos o direito, ou mesmo a _responsabilidade_, de permitir a nó s
mesmos sentir e aprender com nossa raiva.
_Deus, ajude minha raiva escondida ou reprimida a subir à superfície. Ajude-me a
ter a coragem de enfrentá -la. Ajude-me a compreender que preciso cuidar de mim
mesmo em relaçã o à s pessoas de quem sinto raiva. Ajude-me a parar de repetir
para mim mesmo que há algo errado comigo quando as pessoas me fazem de
vítima e quando sinto raiva por me sentir vítima. Posso confiar em minhas
emoçõ es como sinais de problemas que necessitam de atençã o._

19 de julho
Provando a Nó s Mesmos
_Passei um ano tentando provar a meu marido o quanto sua bebida me estava
prejudicando. Ao me recuperar, descobri que era eu quem precisava ver o quanto a
bebida dele me prejudicava._
- Anô nima
_Passei meses tentando provar a um namorado como eu era saudável e
responsável. Depois descobri o que eslava fazendo. Ele nã o precisava saber o
quanto eu era responsável e saudável. Quem precisava saber disso era eu._
- Anô nima
Tentar provar como somos bons, que somos bons o bastante, tentar mostrar a
alguém o quanto ele ou ela nos ferem, tentar mostrar a alguém que somos
compreensivos, sã o sinais de advertência de que podemos estar caindo em nossos
comportamentos derrotistas.
Pode ser uma indicaçã o de que estamos tentando controlar alguém. Pode ser uma
indicaçã o de que nã o acreditamos que somos bons, ou de que nã o somos bons o
bastante, ou de que alguém nos está ferindo.
Pode ser um aviso de que nos estamos permitindo ficar presos num sistema
problemá tico. Pode indicar que estamos presos na névoa da negaçã o ou estamos
fazendo algo que nã o é bom para nó s.
Tentar excessivamente provar algo a alguma pessoa pode significar que ainda nã o
provamos aquela coisa a nó s mesmos. Uma vez que provamos a nó s mesmos, uma
vez que compreendermos, saberemos o que fazer.
O problema nã o é fazer com que os outros compreendam ou que nos levem a sério.
O problema nã o é fazer com que os outros acreditem que somos bons e bons o
bastante. O problema nã o é que outros vejam ou acreditem que somos
responsáveis, carinhosos ou competentes. O problema nã o é fazer com que os
outros vejam como estamos sentindo profundamente uma determinada emoçã o.
Somos nó s que precisamos ver a luz.
_Hoje, Deus, ajude-me a libertar-me da necessidade de controlar as coisas
influenciando as crenças dos outros. Concentrar-me-ei em aceitara mim mesmo,
em vez de tentar provar algo sobre mim mesmo. Se surpreender-me na armadilha
da co-dependência de tentar enfatizar algo sobre mim mesmo para alguém,
perguntarei a mim mesmo se nã o estou precisando convencer a mim mesmo sobre
tal coisa._

A Linguagem da Liberdade - Por Melody Beattie


20 de julho
Libertando-nos da Resistência
Nã o tenha tanta pressa em ir adiante.
Relaxe. Respire fundo. Seja. Esteja hoje em harmonia.
Esteja aberto. Há beleza hoje em volta de nó s. Há propó sito e significado no dia de
hoje.
Há importâ ncia no dia de hoje — nã o tanto no que nos acontece, mas em como
reagimos.
Deixe o hoje acontecer. Aprendemos nossas liçõ es, fazemos nosso trabalho, nos
modificamos de uma forma simples: vivendo totalmente nossa vida hoje.
Nã o se preocupe com os sentimentos, os problemas e as dá divas do amanhã . Nã o se
preocupe nem mesmo em saber se amanhã poderemos ou nã o confiar em nó s
mesmos, na vida ou em nosso Poder Superior.
Tudo que precisamos hoje nos será dado. Isso é uma promessa — de Deus, do
Universo.
Sinta os sentimentos de hoje. Solucione os problemas de hoje. Desfrute as dá divas
de hoje. Confie hoje em você mesmo, na vida, em seu Poder Superior.
Aprenda a arte de viver totalmente o dia de hoje. Absorva as liçõ es, a cura, a beleza
e o amor hoje disponível para nó s.
Nã o tenha tanto empenho em ir adiante. Nã o há pressa. Nã o podemos escapar;
podemos apenas adiar. Deixe os sentimentos fluírem; respire em paz e em cura.
Nã o tenha tanta pressa em ir adiante.
_Hoje, nã o correrei de mim mesmo, das minhas circunstâ ncias ou dos meus
sentimentos. Estarei aberto para mim mesmo, para outros, para meu Poder
Superior e para a vida. Confiarei que enfrentando o dia de hoje o melhor que puder,
adquirirei a habilidade que necessito para enfrentar o amanhã ._

21 de julho
Ser É o Bastante
Nem sempre temos muita clareza sobre o que estamos experimentando, ou por
quê.
No meio da dor, da transiçã o, da transformaçã o, do aprendizado, da cura ou da
disciplina é difícil ter perspectiva.
Isso porque ainda nã o aprendemos a liçã o. Estamos no meio dela. A dá diva da
clareza ainda nã o chegou.
Nossa necessidade de controlar pode manifestar-se como a necessidade de saber
exatamente o que está acontecendo. Nã o podemos saber sempre. À s vezes,
precisamos relaxar e confiar em que a clareza despontará mais tarde,
retrospectivamente.
Se estamos confusos, é assim que devemos estar. A confusã o é temporá ria. Mais
tarde, enxergaremos. A liçã o, o propó sito, deverá revelar-se por si só — a tempo,
em seu devido tempo.
E tudo ficará perfeitamente claro — mais tarde.
_Hoje, vou parar de forçar-me a saber o que nã o sei, ver o que nã o posso ver,
compreender o que ainda nã o compreendo. Confiarei em que ser é o suficiente, e
me libertarei da necessidade de compreender tudo._

22 de julho
Aprendendo a Confiar de Novo
Para muitos de nó s, confiar é difícil.
Alguns de nó s tentamos por muito tempo confiar em pessoas nã o confiáveis.
Repetidamente, acreditamos em mentiras e em promessas nunca cumpridas.
Alguns de nó s tentamos confiar em pessoas esperando o impossível; por exemplo,
num alcó olico contumaz que promete nã o beber de novo.
Alguns de nó s confiamos erradamente em nosso Poder Superior. Confiamos em
Deus para fazer com que outras pessoas fizessem o que queríamos, depois nos
sentimos traídos quando isso nã o funcionou.
A alguns de nó s foi ensinado que nã o se pode confiar na vida, que temos de
controlar e manipular ao longo de nosso caminho.
A muitos de nó s foi ensinado, erradamente, que nã o podemos confiar em nó s
mesmos.
Ao nos recuperarmos, estamos curando-nos de nossos problemas de confiança.
Estamos aprendendo a de novo confiar. A primeira liçã o sobre confiança é essa:
podemos aprender a confiar em nó s mesmos. _Podemos_ ser confiáveis. Se outros
nos disseram que nã o podemos confiar em nó s mesmos, eles estavam mentindo.
Vícios e sistemas doentios fazem a pessoa mentir.
Podemos aprender a confiar devidamente em nosso Poder Superior — nã o para
que as pessoas façam o que quisermos, mas para ajudar-nos a cuidar de nó s
mesmos, e fazer com que as melhores coisas ocorram em nossa vida, em seu
devido tempo.
Podemos confiar no processo — da vida e da recuperaçã o. Nã o temos de controlar,
ficar obcecados ou nos tornar supervigilantes. Talvez nem sempre compreendamos
para onde estamos indo, ou o que está sendo preparados para nó s, mas podemos
confiar em que algo de bom está acontecendo.
Quando aprendemos a fazer isso, estamos prontos para aprender a confiar em
outras pessoas. Quando confiarmos em nosso Poder Superior e em nó s mesmos,
saberemos em quem confiar e o que poderemos esperar dessa pessoa.
Talvez sempre tenhamos feito isso. Apenas nã o nos ouvimos o bastante, ou nã o
confiamos no que ouvimos.
_Hoje, afirmarei que posso aprender a confiar apropriadamente. Posso confiar em
mim mesmo, em meu Poder Superior e na recuperaçã o. Posso aprender também a
confiar em outras pesssoas._

23 de julho
Fazendo Acontecer
Deixe de tentar tanto fazer com que as coisas aconteçam.
Deixe de fazer _tanto_, se fazer tanto está o esgotando ou se nã o está conseguindo
os resultados desejados. Pare de pensar tanto. Pare de se preocupar tanto. Pare de
tentar forçar, manipular ou _fazer acontecer_.
Fazer com que as coisas aconteçam é controlar. Podemos empreender açõ es
positivas para ajudar que as coisas aconteçam. Podemos fazer nossa parte. Mas
muitos de nó s fazemos muito mais do que nossa parte. Ultrapassamos os limites de
cuidar e de fazer a nossa parte em controlar, tomar conta e coagir.
Controlar é auto derrotismo. Nã o funciona. Ao nos esforçarmos mais para fazer
com que alguma coisa aconteça, podemos na realidade estar impedindo que ela
aconteça.
Faça a sua parte em harmonia, calmamente e relaxadamente. Depois, deixe
acontecer. Aja "como se". Ponha tanta energia em deixar acontecer quanto você se
esforçou para tentar controlá -las. Você conseguirá resultados muito melhores.
Talvez nada aconteça. Talvez nã o aconteça da forma que você desejava e esperava
que acontecesse. Mas nosso controle também nã o teria feito acontecer.
Aprenda a deixar as coisas acontecerem porque é o que acontecerá de qualquer
forma. E, enquanto esperamos para ver o que acontece, nó s e as pessoas à nossa
volta seremos mais felizes.
_Hoje, deixarei de forçar para que as coisas aconteçam. Em vez disso, permitirei
que as coisas aconteçam naturalmente. Se me pegar tentando forçar as coisas ou
controlar as pessoas, pararei e encontrarei uma maneira de me desligar._

24 de julho
Negaçã o
A negaçã o é um instrumento poderoso. Nunca subestime sua capacidade de
anuviar sua visã o.
Esteja consciente de que, por muitas razõ es, nos tornamos especialistas em usar
esse instrumento para tornar a realidade mais tolerável. Aprendemos muito bem
como parar a dor causada pela realidade — nã o mudando nossas circunstâ ncias,
mas fingindo que nossas circunstâ ncias sã o diferentes do que realmente sã o.
Nã o seja enérgico demais consigo mesmo. Enquanto uma parte de você estava
ocupada criando uma fantasia-realidade, a outra parte estava trabalhando para
aceitar a verdade.
Agora, é hora de encontrar coragem. Enfrente a verdade. Deixe-a penetrar
suavemente.
Quando conseguimos fazer isso, seremos conduzidos para a frente.
_Deus, dê-me coragem e força para enxergar claramente._

25 de julho
Continue/ Nã o Desista
Continue praticando seus comportamentos de recuperaçã o, mesmo quando os
perceba de forma confusa, mesmo quando eles nã o tenham acabado de penetrar
em você, mesmo quando ainda nã o os tenha compreendido.
À s vezes, leva anos para que um conceito de recuperaçã o passe da nossa mente
para a alma e o coraçã o. Precisamos praticar os comportamentos de recuperaçã o
com a mesma vontade, o mesmo esforço e a mesma repetitividade exigida por
comportamentos de co-dependência. Precisamos forçar-nos a fazer certas coisas,
mesmo quando nã o pareçam naturais. Precisamos dizer-nos que damos
importâ ncia a nó s mesmos e que podemos cuidar de nó s mesmos, mesmo quando
nã o acreditamos no que dizemos.
Precisamos fazer isso, fazer isso e fazer isso — dia apó s dia, ano apó s ano.
Nã o é razoável esperar que essa nova maneira de viver seja incorporada do dia
para a noite. Podemos ter de fingir por alguns meses, anos, antes que os
comportamentos de recuperaçã o fiquem incutidos e naturais.
Mesmo apó s anos podemos encontrar-nos, em época de tensã o ou dureza,
retornando a velhas maneiras de pensar, de sentir e de nos comportarmos.
Podemos ter camadas de sentimentos que só estaremos prontos para reconhecer
anos depois de nossa recuperaçã o. Tudo bem! Quando chegar a hora, saberemos.
Nã o desista! Leva tempo para que nos consigamos amar. É preciso muita prá tica.
Tempo e experiência. Liçõ es, liçõ es e mais liçõ es.
Entã o, quando pensamos que chegamos lá , descobrimos que temos mais para
aprender.
Essa é a alegria da recuperaçã o. Continuamos a aprender e a crescer a vida inteira!
Continue a cuidar de si, seja como for.
Mantenha-se ligado aos comportamentos de recuperaçã o, um dia de cada vez.
Continue amando a si mesmo, mesmo quando isso nã o parecer natural. Aja “como
se” o tempo que for preciso, mesmo se esse período de tempo parecer mais do que
o necessá rio.
Um dia acontecerá . Você despertará e descobrirá que aquilo em que você tem
trabalhado, se empenhado tanto e forçado a si mesmo a fazer, finalmente acontece
de forma natural, sem qualquer esforço. Já chegou à sua alma.
Entã o, você irá em frente para aprender algo novo e melhor.
_Hoje, me manterei ligado em meus comportamentos de recuperaçã o, mesmo que
nã o pareçam naturais. Forçar-me-ei a fazê-lo mesmo se isso for incô modo.
Empenhar-me-ei em amara mim mesmo até que isso realmente aconteça._

26 de julho
Reconhecendo Nosso Poder
Nã o está vendo? Nã o temos de ser tã o sacrificados pela vida, pelas pessoas, pelas
situaçõ es, pelo trabalho, por nossos amigos, por nossos amores, por nossas
famílias, por nó s mesmos, por nossos sentimentos, por nossos pensamentos, por
nossas circunstâ ncias.
Nã o somos vítimas. Nã o temos de ser vítimas. Ponto final!
Sim, admitir e aceitar nossas fraquezas é importante. Mas isso é o primeiro passo,
uma introduçã o à recuperaçã o. Mais tarde, vamos reconhecer nosso poder. Mudar
o que podemos. Isso é tã o importante quanto admitir e aceitar as fraquezas. E há
tanta coisa que podemos mudar.
Podemos reconhecer nosso poder, onde estamos, aonde vamos, com quem
estamos. Nã o temos de ficar parados, de mã os atadas, rastejando desamparados,
submetendo-nos ao que vier. Há coisas que podemos fazer. Podemos falar alto.
Resolver o problema. Usar o problema para nos motivar a fazer algo de bom para
nó s mesmos.
Podemos fazer-nos sentir bem. Podemos afastar-nos. Podemos retomar em nossas
pró prias condiçõ es.
Podemos manter-nos sozinhos. Podemos recusar-nos a deixar que outros nos
controlem e manipulem.
Podemos fazer o que é preciso fazer para cuidarmos de nó s mesmos. Essa é a
beleza, a recompensa, a coroa da vitó ria que ganhamos nesse processo chamado
recuperaçã o. Esse é o segredo de tudo!
Se nã o podemos fazer nada quanto à s circunstâ ncias, podemos mudar nossa
atitude. Podemos fazer um trabalho interior: enfrentar corajosamente nossos
problemas para que nã o sejamos vítimas. A milagrosa chave da vida nos foi dada.
Nã o somos mais vítimas, a menos que o queiramos.
A liberdade e a alegria sã o nossas pela conquista, pelo que sentimos, pelo trabalho
duro que realizamos.
_Hoje, me lembrarei tanto quanto necessá rio de que nã o sou vítima, que nã o
preciso ser vítima seja de quem for. Esforçar-me-ei em nã o ser mais vítima, seja
estabelecendo um limite, afastando-me, lidando com meus sentimentos ou dando a
mim o que necessito. Deus, ajude-me a libertar-me da necessidade de fazer-me de
vítima._

27 de julho
Deixe Acontecer
Deixe de tentar tanto controlar as coisas. Nã o é tarefa nossa controlar pessoas,
eventos, circunstâ ncias, a vida. Talvez no passado nã o tenhamos podido confiar e
deixar que as coisas acontecessem. Mas agora podemos. A maneira como a vida se
está desenrolando é boa. Deixe-a desenrolar-se.
Pare de tentar tanto fazer mais, ser mais e melhor. Quem somos e a maneira como
fazemos as coisas sã o mais que suficientes para o dia de hoje.
Quem éramos e como fazíamos as coisas ontem eram o suficiente para aquele dia.
Relaxe. Deixe acontecer. Pare de tentar tanto.
_Hoje, deixarei as coisas acontecerem. Deixarei de tentar controlar tudo. Vou deixar
de tentar ser melhor e fazer melhor, e me deixarei apenas ser._

28 de julho
Medo
Certo dia decidi fazer algo novo. Levei meu filho de dez anos para um passeio de
_waverunner_ um pequeno veículo aquá tico que parece uma moto.
.
Pusemos nossos salva-vidas e embarcamos numa experiência que resultou ser tã o
divertida quanto assustadora: divertida quando me deixava divertir-me;
assustadora quando eu pensava demais no que estava fazendo e em todas as coisas
terríveis que _poderiam_ acontecer.
Na metade do caminho, meu maior medo se tornou realidade. Viramos. Ficamos a
debater-nos, onde a profundidade era de dez metros. O _waverunner_ balançava-se
nas ondas à minha frente, como uma tartaruga motorizada de cabeça para baixo.
— Nã o se apavore — disse calmamente meu filho.
— E se afundarmos? — perguntei.
— Nã o afundaremos - disse ele. - Estamos usando salva-vidas Veja! Estamos
boiando.
— A má quina está de cabeça pra baixo — disse eu — Como vamos
desvirá -la?
— Como o homem disse — respondeu meu filho. — A seta aponta para esse
lado.
Cuidadosamente, viramos a má quina para cima.
— E se nã o conseguirmos subir nela de novo? — perguntei.
— Conseguiremos — respondeu ele. — Foi para isso que os _waverunner_
foram feitos: para subirmos neles dentro da á gua. Relaxei e quando saímos
perguntei-me porque tinha ficado tã o assustada. Talvez nã o confiasse na minha
capacidade de resolver problemas. Talvez porque uma vez quase me afoguei
quando nã o usava salva-vidas.
Mas mesmo assim você nã o se afogou, disse uma vozinha dentro de mim. Você
sobreviveu.
Nã o se apavore.
Problemas sã o feitos para serem resolvidos. A vida foi feita para ser vivida. Embora
à s vezes possamos estar mergulhados até o pescoço — sim, podemos até
submergir por alguns momentos e engolir alguns goles de á gua —, nã o
afundaremos. Estamos e sempre estaremos usando um salva-vidas. Esse salva-
vidas é chamado Deus .
_Hoje, me lembrarei de cuidar de mim mesmo. Quando estiver mergulhado até o
pescoço, Deus estará lá para me apoiar — mesmo quando meus medos me
tentarem fazer esquecer disso._

29 de julho
Divirta-se
Divirta-se um pouco. Relaxe um pouco. Goze a vida!
Nã o temos de ser tã o sérios e sombrios. Nã o temos de ser tã o pensativos, tã o
críticos, tã o presos em nó s mesmos e aos rígidos parâ metros que os outros, e quase
sempre nó s também, colocam em nó s.
Isso é vida e nã o um enterro. Divirta-se. Entre nela. Participe. Experimente.
Arrisque-se. Seja espontâ neo. Nã o esteja sempre tã o concentrado em fazer as
coisas certas, as coisas apropriadas.
Nã o esteja sempre tã o concentrado no que os outros pensam ou dizem. O que
pensam e dizem é problemas deles, nã o nossos. Nã o tenha tanto medo de cometer
um erro. Nã o seja tã o medroso e adequado. Nã o se iniba tanto.
Deus nã o quer que sejamos tã o inibidos, tã o reprimidos, tã o controlados. Esses
parâ metros repressivos sã o o que as outras pessoas nos impuseram, o que
permitimos fazer conosco.
Fomos criados totalmente humanos. Foram-nos dados desejos, emoçõ es,
esperanças, sonhos, sentimentos. Existe uma criança viva, enérgica e alegre em
algum lugar dentro de nó s! Deixe-a sair! Deixe-a viver! Deixe-a divertir-se — e nã o
apenas por duas horas no sá bado à noite. Traga-a consigo, deixe-a ajudá -lo a
desfrutar o presente de estar vivo, de ser totalmente humano e ser quem é!
Regras demais. Temos convivido com vergonha demais. Isso nã o é necessá rio.
Sofremos uma lavagem cerebral. Agora é hora de nos livrarmos, de nos abrirmos e
entrarmos totalmente humanos na vida total.
Nã o se preocupe. Aprenderemos nossas liçõ es quando for preciso. Já aprendemos
disciplina. Nã o vamos ficar aéreos. O que vai acontecer é que começaremos a gozar
a vida. Começaremos a desfrutar do nosso ser total e a experimentá -lo. Podemos
confiar em nó s mesmos. Agora temos limites. Temos nosso programa como base.
Podemos experimentar e experimentar. Estamos em contato com nó s mesmos e
com o nosso Poder Superior. Estamos sendo guiados, mas um objeto congelado e
inanimado nã o pode ser guiado. Nã o pode ser nem mesmo movido.
Divirta-se um pouco. Relaxe um pouco. Quebre algumas regras. Nã o seremos
punidos por Deus. Nã o temos de permitir que as pessoas nos punam. E podemos
parar de punir a nó s mesmos. Enquanto estamos vivos e aqui, vamos viver.
_Hoje, me deixarei divertir com a vida. Relaxarei um pouco, sabendo que nã o
racharei nem quebrarei. Deus, ajude-me a libertar-me da necessidade de ser tã o
inibido, apropriado e reprimido. Ajude-me a injetar uma grande dose de vida em
mim, permitindo que eu seja totalmente humano e vivo._

30 de julho
Aceitando a Falta de Poder
Desde criança tenho tido uma relaçã o antagô nica com uma importante parte
emocional de mim mesma: meus sentimentos. Tenho tentado ignorar, reprimir ou
forçar meus sentimentos. Tentei criar sentimentos nã o naturais ou afastar os que
estavam presentes.
Negava sentir raiva, quando de fato estava furiosa. Convenci-me de que devia haver
algo de errado comigo por sentir raiva, quando a raiva era razoável e uma resposta
ló gica à situaçã o.
Disse a mim mesma que nã o machucava, quando machucava muito. Inventei para
mim mesma histó rias como: “Ela nã o me quis ferir”,.. “Ele nã o sabia”... “Preciso ser
mais compreensiva.” O problema era que eu já tinha sido compreensiva demais
com a pessoa e nã o o suficiente comigo mesma.
Nã o foi apenas com os grandes sentimentos que tenho tido problemas; tenho me
debatido com todos os aspectos emocionais de mim mesma. Tentei usar energia
espiritual, mental e até cansaço físico para nã o sentir o que precisava sentir para
ser viva e saudável.
Nã o me dei bem em minhas tentativas de controlar emoçõ es. O controle emocional
foi para mim um comportamento de sobrevivência. Posso agradecer a esse
comportamento por me ajudar a atravessar muitos anos de situaçõ es em que nã o
tive melhores opçõ es. Mas aprendi um comportamento mais saudável — aceitar
minhas emoçõ es.
Fomos feitos para sentir. Parte de nossos problemas é tentar negar ou mudar isso.
Parte de nossa recuperaçã o significa aprender a ir com o fluxo do que estamos
sentindo e do que nossos sentimentos nos tentam dizer.
Somos responsáveis por nossos comportamentos, mas nã o temos de controlar
nossos sentimentos. Podemos deixar que aconteçam. Podemos aprender a abraçar,
a desfrutar, a experimentar — sentir — a parte emocional de nó s mesmos.
_Hoje, deixarei de tentar forçar e controlar minhas emoçõ es. Em vez disso, darei
poder e liberdade à parte emocional de mim mesmo._
31 de julho
_Para aqueles dentre nó s que sobreviveram através do controle e da capitulaçã o,
abrir mã o pode nã o ser fá cil._
— Para além da Co-dependência
Abandonando o que Desejamos
Ao nos recuperarmos, aprendemos que é importante identificar o que
necessitamos e desejamos. Como nos deixa esse conceito? Com um enorme pacote
de necessidades e desejos nã o realizados. Assumimos o risco de parar de negar e
começar a aceitar o que precisamos e desejamos. O problema é que os desejos e as
necessidades ficam lá , parados.
Esse lugar em que estamos pode ser frustrante, doloroso e aborrecido demais para
se estar, e até mesmo um lugar causador de obsessõ es.
Depois de identificar nossas necessidades, há um passo seguinte para
conseguirmos realizar nossos desejos e necessidades. Esse passo é uma das ironias
espirituais da recuperaçã o. O passo a seguir é o de abandonarmos nossos desejos e
necessidades depois de termos dado dolorosos passos para identificá -los.
Abandonamos, desistimos deles — mental, emocional, espiritual e fisicamente. À s
vezes, isso significa que precisamos desistir.
Nem sempre é fá cil alcançar esse lugar, mas geralmente é aonde precisamos ir.
Quantas vezes neguei um desejo ou necessidade, depois fui através dos passos para
identificar minhas necessidades, só para ficar aborrecida, frustrada e desafiada
porque nã o tenho o que desejo e nã o sei como consegui-lo. Se entã o começo a
controlar ou influenciar para conseguir o que desejo ou necessito, geralmente
torno as coisas piores. Vigiar, tentar controlar o processo, nã o funciona. Para minha
surpresa, aprendi que o que preciso fazer é abandonar o desejo.
À s vezes, tenho mesmo de chegar ao ponto de dizer: “Nã o quero isso. Sei que é
importante para mim, mas nã o posso controlar a obtençã o disso em minha vida.
Agora, nã o me importo mais se tenho isso ou nã o. Na verdade, posso ser totalmente
feliz sem isso e sem qualquer esperança de consegui-lo, porque essa espera me
está deixando louca — quanto mais espero e tento conseguir, mais frustrada me
sinto porque nã o estou conseguindo.”
Nã o sei por que o processo funciona assim.
Só sei que é assim que funciona para mim. Nã o encontrei outro caminho fora do
conceito de deixar correr.
Podemos quase sempre ter o que realmente queremos ou desejamos, ou algo
melhor. Deixar acontecer abandonando os desejos e necessidades é parte do que
precisamos fazer para consegui-los.
_Hoje, lutarei para abandonar aqueles desejos e necessidades que me estã o
causando frustraçã o. Eu os porei na minha lista de objetivos, depois me
empenharei em abandoná -los. Confiarei em Deus para proporcionar-me os desejos
de meu coraçã o, na hora e à sua maneira._

01 de agosto
Gratidã o
_"Aprendemos a má gica liçã o de que fazendo o melhor, ele se transforma em mais"_
Co-dependência nunca mais
Diga e repita obrigado, até acreditar nisso.
Obrigado, Deus, vida e universo, por todos e tudo que existe.
A gratidã o Iibera a abundâ ncia da vida. Transforma o que temos em mais do que
bastante. Transforma negaçã o em aceitaçã o, caos em ordem, confusã o em clareza.
Transforma uma refeiçã o num banquete, uma casa num lar, um estranho num
amigo. Transforma problemas em dá divas, fracassos em sucessos, o inesperado na
hora certa, os erros em acertos. Pode transformar uma existência numa vida real,
uma situaçã o disparatada em liçã o benéfica e importante.
A gratidã o dá significado ao nosso passado, traz paz para o dia de hoje, e cria uma
visã o do amanhã .
A gratidã o faz as coisas certas.
A gratidã o transforma energia negativa em positiva. Nã o há situaçã o ou
circunstâ ncia pequena ou grande que nã o sejam suscetíveis ao poder da gratidã o.
Comecemos agradecendo por quem somos e pelo que temos hoje e deixemos que
ela faça sua má gica.
Diga obrigado, até chegar a acreditar nisso. Se disser o bastante, acreditará .
_Hoje vou fazer brilhar a luz transformadora da gratidã o sobre todas as
circunstâ ncias da minha vida"._

02 de Agosto
No lntervalo
Para ir de onde estamos para onde vamos, temos de passar pelo meio. Uma das
partes mais difíceis da recuperaçã o é o conceito de afastamento do que é velho e
conhecido - e nã o queremos mais - e de nossa disposiçã o de ficarmos parados de
mã os vazias enquanto esperamos que Deus as encha.
Isso pode ser aplicado aos sentimentos. Podemos ter estado repletos de dor e raiva.
E de alguma maneira esses sentimentos podem ter-se tornado confortavelmente
familiares. Quando finalmente enfrentamos e abandonamos nossa dor, podemos
sentir-nos vazios por um tempo. Estamos entre a dor e a alegria da serenidade e da
aceitaçã o.
Podemos também estar num intervalo entre dois relacionamentos. Para preparar-
nos para o novo, precisamos primeiro libertar-nos do velho. lsso pode ser
assustador. Sentimo-nos vazios e perdidos por um tempo. Podemos sentir-nos
sozinhos, achando que há algo errado conosco por soltarmos o proverbial pá ssaro
da mã o quando ainda nã o estamos vendo outro na moita.
O intervalo acontece em muitos aspectos da vida e da recuperaçã o. Podemos estar
entre empregos, carreiras, lares e objetivos. Podemos estar entre comportamentos,
quando abandonamos os antigos e nã o estamos certos do que os substituirá . Isso
também se refere a comportamentos que nos tem protegido e servido bem toda a
nossa vida, como tomar conta e controlar.
Podemos sentir muitas emoçõ es quando estamos no intervalo: tristeza pelo que
abandonamos ou perdemos, e a sensaçã o de ansiedade, medo e apreensã o sobre o
que virá pela frente. Essas emoçõ es sã o normais quando estamos no intervalo.
Aceite-as. Sinta-as. Liberte-as.
Estar no intervalo nã o é divertido, mas é necessá rio. Nã o durará para sempre. Pode
parecer que estamos parados, mas nã o estamos. Estamos no intervalo. É o caminho
para ir daqui para lá . Nã o é o destino final.
Estamos caminhando para a frente, mesmo quando estamos no intervalo
_Hoje aceitarei o lugar onde estou como sendo aquele em que devo estar. Se estou
no intervalo, me esforçarei para acreditar que este Iugar nã o é sem propó sito, e que
me está conduzindo em direçã o a algo bom._

03 de Agosto
Reconhecendo Nosso Poder Nos Relacionamentos
_Grande parte do que chamo minha co-dependência é medo e pâ nico, porque
passei tempo demais na vida sentindo-me explorado, preso numa armadilha, sem
saber como cuidar de mim nos relacionamentos._
— Anô nimo
Nã o importa há quanto tempo nos recuperamos, podemos ter ainda a tendência de
entregar nosso poder aos outros, sejam figuras autoritá rias, um novo amor ou até
uma criança.
Quando fazemos isso, experimentamos uma série de emoçõ es e pensamentos que
chamamos de "loucura da co-dependência". Podemos sentir-nos com raiva,
culpados, amedrontados, confusos e obcecados. Podemos sentir-nos dependentes e
necessitados, ou tornar-nos exageradamente rígidos e controlados. Quando tensos,
podemos incidir em antigos comportamentos. E para os co-dependentes que têm
problemas de adulto-criança, os relacionamentos podem significar estresse.
Nã o temos de ficar presos em nossa co-dependência. Nã o temos de envergonhar-
nos ou culpar a nó s ou outra pessoa, por nos sentirmos assim. Simplesmente
precisamos lembrar-nos de assumir nosso poder.
Pratique. Pratique. Pratique usando seu poder para cuidar de si mesmo, nã o
importa com quem esteja lidando, onde esteja ou o que esteja fazendo. É isso que a
recuperaçã o significa. Nã o significa que tentamos controlar os outros; nã o significa
que nos tornamos cá usticos e abusivos. Significa que assumimos o poder de cuidar
de nó s mesmos.
Pensar em fazer isso pode dar medo. Isso é normal! Mas de qualquer modo, cuide
de si pró prio. As respostas e o poder de fazer isso estã o dentro de você.
Comece hoje. Comece onde está . Comece tomando conta de quem você é, neste
momento, da melhor forma possível.
_Hoje, me concentrarei em assumir meu poder e em cuidar de mim mesmo. Nã o
deixarei que os medos, ou uma falsa sensaçã o de vergonha e culpa, evitem que eu
cuide de mim mesmo._

4 de agosto
Vulnerabilidade
_Aprendi que quanto mais vulnerável me permito ser, mais controle de mim
mesmo realmente tenho._
— Anô nimo
Muitos de nó s achamos que devemos mostrar apenas nosso lado forte e confiante.
Que o lado que temos de mostrar ao mundo deve ser _sempre_ de educaçã o,
perfeiçã o, calma, força e controle.
Embora certamente seja bom e quase sempre apropriado estarmos sob controle,
calmos e fortes, há um outro lado de todos nó s - aquele que se sente carente, se
assusta, tem dú vidas e fica com raiva. Essa parte de nó s que precisa de carinho,
amor e confiança de que tudo ficará bem. Expressar essas necessidades nos torna
vulneráveis e menos que perfeitos, mas esse lado também precisa de nossa
aceitaçã o.
Permitir-nos sermos vulneráveis nos ajudará a construir relacionamentos
duradouros. Compartilhar nossa vulnerabilidade nos ajuda a sentir-nos pró ximos
das pessoas, e as ajuda a sentirem-se pró ximas de nó s. Ajuda-nos a crescer em
amor pró prio e aceitaçã o pró pria. Ajuda-nos a nos tornarmos agentes curativos.
Permite-nos que sejamos inteiros e acessíveis aos outros.
_Hoje, me permitirei ser vulnerável com outros, quando for seguro e apropriado
fazer isso._

6 de agosto
Resolvendo Problemas
Problemas sã o feitos para serem resolvidos!
Alguns de nó s passamos mais tempo reagindo ao fato de que temos um problema
do que resolvendo-o.
- Por que isso está acontecendo comigo?
- A vida nã o é horrível?
- Por que isso tinha de acontecer?
- Oh, Deus, isso é terrível!
- Por que Deus (o Universo, uma empresa, uma pessoa, ou a vida) me está
perseguindo?
Problemas sã o inevitáveis. Alguns problemas podem ser previstos. Alguns sã o
surpreendentes. Mas a ideia de que os problemas ocorrem regularmente nunca
deve ser uma surpresa.
A boa notícia é que para cada problema há uma soluçã o. À s vezes, a soluçã o é
imediata. À s vezes, leva-se algum tempo para descobri-la. À s vezes, a soluçã o
envolve um afastamento, o problema é nosso; outras vezes nã o. À s vezes, há uma
soluçã o clara para resolver o problema; outras vezes, precisamos lutar, debater-
nos, fazer nossa parte e depois confiar na ajuda do nosso Poder Superior.
À s vezes, o problema é somente parte da vida. Quase sempre o problema é
importante porque sempre aprendemos algo através dele e de sua soluçã o. Quase
sempre os problemas acabam trazendo o melhor para nossa vida. Levam-nos a
uma direçã o que é melhor do que a que teríamos tomado sem eles.
À s vezes, os problemas apenas existem; à s vezes, sã o sinais de que estamos no
caminho errado.
Podemos aprender a aceitar que os problemas sã o parte inevitável da vida.
Podemos aprender a resolvê-los. Podemos aprender a confiar em nossa capacidade
de resolver problemas. Podemos aprender a identificar os problemas que nos
tentam levar a uma nova direçã o, e os que simplesmente pedem para ser
resolvidos.
Podemos aprender a concentrar-nos na soluçã o, em vez de focalizar-nos no
problema, e manter uma atitude positiva com relaçã o à vida e ao inevitável fluxo de
problemas e soluçõ es.
_Hoje, aprenderei a confiar em soluçõ es, em vez de ser vitimado por problemas.
Nã o os usarei para provar que sou impotente, perseguido ou martirizado. Nã o os
apontarei para provar o quanto a vida é horrível. Aprenderei a confiar no fluxo de
problemas e soluçõ es. Deus, ajude-me a resolver os problemas que posso resolver
hoje. Ajude-me a libertar-me do resto. Ajude-me a acreditar em minha capacidade
de enfrentar e resolver problemas. Ajude-me a confiar no fluxo. Para cada
problema há uma soluçã o._

7 de agosto

Dizendo Nã o

Para muitos de nó s a palavra mais difícil de dizer é uma das menores e mais fá ceis
do vocabulá rio: _Nã o_. Vá , diga alto: _Nã o_.

_Nã o_ — simples de pronunciar, difícil de dizer. Temos medo de que as pessoas


deixem de gostar de nó s ou de nos sentirmos culpados. Podemos achar que um
“bom” empregado, criança, parente, esposo ou cristã o nunca diz nã o.

O problema é que, se nã o aprendermos a dizer nã o, deixaremos de gostar de nó s


mesmos e das pessoas que sempre tentamos agradar. Podemos até punir outros
por ressentimento.

Quando devemos dizer nã o? Quando é exatamente o que queremos dizer.

Apenas quando aprendemos a dizer nã o, paramos de mentir. As pessoas podem


confiar em nó s, nó s podemos confiar em nó s. Todo tipo de coisas boas acontecem
quando começamos a dizer o que pensamos.

Se temos medo de dizer nã o, podemos adiar um pouco. Podemos dar uma pausa,
treinar a palavra, voltar e dizer nã o. Nã o temos de oferecer longas explicaçõ es para
nossa decisã o.

Quando dizemos nã o, podemos dizer sim para o bom. Nossos _nã os_ e nossos _sins_
começam a ser levados a sério. Ganhamos controle de nó s mesmos. E aprendemos
um segredo: “Nã o” nã o é tã o difícil assim de dizer.

_Hoje, direi “nã o” se é isso que quero dizer._

8 de agosto
Dizendo Sim
Ontem, falamos sobre aprender a dizer nã o. Hoje, vamos discutir outra palavra
importante: _Sim._
Podemos aprender a dizer sim à s coisas que nos fazem sentir bem e ao que
desejamos — para nó s e para os outros.
Podemos aprender a dizer sim a diversõ es. Sim a encontros, a ligar para um amigo,
a pedir ajuda.
Podemos aprender a dizer sim à s relaçõ es saudáveis, à s pessoas e atividades que
sã o boas para nó s.
Podemos aprender a dizer sim a nó s mesmos, ao que queremos e precisamos, a
nossos instintos, e à confiança em nosso Poder Superior.
Podemos aprender a dizer sim quando parecer o certo para ajudar alguém.
Podemos aprender a dizer sim a nossos sentimentos. Podemos aprender a
identificar quando precisamos dar uma caminhada, tirar uma soneca, que
esfreguem nossas costas, ou comprar flores para nó s mesmos.
Podemos aprender a dizer sim ao trabalho que é certo para nó s.
Podemos aprender a dizer sim a tudo que nos faz bem. Podemos aprender a dizer
sim ao melhor que a vida e o amor têm a oferecer.
_ Hoje, direi "sim” a tudo que me fizer sentir bem e certo._

9 de agosto
Pedindo o que Necessitamos
Decida o que deseja e necessita, depois vá à pessoa que pode ajudá -lo, e peça-lhe.
À s vezes, é preciso muito trabalho e energia para conseguir o que desejamos e
necessitamos. Temos de fazer um enorme esforço para identificar o que desejamos,
depois lutar para acreditar que merecemos aquilo. Entã o, talvez tenhamos de
passar pela decepçã o de pedir a alguém, de a pessoa recusar, e depois de ficarmos
pensando no que fazer a seguir.
À s vezes, conseguir o que queremos e desejamos nã o é tã o difícil assim. Tudo que
temos de fazer é pedir.
Podemos ir a outra pessoa, ou ao nosso Poder Superior, e pedir o que necessitamos.
Mas como à s vezes pode ser muito difícil conseguirmos o que desejamos e
necessitamos, podemos passar a acreditar que será sempre difícil assim. Muitas
vezes, para evitar contrariedades ou por medo, podemos fazer com que conseguir o
que desejamos e necessitamos se torne muito mais difícil do que o necessá rio.
Podemos irritar-nos antes de pedir, achando que nunca conseguiremos o que
queremos, ou imaginando a “luta” pela qual teremos de passar. E quando
chegarmos para conversar com alguém sobre o que desejamos, estaremos tã o
aborrecidos que parecerá que estamos exigindo, e nã o pedindo; e nossa raiva
atiçará um jogo de poder que nã o existia, exceto em nossa mente.
Ou nos preocupamos tanto que acabamos nã o pedindo, ou gastamos muito mais
energia do que o necessá rio para brigar com nó s mesmos, somente para
descobrirmos depois que a pessoa, ou o nosso Poder Superior, está feliz em nos dar
o que queremos.
À s vezes, precisamos lutar, trabalhar e esperar pelo que queremos e precisamos. À s
vezes, podemos conseguir apenas pedindo ou dizendo que é isso o que queremos.
Peça. Se a resposta for _nã o_, ou nã o for o que desejamos, _entã o_ podemos decidir
o que fazer a seguir.
_Hoje, nã o criarei uma situaçã o difícil onde ela nã o exista, com outras pessoas ou
com meu Poder Superior, quanto a conseguir o que desejo e necessito. Se preciso
algo de alguém, primeiro pedirei, antes de entrar em conflito._

10 de agosto
Libertando-nos da Perfeiçã o
_Quanto mais caminho pela recuperaçã o, mais aprendo que aceitar a mim mesmo e
as minhas idiossincrasias—rir de mim mesmo por ser do jeito que sou — me leva
muito mais longe do que zangar-me comigo mesmo e tentar tornar-me perfeito.
Talvez tudo esteja nisso — amor absoluto, alegria, auto-aceitaçã o._
— Anô nimo
Pare de exigir perfeiçã o de você mesmo e daqueles que estã o à sua volta.
Quando exigimos perfeiçã o estamos fazendo algo terrível e aborrecido para nó s
mesmos e para os outros. Criamos uma situaçã o onde todos, incluindo nó s
mesmos, nã o se sentem confortáveis. À s vezes, exigir perfeiçã o torna a pessoa tã o
tensa que elas e nó s cometemos mais erros do que o normal, porque ficamos
nervosos e nos concentramos nos erros.
Isso nã o significa que admitamos comportamentos impró prios com a desculpa de
que “ninguém é perfeito”. Nã o significa que nã o tenhamos limites e expectativas
razoáveis das pessoas e de nó s mesmos.
Mas nossas expectativas precisam ser razoáveis. E exigir perfeiçã o nã o é razoável.
As pessoas cometem erros. Quanto menos ansiosos, intimidados e reprimidos pela
expectativa de serem perfeitos, melhor se sairã o.
A luta pela excelência, pela pureza na criatividade, por um desempenho
harmonioso e pelo melhor que temos a oferecer nã o pode ser bem-sucedida na
atmosfera negativa e amedrontadora produzida pela expectativa da perfeiçã o.
Tenha e estabeleça limites. Tenha expectativas razoáveis. Lute para fazer o seu
melhor. Encoraje os outros para que façam o mesmo. Mas saiba que todos nó s
cometeremos erros. Saiba que todos nó s precisamos de experiências de
aprendizagem, de passar por certas coisas.
À s vezes, nossos defeitos e nossas imperfeiçõ es sã o o que determinam nossa
individualidade, como acontece numa obra de arte. Aceite-os. Ria-se deles. Abrace-
os e a si mesmo.
Encorajemos a nó s e aos outros a fazermos o melhor que pudermos. Amemos e
incentivemos a nó s mesmos e aos outros a ser quem somos. Depois entenda que
nã o somos apenas humanos — fomos feitos e criados para ser humanos.
_Hoje, Deus, ajude-me a libertar-me da necessidade de ser perfeito e de insistir
irracionalmente para que outros o sejam. Nã o usarei isso para tolerar abuso ou
maus-tratos, mas para alcançar expectativas apropriadas e equilibradas. Estou
criando uma atmosfera saudável de amor, aceitaçã o e incentivo em volta e dentro
de mim. Confio em que essa atitude despertará o melhor que há em outras pessoas
e em mim mesmo._

11 de agosto
Curando
Deixe a energia curativa fluir em seu corpo.
Estamos circundados pela cura de Deus, do Universo, da vida e da recuperaçã o. Ela
está aí, esperando que a usemos, esperando que a absorvamos. Está em nossas
reuniõ es ou em nossos grupos, nas palavras de uma oraçã o sussurrada, num toque
carinhoso, numa palavra positiva, num pensamento positivo. A energia curativa
está no sol, no vento, na chuva e em tudo que é bom.
Deixe a energia chegar. Atraia-a. Aceite-a. Deixe-a infiltrar. Respire-a na luz
dourada. Liberte-se do medo, da raiva, da dor, da dú vida. Deixe a energia curativa
fluir em você, dentro de você.
É só pedir e acreditar.
_Hoje, pedirei e aceitarei a energia curativa de Deus e do Universo, Deixarei que ela
flua para mim, dentro de mim e de volta para os outros, Sou parte do contínuo ciclo
da cura._

12 de agosto

13 de agosto
Amigos
Nã o_ despreze o valor da amizade. Nã o negligencie os amigos.
Amigos sã o uma alegria. As amizades adultas podem ser um bom lugar para
aprendermos a nos divertir e a avaliar quanta alegria podemos ter com um amigo.
Os amigos podem ser um conforto. Quem nos conhece melhor, ou é capaz de nos
dar mais apoio, do que um bom amigo? Uma amizade é um lugar confortável para
sermos nó s mesmos. Quase sempre nossa escolha de amigos refletirá os problemas
com que estamos lidando. Dar e receber apoio ajudará os dois a crescer.
Algumas amizades crescem e diminuem, percorrendo ciclos através dos anos.
Algumas sã o obliteradas quando uma pessoa se sobrepuja à outra. Claro,
passaremos por testes e julgamentos nas amizades e, por vezes, seremos
requisitados a praticar nossos comportamentos de recuperaçã o.
Mas algumas amizades duram a vida inteira. Há relacionamentos especiais de amor
e há as amizades. À s vezes, nossas amizades - principalmente amizades de
recuperaçã o - podem ser também relaçõ es especiais de amor.
_Hoje, vou estender a mã o a um amigo. Vou me permitir aproveitar o conforto, as
alegrias e a qualidade duradoura de minhas amizades._

14 de agosto

Assumindo Nosso Poder

Muitos de nó s temos alguém na vida que desafia nossa capacidade de acreditar e


cuidar de nó s mesmos.

Quando ouvimos a voz dessa pessoa ou estamos em sua presença, esquecemos


tudo que sabemos sobre o que é real, como assumirmos nosso poder, como sermos
francos, o que sabemos e acreditamos ser verdade, o quanto somos importantes.

Entregamos nosso poder à quela pessoa. A criança em nó s enreda-se numa mistura


de sentimentos poderosos — amor, medo ou raiva. Podemos sentir-nos amarrados,
indefesos, ou tã o atraídos que nã o conseguimos pensar direito. Pode haver um
poderoso confronto desenvolvendo-se entre nossos sentimentos de raiva e nossa
necessidade de sermos amados e aceitos, ou seja, entre nossa mente e nosso
coraçã o.
Podemos estar tã o apaixonados ou intimidados que retornamos à crença de que
nã o podemos reagir ou responder à quela pessoa de nenhuma outra forma.

Estamos presos.

Nã o temos de permanecer sob um feitiço.

Começamos por tomar consciência das pessoas que nos prendem, e depois
aceitando isso.

Podemos forçar-nos a reagir a essas pessoas de forma diferente, mesmo se essa


nova reaçã o é desajeitada e desconfortável.

Investiguemos nossas motivaçõ es. Estamos de alguma forma tentando controlar ou


influenciar a outra pessoa? Nã o podemos mudar a outra pessoa, mas podemos
parar de desempenhar nossa parte do jogo. Uma boa maneira de fazer isso é pelo
desligamento e pelo abandono de qualquer necessidade de controle.

O passo seguinte é aprender a assumir nosso poder de cuidar de nó s mesmos, de


ser quem somos, livres da influência daquelas pessoas. Podemos aprender a
assumir nosso poder com pessoas difíceis. Isso pode nã o acontecer do dia para a
noite, mas podemos começar hoje a mudar nossas reaçõ es derrotistas à s pessoas
que nos têm presos.

_Deus, ajude-me a identificar os relacionamentos onde tenho aberto mã o de meu


poder. Ajude-me a desvencilhar-me e a começar a exercer meu poder._

15 de agosto
Deixando Espaço para Sentimentos
Precisamos deixar bastante espaço para que os outros e nó s mesmos tenhamos e
trabalhemos nossos sentimentos.
Somos pessoas, nã o robô s. Uma importante parte de nó s — quem somos, como
crescemos, como vivemos — está conectada ao nosso centro emocional. Temos
sentimentos, à s vezes difíceis, à s vezes destruidores, outras vezes, ainda,
explosivos, que precisam ser trabalhados.
Enfrentando e trabalhando esses sentimentos, nó s e os outros crescemos. Nos
relacionamentos, sejam eles de amor, de amizade, família ou de trabalho, as
pessoas precisam de espaço para ter e trabalhar seus sentimentos.
Alguns chamam a isso “ir através do processo”.
Nã o é razoável esperar que nó s ou os outros nã o necessitemos de tempo e espaço
para trabalhar os sentimentos. Estaremos levando nossos relacionamentos e nó s
mesmos ao fracasso se nã o permitirmos esse tempo e espaço em nossa vida.
Precisamos de tempo para trabalhar os sentimentos. Precisamos de espaço e
permissã o para trabalhar as emoçõ es, à s vezes desajeitada, desconfortável e
desordenadamente, como quase sempre trabalhamos os sentimentos.
Assim é a vida. Assim é o crescimento. Tudo bem.
Podemos dar espaço à s emoçõ es. Podemos deixar que as pessoas tenham tempo e
permissã o de atravessar seus sentimentos. Nã o temos de manter a nó s e aos outros
com uma rédea curta. Enquanto trabalhamos nossos sentimentos, nã o temos de
despender energia desnecessá ria, reagindo a cada emoçã o, nossa ou dos outros.
Nã o temos de levar os sentimentos tã o a sério enquanto estivermos no processo de
trabalhá -los.
Deixe os sentimentos fluírem e confie no caminho por onde eles o levam.
_Posso estabelecer limites razoáveis de comportamento, e ainda deixar espaço para
uma série de emoçõ es._

16 de agosto

Resgatando a Nó s Mesmos

Ninguém gosta de má rtires.

Como nos sentimos perto de má rtires? Culpados, com raiva, presos numa
armadilha, negativos — e ansiosos por sair dali.

De alguma forma, muitos de nó s desenvolvemos a crença de que nos privar, nã o


cuidar de nó s mesmos, ser vítimas e sofrer desnecessariamente, nos levará aonde
queremos.

Cabe a nó s constatar nossas capacidades, nossas forças, e cuidar de nó s mesmos


desenvolvendo e trabalhando nisso.

Cabe a nó s constatar nosso sofrimento e cansaço, e cuidar devidamente de nó s


mesmos.

Cabe também a nó s constatar nossa privaçã o, e começar a providenciar para nos


proporcionarmos abundâ ncia. Isso começa dentro de nó s, pela mudança do que
acreditamos que merecemos, pela rejeiçã o de nossa privaçã o e por nos tratarmos
da maneira que merecemos.

A vida é dura, mas nã o temos de torná -la mais difícil negligenciando a nó s mesmos.
Nã o há gló ria no sofrimento, há somente sofrimento. Nossa dor nã o parará quando
um salvador chegar, mas quando tomarmos a responsabilidade por nó s mesmos e
pararmos nossa pró pria dor.

_Hoje, serei meu pró prio salvador. Deixarei de esperar alguém para cuidar dos
meus problemas e resolvê-los para mim._

17 de agosto
Pensamentos de Cura
Tenha pensamentos de cura.
Quando sentir raiva ou ressentimento, peça a Deus que o ajude a sentir isso, a
aprender com isso e, entã o, a libertar-se disso. Peça a Deus para abençoar aqueles
de quem você sente raiva.
Peça-lhe que o abençoe também.
Quando sentir medo, peça a Ele para afastá -lo de você. Quando se sentir miserável,
force a gratidã o. Quando se sentir privado, saiba que há o bastante.
Quando se sentir envergonhado, reassegure a si mesmo de que você é legal. É bom
o bastante.
Quando duvidar de sua marcha ou da sua posiçã o atual na vida, assegure-se de que
está tudo bem; você está exatamente onde deveria estar. Reassegure-se de que os
outros também estã o.
Quando pensar no futuro, diga a si mesmo que ele será bom. Quando olhar para o
passado, abandone os arrependimentos.
Quando encontrar problemas, esteja certo de que haverá uma soluçã o apropriada e
um ganho proveniente daquele problema.
Quando resistir a sentimentos ou pensamentos, pratique a aceitaçã o. Quando
sentir desconforto, conscientize-se de que passará . Quando identificar um desejo
ou necessidade, diga a si mesmo que serã o satisfeitos.
Quando se preocupar com os que ama, peça a Deus para proteger e cuidar deles.
Quando se preocupar quanto a si mesmo, peça a Ele para fazer o mesmo.
Quando pensar nos outros, pense no amor. Quando pensar em você mesmo, pense
com amor.
Depois, veja seus pensamentos se transformarem em realidade.
_Hoje, pensarei pensamentos curativos._

18 de agosto
Dando Valor ao Momento
_O desligamento envolve a vida presente — viver aqui e agora. Permitimos que a
vida aconteça em vez de forçá -la e tentar controlá -la. Eliminamos arrependimentos
do passado e medo do futuro. Fazemos o melhor de cada dia._
— Co-dependência nunca mais
Neste momento, estamos exatamente onde precisamos estar, exatamente onde
devemos estar.
Costumamos perder tempo e energia desejando que fô ssemos outra pessoa,
fazendo outra coisa, ou que estivéssemos em outro lugar. Ou desejando que nossa
situaçã o presente fosse outra.
Confundimos desnecessariamente a nó s mesmos e gastamos nossa energia
achando que nosso momento presente é um erro. Pois estamos exatamente onde
precisamos estar neste momento. Nossas emoçõ es, pensamentos, circunstâ ncias,
desafios, tarefas — tudo isso está em seu momento certo.
Estragamos a beleza do momento desejando algo mais.
Volte para você mesmo. Volte para o presente momento. Nã o mudaremos as coisas
fugindo ou abandonando o momento. Mudaremos as coisas entregando-nos e
aceitando o momento.
Alguns momentos sã o mais fá ceis de aceitar do que outros.
Confiar no processo, confiar em tudo isso, sem pensar no passado ou olhar longe
demais no futuro, requerem uma grande dose de fé. Entregue-se ao momento. Se
estiver sentindo raiva, fique com raiva. Se estiver estabelecendo um limite,
mergulhe nisso. Se estiver sofrendo, sofra. Mergulhe nisso. Entre onde o instinto o
levar. Se estiver esperando, espere. Se tiver uma tarefa a realizar, jogue-se no
trabalho. Entre no momento; o momento está certo.
Estamos onde estamos, e está tudo bem. É onde devemos estar para chegar onde
estaremos amanhã . E esse lugar será bom.
Tem sido planejado para nó s com amor.
_Deus, ajude-me a libertar-me da necessidade de ser alguém que nã o sou hoje.
Ajude-me a mergulhar totalmente no momento presente. Aceitarei e me entregarei
a meus momentos presentes — os momentos difíceis e os fá ceis, confiando em
todo o processo. Deixarei de tentar controlar o processo; em vez disso, relaxarei e
me deixarei vivê-lo._

19 de agosto
Libertando-se da Vergonha
A vergonha é esse sentimento escuro, poderoso, que nos puxa para trá s. Sim, a
vergonha pode evitar que ajamos impropriamente. Mas muitos de nó s aprendemos
a ligar a vergonha a comportamentos saudáveis que sã o bons para nó s.
Nas famílias problemá ticas a vergonha pode estar relacionada a comportamentos
saudáveis, como falar sobre emoçõ es, fazer escolhas, tomar conta de nó s mesmos,
divertir-nos, ter sucesso, ou mesmo sentir-nos bem com nó s mesmos.
A vergonha pode estar ligada a pedir o que queremos e desejamos, a nos
comunicar direta e honestamente, a dar e receber amor.
À s vezes, a vergonha se disfarça de medo, raiva, indiferença ou necessidade de fugir
e esconder-se, escreveu Stephanie E. Mas se nos sentirmos no escuro e nos
sentirmos mal em ser o que somos, provavelmente estamos com vergonha.
Ao nos recuperarmos, aprendemos a identificar a vergonha. Quando reconhecemos
isso, podemos começar a libertar-nos. Podemos amar e aceitar a nó s mesmos — a
partir de agora.
Temos o direito de ser, de estar aqui, de ser quem somos. E nunca devemos deixar
que a vergonha nos convença de outra coisa.
_Hoje, atacarei e dominarei a vergonha em minha vida._

20 de agosto
Honestidade nos Relacionamentos
Podemos ser honestos e diretos sobre nossos limites nos relacionamentos e sobre
os parâ metros de uma determinada relaçã o.
Talvez nenhuma á rea de nossa vida reflita mais a unicidade e a individualidade da
recuperaçã o do que a dos nossos relacionamentos. Alguns estã o numa relaçã o de
compromisso. Outros estã o numa relaçã o de namoro, enquanto outros, nã o. Uns
estã o vivendo com alguém. Outros desejariam estar vivendo com alguém. Alguns
desejariam estar comprometidos. Outros se envolvem num novo relacionamento
depois da recuperaçã o. E outros permanecem nos mesmos relacionamentos de
antes de começar a recuperar-se.
Também temos outros relacionamentos. Temos amizades. Relacionamentos com
crianças, com os pais, com os parentes. Temos relaçõ es profissionais - relaçõ es com
os colegas de trabalho.
Precisamos ser capazes de ser honestos e francos em nossos relacionamentos. Uma
á rea na qual podemos ser honestos e francos sã o os parâ metros de nossos
relacionamentos. Podemos definir nossas relaçõ es com as pessoas, uma ideia sobre
a qual escreveram Charlotte Kasl e outros, e podemos pedir a elas que sejam
honestas e diretas, definindo sua visã o do relacionamento conosco.
É confuso estar num relacionamento e nã o sabermos direito onde estamos - seja no
trabalho, numa amizade, com parentes ou no amor. Temos o direito de ser diretos
sobre o que define a relaçã o - o que queremos que seja. Mas os relacionamentos
envolvem duas pessoas que têm direitos iguais. A outra pessoa também precisa ser
capaz de definir a relaçã o. Temos o direito de saber e perguntar. Assim como eles
também têm.
A honestidade é a melhor política.
Podemos estabelecer limites. Se alguém deseja uma relaçã o mais intensa do que
nó s desejamos, podemos ser claros e honestos sobre o que queremos, sobre o nível
de participaçã o que pretendemos. Podemos dizer à pessoa o que razoavelmente
esperar de nó s, porque é isso o que queremos dar. Como a pessoa lidará com isso é
problema dela. Se queremos ou nã o dizer a ela, é problema nosso.
Podemos estabelecer limites e definir amizades quando existir confusã o.
Podemos mesmo definir relacionamentos com crianças, se os relacionamentos
ficarem exigentes demais e excederem nossos parâ metros. Precisamos definir as
relaçõ es de amor e o que isso significa para cada pessoa. Temos o direito de
perguntar e receber respostas claras. Temos o direito de fazer nossas pró prias
definiçõ es e ter nossas pró prias experiências. Assim como a outra pessoa, também.
Honestidade e franqueza é a ú nica política. À s vezes, nã o sabemos o que queremos
num relacionamento. À s vezes, é a outra pessoa que nã o sabe. Mas quanto mais
cedo definirmos o relacionamento, com a ajuda da outra pessoa, mais cedo
podemos decidir um curso de conduta apropriado para nó s mesmos.
Quanto mais claros formos num relacionamento, mais podemos cuidar de nó s
mesmos nesse relacionamento. Temos o direito a nossos limites, desejos e
necessidades. Assim como a outra pessoa, também. Nã o podemos forçar alguém a
estar num relacionamento ou participar num nível que desejamos se esse alguém
nã o quiser. Todos nó s temos o direito de nã o ser forçados.
A informaçã o é uma ferramenta poderosa, e saber o que um determinado
relacionamento representa - seus limites e definiçõ es - nos dará o poder de cuidar
de nó s mesmos dentro dele.
Os relacionamentos levam algum tempo para se formar, mas num determinado
ponto temos o direito de esperar uma clara definiçã o do que aquela relaçã o
representa e dos seus limites. Se as definiçõ es colidem, somos livres para tomar
uma nova decisã o baseados na informaçã o apropriada sobre o que precisamos
fazer para cuidar de nó s mesmos.
_Hoje, me empenharei em conseguir clareza e franqueza em meus relacionamentos.
Se agora tenho alguns relacionamentos obscuros e mal definidos, e se dei a eles
tempo suficiente para se formarem, começarei a agir para definir esse
relacionamento. Deus, ajude-me a libertar-me do medo de definir e compreender a
natureza de meus relacionamentos atuais. Guie-me à clareza - a pensar clara e
saudavelmente. Ajude-me a saber se o quero é certo. Ajude-me a saber que se nã o
puder conseguir isso da outra pessoa, o que quero ainda é certo, mas nã o é possível
no momento. Ajude-me a aprender a nã o abrir mã o do que quero e necessito, mas
dê-me o poder de fazer escolhas apropriadas e saudáveis sobre onde conseguir
isso._

21 de agosto

Desligando-se de relacionamentos.

Quando nos deparamos pela primeira vez com o conceito de desligamento, muitos
de nó s achamos isso censurável e questionável. Podemos pensar que desligar-se
significa nã o nos importarmos. Podemos acreditar que quando controlamos, nos
preocupamos e tentamos forçar que as coisas aconteçam, estamos demonstrando o
quanto nos importamos.

Podemos acreditar que controlar, preocupar-se e forçar irá de alguma forma causar
o resultado que desejamos. Controlar, preocupar-se e forçar nã o funcionam. Mesmo
quando estamos bem, controlar nã o funciona. Em alguns casos, controlar pode até
impedir que aconteça o que desejamos.

Enquanto praticamos o princípio de desligamento daquela pessoa em nossa vida,


começamos lentamente a aprender a verdade. O desligamento, de preferência
desligamento com amor, é um comportamento de relacionamento que funciona.

E também aprendemos algo mais. O desligamento - libertar-nos do desejo de


controlar as pessoas - melhora todos nossos relacionamentos. Abre a porta para o
melhor resultado possível. Reduz nosso nível de frustraçã o e nos liberta, e aos
outros, para viver em paz em harmonia.

Desligamento significa que nos importamos, conosco e com os outros. Liberta-nos


para tomar as melhores decisõ es possíveis. Capacita-nos a estabelecer os limites
que precisamos estabelecer. Permite que tenhamos nossos sentimentos, que
paremos de reagir e que iniciemos um método positivo de açã o. Encoraja os outros
a fazer o mesmo.

Permite ao nosso Poder Superior entrar e trabalhar.

_Hoje confiarei no processo de afastar-me com amor. Compreendo que nã o me


estou apenas libertando; estou libertando-me e deixando Deus entrar. Amo as
pessoas, mas também amo a mim mesmo._

22 de agosto
Responsabilidade por membros da família
_Ainda me lembro de minha mã e apertando o peito, ameaçando ter um ataque
cardíaco e morrer, e culpando-me por isso._
- Anô nimo
Para alguns de nó s a ideia de que somos responsáveis pelas emoçõ es de outras
pessoas tem suas raízes na infâ ncia e foi estabelecida por membros de nossa
família nuclear. Podem ter nos dito que tornamos nossa mã e ou pai infelizes, dando
diretamente a ideia de que também éramos responsáveis em fazê-los felizes. A
ideia de que somos responsáveis pela felicidade ou desgraça de nossos pais pode
instilar-nos sentimentos exagerados de poder e de culpa.
Nã o temos esse tipo de poder sobre nossos pais - sobre suas emoçõ es ou sobre o
curso de suas vidas. Nã o temos de permitir que eles tenham esse tipo de poder
sobre nó s.
Nossos pais fizeram o melhor que puderam. Mas mesmo assim nã o temos de
aceitar uma crença deles que nã o seja saudável. Eles podem ser nossos pais, mas
nã o estã o sempre certos. Eles sã o nossos pais, mas suas crenças e comportamentos
nem sempre sã o saudáveis e para o nosso melhor interesse.
Somos livres para examinar e escolher nossas crenças.
Liberte-se da culpa. Liberte-se dos sentimentos excessivos e inadequados de
responsabilidade para com seus pais e outros membros da família. Nã o temos de
permitir que suas crenças destrutivas controlem a nó s, aos nossos sentimentos, aos
nossos comportamentos ou à nossa vida.
_Hoje, começarei o processo de me libertar de qualquer crença derrotista que meus
pais tenham passado para mim. Empenhar-me-ei nas ideias apropriadas e nos
limites sobre quanto poder e quanta responsabilidade posso realmente ter em
meus relacionamentos com os meus pais._

23 de agosto

Cuidado pró prio

_Quando nos tornaremos dignos de amor? Quando nos sentiremos seguros?


Quando conseguiremos toda proteçã o,carinho e amor que tanto desejamos?
Conseguiremos quando começarmos a dar isso a nó s mesmos. _- Para além da co-
dependência.

A ideia de dar a nó s mesmos o que desejamos e queremos pode ser confusa,


principalmente se passamos muitos anos sem saber que é certo cuidarmos de nó s
mesmos. Deixar de dirigir nossa energia e nossa concentraçã o para os outros e
suas responsabilidades e pô r essa energia em nó s mesmos e em nossas
responsabilidades é um comportamento de recuperaçã o que pode ser adquirido.
Aprendemos isso com a prá tica diá ria.

Começamos relaxando, respirando fundo e abandonando nosso medo o suficiente


para nos sentirmos em paz. Depois nos perguntamos: O que preciso fazer para
cuidar de mim hoje, ou nesse momento?

O que preciso e quero fazer?


O que demonstraria amor e responsabilidade pró prios?

Estou preso a crença de que os outros sã o responsáveis em me fazer feliz,


responsáveis por mim? Entã o a primeira coisa que preciso fazer é corrigir meus
sistema de crenças. Eu sou responsável por mim mesmo.

Sinto-me ansioso e preocupado quanto à s responsabilidades que venho


negligenciando? Entã o talvez precise abandonar o medo e cuidar dessas
responsabilidades.

Estou sentindo-me esmagado, fora de controle? Talvez precise voltar ao primeiro


passo.

Tenho trabalho demais? Talvez precise tirar um tempinho pra mim e divertir-me
um pouco.

Venho negligenciando meu trabalhos ou minhas tarefas diá rias? Entã o talvez o que
preciso fazer é voltar à minha rotina.

Nã o há receita, fó rmula ou manual para cuidar de si mesmo. Cada um tem um guia


e esse guia está dentro de nó s. Precisamos perguntar-nos: o que preciso fazer para
cuidar de mim mesmo com responsabilidade e carinho? Depois precisamos ouvir a
resposta. Cuidar de si mesmo nã o é tã o difícil assim. A parte mais desafiante é
confiar na resposta e ter a coragem de fazer o que ouvimos.

_Hoje me concentrarei em cuidar de mim mesmo. Confiarei em mim mesmo e em


meu Poder Superior para me guiar nesse processo._

24 de agosto
Oitavo Passo
_Fizemos uma lista de pessoas que prejudicamos, e nos dispusemos a nos reparar
com todas elas._ - Oitavo Passo de Al-Annon
O Oitavo Passo nã o é para nos punir; é para nos libertar da culpa, da ansiedade e da
discó rdia.
Começamos a fazer uma lista de todos os que prejudicamos em nossa jornada,
quando lutávamos para sobreviver. Provavelmente causamos mais danos a nó s
mesmos do que aos outros, entã o nó s colocamos em primeiro lugar na lista.
Quase sempre nossa tendência é nos sentirmos culpados quanto a tudo que
fizemos, a todos que tivemos contato. É uma culpa nã o merecida. Escrever ajuda
nos a esclarecer se estamos ou nã o nos punindo com razã o. Mas precisamos fazer
uma lista enquanto trabalhamos este Passo, colocando tudo para fora de nó s e no
papel, para que possamos ser curados.
Depois de fazermos a lista, nos empenhamos em nos tornar desejosos de nos
reparar com todos que incluímos nela, porque é assim que nó s curaremos.
Repararmo-nos nã o significa sentir-nos culpados e envergonhados e punir a nó s
mesmos; significa engolir nossos orgulhos e defesas, e fazer o que puder para
cuidar de nó s mesmos. Tornamo-nos prontos para melhorar nosso amor-pró prio e
assumir responsabilidade por nossos atos. Tornamo-nos desejosos de ver
restaurado nosso relacionamento com nó s mesmos, com os outros e com nosso
Poder Superior.
_Hoje, me abrirei para uma compreensã o honesta de todos a quem magoei. Deus,
ajude-me a libertar-me das minhas defesas de orgulho. Ajude-me a tornar-me
disposto a promover reparaçõ es à queles a quem magoei, para que possa melhorar
a relaçã o comigo mesmo e com os outros._

25 de agosto

26 de agosto
Reparando-nos
_Promova as reparaçõ es diretamente com as pessoas sempre que possível, exceto
quando isso poderá magoar a elas ou aos outros._
Nono Passo do Al-Anon
Quando tentamos uma reparaçã o, precisamos ser claros sobre o que nos estamos
desculpando e sobre a melhor maneira de dizer que sentimos muito. O que
estamos realmente fazendo com nossa reparaçã o é assumir a responsabilidade por
nosso comportamento. Precisamos ter a certeza de que o processo em si nã o será
derrotista ou ofensivo.
À s vezes, precisamos dirigir a desculpa para alguma coisa em particular que
fizemos ou para a nossa parte num problema.
Outras vezes, em vez de dizer "sinto muito", precisamos é trabalhar para mudar
nosso comportamento com aquela pessoa.
Há ocasiõ es em que relembrar o que fizemos e nos desculpar por aquilo só
piorarã o as coisas.
Nesse processo de promover reparaçõ es precisamos confiar em nossa intuiçã o, em
nossa lista e em nossa percepçã o das ocasiõ es certas. Uma vez dispostos, podemos
libertar-nos e promover nossa reparaçã o de forma pacífica, consistente e
harmoniosa. Se nada parece certo ou apropriado, se parecer que o que estamos
querendo fazer causará uma crise ou danos, devemos confiar nessa intuiçã o.
Atitude, honestidade, abertura e desejo contam aqui. Em paz e harmonia podemos
empenhar-nos em esclarecer nossos relacionamentos.
Merecemos estar em paz com nó s mesmos e com os outros.
_Hoje, me abrirei para fazer reparaçõ es necessá rias com certas pessoas. Esperarei
pela Orientaçã o Divina no processo de promover quaisquer reparos que nã o
estejam claros para mim. Agirei, quando conduzido. Deus, ajude-me a libertar-me
do medo de enfrentar as pessoas e ser responsável por meus atos. Ajude-me a
saber que nã o estou diminuindo meu amor-pró prio fazendo isso; estou
melhorando._

27 de agosto
28 de agosto
Cuidando de Nó s Mesmos no Trabalho
É certo cuidar de nó s mesmos no trabalho. Nã o é apenas certo; é necessá rio.
Cuidar de nó s mesmos no trabalho significa que lidamos apropriadamente com os
sentimentos; assumimos responsabilidade por nó s mesmos. Desligamo-nos,
quando o desligamento é necessá rio. Estabelecemos limites, quando precisamos
fazer isso.
Negociamos conflitos; tentamos separar nossos problemas dos problemas dos
outros, e nã o exigimos perfeiçã o de nó s mesmos nem dos outros.
Libertamo-nos da necessidade de controlar o que nã o podemos controlar. Em vez
disso, esforçamo-nos pela paz e flexibilidade, usando nosso poder para ser quem
somos e tomar conta de nó s mesmos.
Nã o toleramos abusos, nem abusamos ou maltratamos ninguém. Trabalhamos para
libertar-nos do medo e desenvolver a confiança apropriada. Tentamos aprender de
nossos erros, mas nos perdoamos quando os cometemos.
Nã o tentamos aceitar trabalhos dos quais possivelmente nã o daremos conta ou que
nã o sã o certos para nó s. Se nos encontramos numa dessas situaçõ es tratamos do
assunto responsavelmente.
Verificamos quais sã o nossas responsabilidades, e geralmente nos prendemos a
elas, a menos que um outro acordo seja feito. Deixamos lugar para dias ó timos e
outros nã o tã o bons.
Somos gentis e carinhosos com as pessoas sempre que possível, mas somos francos
e firmes quando isso é necessá rio. Aceitamos nossas forças e construímos com elas.
Aceitamos nossas fraquezas e limitaçõ es incluindo as limitaçõ es de nosso poder.
Lutamos para parar de tentar controlar e mudar o que nã o é nosso problema
mudar. Concentramo-nos no que é nossa responsabilidade e no que podemos
mudar.
Estabelecemos objetivos razoáveis. Levamo-nos em consideraçã o. Empenhamo-nos
em conseguir o equilíbrio.
À s vezes, proporcionamos a nó s mesmos uma boa sessã o de lamentaçõ es para
botar tudo para fora, mas fazemos isso apropriadamente, de uma forma que
signifique cuidarmos de nó s mesmos e soltar nossos sentimentos, e nã o para nos
sabotarmos. Lutamos para evitar intrigas maliciosas e outros comportamentos
derrotistas.
Evitamos a competiçã o, buscamos a cooperaçã o e um espírito amoroso.
Compreendemos que podemos gostar de algumas pessoas com as quais
trabalhamos e nã o gostar de outras, mas lutamos para estar em harmonia e
equilíbrio com todos. Nã o escondemos a nó s mesmos como nos sentimos sobre
determinada pessoa, mas lutamos para manter um bom relacionamento de
trabalho sempre que possível.
Quando nã o sabemos, dizemos que nã o sabemos. Quando precisamos de ajuda,
pedimos por ela diretamente. Quando o pâ nico se estabelece, lidamos com o pâ nico
como um assunto separado e tentamos nã o deixar nosso trabalho e
comportamento serem controlados por ele.
Lutamos para tomar conta responsavelmente de nó s mesmos pedindo pelo que
precisamos no trabalho, enquanto nã o negligenciamos a nó s mesmos.
Se somos parte de uma equipe, lutamos por um trabalho saudável em equipe como
oportunidade para aprender a trabalhar em cooperaçã o com os outros.
Se alguma coisa nos parece louca, se nos encontramos trabalhando com uma
pessoa viciada ou que tenha algum tipo de distú rbio que pode criar problemas,
tornamos nó s mesmos mais loucos negando o problema. Nó s o admitimos nos
empenhamos calmamente em descobrir o que é preciso ser feito para cuidarmos
de nó s mesmos.
Libertamo-nos de nossa necessidade de ser má rtires ou salvadores no trabalho.
Sabemos que nã o temos de ficar em situaçõ es que nos tomem infelizes. Em vez de
sabotar um sistema ou a nó s mesmos, planejamos uma soluçã o positiva,
compreendendo que precisamos assumir responsabilidade por nó s mesmos ao
longo do caminho.
Deixamos de ser vítimas, e trabalhamos para acreditar que merecemos o melhor.
Praticamos a aceitaçã o, a gratidã o e a fé.
Um dia de cada vez, lutamos para desfrutar o que é bom, resolver os problemas que
nos cabe resolver, e dar o presente de nó s mesmos no trabalho.
_Hoje, prestarei atençã o a quais comportamentos de recuperaçã o posso praticar
para melhorar minha vida no trabalho. Cuidarei de mim mesmo no trabalho. Deus,
ajude-me a libertar-me da necessidade de ser vítima do trabalho. Ajude-me a estar
aberto a todas as coisas boas que estejam disponíveis para mim no trabalho._

29 de agosto
Assumindo Nossa Energia
_Aprenda a manter sua energia dentro de si._
- Women, Sex, and Addiction
Charlotte Davis Kasl, Ph.D.
Por muitas razõ es, podemos ter desenvolvido a arte de dar a outrem nossa energia.
Podemos ter aprendido isso quando éramos jovens porque os sentimentos que
tínhamos eram esmagadores demais para serem suportados, e nã o sabíamos como
lidar com eles.
Muito de nossa obsessã o, de nossa intensa concentraçã o nos outros serve para
facilitar essa experiência "fora do corpo" que chamamos de co-dependência.
Ficamos obcecados, gaguejamos, ficamos ansiosos. Tentamos controlar os outros,
tomar conta deles e irritá -los. Nossa energia foge de nó s em direçã o a seja quem
for.
Nossa energia e nossa energia. Nossos sentimentos, pensamentos, problemas,
nosso amor, nossa sexualidade; nossa energia mental, física, espiritual, sexual,
criativa e emocional é nossa.
Podemos aprender a ter limites saudáveis - parâ metros saudáveis - em volta de nó s
e de nossa energia. Podemos aprender a manter nossa energia dentro de nó s
mesmos e lidar com nossos problemas.
Se estivermos tentando escapar de nosso corpo, se nossa energia estiver saindo de
forma nã o saudável, podemos perguntar-nos o que está acontecendo, o que nos
está ferindo, o que estamos evitando, o que precisamos enfrentar, como que
precisamos lidar.
Entã o, podemos fazer isso. Podemos voltar a viver dentro de nó s mesmos.
_Hoje manterei minha energia em meu corpo. Ficarei atento aos meus limites, e
dentro deles. Deus, ajude-me a libertar-me da necessidade de escapar de mim
mesmo. Ajude-me a enfrentar os problemas para que eu fique confortável vivendo
em meu corpo._

30 de agosto
Aceitando o Melhor
Nã o tenho de fazer nada melhor do que posso - jamais.
Faça o melhor que possa no momento, depois deixe correr. Se temos de refazer,
podemos fazer o nosso melhor em outro momento, mais tarde.
Nunca podemos fazer mais ou melhor do que somos capazes de fazer naquele
momento. Punimos a nó s mesmos e nos fazemos sentir loucos se esperamos fazer
agora além do que podemos.
Lutar pela excelência e uma qualidade positiva.
Lutar pela perfeiçã o é derrotismo.
Alguém nos disse para fazermos, darmos ou sermos _mais_, ou espera que façamos
demos ou sejamos _mais_? Sempre achamos que precisamos da de alguém?
Há uma hora em que sentimos que fizemos o melhor. Quando essa hora chegar,
deixe correr.
Há dias em que nosso melhor _é_ menos do que esperávamos. Deixe esse tempo
correr também. Comece de novo amanhã . Trabalhe as coisas com profundidade, até
que o nosso melhor fique ainda melhor.
Há hora para a crítica construtiva, mas se isso é tudo que damos a nó s mesmos
acabamos desistindo.
Dar poder e elogiar a nó s mesmos nã o nos tomarã o preguiçosos. Alimentar-nos-á e
nos capacitará a dar, a fazer e ser o melhor que podemos.
_Hoje, farei o melhor que posso, depois deixarei correr. Deus, ajude-me a parar de
me criticar para que eu possa começar a apreciar o quã o longe cheguei._

31 de agosto
Negaçã o
Venho recuperando-me há anos. Usei a negaçã o muitas vezes. Isso tem sido uma
defesa, um artifício de sobrevivência, um comportamento de luta e, à s vezes, quase
meu modo de ser. Tem sido tanto um amigo como um inimigo.
Quando eu era criança usei a negaçã o para proteger a mim e a minha família.
Protegi a mim mesmo de ver coisas dolorosas demais para serem vistas, e de
sentimentos esmagadores demais para serem sentidos. A negaçã o conduziu-me em
segurança através de muitas situaçõ es traumá ticas, quando eu nã o tinha outros
recursos para a sobrevivência.
O aspecto negativo de usar a negaçã o é que perdi o contato comigo mesmo e com
meus sentimentos. Tornei-me capaz de participar de situaçõ es prejudiciais sem
mesmo saber que estava ferindo. Fui capaz de tolerar muita dor e muitos abusos
sem a menor noçã o de que isso nã o era o normal.
Aprendi a participar do abuso a mim mesma.
A negaçã o protegeu-me da dor, mas também me fez ficar cega aos meus
sentimentos, as minhas necessidades e a mim mesma. Era como um pesado
cobertor que me cobria e sufocava.
Um dia, comecei a recuperar-me. Tinha clarõ es de consciência quanto a minha dor,
a meus sentimentos e meus comportamentos. Comecei a ver a mim mesma e ao
mundo como realmente somos. Havia tanta negaçã o de meu passado que se o
cobertor fosse arrancado de repente de mim eu teria morrido do choque da
exposiçã o. Para abraçar os instintos, as lembranças, a consciência e a cura, isso
precisava ser feito gentilmente, gradualmente.
A vida participou desse processo comigo. É uma professora amável. Enquanto eu
me recuperava, fui conduzida aos incidentes e as pessoas de que precisava para me
lembrar do que ainda estava negando, me dizer onde eu precisava de mais cura de
meu passado, como eu poderia superar esses sentimentos.
Quando preciso, ainda uso a negaçã o e mergulho nela. Quando os ventos das
mudanças sopram, perturbando uma estrutura familiar e preparando-me para o
novo, pego meu cobertor e me escondo por um tempo. À s vezes, quando alguém
que amo tem um problema, escondo-me sob o cobertor, momentaneamente. As
lembranças emergem das coisas negadas, lembranças que precisam ser lembradas,
sentidas e aceitas para que eu possa continuar a ser curada forte e saudavelmente.
À s vezes, sinto-me envergonhada pelo tempo que levo lutando para a aceitaçã o da
realidade. Sinto-me embaraçada quando me vejo de novo obnubilada pela névoa da
negaçã o.
Entã o algo acontece, e constato que estou avançando. A experiência era necessá ria,
conectada, de forma alguma um erro, mas sim uma importante parte da cura.
É um processo excitante, essa jornada chamada recuperaçã o, mas compreendo que
posso à s vezes usar a negaçã o para ajudar-me a superar maus pedaços. Sou
também consciente de que a negaçã o é um amigo e um inimigo. Estou alerta para
os sinais de perigo: aqueles sentimentos nublados e confusos ... falta de energia ...
sentimentos compulsivos ... correndo de forma rá pida ou dura demais ... evitando
mecanismos de apoio.
Ganhei um saudável respeito pela nossa necessidade de usar a negaçã o como um
cobertor para envolver-nos quando ficamos com muito frio. Nã o é meu trabalho
correr por aí arrancando o cobertor das pessoas ou envergonhando-as por usarem
cobertor. A vergonha deixa-as mais frias, leva-as a se enrolarem mais ainda no
cobertor. Arrancar o cobertor é perigoso. Elas podem morrer de exposiçã o, da
mesma forma que eu poderia ter morrido.
Aprendi que a melhor coisa que posso fazer perto de pessoas enroladas nesse
cobertor é fazê-las sentirem-se quentes e seguras. Quanto mais sentirem calor e
segurança, mais capazes serã o de se livrar do cobertor. Nã o tenho de apoiar ou
encorajar a negaçã o delas. Eu posso ser direta. Se outros estã o em negaçã o sobre
alguma coisa em particular, e suas atividades sã o prejudiciais a mim, nã o tenho de
estar em volta deles. Desejo bem a eles e tomo conta de mim mesma. Veja, se eu
ficar muito tempo junto de alguém que me está prejudicando, inevitavelmente
pegarei meu cobertor de novo.
Tenho a tendência de ser atraída pelas pessoas calorosas. Quando estou em volta
de pessoas calorosas, nã o vejo necessidade de usar meu cobertor.
Ganhei respeito por criar ambientes calorosos, onde os cobertores nã o sã o
necessá rios, ou pelo menos nã o por um longo tempo. Conquistei a confiança da
mesma forma que as pessoas se curam e lidam com a vida.
_Deus, ajude-me a ser aberto e a confiar no processo que me cura de tudo que
tenho negado de meu passado. Ajude-me a lutar pela consciência e aceitaçã o, mas
também ajude-me a ter carinho e compaixã o por mim mesmo - pelos outros - pelos
tempos em que usei a negaçã o._

01 de Setembro
Paciência
À s vezes, conseguimos logo o que desejamos. Outras vezes, imaginamos se nossos
desejos algum dia serã o realizados.
Seremos atendidos da melhor maneira possível, e o mais rapidamente possível.
Mas as coisas levam tempo. À s vezes, precisamos primeiro aprender uma liçã o, a
liçã o que nos prepara para que possamos aceitar o bem que merecemos. Tudo está
sendo trabalhado em nó s e nos outros. Nossos bloqueios estã o sendo removidos.
Uma só lida estrutura está sendo preparada.
Seja paciente. Relaxe e confie. Deixe estar. Depois, deixe estar ainda mais. As boas
coisas estã o sendo planejadas para nó s. Iremos recebê-las no primeiro momento
disponível. Teremos tudo que nosso coraçã o deseja.
Relaxe e confie.
_Hoje, identificarei o que desejo e necessito; depois estarei disposto a relaxar.
Devotarei minha energia a viver a vida hoje, a aprender as liçõ es o mais rá pido
possível. Confiarei em que o que desejo e necessito está vindo a mim. Abandonarei
a necessidade de controlar detalhes._

02 de setembro
Desligando-nos dos Filhos com Amor
_Uma coisa é desligar-me do meu marido e deixá -lo sofrer as consequências. Mas
como posso desligar-me de meus filhos? Com os filhos nã o é diferente? Nã o temos
responsabilidades como pais?_
-Frequentadora do Al-Anon
Realmente, nossas responsabilidades com os filhos sã o diferentes das que temos
com os adultos. Somos financeiramente responsáveis por nossos filhos; somos
responsáveis em prover suas necessidades físicas e materiais.
Nossos filhos precisam ser ensinados a ajudar a si mesmos - desde amarrar os
sapatos até fazer planos sociais. Eles precisam de nosso amor e orientaçã o.
Precisam da observaçã o constante dos limites, uma vez que estabelecemos esses
limites. Precisam de um ambiente carinhoso e incentivador para crescer. Precisam
de ajuda para aprender os valores.
Mas nã o somos responsáveis por controlar nossos filhos. Ao contrá rio da crença
geral, controlar nã o funciona. Disciplina e carinho, sim - se forem combinados. A
vergonha e a culpa interferem com o aprendizado de nossos filhos e com nossa
condiçã o de pais. Precisamos tratar nossos filhos de uma maneira responsável e
torná -los responsáveis por suas açõ es numa idade apropriada. Precisamos apenas
fazer nosso melhor.
Podemos deixar que nossos filhos tenham seu pró prio processo de vida; podemos
ter nosso pró prio processo. E podemos cuidar de nó s mesmos nesse processo.
Procurar o equilíbrio. Procurar a sabedoria. Nã o buscar controlar, mas sim assumir
nosso poder como pessoas que sã o pais.
_Hoje, Deus, ajude-me a encontrar um equilíbrio de responsabilidades para com
meus filhos. Ajude-me a ser pai ou mã e através de carinho e disciplina, em vez de
controle._

3 de Setembro
Poder Mundial
_Sei que sou controladora, mas meu marido também é. Talvez mais do que eu. Cada
vez que queria deixá -lo, cada vez que ameaçava ir embora, ele sabia exatamente o
que dizer para me fazer ficar. Sabia que eu ficaria. Sabia exatamente o que eu
precisava ouvir para me manter onde ele me queria. Sabia o que estava fazendo e
sabia o que eu iria fazer. Eu sei, porque depois que comecei a me recuperar ele me
contou._ - Anô nimo
Alguns de nó s somos vulneráveis à s palavras.
Um "eu te amo" na hora certa. Um momento escolhido para “Sinto muito". Uma
desculpa no tom certo de voz. Um carinho nos cabelos. Uma dú zia de rosas. Um
beijo. Um cartã o. Algumas palavras que juram amor que ainda tem de ser
demonstrado podem nos levar à negaçã o. À s vezes, podem nos levar a crer que nã o
estamos sendo mentidos, maltratados ou abusados.
Existem pessoas que deliberadamente decidem nos influenciar, controlar e
manipular através de conversa barata! Sabem e compreendem perfeitamente a
nossa vulnerabilidade a algumas palavras ditas na hora certa! Deixe de ser ingênuo.
Eles sabem o que estã o fazendo. Compreendem seu impacto sobre nó s!
Nã o temos de dar tal poder a palavras, mesmo que elas sejam exatamente o que
desejamos e precisamos ouvir, mesmo que _soem tã o bem_, mesmo que pareçam
estancar a dor.
Mais cedo ou mais tarde compreenderemos que, se as palavras nã o combinam com
o comportamento da pessoa, estamos nos permitindo ser controlados,
manipulados e tapeados. Mais cedo ou mais tarde descobriremos que aquilo tudo é
conversa fiada, a menos que o comportamento da pessoa combine com as palavras.
Podemos passar a exigir congruência no comportamento e nas palavras daqueles
que estã o à nossa volta. Podemos aprender a nã o ser manipulados ou influenciados
por conversa tola.
Nã o podemos controlar o que os outros fazem, mas podemos escolher nosso
pró prio comportamento e nossos cursos de açã o. Nã o temos de deixar conversa
fiada, bem estudada, controlar-nos – mesmo que as palavras que ouvimos sejam
exatamente o que precisamos ouvir para estancar nosso sofrimento.
_Hoje, me libertarei de minha vulnerabilidade à s palavras. Deus, ajude-me a confiar
em mim mesmo para reconhecer a verdade quando estou sendo enganado. Ajude-
me a manter aqueles relacionamentos em que haja consistência. Ajude-me a
acreditar que mereço consistência e verdade no comportamento e nas palavras
daqueles a quem amo._

04 de setembro
Encontrando a Direçã o
_Eu costumava passar tanto tempo reagindo e atendendo a todos que minha vida já
nã o tinha direçã o. A vida, os problemas e os desejos de outras pessoas
estabeleciam o curso de minha vida. Quando descobri que era certo pensar e
identificar o que eu desejava, coisas impressionantes começaram a acontecer em
minha vida._
Anô nimo
Cada um de nó s tem uma vida para viver, uma vida de propó sito e significado.
Podemos ajudar nosso Poder Superior a dar direçã o e propó sito à nossa vida
estabelecendo objetivos.
Podemos estabelecer objetivos anual, mensal ou diariamente, nas horas de crise.
Objetivos criam direçã o e paz; objetivos ajudam-nos a conseguir uma vida
controlável, que pode ser conduzida na direçã o que nó s mesmos escolhermos.
Podemos ajudar a dar direçã o a nossa vida estabelecendo objetivos.
_Hoje, prestarei atençã o em estabelecer um curso de açã o para minha vida, ao
invés de deixar que os outros controlem minha vida e meus assuntos._

05 de setembro
O Décimo Passo
_Continuamos fazendo o inventá rio pessoal e, quando estávamos errados, nó s o
admitíamos prontamente._
Décimo Passo do Al-Anon
Uma vez que tenhamos alcançado esse Passo, podemos manter e aumentar nossa
autoestima trabalhando regularmente o Décimo Passo.
Esse passo incorpora o processo que percorremos do Quarto ao Nono Passo. Nã o
trabalhamos esse Passo para punir a nó s mesmos ou nos manter sob um
microscó pio crítico e degradante. Fazemos isso para conservar a autoestima e a
harmonia em nossos relacionamentos com nó s mesmos e com os outros. Fazemos
isso para continuarmos nos trilhos.
Quando um assunto ou problema emerge e precisa de nossa atençã o, identifique-o
e discuta-o abertamente com pelo menos uma pessoa de confiança e com Deus.
Aceite-o. Deseje sinceramente libertar-se dele. Peça a Deus para tirá -lo de nó s.
Tenha uma mudança de disposiçã o no sentido de fazer tudo para promover as
reparaçõ es que se fizerem necessá rias - para fazer o que for preciso para cuidar de
si mesmo. Tome uma atitude apropriada para resolver o assunto. Entã o, liberte-se
da culpa e da vergonha.
Esta é uma fó rmula simples para tomarmos conta de nó s mesmos. É assim que
mudamos. É assim que permanecemos mudados. Esse é o processo para a cura e a
saú de. Esse é o processo para obtermos responsabilidade pró pria e auto-estima.
Na pró xima vez que fizermos algo que nos incomoda, na pró xima vez que sairmos
dos trilhos ou do rumo, nã o precisaremos gastar tempo ou energia nos sentindo
envergonhados. Podemos dar o Décimo Passo. Deixe o processo acontecer. E
continue com sua vida.
_Deus, ajude-se a fazer deste e dos outros Passos uma maneira habitual de
responder à vida e aos meus problemas. Ajude-me a saber que sou livre para viver,
para permitir-me experimentar totalmente a vida. Se sair do caminho ou se
aparecer um problema que exija minha atençã o, ajude-me a lidar com ele usando o
Décimo Passo._
06 de setembro
O Bem no Décimo Passo
O Décimo Passo diz: "Continuamos fazendo o inventá rio pessoal e, quando errados,
nó s o admitíamos prontamente." Isso nã o sugere que ignoremos o que está certo
em nossa vida. Diz que continuemos a fazer um inventá rio pessoal e nos
mantenhamos focalizados em nó s mesmos.
Quando fazemos um inventá rio, sempre queremos incluir muitas coisas. Podemos
buscar sentimentos que exigem nossa atençã o. Podemos buscar de volta a baixa
auto-estima. Podemos procurar as velhas maneiras de pensar, sentir e agir.
Podemos procurar erros que precisamos corrigir.
Mas uma parte importante de nosso inventá rio é concentrar-nos no que estamos
fazendo corretamente e em tudo que esteja ocorrendo de bom à nossa volta.
Parte de nossa co-dependência está em nos concentrarmos excessivamente no que
está errado e no que podemos estar fazendo errado - real ou imaginá rio.
Procure sem medo, com um olhar carinhoso e positivo. O que fez de certo hoje?
Comportou-se diferente do que teria feito há um ano? Procurou por alguém e
permitiu-se ser vulnerável? Pode cumprimentar-se por isso.
Teve um dia ruim, mas lidou bem com isso? Demonstrou gratidã o ou aceitaçã o?
Correu um risco, assumiu seu poder, estabeleceu um limite? Assumiu
responsabilidade por si mesmo de uma forma que nã o teria feito antes?
Reservou tempo para rezar ou meditar? Confiou em Deus? Deixou alguém fazer
alguma coisa para você?
Até em nossos piores dias podemos encontrar pelo menos uma coisa que fizemos
direito. Algo para nos sentirmos esperançosos. Algo para almejar. Podemos
concentrar-nos realisticamente nas visõ es do que isso pode ser.
_Deus, ajude-me a libertar-me da minha necessidade de ficar imerso em
negativismo. Posso mudar a energia de negativa para positiva em mim e em meu
ambiente. Reafirmarei o bom até que isso pareça e se torne real. Buscarei também
uma qualidade que gosto em alguém importante para mim e correrei o risco de
dizer isso a ele ou ela._

07 de setembro
Impotência Quanto aos Outros
Deixemos de dar desculpas por outras pessoas.
Deixemos de dar desculpas por nó s mesmos.
Embora nosso objetivo seja desenvolver a compaixã o e conseguir o perdã o, a
aceitaçã o e o amor, nosso objetivo também é aceitar a realidade e tornar as pessoas
responsáveis por seus pró prios atos. Podemos também nos tornar responsáveis
por nosso pró prio comportamento e, ao mesmo tempo, ter compaixã o e
compreensã o por nó s mesmos.
Quando falamos de impotência, isso nã o quer dizer irresponsabilidade. Nã o temos
o poder de controlar o que os outros fazem, fizeram ou venham a fazer. Estamos
estabelecendo que queremos pô r fim a uma vida ineficaz baseada no poder e no
controle. E estamos começando uma jornada espiritual, mental e emocional na qual
assumimos responsabilidade por nó s mesmos.
Nã o somos vítimas. Nã o somos impotentes. Aceitar a falta de poder quando isso é
apropriado nos capacita a começar a exercer nosso verdadeiro poder para
cuidarmos de nó s mesmos.
_Hoje evitarei dar desculpas pelos meus atos e os de outrem. Deixarei que as
consequências e a responsabilidade recaiam onde devem._

08 de setembro
Acabando com Nossa Dor
_Alguns sentimentos meus têm estado guardados por tanto tempo que se
congelaram._
— Para além da Codependência
Existem muitas fontes de dor em nossa vida. Nó s, que nos recuperamos de
problemas de adulto-criança e de codependência, frequentemente temos um poço
cheio de dores nã o resolvidas do passado. Temos sentimentos, à s vezes desde a
infâ ncia, ou que nos ferem demais para que os sintamos, ou para os quais nã o
tivemos apoio ou permissã o para lidar.
Há ainda outras inevitáveis fontes de dor em nossa vida. Há a tristeza e a dor que
aparecem quando experimentamos mudanças - mesmo boas mudanças -, quando
terminamos uma etapa de nossa vida e começamos e uma jornada para o novo.
Há dor na recuperaçã o, quando começamos a nos permitir sentir ao deixarmos cair
o nosso escudo protetor da negaçã o.
Há a dor que nos guia e orienta a melhores escolhas para nosso futuro.
Temos muitas escolhas sobre como parar a dor. Talvez já tenhamos experimentado
diversas opçõ es. Comportamentos compulsivos e viciosos param a dor -
temporariamente. Talvez tenhamos usado á lcool, outras drogas, relacionamentos,
ou sexo para parar nossa dor.
Podemos falar compulsivamente ou concentrar-nos compulsivamente em outras
pessoas e suas necessidades como uma maneira de evitar ou parar a nossa dor.
Podemos usar a religiã o para negar nossos sentimentos.
Para parar a nossa dor podemos recorrer à negaçã o de como nos estamos sentindo.
Podemos ficar tã o ocupados que nã o temos tempo de sentir. Podemos usar o
dinheiro, exercícios ou comida para parar nossa dor.
Temos muitas escolhas. Para sobreviver podemos já ter usado algumas dessas
opçõ es, somente para descobrir que sã o como analgésicos - reduzem a dor
temporariamente, mas nã o resolvem o problema. Nã o acabam definitivamente com
a doença; apenas a aplacam.
Ao nos recuperarmos, há uma escolha melhor de como parar a dor. Podemos
enfrentá -la e senti-la. Quando estamos prontos, com a ajuda de nosso Poder
Superior, podemos conseguir coragem para sentir a dor, libertar-nos dela, e deixar
que ela nos leve adiante - a uma nova decisã o, a uma vida melhor.
Podemos parar com nossos comportamentos que causam dor, se isso for
apropriado. Podemos tomar a decisã o de nos retirarmos de situaçõ es que causam
dores semelhantes e repetidas. Podemos aprender a liçã o que a nossa dor nos está
tentando ensinar.
Se nos estamos sentindo apedrejados pela dor, existe uma liçã o. Confie nisso. Algo
está sendo trabalhado em nó s. A resposta nã o virá de comportamentos viciosos ou
compulsivos; receberemos a resposta quando sentirmos nossas emoçõ es.
É preciso coragem para parar e sentir o que devemos sentir. À s vezes, temos dentro
de nó s algo que se assemelha a infindáveis camadas de dor. A dor machuca. A
tristeza machuca. Nada disso é bom. Mas também nã o é nada bom viver com o que
já está lá : e nem viver a vida inteira com os velhos e novos pacotes de dor,
armazenados e empilhados dentro de nó s.
Só vai doer por algum tempo, nã o mais que o necessá rio para nos curar. Podemos
confiar em que se devemos sentir dor é porque é parte da cura e é bom. Podemos
vir a desejar entregar-nos e aceitar os inevitáveis sentimentos dolorosos que
formam uma grande parte da recuperaçã o.
Vá com o fluxo, mesmo quando ele nos conduz através de sentimentos
desconfortáveis. A liberaçã o, a liberdade, a cura e os bons sentimentos estã o do
outro lado.
_Hoje, estou aberto e disposto a sentir o que preciso sentir. Estou disposto a parar
com meus comportamentos compulsivos. Estou disposto a libertar-me da negaçã o.
Estou disposto a sentir o que for preciso para me sentir curado, saudável e inteiro._

9 de Setembro
Perspectivas
Quase sempre tentamos obter uma clara perspectiva antes do tempo.
Isso nos enlouquecerá .
Nem sempre sabemos por que as coisas estã o acontecendo. Nem sempre sabemos
quanto tempo uma determinada relaçã o durará . Nem sempre compreendemos a
origem de nossos sentimentos, nem por que estamos sendo levados por um
determinado caminho, o que está acontecendo dentro de nó s, o que estamos
aprendendo, por que necessitamos de reciclar, por que tivemos de esperar, por que
precisamos ter disciplina, ou por que uma porta se fechou. Nem sempre sabemos
com clareza como as circunstâ ncias funcionarã o no esquema maior das coisas. É
assim que tem que ser.
A perspectiva virá retrospectivamente.
Podemos tentar hoje durante horas perceber o significado de algo que pode
acontecer num determinado momento do ano que vem.
Liberte-se disso. Podemos jogar fora nossa necessidade de adivinhar as coisas, de
nos sentirmos em controle.
Agora é hora de relaxar. De sentir. De atravessar isso. De permitir que as coisas
aconteçam. De aprender. De deixar que seja o que for que esteja trabalhando
dentro de nó s tome seu curso.
No futuro, olhando para trá s, saberemos. Tudo se tornará claro. Por hoje, ser é o
bastante. Disseram-nos que todas as coisas funcionarã o para o bem de nossa vida.
Podemos confiar em que isso acontecerá , mesmo se nã o podemos ver o lugar que
os eventos de hoje ocuparã o no contexto geral.
_Hoje, deixarei as coisas acontecerem sem tentar decifrar tudo. Se tudo nã o estiver
claro para mim hoje, confiarei que estará depois, em retrospecto. Simplesmente
confiarei na verdade de que tudo está bem, de que os eventos estã o acontecendo
como devem, e de que tudo irá funcionar para o bem em minha vida — melhor do
que posso imaginar._

10 de Setembro
Autoaprovaçã o
Quase todos desejamos ser amados. Queremos que outras pessoas nos achem
simpá ticos, amáveis, bons e carinhosos. A maioria de nó s quer a aprovaçã o dos
outros.
Desde a infâ ncia, alguns de nó s tentamos conseguir aprovaçã o, tentamos conseguir
que as pessoas gostem e pensem muito bem de nó s.
Podemos ter medo de que as pessoas nos deixem caso desaprovem nossas açõ es.
Podemos procurar a aprovaçã o de pessoas que nã o têm nenhuma para dar.
Podemos nã o saber que somos dignos de amor agora e podemos aprender a
aprovar a nó s mesmos.
A fim de vivermos felizes, vivermos consistentemente como nosso Poder Superior
quer que vivamos, e entrarmos numa mesma forma de vida que seja harmoniosa
com o universo, precisamos libertar-nos de nossa extrema necessidade de
aprovaçã o. Essas necessidades nã o satisfeitas de nosso passado, de aprovaçã o e de
amor, fazem com que hoje outros tenham controle sobre nó s. Essas necessidades
podem evitar que ajamos em nosso melhor interesse e que sejamos verdadeiros
com nó s mesmos.
Podemos aprovar a nó s mesmos. No final, essa é a ú nica aprovaçã o que conta.
_Hoje, me libertarei de minha necessidade de aprovaçã o e de ser amado.
Substituirei isso pela necessidade de gostar de mim mesmo e aprovar a mim
mesmo. Desfrutarei a surpresa que encontro quando faço isso. As pessoas que
contam, incluindo-me, me respeitarã o quando eu for verdadeiro comigo mesmo._

11 de setembro
Conflito e separaçã o
Num relacionamento há aquelas horas maravilhosas, quando as coisas vã o bem
para os dois, e nenhum dos dois precisa pensar muito no conceito de separaçã o.
Mas há aquelas horas desafiantes em que uma pessoa está em crise ou
transformaçã o – e precisamos desligar-nos.
Ocorrem entã o ciclos estressantes, quando ambos num relacionamento estã o
lidando com assuntos intensos. Ambos estã o carentes e nenhum dos dois nada tem
a dar.
Sã o ocasiõ es em que a separaçã o e tomar conta de nó s mesmos sã o tarefas
bastantes difíceis.
Ajuda muito, nesses momentos, identificar o problema. Ambas as pessoas estã o no
meio de lidar e curar. Nenhuma tem muito a dar, pelo menos no momento. E ambas
estã o se sentindo particularmente necessitadas.
Esse é o problema.
Entã o qual é a soluçã o?
Pode nã o haver uma soluçã o perfeita. O desligamento ainda é a chave, mas pode ser
difícil quando nó s mesmos precisamos de apoio. Na verdade, a outra pessoa pode
estar mais pedindo apoio do que oferecendo.
Podemos ainda trabalhar para o desligamento. Podemos ainda trabalhar através de
nossos sentimentos. Podemos aceitar isso como um ciclo temporá rio num
relacionamento, e parar de procurar na outra pessoa algo que ele ou ela nã o pode
dar no momento.
Podemos ainda deixar de esperar que naquele momento nó s pró prios nos
possamos entregar.
A comunicaçã o ajuda. Identificar o problema e conversar sobre ele sem culpa ou
vergonha é um começo. Também ajuda imaginar, descobrir sistemas alternativos
de apoio ou maneiras de conseguir com que nossas necessidades sejam satisfeitas.
Somos ainda responsáveis por tomar conta de nó s mesmos – mesmo quando
estamos no melhor dos relacionamentos. Podemos razoavelmente esperar que
conflitos de necessidades e choques de problemas ocorram nos relacionamentos
mais carinhosos e saudáveis.
Esse é um dos ciclos do amor, da amizade e da família.
Se for uma relaçã o saudável, a crise nã o continuará para sempre. Podemos
recuperar nosso equilíbrio. A outra pessoa também. Podemos deixar de
enlouquecer a nó s mesmos esperando que a outra pessoa esteja equilibrada
quando nã o está .
Converse sobre isso. Tente resolver as coisas. Mantenha saudáveis e razoáveis as
expectativas de outras pessoas, de nossos relacionamentos e de nó s mesmos.
Um bom relacionamento será capaz de se sustentar nos maus momentos e
sobreviver a crises. À s vezes, precisamos deles, para que cada um dos dois possa
crescer e aprender separadamente.
À s vezes, pessoas com quem geralmente contamos, nã o estã o disponíveis para nó s.
Mas podemos encontrar outra forma de cuidar de nó s mesmos.
_Hoje, me lembrarei de que minhas melhores relaçõ es têm pontos baixos. Se o
ponto baixo é a norma, posso querer considerar a conveniência da relaçã o. Se o
ponto baixo é um ciclo temporá rio, praticarei a compreensã o para mim mesmo e
para a outra pessoa. Deus, ajude-me a lembrar que a ajuda e o apoio que necessito
e desejo nã o vem na forma de somente uma pessoa. Ajude-me a estar aberto a
opçõ es saudáveis de cuidar de mim mesmo, se meus sistemas normais de apoio
nã o estiverem disponíveis._

12 de setembro
Curando
_Devemos aprender a nã o ficar impacientes com a lentidã o do processo de cura.
Devemos disciplinar a nó s mesmos para reconhecermos que há muitos passos a
serem dados ao Iongo da estrada que nos leva da tristeza à serenidade renovada ...
Devemos antecipar esses está gios em nossa convalescência emocional: a dor
insuportável, a tristeza pungente, dias vazios, a resistência ao consolo, o
desinteresse pela vida gradualmente cedendo... a nova trama de padrã o de açã o e a
aceitaçã o do irresistível desafio da vida._
Joshua Loth Liebman
A recuperaçã o é um processo. É um processo gradual, um processo de cura, um
processo espiritual – mais uma jornada do que uma destinaçã o.
Assim como a co-dependência assume uma vida pró pria e é progressiva, a
recuperaçã o também progride. Uma coisa leva a outra, e as coisas - e nó s também –
ficamos melhores.
Podemos relaxar, fazer nossa parte, e deixar o resto acontecer.

13 de setembro
Horas de Reprogramar
Nem sempre a recuperaçã o é um trabalho cansativo e sem recompensa. Há horas
de alegria e descanso, horas em que praticamos confortavelmente o que
aprendemos. Há horas de mudança, horas em que lutamos para aprender algo novo
ou superar um determinado problema.
Há horas em que o que vínhamos praticando na recuperaçã o começa a aparecer em
nossa vida. Essas horas de mudança sã o intensas, mas com um propó sito.
Há horas em que, num nível mais profundo, estamos sendo “reprogramados”.
Começamos a libertar-nos de nossas crenças e comportamentos. Nessas horas,
podemos sentir-nos assustados ou confusos. Nossos velhos comportamentos ou
padrõ es podem nã o ter funcionado para nó s, mas sã o confortáveis e conhecidos.
Nessas horas podemos sentir-nos vulneráveis, sozinhos e carentes – como se
estivéssemos numa caminhada sem um mapa ou uma lanterna, e nos sentimos
como se ninguém jamais houvesse antes atravessado esse territó rio.
Podemos nã o compreender o que está acontecendo dentro de nó s. Podemos nã o
saber para onde ou mesmo se estamos sendo levados.
Estamos sendo levados, sim! Nã o estamos só s. Nosso Poder Superior está fazendo o
melhor para provocar uma verdadeira mudança em nó s. Outros também
percorrem essa estrada. Seremos levados a alguém que nos pode ajudar, alguém
que nos pode fornecer a sinalizaçã o de que necessitamos.
Estamos sendo preparados para receber o má ximo de alegria e amor que o nosso
coraçã o pode conter.
A recuperaçã o é um processo de cura. Podemos confiar nisso, mesmo sem
compreender. Estamos exatamente onde precisamos estar nesse processo; estamos
indo exatamente através do que precisamos experimentar. E o lugar para onde
estamos indo é melhor do que qualquer outro lugar em que já estivemos.
_Hoje, Deus, ajude-me a acreditar que as mudanças pelas quais estou passando sã o
para o bem. Ajude-me a acreditar que a estrada que estou percorrendo me levará a
um lugar de luz, amor e alegria._
13 de outubro
Essência Sobre a Forma
_Estou aprendendo que, por diversas razõ es, passei grande parte da minha vida
concentrando-me na forma em vez da essência. Minha concentraçã o tem sido em
ter meu cabelo perfeitamente penteado, usar as roupas certas, ter minha
maquiagem aplicada perfeitamente, viver no lugar certo, com a mobília certa,
trabalhar no lugar certo e ter o homem certo. A forma, em vez da essência, tem
controlado meu comportamento em muitas á reas de minha vida. Agora estou
finalmente alcançando a verdade. O que conta é a essência._
- Anô nimo
Nã o há nada errado em querermos apresentar-nos o melhor possível. Quando
estamos empenhados em criar uma imagem pró pria, um relacionamento ou uma
vida, precisamos ter só lidas idéias sobre como nos queremos apresentar.
A forma nos dá um lugar para começar. Mas, para muitos de nó s, a forma tem sido
um substituto para a essência. Podemos ter-nos concentrado na forma para
compensar o sentimento de medo ou de inferioridade. Podemos ter-nos
concentrado na forma porque nã o sabíamos o quanto focalizar a essência.
A forma é um esboço, a essência é o que preenche. Preenchemos o esboço de nó s
mesmos sendo autênticos; preenchemos o esboço de nossa vida mostrando-nos
para a vida e participando dela o melhor que pudermos.
Agora, na recuperaçã o, estamos aprendendo a prestar atençã o ao funcionamento e
à essência das coisas, e nã o apenas à forma como elas aparecem.
_Hoje, focalizarei minha atençã o na substâ ncia de minha vida. Preencherei as linhas
de mim mesmo como uma pessoa real - eu. Concentrar-me-ei na essência de meus
relacionamentos em vez de nas aparências. Concentrar-me-ei no verdadeiro
funcionamento da minha vida, em vez de nas aparências._

14 de outubro
Controle Versus Confiança
Houve um tempo em minha vida em que eu me sentia tã o atemorizado e envolvido
pelo pró prio ato de viver que quis mesmo preparar um programa para cada dia dos
cinco anos seguintes. Queria incluir todas as coisas que tinha de fazer, quando as
faria, programar meu lazer. Queria conseguir alguma ordem no que achava que era
esmagador. Queria sentir como se estivesse com o controle de tudo.
-
Anonimo
Controlar é uma resposta direta a nossos medos, pâ nicos e sensaçõ es de
impotência. É uma resposta direta a nos sentirmos esmagados e a desconfiarmos.
Podemos nã o confiar em nó s mesmos, em Nosso Poder Superior, no Plano, no
Universo ou no processo da vida. Em vez de confiar, buscamos o controle.
Podemos abordar essa necessidade de controlar lidando com nosso medo.
Podemos lidar com o medo confiando - em nó s mesmos, no nosso Poder Superior,
no amor e no apoio do Universo, no Plano e no processo que chamamos de vida e
recuperaçã o.
Podemos confiar que, se as coisas nã o funcionam da forma que queremos é porque
Deus já tem algo melhor planejado.
Queremos confiar em nó s mesmos para conseguirmos ir aonde precisamos ir, dizer
o que temos de dizer, fazer o que precisamos fazer, saber o que precisamos saber,
ser quem precisamos ser, e nos tornarmos tudo o que nos podemos tornar, quando
tivermos a intençã o de fazer isso, quando estivermos prontos, e quando for o
tempo certo.
Podemos confiar em nosso Poder Superior e no Universo para nos dar toda a
orientaçã o que precisamos.
Podemos confiar em nó s mesmos para ouvir e reagir de acordo.
Podemos confiar em tudo que necessitamos para essa jornada virá a nó s. Nã o
conseguiremos hoje tudo o que precisamos para a jornada inteira. Receberemos
hoje nosso suprimento para hoje e receberemos amanhã nosso suprimento para
amanhã . Nunca pretendamos carregar suprimentos para a jornada inteira. A carga
seria pesada demais e a caminhada deve ser leve.
Confie em si mesmo. Nã o temos de planejar e programar as coisas. O programa e o
plano já foram escritos. Tudo que temos de fazer é comparecer.
O caminho será iluminado e os suprimentos serã o amplos e devidamente providos,
um dia de cada vez.
Confie, meu amigo, no dia de hoje.
_Hoje, confiarei em que receberei tudo que necessito para atravessar o dia de hoje.
Confiarei que o mesmo acontecerá amanhã ._

15 de Outubro
Libertando-nos do Caos
Nenhum bem vem da inquietaçã o.
A inquietaçã o, o medo, a raiva ou a tristeza podem nos motivar. Estes sentimentos,
à s vezes, se destinam a impulsionar a açã o, mas nosso melhor trabalho emerge
depois que eles sã o substituídos pela paz.
Nã o conseguiremos realizar nossas tarefas mais cedo, ou melhor, fazendo-as com
pressa, medo, raiva ou tristeza.
Liberte-se da inquietaçã o. Deixe a paz preencher o vazio. Nã o temos de abrir mã o
de nosso poder — nosso poder pessoal dado por Deus — ou da nossa paz, para
fazer o trabalho a que somos chamados a fazer hoje. Todo o poder que precisamos
para fazer o que temos de fazer nos será dado quando chegar a hora.
Deixe a paz vir primeiro. Depois continue. A tarefa será realizada naturalmente e
na hora.
_Hoje, conseguirei primeiro a paz e deixarei meu trabalho e a vida emergirem desta
base._

16 de Outubro
Sendo Honestos com Nó s Mesmos
Nosso relacionamento com nó s mesmos é o relacionamento mais importante que
precisamos manter. A qualidade deste relacionamento determinará a qualidade dos
nossos outros relacionamentos.
Quando podemos dizer a nó s mesmos como nos sentimos e aceitamos nossos
sentimentos, podemos dizer aos outros.
Quando podemos aceitar o que queremos e necessitamos, estamos prontos a ter
nossos desejos e necessidades satisfeitos.
Quando podemos aceitar o que pensamos e acreditamos, e aceitar o que for
importante para nó s, podemos confiar isso a outros.
Quando aprendemos a nos levar a sério, os outros também o fazem.
Quando aprendemos a rir de nó s mesmos, estamos prontos para rir com outros.
Quando aprendemos a confiar em nó s mesmos, somos confiáveis e estamos
prontos para confiar.
Quando podemos ser agradecidos por quem somos, conseguimos o amor-pró prio.
Quando conseguimos o amor-pró prio e aprendemos a aceitar nossos desejos e
necessidades, estamos prontos para dar e receber amor.
Quando aprendemos a nos apoiar em nossos pró prios pés, estamos prontos para
ficar de pé ao lado de alguém.
_Hoje, concentrar-me-ei em ter um bom relacionamento comigo mesmo._

17 de Outubro
Emoçõ es e Entrega
Entregar-se é uma experiência altamente pessoal e espiritual.
Entregar-se nã o é algo que podemos fazer em nossa mente. Nã o é algo que
podemos forçar ou controlar pela força de vontade. É algo que experimentamos.
A aceitaçã o, ou entrega nã o é um embrulho bem-feito, um pacote fechado e
arrumado. Geralmente é um pacote cheio de ressentimentos — raiva, rancor e
tristeza, seguido pela libertaçã o e alívio. Quando nos entregamos, sentimos
decepçã o e raiva de Deus, de outras pessoas, de nó s mesmos e da vida. Entã o
chegamos ao centro da dor e da tristeza, com a pesada carga emocional interna que
precisa ser libertada para que nos possamos sentir bem. Quase sempre estas
emoçõ es estã o ligadas à cura e ao desprendimento num nível mais profundo.
A entrega põ e as rodas em açã o. Nosso medo e nossa ansiedade quanto ao futuro
sã o liberados quando nos entregamos.
Estamos protegidos. Somos guiados. As boas coisas foram planejadas. Agora está
sendo dado o passo seguinte. A entrega é o processo que nos permite andar para a
frente. É como o nosso Poder Superior nos empurra para a frente.
Confie na exatidã o do tempo e na liberdade do outro lado, enquanto se empenha
humanamente através desta experiência espiritual.
_Estarei aberto ao processo de entrega em minha vida. Permitirei a mim mesmo
sentir todas as emoçõ es poderosas e desconfortáveis que devem ser liberadas._

18 de Outubro
Jogando Fora o Livro de Regras
Muitos de nó s sentimos que necessitamos de um livro de regras, de um
microscó pio, e de uma garantia para atravessar a vida. Sentimo-nos incertos,
assustados. Queremos a segurança de saber o que vai acontecer, e como devemos
agir.
_Nã o confiamos em nó s mesmos ou na vida._
_Nã o confiamos no plano._
_Queremos estar com o controle._
- Já cometi erros terríveis de escolhas. Erros que quase me destruíram - disse uma
mulher. - A vida realmente chocou-me. Como posso confiar em mim mesma? Como
posso confiar na vida e em meus instintos, depois de passar por tudo que passei?
É compreensível que nos sintamos esmagados de novo, considerando o caminho
que muitos de nó s estávamos quando chegamos ao fundo do poço em nossa co-
dependência. Nã o precisamos ter medo. Podemos confiar em nó s mesmos, em
nosso caminho e em nossos instintos.
Sim, queremos evitar cometer os mesmos erros. Nã o somos as mesmas pessoas
que éramos ontem ou no ano passado. Aprendemos, crescemos e mudamos.
Fizemos o que tivemos que fazer. Se cometemos algum erro, nã o podemos deixar
que isso nos faça parar de viver e de experimentar totalmente a vida hoje.
Alcançamos a compreensã o de que precisamos de nossas experiências - mesmo de
nossos erros - para conseguir chegar onde estamos hoje. Nossa vida tinha que se
desenvolver exatamente como aconteceu, para que pudéssemos encontrar a nó s
mesmos, nosso Poder Superior e essa nova forma de viver. Mas será que sabemos
disso? Ou ainda faz parte de nó s chamar o nosso passado de um erro?
Agora podemos libertar-nos do nosso passado e confiar em nó s mesmos. Nã o
temos de punir a nó s mesmos com nosso passado. E nã o precisamos de um livro de
regras, de um microscó pio ou de uma garantia. Tudo de que realmente precisamos
é um espelho. Podemos olhar-nos no espelho e dizer: “Confio em você. Nã o importa
o que aconteça, você pode cuidar de si mesmo. E o que acontece continuará a ser
bom, melhor do que você pensa.”
_Hoje, deixarei de agarrar-me à s dolorosas liçõ es do passado. Assimilarei as liçõ es
positivas que o hoje e o amanhã têm para mim. Confiarei em que agora posso, e
irei cuidar de mim mesmo. Confio em que o plano é bom, mesmo que nã o saiba
qual é._

19 de Outubro
Nossas Boas Qualidades
O que é um co-dependente? A resposta é fá cil. Sã o as pessoas mais carinhosas e
amorosas que conheço.
- Para Além da Co-
dependência
Nã o precisamos limitar o inventá rio de nó s mesmos apenas aos pontos negativos.
Focalizar somente o que está errado é um aspecto típico de nossa co-dependência.
Honestamente, sem medo, pergunte-se: “O que está certo comigo? Quais sã o
minhas boas qualidades?”
“Sou uma pessoa carinhosa, amorosa, cuidadosa?” Podemos ter negligenciado amar
a nó s mesmos no processo de cuidar de outros, mas sermos cuidadosos é uma
qualidade.
“Há algo que faço particularmente bem?”, “ Tenho muita fé?”. “Estou sempre
presente quando precisam de mim?”, “Sou bom em fazer parte de uma equipe ou
como um líder?”, “Tenho jeito com as palavras ou com as emoçõ es?”
“Tenho senso de humor?”, “Eu alegro as pessoas?”, “Sou bom em confortar os
outros?”, “Tenho capacidade de fazer algo de bom do nada?”, “Enxergo o que há de
bom nas pessoas?”
Essas sã o qualidades de cará ter. Podemos ter ido ao extremo com essas coisas, mas
tudo bem. Agora estamos a caminho de encontrar o equilíbrio.
Recuperar nã o significa eliminar nossa personalidade. A recuperaçã o aponta para
mudança, para aceitaçã o, para lidarmos com nossos pontos negativos ou
transformá -los, e para melhorarmos nossos pontos positivos. Todos nó s temos
qualidades; Apenas precisamos focalizar-nos nelas, dar-lhes poder e trazê-las à
superfície.
Os co-dependentes sã o as pessoas mais carinhosas e cuidadosas que existem.
Agora, estamos aprendendo a dar algum desse carinho e cuidado a nó s mesmos.
_Hoje me concentrarei no que está certo a meu respeito. Proporcionarei a mim
mesmo alguns dos cuidados que dediquei ao mundo._

20 de Outubro
Desligando-nos com Amor
À s vezes as pessoas que amamos fazem coisas que nã o gostamos ou nã o
aprovamos. Nó s reagimos. Elas reagem. Daí a pouco, estamos todos reagindo uns
aos outros e o problema só aumenta.
Quando nos devemos desligar? Quando estamos presos numa reaçã o de raiva,
medo, culpa ou vergonha. Quando ficamos presos num jogo de poder — uma
tentativa de controlar ou forçar os outros a fazerem algo que nã o querem fazer.
Quando a forma com que reagimos nã o estiver ajudando à outra pessoa ou
resolvendo o problema. Quando a forma com que reagimos nos estiver
machucando.
Geralmente, é hora de nos desligarmos quando o desligamento parecer a coisa
mais difícil ou impossível de ser feita.
O primeiro passo em direçã o ao desligamento é compreender que reagir e
controlar nã o adianta. O passo seguinte é conseguir a paz — concentrar-se em
recuperar nosso equilíbrio.
Dê uma volta. Vá a alguma reuniã o. Tome um longo banho quente. Telefone para
um amigo. Converse com Deus. Respire fundo. Procure a paz. Deste lugar de paz e
concentraçã o emergirá uma resposta, uma soluçã o.
_Hoje, eu me entregarei e confiarei em que a resposta está pró xima._

21 de Outubro
Responsabilidade Financeira
“Quando comecei a recuperar-me da dependência química, tive de encarar a minha
bagunça financeira fria e sobriamente, e realmente era tudo uma bagunça”, contou
uma mulher.
“No começo, nã o consegui ganhar muito dinheiro, mas era importante para mim
reparar meus erros. Tinha contas atrasadas de anos atrá s. E precisava manter em
dia minhas contas novas. Eu devia muito dinheiro antes de ficar só bria. Mas com o
tempo, vagarosamente, gradualmente, minha situaçã o financeira melhorou.
Recuperei meu crédito. Abri uma conta corrente. Tinha até algumas economias no
banco.
“Entã o casei-me com um alcó olico e comecei a aprender sobre minha co-
dependência – da maneira difícil. Perdi a mim mesma, meus sentimentos, minha
sanidade e todo o progresso que havia feito financeiramente. Meu marido e eu
abrimos uma conta conjunta, e ele passou tantos cheques sem fundos que o banco
acabou fechando nossa conta. Deixei-o usar meu cartã o de crédito e ele gastou
terrivelmente.
“Entã o pedimos dinheiro emprestado de novo e de novo para manter flutuando
nosso barco furado – e pedimos muito dinheiro emprestado aos meus pais. Quando
comecei a recuperar-me da co-dependência, estava de novo enfrentando uma
verdadeira desordem financeira. Fiquei furiosa, mas nã o importa quem fez o quê.
Eu teria de enfrentar alguns assuntos financeiros se quisesse recuperar o controle
dessa parte da minha vida.
“Vagarosamente - muito vagarosamente – Comecei a desfazer a bagunça. Parecia
impossível! Eu nã o queria nem enfrentar isso, parecia tã o esmagador e
desesperador! Mas enfrentei. E cada dia fiz o melhor que pude para ser responsável
por mim mesma.
“Decidi separar-me do meu marido e passei a proteger-me dele financeiramente o
melhor que pude, antes e depois do divó rcio. A outra decisã o que tomei foi a de
enfrentar os assuntos financeiros da minha vida e tentar reconstruí-los.
“Foi difícil. Devíamos mais de cinquenta mil dó lares, e minha capacidade de
produzir renda havia diminuído drasticamente. Eu estava deprimida; minha auto-
estima estava mais baixa do que nunca; minha energia estava lá embaixo. Eu nã o
sabia se algum dia conseguiria livrar-me desse pesadelo. Mas consegui. Vagarosa e
gradualmente, com a ajuda de um Poder Superior, o controle aumentou e substituiu
o caos.
“Comecei a nã o gastar mais do que ganhava. Paguei a alguns credores, um pouco de
cada vez. Desliguei-me do que nã o podia fazer e concentrei-me no que podia fazer.
“Agora, oito anos se passaram. Nã o tenho mais dívidas, o que nunca imaginei que
fosse possível. Estou vivendo confortavelmente, com dinheiro no banco. Meu
crédito foi restaurado. E tenciono manter as coisas assim.
“Nã o estou disposta a voltar a perder minha sanidade e a segurança financeira,
jamais, por amor ou por alcoolismo. Com a ajuda de Deus e dos Doze Passos, nã o
terei de fazer isso.”
Um dia de cada vez, podemos recuperar-nos – mental, emocional, espiritual, física e
_financeiramente_. Pode ser que piore um pouco antes de melhorar – porque
estamos finalmente enfrentando a realidade em vez de nos desviarmos dela. Mas
uma vez que tomamos a decisã o de assumir a responsabilidade financeira por nó s
mesmos, estaremos no caminho certo.
_Deus, ajude-me a lembrar que o que hoje parece impossível quase sempre pode
ser resolvido amanhã , mesmo se nã o conseguir enxergar a soluçã o. Se permiti que
os problemas dos outros me tenham prejudicado financeiramente, ajude-me a
reparar e a restaurar meus limites quanto ao dinheiro – e o que estou disposto a
perder. Ajude-me a compreender que nã o tenho de permitir que a
irresponsabilidade financeira, o vício, a doença ou os problemas de quem quer que
seja me prejudiquem financeiramente. Ajude-me a continuar com a minha vida
apesar de minha presente situaçã o financeira, confiando em que, se estou disposto
a reparar danos e ser responsável, as coisas funcionarã o._

22 de Outubro
Fique Firme
Confie em si mesmo. Confie que você sabe.
À s vezes é difícil sustentar nossas pró prias verdades e confiar no que sabemos,
principalmente quando outros nos tentam convencer de outra forma.
Nesses casos, os outros podem estar lidando com problemas de culpa e vergonha.
Podem ter seus pró prios condicionamentos. Podem estar imersos na negaçã o.
Gostariam que acreditá ssemos que nã o sabemos o que sabemos; gostariam que
nã o confiá ssemos em nó s mesmos; prefeririam que nos envolvêssemos em seus
disparates.
Nã o temos de abrir mã o de nossa verdade ou de nosso poder em favor de outros.
Isso é co-dependência.
Acreditar em mentiras é perigoso. Quando deixamos de confiar em nossa verdade,
quando reprimimos nossos instintos, quando dizemos a nó s mesmos que deve
haver algo errado conosco por sentirmos o que sentimos ou acreditarmos no que
acreditamos, estamos dando um soco mortal em nosso ego e em nossa saú de.
Quando nos descuidamos dessa importante parte de nó s mesmos que sabe o que é
verdade, estamos desligando-nos do nosso centro. Ficamos perdidos. Ficamos com
vergonha, com medo e confusos. Nã o conseguimos nosso equilíbrio quando
permitimos que alguém puxe o tapete debaixo de nó s.
Isso nã o significa que nunca estejamos errados. Mas nã o estamos _sempre_
errados.
Esteja aberto. Mantenha sua verdade. Confie no que sabe. E recuse-se a aceitar a
negaçã o, os disparates, as ameaças e as intimidaçõ es com que gostariam de tirar
você de seu caminho.
Peça que lhe seja mostrada a verdade, claramente – nã o pela pessoa que está
tentando manipular ou convencer a você, mas por você mesmo, seu Poder Superior
e o Universo.
_Hoje, confie em que minha verdade, meus instintos, e minha capacidade me farã o
ver a realidade. Nã o permitirei a mim mesmo ser convencido por ameaças,
manipulaçã o, jogos, desonestidade ou pessoas com costumes estranhos._

23 de Outubro
Dicas da Manhã
Há uma importante mensagem para nó s na primeira coisa de cada dia.
Geralmente quando começamos nosso dia, podemos nã o ouvir nó s mesmos e à
vida tã o intimamente quanto no momento em que despertamos.
Uma hora ideal para ouvirmos a nó s mesmos é quando estamos quietos, nossas
defesas baixadas, e estamos mais abertos e mais vulneráveis.
Qual é a primeira sensaçã o que nos inunda, o sentimento que talvez estejamos
tentando evitar durante o dia? Estamos com raiva, frustrados, feridos ou confusos?
É nisso que nó s precisamos nos concentrar, e com que precisamos lidar. Esse é o
assunto de que precisamos cuidar.
Quando você desperta, qual é a primeira ideia ou pensamento que lhe vêm à
mente? Que precisa terminar algo? Está precisando de um dia de diversã o? Um dia
de descanso?
Sente-se doente e precisa cuidar de si mesmo? Está de mau humor? Há algum
assunto que precisa resolver com alguém?
Precisa dizer algo a alguém? Alguma coisa o está aborrecendo? Está -se sentindo
bem sobre alguma coisa em particular?
Ocorre-lhe alguma ideia, algo que você poderia obter ou fazer e que você se
sentisse melhor?
Quando está acordado, qual é a primeira coisa que lhe vem à mente? Nã o precisa
ter medo. Nã o precisa correr. Você pode ficar quieto, ouvir e aceitar a mensagem.
Podemos definir alguns de nossos objetivos de recuperaçã o para o dia ouvindo a
mensagem da manhã .
_Deus, ajude-me a libertar-me de minha necessidade de ser resistente ao fluxo
harmô nico da vida. Ajude-me a aprender a ir com o fluxo e aceitar a ajuda e o apoio
que o Senhor tem para me oferecer._

24 de Outubro
Abrindo-se ao Amor
Abramo-nos ao amor que está disponível para nó s.
Nã o temos de limitar nossa fonte de amor. Deus e o Universo têm suprimento
ilimitado do que necessitamos, inclusive de amor.
Quando estamos dispostos a receber amor, começaremos a receber isso. Pode vir
dos lugares mais surpreendentes, inclusive de dentro de nó s mesmos.
Nó s nos abriremos para o amor e ficaremos conscientes do amor que há ali e
sempre esteve ali para nó s. Sentiremos e apreciaremos o amor dos amigos.
Notaremos o amor que vem da nossa família, e desfrutaremos dele.
Estaremos prontos para receber também o amor de nossos relacionamentos
especiais de amor. Nã o temos de aceitar amor de pessoas inseguras - pessoas que
nos explorarã o ou com quem nã o nos queremos relacionar.
Mas há muito amor disponível - amor que cura nosso coraçã o, satisfaz nossas
necessidades, e faz nosso espírito sorrir.
Temos negado a nó s mesmos por muito tempo. Temos sido má rtires por muito
tempo. Temos dado demais permitido a nó s mesmos receber muito pouco. Temos
pago nossas dívidas. É hora de continuar a cadeia de dar e receber, permitindo a
nó s mesmos receber.
_Hoje estarei aberto ao amor que está vindo a mim do Universo. Eu o aceitarei e o
desfrutarei quando ele chegar._

25 de Outubro
Libertando-nos do Passado
_...no seu livro estavam relacionados, de um a um, todos os dias reservados para
mim, mesmo quando ainda nã o havia nenhum deles._ — Salmo 139:16
Algumas pessoas acreditam que cada um dos nossos dias foram planejados e
ordenados por obra divina, antes de nascermos. Deus sabia, dizem eles, e planejou
exatamente o que deve acontecer.
Outros sugerem que nó s _escolhemos_, que participamos do planejamento da
nossa vida — os acontecimentos, as pessoas, as circunstâ ncias que devem
acontecer, a fim de trabalharmos através de nossos problemas e aprendermos as
liçõ es que precisamos aprender.
Seja qual for a nossa filosofia, nossa interpretaçã o pode ser similar. Nosso passado
nã o é nem um erro e nem um acidente. Temos estado onde precisávamos estar,
com as pessoas necessá rias. Podemos abraçar nossa histó ria, com sua dor, suas
imperfeiçõ es, seus erros, até mesmo suas tragédias. Ela é unicamente nossa; estava
destinada a ser unicamente nossa.
Hoje, estamos exatamente onde devemos estar. Nossas circunstâ ncias presentes
sã o exatamente as que precisam ser — por ora.
_Hoje, libertar-me-ei da minha culpa e de meu medo quanto ao meu passado e das
circunstâ ncias presentes. Confiarei em que onde estava e onde estou agora sã o o
certo para mim._

26 de Outubro
Claridade
_Sei muito bem que devo confiar em Deus. Mas à s vezes me esqueço disso._
Quando estamos no meio de uma experiência, é fá cil esquecer que há um Plano. À s
vezes, só conseguimos enxergar o dia de hoje.
Se olhá ssemos apenas dois minutos um programa de televisã o lá pelo meio, faria
pouco sentido. Seria um caso desconectado.
Se olhá ssemos um tapeceiro tecendo um tapete apenas por alguns momentos, e
nos focalizá ssemos somente num pedacinho do trabalho, ele nã o pareceria bonito.
Acharíamos que algumas linhas estavam colocadas ao acaso.
Geralmente, usamos essa mesma perspectiva limitada para olhar a nossa vida. –
principalmente quando estamos atravessando tempos difíceis.
Podemos aprender a ter perspectivas quando estamos atravessando esses tempos
confusos e difíceis de aprender. Quando estamos sendo arrastados pelos
acontecimentos que nos fazem sentir, pensar e questionar, estamos no processo de
aprender algo importante.
Podemos confiar em que algo de valor está sendo preparado em nó s – mesmo
quando as coisas sã o difíceis, mesmo quando nã o podemos controlar nosso
equilíbrio. O instinto e a claridade nã o aparecem até que tenhamos aprendido
nossa liçã o.
A fé é como um mú sculo. Deve ser exercitada para crescer forte. Experiências
repetidas de ter de confiar no que nã o podemos ver, e repetir experiências de
aprender a confiar em que as coisas funcionarã o, sã o o que fazem os nossos
mú sculos da fé crescerem fortes.
_Hoje, confiarei em que os acontecimentos da minha vida nã o sã o obras do acaso.
Minhas experiências nã o sã o um erro. O Universo, meu Poder Superior e a vida nã o
estã o implicando comigo. Vou atravessar o que necessito atravessar para aprender
algo de valor, algo que me irá preparar para a alegria e para o amor que procuro._

27 de Outubro
Décimo Primeiro Passo
_Procuramos, através da prece e da meditaçã o, melhorar nosso contato consciente
com Deus, na forma em que O concebemos, rogando apenas pelo conhecimento de
Sua vontade em relaçã o a nó s, e forças para realizar essa vontade._
Décimo Primeiro Passo do Al-Anon
“...rogando apenas pelo conhecimento de Sua vontade em relaçã o a nó s e forças
para realizar essa vontade”, significa que pedimos todos os dias para que nos sejam
mostrados os planos para aquele dia.
Também pedimos à nossa Fonte o poder que necessitamos para realizar aquilo.
Conseguiremos um sim para ambos os pedidos.
Nó s nã o pedimos a outras pessoas que nos mostrem seu desejo. Nó s pedimos a
Deus. Entã o, confiamos em que seremos dotados com a força para conseguirmos
realizar o desejo de Deus.
Deus nunca, nunca nos pede para fazermos algo que Ele nã o nos tenha dado
condiçõ es de fazer. Ele nunca nos pede para fazer algo que nã o podemos fazer. Se
devemos fazer algo, seremos dotados da força. Essa é a parte mais fá cil deste
programa. Nunca temos de fazer mais do que podemos, ou alguma coisa que nã o
podemos. Se queremos nos preocupar e inquietar, até podemos, mas nã o
precisamos. Isso é escolha nossa.
Aprendi através de períodos bons e maus, que esse Passo me conduzirá adiante.
Quando nã o sei o que fazer a seguir, Deus sabe. Trabalhar esse Passo, um dia de
cada vez, me levará a lugares onde nunca me aventuraria sozinho. Atos simples,
feitos diariamente de acordo com o desejo de Deus para nó s, nos levarã o ao Grande
Plano para nossa vida.
_Hoje, concentrar-me-ei em pedir a Deus que me mostre o que Ele quer que eu faça.
Pedirei a Deus o poder de fazer isso; entã o seguirei e farei isso. Deus, ajude-me a
libertar-me de meus medos de viver um dia de cada vez. Ajude-me a confiar em
que quando a vida é vivida simplesmente e em confiança, um belo mosaico
chamado “minha vida” será tecido. Eu estou sendo divinamente cuidado, conduzido
e dirigido._
28 de Outubro
Meditaçã o e Oraçã o
O Décimo Primeiro Passo nos pede que meditemos como uma rota para melhorar
nosso contato consciente com Deus.
A meditaçã o é diferente de observar ou de se preocupar. A obsessã o e a
preocupaçã o sã o conexõ es com o medo. A meditaçã o significa abrir nossa mente e
nossa energia espiritual para a conexã o com Deus.
Para nos conectarmos com Deus, precisamos relaxar o melhor que pudermos e
abrir nossa mente consciente e subconsciente para uma Consciência Superior –
disponível a cada um de nó s.
Na vida corrida e atarefada de hoje em dia, pode parecer perda de tempo reduzir o
ritmo e parar um pouco para este tipo de coisa. Nã o é mais perda de tempo do que
parar nosso carro para pô r gasolina quando o tanque está quase vazio. É
necessá rio, é benéfico e economiza tempo. Na verdade, a meditaçã o pode criar
mais tempo e energia do que os momentos que levamos para fazê-la.
A meditaçã o e a oraçã o sã o poderosos comportamentos de recuperaçã o que
funcionam. Precisamos ser pacientes. Nã o é razoável esperar respostas, intuiçõ es
ou inspiraçõ es imediatas.
Mas as soluçõ es vã o aparecendo. Já estã o a caminho, se fizermos nossa parte –
meditar e rezar – e depois deixarmos o resto acontecer.
Podemos preferir orar e meditar logo ao acordar, na hora do café da manhã ou na
hora de dormir. A hora nã o importa. Quando nosso contato consciente com Deus
melhorar, nosso contato subconsciente também melhorará . Encontraremos a nó s
mesmos intensamente ligados na harmonia de Deus e no Seu desejo para nó s.
Encontraremos e manteremos aquela conexã o da alma, a conexã o com Deus.
_Hoje, reservarei um momento para meditaçã o e oraçã o. Decidirei quando farei
isso, e por quanto tempo. Sou filho e criaçã o de Deus – um Poder Superior que ama
ouvir e conversar comigo. Deus, ajude-me a libertar-me de meus medos e minhas
dú vidas sobre se o Senhor ouve e se importa comigo. Ajude-me a saber que o
Senhor está aqui e que sou capaz de interceptar a consciência espiritual._
29 de outubro
Aceitaçã o
Hoje, uma poçã o má gica está disponível para nó s. Essa poçã o é chamada
_aceitaçã o_.
Somos solicitados a aceitar muitas coisas: a nó s mesmos, como somos; a nossos
sentimentos, necessidades, desejos, escolhas e condiçõ es atuais. A outras pessoas,
como elas sã o. Ao estado de nosso relacionamento com elas. Problemas. Bênçã os.
Situaçõ es financeiras. Onde vivemos. Nosso trabalho, nossas tarefas, nosso nível de
desempenho.
A resistência nã o nos moverá para a frente, nem eliminará o indesejável. Mas até
mesmo nossas resistências precisam ser aceitas. Até a resistência é flexível e é
mudada pela aceitaçã o.
A aceitaçã o é a má gica que torna possíveis as mudanças. Nã o é para sempre; é para
o presente momento.
A aceitaçã o é a má gica que faz nossas circunstâ ncias atuais se tornarem boas. Traz-
nos paz e alegria e abre as portas para o crescimento, para a mudança, e para
caminhar para a frente.
A luz da energia positiva brilha em tudo que temos e somos. Dentro da estrutura da
aceitaçã o, descobrimos o que necessitamos fazer para cuidar de nó s mesmos.
A aceitaçã o dá poder ao positivo e diz a Deus que nos entregamos ao Plano. Que
aprendemos a liçã o do dia, e estamos prontos para nos movermos para a frente.
_Hoje, eu aceitarei. Abandonarei minha necessidade de resistir a mim mesmo e a
meu ambiente. Entregar-me-ei. Cultivarei o contentamento e a gratidã o.
Caminharei para a frente com a alegria de aceitar onde estou hoje._

30 de Outubro
Valor pró prio
Temos uma vida pró pria verdadeira. Sim, nó s temos
Esse sentimento vazio, essa sensaçã o de que todos menos nó s possuem uma vida –
uma vida importante, uma vida valiosa, uma vida melhor - é sobra do passado. É
também uma crença derrotista que nã o é verdadeira.
Nó s somos reais. E nossa vida também é. Juntemo-nos a ela, e veremos.
_Hoje, viverei minha vida e darei muito valor a ela, porque ela é minha._

31 de Outubro
Todas as Nossas Necessidades
_“E meu Deus suprirá todas as suas necessidades de acordo com as riquezas de Sua
gló ria…”_
Filipenses. 4:19
Esse verso já me ajudou muitas vezes. Ajudou-me quando imaginava de onde viria
o pró ximo amigo, o bocadinho de sabedoria, o instinto ou a pró xima refeiçã o.
Tudo o que hoje preciso hoje me será dado.
As pessoas, os empregos, o que temos à nossa disposiçã o imediata, nã o sã o nossa
fonte.
Tiraremos de uma Grande Fonte, uma fonte de suprimento infinito e imediato:
Deus e Seu Universo.
Nossa tarefa é permitir a nó s mesmos entrar em harmonia com nossa Fonte. Nossa
tarefa é acreditar em nossa verdadeira Fonte e procurar por ela. Nossa tarefa é nos
libertarmos do medo, dos pensamentos negativos, das limitaçõ es e da falta de
confiança.
Tudo que necessitamos nos será fornecido. Deixe isso se tornar uma resposta
natural a todas as situaçõ es e a todas as situaçõ es de necessidade.
Rejeite o medo. Rejeite a falta de suprimentos e os pensamentos limitados. Esteja
aberto à abundâ ncia.
Acaricie a necessidade, porque ela faz parte de nosso relacionamento com Deus e
Seu Universo. Deus planeja satisfazer a cada uma de nossas necessidades. Ele criou
as necessidades dentro de nó s, entã o, Deus pode supri-las.
Nenhuma necessidade é pequena ou grande demais. Se nos importamos com
nossas necessidades e lhes damos valor, Deus também o fará .
Nossa parte é ter a responsabilidade por ter a necessidade. Nossa parte é dar a
necessidade ao Universo. Nossa parte é libertar-nos, em fé. Nossa parte é dar a
Deus permissã o de satisfazer à s nossas necessidades de acreditar que merecemos
ter nossas necessidades - e desejos - satisfeitos.
Nossa parte é dar saudavelmente, sem tomar conta, sem culpa, obrigaçã o ou co-
dependência, mas por um relacionamento saudável com nó s mesmos, com Deus, e
com todas as criaçõ es de Deus.
Nossa parte é simplesmente ser quem somos e amarmos ser quem somos.
_Hoje, praticarei a crença de que todas minhas necessidades de hoje serã o
satisfeitas. Estarei em harmonia com Deus e Seu Universo, sabendo que eu conto._

1⁰ de Novembro
A Transformaçã o Através da Dor
Durante a recuperaçã o, esforçamo-nos por alcançar a aceitaçã o — de nó s mesmos,
de nosso passado, de outras pessoas e de nossa situaçã o atual. A aceitaçã o nos
proporciona paz, cura e liberdade — liberdade para cuidarmos de nó s mesmos.
A aceitaçã o nã o é um processo de um ú nico passo. Antes de alcançarmos a
aceitaçã o, passamos por está gios de negaçã o, raiva, negociaçã o e tristeza.
Chamamos a isso está gios do _processo da dor_. A dor pode ser frustrante. Pode ser
confusa. Podemos vacilar entre tristeza e negaçã o. Nossos comportamentos podem
vacilar. As pessoas podem nã o nos compreender. Podemos nem mesmo
compreender a nó s mesmos e ao nosso comportamento enquanto estamos
sentindo nossa perda. Entã o, um dia as coisas se tornam claras. O nevoeiro se
dissipa, e vemos que temos lutado para enfrentar e aceitar uma determinada
realidade.
Nã o se preocupe. Se estamos dando passos para cuidarmos de nó s mesmos, nos
moveremos através desse processo exatamente no ritmo certo. Seja compreensivo
consigo mesmo e com os outros pela pró pria maneira humana com que
atravessamos essa transiçã o.
_Hoje, aceitarei a maneira como passarei pela mudança. Aceitarei o processo e os
está gios da dor como sendo a forma com que as pessoas aceitam perdas e
transformaçõ es._

02 de Novembro
O Processo da Dor
Permitirmo-nos sentir tristeza por nossas perdas é a forma de nos entregarmos ao
processo da vida e da recuperaçã o. Alguns especialistas, como Patrick Carnes,
classificam os Doze Passos como "um programa para lidar com nossas perdas e
com nossa dor".
Como sentimos a dor?
Desajeitadamente. Imperfeitamente. Geralmente, com muita resistência. Quase
sempre com raiva e buscando negociar. E finalmente, entregando-nos ao
sofrimento.
Segundo Elisabeth Kubler-Ross, o processo da dor tem cinco está gios: negaçã o,
raiva, negociaçã o, tristeza e, finalmente, a aceitaçã o. É assim que sentimos a dor; é
como a aceitamos; é como perdoamos; é como respondemos à s muitas mudanças
que a vida atravessa em nosso caminho.
Embora esse processo de cinco passos pareça arrumadinho no papel, na vida real
ele nã o é tã o meticuloso. Nã o o atravessamos de maneira organizada. Geralmente o
atravessamos aos tropeçõ es, esperneando e gritando, de trá s para a frente e da
frente para trá s — até alcançarmos aquele estado de paz chamado _aceitaçã o_.
Quando falamos sobre "assuntos inacabados" do nosso passado, geralmente nos
estamos referindo a perdas em relaçã o à s quais a nossa dor ainda nã o terminou.
Estamos falando sobre estarmos preso
em algum lugar no processo de dor. O está gio em que os filhos adultos de alcoó licos
e os co-dependentes geralmente empacam é o da negaçã o. Atravessar a negaçã o é o
primeiro e o mais perigoso passo do sofrimento, mas é também o primeiro passo
em direçã o a aceitaçã o.
Podemos aprender a compreender o processo da dor e como ele se aplica à
recuperaçã o. Mesmo as boas transformaçõ es na recuperaçã o podem trazer perdas
e, consequentemente, a tristeza. Podemos aprender a ajudar aos outros e a nó s
mesmos compreendendo e familiarizando-nos com esse processo. Podemos
aprender a sofrer totalmente nossas perdas, a sentir nossa dor, a aceitar e a
perdoar, para que entã o possamos sentir alegria e amor.
_Hoje, Deus, ajude-me a entregar-me ao processo de sentir a dor de minhas perdas.
Que eu permita a mim mesmo fluir através do processo da dor, aceitando todos os
está gios, para que assim possa conseguir a paz e a aceitaçã o. Ajude-me a aprender
a ser gentil comigo mesmo e com os outros enquanto atravesso esse processo bem
humano de cura._

03 de Novembro
A Negaçã o
A negaçã o é um campo fértil para os comportamentos que chamamos de
codependentes: controlar, concentrar-nos nos outros, e negligenciarmos a nó s
mesmos. Durante a negaçã o também podem surgir doenças e comportamentos
viciosos e compulsivos.
A negaçã o pode confundir-nos, porque se parece com o sono. Nã o temos realmente
consciência de estar passando por ela até terminarmos de atravessá -la. _Forçar_ a
nó s mesmos — ou a mais alguém — a _enfrentar a realidade_ geralmente nã o
funciona. Nã o enfrentaremos os fatos até que _estejamos prontos_ para isso. E, ao
que parece, isso acontece com todo mundo. Podemos admitir a verdade por um
momento, mas nã o nos deixaremos saber o que sabemos até que nos sintamos
seguros, confiantes e preparados para enfrentar e superar isto.
Ajuda muito conversar com os amigos que nos amam, apoiam e encorajam.
Ser gentil, carinhoso e honesto com nó s mesmos ajuda. Pedir a nó s mesmos, e ao
nosso Poder Maior, que nos guie para e durante a mudança ajuda.
O primeiro passo em direçã o à aceitaçã o é a negaçã o. O primeiro passo em direçã o
a mover-nos através da negaçã o é aceitar que podemos estar em negaçã o, e depois
gentilmente permitir-nos atravessar isto.
_Deus, ajude-me hoje a sentir-me seguro e protegido o bastante para aceitar o que
é necessá rio aceitar._

04 de novembro
A Raiva
Sentir raiva – e, à s vezes, o ato de culpar – é uma parte natural e necessá ria de
aceitar a perda e a transformaçã o – da dor. Podemos permitir a nó s mesmos e aos
outros ficarmos com raiva enquanto passamos da negaçã o em direçã o à aceitaçã o.
Quando conseguimos enfrentar a perda e a transformaçã o, culpamos a nó s
mesmos, ao nosso poder Superior ou aos outros. A pessoa pode estar ligada à
perda, ou pode ser um inocente espectador. Podemos ouvir-nos dizer: “Se ele pelo
menos tivesse feito aquilo... Se eu nã o tivesse feito aquilo...Por que Deus fez
aquilo?...” Sabemos que essa culpabilidade nã o ajuda. Ao nos recuperarmos, o
termo em que devemos prestar atençã o é _auto-responsabilidade_, e nã o culpa. No
final das contas, a auto-responsabilidade é o ú nico conceito que nos pode levar
para frente, mas para chegar lá talvez seja necessá rio permitirmo-nos sentir raiva
e, de vez em quando, culpar alguém ou alguma coisa.
Ao lidarmos com os outros, precisamos lembrar-nos de que eles também podem
precisar atravessar seus está gios de raiva para alcançar a aceitaçã o. Nã o permitir
que outros, ou nó s mesmos, atravessemos a raiva e a culpa pode atrasar nosso
processo de dor.
Confiemos em nó s mesmos e no processo da dor. Nã o ficaremos com raiva para
sempre. Mas talvez precisemos ficar com raiva por algum tempo, enquanto
pesquisamos o que poderia ter sido para finalmente aceitar o que é.
_Deus, ajude-me a aprender a aceitar minha pró pria raiva e a dos outros como um
está gio normal de conseguir a aceitaçã o e a paz. Dentro desse contexto, ajude-me a
conseguir a auto-responsabilidade._

05 de Novembro
Vamos fazer um trato
_O relacionamento nã o estava funcionando, e eu queria tanto que funcionasse.
Fiquei achando que, se eu fosse mais bonita, se tivesse sido mais carinhosa e boa,
ele me teria amado. Fiz de tudo para ser melhor, quando na verdade o que eu era
estava ó timo. Apenas nã o conseguia enxergar o que estava fazendo, até que segui
adiante e aceitei a realidade._ - Anô nima
Um dos está gios mais frustrantes da aceitaçã o é a negociaçã o. No está gio da
negaçã o há uma certa felicidade. No da raiva, há uma certa sensaçã o de poder. Mas
no está gio da negociaçã o vacilamos entre acreditar que há algo que podemos fazer
para mudar as coisas e descobrir que nã o há nada que possamos fazer.
Podemos ficar sempre esperançosos, somente para vermos nossas esperanças
despedaçadas.
Muitos de nó s nos viramos pelo avesso para tentar negociar com a realidade.
Alguns de nó s temos feito coisas que parecem absurdas quando olhamos para trá s,
depois que alcançamos a aceitaçã o.
“Se eu tivesse tentado ser uma pessoa melhor isso nã o teria acontecido.... Se eu
cuidasse melhor da aparência, mantivesse a casa limpa, emagrecesse, sorrisse
mais, fosse mais exigente ou menos exigente, fechasse os olhos e contasse até dez,
ou tivesse gritado, nã o teria de enfrentar esta perda, esta transformaçã o. ”
Há histó rias de frequentadores do Al–Anon sobre tentativas de barganhar com a
bebida do alcó olico: “Se eu limpasse mais a casa ele nã o beberia... Se eu a fizesse
mais feliz comprando-lhe um vestido novo, ela nã o beberia... Se eu comprasse um
carro novo para meu filho, ele pararia de usar drogas...”
Os filhos adultos também barganham com suas perdas: “Se eu fosse um filho
perfeito talvez mamã e e papai me amassem e me aprovassem, parassem de beber e
estariam presentes para mim como eu queria que estivessem. ” Nó s fazemos coisas
grandes, pequenas ou médias – e à s vezes até loucuras – para evitar, parar ou
retardar a dor envolvida em aceitar a realidade.
Nã o há substituto para aceitar a realidade. É esse o nosso objetivo. Mas, no
caminho, podemos tentar fazer um trato. Reconhecer nossa tentativa de barganha
como o que elas realmente sã o – parte do processo de tristeza – ajuda a tornar
nossa vida mais controlável.
_Hoje, darei a mim mesmo e aos outros a liberdade de sentir totalmente as perdas.
Continuarei a ser responsável, mas darei a mim mesmo permissã o para ser
humano._

06 de Novembro
Gozando a vida
Hoje, faça algo gratificante.
Se está descansando, deixe-se descansar, sem culpa, sem se preocupar com o
trabalho que precisa ser feito.
Se está com as pessoas que gosta, permita-se amá -las e deixe que elas o amem.
Sinta-se pró ximo a elas.
Permita-se desfrutar seu trabalho, porque isso também pode ser prazeroso.
Se estiver fazendo algo alegre, permita-se desfrutar isso.
O que o faria sentir-se bem? Do que gostaria? Há algum prazer disponível?
Aproveite-o.
Recuperaçã o nã o é apenas parar a dor. Recuperaçã o é aprendermos a nos sentir
melhor; é fazer com que nos sintamos bem.
Desfrute seu dia.
_Hoje, farei algo divertido, algo de que gosto, algo apenas para mim. Serei
responsável por me fazer sentir bem._

07 de Novembro
Relacionamentos
Há um presente para nó s em cada relacionamento que iniciamos.
À s vezes, o presente é um comportamento que estamos aprendendo a conseguir:
desligamento, auto-estima, tornar-nos confiantes o bastante para estabelecer um
limite, ou assumindo nosso poder de outra maneira.
Alguns relacionamentos disparam a cura em nó s - a cura de coisas do passado ou
de um problema que estamos enfrentando hoje.
À s vezes, nos surpreendemos aprendendo importantes liçõ es com pessoas de
quem pouco esperávamos. Relacionamentos podem ensinar-nos sobre amar a nó s
mesmos ou a outras pessoas. Ou talvez aprendamos a deixar que outros nos amem.
À s vezes, nã o sabemos ao certo que liçã o estamos aprendendo, principalmente
quando estamos no meio do processo. Mas podemos confiar em que a liçã o e o
presente estã o ali. Nã o temos de controlar o processo. Compreenderemos, quando
chegar a hora. Podemos também confiar em que o presente é exatamente aquele de
que precisamos.
_Hoje, serei grato a todos os meus relacionamentos. Estarei aberto à liçã o e ao
presente de cada pessoa em minha vida. Acreditarei que também eu sou um
presente na vida de outras pessoas._

08 de Novembro
Sendo Honestos com Nó s Mesmos
_E, acima de tudo: a si pró prio ser verdadeiro, e assim deverá s prosseguir, tanto à
noite como ao dia, e nã o poderá s, entã o, ser falso a mais ninguém._ William
Shakespeare
A si pró prio ser verdadeiro. Um princípio bá sico para aqueles de nó s que estamos
presos nas tempestades de desejos e necessidades dos outros.
Ouça a si mesmo. De que precisamos? Nossas necessidades estã o sendo satisfeitas?
O que sentimos? De que precisamos para cuidar de nossos sentimentos? O que nos
estã o dizendo nossas emoçõ es sobre nó s mesmos e sobre a direçã o que precisamos
tomar?
O que precisamos fazer ou dizer? O que nos estã o dizendo nossos instintos?
Confiemos neles - mesmo se eles nã o estã o fazendo sentido ou satisfazendo as
regras e expectativas dos outros.
À s vezes, as exigências de outras pessoas e nossas confusas expectativas sobre nó s
mesmos - as mensagens sobre nossas responsabilidades em relaçã o a outrem -
podem criar uma tremenda confusã o.
Podemos até nos convencer de que esse negó cio de agradar aos outros, ir contra
nossa natureza e nã o sermos honestos, é a coisa melhor e mais honesta que
devemos fazer!
Isso nã o é verdade. Simplifique. Volta à s bases. Liberte-se da confusã o. Honrando e
respeitando a nó s mesmos, seremos verdadeiros à queles à nossa volta, mesmo se
momentaneamente lhes desagradamos.
A si pró prio ser verdadeiro. Palavras simples que descrevem uma poderosa missã o
que nos pode colocar de volta nos trilhos.
_Hoje, honrarei, acariciarei e amarei a mim mesmo. Quando estiver confuso sobre o
que fazer, serei honesto comigo mesmo. Livrar-me-ei do controle e das expectativas
dos outros com relaçã o a mim._

09 de Novembro
Aceitando o amor
Muitos de nó s nos esforçamos muito para que os relacionamentos funcionem. À s
vezes, esses relacionamentos nã o deram certo porque a outra pessoa nã o estava
disponível ou recusa-se a participar.
Para compensar a indisponibilidade da outra pessoa, esforçamo-nos demais.
Podemos ter feito todo o trabalho, ou sua maior parte. Isso pode disfarçar a
situaçã o por algum tempo, mas geralmente nos deixa esgotados. Entã o, quando
paramos de fazer todo o trabalho, notamos que o relacionamento já nã o existe
mais, ou que estamos tã o cansados que nã o nos importamos mais.
Fazer todo o trabalho num relacionamento nã o é amar, importar-se ou dar. É
autodestrutivo e destró i o relacionamento. Cria a ilusã o de um relacionamento,
quando este na verdade pode ter deixado de existir. Permite à outra pessoa ser
irresponsável quanto à sua parte. Como isso nã o satisfaz à s nossas necessidades,
no final das contas nos sentimos vítimas.
Em nossos melhores relacionamentos, todos nó s temos períodos temporá rios onde
um participa mais do que o outro. Isso é normal. Mas quando essa participaçã o
maior é permanente num relacionamento, isso nos deixa cansados, carentes,
necessitados e com raiva.
Podemos aprender a participar com uma quota razoável, depois deixamos o
relacionamento encontrar a sua pró pria vida. Todo o apelo em favor desse
relacionamento parte apenas de nó s? Estamos tomando toda a iniciativa sozinhos?
Somos somente nó s que falamos sobre os sentimentos e nos esforçamos pela
intimidade?
Somente nó s esperamos, desejamos e trabalhamos?
Podemos libertar-nos disso. Se o relacionamento veio para ficar, ele continuará , e
se transformará no que deveria ser. Nã o ajudamos a esse processo tentando
controlá -lo. Nã o ajudamos a nó s mesmos, à outra pessoa, ou ao relacionamento
tentando força-lo ou fazendo todo o trabalho.
Deixe correr. Espere e veja. Pare de preocupar-se em fazer com que ele aconteça.
Veja o que acontece e tente ver se é isso mesmo que você deseja.
_Hoje, deixarei de fazer todo o esforço em meus relacionamentos. Darei à outra
pessoa o presente de querer que ambos participemos. Aceitarei o nível natural que
o relacionamento alcançará quando eu estiver fazendo minha parte e permitirei à
outra pessoa determinar a parte que lhe caberá . Posso confiar em que meus
relacionamentos alcançarã o seus pró prios níveis. Nã o tenho de fazer todo o
trabalho sozinho; preciso fazer apenas minha parte._

10 de novembro
Crenças Sobre Dinheiro
_Eu estava acertando um novo emprego numa grande empresa. Eu era bom na
minha profissã o. Ao discutir os detalhes com o chefe de pessoal, ele me perguntou
quanto eu achava que merecia. Pensei e cheguei à quantia de quatrocentos dó lares
por mês. Isso foi nos anos sessenta. Eu nã o queria pedir muito, entã o decidi pedir a
menor quantia com a qual poderia viver. Ele me contratou e pagou-me o que pedi.
Mais tarde, quando deixei o emprego, o chefe de pessoal contou-me que poderia
ter-me pago o que eu quisesse. Se tivesse pedido seiscentos ou setecentos, o que
era um tremendo salá rio na época, teria conseguido. Eu me limitara ao que achava
que merecia._
— Anô nimo
Quais sã o nossas crenças sobre dinheiro?
Achamos o dinheiro diabó lico e errado? O dinheiro nã o é nem uma coisa nem
outra. É uma necessidade nesse mundo. É o que as pessoas precisam para adquirir
produtos ou serviços de primeira necessidade, assim como para comprar coisas
supérfluas ou pagar por atividades de lazer; é uma maneira de sermos
recompensados por nosso trabalho. Amar o dinheiro, entretanto, pode ser tã o
autodestrutivo quanto amar qualquer outra mercadoria. Tornamo-nos obcecados
pelo dinheiro; podemos usá -lo como uma fuga dos relacionamentos e sentimentos;
podemos usá -lo compulsivamente para termos a sensaçã o temporá ria de poder.
Dinheiro é apenas dinheiro.
Achamos que há falta de dinheiro? Muitos de nó s crescemos com a sensaçã o de
privaçã o com relaçã o ao dinheiro; nã o há o bastante. Nunca haverá o bastante. Se
conseguimos um pouco, devemos guardá -lo e juntá -lo, porque nã o haverá mais.
O dinheiro nã o está escasseando. Nã o adianta gastarmos energia com
ressentimentos em relaçã o à queles que tem muito. Há dinheiro demais por aí.
Quanto achamos que merecemos? Muitos de nó s nos limitamos ao que acreditamos
que merecemos.
Dinheiro nã o é diabó lico. Nã o há falta dele, exceto em nossa mente e em nossa
forma de agir. E o que acreditamos que merecemos será o que receberemos.
Podemos mudar nossas crenças através da afirmaçã o, estabelecendo objetivos,
começando de onde estamos, e trabalhando vagarosamente em direçã o aonde
desejamos estar.
_Hoje, examinarei minhas crenças sobre dinheiro. Começarei o processo de
libertar-me de quaisquer crenças auto derrotistas que possam limitar ou bloquear
a parte financeira da minha vida._

11 de novembro
Disciplina
As crianças precisam de disciplina para se sentirem seguras; os adultos, também.
Disciplina significa compreender que existem consequências ló gicas ao nosso
comportamento. Disciplina significa assumir a responsabilidade e as
consequências de nosso comportamento.
Disciplina significa aprender a esperar o que desejamos.
Disciplina significa estar disposto a trabalhar para o que desejamos e nessa
direçã o.
Disciplina significa aprender e praticar novos comportamentos.
Disciplina significa estar onde e quando precisamos estar, apesar de nossos
sentimentos.
Disciplina é realizar nossas tarefas do dia-a-dia, sejam elas comportamentos de
recuperaçã o ou lavar os pratos.
Disciplina inclui acreditar que nossos objetivos serã o alcançados, embora nã o os
possamos ver.
A disciplina pode ser extenuante. Podemos sentir-nos amedrontados, confusos e
inseguros. Mais tarde descobriremos seu propó sito. Mas essa clareza de visã o
geralmente nã o aparece na hora da disciplina. Podemos até mesmo nã o acreditar
que estamos andando para a frente.
Mas estamos.
A tarefa dos tempos de disciplina é simples: ouça, confie e obedeça.
_Poder Superior, ajude-me a aprender a entregar-me à disciplina. Ajude-me a saber
que, como resultado da disciplina e do aprendizado, uma importante mudança será
operada em mim._

12 de novembro
A Escolha do Momento
Espere até que a hora seja certa. Adiar ou procrastinar é autodestrutivo; agir cedo
demais, antes da hora, também é autodestrutivo.
À s vezes, entramos em pâ nico e agimos movidos pelo medo. À s vezes, agimos
intempestivamente por vingança ou porque queremos punir alguém. Agimos ou
falamos depressa demais como forma de controlar alguém, ou de forçar alguém a
agir. À s vezes, agimos depressa demais para aliviar a sensaçã o de desconforto ou
ansiedade sobre como a situaçã o transcorrerá .
Uma açã o antes da hora certa pode ser tã o ineficaz quanto tarde demais. Pode
causar mais problemas do que resolver. Geralmente, quando esperamos pela hora
certa — à s vezes somente uma questã o de minutos, ou de horas —, o desconforto
desaparece, e temos o poder de conseguir o que precisamos.
Na recuperaçã o, aprendemos a ser eficientes.
Nossas respostas aparecerã o. Nossa orientaçã o aparecerá . Rezemos. Confiemos.
Esperemos. Deixemos correr. Estamos sendo levados. Estamos sendo guiados.
_Hoje, abandonarei minha necessidade de controlar, ficando à espera de que
chegue a hora certa. Quando a hora certa chegar, agirei._

13 de novembro
Cuidando de nó s mesmos
Nã o temos de esperar que outros venham em nossa ajuda. Nã o somos vítimas. Nã o
somos impotentes.
Libertar-nos de pensamentos imperfeitos significa que descobrimos que nã o há
cavaleiros em corcéis brancos, ou fadas-madrinhas observando-nos do céu, a
postos para nos salvar.
Podemos seguir mestres em nosso caminho, mas eles nã o nos salvarã o. Eles nos
ensinarã o. As pessoas que importam chegarã o, mas nã o nos salvarã o. Elas se
importarã o. Virá ajuda, mas ajuda nã o é salvaçã o.
Nossos salvadores somos nó s.
Nossos relacionamentos melhorarã o fabulosamente quando deixarmos de salvar
os outros e pararmos de esperar que eles nos salvem.
_Hoje, me libertarei do medo e da dú vida que me bloqueiam para uma açã o efetiva
no meu melhor interesse. Posso cuidar de mim mesmo e deixar que os outros
façam o mesmo por si._

14 de novembro
Deixando a Raiva Sair
Podemos ficar com raiva, mas nã o é saudável ficarmos ressentidos. Apesar do que
aprendemos quando crianças, nã o importa o que vimos como modelo, podemos
aprender a lidar com nossa raiva nas formas saudáveis para nó s e para aqueles à
nossa volta. Podemos sentir a emoçã o da raiva. Podemos ligar-nos a ela, assumi-la,
senti-la, expressá -la, libertá -la e acabar com ela.
Podemos ouvir o que a raiva nos está dizendo sobre o que queremos e
necessitamos a fim de cuidar de nó s mesmos.
À s vezes, podemos até nos entregar a emoçã o de raiva nã o justificada. Emoçõ es sã o
apenas emoçõ es; nã o há moralidade nas emoçõ es, somente em nossos
comportamentos. Podemos sentir raiva sem ferir ou abusar dos outros ou de nó s
mesmos. Podemos aprender a lidar com a raiva de forma a beneficiar nossos
relacionamentos, ao invés de prejudicá -los.
Se nã o sentirmos nossa raiva de hoje, precisaremos enfrenta-la amanhã .
_Hoje, me permitirei sentir raiva. Expressarei minha raiva apropriadamente, sem
culpa. Depois terminarei com ela._

15 de novembro
Os Benefícios da Recuperaçã o
Há dois benefícios na recuperaçã o: os de curto prazo e os de longo prazo.
Os benefícios de curto prazo sã o as coisas que fazemos hoje que nos ajudam a nos
sentirmos melhor imediatamente.
Podemos levantar-nos de manhã , ler durante alguns minutos nosso livro de
meditaçã o e sentir-nos revigorados. Podemos trabalhar um Passo e quase sempre
notar uma diferença imediata na maneira com que nos sentimos e agimos.
Podemos ir a uma reuniã o e sentir-nos mais energizados, conversar com um amigo
e sentir-nos reconfortados, ou praticar um novo comportamento de recuperaçã o,
como lidar com _nossos_ sentimentos ou fazer algo de bom para nó s mesmos, e
sentir-nos aliviados.
Mas há outros benefícios da recuperaçã o, que nã o vemos imediatamente, no nosso
dia-a-dia ou mesmo em períodos mensais. Sã o os benefícios a longo prazo, o maior
progresso que fazemos em nossa vida.
Com o passar dos anos podemos ver tremendas recompensas. Podemos ver-nos
crescer realmente fortes, até termos um relacionamento pessoal diá rio com um
Poder Superior que é tã o real para nó s quanto um relacionamento com nosso
melhor amigo.
Podemos ver como ficamos mais bonitos ao nos livrar de culpas, ressentimentos,
ó dio pró prio e outros atributos negativos de nosso passado.
Podemos observar a qualidade de nossos relacionamentos melhorarem com a
família, os amigos e os cô njuges. Podemos sentir-nos crescer constante e
gradualmente em nossa capacidade de sermos íntimos e pró ximos, de dar e
receber.
Podemos observar-nos crescendo em nossa carreira profissional, em nossa
capacidade de sermos pessoas criativas, poderosas e produtivas, usando nossos
dotes e talentos de uma forma que nos faz bem e beneficia a outros.
Descobrimos a alegria e a beleza em nó s mesmos, nos outros e na vida.
O progresso a longo prazo é constante, mas à s vezes é vagaroso, acontecendo
gradualmente e quase sempre com avanços e retrocessos. Uma soma suficiente de
dias de prá tica de comportamentos de recuperaçã o e de conquista de benefícios a
curto prazo conduz à s recompensas a longo prazo.
_Hoje, serei grato pelas recompensas da recuperaçã o, imediatas e de longo prazo.
Se sou novo na recuperaçã o, confiarei em que posso conseguir os benefícios a
longo prazo. Se já me venho recuperando há algum tempo, pararei para refletir, e
agradecerei pelo meu progresso geral._

16 de novembro
A Armadilha da Vítima
A crença de que a vida deve ser dura e difícil é a crença que fabrica o má rtir.
Podemos mudar nossas crenças negativas sobre a vida, e temos o poder de parar
nosso sofrimento e de cuidar de nó s mesmos.
Nã o somos impotentes. Somos capazes de resolver nossos problemas. Temos o
poder — nã o para modificar ou controlar os outros, mas para resolver os
problemas que cabe a nó s resolver.
Usando cada problema que surge em nosso caminho para “provar” que a vida é
dura e que somos impotentes — isso é co-dependência. É a armadilha da vítima.
A vida nã o tem de ser difícil. Na verdade, pode ser suave. A vida é boa. Nã o temos
de transformá -la — ou a nó s mesmos — num verdadeiro pavor. Nã o temos de viver
no lado escuro.
Nó s temos poder, mais do que pensamos, mesmo nos tempos difíceis. E os tempos
difíceis nã o provam que a vida é má ; eles fazem parte dos altos e baixos da vida; e
quase sempre funcionam para o melhor.
Podemos mudar nossa atitude; podemos mudar a nó s mesmos; à s vezes, até
podemos mudar nossa situaçã o.
A vida é um desafio. À s vezes, há mais dor do que pedimos; à s vezes, há mais
alegria do que imaginamos.
Tudo isso faz parte do pacote e o pacote é bom.
Nã o somos vítimas da vida. Podemos aprender a eliminar nossa condiçã o de
vítimas da vida. Libertando-nos de nossa crença de que a vida tem de ser difícil e
dura, podemos tornar nossa vida muito mais fá cil.
_Hoje, Deus, ajude-me a libertar-me da crença de que a vida é muito dura, horrível
ou difícil. Ajude-me a substituir essa crença por uma visã o mais saudável e
realista._

17 de novembro
Sofrimento e Açã o
_Confie em Deus e faça alguma coisa._
— Mary Lyon
É importante deixarmos que nossa afliçã o seja uma passagem entre o ontem e o
amanhã . Mas nã o precisamos ser indevidamente controlados pela nossa tristeza,
ou por nossa dor.
Há horas em que ficamos tristes, submetidos à opressã o, ao cansaço, ao desâ nimo
por um período de tempo longo demais. Chega a hora de interromper isso. Chega a
hora de assumir a açã o.
Saberemos quando chegar a hora de quebrar a rotina do sofrimento. Haverá sinais
dentro e em volta de nó s. Cansaremos da opressã o. Uma ideia nos ocorrerá ; uma
oportunidade se apresentará . Poderemos pensar: “Nã o, o esforço é demasiado”...
Mas faça-o, de qualquer maneira. Tente alguma coisa. Peça ajuda. Desdobre-se. Faça
algo diferente, algo incomum, algo especial.
Uma nova atividade pode desencadear o processo de transformaçã o. Fique
acordado duas horas além do normal! Marque uma hora para fazer algo por si
mesmo que seja diferente do que costuma fazer. Visite alguém que nã o vê há anos.
Faça algo para encorajar e ajudar a nova energia a vir até você.
Podemos nã o sentir vontade de interromper nossa tristeza. Podemos sentir-nos
mais seguros e confortáveis se ficarmos em nosso casulo. Mas de qualquer modo,
comece a fazer força para fora.
Teste as paredes do casulo. Empurre. Empurre mais um pouco. Pode ser a hora de
desabrochar.
_Hoje, confiarei em Deus e no processo, mas também farei algo para que me sinta
melhor._

18 de novembro
Permitindo-nos Ser Acariciados
Deixe-se ser acariciado e amado. Deixe que as pessoas estejam presentes para você.
Permita-se ser abraçado quando isso lhe fizer bem. Deixe alguém ouvi-lo, apoiá -lo e
encorajá -lo quando precisar disso. Receba o conforto da presença física de alguém
quando necessitar. Permita a você mesmo ser apoiado emocionalmente e ser
cuidado.
Por muito tempo permanecemos em segundo plano, cuidando das necessidades
dos outros, alegando que nã o temos nossas pró prias carências. Por muito tempo
mantivemos trancada a parte de nó s que precisa ser acariciada.
Agora é hora de reivindicar essas necessidades, de identificá -las e de compreender
que merecemos que elas sejam satisfeitas.
Quais sã o nossas necessidades? O que nos faz sentir bem? De que maneira
gostaríamos que as pessoas nos acariciassem e nos apoiassem? Quanto mais claros
formos sobre nossas necessidades, maior a possibilidade de que elas sejam
satisfeitas.
Abraços. Um ouvido amigo. Apoio. Encorajamento. A presença física e emocional de
pessoas que se importam conosco. Isso nã o soa bem? Nã o é tentador?
Alguém me disse:
— Os anos oitenta foram a década do “eu”. Agora, talvez os noventa possam ser
a década do “você”.
Minha resposta foi imediata:
— Vamos fazer dos noventa a década do “eu” e do “você”.
Nã o importa há quanto tempo nos estejamos recuperando, jamais superaremos
nossa necessidade de carinho e de amor.
_Hoje, estarei disposto a reconhecer minha necessidade de carinho. Estarei aberto
também à s necessidades daqueles à minha volta. Posso começar tomando uma
atitude de carinho e amor quanto a mim mesmo e assumindo a responsabilidade
por minhas necessidades em meus relacionamentos._

19 de novembro
Aceitando Nossos Sentimentos
Por que lutamos tanto contra os nossos sentimentos? Por que nos esforçamos tanto
em negar nossas emoçõ es, principalmente as concernentes a outras pessoas? Elas
sã o _apenas_ emoçõ es!
No decorrer de um dia, podemos negar que nos sentimos frustrados com relaçã o a
alguém que nos está prestando um serviço.
Podemos negar que nos sentimos frustrados, zangados ou magoados com relaçã o a
um amigo.
Podemos negar sentimentos de medo, ou de raiva, com relaçã o a nossos filhos.
Podemos negar toda uma gama de emoçõ es quanto a nosso cô njuge ou à pessoa
com quem estamos tendo um relacionamento amoroso.
Podemos negar sentimentos provocados por pessoas para as quais trabalhamos, ou
por pessoas que trabalham para nó s.
À s vezes, as emoçõ es sã o uma reaçã o direta a outras pessoas. À s vezes, as pessoas
desencadeiam algo mais profundo — uma antiga tristeza ou frustraçã o.
Nã o importa a fonte de nossas emoçõ es, elas continuam sendo nossas emoçõ es.
Nó s as possuímos. E quase sempre a aceitaçã o é tudo que é preciso para fazê-las ir
embora.
Nã o precisamos deixar que nossas emoçõ es controlem nosso comportamento. Nã o
temos de agir sobre cada emoçã o que passe por nó s. Nã o precisamos entregar-nos
a um comportamento inapropriado.
Sempre é bom falar de nossas emoçõ es com alguém em quem confiamos. À s vezes,
precisamos expor nossas emoçõ es à s pessoas que as estã o desencadeando. Isso
pode originar intimidade e proximidade. Mas a pessoa mais importante a quem
precisamos contar somos nó s mesmos. Se permitimos que nossos sentimentos
fluam em nó s, se os aceitamos e depois os liberamos, entã o saberemos o que fazer
a seguir.
_Hoje, lembrar-me-ei de que as emoçõ es sã o uma parte importante de minha vida.
Estarei aberto à s minhas emoçõ es em minha vida familiar, com meus amigos, no
amor e no trabalho. Sentirei minhas emoçõ es sem julgar a mim mesmo._

20 de novembro
Desejos e Necessidades
A muitos de nó s foi ensinado que nã o podemos ter tudo que desejamos na vida.
Essa é a crença do má rtir. É nascida da privaçã o e do medo.
Identificar o que queremos e necessitamos, e depois colocar isso no papel, faz
disparar uma poderosa cadeia de eventos. Indica que estamos assumindo a
responsabilidade para conosco, dando a Deus e ao Universo permissã o para que
supram nossos desejos e necessidades.
A poderosa força que faz isso acontecer é a crença de que merecemos ter uma
mudança de personalidade, um relacionamento, uma nova dimensã o para um
relacionamento já existente, uma posse, um certo nível de saú de, de vida, de amor
ou de sucesso.
Quando percebemos que estamos desejando alguma coisa, quase sempre esse
sentimento é Deus preparando-nos para recebê-la.
Ouça. Confie. Abra passagem para as coisas boas em sua vida, prestando atençã o no
que você deseja e precisa. Escreva isso. Afirme-o mentalmente. Reze por isso.
Depois, deixe correr. Deixe por conta de Deus, e veja o que acontece.
Os resultados podem ser melhor do que você imagina.
_Hoje, prestarei atençã o ao que desejo e necessito. Dedicarei tempo para escrever
isso, depois deixarei correr. Começarei a acreditar que mereço o melhor._

21 de novembro
Temores Financeiros
Fiquei sentada no carro, olhando o aviso na porta do departamento de auxílio-
alimentaçã o do governo: “Fechado até sexta-feira.” Era quarta-feira. Eu tinha duas
crianças famintas, além de mim; eu nã o tinha um centavo.
Debrucei a cabeça sobre o volante. Nã o aguentava mais.
Eu tinha sido tã o forte, tã o corajosa, tã o confiante, há tanto tempo. Uma mã e com
dois filhos, recentemente divorciada. Esforçara-me tanto para ser grata pelo que
tinha, enquanto estabelecia objetivos financeiros e me esforçava a crer que merecia
o melhor.
Eu havia suportado tanta pobreza, tanta privaçã o. Todos os dias, eu trabalhava o
Décimo Primeiro Passo. Esforçava-me tanto em rezar para conhecer o desejo de
Deus para mim, e o poder de consegui-lo. Acreditava que estava fazendo o que
tinha de fazer na minha vida. Nã o estava bobeando por aí. Estava fazendo meu
melhor, dando o má ximo.
Mas o dinheiro nunca era o bastante. Minha vida era uma luta sob muitos aspectos,
mas a luta financeira parecia infindável.
O dinheiro nã o é tudo, mas é preciso dinheiro para se resolverem alguns
problemas. Eu estava cansada do “liberte-se”, “liberte-se” e “liberte-se”. Estava
cansada de “fingir” que tinha dinheiro suficiente. Estava cansada de ter de esforçar-
me todos os dias para libertar-me da dor e do medo de nã o ter o bastante. Estava
cansada de esforçar-me tanto para ser feliz e ter o bastante. Realmente, a maior
parte do tempo eu estava feliz. Havia encontrado minha alma na pobreza. Mas
agora que já tinha minha alma e meu ser, queria também algum dinheiro.
Enquanto permanecia sentada no carro tentando recompor-me, ouvi Deus dizer-
me naquele silêncio, com a voz tranquila que sussurra suavemente em nossas
almas:
— Você nunca mais terá de preocupar-se com dinheiro, minha filha. Nã o, a
menos que queira. Eu disse que tomaria conta de você. E tomarei.
Que bom, pensei. Muito obrigada. Acredito no Senhor. Confio no Senhor. Mas olhe
só ao meu redor. Nã o tenho dinheiro. Nã o tenho comida. E o departamento de
auxílio-alimentaçã o está fechado. O Senhor me deixou na mã o.
De novo ouvi Sua voz falar à minha alma:
— Você nã o precisa mais preocupar-se quanto a dinheiro. Nã o precisa ter
medo. Eu lhe prometi que iria atender a todas suas necessidades.
Fui para casa, telefonei para um amigo e pedi-lhe para emprestar-me algum
dinheiro. Eu odiava pedir dinheiro emprestado, mas nã o tinha outra escolha. Meu
desespero no carro foi um desafogo, mas nã o resolveu nada — naquele dia. Nã o
havia nenhum cheque na minha caixa de correio.
Mas consegui comida para aquele dia. E para o outro. E o outro. Em seis meses
minha renda dobrou. Dentro de nove meses, triplicou. Desde aquele dia, eu ainda
tive tempos difíceis, mas nunca mais tive de passar tanto aperto — nem por um
momento.
Agora, tenho o bastante. À s vezes, ainda me preocupo com dinheiro, porque isso é
costumeiro. Mas agora sei que nã o tenho de preocupar-me, e sei que nunca tive.
_Deus, ajude-me a esforçar-me para conseguir hoje o que julgo certo para mim em
minha vida, e confiarei no Senhor quanto ao resto. Ajude-me a libertar-me de meus
medos quanto ao dinheiro. Ajude-me a entregar essa á rea ao Senhor Deus, remova
os bloqueios e as barreiras de minha vida para o sucesso financeiro._

22 de novembro
A Má gica da Gratidã o e da Aceitaçã o
A gratidã o e a aceitaçã o sã o dois truques de má gica disponíveis para nó s em
recuperaçã o. Nã o importa quem somos, onde estamos, ou o que temos, a gratidã o e
a aceitaçã o funcionam.
Podemos eventualmente chegar à conclusã o de que somos tã o felizes que
descobrimos que nossa situaçã o atual é boa. Ou controlamos nossas circunstâ ncias
presentes e depois passamos para o pró ximo bloco de circunstâ ncias.
Se nos sentimos continuamente empacados, miseráveis, presos e sem esperanças,
tentemos gratidã o e aceitaçã o. Se já tentamos sem sucesso mudar nossas
circunstâ ncias atuais e começamos a sentir como se estivéssemos batendo com a
cabeça na parede, tentemos gratidã o e aceitaçã o.
Se achamos que tudo está escuro e que a noite nunca terminará , tentemos gratidã o
e aceitaçã o.
Se nos sentimos amedrontados e inseguros, tentemos gratidã o e aceitaçã o.
Se já tentamos tudo mais e nada parece funcionar, tentemos gratidã o e aceitaçã o.
Se estamos lutando por algo, tentemos gratidã o e aceitaçã o.
Quando tudo mais falhar, volte à s coisas bá sicas.
Gratidã o e aceitaçã o funcionam.
_Hoje, Deus, ajude-me a libertar-me de minhas resistências. Ajude-me a saber que a
dor de uma situaçã o deixará de ferir tanto se eu a aceitar. Praticarei os princípios
bá sicos da gratidã o e da aceitaçã o em minha vida, e para todas minhas
circunstâ ncias atuais._

23 de novembro
Sexualidade Saudável
Muitas á reas de nossa vida precisam cicatrizar-se.
Uma parte importante de nossa vida é a sexualidade. Nossas crenças e emoçõ es
sobre nossa sexualidade, nossa capacidade de acariciar, cuidar e desfrutar de nossa
sexualidade, nossa capacidade de respeitar a nó s mesmos sexualmente, nossa
capacidade de nos libertarmos da vergonha e da confusã o que envolvem o sexo,
podem estar afetadas ou atrapalhadas pela nossa co-dependência.
Nossa energia sexual pode estar bloqueada. Ou, para alguns de nó s, o sexo pode ser
a ú nica maneira que aprendemos de nos ligar à s pessoas. Nossa sexualidade pode
nã o estar ligada ao resto de nó s; o sexo pode nã o estar ligado ao amor — por nó s
mesmos ou pelos outros.
Alguns de nó s fomos abusados sexualmente quando crianças. Alguns de nó s nos
envolvemos em comportamentos sexualmente viciados — comportamentos
sexuais compulsivos que fugiram do controle e causaram vergonha.
Alguns de nó s podemos ter ficado envolvidos em co-dependência sexual: nã o
prestar atençã o ao que queremos ou nã o queremos sexualmente; permitir-nos
envolver sexualmente porque era o que as outras pessoas queriam; isolar nossa
sexualidade de nossos outros sentimentos; negar a nó s mesmos a alegria saudável
de sermos seres sexuais.
Nossa sexualidade é uma parte de nó s que merece energia curativa e atençã o. É
uma parte de nó s que podemos permitir que continue ligada ao resto de nó s; é uma
parte de nó s da qual podemos deixar de nos envergonharmos.
É correto e saudável permitirmos que nossa energia sexual desabroche e se cure.
Ela está ligada à nossa criatividade e ao nosso coraçã o. Nã o temos de permitir que
nossa energia sexual controle a nó s ou aos nossos relacionamentos. Podemos
estabelecer e manter limites saudáveis e apropriados em volta de nossa
sexualidade. Podemos descobrir o que isso significa em nossa vida.
Podemos desfrutar a dá diva de sermos seres humanos aos quais foi dado o
presente da energia sexual, sem abusar desse presente ou ignorá -lo.
_Hoje, começarei a integrar minha sexualidade ao resto da minha personalidade.
Deus, ajude-me a libertar-me de meus medos e da vergonha sobre minha
sexualidade. Mostre-me o que preciso enfrentar com relaçã o à minha sexualidade.
Ajude-me a abrir-me à cura nessa á rea de minha vida._

24 de novembro
Entrega
Entregar-se significa dizer: “Está bem, Deus. Farei qualquer coisa que o Senhor
desejar.” Ter fé no Deus de nossa recuperaçã o significa que confiamos em que,
eventualmente, gostaremos de fazer isso.
_Hoje, me entregarei ao meu Poder Superior. Confiarei em que o plano de Deus
para mim é bom, mesmo se for diferente do que eu esperava ou imaginava._

25 de novembro
Conscientizaçã o
Quando começamos a nos conscientizar de um problema, de uma situaçã o ou de
uma emoçã o, podemos reagir com medo ou apreensã o. Nã o há necessidade de
temer a conscientizaçã o. Nã o precisamos.
A conscientizaçã o é o primeiro passo em direçã o ao crescimento e à mudança
positiva. É o primeiro passo em direçã o a resolver um problema ou a conseguir
satisfazer à s necessidades, o primeiro passo em direçã o ao futuro. É como nos
concentramos na pró xima liçã o.
A conscientizaçã o é como a vida, o Universo e nosso Poder Superior atraem nossa
atençã o e nos preparam para as mudanças. O processo de _mudar_ começa com a
conscientizaçã o. Conscientizaçã o, aceitaçã o e mudança — assim é o ciclo. Podemos
aceitar o desconforto temporá rio da conscientizaçã o, porque é assim que passamos
para um lugar melhor. Podemos aceitar esse desconforto temporá rio porque
podemos confiar em Deus e em nó s mesmos.
_Hoje, serei grato por qualquer conscientizaçã o que encontrar. Demonstrarei
gratidã o, paz e dignidade quando a vida atrair minha atençã o. Lembrar-me-ei de
que é certo aceitar o desconforto temporá rio da conscientizaçã o porque posso
confiar que é o meu Poder Superior que me está impulsionando para a frente._

26 de novembro
Libertando-nos da Autocrítica
Veja o quanto progredimos!
É bom nos concentrarmos nas tarefas seguintes, nas coisas que devem ser feitas.
Mas é também importante parar e alegrar-nos sobre o que já conseguimos.
Sim, pode parecer que a mudança foi vagarosa. À s vezes, a mudança é exaustiva.
Sim, demos passos para trá s. Mas estamos exatamente onde devemos estar.
Estamos exatamente onde precisamos estar.
E avançamos bastante.
Aprendemos muito — à s vezes, aos saltos, à s vezes, com passinhos curtos, à s vezes,
pulando e gritando o tempo todo, à s vezes, com as mangas arregaçadas e calos nas
mã os. Aprendemos. Crescemos. Mudamos.
Veja o quanto avançamos.
_Hoje, apreciarei meu progresso. Permitir-me-ei sentir-me bem pelo muito que
consegui._

27 de novembro
Podemos Confiar em Nó s Mesmos
Para muitos de nó s o problema nã o é se podemos confiar novamente em alguém; é
se podemos confiar novamente em nosso pró prio julgamento.
— O ú ltimo erro que cometi quase me custou a sanidade mental — disse uma
mulher em recuperaçã o, que foi casada com um maníaco sexual. — Nã o posso
cometer outro erro como aquele.
Muitos de nó s confiamos em pessoas que nos mentiram, abusaram de nó s, nos
manipularam ou de alguma forma nos exploraram, exatamente porque confiamos
nelas. Podemos ter achado que essas pessoas eram encantadoras, carinhosas e
decentes. Pode ser que uma vozinha nos tenha dito: “Nã o, há algo errado.” Ou pode
ter sido confortável confiar naquela pessoa, e nos chocamos quando descobrimos
que nosso instinto estava errado.
E isso pode perseguir-nos pela vida afora durante anos. Nossa confiança nos outros
pode ter sido abalada, mas nossa confiança em nó s mesmos pode ter sido abalada
ainda mais.
Como algo que parecia tã o certo, fluía tã o bem, se transformou num erro total? —
podemos imaginar. Como posso voltar a confiar no meu processo de seleçã o,
quando ele se mostrou tã o defeituoso?
Podemos jamais vir a ter as respostas. Acho que precisei cometer certos “erros”
para aprender importantes liçõ es que de outra forma nã o teria aprendido. Nã o
podemos deixar nosso passado interferir com nossa capacidade de confiar em nó s
mesmos. Nã o podemos nos permitir viver com medo.
Se estamos sempre tomando decisõ es erradas nos negó cios ou no amor, talvez
precisemos descobrir por que insistimos em derrotar a nó s mesmos.
Mas a maioria de nó s melhorou. Aprendemos. Crescemos de nossos erros.
Vagarosamente, pouco a pouco, nossos relacionamentos melhoram. Nossas
escolhas de negó cios melhoram. Nossas decisõ es sobre como enfrentar situaçõ es
com amigos ou filhos melhoram. Beneficiamo-nos de nossos erros. Beneficiamo-
nos de nosso passado. E se cometemos erros é porque precisávamos cometê-los a
fim de aprender durante o caminho.
_Hoje, abandonarei meus medos sobre confiar em mim mesmo por ter cometido
erros no passado. Compreendo que esses medos somente servem para prejudicar
meu julgamento hoje. Darei a meu passado, e mesmo a meus erros, o valor de
aceitar e de ser grato por todos eles. Esforçar-me-ei para descobrir o que ganhei
com meus erros. Tentarei também ver todas minhas boas decisõ es. Ficarei de olho
aberto para melhorar, para o progresso geral na minha vida._

28 de novembro
De Volta aos Passos
Volte aos Passos. Volte a um Passo.
Quando nã o sabemos o que fazer a seguir, quando nos sentimos confusos,
aborrecidos, perturbados, no fim da picada, esmagados, cheios de má vontade,
raiva ou desespero, voltemos aos Passos.
Nã o importa que tipo de situaçã o estamos enfrentando; trabalhar um Passo
ajudará . Concentre-se em um, confie em seus instintos e trabalhe nele.
O que significa dar um Passo? Pense nisso. Medite sobre isso. Em vez de se
concentrar na confusã o, nos problemas e na situaçã o que nossa raiva ou desespero
causam, concentre-se em um Passo.
Pense em como esse Passo pode ser aplicado. Agarre-se a ele. Agarre-se a ele com
tanta força quanto nos agarramos à nossa confusã o ou aos nossos problemas.
Os Passos sã o uma soluçã o. Eles funcionam. Podemos acreditar que eles
funcionam.
Podemos confiar em que os Passos nos levarã o a um bom lugar.
Quando nã o sabemos que passo dar a seguir, é só dar qualquer um dos Doze.
_Hoje, me concentrarei em usar os Doze Passos para resolver problemas e manter-
me em equilíbrio e harmonia. Trabalharei um Passo o melhor que puder.
Aprenderei a confiar nos Passos, a confiar neles em vez de confiar em meus
comportamentos protetores e co-dependentes._

29 de novembro
O Décimo Segundo Passo
O Décimo Segundo Passo diz que depois de termos tido um despertar espiritual,
devemos tentar transmitir essa mensagem aos outros. Nossa mensagem é de
esperança, amor, conforto, saú de — uma melhor forma de vida, uma vida que
funcione.
Como a transmitimos? Nã o é salvando. Nã o é controlando. Nã o é ficando
obcecados. Nã o é transformando-nos em evangelistas pela causa da recuperaçã o.
Transmitimos essa mensagem de muitas maneiras pequenas, sutis, mas poderosas.
Fazendo nosso pró prio trabalho de recuperaçã o e nos tornando uma demonstraçã o
viva de esperança, amor-pró prio, conforto e cura. Esses comportamentos
silenciosos podem ser uma poderosa mensagem.
Convidar (nã o ordenar ou exigir) alguém para uma reuniã o é uma poderosa
maneira de transmitir a mensagem.
Ir à s reuniõ es e compartilhar com os outros a forma como a recuperaçã o funciona
para nó s é uma poderosa maneira de transmitir a mensagem.
Ser quem somos e permitir que nosso Poder Superior guie nossas açõ es sã o
maneiras poderosas de transmitir a mensagem. Quase sempre transmitimos assim
a mensagem mais efetivamente do que quando nos propomos a mudar, a convencer
ou a forçar alguém a se recuperar.
Tomar conta e controlar nã o sã o formas de transmitir a mensagem. O que todos
esses comportamentos transmitem é a co-dependência.
Entretanto, a maneira mais poderosa de ajudar aos outros se resume em ajudar a
nó s mesmos. Quando fazemos nosso pró prio trabalho e somos honestos e abertos
sobre isso, causamos mais impacto nos outros do que nosso mais bem-
intencionado gesto de “ajuda”. Nã o podemos mudar os outros, mas, quando
mudamos nó s mesmos, podemos acabar mudando o mundo.
_Hoje, me esforçarei por transmitir a mensagem em formas que funcionem.
Libertar-me-ei de minha necessidade de "ajudar” as pessoas. Em vez disso, me
concentrarei em ajudar e a mudar a mim mesmo. Se surgir uma oportunidade de
compartilhar minha recuperaçã o com alguém, farei isso calmamente. Deus, ajude-
me a demonstrar a outros conforto, controle e esperança. Posso ser um canal para
ajudar os outros, quando estiver pronto. Nã o tenho de forçar; isso acontecerá
naturalmente._

30 de novembro
O Desligamento
Certo dia, meu filho trouxe para casa um gerbo para viver conosco. Nó s o pusemos
numa gaiola. Algum tempo depois, o gerbo fugiu. Durante os meses seguintes o
animal correu selvagem e desesperadamente pela casa toda. E nó s também —
perseguindo-o.
— Ali está . Pegue-o! — gritávamos, cada vez que alguém via o gerbo.
Eu e meu filho largávamos tudo que estávamos fazendo e corríamos pela casa
pulando e dando botes sobre o animal, esperando capturá -lo.
Eu me preocupava com ele mesmo quando nã o o via. “Isso é ridículo”, pensava.
“Nã o posso ter um gerbo correndo para cima e para baixo. Tenho de pegá -lo. Temos
de fazer _alguma coisa._”
Um pequeno animal, do tamanho de um rato, perturbava a casa inteira.
Um dia, quando estava sentada na sala, vi o gerbo correndo pelo corredor. Num
frenesi, saí a saltar sobre ele, como geralmente fazia, quando finalmente dei por
mim.
Nã o, pensei. Basta! Se esse animal deseja viver pelos cantos da casa, vou deixar que
o faça. Chega de preocupar-me com ele, de persegui-lo. É uma situaçã o estranha,
mas é assim que tem de ser.
Deixei o gerbo correr, sem reagir. Senti-me ligeiramente desconfortável com essa
minha nova reaçã o — ou falta de reaçã o —, mas continuei assim.
Depois, fiquei mais confortável com minha nova reaçã o — de nã o reagir. Daí a
pouco, fiquei mais sossegada. Parei de perseguir o gerbo. Uma tarde, semanas
depois de começar a praticar minha nova atitude, o gerbo passou por mim, como
tinha feito tantas vezes, e eu nem olhei para ele. O animal parou, virou-se e olhou
para mim. Saltei sobre ele. Ele voltou a correr. Eu relaxei.
— Ó timo, faça o que quiser — disse eu; e estava dizendo a verdade.
Uma hora depois o gerbo voltou e ficou parado ao meu lado. Calmamente, peguei-o
e coloquei-o na gaiola, onde ele vive feliz até hoje. A moral da histó ria é: _Nã o pule
em cima do gerbo_. Ele já estava com medo; persegui-lo assusta-o ainda mais e nos
deixa loucos.
O desligamento funciona.
_Hoje, ficarei confortável com minha nova reaçã o — nã o reagindo. Ficarei em paz._

01 de dezembro
Permitindo que as Pessoas Estejam Presentes para Nó s
À s vezes, precisamos de carinho. À s vezes, precisamos de apoio.
Muitos de nó s há tanto tempo nã o temos apoio e carinho que podemos até nã o
saber que é algo que desejamos e necessitamos. Muitos de nó s aprendemos a
bloquear ou deixar de conseguir o que queremos e necessitamos.
Talvez nem tentemos atender a essas necessidades. Podemos estar relacionando-
nos com pessoas que nã o podem ou nã o estã o dispostas a atender à s nossas
necessidades. Ou talvez estejamos envolvidos com pessoas que ficariam felizes em
atender a um pedido direto nosso.
Para conseguirmos isso, teremos de desistir de algumas coisas. Teremos de
libertar-nos de nosso papel de má rtires ou de vítimas. Se pedirmos o que
necessitamos e desejamos, e conseguirmos que essas necessidades sejam
satisfeitas, nã o poderemos mais tarde punir ou afastar essas pessoas, acusando-as
de decepcionar-nos.
Teremos de abandonar nossos medos o suficiente para sentirmos a intimidade que
ocorre quando permitimos que alguém nos ame e nos apoie. Podemos até ter de
aprender, um dia de cada vez, a ser felizes e contentes.
Aprendamos a permitir que os outros se façam presentes para nó s.
_Hoje, estarei disposto a identificar o que necessito das pessoas e pedirei
diretamente o que desejo. Permitirei que se façam presentes para mim._

02 de dezembro
Colocando Nossa Vida em Suspenso
Nã o podemos colocar nossas necessidades em suspenso, esperando que certas
pessoas preencham nossa vida, ou se transformem e sejam quem e o que
desejamos que elas sejam. Isso criará ressentimento, hostilidade e uma
dependência nã o saudável, além de uma confusã o que teremos de resolver mais
tarde.
Se decidimos que desejamos manter um determinado relacionamento ou se
desejamos esperar para tomar uma decisã o sobre um determinado
relacionamento, nesse meio tempo devemos continuar com nossa pró pria vida.
Isso pode ser difícil. Pode parecer natural colocar nossa vida em suspenso. É
quando nos prendemos nas crenças dos co-dependentes: Só aquela pessoa pode
me fazer feliz... Preciso daquela pessoa - para que aconteça determinada coisa para
que eu possa ser feliz...
Essa é uma situaçã o que favorece nossa baixa auto-estima, nossa insegurança,
nossa tendência a negligenciar a nó s mesmos.
Podemos entrar nessa situaçã o de vá rias maneiras. Podemos fazer isso esperando
uma carta, esperando um emprego, esperando uma pessoa, esperando por um
acontecimento.
Nã o precisamos pô r nossa vida em suspenso. Se fizermos isso haverá
consequências. Toque sua vida para a frente. Viva um dia de cada vez.
O que poderia fazer agora para cuidar de mim, para me sentir melhor, para atender
à s minhas necessidades de forma saudável e apropriada?
Como posso assumir o poder de cuidar de mim mesmo, sem depender do que
outras pessoas estejam ou nã o fazendo?
O que acontecerá se eu mudar o sistema e começar a tomar conta de mim mesmo?
À s vezes, descobrimos imediatamente as respostas que desejamos. À s vezes,
esperamos algum tempo. À s vezes, as coisas nã o funcionam exatamente como
desejamos. Mas elas sempre mudam para melhor, e quase sempre para melhor do
que esperamos.
Enquanto isso, manifestamos amor por nó s mesmos vivendo nossa pró pria vida e
retomando seu controle das mã os dos outros. Isso sempre nos recompensa dez
vezes mais, porque quando realmente manifestamos amor por nó s mesmos, damos
ao nosso Poder Superior, a outras pessoas e ao Universo permissã o para que nos
dêem o amor que desejamos e necessitamos.
Deixar de viver nossa vida para tentar fazer uma coisa acontecer, nã o funciona.
Tudo que acontece é nos sentirmos infelizes, porque deixamos de viver nossa vida.
_Hoje, forçarei a mim mesmo, se necessá rio, a viver minha pró pria vida. Agirei em
meu melhor interesse, de maneira que reflita o amor-pró prio. Se dei poder ou o
controle de minha vida a alguém, alguém que nã o seja um Poder maior do que eu,
eu o tomarei de volta. Começarei a agir em meu pró prio benefício, mesmo que me
sinta desajeitado fazendo isso._

03 de dezembro
Desenvolvendo uma Tolerâ ncia Saudável
Muitos de nó s somos há beis em negar e nã o levar em conta o que nos magoa.
Podemos aguentar uma determinada situaçã o repetindo para nó s mesmos que nã o
é tã o má assim; que nã o devemos ser tã o exigentes; que qualquer dia isso mudará ;
que devemos ser capazes de viver com isso; que isso nã o nos aborrece; que a outra
pessoa nã o faz por mal; que isso nã o nos fere, _talvez o problema seja apenas nó s
mesmos._
Podemos lutar e argumentar com nó s mesmos sobre a realidade e a validade de
nossa dor — nosso direito de senti-la e de fazer algo a respeito.
Geralmente toleramos demais, ou até ao ponto de ficarmos furiosos e nos
recusarmos a tolerar mais.
Podemos desenvolver uma tolerâ ncia saudável.
Fazemos isso estabelecendo limites saudáveis e confiando em nó s mesmos em
assumir nosso poder com as pessoas. Podemos diminuir nosso sofrimento dando
valor e prestando atençã o em nó s mesmos. Podemos esforçar-nos para diminuir o
tempo entre identificar uma necessidade de estabelecer um limite e tomar uma
providência clara e direta.
Nã o somos loucos. Alguns comportamentos realmente nos aborrecem. Alguns
comportamentos realmente sã o impró prios, aborrecedores, ofensivos e abusivos.
Nã o temos de nos sentir culpados quanto a tomar conta de nó s mesmos, uma vez
que identificamos um limite que precisa ser fixado. Encare essa experiência como
uma tentativa de assumir seu poder, de estabelecer limites novos e saudáveis para
você mesmo.
Depois que estabelecemos um limite, nã o temos de sentir-nos culpados, ou de
pedir desculpas, ou de explicar-nos. Podemos aprender a aceitar nosso desconforto
e nossa dificuldade de estabelecer limites com as pessoas. Podemos estabelecer
nosso direito de ter esses limites. Podemos dar à outra pessoa espaço para ter e
explorar seus sentimentos; podemos dar a nó s mesmos espaço para termos nossos
sentimentos — enquanto nos esforçamos para assumir nosso pró prio poder e criar
relacionamentos bons e que funcionem.
Uma vez que confiamos em nossa capacidade de cuidar de nó s mesmos,
desenvolveremos tolerâ ncias saudáveis e razoáveis nos outros.
_Deus, ajude-me a começar a esforçar-me em estabelecer limites saudáveis e
tolerâ ncia saudável quanto a mim mesmo e aos outros._

04 de dezembro
Libertando-nos
— De quanto precisamos para nos libertar? — perguntou-me uma amiga.
— Nã o tenho certeza — respondi. — Talvez de _tudo._ Libertaçã o é um processo
espiritual, emocional, mental e físico e, à s vezes, um _processo metafísico
misterioso_ de entregar a Deus e ao Universo aquilo a que nos agarramos tanto.
Libertamo-nos de fazer pressã o sobre as pessoas, sobre as consequências, as
ideias, os sentimentos, os desejos, as necessidades — tudo. Libertamo-nos de
tentar controlar nosso progresso na recuperaçã o. Sim, é importante
reconhecermos e aceitarmos o que desejamos e o que queremos que aconteça. Mas
é igualmente importante acompanhar isso libertando-nos.
Libertaçã o é a açã o que faz parte da fé. É um comportamento que dá a Deus e ao
Universo permissã o de nos dar o que merecemos.
Libertar-nos significa que reconhecemos que nos agarrarmos tanto nã o está
ajudando a resolver o problema, a mudar alguém ou a conseguir o resultado que
desejamos. Nã o _nos_ está ajudando. Na verdade, aprendemos que ficar agarrados
geralmente nos bloqueia para conseguir o que necessitamos e desejamos.
Quem somos nó s para dizer que as coisas nã o estã o acontecendo exatamente como
deveriam acontecer?
Há má gica na libertaçã o. À s vezes, conseguimos o que desejamos logo depois que
deixamos de forçar. À s vezes, leva mais tempo. À s vezes, o resultado específico que
desejamos nã o acontece. Algo melhor acontece.
Libertar nos deixa livre e nos conecta à nossa Fonte.
Libertar cria o ambiente ideal para os melhores resultados e soluçõ es possíveis.
_Hoje, relaxarei. Deixarei de tentar controlar o que mais me esteja preocupando.
Confiarei em que, me libertando, acionarei os mecanismos para que as coisas
funcionem da melhor maneira possível._

05 de dezembro
Pessoas Difíceis
Poucas coisas nos podem enlouquecer mais do que esperar algo de alguém que nã o
tem nada a dar. Poucas coisas nos podem frustrar mais do que tentar fazer alguém
ser algo que ele ou ela nã o é; ficamos loucos quando tentamos fingir que aquela
pessoa é alguém que nã o é. Podemos ter passado anos negociando com a realidade
quanto à quela pessoa em particular de nosso passado e de nosso presente.
Podemos ter passado anos tentando conseguir que alguém nos amasse de
determinada maneira, quando a pessoa nã o podia ou nã o pode amar-nos assim.
É hora de nos libertarmos. É hora de deixar que ele ou ela parta. Isso nã o significa
que nã o podemos mais amar aquela pessoa. Significa que sentiremos o grande
alívio que ocorre quando deixamos de negar a realidade e começamos a aceitá -la.
Libertamos aquela pessoa para ser quem ela realmente é. Deixamos de tentar de
fazer com que aquela pessoa seja alguém que nã o é. Lidamos com nossos
sentimentos e nos afastamos do sistema destrutivo.
Aprendemos a amar e a importar-nos de forma diferente, de uma forma que leva
em conta a realidade.
Recomeçamos um relacionamento com aquela pessoa em novos termos — nos
levando em conta e nossas necessidades. Se a pessoa for viciada em á lcool, em
outras drogas, em desgraças ou em outras pessoas, libertamo-nos do vício dela;
lavamos as nossas mã os disso. Entregamos a vida dela de volta a ela. E nó s, nesse
processo, recebemos de volta nossa vida e nossa liberdade.
Deixamos de permitir que o que nã o estamos conseguindo daquela pessoa nos
controle. Assumimos responsabilidade por nossa vida. Vamos em frente com o
processo de amar e de cuidar de nó s mesmos.
Decidimos como queremos interagir com aquela pessoa, levando em conta a
realidade e nossos melhores interesses. Ficamos com raiva, ficamos magoados, mas
terminamos no lugar do perdã o. Libertamos a ele ou a ela, e ficamos livres da
escravidã o.
Essa é a essência de nos desligarmos com amor.
_Hoje, me esforçarei em desligar-me com amor das pessoas difíceis em minha vida.
Esforçar-me-ei em aceitar a realidade em meus relacionamentos. Terei como
objetivo dar a mim mesmo permissã o de cuidar de mim mesmo em meus
relacionamentos, com liberdade emocional, física, mental e espiritual para ambas
as pessoas._

06 de dezembro
Libertando-se da Vergonha
Muitos de nó s fomos vítimas, talvez até mais de uma vez. Podemos ter sofrido
abusos físicos, sexuais ou ter sido explorados pelo vício de outrem.
Compreenda que, se alguém abusou de nó s, isso nã o é motivo para sentirmos
vergonha. A culpa do ato de abuso pertence a quem o cometeu, nã o à vítima.
Mesmo se na recuperaçã o nos fizeram de vítimas, isso nã o é motivo para vergonha.
O objetivo da recuperaçã o é aprender a cuidar de nó s mesmos, aprender a libertar-
nos de sermos vítimas, e nã o nos culpar pelos acontecimentos passados. O objetivo
é armar-nos para nã o continuarmos a ser vítimas devido à vergonha e aos
sentimentos nã o resolvidos dos episó dios em que fomos vítimas originalmente.
Cada um de nó s tem seu pró prio trabalho, seus problemas, suas tarefas de
recuperaçã o. Uma dessas tarefas é parar de apontar o dedo para o responsável pela
atrocidade. Embora continuemos a atribuir à s pessoas a devida culpa e
responsabilidade por seus comportamentos, aprendemos a ter compaixã o pelos
algozes. Compreendemos que muitas forças tiveram um papel na vida daquela
pessoa. Ao mesmo tempo, nã o nos sentimos com vergonha.
Aprendemos a compreender o papel que tivemos como vítimas, como nos sentimos
naquele papel e por que nã o nos salvamos. Mas essa informaçã o é para nos
armarmos para que isso nã o aconteça de novo.
Liberte-se da vergonha da vítima. Temos tarefas e coisas a fazer, e nosso problema
nã o é nos sentirmos culpados e errados por termos sido vítimas.
_Hoje, livrar-me-ei de qualquer vergonha de vítima que me possa estar amarrando
ou prejudicando._

07 de dezembro
A Hora Certa
Há horas em que simplesmente nã o sabemos o que fazer ou aonde ir. À s vezes,
esses períodos sã o rá pidos, à s vezes, eles persistem.
Podemos atravessar esses tempos. Podemos confiar em nosso programa e na
disciplina da recuperaçã o.
Aceite a incerteza. Nem sempre _temos_ de saber o que fazer ou aonde ir a seguir.
Nem sempre temos uma orientaçã o clara. Recusar-nos a aceitar essa incerteza
somente piora as coisas.
Está certo aceitarmos temporariamente a incerteza. Diga “nã o sei” e sinta-se
confortável com isso. Nã o temos de forçar a sabedoria, o conhecimento ou a clareza
quando nã o há nenhuma.
Enquanto esperamos uma orientaçã o, nã o temos de colocar nossa vida em
suspenso. Liberte-se da ansiedade e desfrute a vida. Relaxe. Faça algo divertido.
Desfrute o amor e a beleza da vida. Faça coisas pequenas. Elas podem nã o ter nada
a ver com resolver o problema ou encontrar uma direçã o, mas é isso que podemos
fazer nesse meio tempo.
A clareza virá . O pró ximo passo se apresentará por si mesmo. A indecisã o, a inércia
e a falta de direçã o nã o durarã o para sempre.
_Hoje, aceitarei minhas circunstâ ncias, mesmo se me faltarem direçã o e instinto.
Lembrar-me-ei de fazer coisas que fazem com que eu e os outros nos sintamos bem
durante essa fase. Confiarei em que a clareza virá na hora certa._

08 de dezembro
Dando Valor à s Nossas Necessidades
Quando nã o pedimos o que necessitamos e desejamos, nó s nos depreciamos. Nó s
merecemos mais.
Talvez nos tenham ensinado que nã o é educado ou apropriado falarmos por nó s
mesmos. A verdade é que se nã o o fizermos, nossas necessidades e nossos desejos
nã o satisfeitos poderã o depois voltar para nos perseguir e aos nossos
relacionamentos. Podemos acabar com raiva ou ressentimentos, ou podemos
começar a punir a alguém mais por nã o adivinhar o que necessitamos. Podemos
terminar um relacionamento porque ele nã o satisfaz as nossas necessidades.
A intimidade e a proximidade somente sã o possíveis num relacionamento quando
as duas pessoas podem dizer o que desejam e necessitam. Para conservar a
intimidade, isso é necessá rio.
À s vezes, podemos até precisar _exigir_ o que queremos. Isso é chamado
estabelecer um limite. Nã o fazemos isso para controlar a outra pessoa, mas para
ganhar controle sobre nossa vida.
Nossa atitude quanto à s nossas necessidades também é importante. Devemos dar-
lhes valor e levá -las a sério, se queremos que outros nos levem a sério. Quando
começarmos a dar valor à s nossas necessidades, veremos uma tremenda mudança.
Nossos desejos e necessidades começarã o a ser satisfeitos.
_Hoje, respeitarei meus desejos e necessidades assim como de outros. Direi a mim
mesmo, aos outros e ao meu Poder Superior o que necessito e desejo. E ouvirei
também o que eles necessitam e desejam._

09 de dezembro
Pedindo Ajuda
,
Você pode pedir ajuda.
Uma das coisas mais absurdas que fazemos a nó s mesmos é nã o pedir a ajuda que
precisamos de um amigo, de um parente, de nosso Poder Superior, ou da fonte
apropriada.
Nã o temos de enfrentar emoçõ es e problemas sozinhos. Podemos pedir ajuda a
nosso Poder Superior e apoio e encorajamento a nossos amigos.
Se o que precisamos é informaçã o, apoio, uma ajuda, uma palavra, um carinho,
alguém que nos ouça ou uma carona, podemos pedir isso. Podemos pedir à s
pessoas o que estamos precisando delas. Podemos pedir a Deus o que precisamos
de Deus.
É autodestrutivo nã o solicitar ajuda quando precisamos. Mantém-nos presos. Se
pedirmos diretamente e se dirigirmos nossos pedidos à fonte certa, conseguiremos
a ajuda que necessitamos.
Há uma diferença entre pedir a alguém para nos salvar e pedir a alguém, de
maneira direta, a ajuda de que precisamos. Podemos ser diretos e deixar que os
outros decidam se nos ajudarã o ou nã o. Se a resposta for nã o, poderemos lidar com
isso.
É autodestrutivo soltar indiretas, lamuriar-se, manipular ou forçar a ajuda das
pessoas. É irritante nos dirigirmos à s pessoas como vítimas e esperar que elas nos
salvem. É saudável pedir ajuda quando é de ajuda que precisamos.
— Meu problema é a vergonha — disse uma mulher. — Eu queria pedir ajuda para
lidar com isso, mas era tímida demais. Nã o é uma loucura?
Nó s que estamos sempre dispostos a ajudar os outros podemos aprender a
permitir-nos receber ajuda. Podemos aprender a estabelecer contratos claros
sobre pedir e receber a ajuda que desejamos e necessitamos.
_Hoje, pedirei ajuda, se precisar - das pessoas e do meu Poder Superior. Nã o como
vítima, impotente, esperando ser salva. Farei meu pedido para uma ajuda
específica, diretamente, e deixarei espaço para que a pessoa decida se me ajudará
ou nã o. Nã o serei mais um má rtir recusando-me a obter a ajuda que mereço na
vida - a ajuda que torna a vida mais simples. Deus, ajude-me a libertar-me da
necessidade que tenho de fazer tudo sozinho. Ajude-me a utilizar o vasto Universo
ou os recursos disponíveis a mim._

10 de dezembro
Autorizaçã o
Você é capaz de pensar. Você pode tomar boas decisõ es. Você pode fazer escolhas
que sejam boas para você.
Sim, todos nó s cometemos erros de vez em quando. Mas nó s nã o somos erros.
Podemos tomar uma nova decisã o que leve em conta uma nova informaçã o.
Podemos mudar de ideia de vez em quando. Isso também é nosso direito.
Nã o temos de ser intelectuais para fazer boas escolhas. Na recuperaçã o, temos um
presente e um objetivo disponíveis a cada um de nó s. O presente chama-se
_sabedoria._
Outras pessoas também podem pensar. Isso significa que nã o temos mais de nos
sentir responsáveis pelas decisõ es assumidas por essas pessoas.
_Isso também significa que somos responsáveis por nossas escolhas._
Podemos procurar outras pessoas para saber sua opiniã o. Podemos pedir
informaçõ es. Podemos levar em conta suas opiniõ es. Mas é nossa responsabilidade
tomar nossas pró prias decisõ es. É nosso prazer e nosso direito termos nossas
pró prias opiniõ es.
Somos livres para aceitar e desfrutar do tesouro que é nossa pró pria mente, nosso
intelecto e nossa sabedoria.
_Hoje, darei muito valor ao presente que é minha mente. Farei meu pró prio
pensamento, farei minhas pró prias escolhas e darei valor à s minhas opiniõ es.
Estarei aberto ao que os outros pensam, mas serei responsável por mim mesmo.
Pedirei e confiarei em que estou sendo guiado pela Sabedoria Divina._

11 de dezembro
Afirmaçõ es
Uma de nossas escolhas na recuperaçã o é escolher o que queremos pensar —
usando nossa energia mental positivamente.
A energia mental positiva, o pensamento positivo, nã o significa que pensamos
irrealisticamente ou que recorreremos à negaçã o. Se nã o gostamos de algo,
respeitamos nossa pró pria opiniã o. Se identificamos um problema, somos honestos
quanto a isso. Se algo nã o está funcionando bem, aceitamos a realidade. Mas nã o
nos detemos no lado negativo de nossa experiência.
Sempre que damos nossa energia a alguma coisa, estamos fortalecendo-a.
Há magia em autorizar o bom, porque tudo que autorizamos cresce mais. Uma
forma de autorizar o bom é através de afirmativas; declaraçõ es simples e positivas
que fazemos a nó s mesmos: _Gosto de mim... Sou bom... Minha vida é boa... Estou
feliz por estar vivo... O que desejo e preciso irá acontecer... Eu posso..._
Nossa escolha em nos recuperarmos nã o é a de usarmos afirmaçõ es. Estamos
afirmando crenças e pensamentos desde que começamos a falar. A escolha em
recuperar-nos é o que queremos afirmar.
_Hoje, autorizarei o bem que há em mim mesmo, nos outros e na vida. Estou
desejoso de libertar, de abandonar os padrõ es de pensamentos negativos e
substituí-los pelos positivos. Escolherei o que quero afirmar, e farei disso
realidade._

12 de dezembro
O Desejo de Deus
A cada dia pergunte a Deus o que Deus quer que façamos hoje; depois peça a Deus
para ajudá -lo. É um pedido simples, mas é tã o profundo e tã o poderoso que nos
pode levar a qualquer lugar a que precisemos ir.
Ouça: tudo que desejamos, tudo que necessitamos, todas as perguntas, toda a
ajuda, tudo de bom, todo o amor, toda cura, toda sabedoria, toda a satisfaçã o do
desejo está incorporado nesse simples pedido. Precisamos apenas dizer:
_Obrigado_.
O Plano que foi preparado para nó s nã o é de privaçã o. É de abundâ ncia, de alegria e
de totalidade. Caminhe para isso.
Veja por você mesmo.
_Hoje, pedirei a Deus para mostrar-me o que quer que eu faça neste dia, depois
pedirei ajuda para fazer isso. Confiarei em que isso é suficiente para dar-me luz e
alegria._

13 de dezembro
Dar
Nã o tenha medo de dar.
Durante algum tempo podemos deixar de dar enquanto aprendemos a _discernir a
diferença entre saber dar saudavelmente e tomar conta, o que nos deixa sentindo-
nos vítimas e deixa os outros ressentidos_.
É um lugar temporá rio.
Para sermos saudáveis, para cumprirmos a nossa parte nesta maneira espiritual de
vida, para tomarmos parte do ciclo interminável do Universo, guiado por nosso
Criador, nó s precisamos dar e receber.
As duas coisas sã o importantes.
O que é dar saudavelmente?
É uma linha sensível de comportamento que cada um deve procurar compreender
por si mesmo. É dar para que nos sintamos bem, nã o para que nos sintamos como
vítimas.
É dar de forma que o doador e o recebedor se sintam em alta estima.
É dar pelo desejo espontâ neo de fazer isso, em vez de dar por sentimento de culpa,
de piedade, de vergonha ou de obrigaçã o.
É dar sem compromisso. Ou dar com base em um contrato claro e direto.
Seja dando o nosso tempo, esforço, energia, conforto, cuidado, dinheiro ou a nó s
mesmos, é dar o que podemos dar.
Dar é parte da cadeia de dar e receber. Podemos aprender a dar de maneiras
saudáveis; podemos aprender a dar com amor. Precisamos observar como damos,
para ter a certeza de que nã o infringimos o limite de tomar conta. Mas precisamos
aprender a dar, nas maneiras que funcionam para nó s e para os outros.
_Hoje, Deus, ajude-me a saber dar. Ajude-me a dar aos outros de maneira saudável.
Ajude-me a dar o que for direito, o que for bom, o que for saudável, e o que posso
dar._

14 de dezembro
Clareza de Pensamento
Esforce-se pela clareza de pensamento. Muitos de nó s tivemos nosso pensamento
enuviado pela negaçã o. Alguns de nó s perdemos a fé em nó s mesmos porque
passamos muito tempo em negaçã o. Mas perder a fé nã o nos vai ajudar. O que nos
faz perder a fé é a negaçã o.
Nó s nã o recorremos à negaçã o — nem ao problema de alguém ou de nó s mesmos
— porque éramos deficientes. A negaçã o, o amortecedor da alma, protege-nos até
ficarmos equipados para lidar com a realidade.
Pensar claramente e recuperar-nos nã o significa que nunca mais recorreremos à
negaçã o. A negaçã o é o primeiro passo em direçã o à aceitaçã o, e durante a maior
parte de nossa vida estaremos lutando para aceitar alguma coisa.
Clareza de pensamento significa que nã o permitimos a nó s mesmos imergirmos em
negatividade ou expectativas irreais. Ficamos ligados a outras pessoas em
recuperaçã o. Frequentamos nossas reuniõ es, onde a paz da mente e o apoio
realista se encontram. Trabalhamos os Passos, rezamos e meditamos.
Mantemos nosso pensamento nos trilhos pedindo ao nosso Poder Superior que nos
ajude a pensar claramente — nã o esperando que Ele, ou alguém mais, pense por
nó s.
_Hoje, esforçar-me-ei para pensar clara e equilibradamente sobre todas as á reas de
minha vida._

15 de dezembro
Emoçõ es
Podemos ter e sentir nossas emoçõ es — todas elas.
Depois de anos de recuperaçã o, podemos ainda lutar com nó s mesmos quanto a
isso. De todas as proibiçõ es com que vivemos, essa é potencialmente a mais
perigosa e a mais duradoura.
Muitos de nó s precisamos trancar nosso lado emocional para sobreviver a certas
situaçõ es. Trancamos nosso lado que sente raiva, tristeza, medo, alegria e amor.
Podemos também ter fechado nossos sentidos sexuais e sensuais. Muitos de nó s
vivemos com pessoas que se recusaram a tolerar nossas emoçõ es, fomos culpados
ou recriminados por expressar emoçõ es, geralmente por pessoas a quem foi
ensinado reprimir suas pró prias emoçõ es.
Mas os tempos mudaram. Agora é certo reconhecer e aceitar nossas emoçõ es. Nã o
precisamos permitir que nossas emoçõ es nos controlem; nem precisamos reprimi-
las rigidamente. Nosso centro emocional é uma parte valiosa de nó s mesmos. Está
conectado ao nosso bem-estar físico, ao nosso pensamento e à nossa
espiritualidade.
Nossas emoçõ es também estã o conectadas com essa grande dá diva que é o
instinto. Elas nos permitem dar e receber amor.
Nã o somos nem fracos nem deficientes por sentirmos nossas emoçõ es. Isso
significa que nos estamos tornando saudáveis e completos.
_Hoje, me permitirei reconhecer e aceitar sejam quais forem as emoçõ es que sentir.
Sem vergonha, me ligarei à parte emocional de mim mesmo._

16 de dezembro
Cuidando Emocionalmente de Nó s Mesmos
O que significa cuidar de mim mesmo emocionalmente? É reconhecer quando
estou sentindo raiva, e aceitar essa emoçã o sem culpa ou vergonha.
Reconheço quando me estou sentindo magoado, e aceito essa emoçã o sem tentar
punir a fonte de minha má goa. Reconheço e sinto medo quando essa emoçã o se
apresenta.
Permito-me a mim mesmo sentir felicidade, alegria e amor quando essas emoçõ es
estã o disponíveis. Cuidar de mim significa que tomei a decisã o de que posso sentir
emoçõ es.
Cuidar de minhas emoçõ es significa que permito a mim mesmo ficar com esses
sentimentos até que seja hora de liberá -los e passá -los para os pró ximos.
Reconheço que, à s vezes, minhas emoçõ es podem ajudar a indicar-me a realidade,
mas à s vezes enganam. Elas sã o importantes, mas nã o tenho de permitir que me
controlem. Posso sentir e também pensar.
Converso com as pessoas sobre minhas emoçõ es, quando isso é apropriado e
seguro.
Procuro ajuda e orientaçã o quando fico preso numa determinada emoçã o.
Estou aberto à s liçõ es que minhas emoçõ es me possam estar tentando ensinar.
Depois que sinto, aceito a emoçã o e a liberto, pergunto a mim mesmo o que desejo
ou preciso fazer para cuidar de mim mesmo.
Cuidar de mim mesmo emocionalmente significa que valorizo, resguardo, exploro e
acaricio a parte emocional de mim mesmo.
_Hoje, cuidarei de mim mesmo emocionalmente. Estarei aberto à parte emocional
de mim mesmo e de outras pessoas, e a aceitarei. Procurarei o equilíbrio,
combinando a razã o com a emoçã o, mas nã o permitirei que o intelecto afaste para
longe o meu lado emocional._

17 de dezembro
Afagando a Nó s Mesmos
Muitos de nó s temos sido tã o privados de carinho que achamos isso bobagem ou
auto-indulgência. Carinho nã o é uma coisa, nem outra. É como demonstramos
amor pelos outros. É o que estamos buscando na recuperaçã o — um
relacionamento de amor com nó s mesmos que funcione, para que possamos ter
com outras pessoas relacionamentos de amor que funcionem.
Quando nos magoamos, nos perguntamos o que precisamos fazer para que nos
sintamos melhor. Quando nos sentimos só s, procuramos alguém em quem
confiamos. Sem achar que somos uma carga, permitimos que aquela pessoa esteja
presente para nó s.
Descansamos quando estamos cansados; comemos quando estamos com fome; nos
divertimos ou relaxamos quando nosso espírito precisa de â nimo. Acariciar
significa dar presentes a nó s mesmos — uma ida ao cabeleireiro ou ao barbeiro,
uma massagem, um livro, um novo par de sapatos, um novo terno ou um novo
vestido. Significa um longo banho quente para nos desligarmos dos problemas e do
mundo por alguns minutos, quando isso nos fizer bem.
Aprendemos a ser carinhosos com nó s mesmos e a nos abrirmos para receber o
carinho que outros têm para oferecer-nos.
Como parte de cuidar de nó s mesmos, nos permitimos dar e receber carícias
positivas — carícias que achamos apropriadas, carícias em que confiamos. E
rejeitamos carícias que nã o nos fazem bem ou que nã o sã o positivas.
Aprendemos a dar a nó s mesmos o que necessitamos, de uma forma gentil,
amorosa e generosa. Agimos assim entendendo que isso nã o nos tomará
preguiçosos, mimados, vaidosos, egoístas ou narcisistas. As pessoas carinhosas sã o
eficientes em seu trabalho e em seus relacionamentos.
Aprenderemos a sentir-nos tã o amados por nó s mesmos que poderemos realmente
amar e permitir que nos amem.
_Hoje, acariciarei a mim mesmo. E também estarei aberto ao carinho que possa dar
à s pessoas e delas receber._

18 de dezembro
Ficando Abertos a Nossos Sentimentos
Muitos de nó s temos sido tã o bons em seguir a regra do “nã o sinta” que podemos
tentar convencer-nos de que nã o devemos ter sentimentos, mesmo durante a
recuperaçã o.
— Se eu estivesse realmente cumprindo meu programa, nã o sentiria raiva.
— Nã o tenho raiva. Sou cristã o. Eu perdoo e esqueço.
— Nã o estou com raiva. Estou afirmando que estou feliz.
Todas essas declaraçõ es, algumas bastante inteligentes, indicam que estamos de
novo operando sob a regra do “nã o sinto nada”.
Parte de trabalhar um bom programa significa reconhecer e lidar com nossos
sentimentos. Lutamos para aceitar e lidar com nossa raiva para que isso nã o se
transforme em ressentimentos. Nã o usamos a recuperaçã o como desculpa para
trancar nossas emoçõ es.
Sim, estamos lutando pelo perdã o, mas ainda queremos sentir, ouvir e ficar com
nossos sentimentos até que seja hora de soltá -los apropriadamente. Nosso Poder
Superior criou nossa parte emocional. Deus nã o nos está dizendo para nã o sentir;
sã o nossos sistemas em mau funcionamento.
Também precisamos ser cuidadosos quanto à forma que usamos nas afirmaçõ es;
ignorar nossas emoçõ es nã o faz com que os sentimentos desapareçam. Se estamos
com raiva, é certo ter esse sentimento. Isso faz parte de como nos tornamos e
permanecemos saudáveis.
_Hoje, me recusarei a aceitar a vergonha dos outros ou de mim mesmo por sentir
minhas emoçõ es._

19 de dezembro
Nossos Papéis no Trabalho
Como é fá cil incorporar papéis no trabalho. Como é fá cil colocar outras pessoas em
seus respectivos papéis. À s vezes, isso é necessá rio, apropriado e eficiente.
Mas podemos também deixar nosso ser brilhar através de nosso papel.
Há alegria em darmos nosso presente de eficiência no trabalho, em nos
entregarmos à s nossas tarefas tã o completamente que experimentamos um
relacionamento íntimo com nosso trabalho. Há alegria quando criamos algo ou
terminamos uma tarefa e podemos dizer: “Muito bem!”
Também há alegria quando somos nó s mesmos no trabalho, e quando descobrimos
e apreciamos aqueles à nossa volta.
A tarefa mais desagradável e corriqueira pode ser facilitada quando paramos de
pensar em nó s mesmos como sendo robô s e permitimos a nó s mesmos ser uma
pessoa.
Aqueles à nossa volta responderã o calorosamente quando os tratarmos como
indivíduos, e nã o como personagens definidos pelos seus cargos profissionais.
Isso nã o significa que precisemos ligar-nos inapropriadamente aos outros. Significa
que, como empregados ou empregadores, quando nos permitem que sejamos
pessoas que desenvolvem trabalhos em vez de simples cumpridores de tarefas,
somos pessoas mais felizes e mais contentes.
_Hoje, me deixarei brilhar através de minhas tarefas no trabalho. Tentarei ver os
outros e deixá -los brilhar também — em vez de enxergá -los somente em suas
tarefas. Deus, ajude-me a estar aberto à beleza de mim mesmo e dos outros no
trabalho. Ajude-me a manter relacionamentos saudáveis com as pessoas no
trabalho._
20 de dezembro
Expectativas dos Outros
É responsabilidade nossa identificar nossas necessidades e depois determinar uma
maneira equilibrada de conseguir satisfazê-las. No final, esperamos que nossa fonte
seja nosso Poder Superior e o Universo, e nã o uma determinada pessoa em
particular.
Nã o é razoável esperar que alguém seja capaz de satisfazer a cada pedido nosso,
que esteja disposto a isso. Somos responsáveis por pedir o que queremos e o que
precisamos. E é responsabilidade da outra pessoa escolher livremente se quer ou
nã o atender aos nossos pedidos. Se tentamos forçar ou pressionar alguém para que
esteja disponível para nó s, isso é controlar.
Há uma diferença entre pedir e exigir. Nó s só queremos o amor que é dado
livremente.
Nã o é razoável nem saudável esperar que uma pessoa seja a fonte de satisfaçã o de
todas nossas necessidades. No final, ficaremos com raiva e ressentidos e, talvez
mesmo, punindo aquela pessoa por nã o fazer tudo que esperamos dela.
É razoável ter expectativas certas e bem definidas de nosso cô njuge, filhos e
amigos.
Se uma pessoa nã o pode ou nã o está disponível para nó s, entã o precisamos
assumir a responsabilidade por nó s mesmos naquele relacionamento. Podemos
precisar estabelecer um limite, alterar nossas expectativas ou mudar os limites do
relacionamento para acomodar a indisponibilidade daquela pessoa. Fazemos isso
por nó s mesmos.
É razoável espalharmos nossos desejos e necessidades por aí e sermos realistas
sobre o quanto pedimos ou esperamos de qualquer pessoa em particular. Podemos
confiar em nó s mesmos para saber o que é razoável.
O problema da expectativa nos leva de volta a saber que somos responsáveis por
identificar nossas necessidades, acreditando que elas merecem ser satisfeitas, e
descobrir uma maneira satisfató ria e apropriada de conseguir isso em nossa vida.
_Hoje, lutarei por expectativas razoáveis quanto a ter satisfeitas minhas
necessidades em relacionamentos._

21 de dezembro
Equilíbrio
Lute pela expectativa equilibrada dos outros. Lute por uma tolerâ ncia saudável.
No passado, podemos ter tolerado demais ou de menos. Podemos ter esperado
demais ou de menos.
Podemos ter fugido de tolerar abusos, maus-tratos e decepçõ es recusando-nos a
aceitar comportamentos normais, humanos e imperfeitos das pessoas. Embora seja
preferível nã o ficar em nenhum desses extremos por muito tempo, é assim que as
pessoas mudam — as pessoas de verdade que lutam imperfeitamente em direçã o a
uma vida melhor, relacionamentos melhores, e comportamentos mais eficientes de
relacionamentos.
Se estamos abertos a nó s mesmos e ao processo de recuperaçã o, iremos, em algum
momento, começar outra transiçã o: chega a hora de nos afastarmos dos extremos,
em direçã o ao equilíbrio.
Podemos confiar em nó s mesmos e no processo de recuperaçã o para trazer-nos ao
lugar de equilíbrio, de tolerâ ncia, de dar, de compreensã o e de expectativas — de
nó s mesmos e de outros.
Podemos encontrar nosso pró prio caminho para o equilíbrio quando começamos e
continuamos a nos recuperar.
_Hoje, praticarei a aceitaçã o de mim mesmo e dos outros pela maneira que
mudamos. Se tenho de passar a outro extremo de um comportamento, aceitarei
isso como apropriado, por algum tempo. Mas terei como objetivos a tolerâ ncia e a
expectativa equilibradas de mim mesmo e dos outros._

22 de dezembro
As Boas Coisas Acontecem
Nã o se preocupe sobre como acontecerá o bem que está planejado para você.
Acontecerá .
Nã o se preocupe, nã o fique obcecado, nã o ache que tem de controlar isso, de sair
procurando por isso, nem queime os miolos tentando descobrir como e quando
isso acontecerá .
Entregue-se ao seu Poder Superior a cada dia. Confie no seu Poder Superior.
Depois, fique sossegado. Confie e ouça a si mesmo. É assim que o bem que você
deseja virá a você.
Sua cura. Sua alegria. Seus relacionamentos. Suas soluçõ es.
Aquele emprego. Aquela mudança desejada. Aquela oportunidade. Chegarã o a você
— naturalmente, com facilidade e por vá rios caminhos
.
Essa resposta virá . O rumo virá . O dinheiro. A ideia. A energia. A criatividade. O
caminho se abrirá para você. Confie nisso, porque isso já foi planejado.
É inú til e perda de energia preocupar-se com como isso acontecerá . Já está lá . Já é
seu. Está em seu lugar. Você apenas nã o pode ver! Você será levado a isso, ou isso
será trazido a você.
_Hoje, relaxarei e confiarei que o bem que necessito me encontrará . Ou através de
minhas pistas ou através das pistas de outros, tudo que desejo e necessito virá a
mim quando chegar a hora certa._

23 de dezembro
Sinais de Festas
_Há tempos, quando eu era criança, meu pai ficou bêbado e violento num dia de
Natal. Eu estava terminando de desembrulhar um presente, um vidro de creme
para as mã os, quando ele explodiu num ataque alcoó lico. Nosso Natal foi estragado.
Foi terrível. Foi assustador para toda a família. Agora, trinta e cinco anos depois,
todas as vezes que sinto o cheiro de creme para as mã os, imediatamente sinto
todas as emoçõ es que senti naquele Natal: medo, decepçã o, dor no coraçã o,
impotência e um instintivo desejo de controlar._
— Anô nimo
Há muitos sinais positivos que nos lembram do Natal: a neve, o pinheirinho, os
enfeites, _Noite Feliz_, _Jingle Bells_, embrulhos de presentes, presépios, meias
penduradas na lareira. Esses sinais podem evocar-nos um caloroso e nostá lgico
sentimento de comemoraçã o de Natal.
Há outros tipos de sinais, também, embora possam ser menos aparentes e
evoquem emoçõ es e lembranças diferentes.
Nossa mente é como um poderoso computador. Ela associa imagens, sons, cheiros,
toques e sabores a emoçõ es, a pensamentos e a lembranças. Nossos sentidos se
interligam — e nó s nos lembramos.
À s vezes, o menor e mais corriqueiro incidente pode disparar lembranças. Nem
todas nossas lembranças sã o agradáveis, principalmente se crescemos num
ambiente alcoó lico e complicado.
Podemos nã o compreender por que de repente nos sentimos com medo,
deprimidos ou ansiosos. Podemos nã o compreender o que dispara nossos
comportamentos co-dependentes de luta — a baixa autoestima, a necessidade de
controlar, a necessidade de negligenciarmos a nó s mesmos. Quando isso acontece,
precisamos compreender que alguma coisinha aparentemente sem importâ ncia
pode estar desencadeando as lembranças gravadas profundamente dentro de nó s.
Se alguma coisa, mesmo que seja algo que nã o compreendemos, desencadeia
lembranças dolorosas, podemos transportar-nos de volta ao presente
cuidadosamente: reconhecendo nossas emoçõ es, desligando-nos, trabalhando os
Passos e nos afirmando. Podemos fazer algo para nos sentirmos bem. Podemos
ajudar-nos a sentir-nos melhor a cada Natal. Nã o importa o que aconteceu no
passado, podemos colocá -lo em perspectiva, e criar uma festa mais agradável no
presente.
_Hoje, trabalharei carinhosamente minhas lembranças dessa época de festas.
Aceitarei minhas emoçõ es, mesmo se forem diferentes do que outros estã o
sentindo durante as festas. Deus, ajude-me a libertar-me, a curar-me e a esquecer
as dolorosas lembranças das festas de fim de ano. Ajude-me a lidar com meu
passado, para que eu possa criar as festas que escolher._
24 de dezembro
Atravessando as Festas
Para muita gente, os letreiros, os sinais e os odores das festas trazem alegria e um
sentimento de calor. Mas enquanto alguns se entregam alegremente à s festas,
outros mergulham em conflito e sensaçõ es de culpa e de perda.
Nó s lemos artigos sobre como desfrutar as festas, lemos sobre as tristezas do Natal,
mas muitos de nó s ainda nã o chegamos a imaginar como poderemos passar pelas
festas de fim de ano. Podemos nã o saber como seria um Natal feliz e o que
sentiríamos.
Muitos de nó s estamos divididos entre o que _desejamos_ fazer no fim de ano e o
que achamos que _temos_ de fazer. Podemos sentir-nos culpados porque nã o
queremos estar com nossas famílias. Podemos sentir sensaçã o de perda porque
nã o temos a família que gostaríamos de ter para estar com ela como gostaríamos.
Muitos de nó s, ano apó s ano, estivemos nas mesmas salas de jantar, nas mesmas
festas, esperando que naquele ano fosse diferente. Quando terminava, ano apó s
ano, nos sentíamos desapontados, decepcionados e confusos com isso tudo.
Muitos de nó s temos antigas e dolorosas lembranças desencadeadas pelas festas de
fim de ano.
Muitos de nó s sentimos um grande alívio quando o Natal e o Ano-Novo terminam.
Um dos maiores presentes da recuperaçã o é aprender que nã o estamos só s.
Existem provavelmente tantos de nó s em conflitos durante as festas de fim de ano
quanto os que se sentem felizes. Estamos aprendendo, através de erros e tentativas,
como cuidar de nó s mesmos um pouco melhor em cada fim de ano.
Nossa primeira tarefa de recuperaçã o durante as festas de fim de ano é aceitar-nos
a nó s mesmos, à nossa situaçã o e aos nossos sentimentos sobre nossa situaçã o.
Aceitamos nossa culpa, a raiva e a sensaçã o de perda. Tudo isso está certo.
Nã o existe maneira certa ou perfeita de passar as festas de fim de ano. Nossa força
pode ser encontrada em fazer o melhor que podemos, um ano de cada vez.
_Neste fim de ano, darei a mim mesmo permissã o para cuidar de mim mesmo._

25 de dezembro
Festas de Fim de Ano
À s vezes, as festas de fim de ano sã o cheias de alegrias que associamos a essa época
do ano. As festas fluem. A magia está no ar.
À s vezes, essa época pode ser difícil e solitá ria.
Aqui vã o algumas ideias, que aprendi através de experiências pessoais e da prá tica,
para nos ajudarem a atravessar esse período.
Lide com as emoçõ es, mas nã o tente forçá -las indevidamente. Coloque as festas de
fim de ano em perspectiva: o Natal é um dia entre os 365. Podemos atravessar
qualquer período de 24 horas.
Atravesse esse dia, mas esteja consciente de que existem algumas repercussõ es
depois das festas. À s vezes, se usamos nossos comportamentos de sobrevivência
para atravessar o dia, as emoçõ es se refletirã o no dia seguinte. Lide com elas
também. Entre de volta nos trilhos o mais rá pido possível.
Procure e desfrute o amor que existe, mesmo se nã o for exatamente o que
desejamos. Existe alguém que nos pode dar amor e receber amor de nó s? Amigos
em recuperaçã o? Uma família que gostaria de compartilhar suas festas de fim de
ano conosco? Nã o seja um má rtir: vá . Existem pessoas que gostariam de receber
nossa oferta de compartilhar nosso dia com eles.
Nã o somos a minoria se nos vemos numa festa bem abaixo das nossas expectativas.
Como é fá cil, mas irreal, dizer a nó s mesmos que o resto do mundo está tendo
festas perfeitas, e estamos sozinhos em conflito.
Podemos criar nossa pró pria agenda das festas. Compre um presente. Encontre
alguém a quem o pode dar. Liberte seu ser carinhoso e amoroso e entregue-se ao
espírito natalino.
Talvez seus fins de ano nã o tenham sido maravilhosos. Talvez este ano nã o tenha
sido maravilhoso. Mas o pró ximo ano pode ser melhor e o outro ainda melhor.
Esforce-se em direçã o a uma vida melhor — que satisfaça à s suas necessidades. Daí
a pouco você a terá .
_Deus, ajude-me a desfrutar e a valorizar as festas de fim de ano. Se minha situaçã o
é menos do que ideal, ajude-me a desfrutar o que é bom e deixar o resto._

26 de dezembro
Crescimento
Assim como nos cansávamos de nossos brinquedos e roupas favoritas quando
éramos crianças, à s vezes nos cansamos das coisas como adultos — pessoas,
empregos, casas. Isso pode ser confuso. Podemos imaginar por que alguém ou algo
que era tã o especial e importante para nó s no ano passado nã o se encaixa da
mesma maneira em nossa vida hoje em dia. Podemos nos indagar por que nossos
sentimentos mudaram.
Quando éramos crianças, podemos ter tentado entrar numa roupa que havia ficado
pequena para nó s. Agora, como adultos, podemos passar por um período de forçar
atitudes que já ultrapassamos. Podemos ter necessidade de fazer isso para dar-nos
tempo para descobrir a verdade. O que era bom no ano passado, o que era tã o
importante e especial para nó s num tempo passado, nã o funciona mais, porque
mudamos. Nó s crescemos.
Podemos aceitar isso como uma parte vá lida e importante da recuperaçã o.
Podemos permitir-nos sentir tristeza enquanto lutamos para fazer com que algo
caiba em nó s, tentando imaginar se na verdade aquilo já nã o nos serve mais e por
quê. Podemos explorar nossos sentimentos e pensamentos sobre o que aconteceu.
Depois, nos livraremos dos brinquedos do ano passado e daremos lugar aos novos.
_Hoje, deixarei os brinquedos dos anos passados serem o que eram: brinquedos
dos anos passados. Lembrar-me-ei deles com carinho pela parte que
desempenharam em minha vida. Depois, me desfarei deles e darei lugar aos novos._

27 de dezembro
Perto do Topo
Sei que você está cansado. Sei que se sente estafado. Talvez sinta como se essa
crise, esse problema, esses tempos difíceis estejam destinados a durar para
sempre.
Nã o é verdade. Você está quase terminando de atravessá -los.
Você nã o apenas imagina que tem sido difícil; tem sido difícil. Você foi testado,
examinado e reexaminado quanto ao que aprendeu.
Suas crenças e sua fé têm sido testadas a fogo. Você tem acreditado, depois
duvidado, e depois se esforçado em acreditar mais. Você teve de ter fé mesmo
quando nã o podia ver ou imaginar o que lhe foi pedido para acreditar. Outros à sua
volta podem ter tentado convencê-lo a nã o acreditar no que você estava desejando
acreditar.
Você tem tido oposiçã o. Você nã o chegou aqui com total apoio e alegria. Você teve
de dar duro, apesar do que acontecia à sua volta. À s vezes, o que motivava você era
a raiva; à s vezes, o medo.
As coisas deram errado — aconteceram mais problemas do que você esperava.
Houve obstá culos, frustraçõ es e aborrecimentos no caminho. Você nã o planejou as
coisas da maneira como transcorreram. Muito foi surpresa; muito nã o era nada do
que você desejou.
Sim, tem sido bom. Parte de você, a parte profunda que sabe a verdade, sentiu isso
durante todo o tempo, mesmo quando sua cabeça lhe disse que as coisas estavam
fora de esquadro e loucas, que nã o havia um plano ou um propó sito, que Deus o
havia esquecido.
Muitas coisas aconteceram, e cada incidente — o mais doloroso, o mais difícil, o
mais surpreendente — estava ligado a algo. Você está começando a ver e a sentir
isso.
Você nunca pensou que as coisas aconteceriam dessa forma, pensou? Mas
aconteceram. Agora, você está aprendendo o segredo — elas eram para acontecer
dessa forma, e essa forma é boa, melhor do que você esperava.
Você também nã o acreditou que levaria tanto tempo, pensou? Mas levou. Você
aprendeu a ser paciente.
Você nunca pensou que poderia conseguir isso, mas agora sabe que sim.
Você foi guiado. Muitos foram os momentos em que pensou que estivesse
esquecido, em que se convencia de que fora abandonado. Agora, você sabe que
estava sendo guiado.
Agora as coisas estã o chegando aos seus lugares. Você está quase no fim dessa fase,
dessa difícil parte da jornada. A liçã o está quase completa. Você sabe — aquela
liçã o com que você relutou, resistiu e insistiu que nã o poderia aprender. Sim,
aquela. Você já está quase sabendo-a de cor.
Você mudou de dentro para fora. Foi promovido a um nível diferente, um nível mais
alto, um nível melhor.
Você escalou uma montanha. Nã o tem sido fá cil, mas escalar montanhas nunca é
fá cil. Agora, você está perto do cume. Mais um momento e a vitó ria será sua.
Erga os ombros. Respire fundo. Siga adiante em confiança e em paz. Está chegando
o tempo de saborear e desfrutar aquilo pelo que luta. A recompensa finalmente
está chegando.
Sei que você já achou antes que o tempo havia chegado, só para ver depois que nã o
havia. Mas, agora, a recompensa está chegando. Você também sabe disso. Pode
sentir isso.
Sua luta nã o foi em vã o. Para cada luta nessa jornada, há um clímax, uma resoluçã o.
Paz, alegria, bênçã os abundantes e recompensas sã o suas aqui na Terra. Desfrute-
as.
Haverá mais montanhas, mas você agora já sabe como escalá -las. E você aprendeu
o segredo que há no cume.
_Hoje, aceitarei estar onde estou e continuarei tocando para a frente. Se estou no
meio de um aprendizado de experiência, permitirei a mim mesmo continuar a ter
fé em que o dia da sabedoria e da recompensa virá . Ajude-me, Deus, a compreender
que, apesar de meus melhores esforços de viver em paz e serenamente, há horas
que é preciso escalar montanhas. Ajude-me a deixar de criar crises e caos, e ajude-
me a enfrentar os desafios que me movem para cima e para a frente._

28 de dezembro
Pâ nico
Nã o entre em pâ nico!
Se o pâ nico atacar, nã o temos de permitir que ele controle nossos comportamentos.
Comportamentos controlados pelo pâ nico tendem a ser autodestrutivos. Nã o
importa a situaçã o ou a circunstâ ncia, o pâ nico geralmente nã o é uma boa base.
Nã o importa a situaçã o ou circunstâ ncia, geralmente temos pelo menos um
momento para respirar profundamente e restaurar nossa paz e nossa serenidade.
Nã o precisamos fazer mais do que podemos fazer razoavelmente — jamais! Nã o
temos de fazer algo que absolutamente nã o podemos fazer ou aprender a fazer!
Esse programa, essa saudável forma de viver a vida que estamos buscando, é
constituída sobre uma base de paz, calma e confiança — em nó s mesmos, em nosso
Poder Superior e no processo de recuperaçã o.
Nã o entre em pâ nico. Isso nos tira do caminho. Relaxe. Respire profundamente.
Deixe a paz fluir em seu corpo e sua mente. Dessa base, nossa Fonte suprirá os
recursos necessá rios.
_Hoje, tratarei o pâ nico como um assunto separado que precisa de atençã o
imediata. Recusar-me-ei a permitir que o pensamento e a sensaçã o de pâ nico me
motivem. Em vez disso, deixarei a paz e a confiança motivarem meus sentimentos,
pensamentos e comportamentos._

29 de dezembro
Andando para a Frente
_Aprenda a arte da aceitaçã o. É um monte de dor._
— Co-dependência nunca mais
À s vezes, como parte de cuidar de nó s mesmos, chega a hora de terminarmos
certos relacionamentos. À s vezes, chega a hora de mudarmos os parâ metros de um
determinado relacionamento.
Isso acontece no amor, nas amizades, na família e no trabalho.
Terminar e modificar relacionamentos nã o é fá cil. Mas geralmente é necessá rio.
À s vezes, ficamos pendurados em relacionamentos que estã o mortos, com medo de
ficarmos só s ou para adiar o inevitável processo de tristeza que acompanha os
términos. À s vezes, precisamos ficar pendurados por um tempo, para nos preparar,
para ficarmos fortes o bastante e prontos para lidar com a mudança.
Se é isso que estamos fazendo, devemos ser gentis com nó s mesmos. É melhor
esperar até que se apresente o momento só lido, claro e consistente para agir.
Nó s saberemos. _Nó s saberemos_. Podemos confiar em nó s mesmos.
Saber que um relacionamento está mudando ou está prestes a acabar é muito
difícil, principalmente quando ainda nã o é hora de agir, mas sabemos que a hora
está chegando. Pode ser desajeitado e desconfortável quando a liçã o chega ao fim.
Podemos ficar impacientes em pô r um fim nisso, mas ainda nã o nos sentimos com
força para fazê-lo. Tudo bem. A hora ainda nã o chegou. Algo importante ainda está
acontecendo. Quando chegar a hora certa, podemos confiar em que isso acontecerá .
Receberemos o poder e a capacidade de fazer o que precisamos fazer.
Terminar os relacionamentos ou mudar os limites de um determinado
relacionamento nã o é fá cil. Requer coragem e fé. Requer o desejo e a disposiçã o de
nossa parte de cuidarmos de nó s mesmos e, à s vezes, de ficarmos sozinhos por
algum tempo.
Liberte-se do medo. Compreenda que a mudança é parte importante da
recuperaçã o. Ame a si mesmo o bastante para fazer o que precisa para cuidar de si
mesmo, e encontre bastante confiança para acreditar que você amará de novo.
Nó s nunca estamos começando de novo. Na recuperaçã o, estamos andando para a
frente numa progressã o de liçõ es perfeitamente planejadas. Encontraremos certas
pessoas — no amor, na família, nas amizades e no trabalho — quando precisarmos
estar com elas. Quando a liçã o for aprendida, andaremos para a frente.
Encontraremos a nó s mesmos em um lugar novo, aprendendo novas liçõ es, com
novas pessoas.
Nã o, as liçõ es nã o sã o todas dolorosas. Chegaremos à quele lugar onde podemos
aprender, nã o da dor, mas da alegria e do amor.
Nossas necessidades serã o satisfeitas.
_Hoje, aceitarei onde estou em meus relacionamentos, mesmo se esse lugar for
desajeitado e desconfortável. Se estou no meio do término, enfrentarei e aceitarei
minha dor. Deus, ajude-me a confiar em que o caminho em que estou tem sido
planejado para mim com carinho e perfeiçã o. Ajude-me a acreditar que meus
relacionamentos me estã o ensinando importantes liçõ es. Ajude-me a aceitar ser
grato por meios, fins e novos começos._

30 de dezembro
Construindo a Base
A estrutura já foi construída.
Você nã o vê isso?
Nã o compreende que tudo que atravessou teve urn propó sito.
Havia uma razã o, uma boa razã o, para a espera, a luta, a dor e, finalmente, a soltura.
Você foi preparado. Da mesma forma que um construtor deve primeiro destruir e
arrancar o velho para dar lugar ao novo, seu Poder Superior tem limpado a base de
sua vida.
Você já viu um construtor em açã o? Quando ele começa seu trabalho, as coisas
parecem pior do que antes. O que é velho e decaído deve ser removido. O que é
insuficiente ou fraco demais para servir de apoio à nova estrutura deve ser
removido, recolocado ou reforçado. Nenhum construtor consciente de seu trabalho
colocaria uma nova superfície sobre um sistema de suporte insuficiente. A
fundaçã o cederia. Nã o duraria.
Se o produto final é o que você deseja, o trabalho deve ser feito totalmente de baixo
para cima. À medida que o trabalho progride, geralmente parece estar uma
bagunça. Geralmente, nã o parece fazer sentido. Pode parecer ser uma perda de
tempo e esforço, porque ainda nã o conseguimos ver o produto final.
Mas é tã o importante que a fundaçã o seja construída propriamente se o trabalho
for agradável, os retoques finais forem o que desejamos que sejam.
Todo esse tempo longo e duro de sua vida tem sido para a construçã o da fundaçã o.
Nã o foi sem propó sito, embora à s vezes o propó sito possa nã o ser evidente ou
aparente.
Agora, a estrutura foi construída. A estrutura está só lida.
Agora, é hora de trazer os mó veis e colher os frutos do trabalho.
Parabéns. Você teve a paciência de suportar as partes duras. Você confiou,
entregou-se e permitiu que seu Poder Superior e o Universo o curassem e o
preparassem.
Agora, você deve desfrutar o bem que foi planejado.
Agora, você verá o propó sito.
Agora, tudo isso se juntará e fará sentido.
Desfrute isso.
_Hoje, me entregarei à construçã o da fundaçã o, da estrutura de minha vida. Se for
hora de desfrutar da colocaçã o dos toques mais, me entregarei a isso, e desfrutarei
disso também. Lembrar-me-ei de ser grato ao Poder Superior que é o Mestre
Construtor e apenas tem em mente meus melhores interesses, criando e
construindo minha vida. Serei grato ao meu Poder Superior pelo cuidado e atençã o
aos detalhes em construir a fundaçã o — embora eu à s vezes ficasse impaciente.
Estarei à espera da beleza do produto acabado de Deus._

31 de dezembro
Afirmando o Bom
_O divertimento se torna divertimento, o amor se torna amor, a vida se torna
merecedora de ser vivida. E nó s nos tornamos agradecidos._
— Para além da Co-dependência
Espere, e aguarde coisas boas — para você e seus entes queridos.
Quando você se puser a imaginar sobre o que está vindo, diga a si mesmo que está
vindo o melhor, o melhor que a vida e o amor têm a oferecer, o melhor que Deus e
Seu universo têm para lhe dar. Entã o estenda as mã os para receber. Tome-o, é seu.
Veja o melhor em sua mente; imagine como será , o que sentirá . Concentre-se, até
que consiga ver claramente. Deixe todo o seu ser, corpo e mente, entrar dentro
dessa imagem e depois envolvê-la por um momento.
Entã o, deixe-a ir-se. Volte para hoje, para o momento presente. Nã o fique obcecado.
Nã o fique com medo. Fique excitado. Viva hoje intensamente, expressando gratidã o
por tudo que você tem sido, tudo que é, e tudo em que se tornará .
Espere, e aguarde coisas boas.
_Hoje, ao pensar sobre o ano que vem, me concentrarei no bem que está chegando._

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