Você está na página 1de 3

Autocontrole e Expressividade Emocional: A maioria da população não consegue

lidar bem com suas emoções, um motivo presente na maioria das vezes é a
educação recebida, que não as preparou de maneira adequada, resultando na
negligência dos aspectos ligados com o sentimento. Educar sobre as emoções e
como lidar com elas quando feita de maneira adequada, fortalece os indivíduos
(DAMÁSIO, 1994/1998).
A maioria dos comportamentos são ligados com as emoções, mas isso não quer
dizer que as emoções sejam causadas por conta do comportamento em si
(Kohlenberg e Tsai, 2001; Skinner, 1974), mas sim as reações fisiológicas, que
caracterizam o estado emocional ligado à sua interpretação sobre os eventos que
acabam causando tais reações.

Habilidades de Civilidade: São consideradas como uma expressão comportamental


de regras mínimas de um relacionamento ou que são valorizadas em uma
determinada subcultura, normalmente sua função não é alterada, mas pode sofrer
alterações em sua forma. As habilidades sociais de civilidade podem constituir uma
estratégia de autoapresentação, e normalmente são consideradas como o critério
principal para a aceitação de um grupo social. Existe uma universidade em certas
classes de habilidades sociais. As de cumprimentar, despedir-se, agradecer e
oferecer ou compartilhar, são observadas em diversas culturas e em alguns tipos de
animais como os chimpanzés. E como citado anteriormente, não existe uma
mudança de função, mas sim na forma que essas habilidades são apresentadas. A
dificuldade na realização dessas habilidades pode resultar tanto no
desconhecimento das normas e padrões adotados em grupos no qual o indivíduo
deseja participar quanto na aprendizagem das habilidades do grupo a qual participa,
resultando no isolamento social e convivência restrita a apenas um tipo de cultura.

Empatia: O pesquisador Hoffman (2000), após estudos relacionados à empatia


verificou que, na psicologia esse termo é definido geralmente de duas maneiras. A
primeira é quando de alguém possui algum tipo consciência sobre os estados
internos (percepção, pensamento, sentimento e interação) do outro. E a segunda
faz referência a uma resposta afetiva vicária (Bandura, 1986) dos sentimentos
percebidos pelo interlocutor. A empatia é de enorme importância, ao ponto de que
sua falta pode ser vista como um dos fatores de comportamentos antissociais e
violentos (Miller Eisenberg, 1998), pois pessoas não empáticas acabam se tornando
imunes à dor e sofrimento que podem causar nos outros indivíduos. Ou seja, não
seriam capazes de possuir qualquer tipo de desconforto pelo sofrimento que causa
no outro, e por não possuir este sentimento, também não se arrependem do
sofrimento que causa. E por outro lado, se um agressor apresentar algum
sentimento empático, como por exemplo a de se colocar na situação da vítima,
existe uma grande probabilidade de desistência da agressão ou, quando feita, de
que apresente arrependimento e vontade de reparar o que fez.
Assertividade: "A assertividade é uma classe de habilidades sociais de
enfrentamento em situações que envolvem risco de reação indesejável do
interlocutor, com controle da ansiedade e expressão apropriada de sentimentos,
desejos e opiniões. Ela implica tanto na superação da passividade quanto no
autocontrole da agressividade e de outras reações não habilidosas." - LANGE E
JAKUBOWSKI (1976).
Entre várias pesquisas e estudos, o conceito base de assertividade em suma é a
noção de igualdade de direitos e deveres, da legitimidade dos comportamentos
voltados para a defesa desses direitos, do respeito e da dignidade do ser humano.
Atualmente existe uma grande preocupação até entre dispositivos legais, com a
garantia dos direitos da criança e do adolescente, resultando na disseminação de
valores favoráveis aos seus direitos, ao respeito, dignidade e desenvolvimento da
liberdade de expressão desse grupo.

Solução de Problemas Interpessoais: Os problemas interpessoais das crianças


podem ir dos mais simples, como qual jogo brincar ou com quem conversar, até
mais complicados, como de que maneira evitar uma briga, ser mais popular com os
colegas e lidar com brincadeiras inoportunas. Nos primeiros anos da criança, para
solução de problemas interpessoais pode ser necessário pedir ajuda aos pais ou
responsáveis. E conforme a criança cresce e se desenvolve, novos problemas
podem surgir de maneiras diferentes, e é esperado que com a ampliação de seu
conhecimento de habilidades, ela consiga de maneira independente, sem ajuda de
adultos ou que apenas peça ajuda em problemas mais complicados.
Alguns problemas interpessoais geram ansiedade, o que resulta na esquiva ou fuga.
Um bom exemplo é o primeiro dia de aula para a criança, são vários problemas
novos e diferentes que podem parecer ameaçadores, como descobrir sua sala de
aula, cumprimentar os colegas de sala e reconhecer o professor. Isso pode resultar
na fuga, e o não enfrentamento de problemas dificulta com que a criança se ajusta
na escola e faz com que ela comece a ver a escola de maneira ameaçadora. Mas o
enfrentamento satisfatório resulta no exercício de habilidades, principalmente na
solução de problemas interpessoais.

Amizade: A amizade é bastante importante e a falta de amigos resulta em


problemas para certas pessoas. 15% da população estadunidense possui nenhum
amigo (Hartup, 1992), e boa parte dessas pessoas se queixam de solidão, diferente
das que possuem amigos. E além disso, pesquisas mostram que pessoas que não
tem amigos estão mais sujeitas a terem episódios de estresse e depressão, baixa
autoestima e problemas psicológicos (HARTUP, 1992; BUHRMESTER, 1990).
A amizade é um campo importante na área da expressão das emoções. A maioria
das pessoas não se esquecem de amizades feitas na infância e adolescência,
principalmente por conta da importância para seu desenvolvimento social e
emocional.
Habilidades Sociais Acadêmicas: O ambiente escolar é um ambiente estruturado
com base em relações interpessoais, as principais relações sendo das crianças
entre si e com o professor, que são considerados também agentes importantes no
processo de ensino e aprendizagem. Ou seja, as consideradas boas estratégicas
pedagógicas são aquelas que criam demandas de interações sociais do professor
com o aluno e entre os alunos (mediadas pelo professor) de maneira educativa (Del
Prette e Del Prette, 1997 e 1998; Del Prette, Garcia, Silva e Puntel, 1998). Já as
interações sociais educativas são aquelas que promovem o aprendizado e
desenvolvimento dos alunos. Esse tipo de interação depende da competência social
do professor para planejar e conduzir e da competência social dos alunos para
aproveitarem da melhor maneira essas interações.

REFERÊNCIAS
BANDURA, A. (1986). Social foundations of thought and action: A social cognitive
theory. New Jersey: Prentice Hall.
DAMÁSIO A. (1994/1998). O erro de Descartes: Emoção, razão e o cérebro
humano. São Paulo: Companhia das Letras.
DEL PRETTE, Z. A. P., DEL PRETTE, A., GARCIA, F. A., SILVA, A. T. B. & PUNTEL,
L. P. (1998). Habilidades sociais do professor em sala de aula: Um estudo de caso.
Psicologia, Reflexão e Crítica, 11, 591-603.
HARTUP, W. W. (1992). Friendships and their developmental significance. In H.
McGurk (Ed.). Childhood social development: Contemporary perspectives (pp.
175-205). Hillsdale: Lawrence Erlbaum Associates.
HOFFMAN, M. L. (2000). Empathy and moral development: Implications for caring
and justice. Cambridge: New York
KOHLENBERG, R. J. & TSAI, M. (2001). Psicoterapia analítica funcional: Criando
relações terapêuticas intensas e curativas. Santo André: ESETec.
LANGE, J. L. & JAKUBOWSKI, P. (1976). Responsible assertive behavior. Illinois:
Research Press Co.
MILLER, P. A. EISENBERG, N. (1998). The relation of empathy to aggressive and
externalizing/antisocial behavior. Psychological Bulletin, 103, 324-344.
MUHRMESTER, B. (1990). Intimacy of friendship interpersonal competence and
adjustment during preadolescence. Child Development, 61, 1101-1111.
SKINNER, B. F. (1974). Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix.

Você também pode gostar