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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS


CURSO: PSICOLOGIA – 3º BLOCO
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
PROFESSORA: LÊDA MARIA DE CARVALHO RIBEIRO HOLANDA
ALUNA: MARIA LUANNA FERRAZ DIOGO - 1070977

“POPULARIDADE E BULLYING NA TERCEIRA INFÂNCIA”

TERESINA – PI, 2021


Na terceira infância, os grupos de pares se formam naturalmente entres as
crianças, referindo-se aos colegas da mesma faixa etária que convivem nos mesmos
espaços da família, do bairro e da escola. Nessas relações, existem influências
positivas, pois ajuda as crianças a aprender como se comportar em sociedade, e as
negativas, como o reforçamento dos preconceitos e de tendências antissociais.
Contudo, dois aspectos destacam-se como influenciadores durante esse período da
criança: a popularidade e o bullying.

A popularidade adquiri maior importância na terceira infância, quando os


jovens passam mais tempo com outras crianças e são muito afetados pela opinião
dos pares. Nas crianças, suas habilidades sociais superiores fazem com que as
outras pessoas gostem de estar com elas. Existem dois tipos de popularidade,
sendo a sociométrica, que se refere ao gostar das crianças em relação aos seus
colegas, e a percebida, que é medida pela quantidade desse gostar dos colegas em
relação a criança. As crianças com popularidade percebida são fisicamente mais
atraentes e, geralmente, possuem maiores habilidades atléticas e menos
acadêmicas. Já as crianças com popularidade sociométrica possuem mais
habilidades cognitivas, como autoconfiança, empatia e têm facilidade de resolver
problemas socias.

Entretanto, as crianças podem ser impopulares. Elas geralmente são


insensíveis aos sentimentos do próximo e não se adaptam às novas situações,
sendo rejeitadas ou desprezadas. Frequentemente, a família influencia a
popularidade de modo que podem promover ou impelir o desenvolvimento de
competência social. Quando os pais são mais calorosos e afetuosos com os filhos e
fornecem instruções sobre como lidar com os conflitos, as crianças se tornam mais
competentes socialmente. Além disso, a cultura também pode afetar os
comportamentos populares, dependendo de onde cada criança vive.

O bullying, caracterizado pelos comportamentos de agressividade e de


intimidação, trata-se de um fenômeno social no qual cada criança desempenha um
papel como autor (agressor) ou alvo (vítima) de uma agressão, seja ela física, verbal
ou psicológica. Nessas situações, os meninos empregam agressões diretas e as
meninas são mais propensas a executarem agressões sociais ou indiretas. Os
agressores que praticam o bullying considerando a força como meio eficaz de
conseguir o que quer, agindo de maneira deliberada, são identificados como
proativos. Todavia, os agressores reativos revidam de modo hostil as ações de
outras crianças que estão tentando machucá-lo ou reagem agressivamente às
ameaças ao seu status.

O motivo pelo qual as crianças agem agressivamente está relacionado ao


modo como elas processam informações sociais. A televisão, o cinema, os
videogames, os telefones celulares e os computadores estão mais presentes no
cotidiano das crianças e os tipos de conteúdo consumidos por elas exerce influência
sobre seu comportamento, pois passam a maior parte do tempo nas mídias do que
em outras atividades. Nesse contexto, a mídia fornece emoções viscerais que levam
as crianças a considerarem a agressão como algo aceitável, uma vez que elas
podem repetir comportamentos de personagens que usam a violência para resolver
seus conflitos e atingir seus objetivos. Dessa forma, quanto mais realista é a
violência retratada, maior a probabilidade de repetir e aceitar essas ações.
Entretanto, pode-se reduzir essa agressividade induzida pela mídia com a
diminuição do tempo de uso das mídias de entretenimento, bem como a
necessidade de monitoração dos conteúdos assistidos.

Uma característica em comum tanto em agressores como em vítimas de


intimidação é a deficiência em habilidades de solucionar conflitos. As crianças que
possuem pouco desempenho acadêmicos tornam-se mais facilmente valentões do
que alvo de bullying. As vítimas tendem a ter baixa autoestima, podem ser ansiosas,
deprimidas, quietas e facilmente levadas ao choro ou encrenqueiras e provocadoras.
Seus vínculos de amizade são geralmente pequenos e podem viver em ambientes
severos.

As consequências da intimidação são prejudiciais para ambos os lados. OS


valentões têm o risco maior de serem delinquentes, futuros criminosos e alcoólicos.
As vitimas podem desenvolver problemas comportamentais mais agressivos ou mais
deprimidos e ter prejuízo na atmosfera escolar, como baixo rendimento e relutância
em ir a escola. Porem, esses acontecimentos devem ser diminuídos com o aumento
da consciência e da responsividade dos funcionários, com o ensino aos estudantes
sobre habilidades sociais e emocionais e com a promoção de crença de
responsabilidade social.

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