Você está na página 1de 47

DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES

SOCIAIS

Prof@ Giedra Hollanda


“As habilidades sociais podem parecer muito
complicadas, porque nelas se misturam os
sentimentos, as crenças, os valores e um grande
repertório de estratégias com as quais uma
criança deve conseguir sobreviver e alcançar
de forma saudável o seu caminho social e
emocional”.
COMPETÊNCIA SOCIAL X DESEMPENHO
SOCIAL
Na linguagem cotidiana, o termo habilidades sociais pode ser
frequentemente usado como sinônimo de “boas maneiras” ou “boa
educação”. Já o uso do termo em linguagem técnica, como a da
Psicologia, está relacionado aos conceitos de competência social e
desempenho social.

Segundo Del Prette e Del Prette (2005), o primeiro- competência social, se


refere a “capacidade de articular pensamentos, sentimentos e ações em
função de objetivos pessoais e de demandas da situação e da cultura,
gerando consequências positivas para o indivíduo e para a sua relação
com as demais pessoas”.
e o segundo- desempenho social a “qualquer tipo de comportamento
emitido na relação com outras pessoas, tanto os que favorecem aos que
interferem na qualidade dos relacionamentos”
HABILIDADES SOCIAIS

A infância é caracterizada como uma fase decisiva para a aprendizagem


e o aprimoramento das habilidades sociais. Apesar da construção de um
repertório socialmente habilidoso se dar por meio de interações entre
familiares, amigos e com a comunidade, simultaneamente, ocorrem falhas
nesse processo de aprendizagem, apresentando déficits nas habilidades
sociais (GOMIDE, 2003).
Del Prette & Del Prette (1999) definem habilidades sociais como respostas
comportamentais que devem ser aprendidas pelo indivíduo, possibilitando
o agir de maneira adequada diante de diferentes situações. Assim, essas
habilidades referem-se à capacidade de articular pensamentos,
sentimentos e ações em função de consequências positivas para si e para
os outros (DEL PRETTE & DEL PRETTE, 2005).
Segundo Bolsoni-Silva & Carrara (2010) as habilidades sociais também
podem ser compreendidas como conjunto de comportamentos emitidos
frente às demandas de uma relação interpessoal, com a finalidade de
maximizar ganhos e reduzir perdas. Sendo a aquisição de habilidades
sociais um importante fator de proteção de problemas emocionais e
comportamentais (MAIA & BORTOLINI, 2012).
Problemas internalizantes e
externalizantes
Bolsoni-Silva & Carrara (2010) também corroboram com a ideia de que as habilidades
sociais são de extrema importância enquanto adjetivação de categorias de
repertórios comportamentais relevantes para o favorecimento de interações sociais
satisfatórias.

Pois, a ausência ou ineficiência de tais habilidades pode resultar em problemas


comportamentais, emocionais e consequentemente, em transtornos psicológicos que
se apresentam em problemas internalizantes e externalizantes (DEL PRETTE & DEL
PRETTE, 2005).

Os problemas externalizantes envolvem a ocorrência de irritabilidade, agressão física


ou verbal, provocações, rebeldia, dentre outras.
Já a preocupação excessiva, retraimento social, tristeza, insegurança e desinteresse
por atividades acadêmicas, podem ser observados como sendo alguns dos
problemas internalizantes (ACHENBACH & EDELBROCK, 1979).
Essas dificuldades ocorrem, geralmente, devido a um repertório de
habilidades sociais pobre, principalmente em termos de empatia,
expressão de sentimentos e resolução de problemas (MAIA & LOBO, 2013).

Para se tornar socialmente competente, o indivíduo precisa saber fazer,


querer fazer, e ser capaz de fazer, ou seja, buscar soluções para conflitos,
acreditar em suas ações e ter autocontrole para lidar com suas emoções.
Segundo Maia & Lobo (2013), estes três aspectos são considerados
essenciais para uma convivência satisfatória.
Treinamento de Habilidades Sociais
(THS)
O campo teórico-prático do Treinamento de Habilidades Sociais (THS)
compreende um conjunto de procedimentos aplicáveis à superação de
déficits comportamentais e busca, de um lado, minimizar dificuldades
interpessoais e, do outro, maximizar comportamentos socialmente
competentes (Del Prette & Del Prette, 1999).

A interação entre indivíduo e ambiente social está na base da construção


das relações sociais; portanto, pessoas socialmente habilidosas são
capazes de promover interações sociais mais satisfatórias (Caballo, 1996).
O THS engloba vários conceitos, entre os quais se destacam os de habilidades sociais
e de competência social. Conforme Del Prette e Del Prette (2001a), o termo
habilidades sociais refere-se ao conjunto de classes e subclasses comportamentais
que o indivíduo apresenta para atender às diversas demandas das situações
interpessoais;

já a competência social deve ser entendida como a capacidade do indivíduo de


organizar pensamentos, sentimentos e comportamentos em um desempenho que
atenda adequadamente às demandas do ambiente social, supondo os seguintes
critérios de avaliação:
“consecução dos objetivos, manutenção ou melhora da auto-estima e da qualidade
da relação, equilíbrio de ganhos e perdas entre os parceiros da interação, respeito e
ampliação dos direitos humanos” (Del Prette & Del Prette, 2001a, p. 34).
A assertividade, chave para as relações
sociais infantis

É a habilidade de saber proteger e reclamar os direitos, entender que as


outras pessoas também merecem o mesmo respeito que ela. Finalmente, é
a essência mais saudável da nossa sociabilidade e a ponte que nos
permite caminhar com segurança no cenário pessoal, escolar ou
profissional.
Conselhos para desenvolver a
assertividade nas crianças
Devemos oferecer às nossas crianças as ferramentas apropriadas para que
elas aprendam a administrar precocemente as suas emoções. Só assim
elas irão perceber que a raiva ou a ira, por exemplo, devem ser
controladas previamente para poder demostrar uma irritação, uma
decepção ou uma contradição de maneira correta e inteligente.

Apoie a iniciativa dos seus filhos. Sempre que elas forem aceitáveis e


seguras, é necessário deixar que se sintam à vontade na hora de se
comprometerem a novas atividades, projetos e sonhos. É melhor que
nossas crianças e adolescentes sintam que elas mesmas são dignas e
capazes ao ter suas metas e objetivos. Assim, não importa se mais tarde
elas fracassam ou erram, esse aprendizado é a chave para favorecer a
sua assertividade.
Favoreça que a criança aprenda a ser assertiva desde uma tenra idade em diferentes
situações. Permita, por exemplo, que seja ela quem compre a passagem de metrô,
que faça compras junto com você. Anime-a para que vá brincar com crianças
desconhecidas no parque ou que peça ajuda ao professor quando não entender
alguma coisa.

Desse modo, sempre é útil ter alguns “roteiros” sobre como reclamar ou se defender
quando existe uma injustiça. Uma boa forma de conseguir isso é favorecendo um
diálogo democrático e contínuo no próprio lar, onde todos têm o direito de falar, ser
escutados e respeitados.

Devemos ensinar modelos de relações respeitosas, onde a cooperação,


consideração e empatia as ajudarão a construir vínculos mais positivos.
“Nem todas as crianças são iguais,
algumas têm maior habilidade de
autocontrole, outras possuem problemas
para se comunicar de forma assertiva e
outras encontram na violência a única
forma de expressar o que sentem”.
Estrategias para Desenvolver habilidades
sociais na infância
Uma das estratégias mais eficazes para ensinar habilidades sociais infantis é criar uma
“linguagem social” a partir de tenra idade.  Trata-se de um tipo de linguagem acima
de tudo bastante compreensível, básica e eficaz que inclusive crianças com 2 anos
entendem.

Esta linguagem social favorecerá o desenvolvimento precoce das habilidades sociais


infantis e está baseada nas seguintes áreas:

1- Aprender a exercer uma escuta ativa. Não podemos falar enquanto outra pessoa
está nos dizendo algo, nós temos que respeitar os intervalos. Isso é algo que custa um
pouco porque o seu autocontrole ainda é muito limitado. Por outro lado, a melhor
forma de ensiná-las é com o exemplo: se nós não as interrompemos, elas aprenderão
a não nos interromper.
2- As crianças devem aprender a mostrar gratidão, saber quando e como se
desculpar e incluir um “por favor” nas suas solicitações. Nós as ensinaremos já, seja de
maneira implícita ou explicita, a diferença entre um pedido e uma exigência.

A linguagem social adequada também inclui diferentes “ensinamentos”: as de dar


reforços positivos, saber dizer “obrigado”, saber tolerar, dividir, reconhecer quando
alguém faz algo bem e quando nós estamos errados.

3- Ajudá-las a formar uma imagem positiva de si mesmas. Conseguir que desde


pequenas nossas crianças aprendam a se valorizar, se gostar e a proteger o seus
direitos e sua identidade, é investir na sua qualidade de vida e dar asas ao seu
potencial pessoal. 
3.1- Seja você o melhor modelo;
3.2- Dedique às crianças tempo de qualidade;
3.3- Não faça comparações;
3.4- Valorize sempre os esforços dela.
Concluindo.....

Você também pode gostar