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Promoção

ARTIGO DE REVISÃO
de habilidades socioemocionais

Revisão integrativa sobre métodos e


estratégias para promoção de
habilidades socioemocionais
Patricia Vieira de Oliveira; Mauro Muszkat

DOI: 10.51207/2179-4057.20210008

RESUMO - Competências socioemocionais são um conjunto de


habilidades fundamentais para o desenvolvimento integral dos indivíduos,
bem como para seu sucesso nas interações sociais. Estudos longitudinais
apontam o impacto dessas habilidades em relação à saúde mental e física,
aprendizagem, relações afetivas e profissionais. Neste sentido, pesquisas
recentes têm alertado para a importância de promover tais habilidades
a partir da primeira infância. Sendo assim, o presente estudo teve como
objetivo realizar uma revisão de literatura no recorte de 2008-2019, em
busca de estudos que apresentem métodos e estratégias para a promoção
de habilidades socioemocionais na infância e na adolescência. Foram
utilizadas as bases de dados SciELO, LILACS e PePSIC. Após empregados
os critérios de elegibilidade, oito estudos entraram para a revisão. Em
todos os estudos, os resultados do pós-teste indicaram diminuição de
comportamentos antissociais e aumento de comportamentos pró-sociais.
Contudo, foi possível observar que ainda são poucas as pesquisas que
visam a investigar a eficácia de programas e estratégias de intervenção e
promoção de competências socioemocionais.

UNITERMOS: Socioemocional. Inteligência Emocional. Intervenção.


Interação Social.

Patricia Vieira de Oliveira - Doutoranda em Educação Correspondência


e Saúde na Infância e Adolescência - Universidade Patricia Vieira de Oliveira
Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil. Rua Paulo Lício Rizzo, 16/101 – Centro – Osasco, SP,
Mauro Muszkat – Docente do Programa de Pós-Gra­ Brasil – CEP 06018-010
duação em Educação e Saúde na Infância e Ado­les­ E-mail: patricia@prvo.com.br
cência - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP),
São Paulo, SP, Brasil.

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INTRODUÇÃO Já na categoria comportamental estão os


É chamado de competências socioemocio- comportamentos pró-sociais, que são aqueles
nais um conjunto de habilidades fundamentais voltados aos outros indivíduos, a agir de forma
para o desenvolvimento global dos indivíduos cooperativa, ajudar, confortar, compartilhar, entre
que envolve aspectos socioafetivos, emocionais, outros5. Essas seriam respostas comportamentais
comportamentais e morais1. É por meio desse das dimensões cognitivas e emocional/afetiva.
conjunto de competências que os indivíduos Vale mencionar que essas habilidades são
conseguem modular o seu comportamento, algumas das citadas na literatura como perten­
dando respostas mais adequadas durante as centes ao grupo das competências socioemocio-
relações sociais comuns do cotidiano, sejam nais. No entanto, não há uma “lista” com todas
elas familiares, sejam escolares, ou em qualquer essas habilidades, elas são descritas por organi-
outro núcleo social que esteja inserido. Essas zações, instituições e pesquisadores do mundo
competências também auxiliam a formular ob- todo com diversas terminologias diferentes. Para
jetivos de vida e traçar planos para alcançá-los. maior revisão sobre as habilidades que compõem
Trata-se de um grupo de habilidades que as competências socioemocionais, ver: “Global
pode, para fim de clareza, ser dividido em três Education Leaders’ Program Brasil. Questões con-
categorias: a cognitiva, a emocional/afetiva e ceituais e práticas.”6 e “Desenvolvimento socioe­
a comportamental. Na categoria cognitiva, é mocional e aprendizado escolar: uma proposta
possível incluir a habilidade de resolução de de mensuração para apoiar políticas públicas”7.
problemas intra e interpessoais, metacogni- De acordo com dados apresentados pela Or-
ção, que é a capacidade de refletir sobre seus ganização para Cooperação e Desenvolvimento
próprios pensamentos, como a flexibilidade Econômico (OCDE)1, oriundos de estudos lon-
cognitiva para administração de conflitos e ge- gitudinais, boas competências socioemocionais
renciamento de objetivos de vida; e, por fim, a podem influenciar e impactar de forma positiva
cognição social, quando o indivíduo compreende várias esferas da vida do indivíduo. Dentre elas,
a si mesmo como diferente do outro, ou seja, melhor saúde mental e física, incluindo menores
entende que as outras pessoas possuem seus índices de depressão e obesidade, diminuição
próprios desejos, crenças e intenções e, a partir da prática de bullying, maior aproveitamento do
disso, torna-se capaz de constatar, compreender Ensino Superior e, consequentemente, melhor
e interpretar emoções e situações sociais2,3 . colocação no mercado de trabalho, refletindo
As habilidades da categoria emocional/afetiva em salários mais altos. Além disso, o documento
estão relacionadas à competência em traba- aponta que crianças de classes econômicas
lhar suas próprias emoções, isto é, reconhecer mais baixas são muito favorecidas com práticas
os seus estados emocionais, saber nomeá-los de promoção dessas habilidades e apresentam
corre­tamente e defini-los de acordo com aquilo resultados duradouros.
que está sentindo, autorregular suas emoções Neste sentido, nos últimos anos, é crescente
negativas e seus impulsos. A empatia é quando o número de pesquisas que buscam investigar
o indivíduo consegue, além de reconhecer e o desenvolvimento dessas habilidades, bem
compreender o que o outro está sentindo, ser como formas para avaliá-las e promovê-las,
solidário ao seu sentimento e projetar em si mes- especialmente na primeira infância, visto que se
mo um sentimento semelhante, colocando-se trata de um período crucial do desenvolvimento
no lugar da outra pessoa e dando uma resposta cognitivo, emocional, social, moral e afetivo de
emocional condizente com a situação4. Entra uma criança. Outra linha de pesquisa referente
aqui também a autoestima, habilidade que às competências socioemocionais é no contexto
está relacionada ao julgamento de si mesmo, à escolar, uma vez que impactam diretamente
percepção e reconhecimento de suas principais tanto no desempenho dos alunos quanto nas
características. relações interpessoais dentro da escola7-12.

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As investigações sobre a importância da pro­ Sklad et al.14 realizaram uma meta-análise


moção das competências socioemocionais na com o objetivo de investigar a eficácia de
infância e no contexto escolar têm crescido programas que visam a promover habilidades
muito nos últimos 20 anos. O Instituto Ayrton socioemocionais no âmbito escolar. Foram ava-
Senna (IAS)13, a UNESCO, a OCDE1, o Centro liados 75 estudos. De modo geral, os resultados
para Pesquisa e Inovação Educacional (CERI, indicaram que houve aumento nas habilidades
sigla em inglês)5, entre outras entidades, vêm sociais e diminuição de comportamentos antis-
se debruçando sobre o tema com o intuito de sociais na grande maioria dos estudos revisados.
avaliar os impactos que essas competências, No estudo de Gomes15, com o intuito de
quando bem estimuladas, promovem na vida investigar a eficácia de um programa para de-
das crianças, tanto em perspectiva transversal senvolvimento de habilidades socioemocionais
quanto longitudinal. Também visam à imple- no contexto escolar, participaram 40 indivíduos,
mentação de programas para promoção de sendo 17 crianças com seus respectivos pais
competências socioemocionais em termos de (n=17) e 6 professoras. Os resultados indicaram
políticas públicas no Brasil1,7,13. que, na visão dos pais, não houve diferença
É possível perceber que as competências so- significativa entre o pré-teste e o pós-teste. Já
cioemocionais influenciam questões referentes na perspectiva das professoras, as crianças me­
à saúde pública, à educação e ao desenvolvi- lhoraram significativamente nos sintomas de
mento socioeconômico. Desta maneira, é acon- ansiedade, problemas emocionais e comporta-
selhável que elas sejam pesquisadas e aborda- mentais após a intervenção.
das por diferentes áreas do conhecimento. Apesar do grande enfoque em promover
Dentro da perspectiva educacional, essas competências socioemocionais no âmbito es-
competências são também conhecidas como colar, é importante mencionar que elas podem
competências para o século 217,11, no qual os ser trabalhadas em outros ambientes, como o
esforços estão centrados em disseminar a im- familiar. É possível, por meio de formação psi-
portância da promoção dessas habilidades no coeducacional, ensinar os pais, com informações
contexto escolar, tanto para alunos quanto para baseadas em evidências científicas, para que
os profissionais envolvidos neste processo. No eles se tornem aptos a desenvolver e/ou apri-
documento “Competências socioemocionais: morar as habilidades socioemocionais de seus
material de discussão”, o Instituto Ayrton Senna filhos durante o convívio familiar16,17.
defende que as escolas têm que ser capazes De acordo com Bolsoni-Silva & Marturano16,
de trabalhar dentro do currículo competências a forma com que os pais educam os filhos é fun-
como: responsabilidade; colaboração; comuni- damental para que as crianças tenham sucesso,
cação; criatividade; autocontrole; pensamento ou não, durante suas relações interpessoais den-
crítico; resolução de problemas e abertura para tro e fora do contexto familiar, assim como para
novas experiências13. o seu desenvolvimento emocional. No estudo de
Conforme relatório da OCDE1, pesquisas Coelho & Murta18, foi realizado um treinamento
apontam que os pais e os professores sabem de práticas parentais positivas com sete pais, no
da importância das crianças desenvolverem qual os resultados do pós-teste indicaram au-
outras habilidades para além das cognitivas, mento nas práticas educativas positivas, melhor
no entanto, ainda é pouco o movimento em desenvolvimento de habilidades sociais e estra-
prol desse desenvolvimento. Também levantam tégias mais eficazes para lidar com estressores
como hipótese explicativa para tal realidade que externos por parte das crianças.
o conhecimento sobre as formas de promoção Com base nas informações até aqui apresen-
dessas competências seja limitado, prejudicando, tadas, é possível afirmar que as competências
assim, um trabalho efetivo nesse sentido. socioemocionais podem e devem ser ensinadas

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e estimuladas nas crianças a partir da primeira Em seguida, foi realizada a primeira seleção
infância, tanto no contexto familiar como no dos artigos de acordo com o critério de inclusão
contexto escolar. Como é mencionado no do- referente ao período que, por conveniência,
cumento do Porvir & IAS11: “As competências ficou estabelecido como recorte de 11 anos
socioemocionais são habilidades que você pode (2008-2019).
aprender; são habilidades que você pode prati- No momento seguinte, todos os artigos res-
car; e são habilidades que você pode ensinar”. tantes passaram por uma análise preliminar
Nesse sentido, o presente estudo tem como de seus títulos e resumos a fim de verificar
objetivo realizar um levantamento na literatu- os demais critérios de elegibilidade, a saber:
ra de pesquisas que apresentem métodos e/ estudos publicados em português; estudos na
ou estratégias de intervenção e promoção de íntegra; estudos empíricos que apresentem es-
habilidades socioemocionais na infância e na tratégias/métodos de intervenção e promoção
adolescência. Para tanto, será conduzida uma de habilidades socioemocionais para crianças
revisão integrativa de literatura. e adolescentes. Os critérios de exclusão foram
artigos fora do recorte temporal; artigos de re-
visão de literatura; artigos que não tratassem
PROCEDIMENTOS BÁSICOS
de estratégias de intervenção e promoção de
Para realizar o levantamento dos estudos, fo-
habilidades socioemocionais; artigos em outras
ram consultadas as bases de dados da Scientific
línguas que não o português; e artigos que não
Eletronic Library Online (SciELO), Literatura fossem sobre crianças e adolescentes.
Latino-Americana e do Caribe em Ciências Para evitar que algum artigo não fosse res-
da Saúde (LILACS) e Periódicos Eletrônicos gatado corretamente, optou-se por não procurar
em Psicologia (PePSIC), por se tratar de bases especificamente as palavras-chave junto com o
relevantes para a área de saúde e educação. descritor “intervenção”, que é o foco do presente
Foram utilizadas como descritores para a bus- estudo. A seleção dos artigos que abordavam
ca dos artigos as seguintes palavras-chave: o tema de intervenção e promoção foi feita
“habilidades socioemocionais”; “competências manualmente após leitura do título, resumo e
socioemocionais”; “comportamento pró-social”; palavras-chave.
“cognição social”; e “inteligência emocional”. Posterior à análise dos títulos e resumos,
A busca ocorreu no mês de setembro de 2019. dez estudos se encaixaram no perfil; desses,
A primeira etapa foi a busca por cada um dos dois estavam duplicados, ou seja, apareceram
descritores nas três bases escolhidas a priori, o em duas bases, e após a exclusão desses dois,
que resultou em um montante de 828 artigos ficaram oito artigos para a revisão.
científicos, dos quais 583 foram encontrados O resultado da busca encontra-se sumariado
na SciELO, 205 na LILACS e 40 na PePSIC. na Tabela 1.

Tabela 1 - Estudos selecionados para revisão.


Descritores SciELO LILACS PePSIC
Habilidades socioemocionais 0 0 0
Competências socioemocionais 0 0 0
Comportamento pró-social 2 5* 2
Cognição social 0 1 0
Inteligência emocional 0 0 0
Total 2 6 2
*Dois dos artigos encontrados na base LILACS com o descritor “comportamento pró-social” já tinham sido resgatados da SciELO.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO agentes promotores. Em geral, é possível obser-


Com o intuito de facilitar a análise e a com- var que, com exceção dos estudos B e D, todos os
preensão dos resultados, inicialmente será apre- demais contaram com o apoio dos professores.
sentada uma tabela descritiva com informações Isso indica que, dentro do contexto escolar, a
técnicas dos artigos sumariados na Tabela 1 e, escolha principal é a formação e capacitação
em seguida, informações referentes à metodo- dos professores para que eles possam lidar com
logia dos estudos, especificamente sobre quem os conflitos e estimular comportamentos mais
foi o profissional responsável por aplicar as adequados e pró-sociais nos alunos, assim como
intervenções (Tabela 2). neles próprios.
Todos os artigos revisados tratam de estudos Desse modo, é possível inferir que estejam
empíricos que, em sua maioria (87,5%), foram sendo usados os modelos propostos pelas orga-
realizados em contexto escolar. Apenas o estu- nizações IAS & UNESCO13, OCDE1 e Santos &
do D foi conduzido em contexto clínico, como Primi7, que visam justamente a promoção das
pode ser observado na Tabela 2. Esse achado habilidades socioemocionais dentro das escolas,
vai ao encontro da literatura na área, na qual contando com o suporte de toda a equipe escolar.
a maioria dos esforços em promover habilida- A formação continuada dos professores – es-
des socioemocionais está centrado no âmbito pecialmente sobre temas relacionados às com-
escolar1,7,13,14, visto que esse é um ambiente petências socioemocionais – tem se mostrado
altamente favorável para o desenvolvimento muito importante, visto que, uma vez que essas
dessas habilidades por se tratar, na maioria das
competências são bem trabalhadas, reduzem o
vezes, do primeiro ambiente social das crianças
número de conflitos em sala de aula, tanto entre
fora da família.
os alunos como entre alunos e professores, e
Na análise da metodologia, foi possível ob-
também é observada uma redução no índice de
servar que em alguns estudos (A e G) os proce-
práticas de bullying1. Outro fator significativo
dimentos de intervenção foram realizados pelos
que dá suporte para o incentivo dessas forma-
próprios professores da escola após treinamento
ções são as mudanças no comportamento dos
ministrado pelo pesquisador. Já nos estudos B
próprios professores, como citado nos estudos
e E, quem aplicou a intervenção foram os pes-
quisadores, assim como o estudo C, no qual a de Bolsoni-Silva et al.19 e Rocha & Carrara23.
pesquisadora era também professora da turma. A seguir, na Tabela 3, serão apresentadas
No estudo F, a intervenção foi conduzida pela as principais características dos estudos em
professora, porém com orientação semanal da função da descrição dos participantes, tipo de
pesquisadora e observação de duas bolsistas. intervenção realizada e os principais achados.
O estudo H contou com dois momentos distin- Com base nas informações sumariadas na
tos de aplicadores da intervenção, sendo que, em Tabela 3, no que tange ao delineamento das
um primeiro momento, a pesquisadora é quem pesquisas, é possível constatar que apenas os
aplicava uma etapa da intervenção/orientação estudos B, C e G tiveram Grupo Experimental
com os alunos. Em paralelo, era realizado um tra- (GE) e Grupo Controle (GC). Esse tipo de de-
balho de treinamento com os professores e coor- senho de estudo é muito utilizado e indicado
denadores que, por fim, realizavam a intervenção para pesquisas que têm como objetivo mostrar
com os alunos. No estudo D, o procedimento de o efeito de uma intervenção, pois nesses casos
intervenção foi realizado por um profissional da todos os indivíduos são avaliados igualmente.
psicologia em contexto clínico. Porém, no momento da intervenção, apenas o
As informações supracitadas sobre quem apli- GE é submetido a ela. Depois, no período de
cou a intervenção são importantes indi­cadores pós-teste, todos são avaliados novamente, então
dos processos que estão sendo utiliza­dos para é possível comparar os efeitos de quem passou
promover essas habilidades, especificamente os pela intervenção com quem não passou.

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Tabela 2 - Descrição dos artigos selecionados em função de identificação,


autor, ano, título, objetivo e local onde foi realizado.
Id do artigo Autor/Ano Título Objetivo Local
A Bolsoni-Silva et Ampliando comportamentos Descrever os efeitos de uma Escola
al. (2013)19 pró-éticos dos alunos: relato intervenção realizada com
de pesquisa e intervenção educadoras de primeira série
com educadores do ensino do Ensino Fundamental,
fundamental buscando ampliar habilidades
sociais básicas compatíveis
com repertórios pró-éticos.
B Varanda et al. Aplicativos para tablets sensíveis Detectar e intervir em Escola
(2015)20 ao toque para melhorar dificuldades de linguagem e
vocabulário, processamento comportamento em crianças
auditivo central e habilidades frequentando pré-escolas,
de interação social entre para prevenir problemas
pré-escolares futuros, como o baixo
desempenho acadêmico.
C Borges & Aprendendo a gerenciar Verificar a efetividade de um Escola
Marturano conflitos: um programa de programa para melhorar a
(2009)21 intervenção para a convivência na 1ª série do
1a série do ensino fundamental Ensino Fundamental.
D Gonçalves & Avaliação dos efeitos de uma Descrever uma intervenção Clínica
Murta (2008)22 modalidade de treinamento de em habilidades sociais para
habilidades sociais para crianças crianças e seus efeitos sobre o
aumento de comportamentos
pró-sociais, mudanças
em autoconceito e no
julgamento de pares.
E Rocha & Formação ética para a cidadania: Avaliar o efeito de um Escola
Carrara reorganizando contingências na programa instrucional sobre
(2011)23 interação professor-aluno a aquisição de repertórios
fundamentais para o
desenvolvimento de relações
interpessoais condizentes com
o exercício da cidadania.
F Rodrigues et al. Leitura Mediada com Enfoque Avaliar a efetividade de Escola
(2012)24 Sociocognitivo: Avaliação um programa dirigido
de uma Pesquisa-Intervenção a diversificar a prática
docente de contar histórias
e a promoção indireta
da compreensão infantil
dos estados mentais e
do processamento de
informação social.
G Borges & Melhorando a convivência em Elaboração e aplicação de um Escola
Marturano sala de aula: responsabilidades programa para melhorar a
(2010)25 compartilhadas convivência na escola.
H Fernandes & Programação de contingências Investigar o efeito de Escola
Santos (2009)26 reforçadoras no fortalecimento contingências reforçadoras
de repertórios pró-sociais no sobre o aumento de
contexto escolar comportamentos pró-sociais
dos alunos no contexto escolar.

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Tabela 3 - Principais características dos estudos pesquisados.


Id do artigo Participantes Tipo de intervenção Principais achados
A 5 educadoras A intervenção foi realizada com os Redução de 48,7% para 36,3%
e 57 alunos professores, por meio de formação de crianças com indicativo de
com 7 anos. continuada, sendo 6 sessões ministradas problemas de comportamento.
O pesquisador pelas pesquisadoras, nas quais foram Aumento significativo na
pediu para as trabalhados 12 temas, a saber: medida do fator sociabilidade,
professoras Avaliação de expectativas, discussão de 16,86 para 19,26. E, por fim,
selecionarem de regras para o grupo e definição aumento nos comportamentos
1 aluno com de comportamentos pró-sociais e positivos de todas as
boas habilidades pró-éticos; Expressão de sentimentos educadoras e diminuição de
sociais e 1 com positivos; Expressão de opiniões; Como comportamento negativo, os
dificuldades lidar com críticas (fazer e receber); quais foram classificados por
em habilidades Consistência na forma de interagir meio das filmagens feitas pelas
sociais. com a criança; Análise do pesquisadoras.
progresso da aprendizagem.
Após a formação, os professores tinham
que colocar os novos conhecimentos em
prática com os alunos selecionados.
B 195 crianças na Trata-se do uso de aplicativos para O estudo está em
faixa etária de 2 tablets que tem como objetivo desenvolvimento, portanto,
anos e 5 meses o refinamento da linguagem e os resultados do pós-teste
até 4 anos e 4 comportamento, bem como orientação ainda não foram divulgados.
meses. Grupo para pais e professores. Apenas os resultados de um
Experimental questionário semiestruturado
= 88 e Grupo respondido por alguns
Controle = 99 pais durante o processo de
crianças intervenção foi divulgado.
De modo geral, o resultado
desse questionário indicou
melhora no comportamento das
crianças, diminuindo a queixa
de comportamento agressivo
e aumentando a frequência de
habilidades de interação social e
competência emocional.
No entanto, para resultados
mais conclusivos, é necessário
aguardar o estudo final
contendo os resultados do pós-
teste.
continua...

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...Continuação
Tabela 3 - Principais características dos estudos pesquisados.
Id do artigo Participantes Tipo de intervenção Principais achados
C* 61 crianças com Trata-se de um programa de Os resultados referentes aos
idade média de 6 intervenção formado por 3 módulos, conflitos em sala de aula
anos e 8 meses. a saber: “Eu posso resolver problemas” indicaram melhora significativa,
Grupo que trabalha a habilidade de ou seja, diminuição dos
Experimental resolução de problemas interpessoais; conflitos, em quase todas as
= 30 crianças e Autocontrole, que visa à autorregulação categorias elencadas pelas
Grupo Controle = de emoções negativas; Iniciação aos autoras. Sobre o nível de
31 crianças. valores humanos, que tem como estresse, o grupo experimental
objetivo ampliar o comportamento e a relatou maiores índices no
motivação pró-social. Teve a decorrer dos meses em relação
duração de 6 meses. ao grupo controle. Já em relação
ao desempenho pró-social,
o grupo experimental, que
inicialmente foi cotado como
menos habilidoso socialmente,
aumentou significativamente
seus escores de desempenho
pró-social quando comparado
ao grupo controle.
D 3 crianças, entre Trata-se de 20 sessões com 90 minutos Os resultados apontaram
9 e 13 anos. cada, semiestruturadas, isto é, elas melhora nas três crianças em
seguem um tema, porém são abertas todos os domínios avaliados,
para planejamento do profissional. Os sendo que na medida de
temas abordados são: Comunicação autoconceito infantil os
eficaz; relacionamento interpessoal; escores referentes à percepção
empatia; lidar com emoções; tomada positiva aumentaram. O
de decisão; e resolução de problemas. mesmo foi observado na
Dentro de cada temática, tópicos medida sociométrica, na
específicos foram sendo desenvolvidos. qual os índices de rejeição
Para mais detalhes ver Tabela 2, p. 443. diminuíram, enquanto os de
aceitação aumentaram em dois
participantes e permaneceu o
mesmo no terceiro. Referente à
avaliação comportamental, os
resultados indicaram melhores
índices de todas as crianças,
demonstrando que a percepção
dos pais em relação aos
filhos melhorou.
continua...

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...Continuação
Tabela 3 - Principais características dos estudos pesquisados.
Id do artigo Participantes Tipo de intervenção Principais achados
E 2 professoras e 24 Inicialmente, as duas professoras De modo geral, os resultados
alunos com faixa passaram por intervenção com a do pós-teste indicaram melhora
etária de 6 a 8 pesquisadora, foram 5 sessões de 50 significativa nos domínios
anos. minutos abordando os seguintes temas: “socialmente habilidosa”, que
Expressão de sentimentos positivos; dar no pré-teste estavam com a
e receber feedback positivo; expressar média de 0,44 e foram para
desagrado; analisar problemas e tomar 0,65 (p=0,00) e diminuição
decisões; resolução de problemas no domínio de “Não habilidosa
interpessoais. No segundo momento ativa”, indo de 0,25 para
as professoras colocavam em prática o 0,09 (p=0,00). O domínio
treinamento com os 24 alunos. “Não habilidosa passiva”
não apresentou diferença
significativa.
F 57 alunos com Inicialmente, as professoras passaram A avaliação qualitativa dos
idade média por uma formação de 20h com docentes indicou que eles
de 6 anos. E 5 as pesquisadoras para treino da são favoráveis à utilização
professoras. intervenção que realizariam com os desse tipo de técnica (leitura
alunos. O treinamento é composto interativa) para trabalhar
por: informação sobre capacidades habilidades sociocognitivas
sociocognitivas infantis; Teoria da com os alunos. Quanto
Mente e sua relação com linguagem; aos resultados obtidos nas
processamento de informação social; avaliações pré e pós-intervenção
uso de livros de histórias infantis com das crianças, observou-se
enfoque sociocognitivo. A intervenção diferença significativa na
com os alunos com a utilização das frequência de atribuição de
histórias aconteceu no período termos mentais, indicando
de abril a novembro. que após a intervenção com as
histórias eles foram capazes de
compreender e atribuir para
os personagens mais termos
cognitivos, emocionais e
perceptivos.
G* 92 crianças na Trata-se de um programa de As crianças que participaram da
faixa etária intervenção formado por 3 módulos, a intervenção tiveram resultados
de 6 anos. saber: “Eu posso resolver problemas”, que mais favoráveis quando
G1 (grupo trabalha a habilidade de resolução de comparadas às crianças que não
experimental) – problemas interpessoais; Autocontrole, participaram. De modo geral,
31 crianças, G2 que visa à autorregulação de emoções observou-se redução de conflitos
(controle) – 30 e negativas; Iniciação aos valores em sala de aula, aumento de
G3 – 31 (alunos humanos, que tem como objetivo comportamentos pró-sociais
de outra escola ampliar o comportamento e a e comportamentos mais
que já realizaram motivação pró-social. Aconteceu nos adaptativos para o contexto
a intervenção) meses de março a outubro. escolar. Um dado interessante
encontrado no estudo é que
os alunos que inicialmente
tinham comportamentos mais
disruptivos foram
os que mais se beneficiaram
do programa.
continua...

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...Continuação
Tabela 3 - Principais características dos estudos pesquisados.
Id do artigo Participantes Tipo de intervenção Principais achados
H 20 adolescentes Inicialmente, os professores e Observou-se melhora
com idades entre coordenador passaram por avaliação significativa entre as avaliações
11 e 14 anos. 3 e formação. A formação tinha como pré-teste e as duas avaliações
professores e 1 objetivo ensinar aos profissionais como pós-teste nas categorias
coordenador. reconhecer e modificar comportamentos “gritar” e “agredir fisicamente”,
antissociais. E na quarta etapa deu-se porém, na categoria agredir
início à intervenção diretamente com os verbalmente, as diferenças
alunos. encontradas não foram
estatisticamente significativas.
Em relação à abertura para
participação das atividades
programadas, observou-se que
após a intervenção os alunos
participaram mais. Outro
comportamento que mudou
após a intervenção foi o de
ameaça e punição por parte
dos professores. Em suma, os
resultados indicaram que o
programa se mostrou eficaz
para mudar o comportamento
dos alunos.
*Os estudos C e G são dos mesmos autores e utilizam a mesma técnica de intervenção. No segundo estudo (G) a amostra foi
ampliada e comparada com a amostra do primeiro estudo.

Quanto às habilidades socioemocionais que livros de histórias infantis para o momento de


foram trabalhadas, é possível elencar algumas intervenção, que é o caso dos estudos B, C, D, F
categorias em comum nos estudos, sendo elas: e G, no entanto, no estudo B, as histórias eram
resolução de conflitos interpessoais; autocon- apresentadas via tablet e não livro físico.
trole emocional; reconhecimento de comporta- Os estudos E e H apostaram em formações
mentos pró-sociais e antissociais; expressão de teóricas e dialogadas com os professores. No
sentimentos; comunicação eficaz; e empatia. estudo A, além da formação teórica e dialogada,
Essas categorias confirmam as definições de foram utilizadas também filmagens de situações
habilidades socioemocionais descritas na lite- de conflitos em sala de aula para exemplificar
ratura5,7,11,13. Como citado na introdução deste os cenários existentes e buscar junto aos pro-
trabalho, essas habilidades podem ser divididas fessores mediações possíveis para resolver o
em três categorias para facilitar o entendimen- conflito. Essas filmagens foram feitas antes da
to, porém todas fazem parte das competências formação, na própria sala de aula em que os
socioemocionais. professores lecionavam.
Em seguida, investigou-se o tipo de recurso Recursos desse tipo são apontados como
utilizado para o desenvolvimento das inter- favoráveis pela literatura, como é o caso do
venções e constatou-se que há em comum nos uso de histórias e narrativas. De acordo com o
estudos, exceto no B e D, a formação e/ou treina- documento do Porvir & IAS11, durante a leitura
mento de professores. Além da formação inicial de um livro é possível identificar e questionar os
dos professores, alguns estudos fizeram uso de comportamento e sentimentos dos personagens

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Promoção de habilidades socioemocionais

e, a partir disso, pensar em estratégias para re- dissertações e teses. Desse modo, sugere-se
solução de conflitos. Também se pode tomar os que pesquisas futuras busquem estudos em
conflitos dos livros como exemplo para a resolu- outros idiomas, especialmente o inglês, que
ção dos conflitos reais vividos em sala de aula, corresponde à maior quantidade de trabalhos
assim como ampliar o repertório sobre emoções, publicados. Recomenda-se também a busca por
pois, de acordo com informações já citadas no dissertações de mestrado e teses de doutorado
presente estudo, saber reconhecer as próprias que, porventura, ainda não tenham sido publi-
emoções e as das outras pessoas é fundamental cadas em formato de artigo, pois, por se tratar de
para os relacionamentos interpessoais. um tema relativamente recente, novos estudos
No que diz respeito aos principais achados podem ter sido recém-finalizados.
das pesquisas apresentadas, é possível perceber
que, de modo geral, em todos os estudos foram CONSIDERAÇÕES FINAIS
relatados sinais de diminuição de compor­ Diante do exposto, é possível concluir que a
tamentos antissociais e aumento de comporta-
promoção de habilidades socioemocionais na
mentos pró-sociais. Isso ocorre até no estudo B,
infância e na adolescência apresenta resultados
em que a pesquisa ainda está em andamento
favoráveis para a diminuição de comportamentos
e só foram apresentados resultados parciais
mal adaptativos, como agressão física, verbal
de uma avaliação qualitativa com os pais das
e conflitos em sala de aula, bem como para o
crianças que estão no processo de intervenção.
aumento de comportamento pró-social, auto-
No estudo F, também foi relatado aumento nos
conhecimento, atribuição de termos mentais e
índices de atribuição de estados mentais.
abertura para novas experiências. Também fo-
Esses resultados estão em consonância com
ram observadas melhoras nos índices de saúde
o estudo de Sklad et al.14, no qual foi observado,
mental, como diminuição de ansiedade.
na maioria dos estudos revisados, diminuição de
Além das alterações observadas no com-
comportamentos antissociais após intervenção
portamento das crianças e dos adolescentes,
em habilidades socioemocionais. Resultados se-
melhantes são observados também nos estudos também se notaram modificações positivas no
apresentados pela OCDE1. Ainda corroboram comportamento dos professores que partici-
parcialmente o estudo de Gomes15, pois nas param das intervenções, como diminuição de
pesquisas aqui revisadas os pais também rela- ameaças e punições e aumento de comporta-
taram melhoras no comportamento dos filhos; mentos positivos e reforçadores, sugerindo que
já no estudo de Gomes, apenas os professores a promoção de habilidades socioemocionais,
conseguiram observar mudanças. quando trabalhadas no contexto escolar, pode
É importante salientar que, mesmo diante beneficiar não só os alunos, como todos que
dos dados positivos sobre os impactos do de- estão inseridos nele.
senvolvimento e promoção das competências No entanto, é importante apontar que, mes-
socioemocionais, apresentados na seção de in- mo quando os métodos foram aplicados no am-
trodução e, perante o resultado da revisão aqui biente escolar, foi fundamental uma formação
feita, é possível observar que ainda são poucos prévia, assim como um acompanhamento para
os estudos que buscam investigar a eficácia de mensurar os resultados, dar suporte na aplica-
programas e estratégias de intervenção. ção e pensar em novas estratégias de manejo
Por fim, faz-se importante expor que a in- quando for o caso. Para isso, é indicado um
vestigação realizada neste estudo teve limita- profissional com conhecimentos aprofundados
ções, dentre elas, a busca por trabalhos escritos em promoção de habilidades socioemocionais,
apenas em português, assim como o resgate podendo ser do campo da psicologia, da Psico-
somente de artigos, não abrindo a busca para pedagogia ou áreas afins.

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Oliveira PV & Muszkat M

Sendo assim, o presente estudo apresentou importância de investimentos e pesquisas nessa


algumas evidências científicas da eficácia da área, visto que tais achados certamente propi-
promoção de habilidades socioemocionais ciam um ambiente mais favorável ao processo
em crianças e adolescentes, reforçando a de ensino e aprendizagem.

SUMMARY
Integrative review on methods and strategies to
promote socio-emotional skills

Socio-emotional competencies are a set of skills fundamental to the


integral development of individuals, as well as to their success in social
interactions. Longitudinal studies point out the impact of these skills in
relation to mental and physical health, learning, affective and professional
relationships. In this sense, recent research has warned of the importance of
promoting such skills from early childhood. Thus, the present study aimed
to carry out a review of the literature in the 2008-2019 study, in search of
studies that present methods and strategies to promote socioemotional skills
in childhood and adolescence. The SciELO, LILACS, and PePSIC databases
were used. After employing the eligibility criteria 8 studies entered for
review. In all studies, post-test results indicated a decrease in antisocial
behaviors and increased pro-social behaviors. However, it was possible
to observe that there are still few researches that aim to investigate the
effectiveness of intervention programs and strategies and the promotion
of socio-emotional competences.

KEYWORDS: Social Competence. Emotional Intelligence. Intervention.


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Trabalho realizado na Universidade Federal de São Artigo recebido: 9/7/2020


Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil. Aprovado: 23/1/2021
Conflito de interesses: Os autores declaram não haver.

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