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JUSTIFICATIVA
Em geral, nas escolas e na vida, só percebemos o conflito quando este produz suas
manifestações violentas. Daí podemos tirar, pelo menos, duas conclusões: a
primeira é que se ele se manifestou de forma violenta é porque já existia antes na
forma de divergência ou antagonismo, e nós não soubemos ou não fomos
preparados para identificá-lo; a segunda é que toda a vez que o conflito se
manifesta, nós agimos para resolvê-lo, coibindo a manifestação violenta. E neste
caso, esquecemos que problemas mal resolvidos se repetem! (CHRISPINO, 2007,
p.16)
Nesse sentido, a educação holística tem muito a contribuir ao nos aproximar de uma
visão mais ampla de existência, uma existência que se conecta a tudo que existe, o que se
aproxima da filosofia Ubuntu: eu sou porque nós somos. Reconhece-se que a formação da
identidade dos sujeitos e a sua forma de intervir na realidade está ligada com seus valores,
com sua forma de pensar, sentir perante a realidade (CREMA, 2008), por isso, uma escola
que pensa holisticamente sua forma de educar, amplia sua própria percepção de conflitos.
Propor práticas capazes de intervir na sociedade da informação também é um grande desafio
que se propõe a escola, uma vez que tudo se passa muito rápido e temos dificuldade em
pensar com mais calma sobre a vida:
Diante disso, o que Larrosa (2002) nos ajuda a pensar é no desafio da quietude
enquanto prática de vida, não em uma perspectiva disciplinarizante, mas de contato consigo
mesmo e atenção ao eu. Para isso, alinhando-se à educação holística, esta sequência propõe
práticas meditativas como um exercício de conexão consigo. Tolentino (2018) aponta o
quanto tais exercícios revolucionaram suas salas de aula, fazendo com que os estudantes
conseguissem conversar mais sobre seus próprios conflitos, se concentrar melhor em suas
atividades diárias, e exercitar a escuta com mais empatia e eficácia. Tudo a partir de
exercícios constantes de respiração e concentração em si.
OBJETIVOS:
Específicos:
RECURSOS DIDÁTICOS:
● Aparelho de som;
● Livro “O Monstro das Cores;
● Cartolinas;
● Pilot;
● Lápis de cor;
● Impressos;
● Jogo;
● Rolo de barbante;
● Folha A4;
● Tintas;
● Pincéis.
DESENVOLVIMENTO
1° Semana
Dia 1: Convite aos alunos a sentarem no chão para a prática de meditação. Explicação do
motivo da sua importância, demonstração de possíveis posturas que podem ser realizadas no
momento da meditação (±5 min), e iniciação da atividade com música de fundo (1 min).
Dia 3: Conversa de revisão sobre o livro “O monstro das cores” e proposta de desenho
representando as cores das emoções que aparecem no livro + pensar em outra cor para
alguma emoção que não consta no livro e registrar. (50 min)
Dia 4: Exercício de meditação (3 min) e construção em conjunto de uma receita para vencer
o medo. A professora irá colocar um cartaz/folha no quadro e as crianças dirão coisas que
podem ajudar quando elas sentem medo, compondo uma lista para elas consultarem
posteriormente toda vez que sentirem esse sentimento. (30 min)
Dia 5: Exercício de meditação (4 min) e confecção de pequenos emojis dos sentimentos para
serem utilizados na próxima aula. (40 min)
2° Semana
Dia 2: Jogo "Quem sou eu?", onde o professor irá ler um cartão por vez com características
de uma emoção e as crianças terão que adivinhar qual é. Exemplo: Faço você se sentir bem e
ficar com vontade de sorrir o tempo inteiro. Quem sou eu? Nesse momento, as crianças
poderão acrescentar outras coisas que sentem vontade de fazer quando estão sentindo
determinada emoção. (40 min)
3° Semana
Dia 2: Atividade de resolução de problemas: a/o professora/o pede para uma criança retirar
uma ficha aleatoriamente de sua mão, para a leitura do problema, e as crianças, em conjunto,
pensam em atitudes e ações que podem solucionar ou melhorar aquela situação. Exemplo de
ficha: “Pedro está muito chateado, pois seu colega não quer brincar da mesma brincadeira
que ele.” (30 min)
4° Semana
- Ciranda das emoções. Formação de roda para falar sobre como cada criança está se
sentindo no dia. (20 min)
Dia 2: Atividade de pintura: realização de desenho com tintas sobre o que o aluno aprendeu
durante as quatro semanas, ou o que mais chamou sua atenção. (40 min)
- Confecção de mural com todas as pinturas feitas pelas crianças. (10 min)
AVALIAÇÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHRISPINO, Álvaro. Gestão do conflito escolar: da classificação dos conflitos aos modelos
de mediação. In: Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v.15, n.54, p. 11-28, jan./mar.
2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v15n54/a02v1554.pdf
CREMA, Roberto. Introdução a visão holística: breve relato da viagem ao novo paradigma.
São Paulo. Editora Summus Editorial. 1989.