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Nomes: Fernanda Zielke, Hanna Simon Horn, Mônica Tabajara, Djulie Wieliczko, Bruna
Luísa P. S. Rodrigues.
Professora: Fernanda Hampe Picon
Data: 15/06/2022
Primeiramente, se faz necessário, como bem coloca Bell Hoocks, traduzida por
Marcelo Cipolla, (2013, p. 253), a humanização do professor, porque quando o professor
pensa sobre o que fazer se precisar ir ao banheiro durante a aula, por exemplo, é possível
perceber uma necessidade da psicologia em auxiliar a personalização dos professores. Um
olhar real dos desejos, sentimentos e necessidades de quem faz parte da estrutura da escola,
de fazer com que essa instituição presente nas escolas possa ser um pouco rompida trazendo
para o olhar aos professores um pouco mais de compreensão.
Ademais, a humanização do professor se faz necessária, pois, como bem coloca
Marisa Rocha (1999, p.3), que as condições cotidianas do trabalho escolar caracterizam-se
pelo isolamento e assoberbamento de tarefas. Portanto, são demandas de atividades
humanamente cansativas e, às vezes, impossíveis de realizar por ser, como a citada autora
coloca, exploração dos trabalhadores (1999, p. 5).
Com relação aos mecanismos para lidar com as demandas que o cotidiano na sala
acarreta, pode-se pensar em tal questão diante da infância ser uma fase de desenvolvimento
da vida do ser humano em que surgem questionamentos e dúvidas. Heckert; Corona;
Manzini; Machado e Fardin (2001, p. 275) trazem a escola como um campo de forças em luta
permanente, falando que esse local não se constitui apenas como espaço de repetição de
naturalizadas verdades, apontando que as instituições que o atravessam produzem diferentes
movimentos. Nesse sentido, importante destacar que a escola é um dispositivo de novos
modos de viver, novos modos de produzir em cada sujeito uma subjetividade, dito isso,
pensamos, então, a escola como um espaço de transformação para todos que dela fazem
parte.
Outro ponto a ser dito, é sobre a falta de limites ou o não respeito pelas professoras
presente na escola, como mencionam os citados autores Ana Heckert, Cíntia Corona, Juliene
Manzini, Roger Machado e Vinicius Fardin (2012, p. 277), podem ser maneiras de expressar
necessidades por partes dos alunos. Sendo assim, a professora precisa saber de tal premissa e
estar preparada e, principalmente, não levar para o pessoal tais atitudes por parte dos alunos e
familiares.
A estratégia pensada para a intervenção foi de criar espaços de escuta para que as
professoras pudessem conversar sobre as dinâmicas nas relações cotidianas. Acolher as
queixas e incentivar a reflexão e o diálogo sobre os problemas. Desenvolver temas como a
prática do cuidado focando na prevenção e potencializando fatores de proteção ao grupo.
Como também, promover debates sobre mecanismos para lidar com as demandas que o
dia-a-dia na sala de aula acarreta, pois como bem coloca Bell Hoocks, tradução por Marcelo
Cipolla, (2013, p. 253) a escola vai além da mente a ser ensinada. Indo ao encontro da ideia
de Marissa Rocha (1999, p. 6), em que a escola não abarca só problemas de aprendizagem
pedagógica, porque está intricado com a complexidade da vida.
Afinal, como diz a autora Marissa Rocha (1999, p.5), a realidade sempre muda o que
faz com que seja preciso a construção coletiva de novos recursos. Nesse sentido, quando
entraram na Escola Girassol as professoras tinham uma expectativa quanto a como seria seu
desenvolver, seu trabalho, e após alguns anos no local, a euforia, o entusiasmo do primeiro
momento foi sendo esquecido e começaram a surgir outras questões para serem trabalhadas,
com suas expectativas se tornando outras. Essa frustração levou ao ponto de onde pensamos
nossa intervenção, como um dos intuitos refletir e perceber, conforme a autora Marisa Rocha
(1999, p.5), se a realidade vivida condiz com as expectativas oficiais.
Primeiro Encontro
Os assuntos sugeridos serão abordados no quarto e quinto encontro. Caso não ocorra
sugestões, serão desenvolvidas as ideias citadas nos próximos tópicos.
A experiência, a possibilidade de que algo nos aconteça ou nos toque, requer um gesto
de interrupção, um gesto que é quase impossível nos tempos que correm: requer parar
para pensar, parar para olhar, parar para escutar, pensar mais devagar, olhar mais
devagar, e escutar mais devagar; parar para sentir, sentir mais devagar, demorar-se nos
do encontro, calar muito, ter paciência e dar-se tempo e espaço. (BONDIA, 2002, p. 5)
Segundo Encontro
O segundo encontro terá como objetivo que as professoras se percebam além dos seus
alunos e demandas exigidas no dia-a-dia. Um momento para que cada professora se
reconheça como uma pessoa com suas particularidades e que compõe parte essencial da
Escola. Pois, o grupo é composto das particularidades de cada integrante: “no grupo, a par
das necessidades comuns, cada indivíduo, a seu modo, procurará atender às suas necessidades
pessoais. O grupo assume assim uma atitude de catalisador dessas necessidades.”
(QUALITYMARK, 1988, p. 60). O disparador será trazer sobre a importância da conversa a
respeito das experiências e sentimentos. Tal qual, expor e conversar sobre preocupações,
necessidades e sentimentos (DA SILVA; DA SILVA; DA FONSECA, 2021, p.7), para que
nesse sentido os professores se percebam todos como sujeitos que enfrentam desafios
constantes e torne sua dor mais válida.
Terceiro Encontro
Quarto Encontro
O quarto encontro será destinado para uma troca de experiências, sentimentos e
crenças para proporcionar a possibilidade de insights no grupo, e uma busca de significados
ou ressignificados de seus sentimentos (MANCIA, 2007, p. 19). Enfim, um momento para o
que “dar conta de um conteúdo” possa ser expressado em sentimentos (MANCIA, 2007, p.
20), trazendo a importância de ouvir e perceber outras vivências que dialoguem com a sua. O
disparador será o trecho 01:03 - 01:19 do vídeo Eu estou exausta:
https://www.youtube.com/watch?v=XYSQ4NJrZyI.
Quinto Encontro
O quinto encontro será destinado para abordar formas de manejo dos sentimentos e
emoções. Bem como, as demandas que o dia-a-dia na sala de aula acarreta, pois como bem
coloca Bell Hoocks, tradução por Marcelo Cipolla, (2013, p. 253) a escola vai além da mente
a ser ensinada porque a escola não abarca só problemas de aprendizagem pedagógica, pois
está intricado com a complexidade da vida (ROCHA, 1999, p. 6). O disparador será perguntar
sobre as relações das professoras fora da Escola. Sobre o que gostam de fazer, sobre como o
gênero e raça delas fora da escola implica para elas, fazer o pensar para além desse espaço
institucional, de que forma suas vivências se encontram e quem sabe se desencontram. O
desencontro a ser pensando no viés de terem gostos diferentes, sexualidades, vidas em geral,
mas com o intuito de que pensado em tudo que já foi trabalho elas consigam perceber que o
viver de cada é único, que apesar de se colocarem como “iguais” - professoras da Escola
Girassol - cada uma tem sua singularidade, seu modo de agir, pensar e ensinar. Pensamos
nisso, pois o artigo “As emoções à flor da pele e seus possíveis manejos na pandemia da
COVID-19” expõe a importância do fortalecimento e da manutenção de vínculos familiares e
sociais. Assim como, atividades físicas e de lazer/prazerosas.
Sexto Encontro
O último encontro será destinado para uma devolução ao grupo. Com intuito de
avaliação do processo e espaço para que a equipe expresse como foi o Grupo de Apoio e
Reflexão.
REFERÊNCIAS:
BONDIA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Rev. Bras.
Educ. 2002, n.19, pp.20-28.
HECKERT, Ana Lucia et all. "A escola como espaço de invenção". in: Jacó-Vilela, Ana
Maria (org). Clio-Psyque Hoje: Fazeres e dizeres psi na história do Brasil. Rio de Janeiro: Ed
Relume Dumará, 2001.
HOOKS, Bell. Eros, erotismo e o processo pedagógico. In: hooks, bell. Ensinando a
Transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2013.
capítulo 13.
MANCIA, Lidia. GRUPISMO: O RISCO DA IGNORÂNCIA. Disponível em:
https://docs.google.com/document/d/1VhMlbggLqIKq5XWm8EuIKhejrCTNt9IymgUzAbRtI
Gk/edit. Acesso em 11 de maio de 2022.
MANCIA, Lídia Tassini Silva; DE BORBA, Paula Martyl. Como a escuta pode favorecer a
intervenção nos grupos de treinamento?. Disponível em:
file:///C:/Users/USUARIO/Desktop/Unisinos/Semestres/4s/Laborat%C3%B3rio/1/6/Escuta%
20e%20Grupos.pdf. Acesso em 11 de maio de 2022. pg. 14-20.