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O primeiro contato com o Theo foi a chegada dele no pátio da casa que
fizemos a observação. Ele estava acompanhado da mãe, dos dois irmãos (um um
mês e outro de 3 anos), os primos de 16 anos, outro de 11 anos e um terceiro de 11
meses. No começo eles ficaram um pouco tímidos e desconfiados, próximos da
mãe. Mas aos poucos, conforme os adultos sentaram em um canto do pátio e/ou se
dispersaram para o interior da casa, as crianças começaram a explorar o local.
Segundo Greenspan e colaboradores (1993), o desenvolvimento físico e
neurológico é um dos tópicos a ser observado na análise do brincar. Dito isso, o
primeiro local que Theo se dirigiu foi o escorregador, subia e descia com facilidade.
Na sequência pegava as pedras e atirava para o alto. Corria de volta ao escorrega e
repetia isso algumas vezes. A partir disso podemos constatar que a criança
demonstra boa motricidade. Então, podemos afirmar que ele está dentro do
esperado neste tópico. Além disso, Kernberg (1998) traz que o parâmetro descritivo
está dentro a avaliação da atividade motora, a iniciativa do jogo da criança (buscar o
escorregador), interação com o terapeuta (Théo pegou da mão de um dos
observadores um brinquedo), o domínio do corpo, de pequenos brinquedos e dos
arredores, os quais notamos que Théo buscou explorar quase todos pontos, menos
os arredores.
Dito isso, a maior parte da observação no pátio da casa onde pode-se notar
que a criança ficou em volta de algum adulto, havendo disputa com os demais sobre
quem conseguiu mais contato com a mãe. Quando não conseguia contato com a
cuidadora, então, ia para o colo da avó ou da tia. Isso pode indicar pouca facilidade
em explorar o local, ia e voltava de dentro da casa com brinquedos. Entretanto, as
brincadeiras de Theo sempre se restringiam a ficar em volta de algum adulto, tal
como citado por Greenspan (1993) esse é um critério a ser avaliado, visto que
percebemos que a qualidade de vinculação e o relacionamento com a mãe eram
muito profundos, o que pensamos que pode demonstrar uma baixa capacidade de
agir por si próprio.
REFERÊNCIAS:
KRUG, J. S.; BANDEIRA, D. R.; TRENTINI, C. M. Entrevista lúdica diagnóstica. In:
HUTZ, C. S. et al. (Orgs). Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2016. p.73-98.