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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ

Allanis Cristiny Costa Silva– 743457


Débora Abrantes da Costa- 747429

Relatório Parcial
Estágio supervisionado

SANTO ANDRÉ
2023
1. CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO E DESCRIÇÃO DOS LUGARES E IDADES
ESCOLHIDOS
O objetivo principal desta pesquisa é aprofundar a compreensão da relação familiar
envolvendo uma criança neuro divergente e uma criança típica, com um foco
específico na interação com outras crianças neuro divergentes.
Família:
Pais (32,37 anos)
Criança (2 anos)
Criança (4 anos)
Local: Clínica multidisciplinar especializada em TEA
A idade da primeira criança, 2 anos, é a fase inicial de seu desenvolvimento, a
criança ainda é muito dependente dos pais, está no início da compreensão das
necessidades de sua irmã. A segunda criança, 4 anos, a criança se mostra
dependente dos pais tanto por sua idade, quanto por sua condição psicológica.
Essa diferença significativa entre as crianças pode criar desafios, pois os pais
precisam se adaptar às necessidades específicas de cada uma delas.

INTRODUÇÃO
A abordagem desta pesquisa se baseia na relação familiar de uma família com uma
criança típica e uma criança neuro divergente, tendo em vista as relações pais e
filhos e irmão com irmão, resultando em consequências diretas na forma que essa
relação é construída e desempenhada.
Na educação a comunicação eficaz desempenha um papel fundamental, sendo
caracterizada pelo diálogo aberto, pela escuta ativa e pela empatia. Entretanto,
precisamos levar em consideração a relação das duas crianças com os pais que
possuem personalidades totalmente diferentes, cognitivamente e emocionalmente.
Esta pesquisa também se propõe a investigar a diferença de comportamento entre
os irmãos e como isso influencia a abordagem dos pais na criação deles. A
dinâmica entre irmãos desempenha um papel importante no desenvolvimento social
e emocional das crianças, levando em consideração a rotina diferente dos dois, e
também, os momentos que estão juntos.
PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS PSICOLÓGICAS UTILIZADAS
As situações para a observação foram escolhidas com o intuito de observar
asrelações familiares e afetivas de uma família atípica, relacionando a teoria de
desenvolvimento humano, de modo que deixe transparecer a relação dos indivíduos
inseridos em um contexto de lazer e clínico , com mais pessoas ao redor. As
observações estão descritas abaixo, na forma de texto corrido, contendo:
Observador, data e hora, objetivo da observação, descrição do ambiente físico, das
pessoas observadas, e da atividade.
Dessa forma, a primeira observação foi feita pela integrante Débora Abrantes da
Costa, em um ambiente clínico, no dia 30 de setembro, às 16:25 horas, e nesse
mesmo contexto, foi realizada uma entrevista com os participantes da observação,
bem como seus responsáveis legais. A segunda foi realizada pela integrante Allanis
Cristiny Costa Silva, em um ambiente de lazer, no dia 16de novembro, às 15:30
horas.

3.1 O QUE É ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA

A entrevista semiestruturada é um método utilizado pelos observadores


para orientar e manter o objetivo durante as entrevistas e interações com
os entrevistados. Esse tipo de entrevista é embasado em um roteiro com
perguntas pré-elaboradas.

Entretanto, como o próprio nome já revela, a entrevista não é totalmente


estruturada, isso significa que o observador tem flexibilidade no decorrer
da entrevista. Sendo assim, outros questionamentos podem ser feitos e
algumas perguntas do roteiro talvez sejam remodeladas.

ROTEIRO (Pais) (32, 37 anos):


1- Na sua perspectiva, houve diferença na criação de seus filhos(as)?
2- Como você descreveria a relação dos seus filhos(as)?
3- Como é o relacionamento dos filhos (as) com os pais?
4- Na sua perspectiva, houve diferença na criação de seus filhos(as)?
5- Há participação igualitária dos dois pais na criação?
ROTEIRO (Crianças) (2, 4 anos):
(Não verbal)

4. RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO
A observação foi realizada pela integrante Débora Abrantes da Costa no dia 25
desetembro de 2023, às 14:00 horas, com o intuito de observar e analisar
comportamento infantil em seus aspecto interpessoais, dada uma situação clínica
de interação com demais crianças, com mesinhas, uma estante caixas de
brinquedo.
Nesse ambiente, pode-se observar uma das crianças, a mais velha de 04 anos, de
cabelo liso e comprido, arrumados em um rabo de cavalo, blusa rosa de alcinha e
calça de azul marinho.
Durante a sessão de interação, a criança de 4 anos pareceu estar inquieta,
brincando e pulando durante a sessão.
No ambiente, há também mais pessoas como terapeutas da criança mais velha que
em certos momentos pediam para ela se acalmar, sentar para realizar atividades e
dividir brinquedos. A criança mais nova se mostrava irritada constantemente com as
questões de regras e falta de interação para com ela, mas rapidamente já mudava
de humor e achava uma atividade para fazer.
Por fim, a sessão acabou e a criança foi levada até a mãe e o irmão mais novo de
02 anos no qual se mostrou sempre retraído e com medo da interação com a irmã
mais velha.
Depreende-se, portanto, uma certa raiva na criança mais velha, principalmente
quando seus desejos não eram atendidos. Na criança mais nova, podemos notar
uma certa falta de interação, principalmente quando colocado lado a lado de sua
irmã.
4.1. RESPOSTAS DA ENTREVISTA
Pais (32,37 anos):
1- Sim, há uma diferença na criação dos dois, visto a necessidade de cuidados que
cada um deles precisa.
2- Vezes tranquila e vezes mais agitada, por algumas vezes a nossa filha mais velha
tenta bater no irmão, isso causa um certo estado de alerta nele quando vê que as
brincadeiras estão ficando menos delicadas, mas fora dessa questão, se dão bem
no geral.
3- Nós temos uma relação de muito carinho com nossos filhos, entendemos as
dificuldades e particularidades dos dois e tentamos adaptar isso no nosso dia a dia,
a gente procura deixar um bom ambiente para eles e para mim e meu marido
também.
4- Houve sim, com a nossa primeira filha nós tivemos alguns desafios por ser nossa
primeira criança e pelas dificuldades que nossa filha apresentava e ainda apresenta;
com o nosso filho nós tivemos nossos desafios também, porém sempre adequando
a rotina às necessidades de cada um.
5- Sim, eu e meu marido sempre fomos muitos presentes na vida dos nossos filhos,
sempre procuramos ajudar um ao outro.

Crianças (2, 4 anos):


Não verbais

5. ANÁLISE FINAL:
O estágio proporcionou um aprofundamento em relações sobre a dinâmica familiar,
enfatizando a relevância da teoria psicogenética de Henri Wallon na interpretação
das complexidades do desenvolvimento humano. O projeto de Wallon, conhecido
como "Psicogênese da Pessoa Completa", se baseia principalmente na perspectiva
metodológica e na análise comparativa, considerando que a explicação de um
fenômeno exige sair do plano em que ele se dá.
Assim como a afetividade, a cognição é um elemento fundamental na psicogênese
da pessoa completa, sendo o seu desenvolvimento também relacionado às bases
biológicas e suas constantes interações com o meio. De maneira que é importante
visualizá-los em constante interação quando do surgimento da inteligência.
Refletindo sobre as origens orgânicas da inteligência, Wallon (2008, p. 117)
Essa teoria, centrada na gênese da pessoa completa, destaca que a origem da
inteligência é genética e organicamente social, ou seja, desenvolve-se a partir do
contato com o meio social em que se vive.
Ao estudar as duas análises feitas pelos observadores, é possível relacionar essa
teoria de Wallon. O comportamento das crianças nos mostra que o ambiente, sendo
esse mutável, muda a maneira como os irmãos se trata em um todo

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A pesquisa mostrou que mães de filhos atípicos se interessam primeiramente com
os cuidados primários, ou seja, preocupam-se inicialmente com a apresentação
apropriada da criança. Observou-se pequena diferença entre as demonstrações dos
responsáveis em relação às duas crianças.
Podemos destacar a subjetividade de cada indivíduo mediante a sua gestação,
nascimento, criação, personalidade e temperamento e etapa do desenvolvimento.
Entretanto, podemos utilizar o mesmo ponto como aspecto positivo se
considerarmos que os estudos e os artigos bem intencionados nos auxiliam na
compreensão de cada uma dessas fases.

7. REFERÊNCIAS
1. Minetto M de F, Crepaldi MA, Bigras M, Moreira LC. Práticas educativas e
estresse parental de pais de crianças pequenas com desenvolvimento típico e
atípico. Educ rev [Internet]. 2012Jan;(43):117–32. Available from:
https://doi.org/10.1590/S0104-40602012000100009
Ferreira, A. L., & Acioly-Régnier, N. M.. (2010). Contribuições de Henri Wallon à
relação cognição e afetividade na educação. Educar Em Revista, (36), 21–38.
https://doi.org/10.1590/S0104-40602010000100003
Minetto, M. de F., & Löhr, S. S.. (2016). Crenças e práticas educativas de mães de
crianças com desenvolvimento atípico. Educar Em Revista, (59), 49–64.
https://doi.org/10.1590/0104-4060.44791
VIEIRA, Graziella Pereira. 11. A Teoria Psicogenética de Henri Wallon.

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