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Confira como criar na escola um ambiente que

estimule a todos, inclusive os alunos que têm


autismo

Pegadas
Objetivos: reconhecimento do pé direito e esquerdo, identificação lateral,
trabalhar o equilíbrio, precisão nos passos, coordenação motora global e
interação com os demais alunos.

O professor desenha ou cola pegadas no chão com a ajuda dos alunos, que
poderão colorir as pegadas. Posteriormente, o educando anda sobre elas,
alternando o pé direito e o pé esquerdo. Durante a brincadeira, o professor
poderá sugerir outros movimentos. Como alternativa, poder-se utilizar solas de
sapatos velhos.

Banda escolar
Objetivos: trabalhar a discriminação e percepção auditiva, identificação das
ações, localização de sons, orientação espacial, capacidade de atenção e
memorização e interação social.

Utilizam-se vários instrumentos musicais (pandeiro, chocalho, triângulo,


tambores, flauta etc.). A cada toque de determinado instrumento os alunos
brincam com um objeto ou fazem algum movimento. Por exemplo: quando
tocar o tambor os alunos brincam com a bola, quando tocar o triângulo fazem
movimentos com as mãos.

Amizade do alfabeto
Objetivos: trabalhar a afetividade, socialização, estimular a imaginação,
comunicação, expressão e linguagem e desenvolver a coordenação espacial.

Todos sentam, fazendo um círculo. Alguém inicia falando: “Gosto do meu


amigo da esquerda com A porque ele é atencioso”. O próximo aluno deverá
seguir a sequência, dizendo: “Gosto do meu amigo da esquerda com B porque
ele é bondoso”. E assim por diante.

Brincadeira do espião
Objetivos: desenvolver a atenção, observação e detalhamento, estimular a
afetividade, socialização e criatividade e expressão corporal e imagem
corporal.
Dividir o grupo em duplas. Cada integrante da dupla observará bem a outra
pessoa e vice-versa. Os dois viram de costas, e cada um fará uma mudança no
visual. Os dois se voltam um de frente para o outro e tentam descobrir o que
mudou. Pode-se alternar a brincadeira, fazendo mudanças no ambiente ou na
própria disposição dos alunos.

Somando as diferenças
Objetivos: discriminação visual e percepção, desenvolver a linguagem,
comunicação, classificação e generalização e trabalhar valores da diversidade
para inclusão escolar.

Reunir diversos objetos que sejam opostos. Por exemplo: um bloco pequeno e
um grande, um copo alto e outro baixo. Pedir aos participantes para formarem
pares com os objetos opostos e depois descreverem os atributos que tornam
os objetos opostos, enfatizando as qualidades em suas diferenças.

Como estimular uma criança autista


Quem, em algum momento da vida, preferiu brincar sozinho ao invés de compartilhar
sua boneca ou seu carrinho? Isso é uma ação de introversão que quando se generaliza,
afeta as relações sociais e de comunicação. Pode ser um grande passo para um
espectro autista.
A pergunta é? Como a gente pode reagir diante dessa interiorização e fechamento em si
mesmos? Ou como posso me aproximar para brincar com meu filho?
Diante dessas perguntas aparece a palavra empatia: colocar-se no lugar do outro e
personalizar a interação com a criança. Por que temos que nos comunicar com a criança
somente de forma oral? Aí entra a estimulação multissensorial, utilizando todos os
canais sensoriais para chegar nela.

Como colocar isso em prática diante de uma criança com espectro


autista:
1. Você gosta de desenhar? Comunique-se com a criança desenhando e quando
conseguir sua atenção verbalize o que está desenhando.
2. Você gosta de fazer construções de peças? Faça-as junto à criança, mas sem invadir o
seu espaço. Dessa maneira você estará chamando sua atenção, estimulando-a.
3. Potencie a interação naquilo que a criança gosta de fazer, realizando com ele ou com
ela.
4. Se a criança apresenta hipersensibilidade acústica, evite lugares com multidões.
5. Para realizar uma tarefa, dê ordens breves, claras e simples.
6. Não faça as coisas no lugar da criança, dê tempo para ela.
7. Respeite seu ritmo e seu ritual, ou seja, se a criança prefere guardar os brinquedos de
uma determinada maneira, faça da mesma forma. Assim conseguirá empatia e fazer
coisas juntos.
8. Incentive a imitação para chegar à comunicação. Através da brincadeira, chegaremos
melhor à criança.
9. Reforce o que elas fazem bem. Essa forma de estimulação trata-se de qualquer coisa
que a criança goste, e pode ser algumas dessas coisas:
- Comestíveis. Qualquer tipo de alimento ou bebida.
- Tangíveis. Brinquedos ou objetos que pela sua textura chamem a atenção da criança.
- Atividade. Atividades de lazer ou passatempos. Podem ser jogos ou brinquedos.
- Sociais. Elogios e adulações acompanhados de carícias.
10. Faça cartazes com desenhos de elementos básicos como comer (especificando os
alimentos), tomar banho, vestir-se. Coloque esses cartazes num lugar que a criança
possa ver, para que mostre para ela o que você deseja. Pode ainda perguntar a ela: o que
é isso? E fale você mesmo sobre o objeto desenhado.
Vanessa Fuentes
Psicóloga clínica e social
http://psicovan.hostinazo.com/

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