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A Adaptação ao Berçário e à Creche

Para os bebês que vão pela primeira vez à escola, é fundamental uma
boa preparação e parceria com a família, para garantir uma adaptação tranquila.
Na Educação Infantil, a fase de acolhimento é diferente para cada faixa
etária e necessita de atenção redobrada para os bebês com menos de 2 anos.
E tudo é novidade para os pequenos, desde a convivência com outros adultos e
outras crianças, além das diferentes brincadeiras e a nova rotina.
É comum observar que bebês de até 10 meses estranham a escola, a
comida, e até o modo como são colocados para dormir. Por isso, é fundamental
analisar os aspectos sensoriais: deixar junto ao berço os objetos pessoais, como
chupeta, mantinha, brinquedos, e fronhas, pode ajudar na adaptação.
Na maioria das vezes, a ausência dos pais não atrapalha, mas alguns
detalhes podem incomodar, como a textura diferente do lençol do berço, a
temperatura da água do banho, a forma como são colocados para dormir, etc.
Sim, esses pequenos detalhes podem fazer com que o bebê estranhe, mas é
normal.
A adaptação muda um pouco após o bebê completar 1 ano. Agora, o foco
principal é fazer com que o bebê se acostume com a ausência dos responsáveis.
É necessário nesse caso, alternar os momentos em que os responsáveis
estejam próximos e distantes do bebê. Isso porque o bebê já estabeleceu
vínculos com alguns adultos, então começa a estranhar desconhecidos. Por
isso, manter os rostos conhecidos ao alcance da visão do bebê faz parte do
processo.
A separação entre o bebê e os pais deve ser feita aos poucos, alternando
momentos de ausência e aproximação, até que o bebê esteja totalmente
acostumado com a rotina na creche.
Outra técnica para garantir a tranquilidade é fazer um espaço para cada
criança. Veja um exemplo:

Sequência Didática:
1 – Processo de acolhimento dos bebês

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IDADE: até 2 anos de idade


OBJETIVO: criar um espaço de acolhimento e segurança tanto para os
bebês, quanto para suas famílias; definir diálogos com eles e dar um sentido
diferente à gestos, sentimentos e ações através da linguagem.
CONTEÚDO:
- Respeitar as características e singularidades de cada criança;
- Incluir as famílias no processo de adaptação.
MATERIAL NECESSÁRIO:
- Uma foto de cada criança
- Livros de literatura infantil
- Objetos de apego dos bebês
TEMPO ESTIMADO: duas semanas.

FLEXIBILIZAÇÃO: os bebês com deficiência intelectual apresentam, na


maioria das vezes, um desenvolvimento mais lento que os demais. Porém, no
caso de deficiências menos rigorosas, essas diferenças podem ser pouco
percebidas nos primeiros anos de vida. O bebê tem a capacidade de aprimorar
sua comunicação e também sua mobilidade, mesmo que possua algumas
limitações motoras e dificuldades de equilíbrio e de orientação espacial.
O ideal é conhecer quais as limitações desta criança, respeitando seu
ritmo, e sempre contando com a ajuda dos pais ou responsáveis para adaptar
os procedimentos nas situações de aprendizagem e cuidados.
Nesse processo de acolhimento, repetir atividades e fornecer objetos que
façam parte do dia a dia dos bebês são ações importantes.

DESENVOLVIMENTO:
Converse com os pais ou responsáveis do bebê, sobre a possibilidade de
uma pessoa próxima à criança estar presente durante o período de adaptação,
além de participar de situações da rotina para compartilhar formas de cuidados
com o educador. Se os pais não puderem, outros responsáveis podem participar
nos primeiros dias, como avós, tios ou irmãos mais velhos.
Acompanhe no primeiro dia, os responsáveis nas situações de cuidados,
como alimentação, banho e sono, observando os procedimentos e formas de
interação (como o responsável entregou objetivos de apego para o bebê, como
foi interpretado o choro, etc.

1º dia
Uma dica muito legal é criar alguns cantos para se aproximar dos
pequenos, como por exemplo, com jogos de encaixe. Depois, faça uma roda com
eles e também com as pessoas de sua referência para despedida. Transforme
as ações observadas e os gestos em palavras.
Após analisar, conversar com as crianças sobre as características, os
interesses, as brincadeiras, e tudo o que você observou sobre elas. Ex: Lúcia
gosta de boneca; Pedro anda com um paninho.
Fale que no dia seguinte vocês irão fazer novas brincadeiras!
2º dia
Organize novos cantos para esse segundo dia. Sugestões: canto dos
livros, canto das bonecas, canto da música.
Diga para os responsáveis (que estão acompanhando o processo) para
ficarem no campo de visão do bebê, mas que tentem desta vez não interagir o
tempo todo.
Durante a troca de fraldas, enquanto o educador realiza o procedimento,
a pessoa da família pode ficar ao seu lado. Nesse momento, o educador deve
contar para a criança o que já aprendeu sobre ela, por exemplo: "eu sei que você
adora segurar o seu paninho enquanto eu troco sua fralda."

3º dia
Brinque e abra espaço para a expressão de gestos e sentimentos no
terceiro dia. Tente dar um significado às ações, com base nas experiências que
os envolvam. Por exemplo: "Seu bebê está com fome, Antônio. Vamos preparar
uma comidinha?
Nessa etapa, os familiares que acompanham os bebês já podem se
afastar do campo de visão deles. Mas, a saída deve ser informada às crianças.

4º dia
No próximo dia mostre novos cantos. Se já sentir segurança, faça aos
poucos as despedidas dos familiares que os acompanham. Informe onde estarão
(se irão embora, ou se vão sair por alguns minutos, ou se ficarão na creche
ainda). Agora é a hora de brincar e acolher os possíveis choros, pegando no
colo, lendo uma história, oferecendo brinquedos, etc.

5º dia
Analise quais os campos que mais chamaram a atenção dos bebês nos
últimos dias. Crie novamente esses cantos no último dia da semana.
Que tal criar um painel fofo? Selecione as fotos dos bebês para a
composição!
Nesse dia, faça a apresentação de cada um: diga o nome, do que gosta
de brincar e suas características.
Quando os familiares vierem buscar seus bebês, mostre o painel na
presença deles e crie um contexto de conversa que transmita o pertencimento
deles - dos bebês - à creche. Por exemplo: "agora esta sala é da Maria também.
Olha que linda a sua foto no painel!"
Para a segunda semana, a dica é organizar os cantos de acordo com os
interesses das crianças e no que acha apropriado para aumentar as experiências
delas com o mundo.
Avaliação do dia: analise o comportamento dos pequenos. Se possível,
empreste um brinquedo aos mais resistentes e avise que devem cuidar bem e
trazer de volta à creche.

2 – Processo de acolhimento das crianças e das famílias

IDADE: 2 a 3 anos (a sequência pode ser ajustada para acolher crianças


de até 5 anos).
OBJETIVO: O objetivo é acolher as características de cada criança e
envolvê-las no desenvolvimento das situações planejadas; envolver com
cuidado e acolher as famílias que chegam à creche pela primeira vez; incluir as
crianças na rotina da escola; e criar experiências da criança com a cultura.
CONTEÚDO:
- Incluir as famílias no processo de adaptação;
- Respeitar e valorizar as singularidades de cada criança;
- Envolver as crianças na construção da rotina;
- Mediar as experiências da criança com a cultura;

MATERIAL NECESSÁRIO:
- Papel para desenho
- Giz
- Fita crepe
- Uma foto de cada criança
- Fotos ou desenhos de situações da rotina
- Livros de literatura infantil
- bonecas E carrinhos
- Massinha
- Fantasias
- Livros de literatura infantil

TEMPO ESTIMADO: 2 semanas

FLEXIBILIZAÇÃO:
Para crianças com deficiência física: para inclusão de crianças com
deficiência física nos membros inferiores, o ideal é certificar a acessibilidade dos
espaços da creche. Faça um passeio com a criança pelas creches e apresente-
a aos colegas. Deixe que as crianças interajam e conversem. Se alguma criança
tiver dúvida e questionar "por que ele não anda?", responda de forma clara.
Aproveite a pergunta para explicar às crianças que a limitação motora do colega
não o impossibilita de fazer as atividades propostas, porém, para algumas ações,
ele pode precisar de ajuda, e todos devem ajudar. Explique isso também para a
criança com deficiência física, e fale que ele pode chamar você ou os colegas
sempre que precisar. Se precisar, peça ajuda à família para compreender melhor
os hábitos e as necessidades da criança
Mantenha objetos ao alcance dessas crianças e respeite o tempo de
aprendizagem de cada um.

DESENVOLVIMENTO:
Antes mesmo da entrada da criança na escola, a adaptação já começa.
Solicite aos familiares que preencham previamente uma ficha com algumas
informações da criança, ou então converse com eles e anote os seguintes dados:
- Nome
- Se possui irmãos na escola
- Comidas que gosta e que não gosta
- Suas brincadeiras preferidas
- Se possui algum objeto de apego
- O que pode gerar conforto e desconforto emocional (por exemplo, estar
num lugar diferente ou a dificuldade para se relacionar com pessoas
desconhecidas)
Inicie o planejamento após ler a ficha e ter um primeiro contato com a
criança.
1º dia
Tente organizar o ambiente de acordo com as preferências observadas
pela ficha ou pela conversa com a família. Que tal fazer um canto de casinha
com bonecas, outro com uma pista de carrinhos, outro com livros e outro canto
com massinha e materiais para desenho? Dica: faça a pista de carrinhos com
giz ou fita crepe no chão!
O tempo de permanência da criança na escola pode ser aumentado aos
poucos, porém é importante informar ao responsável que nos primeiros dias
permaneça o tempo que for necessário próximo da criança, mesmo que fora da
sala de aula. Assim, caso precisar, o responsável estará próximo.
Já no primeiro dia, demonstre interesse em conhecer a história de cada
criança. Faça comentários como:
"Clarisse, um passarinho me contou que você adora brincar de massinha.
Vamos fazer um bolo e chamar seus colegas para uma festa?
"Vinícius, seu pai me disse que você gosta muito de brincar de bola, você
viu que aqui na sua escola você pode jogar futebol com seus amiguinhos?
Isso demonstra afeto e interesse em cada criança!
Nesse primeiro dia também é indicado fazer um passeio pela escola e
apresentar os espaços e as pessoas que trabalham no lugar.
Dica: que tal fazer uma brincadeira cantada para as crianças e os pais?
No final do dia, junte todas as crianças e faça uma roda de conversa.
Converse sobre o que você observou de mais importante do movimento do
grupo; narre algumas cenas que revelaram envolvimento, interesse e comente
sobre as atividades do dia seguinte.
Peça aos pais uma foto da criança para organizar um canto do grupo na
sala de aula!
Avaliação do dia: analise e depois registre quais foram as crianças que
mais brincaram e se envolveram com as propostas, e também as mais
resistentes à aproximação dos adultos, para pensar em maneiras de construção
de vínculos nas próximas situações.
2º dia
Faça um planejamento dos cantos de atividades para esse dia. Coloque
opções como jogos, fantasias, desenhos e massinha, e compartilhe com as
crianças os cantos disponíveis do dia. Tente circular por todos os cantos,
participando das atividades junto com os pequenos.
Assim que estiver com o canto já escolhido para as fotos, apresente para
as crianças e envolva-as na criação. Aproveite para criar uma interação neste
momento: ao colocar as fotos no painel, faça uma brincadeira relacionada com
as fotos, ou com as ações observadas no dia, como por exemplo, adivinhações,
ou então cante uma música envolvendo os nomes das crianças. Veja um
exemplo: "este menino que vou mostrar agora brincou hoje com o carrinho,
comeu muitas frutas e está ao lado da Ana. Quem será? Alguém consegue
adivinhar?"
Outra sugestão para esse segundo dia é apresentar onde será o canto de
livros do grupo e lá mesmo fazer a leitura de uma história.
No final do dia, apresente uma caixa onde ficarão os objetos trazidos pelas
crianças de casa.
Peça aos pais que façam um desenho com seus filhos, e tragam no dia
seguinte. Esse desenho será colado na caixa de brinquedos. Se for possível, tire
uma foto do grupo e cole na caixa também, como forma de identificação.
Avaliação do dia: analise como foi a movimentação de cada criança nos
cantos e a forma de envolvimento com as propostas. Anote as reações das
crianças que mais brincaram, das mais caladas, das que resistem ao contato, e
daquelas que demonstram euforia diante de tanta novidade.
3º dia
Que tal fazer novamente a brincadeira com as fotos das crianças? Utilize
algumas músicas como "João roubou pão" e "a canoa virou".
Monte os cantos com atividades diversificadas com casinha, pista de
carrinhos, bichinhos e massinha para modelar.
Faça com as crianças uma caixa onde ficarão seus objetos. Escolham um
canto para deixar a caixa!
Leia uma história para as crianças. Para finalizar o dia, converse com as
crianças sobre como foi o dia e anuncie alguma atividade do dia seguinte. Faça
isso com um clima de surpresa e expectativa para as novas atividades!
Avaliação do dia: analise quais foram as crianças que demonstraram
maior dificuldade e menos interação nas atividades. No dia seguinte, dê um
pouco mais de atenção para essas crianças. Convide-as para pegar algum
material com você para organizar os cantos, sente-se ao lado delas para fazer
um desenho, faça uma escultura de massinha junto com elas, e vá observando
as reações a esses convites.
Lembre-se de que aquelas crianças que estão aparentemente achando
que tudo é uma "festa" e demonstram-se felizes com as brincadeiras, também
merecem um olhar especial.
4º dia
Use a criatividade e crie cantos diversificados nesse dia!
Converse com as crianças sobre o que estão fazendo e brincando e
organize com elas a sequência das atividades. Vocês podem criar um
cronograma em forma de fotos ou desenhos. Diga para elas que isso irá ajudá-
las a saber o que farão na escola. Mas não coloque todas as atividades no
cronograma, deixe algumas coisas como surpresa. Adicione os horários dos
lanchinhos e também o horário que os pais voltarão para buscá-las.
Coloque o cronograma num lugar de fácil acesso para que todas as
crianças consigam ver.
Se perceber que alguma criança ainda chora ou demonstra tristeza, diga
a elas como tudo vai acontecer, as atividades que farão e quando será o
momento de reverem os familiares todos os dias.
Avaliação do dia: observe como está o comportamento das crianças. Se
alguma criança ainda chora, no dia seguinte mostre o cronograma, como
explicamos anteriormente, e explique que todos os dias terão atividades
divertidas.
5º dia
Receba as crianças em uma roda e explique que nesse dia você resolveu
montar os cantos que eles mais gostaram na semana. Quando encerrar a
conversa, leve as crianças para verem o cronograma e mostre o que farão a
seguir. Faça mais uma leitura divertida e guarde mais um livro na biblioteca do
grupo.
Aos poucos, comente para as crianças que elas conhecerão muitas
histórias.
Depois, mude a atividade e faça junto com as crianças uma linda salada
de frutas. Se possível peça no dia anterior que cada criança traga uma fruta.
Converse com os pais!
Se não funcionar, faça um piquenique no lanche, no espaço externo da
escola. Finalize o dia com uma brincadeira diferente!
Explique para as crianças que agora ficarão dois dias sem vir para a
escola, mas que na próxima semana elas terão muitas novidades! Fale para elas
que vocês brincarão muito juntos, e que você estará ao lado delas sempre que
precisarem de algo.
Avaliação do dia: continue ajudando as crianças mais resistentes à
aproximação. O objetivo é ensiná-las a transformar sentimentos em palavras.
Analise os desafios ainda existentes, mas reafirme que estará novamente
na próxima semana na escola para recebê-las e identificar quais são as
brincadeiras e outras situações que lhe farão se sentir confortáveis neste
ambiente.
Se for possível, empreste algum brinquedo ou um livro, e peça para que
cuidem bem e tragam novamente para a escola na segunda-feira. Isso pode
ajudar a construir um vínculo tanto com o professor, quanto com a escola.
É preciso ter alguns cuidados ao escolher os brinquedos para as crianças,
e levar em consideração o interesse, o gosto, a habilidade e a limitação infantil.

Rotina na Creche
Existem duas diferentes maneiras a respeito da organização do tempo de
uma criança em casa. Alguns pais acham que é melhor ter uma rotina específica,
enquanto outros acreditam que é melhor criar seus filhos em casa sem rotina e
livres de agendas. Bom, nenhuma opção pode ser considerada a melhor, pois
há prós e contras em ambos os estilos. Porém, quando é preciso colocar a
criança em uma creche isso acaba mudando.
Nas creches, as rotinas diárias acabam se tornando algo importante para
as crianças, pois dessa forma, é possível garantir que todas as suas
necessidades sejam atendidas na hora certa.

Hora de comer
A maioria das crianças come a cada duas ou quatro horas, porém isso
pode variar de acordo com o estilo de alimentação, como por exemplo, o leite
materno. Independente do tipo de alimento, o melhor é adaptar o horário de
alimentação dos bebês de acordo com a agenda que seguem em casa. Seguindo
o mesmo horário de casa, vai ajudá-los a se acostumarem mais rápido com a
creche. Apesar disso é importante saber que quando se trata de alimentação, é
preciso ver a rotina apenas como um "guia", já que a criança deve comer sempre
que sentir fome.
A melhor maneira é tentar ver os sinais que a criança dá e nunca a deixar
com fome apenas para obedecer a horários.

Hora de trocar as fraldas


Existem dois estilos de rotina para a troca de fraldas que funcionam muito
bem nas creches.
A primeira é a rotina com horários, onde a troca de fraldas é realizada
de acordo com os horários determinados, como por exemplo, a cada duas horas.
A segunda opção é a rotina com atividades, onde as trocas são
realizadas em determinados intervalos que coincidem com as atividades da
criança, como por exemplo, assim que acorda, após comer ou depois de brincar.
Ao seguir qualquer uma das rotinas, você conseguirá garantir que todas
as crianças do local sejam trocadas com frequência. Não importa a opção que
escolher, os bebês que estiverem com fralda suja devem ser trocados
imediatamente.

Hora de dormir
Em uma creche, os horários para a soneca são fundamentais. Os bebês
podem passar de 10 a 16 horas dormindo por dia, dependendo das
necessidades particulares de cada criança. Mas é importante lembrar que na
creche é comum que os bebês fiquem mais incomodados com os barulhos,
atividades, choros de outros bebês, além da mudança de ambiente. Para evitar
que isso aconteça, estipule alguns horários de silêncio ao longo do dia, e
estimule as crianças a dormirem. Nesses horários de silêncio, mesmo que os
bebês não durmam, deixe as luzes apagadas e reduza os barulhos.

Hora de brincar
O horário de brincadeiras é tão importante quanto os outros, e deve fazer
parte da rotina da criança. Porém, ele deve ser flexível e se adaptar à rotina de
cada bebê. O horário deve ser definido de acordo com a personalidade e as
necessidades específicas de cada criança. Um bebê um pouco mais irritado, que
chega na creche logo de manhã, aproveitará melhor um tempo sozinho no berço
com alguns brinquedos, por exemplo. Já os bebês mais ativos nesse horário,
provavelmente vão gostar mais de brincar em grupo ou ouvindo uma história.

Sugestão de Atividades - ROTINA


A rotina vai depender muito de cada creche, de cada auxiliar e também
das necessidades de cada criança. No entanto, vamos deixar aqui um modelo
com sugestões de atividades para a rotina de um dia, que pode obter alterações:
- Organização da sala e dos materiais que utilizarão no dia;
- Chegada das crianças. Recepção com muito amor e carinho;
- Atividades didático-pedagógicas;
- Atividades ao ar livre;
- Higiene e troca de roupa;
- Hora do almoço das crianças;
- Higiene bucal;
- Hora da soneca;
- Deixar algumas atividades preparadas para as crianças que vão
acordando;
- Hora do lanche;
- Atividades didático-pedagógicas;
- Atividades ao ar livre;
- Higiene e troca de roupa;
- Hora do lanche 2/jantar;
- Higiene Bucal;
- Reorganização da sala;
- Saída e despedida das crianças.
Lembrando que a construção da rotina deve ser feita pela creche, e é
importante considerar:
- O dia a dia na creche deve incluir atividades como comer, dormir, trocar
fraldas, dar banhos etc.
- O educador deve conseguir diversificar o tipo e o lugar das atividades,
proporcionando quando possível passeios e excursões, que propiciam maior
interação e diferentes conhecimentos do mundo.
- É importante adicionar propostas inovadoras, significativas, desafiadoras
e prazerosas, possibilitando assim novas descobertas para as crianças.
- Levar em consideração a disponibilidade de materiais e espaços.
Atividades para adicionar na rotina
1ª FASE - bebês de berço

1. Estimulação dos sentidos: percepção visual, auditiva, gustativa,


olfativa, tátil
- Carregar a criança no colo de uma maneira que consiga explorar o
ambiente, mostrando as coisas e nomeando os objetos.
- Fazer ruídos com diferentes objetos, como chocalhos e guizo, e analisar
se o bebê consegue procurar o som. É possível observar isso vendo a maneira
que o bebê se movimenta de acordo com o barulho.
- Oportunizar momentos calmantes, com a ajuda de música ambiente
calma e relaxante;
- Promover estímulos táteis, como por exemplo, fazer cócegas;
- Fornece objetos e brinquedos com diferentes texturas, para que possam
pegar;
- Segurar as mãos do bebê e ensinar a bater palmas;
- Apertar bolas de espuma ou borracha;
- Mostrar ao bebê os brinquedos presos no berço;
- Brincar de esconde-esconde usando fraldas;
- Cantar músicas infantis;
- Utilizar fitas coloridas e bolas para estimular a percepção visual;
- Fornece objetos para o bebê pegar e levantar;
- Expor o bebê a ambientes com intensidade luminosa diferentes, para
que perceba o claro e o escuro;
- Enquanto alimenta o bebê, conversar e sorrir com ele, dizendo-lhe o que
vai comer;
- Deixar que o bebê morda ou apalpe objetos de consistência diferentes;
- Fazer massagens suaves no corpo do bebê, como por exemplo, durante
o banho;
- Incentivar a percepção tátil passando texturas diferentes nas mãos e nos
pés do bebê.
2. Estimulação corporal
- Movimentar as pernas do bebê como se estivesse "pedalando como
bicicleta";
- Colocar o bebê em posições diferentes, de costas, de lado e de bruços;
- Movimentar os pés do bebê levemente, para frente e para trás, de um
lado para o outro, em movimentos circulares;
- Com a ajuda de um cobertor ou de um colchonete, rolar a criança
suavemente;
- Colocar um brinquedo na frente da criança, que está na posição de
bruços, para que ela tente alcançá-lo;
- Manter a criança sentada com o apoio de almofadas, enquanto ela
segura algum brinquedo;
- Provocar ruídos, para ver se o bebê movimenta o tronco em direção ao
barulho;
- Firmar as pernas, mantendo o bebê em pé, sobre o chão ou colo da
educadora;

3. Estimulação oral
- Provocar ruídos variados (imitação de carros, animais) e incentivar o
bebê a fazer o mesmo;
- Conversar com o bebê;
- Fazer "joguinhos verbais" de apelo, como por exemplo, falar para o bebê
"dá uma risadinha", "faz um biquinho", "pega esse brinquedo".
- Conversar com o bebê na frente ao espelho, mostrando e nomeando
partes do corpo, como boca, nariz, pés, mãos, etc;

4. Estimulação à socialização
- Proporcionar contato com as crianças maiores do berçário. Incentive-os
a brincarem todos juntos;
- Fazer passeios por ambientes diferentes;
2ª FASE - bebês que engatinham

1. Estimulação dos sentidos: percepção visual, auditiva, gustativa,


olfativa, tátil
- Conversar e rir com o bebê em todos os momentos;
- Fazer massagens suaves no corpinho do bebê, quanto toma banho ou
durante a troca de roupa;
- Conversar com a criança sobre as atividades que serão feitas, como a
hora de comer, a hora de brincar, a hora de tomar sol, etc;
- Incentivar o bebê a bater palma, bater os pés, estalar a língua;
- Explorar diferentes sons, brincando com chocalho, caixas com objetos
dentro, guizos, etc;
- Cantar músicas infantis para o bebê;
- Manusear brinquedos de diferentes texturas: macio, duro, mole, áspero,
liso, etc;
- Conversar com o bebê em frente ao espelho, mostrando e nomeando
partes do corpo, como boca, nariz, pés e mãos, e depois pedir que o bebê mostre
sozinho;
- Enrolar um brinquedo qualquer em um pedaço de pano, e depois
entregar para que o bebê desenrole sozinho e encontre o brinquedo;
- Pedir para o bebê procurar um brinquedo retirado de repente do campo
visual;
- Deixar que o bebê aperte o interruptor da luz, para que perceba o que
acontece. Diga para ele o que aconteceu: "olha, a luz acendeu. E agora você
apagou!";
- Pedir para que o bebê mostre partes do corpo, como por exemplo, "cadê
a mãozinha do bebê?" "onde está a orelhinha do bebê?";
- Esconder brinquedos dentro de caixas, potes ou vasilhas, na frente do
bebê para que ele encontre;
2. Estimulação corporal
- Colocar um brinquedo em cima de uma fralda para que o bebê tente
puxá-lo e alcançá-lo;
- Deixar o bebê em pé, sobre o colo, cadeira ou mesa, com o apoio do
educador, e depois dar pequenos saltos;
- Fazer com que o bebê fique mais livre, mas que não se prenda muito
tempo apenas ao berço;
- Para que o corpo do bebê se movimente em diferentes direções, fazer
com que ele tente alcançar objetos ao seu lado, à sua frente, etc;
- Ensinar o bebê a fazer movimentos de cabeça de "sim" e "não";
- O bebê deve receber o aplauso dos educadores quando conseguir se
manter alguns momentos em pé;
- Segurar o bebê para que ele tente dar passinhos;
- Ensinar ao bebê a subir e descer degraus engatinhando;
- Ensinar ao bebê a empurrar bolas engatinhando;
- Pedir que o bebê resolva pequenos problemas, como pegar um objeto
debaixo da mesa;
- Usar a criatividade com caixas de papelão: brincar de casinha, de entrar
e sair, e de cabaninha;
- Ensinar o bebê a engatinhar entre obstáculos;
- Oferecer ao bebê condições para que tente se levantar, segurando em
móveis;
- Jogar delicadamente a bola na direção do bebê e pedir que ele devolva
de volta;

3. Estimulação oral
- Ensinar o bebê a obedecer simples pedidos, como por exemplo, "vem
cá", "manda beijo", "dá tchau", etc;
- Repetir as sílabas pronunciadas pelos bebês;
- Cantar uma música infantil e incentivar o bebê a bater palmas ou ensinar
uma coreografia, como por exemplo, mostrando partes do corpo;
- Mostrar imagens e imitar o som que a gravura sugere: animais, carro,
trem, etc;
- Realizar diferentes passeios, conversando sobre as coisas que vê com
o bebê;
- Contar pequenas histórias mostrando imagens;

4. Estimulação à socialização
- Ensinar o bebê a abraçar os amiguinhos;
- Incentivar brincadeiras entre os colegas;
- Passear com o bebê em outras turmas;

3ª FASE - bebês que andam

1. Estimulação dos sentidos: percepção visual, auditiva, gustativa,


olfativa, tátil
- Ensinar o bebê a sentir os cheiros, como por exemplo, de frutas e flores;
- Se esconder e chamar o bebê pelo nome, para que ele tente encontrar
a educadora escondida atrás de um móvel, por exemplo;
- Fazer brincadeiras de imitação de bichos, dançar, cantar músicas,
marchar, etc;
- Dançar e ensinar a criança a imitar os gestos da educadora;
- Ensinar algumas simples ações para a criança, como: trazer e guardar
objetos, buscar algum brinquedo, etc;
- Desenhar com giz;
- Mostrar a criança no espelho e pedir que mostre as partes do corpo para
a educadora, que deve ir ensinando as palavras e ajudando;
- Ensinar a criança a usar a colher para tentar comer sozinho;
- Ensinar alguns hábitos de organização, como por exemplo, mostrar onde
deve guardar os brinquedos;
- Ensinar a criança a identificar comidas quentes e geladas durante as
refeições;
- Pedir que a criança pegue brinquedos ou objetos que estão debaixo de
berços ou mesas;
- Brincar de rodas e cantar músicas infantis ou pequenas cantigas;
- Pedir para a criança mostrar brinquedos ou objetos de diferentes
tamanhos, por exemplo, os objetos grandes e os pequenos;
- Pedir para a criança mostrar brinquedos ou objetos de diferentes cores;
- Pedir para a criança organizar brinquedos ou objetos por tamanhos e
cores;
- Ensinar a criança a executar algumas ordens simples, como lavar as
mãos, sopras as velas, cheiras flores, pular cordas, escovar os dentes, pentear
os cabelos, etc;
- Brincar com quebra-cabeça de poucas peças;
- Brincar com jogos de encaixe;
- Brincar com a criança de andar de diferentes formas: imitando animais
e fazendo barulhos, de quatro, ou em fila imitando trenzinho;

2. Estimulação corporal
- Brincar com a criança de passar por dentro de algum lugar; arrastar/ficar
de cócoras/engatinhar; brincar com caixa de papelão;
- Puxar carrinhos e outros objetos;
- Correr, marchar, agachar, levantar, pular, bater palmas com a orientação
da educadora;
- Levar a criança para brincar no parquinho e explorar todos os brinquedos
de acordo com a idade;
- Brincar de andar na ponta dos pés, para trás e para frente;
- Brincar de rolar no colchonete de um lado para o outro, e pedir que rolem
sozinhos;
- Puxar caixas - vazias ou com brinquedos - com barbantes;
- Brincar com blocos de encaixe;
- Fazer cabaninhas com caixas;
- Brincar com corda, de pular ou passar embaixo e por cima;
- Pedir para os bebês engatinharem ou paras a criança andarem em
grupos até um ponto da sala;
- Brincar de imitar animais, engatinhando e fazendo barulhos;

3. Estimulação oral
- Contar uma história e pedir que a criança participe, fazendo sons e
gestos;
- Utilizar imagens para contar as histórias;
- Brincar de nomes: pedir que a criança diga nomes que pertençam ao
mesmo grupo, por exemplo: animais, frutas, roupas;
- Cantar com a criança cantigas infantis;
- Ensinar a criança a identificar-se pelo nome, e também reconhecer o
nome da orientadora e dos colegas;
- Ensinar a criança a analisar e dizer o nome de objetos e sua função,
dentro da sala e também durante passeios;
- Fazer exercícios foniátricos como, encher as bochechas de ar, estalar a
língua, mandar beijinhos, vibrar os lábios, etc;
- Pedir que a criança diga o nome da mãe, do pai, avós e irmãos;

4. Estimulação à socialização
- Ensinar a criança a brincar com os coleguinhas da turma;
- Ensinar hábitos de ordem e gentiliza;
- Ensinar a criança a brincar também com as crianças de outras turmas;
- Levar a criança a pequenos passeios e durante isso, conversar com
outros adultos e crianças;
- Ensinar a criança a cumprimentar as pessoas que chegarem ou saírem
da sala;
- Evidenciar a data de aniversário de cada criança; ensinar a parabenizar.

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