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Objetivo(s)

Propiciar momentos de descanso proveitosos.

Conteúdo(s)
Descanso

Ano(s)
Creche

Tempo estimado
Livre

Material necessário
Berços;
colchonetes (que podem ser substituídos por esteiras ou redes);
lençóis.
Desenvolvimento
1ª etapa
Antes da hora de dormir

- Certifique-se de que a sala esteja limpa, organizada, arejada e com pou-


ca iluminação. Uma música suave torna o ambiente mais acolhedor.
- Até os 8 ou 10 meses, os bebês ficam em berços, que devem estar dis-
tantes uns dos outros, no mínimo, 60 centímetros. Quando começarem a
descer por conta própria, o melhor é recorrer a colchonetes. Eles devem
ser colocados lado a lado. Caso haja pouco espaço, coloque as crianças
em posição invertida: uma na cabeceira e outra nos pés, evitando a respi-
ração face a face. Em regiões de inverno intenso, forre o chão com placas
de EVA, fáceis de higienizar e inodoras.
- Antes de os pequenos deitarem, retire babadores, calçados e roupas
apertadas ou volumosas.
- Não deixe que adormeçam com fraldas sujas ou molhadas.
- Os cobertores e lençóis são de uso exclusivo de cada um, mesmo que
não sejam trazidos de casa. Isso evita a transmissão de pediculose (pio-
lho), escabiose (sarna) ou outras doenças.
- Alguns rituais, como contar histórias e ninar, ajudam a diminuir a an-
siedade e agitação. Objetos usados em casa (paninhos, chupetas e brin-
quedos) podem trazer segurança afetiva.

Durante o sono
- Um adulto deve sempre ficar por perto durante a soneca, pois uma
criança pode acordar assustada ou indisposta e precisar de ajuda imedia-
ta, ou tropeçar ao levantar. Às vezes, algumas querem brincar ou acordar
o amigo ao lado.
- Não interrompa o sono das crianças.
- Algumas podem resistir em função da mudanças de rotina da família
no dia anterior, início de uma infecção e erupção de dentes, por exem-
plo. Para esses momentos, monte na sala um canto com livros, brinque-
dos e outros materiais. Assim, elas se entretêm em atividades calmas e
silenciosas.

Depois do despertar
- Retire os materiais com a ajuda dos maiores.
- Faça a higienização dos colchões

Flexibilização
Ofereça um ambiente bem adaptado para que o bebê possa alcançar ob-
jetos próximos e tenha certa mobilidade. Os colchonetes ajudam muito
as crianças com deficiência física nos membros inferiores. Caso todos
durmam em berços você deve ajudar o bebê a descer quando ele desejar.
Mantenha um bom contato com a família e com os profissionais de saú-
de que acompanham essa criança. A troca de informações entre vocês
é fundamental para encontrar caminhos para desenvolver a autonomia
dos bebês.

Deficiências
Física
Objetivo(s)
- Enriquecer o faz-de-conta com diversos tipos
de brinquedos.
- Desenvolver a brincadeira.
- Promover a interação entre os colegas.

Conteúdo(s)

Ano(s)
Creche, Pré-escola

Tempo estimado
Livre.

Material necessário
Objetos do dia-a-dia e brinquedos industrializados, artesanais ou feitos
de sucata.

Desenvolvimento
1ª etapa
Organize os brinquedos na sala da maneira que achar mais convenien-
te - uma sugestão é integrar os objetos do dia-a-dia (vassouras, pneus,
pedaços de tecido etc.) a todos os modelos de brinquedos disponíveis.
Apresente o ambiente aos pequenos, fazendo-os perceber que existem
outros tipos de brinquedos além dos industrializados. Se houver produ-
tos artesanais, conte à turma como foram feitos. Se possível, leve itens da
própria coleção de infância (bonecas, piões, carrinhos), explicando como
você brincava quando criança.
2ª etapa
Deixe todos agirem livremente, reorganizando o ambiente ou imaginan-
do outros usos para os móveis que você concebeu. Aproveite para inves-
tigar que tipo de brincadeira eles inventam. Evite a abordagem direta:
prefira a observação, que servirá de base para ampliar o faz-de-conta.

Avaliação
Preste atenção à interação e à socialização entre as crianças e às formas
como imitam, reproduzem e recriam as normas e os costumes que ob-
servam no meio em que vivem. Use essas observações para criar objetos
diferentes
Objetivo(s)
Favorecer um processo tranqüilo de retirada de
fraldas para as crianças, respeitando ritmos e necessidades
Auxiliar a equipe a construir competências para o bom acompanhamen-
to do processo
Promover um diálogo com as famílias, favorecendo ações em conjunto
com a creche
Conteúdo(s)

Ano(s)
Creche, Pré-escola

Tempo estimado
O ano todo

Desenvolvimento
1ª etapa
O trabalho deve ser iniciado com a articulação com as famílias. Em reu-
nião com pais ou responsáveis, compartilhe informações sobre a retirada
das fraldas. Ressalte três pontos importantes: o primeiro é que a iniciati-
va deve partir das crianças e é uma importante conquista na vida delas.
O segundo é que os adultos devem ficar atentos aos sinais de que ela já
está pronta. E o terceiro é que as ações em casa e na creche devem ser
coordenadas. Quanto mais a instituição se colocar como parceira, aberta
para esclarecer dúvidas e disponível para ajudar na resolução de proble-
mas, mais tranqüilo e bemsucedido será o processo.

2ª etapa
Um ou dois meses depois da primeira reunião, chame os pais para con-
versar individualmente ou em pequenos grupos. Estabeleça decisões
para dar início à retirada de fraldas de cada criança: para algumas, será o
caso de manter só à noite; para outras, será preciso esperar mais.

3ª etapa
Com os professores e a equipe de funcionários, realize encontros de for-
mação para que eles compreendam como se dá o processo de abandono
das fraldas. Estabeleça os principais procedimentos - o mais importante
é a criação de uma rotina específica para que todos possam ir ao banhei-
ro.

4ª etapa
Na sala, o processo precisa ser flexível para respeitar as fases de cada um.
A professora pode convidar a turma para ir ao banheiro, em média, a
cada 30 minutos. É importante combinar essa atividade com outras para
os que já utilizam o vaso normalmente. Para incentivar a troca de infor-
mações sobre essa fase, promova conversas com as crianças e escute seus
comentários.

Avaliação
Observe junto com os colegas e os pais a evolução de cada criança. Aco-
lha as que demonstram mais dificuldade, ouça suas angústias e evite que
se sintam repreendidas ao deixar “escapar” um xixi ou cocô.
Objetivo(s)
Ler, comparar e ordenar números.

APRENDER OS NUMERAIS DE 1 Á 5 ATRAVES DA CONTAGEM


DOS DEDOS

Conteúdo(s)
- Investigação de algumas regularidades do sistema de numeração
- comparação de números

Crianças da pré-escola da Escola de Educação Infantil do Ses. Imagem:-


Tamires Kopp
Ano(s)
Pré-escola

Tempo estimado
04 aulas

Material necessário
papel.lapis de cor ,lapis de escrever.

Desenvolvimento
1ª etapa
APRESENTAR NUMEROS DE 01 A 5

Avaliação
Analise se as crianças avançaram no uso social dos números encontra-
dos atreavéz da contagem dos dedos, na comparação e na utilização das
informaçõesatravéz de desenhos,pinturas,tabela numericas. É impor-
tante também observar os critérios utilizados para fazer as comparações.
Pensando que o aprendizado do sistema numérico é sequencial, você
pode analisar aspectos como: os tópicos das discussões, os equívocos das
crianças, as questões que ainda poderiam ser explorados e quais outras
informações podem ser incluídas nas próximas aulas.
Objetivo(s)
Acolher o enlutado.

Ano(s)
Pré-escola

Tempo estimado
De 15 a 30 minutos, quando morrer um parente de uma criança, um
membro da equipe escolar ou alguém conhecido de todos.

Desenvolvimento
1ª etapa
Aproxime-se com delicadeza, sem intervir diretamente e sem forçar o
enlutado a abraçar, falar ou participar de atividades. Mas não o deixe
sozinho. O importante é ele perceber que há uma pessoa adulta atenta ao
seu sofrimento.
Mais do que dizer algo para consolá-lo, deixe que ele expresse suas emo-
ções e só ouça.
Se a criança fizer perguntas, seja o mais objetivo possível. Diga o que re-
almente aconteceu, com as palavras certas, e não use eufemismos como
foi viajar, está dormindo ou foi para o céu.
Pergunte se ela quer contar aos colegas o que aconteceu ou prefere que
você o faça. Nas duas hipóteses, reúna todos em roda e, depois de comu-
nicado o fato, pergunte se alguém já passou pela mesma situação. A tro-
ca de experiência conforta e é um incentivo para deixar aflorar os sen-
timentos. Sugira que a turma chame esse colega para brincar, mas sem
insistir.
Leve filmes como Bambi e O Rei Leão para a sala. Depois, dê lápis de cor
ou giz de cera para que todos desenhem algo sobre o que sentiram diante
das cenas de morte. Incentive os comentários e opiniões.
Em caso de haver agressão por parte do enlutado, deixe claro a ele que
todos entendem e respeitam sua dor, mas que isso não lhe dá o direito de
agir com violência e descontar nos colegas.
Quando falecer alguém conhecido (artista ou pessoa importante na co-
munidade), não perca a oportunidade de conversar sobre o assunto. Ex-
plique o que é um cemitério, por que as pessoas são enterradas, por que
os vivos visitam os mortos no feriado de Finados, o que é um velório etc.
Se a escola perder um funcionário ou professor, organize um ritual de
homenagem com a participação de todos. A cerimônia pode ser simples,
como o plantio de uma árvore. Assim, sempre que alguém olhar para ela
poderá lembrar com carinho de quem se foi. Em sala, sugira fazer um
desenho (coletivo ou individual) ou pensar em algumas palavras que po-
deriam ser ditas para a pessoa.
Se a perda foi de um familiar da criança sugira que ela, se quiser, leve
uma foto para a escola. Isso pode diminuir o desconforto da ausência.
Se ela chorar muito, explique aos colegas dela o motivo. Oriente-os como
agir quando se vê alguém aos prantos: ficar perto e oferecer ajuda ou um
lenço de papel. Incentive-os a falar da tristeza e da raiva que surgem pela
perda ou do que cada um sentiu quando alguém morreu. Nunca reprima
ou tente conter o choro, pois as emoções fazem parte da vida e precisam
ser expressadas.
Objetivo(s)
- Criação de movimentos.
- Conhecer a cultura de outros povos.

Conteúdo(s)
- Movimento.
- Tradições culturais da região.

Ano(s)
Creche, Pré-escola

Tempo estimado
Uma semana

Material necessário
Cartolina, giz de cera, máquina fotográfica;

DVD sobre as culturas presentes no litoral

Livros ilustrados sobre historias, lendas e outros ligados a cultura local

Fotografias, músicas tradicionais da cultura caiçara, vídeos e textos sobre


as culturas presentes.

Desenvolvimento
1ª etapa
Mostrar às crianças as fotos e os vídeos de uma dança caiçara e pergun-
tar se elas conhecem a dança, as músicas e os movimentos. Montar um
cartaz para registrar os comentários, dividindo-o em “O que já sabemos”
e “O que não sabemos sobre as danças tipicas”.

2ª etapa
Convidar a turma para dançar em roda com as músicas folclóricas

3ª etapa
Ler os textos sobre as diferentes culturas de forma bem ilustrativa e inte-
ressante e completar o cartaz com novas informações.

4ª etapa
Propor dançar mais uma musica. Avisar que vou fotografar para depois
montar juntos um mural de imagens sobre os movimentos realizados

5ª etapa
Oferecer giz de cera para que todos desenhem uma roda de dança. Colo-
car as produções junto ao cartaz. Mostrar as fotos ao grupo e juntos se-
lecionem as que retratam movimentos tipicos. Criar as legendas para as
imagens.

6ª etapa
Ler para os pequenos os livro sobre as diferentes culturas . Se possível,
convidar um especialista em danças tipicas para ensiná-las a eles. Foto-
grafar as vivências. Pedir que desenhem essas danças também.

7ª etapa
Depois de todos apreciarem os desenhos, expor eles e criar as legendas
para as novas fotos.

8ª etapa
Conversar sobre oque eles acharam da aulas e se gostaram.

Avaliação
Analisear se os pequenos criaram movimentos nas rodas e se percebe-
ram que podem ocupar so espaços de diversas maneiras.
Flexibilização
Conversar com a direção da escola das possibilidades de contratar uma
pessoa com uma formação em libras

Deficiências
Auditiva Física
Objetivo(s)
Interagir e relacionar-se por meio de fotos.
Perceber-se a si e ao outro, as igualdades e
diferenças, mediante as interações estabelecidas.
Sentir-se valorizado e reconhecido enquanto indivíduo.
Enxergar-se a si próprio como parte de um grupo, de uma unidade com-
plexa.
Ano(s)
Creche, Pré-escola

Tempo estimado
Um a dois meses

Material necessário
Fotos das crianças sozinhas, com seus familiares, com seu brinquedo
preferido, e outras, realizando atividades que gosta sozinhas e junto de
seus colegas na escola.
Caixinhas de sapato infantil para servir de caixinhas surpresa. Podem ser
pintadas, ou forradas.
Papel craft para fazer cartazes de pregas.
Papel cartão colorido e cola para confeccionar os cartazes com janeli-
nhas.
Fita adesiva.
Desenvolvimento
1ª etapa
Introdução
A construção da identidade se dá por meio das interações da criança
com o seu meio social. A escola de Educação Infantil é um universo so-
cial diferente do da família, favorecendo novas interações, ampliando
desta maneira seus conhecimentos a respeito de si e dos outros. A au-
to-imagem também é construída a partir das relações estabelecidas nos
grupos em que a criança convive. Um ambiente farto em interações, que
acolha as particularidades de cada indivíduo, promova o reconhecimen-
to das diversidades, aceitando-as e respeitando-as, ao mesmo tempo que
contribui para a construção da unidade coletiva, favorece a estruturação
da identidade, bem como de uma auto imagem positiva.

Tendo em vista estes propósitos, a utilização de fotos pode ser ampla-


mente aproveitada pelo professor de educação infantil. Este recurso vi-
sual promove situações de interação, reconhecimento e construção da
auto-imagem, favorece as trocas e a percepção do outro e, das igualdades
e diferenças, e consequentemente, de si.

Esta sequência de atividades foi traçada considerando as necessidades


das crianças de se reconhecerem no grupo no início do ano letivo. Desta
forma, foram pensadas atividades numa sequência, que pode ser alterada
conforme as necessidades e interesses de cada grupo. Depois desta sequ-
ênica inicial é interessante que algumas atividades ocorram diariamente
no decorrer do ano, como a elaboração da rotina e a elaboração do qua-
dro de presença.

Eu, eu e eu
1. Numa roda, distribuir caixinhas supresa para as crianças com suas res-
pectivas fotos dentro, de forma que abram e encontrem a sua imagem.
2. Distribuir as fotos e ajudar as crianças a colá-las sobre os cabides,
onde ficam penduradas suas sacolas. Deixar as fotos sempre no mesmo
lugar para que as crianças saibam o lugar destinado a ela guardar seus
pertences. (Pode-se também fazer um mural de bolsos e, com ajuda das
crianças, colar suas fotos, uma em cada bolso).
3. Fazer um cartaz de pregas representando a escola e outro representan-
do a casa. Disponibilizar as fotos das crianças numa caixa que fique dis-
ponível a elas no início do dia. Deixe que olhem as fotos, encontrem as
suas próprias e ensine-as a colocar no cartaz referente à escola.
4. Numa roda, sortear uma foto por vez para que o grupo identifique
quem é quem. Incentivar as crianças a nomear e a relacionar foto e co-
lega. Também podem cantar alguma canção simples, que diga os nomes
das crianças neste momento, como “Bom dia Mariana, com vai? Bom dia
Mariana, como vai? Bom dia, Mariana, bom dia Mariana, bom dia, Ma-
riana, como vai?”. Cada um leva a sua foto ao cartaz da escola.
5. Espalhar fotos pelo espaço e brincar com as crianças de encontrar.
Pode cantar uma canção simples como: “Cadê o Léo, cadê o Léo, o Léo
onde é que está?”. Cada um leva a sua foto ao cartaz da escola.
6. Fazer um cartaz com xerox repetidos e misturados das fotos de todas
as crianças. Brincar com as crianças de cada uma encontrar as suas pró-
prias fotos entre as demais.

2ª etapa
Eu, tu, eles
1. Preparar um pequeno cartaz com janelinhas que abrem e fecham, uma
sobre a outra, para cada criança (uma coluna, com espaço para quatro
ou cinco fotos). Na janelinha de cima, colocar a foto da criança e fechar,
de forma que a foto fiue escondida. Sugerir às crianças que abram as ja-
nelinhas e encontrem qual é o seu cartaz.
2. Nas caixinhas surpresas colocar as fotos das crianças com seus fami-
liares. Distribuí-las entre as crianças aleatoriamente. Deixar que abram e
sugerir que descubram de quem é a foto que encontraram. Cada um en-
trega a foto que encontrou para o seu dono. O dono da foto cola-a, com
ajuda do professor, no seu cartaz de janelinhas.
3. Em roda, cada criança mostra a foto do seu brinquedo preferido para
o grupo e, com ajuda do professor, conta o que é e como brinca com ele.
Depois, colam na janelinha seguinte de seu cartaz.
4. Repetir a atividade acima quantas vezes quiser, acrescentando fotos de
outras coisas significativas do universo familiar de cada criança (foto do
quarto, do animal de estimação etc.)

3ª etapa
Nós e todo mundo
1. Com os cartazes, montar um biombo para sala, ou um grande mural,
ao qual as crianças terão acesso livre para verificar as fotos de suas janeli-
nhas e as de seus colegas.
2. Tirar fotos das crianças na escola, em suas atividades cotidianas, em
pequenos ou em grandes grupos. Montar um móbile na altura das crian-
ças para enfeitar um canto da sala.
3. Entre algumas fotos tiradas na escola, selecionar as mais ilustrativas
das atividades que acontecem diariamente para confeccionar um quadro
de rotina do grupo.
4. Todos os dias montar a rotina, sequenciando as atividades representa-
das pelas fotos, com ajuda das crianças.

Bibliografia

As cem linguagens da criança, Carolyn Edwards, ARTMED


Aprender e ensinar na Educação Infantil, Eulália Bassedas, ARTMED
Referencial Nacional para a Educação Infantil, MEC, 1998.
Orientações Curriculares: Expectativas de Aprendizagem e Orientações
Didáticas para a Educação Infantil, PMSP - SME/ DOT, 2007.

Flexibilização
É importante que as crianças com deficiência visual também tragam fo-
tos, para que os colegas as reconheçam. Mas, para que esses bebês sejam
incluídos e consigam reconhecer a si e aos colegas, é muito importante
trabalhar estímulos relacionados aos outros sentidos. Músicas, cheiros
e objetos que caracterizem os colegas - a Mariana usa óculos, o João
está sempre de boné etc. - são fundamentais nesse processo. Substitua
algumas brincadeiras com fotos por brincadeiras com objetos de cada
criança. O móbile da sala também pode ser construído com brinquedos
e as caixinhas, encapadas com tecidos de diferentes texturas. Descreva
bastante as imagens e as características de cada criança. Você também
pode trabalhar com as imagens em relevo (em braile, cola de relevo ou
barbantes nos contornos).

Deficiências
Visual
Objetivo(s)
Conhecer e valorizar as possibilidades
expressivas do próprio corpo

Comunicar, através do movimento, emoções e estados afetivos


Conteúdo(s)
Expressividade / Dança
Ano(s)
Creche

Tempo estimado
1 aula

Material necessário
Pedaços de tecido leve (quadrados de 50x50 cm)
Aparelho de som
Espaço

Uma sala grande. Se não houver um espaço sem móveis, prepare a sala
antes, afastando mesas e cadeiras, privilegiando o espaço central. A mú-
sica é muito importante e a cada momento da atividade vamos apresen-
tar uma sugestão.

Desenvolvimento
1ª etapa
Introdução

Não há dúvida que as crianças pequenas adoram se movimentar. Elas


vivem e demonstram seus estados afetivos com o corpo inteiro: se estão
alegres, pulam, correm e brincam ruidosamente. Se estão tímidas ou
tristes, encolhem-se e sua expressão corporal é reveladora do que sen-
tem. Henri Wallon nos lembra que a criança pequena utiliza seus gestos
e movimentos para apoiar seu pensamento, como se este se projetasse
em suas posturas. O movimento é uma linguagem, que comunica esta-
dos, sensações, idéias: o corpo fala. Assim, é importante que na Educa-
ção Infantil o professor possa organizar situações e atividades em que as
crianças possam conhecer e valorizar as possibilidades expressivas do
próprio corpo.

As crianças e você também - devem estar descalças e usando roupas con-


fortáveis!

Comece reunindo as crianças. A música pode ser alegre, como A Canoa


Virou (Palavra Cantada, CD Cantigas de Roda). Sentados no chão numa
grande roda, com as pernas estendidas, proponha que brinquem de mas-
sa de pés: todos devem chegar para a frente arrastando o bumbum até
que os pés de todos se toquem. Os pés se agitam se acariciam, ora mais
lentamente, ora mais rapidamente. Você pode enriquecer a brincadeira,
sugerindo:

O meio da roda é uma piscina!


O meio da roda é uma grande gelatina!
O meio da roda é um tapete de grama!
2ª etapa
Peça que todos se deitem no chão. Coloque uma música no aparelho de
som. É importante que seja uma música alegre, que estimule as crianças
a se movimentar, porém sem excitá-las demais. Sugestão: Loro (Egberto
Gismonti, CD Circense).

Não se esqueça que, para as crianças pequenas, o entorno simbólico é


muito importante para a atividade. Diga a eles que a sala vai se transfor-
mar numa grande floresta e todos serão habitantes dela...

Todos os bichos estão dormindo. Aos poucos, vão acordar.

Primeiro todos serão aranhas, que andarão com o apoio dos pés e das
mãos no chão...

Depois se transformarão em minhocas, arrastando-se pelo chão com a


lateral do corpo...

Logo serão cobras, arrastando-se pelo chão com o apoio da barriga...

Tatus-bola, que com um movimento de abrir e fechar sua casca percorre-


rão a floresta...

Leões, tigres, leopardos, de quatro patas pelo chão...

Coelhos que andam pelo espaço com pulos pequenos e cangurus que
percorrem a floresta com pulos grandes e largos...

Passarinhos que batem suas asas bem pequeninas e águias que voam lá
do alto com suas asas enormes e bem abertas...

3ª etapa
Distribua para as crianças os pedaços de tecido coloridos, um para cada
um. É importante que eles sejam leves e que produzam movimento ao
serem agitados pelas crianças. Deixe que elas explorem a sala manipu-
lando os pedaços de tecido. Sugira que as crianças pintem a sala com
os tecidos, como se fossem pincéis. A sala toda tem que ficar pintada o
chão, as paredes, o teto. Diga às crianças que nenhum pedaço da sala
pode ficar sem pintar. Sugestão de música: Peixinhos do Mar (Milton
Nascimento, CD Sentinela).

4ª etapa
Sempre ao som de uma música (por exemplo Fome Come, da Palavra
Cantada, CD Canções de Brincar), sugira uma brincadeira que as crian-
ças adoram: peça que joguem os tecidos para cima e a os peguem, a cada
vez, com uma parte diferente do corpo:

com a cabeça
com a barriga
com o braço
com o cotovelo
com os pés
com as costas
com o bumbum
com as palmas das mãos etc.
5ª etapa
Para terminar, um gostoso relaxamento. Sugestão de música: Palhaço
(Egberto Gismonti, CD Circense).

Organize as crianças em duplas e ofereça a elas uma bolinha de algodão


ou mesmo um rolinho de pintura, como os usados nas atividades de Ar-
tes Visuais.
Enquanto uma criança fica deitada, a outra deve acariciar seu rosto e
partes do seu corpo com o algodão ou o rolinho. Isso deve ser feito com
suavidade e cuidado, e possibilita uma interação muito especial das
crianças, que, assim, cuidam umas das outras após uma atividade movi-
mentada.

Avaliação
O recém-publicado documento Orientações Curriculares Expectativas
de Aprendizagens e Orientações Didáticas para a Educação Infantil da
Secretaria Municipal de Educação de São Paulo observa que a avaliação
que mais deve interessar o professor não é aquela que compara diferen-
tes crianças, mas a que compara uma criança com ela mesma, dentro de
certo período de tempo. Assim, o professor tem na observação o melhor
instrumento para avaliar a aprendizagem dos pequenos: eles partici-
param da atividade? Em qual momento se envolveram mais? O que foi
mais desafiador para cada criança? E para o grupo? Essas e outras per-
guntas ajudam inclusive o professor a planejar as próximas atividades,
mantendo ou modificando suas propostas dentro do campo de expe-
riências do Movimento para as crianças. Quer saber mais? Bibliografia
Orientações Curriculares Expectativas de Aprendizagens e Orientações
Didáticas da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo Toques Su-
tis, de Suzana Delmanto, Editora Summus Uma concepção dialética do
desenvolvimento infantil, Henri Wallon, Ed. Vozes
Objetivo(s)
- Oferecer situações de discussão e
experimentação.

- Identificar e entender alguns conceitos e suas variáveis, como obje-


to, fonte de luz e anteparo.
- Agir sobre o conceito a ser estudado, por meio de investigação, le-
vantamento de hipóteses, verificação prática e registro.

Conteúdo(s)
- Luz e sombra.
- Procedimentos de pesquisa, observação e registro.

Ano(s)
Creche, Pré-escola

Tempo estimado
Dois meses.

Material necessário
Lanternas, papéis diversos (cartolina, celofane, papel-manteiga, pa-
pel translúcido, papel-cartão, sulfite), máquina fotográfica, retropro-
jetor, lençol ou pano branco, TNT colorido e tecido grosso preto.

Desenvolvimento
1ª etapa
Reúna todos numa sala e apague as luzes. Ilumine com uma lanter-
na as páginas do livro O Teatro de Sombras da Ofélia e leia para a
garotada. É a história de uma senhora que tem a vida modificada
depois que dá abrigo a um grupo de sombras. Estimule a discussão
sobre por que e como elas aparecem. Elas só existem de dia ou de
noite também? Nossa sombra fica sempre atrás de nós? Com essas
informações, você já conseguirá saber o que o grupo conhece sobre o
tema e que atividades poderão ser mais proveitosas para a turma.

2ª etapa
Com as hipóteses colocadas, proponha uma experiência. Desvie a
lanterna para as mãos da meninada. Aproxime e afaste o facho de luz
da parede, mostrando como a projeção diminui e cresce. Desligando
a lanterna, levante a questão da dependência entre luz e sombra: uma
existe sem a outra? É um bom momento para introduzir a nomencla-
tura correta, com palavras como objeto e anteparo. Depois de cada
atividade, solicite que os pequenos registrem o que observaram, em
relatos ou desenhos.

3ª etapa
Sugira brincadeiras como pega-pega de sombra, fotografia dela so-
bre diferentes superfícies (grama, terra, cimento) e manipulação do
retroprojetor. Retome o livro de sombras sempre que houver interes-
se e converse sobre as situações. Com base nas questões levantadas,
peça aos pequenos que elaborem hipóteses e as registrem no cader-
no.

4ª etapa
Organize experiências em grupo para testar as hipóteses cogitadas.
Identifique com a classe as fontes de luz natural (primária) ou arti-
ficial (secundária). Coloque um objeto sob a luz do Sol e leve todos
para observá-lo de hora em hora para ver o que aconteceu. Sugira
que uma criança contorne a sombra no chão com giz. Outras podem
anotar os horários de visita. Certamente surgirão discussões sobre
por que ela muda de lugar, como ela cresce etc.

5ª etapa
Monte duas telas: uma com tecido grosso e outra com um bem fino.
Acenda a lanterna do lado oposto ao que estão todos e peça que di-
gam o que observam. Por que o anteparo feito com a trama fina dei-
xa passar a luz e a grossa não? Explique o conceito e o fenômeno da
absorção. Aproveite para introduzir a reflexão em superfícies como
a do espelho e outras semelhantes. O que acontece quando a luz bate
nelas? Será que as sombras precisam ser sempre pretas? Depois de
ouvir as hipóteses, mostre papéis translúcidos e transparentes, colo-
cando-os ora na frente da luz, ora entre a fonte e o objeto.

6ª etapa
Analise os registros e debata as hipóteses que foram comprovadas ou
não. Tire conclusões com todos. Como escriba, anote tudo o que for
dito e depois organize um relatório. Em roda, promova uma discus-
são coletiva sobre as conclusões tiradas dos experimentos que você
registrou.

Avaliação
Mantenha um registro de todas as fases da atividade, levando em
conta indicadores como o uso dos novos termos aprendidos em situ-
ações de brincadeira, o modo como cada um lança mão de desenhos
ou descrições e socializa suas idéias em grupo, o levantamento de
questões e formas de investigá-las, a curiosidade e o envolvimento
com o tema trabalhado.
Objetivo(s)
Proporcionar a turma a compreender que a
água é um recurso escasso no planeta e que o
uso irresponsável desse recurso pode prejudicar a
sobrevivência dos seres vivos. Alertar o desperdício de
água no mundo.

Conteúdo(s)
Água: usos, economia e desperdício;
Natureza e sociedade.

Ano(s)
Pré-escola

Tempo estimado
20 à 30 minutos

Material necessário
Cartolina para a confecção de cartazes,
copo plástico pequeno,
cola,
recortes de jornais e revistas sobre economia e desperdício de água,
vídeo: turma da mônica- economizar água.
Desenvolvimento
1ª etapa
Introdução

-Formar uma roda e abortar o assunto: a importância da água e o des-


perdício. É difícil encontrar alguém que não goste de brincar com água,
seja na piscina, no mar, no rio ou até no quintal de casa. Pode ser que
briguem para entrar no banho – mas só até elas perceberem que brincar
dentro no chuveiro também pode ser uma delícia. Mas aí mora um gran-
de problema: a água não é brinquedo e não pode ser desperdiçada.

2ª etapa
-Apresentar o vídeo: Turma da Mônica - Economizar água.

-Ilustrar o copo de plátstico com água e ressaltar a importância da água


em todos os momentos.

3ª etapa
-As imagens serão distribuídas para da criança. Conforme as questões
abordadas, as crianças farão a colagem das imagens que representam
situações domésticas de economia e desperdício de água nos cartazes.

Avaliação
-Identificar que algumas atividades humanas provocam o desperdício da
água e que essa perda deve ser evitada. -Analisar o material produzido
na aula em relação ao consumo de água, como fechar a torneira ao esco-
var os dentes, não deixar a água correr à toa ao lavar as mãos e corrigir
uns aos outros caso presenciem algum tipo de desperdício.
O que fazer antes?
Contextos prévios:

Para esta proposta é fundamental que você conheça o livro Telefone sem
fio, do autor Ilan Brenman e do ilustrador Renato Moricomi, da edito-
ra Cia das Letrinhas. A obra faz menção à brincadeira telefone sem fio,
apresentando a narrativa apenas por imagens. Na composição das ilus-
trações, foi utilizada a técnica de pintura á óleo em tamanho grande,
dessa forma, o livro propõe para as crianças uma relação curiosa e com
possibilidades imaginativas diversas. A fim de preparar-se para a propo-
sição do livro, folheie-o, observando as imagens, os detalhes, as expres-
sões dos personagens, a diferença de perspectivas em que se apresentam,
levantando os possíveis pontos que considere importantes para que as
crianças tenham uma relação de qualidade com a obra .n * * *

Materiais:

Para esta proposta você vai precisar do livro Telefone sem fio, do autor
Ilan Brenman e do ilustrador Renato Moricomi, da editora Cia das Letri-
nhas.

Espaços:

Antecipe um espaço considerando que sua estrutura proporcione um


sentimento de acolhida e conforto para o grupo de crianças, de maneira
que elas consigam acompanhar as imagens do livro.

Considere organizar a turma em pequenos grupos para a proposta, caso


seja mais adequado para seu contexto. Para tal, garanta um planejamento
em que um grupo estará com você escutando a história e o outro estará
em uma proposta que já realizam com autonomia, por exemplo, jogos de
construção, brincadeiras nos espaços da sala ou massinha.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 40 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quais aspectos que as crianças observam sobre as imagens? Que tipo


de comentários fazem sobre a pintura dos personagens?

2. Há um personagem favorito que provoca alguma reação no grupo


quando aparece? Quais reações elas mostram?

3. As crianças participam com hipóteses das mensagem do telefone sem


fio? Que tipo de mensagem elas imaginam? Mudam de idéia conforme o
personagem e suas expressões?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita
e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Caso identifique alguma necessidade individual,
proponha possibilidades para que ela possa acompanhar a história com
o grupo, fazendo o convite e oferecendo que ela fique mais próxima de
você, por exemplo.
O que fazer durante?

v
1

Convide as crianças para se acomodarem no espaço escolhido. Quando


todas estiverem prontas para a atividade, diga que você escolheu uma
história diferente. Conte a elas que essa história não tem palavras e que,
observando as imagens, vocês irão descobrir sobre o que ela versa.

Apresente o livro para as crianças, sem revelar qual é título, desafiando-


-as a adivinhar o nome do livro, contando que esse livro de imagens tem
como tema uma brincadeira que os personagens estão realizando e que,
ao final da leitura, elas terão que descobrir qual é. Conte quem teve a
ideia dessa história e quem a ilustrou.

Considere que o momento de apresentação fortalece as estratégias de


leitura e de escuta das crianças, oferecendo uma relação de qualidade
quanto ao conhecimento das características que compõem uma história.
Essas ações oportunizam a elas construir saberes apoiados em bons mo-
delos leitores.

*.apresentá-las * *.* *m*


2

Inicie a história apresentando a primeira imagem que aparece no livro,


pergunte quem é aquele personagem o que será que ele fará na história.
Se as crianças não souberem que é o Bobo da Corte, instigue-as a des-
cobrir por meio das roupas e dos acessórios que ele está usando, como
por exemplo, o chapéu, o nariz vermelho ou outras características que
podem aparecer nas falas do grupo. A ideia do palhaço pode surgir, caso
isso aconteça, explicar que o Bobo da Corte é um tipo de palhaço que
animava as cortes dos reis. Proponha também que as crianças pensam
sobre a ação que está retratada na figura. O bobo da corte, por exem-
plo, está de perfil colocando a mão ao lado da boca, como se estivesse
falando em segredo para alguém. Uma maneira divertida é propor que
as crianças adivinhem o que ele está falando e para quem, por meio das
expressões que aparecem. Vocês também podem dialogar sobre o assun-
to da mensagem, percebendo se o personagem tem o olhar bem aberto
ou mais fechado, se está triste ou sorrindo, com os ombros mais caídos
ou com a expressão do corpo que indica empolgação.

***

Continue a narrativa, repetindo o processo para cada personagem do


livro, considerando que cada um deles tem características específicas.
Algumas imagens são mais ricas em expressões que outras, além disso, o
grupo pode ficar mais atraído por um ou outro personagem. O cavaleiro
com a armadura, por exemplo, não tem expressão facial para analisar,
diferente da Vovó ou da Chapeuzinho Vermelho, que revelam expres-
sões por meio de seus olhos e bocas, quando passam da representação da
imagem de frente para perfil. Observe que há ainda animais no decorrer
da narrativa que trazem expressões ricas para a percepção da história.

Atente-se para as expressões do grupo a cada figura e considere apoiá-lo


na leitura de algumas imagens, de acordo com características que você
considera importantes.
***

No final do livro, o Bobo da Corte é a única figura que se repete, intera-


gindo com um dos personagens, com uma expressão bem diferente do
começo, dando pistas da brincadeira proposta pela obra. Pergunte se as
crianças conseguiram adivinhar qual era a brincadeira, lendo, depois, o
título para elas.

É fundamental perceber que o primeiro personagem abre e encerra o


livro, portanto, é a figura que começa e termina a brincadeira, indicando
uma intenção do autor sobre a mensagem que as personagens trocaram.

Dialogue, também, sobre qual seria a mensagem que circulou pelo tele-
fone sem fio, a partir da leitura da última imagem do livro: o cachorro
lambendo o Bobo da Corte, em uma cena de alegria. O Bobo da Corte
iniciou as mensagens, portanto, instigue as crianças a perceber as inten-
ções desse personagem.

Convide as crianças para expressar o que acharam da narrativa com ima-


gens, atentando-se, ainda, para as percepções que elas tiveram sobre as
pinturas do livro. Pergunte de qual personagem mais gostaram e quais as
características dele gostariam de mencionar.

O que torna essa história tão interessante é que ela pode ser reconstruída
a cada leitura, pois, à medida que as imagens são observadas com mais
detalhamento, outras perspectivas aparecem.

Para finalizar:
Ao finalizar, convide o grupo para brincar de telefone sem fio, observan-
do como as crianças se envolvem na brincadeira. Convide-as para criar
as mensagens a serem compartilhadas, propondo situações divertidas,
como, por exemplo, agora estamos todos em um castelo encantado ou
em um barco bem grande, brincando com a imaginação e a criação es-
pontânea de personagens.

**

Desdobramentos
Você pode ampliar o repertório do grupo procurando outros livros que
tenham narrativas construídas só com imagens. O grupo pode também
criar uma série de personagens e compor um telefone sem fio.

Engajando as famílias
Você pode combinar com as crianças momentos em que elas possam
levar o livro para casa, estimulando que a estratégia de leitura usada pos-
sa ser repetida com as famílias. Conte, em um bilhete, do que se trata a
obra e como foi feita a leitura com o grupo, para que as famílias possam
conhecer o processo.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta proposta é fundamental que seu grupo já tenha apreciado a


história Clássica dos Três Porquinhos e o livro A verdadeira história dos
Três Porquinhos, de autoria de Jon Scieszka, publicado pela Companhia
Das Letrinhas. A primeira história traz a figura clássica do Lobo Mau,
enquanto, na segunda, o autor dá voz ao lobo que conta o clássico na
sua própria versão. Leia e conte estas duas histórias algumas vezes para
o grupo e motive rodas de conversa em que as crianças possam dialogar
acerca dos dois enredos. Considere também proporcionar que o grupo já
tenha tido contato com uma entrevista adequada para a idade das crian-
ças, lida por você ou mesmo em vídeo. É recomendável que a leitura das
duas versões já conhecidas pelas crianças seja feita um dia antes da reali-
zação desta atividade e que seja anunciado que no dia seguinte irão reali-
zar uma atividade com foco nestas histórias.

Materiais:

Para esta proposta você precisa de um livro com a história clássica dos
Três Porquinhos e do livro A verdadeira história dos Três Porquinhos.

Espaços:

Antecipe um espaço em que o grupo de crianças possa se sentar de ma-


neira confortável, em roda. É fundamental que ele permita que o grupo
tenha liberdade para expressões de comunicações, possibilitando olha-
res, falas e escutas. Portanto, escolha um local com poucas interferências
sonoras e acolhedor.
Se considerar necessário, você pode organizar as crianças em peque-
nos grupos, propondo uma atividade que elas realizem com autonomia,
como, por exemplo, modelagem com massinha, jogos etc. Assim, en-
quanto você estiver com o grupo participando da história, o outro estará
vivenciando uma outra atividade de forma simultânea. Depois, basta
organizar a troca entre as atividades, acolhendo a participação de todo o
grupo na proposta deste plano.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 40 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Ao representarem o papel de lobo, como as crianças utilizam o corpo


(gestos, movimentos etc.) para assumir a personalidade do personagem?

2. De que forma as perguntas feitas pelas crianças na representação/en-


trevista consideram as narrativas e estruturas das duas histórias?

3. De que forma as crianças expressam suas ideias, sensações, impressões


e sentimentos durante a proposta? Quais comentários trazem sobre o
que acabaram de vivenciar?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Considere que as crianças utilizam diversas linguagens
para se expressarem. Tendo isso em vista, atente-se para como elas reve-
lam suas experiências subjetivas diante da proposta. Caso observe que
alguma prefere não fazer perguntas ao lobo, por exemplo, diga que, caso
prefira, ela pode desenhar o retrato do personagem observando-o no
momento da entrevista.
O que fazer durante?

Inicie a proposta convidando as crianças para se acomodarem em roda.


Diga a elas que preparou uma nova proposta para o momento da his-
tória. Conte que você planejou que a turma realize uma brincadeira de
entrevista com personagens. Com os livros em mãos, avise as crianças
que apenas um personagem que faz parte das duas histórias será entre-
vistado. Para esse momento, crie um clima de mistério, oferecendo algu-
mas características do personagem para as crianças descobrirem qual é,
tornando este início da atividade mais instigante. Após acolher as supo-
sições das crianças, confirme as características que são do personagem e
a hipótese de que é o Lobo.

Conte para as crianças que para a entrevista é necessário que sejam es-
colhidas duas crianças para representarem o papel do lobo das diferentes
histórias. E, sendo assim, ao serem entrevistadas, deverão agir, falar e se
movimentarem como se fossem o lobo. Proponha que as crianças imagi-
nem que voz os lobos usam, que gestos fazem ou como se apresentariam
em uma entrevista.

Considere apoiar o grupo no momento da definição dos papéis. Se ne-


cessário, combine que todos que quiserem, poderão representar os lobos
em outros momentos.

Ainda na conversa, rememore os principais pontos das histórias com as


crianças, retomando a conversa inicial e com o foco, essencialmente, nos
lobos. Os livros devem estar disponíveis na roda para as crianças folhe-
arem. Proponha um tempo para os Lobos se prepararem em um espaço
reservado da sala e para que as crianças assumam o papel de entrevista-
doras organizem a dinâmica de perguntas e respostas entre elas.

4 Enquanto os lobos se preparam, busque engajar as crianças de uma


forma divertida. Diga, por exemplo, que chegou a hora de saberem tudo
sobre a história do lobo, os segredos de alguns personagens da história e
que, portanto, o grupo precisa pensar em quais perguntas desejam fazer.
Harmonize com as crianças o formato de uma entrevista, combinando
que escreverá em uma lista as perguntas que irão fazer para que não se-
jam esquecidas no momento da entrevista. Acorde com elas que as per-
guntas serão feitas uma de cada vez, indicando para quem se refere e que
é necessário que escutem as respostas antes de prosseguir para a próxi-
ma.

Possíveis falas do professor neste momento: Pessoal, como podemos nos


organizar para uma entrevista? Quais combinados iremos fazer para
que todos ouçam e para aqueles que desejam perguntar, perguntem? E
as perguntas? O que vocês querem saber dos lobos? Eles são lobos mas
contam a história dos três porquinhos de forma diferente, não é mesmo?
O que pensam em perguntar para o lobo do livro “A verdadeira história
dos três porquinhos”? Existem algo que vocês têm curiosidade para sa-
berem?
5

Acordos feitos, considere utilizar estratégias diversas para engajar o gru-


po nesse jogo de faz de conta. Para isso, as crianças podemdizer as pala-
vras mágicas para que as que irão representar sejam transformados em
lobos, por exemplo. Também podem usar acessórios simples que carac-
terizem os personagens e microfones para que os entrevistadores reali-
zem as perguntas.

Inicie o momento da entrevista convidando os lobos para se acomoda-


rem no espaço reservado para eles. Então, peça que o grupo inicie a en-
trevista seguindo os combinados acordados. Perceba que este é um mo-
mento em que a condução é das crianças. Faça mediação, se necessário.
Observe as perguntas, oportunizando um espaço em que elas possam fa-
lar e serem ouvidas. Observe se é necessário apoiar as crianças que estão
representando os personagens. Caso perceba que a resposta ou a pergun-
ta elaborada por alguma criança não foi entendida de forma satisfatória
ao grupo, lance questionamentos que oportunizem apoio e trocas de
contrapontos entre os pares neste jogo comunicativo. Garanta a liberda-
de expressiva daqueles que assumiram o papel de lobo, utilizando, além
da fala com tom de voz diferenciado, o uso do corpo e outras expressões.

Atente-se ao movimento da entrevista e, ao perceber que as perguntas


estão se esgotando, encaminhe-a para o final. Você pode agradecer a
presença dos lobos e o envolvimento de todos os entrevistadores. Caso
tenha utilizado uma das estratégias de faz de conta, transformando as
crianças em personagens, use as mesmas palavras mágicas para que as
crianças voltem a ser elas mesmo.

Ainda em roda, proponha que as crianças falem das impressões e opi-


niões sobre esta proposta, acolhendo as sugestões que possam aparecer.
Propicie um momento em que elas expressem o que descobriram e o que
fariam diferente. É importante também que as crianças possam investi-
gar se as respostas dos lobos conseguiram satisfazer as curiosidades le-
vantadas.
Se optou por organizar a turma em dois grupos, prepare a troca das pro-
postas e siga a mesma estratégia para o novo grupo de crianças.

Para finalizar:

Organize com as crianças o espaço utilizado por vocês, guardando os


livros e acessórios que porventura foram usados. Se a gestão da atividade
acolheu propostas diferenciadas para as crianças nos pequenos grupos,
considere a participação delas na organização do ambiente e dos mate-
riais utilizados durante a atividade.

Desdobramentos
As crianças ampliam, gradativamente, a consciência da linguagem em-
pregada nas situações comunicativas. Por isso, considere repetir esta
estratégia com outras histórias em que seja possível comparar as versões.
Proponhacontextos diversos, oportunizando à elas que se escutem e que
também ouçam os pares, fazendo o exercício de se colocarem no lugar
do outro e compreenderem os diferentes pontos de vista. Acolha suges-
tão das crianças sobre personagens que eles gostariam de representar. É
possível ainda criar, a partir destas entrevistas, roteiros de dramatização
cênica ou vídeos para realizar uma apresentação com as crianças.

Engajando as famílias
Você pode combinar com o grupo para que os livros possam ir para casa
e as crianças possam dividir as versões das histórias com as famílias.
Uma boa estratégia é filmar as entrevistas e depois partilhar com as fa-
mílias em momentos coletivos, como na reunião de pais, por exemplo.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta proposta é fundamental que você conheça o livro Tem de tudo
nesta rua…, do autor Marcelo Xavier, da Editora Formato. O livro retra-
ta cenas do cotidiano vividas por personagens que trabalham nas ruas
como o pipoqueiro, o camelô, o lambe-lambe, com um texto cheio de
poesia. As ilustrações, criadas em massinha de modelar e, depois, foto-
grafadas, encantam o leitor pela riqueza de cores e detalhes, tornando
assim, a leitura ainda prazerosa. É fundamental que você se aproprie da
narrativa e envolva seu olhar na contemplação das imagens, percebendo
que a escolha de ilustração para esta livro interage com a poesia da nar-
rativa, trazendo uma visão sensível e rica de cenas do cotidiano.

Materiais:

Além do livro, você precisará para esta proposta, de massa para mode-
lar. Considere a mais adequada para seu grupo de crianças. Organize
também, materiais que auxiliem na modelagem, como palitos de vários
formatos, rolos, formas de molde e outros instrumentos. Considere um
equipamento para registrar fotografias do grupo em interação com a ati-
vidade.

Espaços:

Antecipe um espaço para um pequeno grupo de crianças, acolhedor e


confortável para a leitura do livro, de forma que as elas consigam obser-
var as imagens da obra. Prepare, também, um espaço de ateliê com as
massinhas e instrumentos de modelagem suficientes para o grupo.
Para o grupo de criança que não estará envolvido na proposta, prepare
uma atividade que já realizam com autonomia, tais como jogos e brin-
quedos de encaixe, por exemplo.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quais as expressões das crianças em relação ao contexto da história


lida? Elas trouxeram fatos da história em relação ao cotidiano?

2. Durante a modelagem, que tipo de relação as crianças fazem com a


história ou livro?

Quais comentários aparecem? Elas consideraram recorrer ao livro para


aperfeiçoarem suas ideias?

3. Quais estratégias corporais as crianças utilizaram para modelar suas


obras? Perceberam a necessidades de, por exemplo, usar formas mais
delicadas para certas composições? Consideraram refazer passos quando
encontravam incoerências quanto ao que queriam representar?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Caso identifique alguma necessidade individual das crian-
ças, proponha possibilidades para que ela possa acompanhar a história
com o grupo, fazendo o convite e oferecendo que ela fique mais próxima
de você, por exemplo. Assegure que o acesso ao material da proposta
para todas as crianças, pensando em adaptações no espaço, caso necessá-
rio.
O que fazer durante?

Convide as crianças para se acomodarem no lugar preparado para a lei-


tura. Apresente o livro para o grupo, contando quem é o autor e que,
além de escrever os poemas do livro, ele criou as ilustrações. Inicie a
leitura com as entonações que a narrativa poética manifesta. Considere
uma pausa após a leitura do primeiro poema e apresente as imagens para
as crianças, instigando as hipóteses que as ilustrações nos convidam a
fazer.

Siga a leitura, considerando a importância de que em cada poema, você


busque com o grupo o apoio de interpretação em relação com as ima-
gens. Por exemplo, na construção da figura do vendedor de algodão doce
estão presentes os detalhes da narrativa: a buzina na cintura, os algodões
espetados no palito, e o tênue traço de uma meia asa de anjo branca que
se contrapõe ao fundo colorido. Em toda a obra é possível identificar
esta ponte entre texto e imagens. Considere que, como modelo leitor,
acolhendo as ilustrações, você está oportunizando às crianças relações de
qualidade com a obra, na qual, texto e imagem compõe o enredo, como
um todo. Ao finalizar a leitura, proponha que as crianças falem sobre
suas percepções sobre o livro. Investigando junto a elas, qual parte mais
gostaram e se consideram que as imagens ampliaram as interpretações
acerca dos poemas escritos

Busque levantar com as crianças que tipo de material o autor utilizou


para compor as imagens que ilustram o livro. Traga referências que
ilustram a massa de modelar, tais como, textura, movimento e densida-
de dos objetos. Após a conversa, proponha que pensem em cenários e
personagens que poderiam continuar os poemas, dizendo que o autor
termina o livro perguntando se há de tudo naquela rua. Apoie o gru-
po, projetando comentários instigantes sobre detalhes das observações
que fazem como, por exemplo, sons que as pessoas produzem, cores das
vestimentas, formas do corpo ou expressões faciais. É importante ain-
da, oportunizar que as crianças se expressem com diferentes linguagens,
neste momento, se perceber que uma das crianças não se sente à vontade
em falar, você pode oferecer um papel para que ela desenhe suas obser-
vações de o que mais poderia ter naquela rua.

Envolva o grupo contando que você preparou um espaço em que é pos-


sível modelar com massinha o que mais tem na rua descrita nos poemas.
Você pode criar um momento de mistério, dizendo que, agora, as crian-
ças serão transformadas em ilustradores, igual o autor do livro, para que
elas criem suas figuras. Após esse momento, encaminhe o grupo para
o espaço que preparoupara que criem o que mais há na rua. Conside-
re disponibilizar lápis, giz e papel de vários tamanhos e indicar para as
crianças, que caso algumas prefiram, podem primeiro desenhar e depois
modelar. Ofereça apoio ao grupo, se necessário, na manipulação dos
materiais de modelagem. Considere registar fotografias da relação das
crianças com a atividade e anotar falas que trazem ao longo do processo.
Caso alguma criança expresse que sua escultura ainda não está finaliza-
da, dentro do tempo proposto para a atividade, combine que é possível
finalizar em outro momento. Observe a importância de envolver as mo-
delagens em saco plástico para que a massa de modelar não resseque.

Ao concluírem as esculturas, fotografe a obra completa e propicie a troca


de atividades entre os grupos de crianças.Considere as mesmas estraté-
gias para o grupo que irá vivenciar a escuta dos poemas pela primeira
vez. Quando todas as crianças do grupo terminarem suas modelagens,
reúna-as e inicie um diálogo para que partilhem suas criações e ideias de
continuidade.

Para finalizar:

Combine com as crianças um local para guardarem suas esculturas e or-


ganize o grupo para a próxima atividade do dia.

Desdobramentos
Considere repetir esta estratégia mais vezes, utilizando outros livros,
alternando os grupos e oportunizando que as crianças criem diversas
linguagens, como colagem, xilogravuras ou outras. É possível organizar,
através da reunião das esculturas e das imagens, uma mostra das peças
construídas pelo grupo, ou ainda, uma continuidade da história, em que
as obras criadas serão fotografadas e expressas em um painel ou livro
digital.

Engajando as famílias
Você pode organizar uma exposição para que as famílias conheçam o
que as crianças criaram para a rua da história, utilizando tanto as escul-
turas ou as fotos produzidas. A imagem fotográfica e o registro escrito
também pode se transformar em um portfólio para circular entre as fa-
mílias.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta proposta é necessário que você selecione gibis e livros de lite-
ratura infantil para o seu grupo. Acolha, nesta escolha, gibis adequados
considerando aspectos visuais e temáticos. Observe as principais caracte-
rísticas da estrutura de uma história em quadrinhos, como os balões que
compõe as falas e onomatopeias. Conheça, também, o enredo dos gibis
que você selecionar. Prepare uma história em quadrinho para projetar
virtualmente, você pode encontrar aqui a inspiração para escolher uma
boa história para o seu grupo.

Materiais:

Para esta proposta são necessários gibis e livros de literatura infantil.


Você vai precisar também de um suporte para anotar as hipóteses das
crianças, de modo que fique visível para elas. Organize também um pro-
jetor de imagens e uma história em quadrinhos em formato digital para
a visualização das crianças.

Espaços:

Antecipe um espaço acolhedor e confortável para o grupo manusear os


gibis e livros, considerando uma quantidade que acolha bem a relação
que irá estabelecer. Observe que as crianças poderão fazer as apreciações
em duplas ou trios.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 50 minutos.
Perguntas para guiar suas observações:

1. Quais hipóteses as crianças levantaram acerca das histórias em quadri-


nhos? O que mais chamou a atenção delas nesta relação de observar uma
história em quadrinhos?

2. Quais as associações o grupo faz em relação às histórias já conhecidas?


O que interpretam na observação dos gibis? Inferem sentimentos, ligam
contexto da história ao cotidiano?

3. O que as crianças consideram ao folhear os gibis? O que mais chama a


atenção delas? Como narram as descobertas que estão fazendo?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Caso identifique alguma necessidade individual de alguma
criança, proponha possibilidades para que ela possa acompanhar a pro-
posta com o grupo, fazendo o convite e oferecendo que ela fique mais
próxima de você, por exemplo.

O que fazer durante?


1

Convide o grupo para se acomodar no espaço escolhido para a atividade.


Conte para as crianças que hoje você trouxe várias histórias e que algu-
mas estão escritas de uma forma diferente.Engaje as crianças dizendo
que elas terão como desafio indicar o formato de cada história, obser-
vando as semelhanças entre elas. Combine que há histórias para todas
manusearem e que elas podem ser trocadas, conforme folhearem. Dis-
ponha um tempo para este momento observando as diversas expressões
das crianças: como elas olham os gibis, o que consideram, quais tipos de
comentários fazem, que estratégias utilizam para perceber a estrutura da
história.

Após este momento, instigue o grupo a compartilhar suas impressões


acerca do material que você trouxe, fomentando algumas características
dos livros e gibis. Considere que algumas crianças já conhecem gibis.
Diante disso, proponha perguntas que possam aprofundar as caracterís-
ticas do gênero literário. Perceba que este é um momento de acolher as
proposições formuladas pelas crianças sobre as diferenças de caracterís-
ticas dos gêneros literários que dispôs.

Possíveis falas das crianças: Eu conheço esta história, esta é gibi e a outra
é livro!

Possíveis falas do professor: E qual a diferença entre eles? Você poderia


compartilhar conosco o que encontra de diferente para saber que este é
um gibi e este é um livro?

Após a percepção das crianças sobre o formato visual de um gibi, con-


vide-as para que, individualmente ou em dupla, escolham um gibi para
conhecer e observar os detalhes de como as histórias se apresentam.
Combine que elas terão cerca de 15 minutos para este momento e que
poderão trocas os gibis com os colegas. Este é um momento de livre ex-
ploração das crianças. Enquanto elas se relacionam e levantam hipóteses
acerca do material que você selecionou, busque observar como estão
construindo significados, quais trocas estão fazendo, como estão inter-
pretando a narrativa presente, que curiosidades trazem, dentre outras
expressões que emergirem do grupo.

Após o momento da apreciação e observação do material, reúna o gru-


po a fim de que digam o que descobriram na relação com o gibi. Conte
que você preparou um cartaz para registrar as descobertas em forma de
lista. Observe que a lista não precisa ser extensa, mas deve contemplar
as característica trazidas pelo grupo, por mais inusitadas que pareçam.
Inicie o diálogo com as crianças, investigando junto a elas as impressões,
curiosidades, descobertas e significados que estabeleceram ao apreciar os
gibis. Considere apoiar o grupo a aprofundar as expressões, apoiando-se
nas observações que você fez enquanto elas folheavam o material. Anote
as impressões das crianças e vá compondo a lista neste diálogo investiga-
tivo.

Possíveis falas do professor: Enquanto vocês observavam e folheavam


os gibis, percebi que algumas duplas indicavam cada quadrinho com o
dedo, como se estivesse revelando uma ordem de como se faz a leitura.
Era isso mesmo? Como fazemos a leitura da história em gibis?

Ao finalizar a lista, leia-a de forma integral para o grupo, a fim de que


observem se desejam acrescentar mais alguma informação. Em seguida,
projete a história em quadrinhos que você selecionou. Faça a leitura para
as crianças, indicando cada quadrinho e balão que está lendo de forma
que elas percebam o movimento característico da leitura de uma história
em quadrinhos. Após a leitura, investigue junto ao grupo quais impres-
sões trazem da história lida. Instigue-os a refletirem sobres os balões
presentes no texto, as onomatopéias, as variações dos formatos dos ba-
lões a partir da expressão dos personagens, dentre outras curiosidades
que as crianças podem trazer. Caso essas percepções não emerjam do
grupo, considere revelá-las de forma investigativa, fazendo um convite
para que as crianças reflitam e levantem hipóteses dos exemplos citados
anteriormente.

Após a conversa, retome a lista de descobertas que as crianças começa-


ram a construir. Busque junto à elas se desejam acrescentar novas desco-
bertas feitas a partir da leitura da história. Escreva as novas descobertas
do grupo e, ao final, leias-as para que observem se ainda há mais o que
acrescentar. Perceba que todas as caraterísticas de uma história em qua-
drinhos não se fecharão nesta lista. Dessa forma, combine com as crian-
ças que a partir das novas leituras que farão de textos em quadrinhos,
sempre que descobrirem algo novo, podem inserir na lista que ficará
fixada na sala. Assim, as crianças vão construindo, gradativamente, sig-
nificados acerca do gênero textual.

Para finalizar:

Após a leitura da lista, convide o grupo para organizar o espaço utilizado


e, em seguida, organize-o para vivenciar a próxima atividade do dia.

Desdobramentos
É possível propor esta atividade com outros livros e gibis. Considere
também, depois de algumas leituras de histórias diversas em quadrinhos,
que as crianças podem produzir suas próprias histórias de forma coleti-
va, por exemplo.

Engajando as famílias
Fixe num mural ou espaço próximo à sala a lista de curiosidades produ-
zidas pelas crianças. Oportunize às famílias que apreciem a construção
do grupo e leiam histórias em quadrinhos, dispondo uma cesta de gibis
junto a lista.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta proposta é fundamental que você selecione um conto clássico


querido pelo grupo. Sendo assim, considere que as crianças tenham esta-
belecido relações com a narrativa escolhida e que a escutaram em diver-
sos momentos, conversaram sobre ela, por meio de diferentes estratégias,
de tal modo que a estratégia de reconto seja uma oportunidade para que
expressem suas impressões e ideias para o contexto desta atividade. É
importante também que as crianças já tenham assumido papel de narra-
doras em outras situações de reconto.

Materiais:

Para esta proposta você vai precisar do livro escolhido e da organização


do cenário do conto escolhido, que deverá ser projetado a partir de um
notebook por um data show em um espaço da sala. Precisará também,de
máscaras, acessórios e/ou fantasias dos personagens do conto. Caso não
tenha à sua disposição um projetor, considere outra estratégia para re-
criar o cenário do conto escolhido, como um painel, por exemplo. Você
precisará também de um equipamento para registrar o reconto por meio
de vídeos.

Prepare também um jogo de montar ou uma proposta de massinha para


o grupo que já realiza essas atividades com autonomia e que não estará
envolvido no momento do pequeno grupo.

Espaços:

Antecipe um espaço de projeção que possa acolher um pequeno grupo


de crianças, de forma que elas possam ver e ouvir umas às outras e se
movimentar pelo espaço. Considere aindaque o espaço precisa acolher o
outro grupo de crianças que estarão envolvidos numa proposta que rea-
lizam com autonomia.

Tempo sugerido:

O tempo necessário para esta proposta é entre 40 minutos e uma hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como foi o envolvimento das crianças com a proposta? Quais as estra-


tégias que as crianças utilizam para se organizar na escolha dos persona-
gens do enredo?

2. Quais maneiras que as crianças encontraram para expressarem suas


ideias e sentimentos acerca da narrativa? Apoiaram-se umas nas outras,
recorreram ao livro narraram acontecimentos?

3. De que forma as crianças se movimentaram para a composição da


narrativa? Trouxeram gestos corporais que caracterizam personagens,
adequaram vozes e outras expressões para representarem os papéis? *

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita
e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Caso identifique alguma necessidade individual
das crianças, proponha possibilidades para que possam acompanhar a
proposta com o grupo, fazendo o convite e oferecendo que fiquem mais
próximas de você, por exemplo.

O que fazer durante?


1

Convide as crianças para se acomodarem no espaço preparado para a


proposta e conte para elas que hoje você organizou um momento para
que elas possam recontar o conto favorito do grupo.E que, para isso,
você as organizará em pequenos grupos, de forma que um estará envol-
vido na atividade de reconto e o outro realizando uma atividade que os
pequenos já fazem com autonomia. Combine que ao final as crianças
farão as trocas entre as atividades e que, dessa forma, todo grupo viven-
ciará ambos os contextos preparados.

Após esses acordos apresente os suportes que você preparou para a ativi-
dade, desde a projeção do cenário até os acessórios, as máscaras e os fi-
gurinos. Exponha também os materiais que selecionou para o grupo que
estará envolvido na outra atividade. Em seguida, organize as crianças
nos pequenos grupos, escolhendo a estratégia que julgar mais interessan-
te para sua turma.

Após a organização inicial, convide as crianças envolvidas na proposta


do reconto para para uma rápida conversa. Conte que para recontar a
história querida elas estarão envolvidas em uma representação cênica.
Diga que para isso você separou materiais que podem caracterizar os
personagens da história. Dessa forma, elas precisarão fazer acordos acer-
ca de quem representará cada papel, definindo personagens e narrador.
Conte ainda que há um desafio especial nesse reconto. Questione-as
sobre como a história é apresentada e se há falas de personagens, insti-
gando-as a perceber que o narrador é quem conta toda a história. Nesse
momento, considere utilizar o livro como apoio para o diálogo com as
crianças. Após terem conversado, revele que o desafio é dar fala aos per-
sonagens.

Em seguida, proponha às crianças que se organizem, por meio de acor-


dos, distribuindo entre elas os personagens da história que irão re-
presentar. Auxilie-as na escolha das estratégias para essa organização,
instigando-as a fazer o levantamento de quem são os personagens, e se
necessário, apoiando-as a decidir como fazer a definição dos deles. As
crianças podem propor que cada um opte por um personagem, um sor-
teio ou até mesmo uma brincadeira de escolha aleatória.

Após a escolha, considere, de forma breve, conversar com as crianças


sobre as características de cada personagem, instigando-as a refletir so-
bre como seria a voz, a forma de andar, os movimentos corporais, dentre
outras características, segundo a personalidade apresentada na narrativa.
Se necessário retorne à narrativa, lendo partes que dão pistas para essa
construção, contudo, oportunize a liberdade de que sejam os pequenos
que revelem a composição de seus próprios personagens.

Escolhas feitas, combinecom o grupo um tempo para que as crianças


se preparem, caracterizando seus personagens a partir da ação deles na
história e dos elementos dispostos no ambiente que preparou. Considere
apoiá-las na caracterização para que se sintam à vontade com os acessó-
rios, figurinos e máscaras escolhidos.

Enquanto o grupo se prepara, converse com a criança que será o narra-


dor, a fim de investigar se ela precisa de apoio para rememorar a narra-
tiva. Lembre-a do desafio do grupo quanto a dar voz aos personagens.
Sendo assim, será necessário inserir dicas para que os personagens per-
cebam o momento em que irão falar. Levante com o narrador quais di-
cas ele pode sugerir. Conte à criança que você deixará o livro da história
junto à ela, para que o consulte, caso sinta necessidade.

Possíveis falas das crianças: Ah, eu acho que uma dica pode ser quando
eu disser bem assim: O lobo, que não era bobo, ficou atrás de uma árvo-
re. Quando percebeu que o porquinho entrou em casa, caminhou bem
devagar, bateu na porta e gritou! Aí, quando eu falar gritou, o lobo fala!

Após as crianças estarem caracterizadas, reúna-as novamente para que o


narrador combine as dicas que ele trará para indicar o momento em que
os personagens falarão. Observe que não é necessário que ele diga todas
as falas. Por se tratar de uma primeira representação, talvez as crianças
tragam combinados mais fáceis, tais como indicar que terminará a frase
ressaltando termos, tais como, disse, falou e gritou, por exemplo.

Após esse breve combinado, organize o início da representação com as


crianças, pedindo que assumam os seus locais ou aguardem no espaço
combinado a sua hora de entrar em cena.

Indique ao narrador que comece a contar a história e observe a represen-


tação das crianças. Lembre-se de registrar o momento em vídeo.

Ao mesmo tempo que aprecia o reconto, busque observar como as crian-


ças estão se relacionando, quais palavras utilizam, como representam os
personagens, quais características atribuem a eles. Esteja também atento
para mediar possíveis desafios ao longo do contexto da atividade, contu-
do, busque lançá-los em forma de problematização para o grupo, a fim
de oportunizar às crianças que encontrem meios diversos de resoluções
de situações desafiadoras.
6

Ao finalizar o reconto dramatizado da história, convide as crianças para


que, em roda,

expressem como foi a vivência da proposta. Convide-as para contar


como se sentiram, quais desafios encontraram, como foi criar falas para
os personagens e acolha as observações que trarão acerca da proposta.
Depois, investigue junto ao grupo se a história que recontaram está com-
pleta ou se os pequenos deixaram escapar detalhes. Combine que em
outro momento vocês poderão assistir ao vídeo, a fim de observar os de-
talhes. Comente que, se as crianças quiserem, elas poderão reestruturar a
história, trazendo novas ações à ela.

Em seguida, faça a troca da atividade entre os grupos e repita a proposta,


seguindo as mesmas estratégias que utilizou com o primeiro. Contudo,
considere observar a interação das crianças e o cansaço delas, caso julgue
importante, combine que esse segundo grupo vivenciará a atividade no
dia seguinte.

Para finalizar:

Após as vivências dos dois grupos, engaje as crianças na organização dos


espaços utilizados e, em seguida, convide-as para a próxima proposta do
dia.

Desdobramentos
Considere repetir esta estratégia com outras histórias queridas da turma.
É possível utilizar fantoches ou bonecos como suporte para o reconto.
Os grupos também podem apresentar entre eles os recontos criados na
proposta.

Engajando as famílias
Compartilhe a filmagem da atividade em momentos de encontros coleti-
vos com as famílias.
O que fazer antes?
v
Contextos prévios:

Para dar início a esta sequência é fundamental que as crianças já tenham


vivenciado algumas propostas que envolviam formas geométricas, consi-
derando as principais características dos sólidos geométricos e das figu-
ras planas, como por exemplo: contextos de brincadeiras com blocos de
construção com diferentes formas e volumes formando castelos, cons-
trução de maquetes, apreciação de obras de artistas etc.

Nesta atividade as crianças serão convidadas a dar uma volta pelo quar-
teirão da escola, sendo assim, será necessário a autorização escrita das
famílias. Assegure-se de que todos os procedimentos de segurança esta-
belecidos por sua instituição estão sendo seguidos. Considere ainda en-
volver alguns familiares para acompanhar e apoiar a vivência das crian-
ças. Observe que essa é uma forma interessante de envolver as famílias
em situações cotidianas da escola. Ainda assim, caso tenha poucos adul-
tos para acompanhar a saída ou sua turma seja muito numerosa, faça a
atividade com um pequeno grupo por vez, considerando que as demais
crianças ficam na escola, com outro adulto, realizando alguma outra
atividade, por exemplo, um jogo coletivo, desenhos ou participando de
uma leitura de história. Este plano faz parte de uma sequência de cinco.
São eles:

As formas geométricas do nosso entorno

Máscaras geométricas

A arte geométrica das máquinas


Tridimensionalidade e formas geométricas

Arte, tecnologia e formas

Materiais:

Para esta atividade, separe cerca de quatro máquinas fotográficas e, se


possível, gravadores, para a utilização das crianças, cinco pranchetas,
papéis e canetas para cada pequeno grupo registrar suas observações em
uma volta pelo quarteirão da escola. Considere utilizar um aparelho di-
gital em que seja possível gravar o áudio e a imagem do grupo na investi-
gação.

Espaços:

A atividade iniciará na roda com o grupo todo reunido. Depois, as crian-


ças serão organizadas em pequenos grupos para uma volta pelo quartei-
rão da escola. No final, reúna todos novamente para que compartilhem a
experiência.

Para compor os grupos considere as competências complementares entre


as crianças, acerca de liderança, autonomia e organização.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora e 30 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. De que maneira as crianças se relacionaram com um contexto repleto


de informações de natureza geométrica? Como manifestaram a percep-
ção do espaço que as rodeiam?

2. Como as crianças analisaram e compararam os objetos encontrados


no caminho? Identificaram e descreveram formas geométricas ao longo
do passeio? Quais trocas e apoios entre si ocorreram? Ao compartilha-
rem suas descobertas, como as crianças justificaram suas percepções?

3. De que forma as crianças se movimentaram na vivência? Encontraram


formas de adequar seu corpo, como maneira de qualificar sua observa-
ção?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada crian-
ça ou do grupo. Providencie o suporte necessário para o deslocamento
de todos, como outros adultos que possam acompanhar as crianças, de
forma a assegurar a qualidade das interações possíveis durante a visita.
Potencialize para que todos se sintam à vontade na exploração e estimu-
le-os a conversarem entre si, contando uns para os outros o que estão
vendo, sentindo e pensando a respeito da expedição. Respeite quem pre-
ferir não se manifestar e observe sua interação com as outras crianças,
suas expressões faciais e gestos enquanto se movimenta. Incentive que
uma criança ajude a outra.

O que fazer durante?


1

Convide as crianças para se sentarem na roda com você e conte que a


proposta de hoje será encontrar as formas geométricas que estão à nos-
sa volta. Para dar início à busca, peça a elas que percorram o olhar pela
sala, a fim de encontrar, de forma rápida, objetos que apresentam forma-
tos geométricos. Ao identificar alguns deles, instigueas crianças a descre-
ver e a justificar suas observações, incentivando-as a expressar as pistas
que levaram-nas a decidir sobre a qualificação do objeto, comparando-o
a formas geométricas.

Possíveis falas do professor neste momento: Pessoal, hoje nós iremos


fazer uma busca das formas geométricas que estão à nossa volta. Onde
será que as encontramos? Daqui da roda, deem uma olhadinha em nossa
sala. Há objetos que se parecem formas geométricas?

Possíveis ações das crianças neste momento: criança aponta a janela e diz
que parece um retângulo.

Possíveis falas do professor neste momento: Uau! Vejam! Onde mais po-
demos encontrar retângulos aqui na sala?

Revele para as crianças que agora elas terão uma missão: procurar for-
mas geométricas em uma volta pelo quarteirão da escola. Diga que para
isso você irá organizá-las em pequenos gruposde aproximadamente seis
integrantes e que vocês que farão combinados para a saída. Instigue as
crianças a refletir e elencar quais os são combinados para a saída. Acolha
as ideias delas a respeito de como o grupo deve se portar para que a ex-
ploração seja agradável, cuidadosa e cumpra com seu objetivo.

Possíveis falas do professor neste momento: Pessoal, quais combinados


são importantes para que nossa exploração seja um sucesso? Quais cui-
dados devemos ter? O que podemos fazer para identificar as formas geo-
métricas ao longo do percurso?
3

Ainda na roda, anuncie que cada grupo receberá pranchetas, papéis, ca-
netas e uma máquina fotográfica para os registros. Peça às crianças que,
ao longo do percurso, troquem com os pares suas opiniões, comparti-
lhem impressões e contem por que acreditam que as figuras têm caracte-
rísticas que as fazem relacionar com as formas geométricas. Terminando
os acordos, chame individualmente as crianças para a composição dos
grupos.

Entregue os materiais para cada pequeno grupo (as pranchetas com pa-
péis, uma máquina fotográfica, gravador e canetas) e convide-os para
dar início à investigação. Ao longo docaminho, faça algumas paradas
em pontos estratégicos para as análises e os registros das crianças, lem-
brando-as de que é possível registrar de diferentes formas, por exemplo,
usando a máquina fotográfica, fazendo um desenho, escrevendo algo,
ou gravando um som ou uma fala. Atente-se às buscas dos grupos e às
diversas expressões que as crianças podem trazer. Quais critérios estão
usando para apontar as figuras? Quais são suas hipóteses? Observe a
interação dos pequenos e se trocam informações entre si. Faça questio-
namentos e provocações e, se possível, um registro audiovisual da inves-
tigação.

Possíveis falas do professor neste momento: Ao observar que uma crian-


ça está um tempo parada observando um telhado, você pode se aproxi-
mar e dizer:Interessante esse telhado! Está observando algo específico
dele ou a imagem como um todo? Você encontrou nele alguma forma
geométrica?
e

Siga o percurso com o grupo de crianças, acolhendo suas descobertas e


lançando questionamentos, a partir de suas observações, que as façam
refletir e aprofundar as relações que estão estabelecendo nos encontros
com as formas geométricas, oportunizando também que compartilhem
entre si pensamentos e desafios.

Possíveis ações da criança neste momento: Ao perceber que uma criança


parou na frente de um objeto e revela em sua expressão estar vivencian-
do um desafio para descobrir com qual figura geométrica ele se parece,
aproxime-se e pergunte: Você acha que parece com uma forma geomé-
trica? Que tal você perguntar para o seu grupo o que os colegas acham?

Ao completar a volta ao quarteirão, considere convidar as crianças para


beber água, utilizar o banheiro e, em seguida, reúna-as na sala para que
compartilhem as experiências e as descobertas que o caminho percorri-
do proporcionou.

Em roda, convide-as para partilhar as impressões acerca do vivido, os re-


gistros que fizeram, suas experiências e sensações durante a investigação.
Encoraje-as a descrever onde localizaram uma determinada forma e que
pistas usaram para decidir o que era. Atente-se aos argumentos e às justi-
ficativas das descrições das figuras registradas. Observe se falam das ca-
racterísticas e dos atributos das formas. Busque perceber que impressões
revelam acerca do espaço visitado; se a atividade foi prazerosa ao grupo,
entre outros pontos que julgar importantes. Potencialize o diálogo tra-
zendo algumas observações que você registrou ao longo da vivência das
crianças.

Possíveis falas do professor neste momento: Pessoal, eu percebi que al-


guns grupos registraram a janela da casa azul como um quadrado e ou-
tros como retângulo. Como podemos saber ao certo se é um ou outro?
Que atributo cada um tem?

Para finalizar:
Ainda na roda, diga que em outro momento irão organizar todos os
registros, as impressões das fotos e as falas que anotou durante a cami-
nhada para montarem uma exposição. Após a conversa, diga que investi-
garão mais sobre as formas geométricas no cotidiano ao longo de novas
atividades. Em seguida, convide o grupo para vivenciar a próxima ativi-
dade do dia.

Desdobramentos
Para que as crianças observem melhor o mundo geométrico que as ro-
deiam, é importante promover o desenvolvimento da percepção espacial
e de habilidades como memória e discriminação visual. Considere enga-
já-las em outras atividades, por exemplo, criar objetos e construções com
formas geométricas de madeiras de tamanhos variados.

Engajando as famílias
Considere elaborar um convite com o grupo para que a comunidade
aprecie uma exposição com os registros que fizeram na exploração da
volta pelo quarteirão. Disponha também a filmagem da vivência que
você realizou para compartilhá-la com as famílias dos pequenos.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta atividade é fundamental que as crianças já tenham vivenciado


algumas propostas que envolviam formas geométricas, considerando as
principais características dos sólidos geométricos e das figuras planas,
como por exemplo: contextos de brincadeiras com blocos de construção
com diferentes formas e volumes formando castelos, construção de ma-
quetes, apreciação de obras de artistas etc. Prepare ainda uma seleção de
músicas para que as crianças vivenciem um baile de máscaras.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

As formas geométricas do nosso entorno

Máscaras geométricas

A arte geométrica das máquinas

Tridimensionalidade e formas geométricas

Arte, tecnologia e formas

Materiais:

Para esta atividade imprima algumas obras do artista Milton da Costa


em que ele representa rostos, tais como: Autorretrato (1943), Cabeça
(1948), Figura (1950), Mulher sentada (1950), Mulher sentada (1951),
Mulher sentada (1952) , Figura com chapéu (1955). Acesse aqui as obras
Milton da Costa.
Providencie também barbante ou corda para criar um varal de exposição
e pregadores para fixar as imagens.

Preveja organizar em caixas ou bandejas suportes de papelão em forma-


tos diferentes, recortes de figuras geométricas em diversos tamanhos,
barbantes, fitas de diferentes espessuras, botões coloridos, materiais
como argolas plásticas, retalhos de tecidos, entre outros. Organize ainda
tesouras, colas, lápis de cor, canetinhas e palitos de sorvetes.Caso você
disponha de uma mesa grande, o material poderá ser disposto, seguin-
do suas caraterísticas e especificidades sobre ela, não sendo necessárias
bandejas ou caixas. Observe que apresentar o material, tendo em vista a
dimensão estética, convida as crianças, para que de forma autônoma, se
relacionem com eles, buscando neles belezas, funções e expressões para
criações. Considere separar também papel, caneta e máquina fotográfica
para fazer registros da atividade. É fundamental ainda preparar o som e
músicas para um baile que acontecerá ao final da proposta.

Espaços:

Considere um espaço amplo e que acolha as imagens que você imprimiu


em um varal com pregadores, em um espaço no qual as crianças possam
circular e apreciar as obras. O local deve permitir ainda que elas se orga-
nizem em roda para partilhar as impressões acerca do apreciado. Esse es-
paço pode ser uma sala ampla ou uma área externa. Considere fazer dele
um ateliê de criação, em que as crianças possam visualizar as imagens, se
relacionar de forma autônoma com o material e ainda se engajar na cria-
ção individual das máscaras. Ao final da proposta todos serão convida-
dos para um baile de máscaras, que pode acontecer no mesmo espaço ou
em outro que você julgar interessante.

Tempo sugerido:

Aproximadamente um hora e 30 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:


1. Como as crianças se relacionaram com a exposição das obras do ar-
tista? Que expressões revelaram? O que consideraram? Relacionaram os
traços dos artistas com as figuras geométricas que conhecem?

2. Como as crianças se relacionaram com material disposto para as cria-


ções? Buscaram detalhes, a fim de expressar especificidades? Apoiaram-
-se umas nas outras para as escolhas feitas?

3. Como coordenaram as habilidades manuais durante a ideia de cria-


ção? Enfrentaram desafios? Buscaram apoios? Reorganizaram as ideias?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada crian-
ça ou do grupo. Encoraje todos para que expressem suas impressões,
estimule os pequenos a conversar entre si, contando um para o outro o
que estão vendo, sentindo e pensando a respeito da exposição. Se alguma
criança não se sentir à vontade para expor sua opinião ao grupo, res-
peite essa opção e observe a interação dela com as outras crianças, suas
expressões faciais e gestos enquanto aprecia o material. Na hora da con-
fecção das máscaras apoie o processo criativo de cada uma e incentive a
ajuda mútua.

O que fazer durante?


1

Reúna as crianças e conte que hoje você preparou uma exposição com
algumas obras do artista brasileiro Milton da Costa. Diga que o propó-
sito da atividade é que apreciem as imagens, conversem com os pares, a
fim de trocar ideias e impressões.

Peça que observem minuciosamente os detalhes, as representações, o


movimento, as formas, as linhas, o fundo e outros detalhes que encon-
trarem nas obras. Conte que após a apreciação vocês conversarão em
roda para partilhar as impressões acerca do que viram. Comente que
depois você as convidará para vivenciarem um momento em que farão
criações artísticas. Em seguida, convide as crianças para apreciar as ima-
gens que separou.

Enquanto as crianças apreciam as imagens, circule pelo grupo, a fim de


escutar as expressões que revelam ao contemplarem as obras. Faça re-
gistros escritos e fotográficos das relações estabelecidas pelo grupo e dos
comentários que fazem. Atente-se às diversas expressões que as crianças
podem trazer, seus olhares, sorrisos, surpresas. Observe o que as ima-
gens lhes despertam. Se necessário, instigue-as a observar os traços, a
identificar as formas que compõem as imagens e a refletir sobre as in-
tenções do artista. Repare na interação das crianças com a exposição, e
ao perceber que todos já apreciaram as imagens, fizeram trocas entre si e
que o envolvimento começou a se enfraquecer, sinalize que em dois mi-
nutos vocês se reunirão em roda para partilhar as observações. Passado
esse tempo, convide as crianças para se reunir e compartilhar as impres-
sões da vivência.

Possíveis ações do professor neste momento: Ao perceber que uma


criança está parada frente à uma imagem por um tempo considerável,
você pode se aproximar e perguntar: Vi que você está observando essa
imagem! O que você percebe nela? Já viu alguma parecida? Reconhece
alguma forma? Achou-a engraçada? Por que?
3

Com as crianças reunidas, investigue junto ao grupo quais impressões


elas tiveram a partir da vivência. Considere trazer para a conversa as
observações que você registrou ao longo do percurso de apreciação dos
pequenos. Paute-se em questionamentos que convidem-nos a dizer o
que acharam das obras, se elas tinham algo em comum e como o artista
representou os rostos.

Para contextualizar ainda mais a partilha, apoie-se emtrês imagens da


Mulher sentada. Instigue as crianças a pensar como ele representou o
rosto da mulher, como ele é visto de frente e de perfil. Questiona: por
que será que ele colocou as linhas? Que formas aparecem? Utilize tam-
bém a obra Figura com chapéu para fazer a análise do rosto. Encoraje o
diálogo colaborativo, acolha a imaginação e as interpretações das crian-
ças,por mais inusitadas que pareçam.

Após esse momento, conte ao grupo um pequeno trecho da história de


vida do artista Milton Costa, elencando os principais fatos da biografia
dele.

C*

Ainda na roda, diga que chegou o momento de elas criarem uma obra de
arte também e que a proposta é um desafio: criar rostos com as formas
geométricasque se transformarão em máscaras para um baile de másca-
ras. Aproveite para estimular a conversa sobre máscaras, questione como
elas são, se as crianças já fizeram alguma e se já participaram de um baile
de máscaras. Encoraje-as a contar suas vivências e a compartilhar ideias.

Apresente então os materiais que elas poderão utilizar e deixe tudo ex-
posto em uma mesa, de uma forma organizada e convidativa, para que
as crianças se relacionem com autonomia. Acorde com elas a duração da
atividade e como se dará a organização do espaço ao final da confecção.

Convide as crianças para escolher os materiais e iniciar a criação das


máscaras.

Diga que elas poderão voltar à mesa dos materiais quantas vezes precisa-
rem. Observe a dinâmica e a movimentação delas. Esteja atento às neces-
sidades de apoio que, porventura, algumas precisarão. Encoraje a troca
de ideias entre elas.

Possíveis falas do professor e ações das crianças neste momento: Ao ob-


servar uma criança parada um tempo frente à mesa, aparentando dúvi-
das sobre a escolha do material, se aproxime e diga:Você veio buscar um
material para criar algo específico da máscara? O que? Vamos olhar to-
dos os materiais dispostos? Quem sabe a gente encontra ou você pede a
um colega para te ajudar com a ideia?

Enquanto as crianças estão criando as máscaras, circule pela sala e ob-


serve como está sendo o processo, qual significado estão dando para os
materiais, para as formas geométricas e como estão compondo as más-
caras. Faça anotações, fotografias e esteja atento para fazer mediações e
apoiar as crianças quando necessário.

e.

Conforme as crianças forem terminando, solicite que apreciem livros


no espaço de leitura enquanto aguardam a finalização de todo o gru-
po. Quando todas as crianças finalizarem, engaje-as na organização dos
materiais utilizados e convide-as para que, acomodadas em uma roda,
partilhem suas criações e contem as figuras geométricas que utilizaram.
Considere encorajá-las a dar nomes para as criações.

Para finalizar:

Após a partilha, convide as crianças para um baile de máscaras. Nesse


momento, você pode propor um desfile ou escolher uma música que as
crianças gostam para dançarem e cantarem no baile. Se você conside-
rar que o tempo de criação individual foi grande e que as crianças estão
cansadas, ou ainda que as produções precisam de um tempo maior para
secar (caso as crianças tenham utilizado muita cola, por exemplo), com-
bine que o baile acontecerá no dia seguinte ou até mais tarde nesse mes-
mo dia, antes da saída, por exemplo.

Desdobramentos
Há muitas possibilidades de criação com as formas geométricas. Você
poderá propor que as crianças construam personagens e cenários usan-
do apenas as formas. Em pequenos grupos, elas poderão inventar uma
história a partir dessa criação.

Engajando as famílias
Escreva aos pais contando sobre a criação das máscaras e convide-os
para apreciar a exposição no mural da escola, com as máscaras e as foto-
grafias que você tirou. Sugira que em casa eles criem faces com os filhos,
a partir de pequenos materiais em formatos geométricos coletados no
ambiente e de uso cotidiano (como por exemplo: embalagens variadas de
produtos, rolo de fita durex, carretel de linha, palitos de sorvete, pedras,
folhas, sementes etc), para que as produções sejam compartilhadas pos-
teriormente com a turma.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta atividade é fundamental que as crianças já tenham vivenciado


algumas propostas com as formas geométricas considerando as princi-
pais características dos sólidos geométricos e das figuras planas. Você vai
precisar de recurso audiovisual para projetar algumas obras do artista
brasileiro Abraham Palatnik. Seus objetos cinéticos, como são chamadas
algumas de suas obras de artes, são máquinas que colocam a luz, cor e
formas geométricas em movimentos constantes. Sugerimos aqui um ví-
deo para você conhecer mais sobre o artista e sua obra e selecionar algu-
mas imagens para a apreciação das crianças.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

As formas geométricas do nosso entorno

Máscaras geométricas

A arte geométrica das máquinas

Tridimensionalidade e formas geométricas

Arte, tecnologia e formas

Materiais:

Organize a projeção das imagens do artista em um computador e proje-


tor de imagem. Selecione materiais diversos, tendo em vista o convite às
crianças para criarem máquinas geométricas, como caixas de papelão em
tamanhos diversos, arames para artesanato, carretéis de linha, manguei-
ras finas, rolhas, pequenas peças, pedaços de canos, tubos de papelão, re-
cortes de acrílicos, botões, papéis de diferentes espessuras, dentre outros
materiais em formatos geométricos. Disponha ainda de tesouras, colas,
lápis de cor, canetas, fios de nylon e elásticos. Separe papel, caneta e má-
quina fotográfica para que você faça registros das crianças vivenciando a
atividade. Reserve também alguns livros para compor um espaço de lei-
tura.

Espaços:

Preveja um espaço que acolha o grupo todo, de forma confortável para


apreciar as obras projetadas e conversar sobre o artista. Observe que,
depois, o grupo será organizado em trios para a criação das máquinas
geométricas.Sendo assim, escolha e prepare um local agradável e flexível
para esse momento. Você pode considerar iniciar na sala e dar continui-
dade na área externa, por exemplo. Estabeleça uma organização estética
para os materiais que selecionou para a criação em trios. Caso você dis-
ponha de uma mesa grande, o material poderá ser organizado seguindo
suas caraterísticas e especificidades ou ser acolhido no chão, em bande-
jas e caixas. Observe que apresentar o material, tendo em vista a dimen-
são estética, convida as crianças para que, de forma autônoma, se rela-
cionem, buscando neles belezas, funções e expressões para criação delas.
Organize também um espaço com livros para as crianças que termina-
rem primeiro a atividade leiam enquanto aguardam o grupo finalizar as
criações.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 01 hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. O que as crianças expressavam ao criar as máquinas geométricas? Fa-


lavam de desafios, atribuíam à elas funções considerando os detalhes
criados?
2. Quais critérios as crianças estabeleciam para escolher os materiais
para compor as criações? Buscavam na composição das formas a repre-
sentação das ideias para criar detalhes, como botões ou tubos para as
máquinas, por exemplo?

3. De que forma as crianças coordenavam as habilidades manuais para as


criações? Buscavam apoio nos pares para compor as ideias? Pediam para
que um colega ajudasse no recorte ou fixação com arame? Ressignifica-
vam a ideia? Buscavam apoio no adulto?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Apoie para que todas expressem suas impressões, contando
o que estão sentindo e pensando a respeito das obras. Se notar que algu-
ma criança prefere nãoexpressar verbalmente suas impressões, considere
que esta não é a única forma de se manifestar. Sendo assim, busque ob-
servar o que seus olhares, expressões faciais e corporais revelam. Na hora
da criação das máquinas, incentive a troca e ajuda entre as crianças.

O que fazer durante?


1

Reúna as crianças no espaço que preparou e conte que hoje elas irão co-
nhecer um pouco das obras de Abraham Palatnik. Conte que ele foi um
artista brasileiro que estudou em Israel e depois voltou para o Brasil.
Conte que ele sempre gostou de máquinas e que tem duas paixões: arte
e tecnologia. Sendo assim, a composição de suas máquinas são, na ver-
dade, magníficas obras de arte. Digaque preparou a projeção de algumas
obras do artista para que elas apreciem e conversem sobre as impressões
que as obras geram. Conte que, depois, você planejou uma atividade
para que, em trios inspirados nas obras do artista, a turma crie máquinas
que também serão obras de arte.

Inicie a apresentação das obras para o grupo. Considere apresentar as


obras oportunizando um tempo de passagem entre uma e outra, para
que as crianças observem detalhes e estabeleçam relações. Atente-se para
não fazer perguntas neste primeiro momento, respeitando a apreciação e
criação de significados pelas crianças.

Após essa primeira apreciação, instigue as crianças a falarem sobre suas


impressões acerca das obras. Você pode questionar o que as crianças
veem na obra, se é parecido ou diferente de outras que conhecem, o que
parecem, quais formas conseguem identificar, se gostaram e quais senti-
mentos a apreciação evocou.

Depois da apreciação, diga que chegou o momento delas criarem e que


a proposta é inventarem máquinas geométricas em trios usando obje-
tos com formas diversas. Acorde que as crianças darão um nome para
a criação e decidirão sobre sua funcionalidade. Caso tenha organizado
um espaço diferente para a criação, convide o grupo para se dirigir a esse
local.
4

Na roda, apresente os materiais que selecionou e deixe expostos de for-


ma organizada e convidativa, para que as crianças os utilizem com au-
tonomia. Diga que elas poderão voltar à mesa dos materiais quantas
vezes sentirem necessidade. Acorde com elas a duração da atividade e a
organização do espaço ao final da confecção. Peça que formem trios para
a confecção da máquina. Atente-se para a possibilidade de uma criança
querer componentes que já formaram outro trio ou ficar parada, sem
saber o que fazer. São situações que podem gerar desconforto mas são
oportunidades para desenvolver cooperação e respeito.

Possíveis falas do professor antes das crianças formarem os trios: Como


podemos fazer para que todos formem um trio? E se um trio já estiver
formado e mais alguém quiser fazer parte?
Possíveis falas do professor ao notar que alguma criança está parada so-
zinha: Quer que eu te ajude? Com quem você quer formar um trio? Va-
mos juntos resolver?

Com os triosorganizados, solicite que, antes de iniciarem, planejem com


os componentes do grupo qual máquina farão equais materiais utiliza-
rão para iniciar a construção. Esteja atento para as necessidades de apoio
que, porventura, alguns grupos precisarão. Encoraje as crianças a troca-
rem ideias e decidirem de comum acordo a escolha dos materiais e como
será a confecção. Observe como está sendo esta troca, se justificam suas
escolhas em contraponto com o outro.

Possíveis falas do professor neste momento: (Ao observar que um trio


está discutindo que tipo de máquina querem fazer) Percebi que vocês es-
tão decidindo como será a máquina. Qual será a função dela? Como vo-
cês estão pensando em fazê-la? Todos do grupo concordam com a ideia?
6

Enquanto as crianças estão criando suas máquinas, circule pela sala e


observe como está sendo o processo, quais significados estão atribuindo
aos materiais e às formas geométricas, como estão dividindo as tarefas,
quem são as crianças que assumem lideranças,dentre outros movimen-
tos que emergem no contexto. Faça anotações de suas observações, foto-
grafias e, caso perceba necessidade, instigue-as a pensarem como utilizar
os materiais.

Possíveis falas do professor neste momento: O que pretendem fazer com


o arame? Como farão isso? Estão todos de acordo? Interessante, vocês
pegaram triângulos de diversos tamanhos. Qual ser a função deles na
máquina?

Conforme as crianças forem terminando suas criações, peça que deem


um nome para as máquinas para que você o escreva em uma ficha que
servirá de etiqueta para uma exposição posterior. Solicite que apreciem
livros no espaço de leitura enquanto aguardam a finalização de todo o
grupo. Quando todas as crianças terminarem, engaje-as na organização
dos materiais utilizados e convide-as para que, acomodadas em uma
roda, partilhem suas criações.

Para finalizar:

Na roda, peça que cada trio apresente sua máquina. Incentive as crian-
ças a contarem para que serve, como foi a criação, o que deu certo, o que
não deu e o porquê. Potencialize a conversa com as anotações que fez ao
longo da atividade.Após todos compartilharem, convide as crianças para
a próxima atividade do dia.

Desdobramentos
Em outromomento, você poderá sugerir a criação de móbiles ou escultu-
ras tridimensionais com as formas geométricas. Poderá oferecer massi-
nhas coloridas ou argila e tinta. Outra possibilidade é convidar membros
da comunidade para que criem com as crianças máquinas que se mo-
vimentam, ou criar um pêndulo cinético que crie desenhos simétricos
(Aqui ensina-se como fazer).

Engajando as famílias
Considere organizar uma exposição das máquinas e envolva o grupo na
elaboração de um convite. Escreva um pequeno texto contextualizando a
atividade. Utilize as fotos que tirou e insira falas e expressões das crian-
ças para compor a exposição.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta atividade é fundamental que as crianças já tenham vivenciado


algumas propostas com as formas geométricas, considerando as princi-
pais características dos sólidos geométricos e das figuras planas. Você vai
precisar imprimir alguma obras da artista Beatriz Milhazes, para apre-
ciação das crianças. Sugerimos as obras: “Mulatinho”,” Mariposa”, “O má-
gico”, “O espelho”, “O elefante azul”, “Beleza pura”, “Liberty”, “Gamboa” e
“Um sonho de valsa”. Acesse aqui as obras de Beatriz Milhazes

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

As formas geométricas do nosso entorno

Máscaras geométricas

A arte geométrica das máquinas

Tridimensionalidade e formas geométricas

Arte, tecnologia e formas

Materiais:

Para o primeiro momento, selecione algumas obras da artista para apre-


sentá-las na roda. Preveja fixá-las na paredes em pontos estratégicos
posteriormente, de uma forma que seja acessível para as crianças obser-
varem e apreciarem. Para o momento de criação, providencie o material
separado e organizado para três ambientes. Observe a necessidade de
que os materiais estejam dispostos no espaço de forma que sejam um
convite às crianças para se inspirarem nas criações:

Ambiente 1- Em uma mesa ou estante, organizados em bandejas ou cai-


xas, papéis de diversos tamanhos, cores, formas e espessuras, embalagens
de balas e bombons, cola e suportes brancos e pretos em um papel mais
rígido. para as crianças criarem livremente por meio de recorte e cola-
gem.

Ambiente 2- Um retroprojetor e, ao lado, em uma mesa, tecidos renda-


dos, materiais vazados, flores, círculos, semicírculos e papéis celofanes
cortados e de cores variadas, dispostos de forma convidativa para as
crianças criarem obras por meio de projeções.

Ambiente 3- Formas geométricas em madeira de tamanhos variados em


cima de um espelho grande, que ficará no chão para as crianças monta-
rem livremente e criarem uma composição. Caso considere importante,
traga mais espelhos para esse ambiente, oportunizando maior acesso e
qualidade para as relações das crianças.

Separe também papel, caneta e máquina fotográfica, para que você possa
registrar as experiências que emergem do grupo durante a atividade.

Espaços:

Preveja, para o primeiro momento, um local para uma roda com o gru-
po todo, onde você apresentará as obras, e vivenciará junto às crianças as
criações organizadas como num ateliê. Neste local, coloque as imagens
impressas que separou espalhadas de forma acessível para as crianças
circularem, observarem e apreciarem. O espaço deve permitir que se
organizem três ambientes de exploração, para as crianças se relaciona-
rem de forma autônoma com os materiais e se engajarem nos processos
criativos. No final, todas serão reunidas novamente para compartilharem
suas impressões. Para inspirar a organização dos ambientes, sugerimos
que visualize as imagens que selecionamos para cada ambiente.
Ambiente 1. Ambiente 2. Ambiente 3.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 01h30.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quais expressões as crianças revelaram ao verem as obras da artista?


O que consideraram e o que chamou a atenção? Identificaram as figuras
geométricas que conhecem? Que descrições fizeram?

2. Como as crianças se relacionaram com material disposto para as cria-


ções? Quaiscritérios utilizaram? Apoiaram-se umas nas outras para as
escolhas feitas? Buscaram detalhamentos nos materiais dispostos para
comporem a ideia de suas criações?

3. De que forma coordenaram as habilidades manuais ao criarem nos


diferentes ambientes? Pediram ajuda aos pares? Trocaram de ideia frente
a desafios, como recortar, por exemplo?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Apoie para que todos expressem suas impressões. Estimu-
le-os a trocarem ideias entre si, mas atente-se se alguma criança não se
sentir à vontade para expor sua opinião ao grupo. Respeite esta opção e
observe a interação dela com as outras crianças, suas expressões faciais e
gestos enquanto aprecia as obras e na exploração dos ambientes. Incenti-
ve que uma criança ajude a outra.

O que fazer durante?


1

Convide as crianças para sentarem na roda e diga que hoje irá mostrar
algumas obras da artista Beatriz Milhazes. Explique que depois elas irão
vivenciar um momento de criação artística. Com o intuito de iniciar
uma contextualização acerca da artista e suas obras, conte que ela nasceu
no Rio de Janeiro, estudou artes plásticas e deu aulas por um período.
Além de pintar, trabalha com a irmã compondo cenários, criou também
painéis enormes para o metrô de Londres. Apresente algumas de suas
produções. Peça que olhem atentamente e observem detalhes. Busque,
neste primeiro momento, permitir que as crianças apreciem de forma
livre, evitando perguntas ou indicações acerca das imagens que apresen-
tou.

Após essa primeira apreciação, investigue quais impressões as crianças


trazem acerca das obras da artista. Instigue a revelarem os sentimentos
que a apreciação evoca, o que lhes chama atenção, as cores, formas, figu-
ras, dentre outras percepções que podem emergir do grupo.
Possíveis falas do professor neste momento: (ao mostrar a obra “Liber-
ty”) que formas vocês conseguem identificar nessa obra? O que mais
estão vendo nessa imagem? O que vocês sentem ao vê-la? Por quê? Vocês
já viram algo parecido?

Ainda na roda, diga que fixará as obras da Beatriz Milhazes que você
selecionou noateliê, para inspirá-las. Conte que agora elas terão um mo-
mento de criação e que você preparou o espaço de maneira especial, com
três ambientes diferentes para elas explorarem, brincarem e criarem.
Em cada um terá uma proposta diferente: colagem com papéis variados,
criação com o retroprojetor e composição com formas geométricasno es-
pelho. Revele que elas poderão circular com autonomia entre os ambien-
tes, acorde a duração da atividade e a organização ao final.

Convide as crianças a se dirigirem ao local que você organizou para ini-


ciarem a exploração e criação. Leve as obras da artista para fixá-las em
pontos estratégicos. Enquanto as crianças fazem suas criações, circule
pela sala e fique atento para as necessidades de apoio. Encoraje a troca
de ideias entre elas. Observe a dinâmica, como estão interagindo, que
composições estão fazendo e que significado estão dando aos materiais.
No ambiente da colagem, repare o simbolismo que estão dando para os
papéis e como estão articulando a montagem. No espelho, acompanhe
a percepção de transformação e de ressignificação a cada nova experi-
mentação. No retroprojetor, desenvolva a investigação e a composição
que estão criando para ser projetada, dentre outras relações que o grupo
estabelecerá. Tire fotos e anote os comentários, as expressões, as soluções
que surgem frente aos desafios, encantamentos, surpresas e criações das
crianças.

Possíveis falas do professor neste momento: ao observar duas crianças


compondo um cenário com as formas geométricas em cima do espelho,
você se aproxima e pergunta: Que legal, o que vocês estão montando? O
que mais vocês vão fazer?

Atente-se a interação das crianças. Ao perceber que todas já circularam


pelo espaço, fizeram trocas entre si e o envolvimento começou a disper-
sar-se, sinalize que, em 2 minutos, vocês terminarão a exploração, or-
ganizarão o espaço e se reunirão em roda para conversarem. Dado este
tempo, convide a turma para organizarem o espaço e os materiais e, em
seguida, para se reunirem em roda.

Com as crianças reunidas, investigue junto ao grupo o que acharam de


cada ambiente e quais impressões trazem a partir da vivência. Procure
iniciar este momento convidando elas a contaremsuas experiências de
forma espontânea. Apoie-se nas suas anotações para potencializar a con-
versa.

Possíveis falas do professor neste momento: Percebi que, em vários mo-


mentos, vocês pararam para apreciar as obras que deixei fixada da Bea-
triz Milhazes. Ela inspirou nas suas criações? Como? Vi também algu-
mas crianças criando juntas quando usaram o retroprojetor. Como foi
compor com o outro? O que fizeram?

Para finalizar:

Ainda na roda, diga que elas poderão ter outro momento de criação e
exploração inspirados nas obras da artista e convide-as para a próxima
atividade do dia.

Desdobramentos
Uma das obras da Beatriz Milhazes chama- se Gamboa. Ela é um imenso
móbile colorido. Você poderá propor um trabalho em grupo para con-
feccionar um móbile com formas geométricas que irá compor a sala ou
algum ambiente da escola.
Engajando as famílias
Considere elaborar um convite com o grupo para que a comunidade
aprecie as produções das crianças, as obras da Beatriz Milhazes e as fotos
que você tirou da exploração da atividade.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta atividade é fundamental que as crianças já tenham vivenciado


algumas propostas com as formas geométricas considerando as princi-
pais características dos sólidos geométricos e das figuras planas. Você vai
precisar de recurso audiovisual para apresentar algumas obras do artista
brasileiro VJ Spetto. Sua arte convida o público a apreciar projeções di-
gitais de linhas e formas tridimensionais, feixes de luzes, movimentos
visuais e ilusões de óticas, acompanhados de animadas trilhas sonoras.
Para que você veja um pouco da obra do artista e se inspire, sugerimos
que acesse os seguintes links: https://www.youtube.com/watch?v=1lzda-
q52ghs

Para te apoiar com informações sobre o artista, sugerimos esta matéria.


Separe uma seleção de músicas para o momento de exploração.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

As formas geométricas do nosso entorno

Máscaras geométricas

A arte geométrica das máquinas

Tridimensionalidade e formas geométricas

Arte, tecnologia e formas

Materiais:
Organize a projeção das imagens do artista por meio de um computador
e projetor de imagem. Para o momento de criação, separe papéis diver-
sos de cores, formas e tamanhos variados, papel mais rígido de diversos
formatos para suporte, colas em bastão, tesoura, fita crepe e barbante.
Observe como apresentar os materiais, tendo em vista a dimensão esté-
tica e respeitando a autonomia da criança, para que ela possa escolher o
que deseja para sua criação. Organize um varal e pregadores para acolher
as produções das crianças. Para a exploração, reserve uma lanterna para
cada criança (cubra cada uma com uma cor diferente de papel celofane e
prenda com elástico).

Preveja um repertório de músicas para tocar no ambiente enquanto as


crianças estiverem explorando (uma sugestão aqui). Separe também
papel, caneta e máquina fotográfica para registrar as experiências que
emergem do grupo durante a atividade.

Espaços:

Preveja um espaço que acolha o grupo todo de forma confortável, para


apreciar as obras projetadas e conversar sobre o artista. Depois, convide
o grupo para o momento de criação e exploração. Poderá ser na mesma
sala ou outra que dê para escurecer. Estabeleça uma organização estética
para os materiais que selecionou para a criação. Caso disponha de uma
mesa grande, o material poderá ser organizado seguindo suas caraterísti-
cas e especificidades ou ser acolhido no chão, em bandejas e caixas. Ob-
serve que apresentar o material tendo em vista a dimensão estética con-
vida as crianças para que, de forma autônoma, se relacionem, buscando
neles belezas, funções e expressões para a criação. No final, reúna todos
para conversar sobre a experiência e compartilhar sensações.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 01 hora.

Perguntas para guiar suas observações:


1. O que as crianças expressaram ao criarem livremente com as formas
geométricas? Quais aspectos da apreciação levaram em conta? Como
consideraram esses aspectos para suas produções?

2. Como se relacionaram com os materiais dispostos? Exploraram dife-


rentes possibilidades de composição? Como? Classificaram as formas?
Trocaram ideias entre si?

3. Como coordenaram as habilidades manuais durante a exploração?


Como enfrentaram desafios? Buscaram apoios? Trocaram ideias sobre as
mudanças de cor?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Apoie que todas expressem suas impressões. Estimule-as a
trocarem ideias entre si, mas atente-se se alguma criança não se sentir à
vontade para expor a opinião ao grupo. Respeite esta opção e observe a
interação dela com as outras crianças, suas expressões faciais e gestos en-
quanto aprecia as obras e na exploração do ambiente. Incentive que uma
criança ajude a outra.

O que fazer durante?


1

Reúna as crianças e conte que hoje elas irão conhecer um pouco do tra-
balho do artista Ricardo Lara. Conte que, ao expor sua arte, ele utiliza o
nome VJ Spetto e que é comum que alguns artistas estabeleçam nomes
diferentes para si, a fim de traçarem maior identidade artística ao con-
texto de sua criação e nome. Neste momento, contextualize exemplifi-
cando outros artistas que usam deste mesmo artifício. Ainda reunido
com as crianças, diga que você trouxe uma matéria que encontrou no
jornal, que conta um pouco sobre a biografia do artista e as principais
características de suas obras. Leia a matéria para as crianças e, após a
leitura, busque investigar junto a elas curiosidades acerca do que foi lido.
Considere anotá-las, para posteriormente conversarem mais. Em segui-
da, diga que hoje elas verão algumas projeções da arte de Vj Spetto e que
conversarão sobre as impressões que elas geram ao serem apreciadas.
Diga que você planejou um momento de criação e exploração com di-
versos materiais para que elas criem obras inspiradas na arte do artista.

Apresente os vídeos e observe as reações das crianças, suas expressões


e seus movimentos. Esboçaram surpresa? Sorriram? Movimentaram o
corpo? Atente-se às diversas manifestações e faça registros fotográficos
e escritos. Neste primeiro momento, evite perguntas e permita que as
crianças apreciem de forma livre. Respeite a apreciação e criação de sig-
nificados.

Ao final das projeções, pergunte se gostaram e se já tinham visto algo pa-


recido. O que chamou a atenção? Que formas apareceram? O que acha-
ram das cores e da música? Que sensações tiveram? Qual a intenção do
artista? Fale que mostrará novamente e peça e que desta vez observem
minuciosamente as formas e figuras que aparecem para depois compa-
rarmos as impressões. Acolha percepções, hipóteses e a imaginação das
crianças. Caso queiram assistir mais uma vez, oportunize este acesso às
obras que selecionou.

Possíveis falas do professor neste momento: Ao verem essas imagens, o


que vocês sentem? O que vocês acham que o artista quer nos dizer? A
música faz diferença na obra? Por quê? E as formas? As luzes?

Ainda na roda, revele que organizou materiais para as crianças criarem e


investigarem inspiradas no que viram. Caso tenha organizado um espaço
diferente para a criação, convide o grupo para se dirigir ao local. Apre-
sente as formas coloridas cortadas e diga que poderão colar no supor-
te, criando as imagens que quiserem, e que, depois, irão juntos fixar na
parede, pendurar no teto e no varal. Deixe tudo exposto em uma mesa
de forma organizada e convidativa para que as crianças peguem o que
quiserem com autonomia. Revele que depois, com a sala toda decorada,
faremos uma experiência com as luzes apagadas e as lanternas cobertas
com papel celofane. Acorde a duração da atividade e a organização da
sala.

Após apresentar os materiais, convide as crianças a iniciarem suas cria-


ções. Observe como estão se apropriando dos elementos, como estão
compondo as imagens, como utilizam todo espaço do papel, se as for-
mas inspiram figuras diferentes, se buscam classificá-las e como trocam
ideias com os pares. Além de observar, aproveite para instigá-las sobre
a criação, o que pretendem fazer, como acham que podem conseguir e
que formas irão utilizar para obter o que querem. Se necessário, apoie as
crianças, oportunizando a reflexão acerca de alguns materiais dispostos
que as ajudarão a atingir seus objetivos sobre a criação das obras.

Conforme forem terminando as produções, peça ajuda para organizar a


sala e decorá-la. Fixe nas paredes, pendure alguns no varal e, se der, no
teto. Quando tudo estiver pronto, diga que irá escurecer a sala, que elas
receberão uma lanterna com papel celofane para iluminar os trabalhos e
que poderão trocar as cores entre si para ver o que acontece. Revele que
colocará uma música para inspirá-las. Encoraje a exploração, a dança das
luzes e incentive a comunicação entre elas. Tire fotos e anote os comen-
tários, as expressões e as soluções que surgem frente aos desafios, encan-
tamentos e surpresas.

Possíveis falas do professor e ações da criança neste momento: ao obser-


var uma criança aproximando a lanterna para bem perto de uma figu-
ra, você se aproxima e pergunta: Que legal, o que você percebe quando
aproxima e afasta a lanterna? Faz diferença? Vamos fazer novamente e
observar o que acontece? E agora, o que você acha que aconteceu?

Ao perceber que começaram a se dispersar, sinalize que, em 2 minutos,


vocês terminarão a exploração, organizarão o espaço e se reunirão em
roda para conversarem. Dado este tempo, convide as crianças para orga-
nizarem o espaço, os materiais e, em seguida, para se reunirem em roda.

Para finalizar:Em roda, instigue as crianças a contarem o que acharam


da atividade, o que sentiram e o que descobriram. Potencialize a conver-
sa com as anotações que fez ao longo da atividade e traga para discussão
a comparação com as obras de VJ. Pergunte para as crianças o que mais
podemos fazer para se aproximar das projeções do artista e que elemen-
tos tecnológicos presentes na escola elas podem utilizar para criar arte.
Anote as ideias e as impressões das crianças, dizendo que em outro mo-
mento aprofundarão as ideias. Em seguida, convide-as para a próxima
vivência do dia.

Desdobramentos
Em outro momento, você poderá utilizar tablets para que as crianças,
por meio do aplicativo Kids Doodle, por exemplo, desenhem formas
geométricas. O aplicativo captura o movimento de desenho da criança
e transforma em vídeo. É gratuito e há possibilidades de escolhas para
os traços. Aqui você visualiza como o aplicativo funciona. Você poderá
juntar os vídeos das crianças e projetá-los em uma parede da escola, tra-
zendo maior proximidade da ideia de intervenção digital dos artistas vjs.
Outra possibilidade é projetar a tela do computador e utilizar ferramen-
tas de desenhos, como paint ou outra online (como essa),e convidar as
crianças para criarem desenhos digitais ao som de músicas animadas.

Engajando as famílias
Escreva aos pais contando sobre a atividade que vocês fizeram. Se possí-
vel, ilustre com as fotos que tirou e com comentários das crianças. Sugira
que, em passeio com a família, atentem-se à arquitetura da região e às
formas que podem ser vistas em janelas, telhados, portas etc. Peça que
tirem fotos para depois compartilharem com a turma.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta proposta é importante que você tenha apresentado ao grupo


histórias que utilizem sons corporais ou instrumentos musicais com a
narrativa. Familiarize o grupo com a utilização de sons, construindo um
repertório de sonorização.

Por exemplo, na história dos Três Porquinhos, o sopro e a queda de cada


uma das casas são momentos da narrativa que podem ser sonorizados.
No livro Cadê o Pintinho, de Márcia Leite, publicado pela editora Pulo
do Gato, cada aparição dos animais pode corresponder a um som, feito
com o corpo ou com instrumentos.

Depois de garantido esse repertório do uso de sonoplastia com histórias,


escolha uma uma para ler e separe-a em partes, para planejar a sonoriza-
ção com as crianças.

Materiais:

Planeje os materiais sonoros conhecidos do grupo, considerando a his-


tória que será lida. Você pode prever materiais como instrumentos mu-
sicais convencionais que sejam acessíveis ao grupo, utilizar instrumentos
confeccionados artesanalmente ou pelas próprias crianças, outros obje-
tos que produzam sons ou usar um repertório sonoro produzido com o
corpo. O repertório de sons do corpo pode ser representado em fichas,
por meio de figuras que lembrem a ação necessária para a reprodução do
som.

Espaços:
Preveja um espaço para uma roda de história. Busque um local sem mui-
ta interferência sonora, tendo em vista o cuidado para não comprometer
a sonorização da proposta.

Planeje a organização da turma em pelo menos dois grupos, para que as


crianças manuseiem os instrumentos e possam interagir. Caso não seja
possível ter um professor em cada grupo, proponha que o grupo que não
esteja na leitura da história se envolva em uma atividade com autonomia,
como por exemplo, modelagem com massinha, jogos de construção, en-
tre outros, enquanto você acompanha o que irá participar do momento
da história. Depois, basta trocar os grupos.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 40 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quais são os gestos e as expressões das crianças durante a contação de


história?

2. Todas participam fazendo sons, ou algumas preferem apenas obser-


var?

3. No cotidiano, as crianças tentam reproduzir a história? Como fazem


isso?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


dificultar que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada crian-
ça ou do grupo. Convide todas as crianças para participar. Atente-se para
garantir liberdade de escolha às crianças para a maneira de se sentarem.
Busque estar atento às diferentes formas de interação delas, propondo al-
ternativas para contribuições individuais e coletivas, traçando estratégias
para que uma criança ajude às outras.

O que fazer durante?

Reúna as crianças e conte que elas irão fazer atividades divididas em dois
grupos. Explique que você acompanhará um grupo em uma roda de his-
tória e que o outro grupo fará uma atividade que já realizam com auto-
nomia. Informe que depois trocarão de atividade com o grupo que estará
com você.

Convide as crianças que participarão da história para se acomodar no


local escolhido. Conte que você separou uma história e algumas possi-
bilidades sonoras que elas já conhecem. Diga que depois de a ouvirem,
vocês utilizarão os sons na narrativa.

Inicie a leitura da história, utilizando as entonações necessárias para a


apreciação do grupo. Ao finalizar a leitura, combine com as crianças que
agora vocês irão rememorar o repertório sonoro que já conhecem. Peça
que escolham os sons que farão parte da sonoplastia da narrativa. Em
seguida, proponha que as crianças expressem os sons conhecidos ou que
apresentem novos como sugestões para a composição da história. Nesse
momento, faça certos combinados com o grupos, para que as partici-
pações de todos sejam acolhidas. Apoie as sugestões, observando e am-
pliando a riqueza das trocas de opiniões.

Após as crianças expressarem as ideias quanto aos sons que poderão uti-
lizar na sonoplastia da história, diga para o grupo que vocês irão analisar
a primeira parte da narrativa, para acordarem quais sons podem ser uti-
lizados. A cada seleção realizada pelo grupo, diga às crianças que vocês
passarão para a próxima parte do texto e que, se for o caso, precisarão
pensar em outras possibilidades sonoras. Após selecionarem os sons, de-
cida com o grupo quem serão os responsáveis por reproduzi-los na nar-
rativa. Caso seja possível, combine para que cada criança reproduza um.

Suponha que a história selecionada apresente possibilidades sonoras


com o vento: Pessoal, aqui nesta parte da história, vejam o que diz: Na-
quela manhã o vento cantava de forma serena! Como podemos reprodu-
zir um vento cantando de forma serena? Aqui nos fala de um vento forte
ou um vento mais calmo? Em outro caso, considere um personagem
caminhando: Por ali, caminha um lobo. Com passos firmes, buscava
encontrar alguma comida. Você pode dizer: E aqui, que som podemos
fazer para indicar os passos do lobo?

Após a seleção dos sons que serão utilizados, recomece a leitura para que
as crianças possam sonorizar a história, apoiando o grupo, se necessário,
na utilização dos recursos.

Encerrando a contação, investigue junto às crianças sobre como foi par-


ticipar do momento. Após essa conversa, diga que, conforme explicou no
início, agora elas irão fazer a troca de atividade com os colegas. Utilize as
mesmas estratégias com o novo grupo de crianças.

Para finalizar:

Ao terminar a leitura para todos os grupos, convide as crianças para or-


ganizar os espaços utilizados nas atividades. Lance desafios para tornar o
momento divertido! Você pode dizer que precisam guardar os materiais,
mas que farão isso pulando como coelhos, por exemplo.

Desdobramentos
Considere repetir esta estratégia de leitura de história com as crianças,
ampliando o tamanho do grupo e diversificando os instrumentos entre
elas. Utilize-os também em parlendas ou poemas.

Você pode ainda filmar a história sonorizada ou ensaiá-la com as crian-


ças, para que seja apresentada em momentos de partilha com outros gru-
pos da escola.

Engajando as famílias
Envie para casa um comunicado contando às famílias que as crianças
ouviram uma história cheia de surpresas. No texto, peça que os respon-
sáveis perguntem para as crianças que história foi essa e quais foram as
surpresas. Considere dividir o registro dessa proposta em momentos
coletivos, tais como em reunião de pais.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta proposta é necessário que você faça uma seleção de alguns li-
vros para leitura cotidiana com o grupo. Leia os livros para conhecer
bem a história, percebendo as pausas marcadas pela pontuação gramati-
cal. Identifique as palavras que não conhece e procure seus significados,
aproveitando para treinar a pronúncia de termos mais difíceis. Procure
olhar com mais cuidado para a capa do livro que será lido. Pronuncie o
nome dos autores, ilustradores e tradutores. Identifique os elementos da
capa e perceba as relações entre eles e a narrativa, já que tais elementos
antecipam pontos importantes da história.

Materiais:

O material para esta proposta é o livro escolhido para leitura.

Espaços:

Antecipe um espaço em que o grupo de crianças se sinta confortável e


acolhido para a leitura da história. É importante que você e o livro pos-
sam estar visíveis para as crianças.

Você pode considerar dividir as crianças em pequenos grupos, se for


mais adequado para sua turma. Para tal, garanta um planejamento em
que um grupo estará com você escutando a história e o outro estará em
uma proposta que já realizam com autonomia, como, por exemplo, jogos
de construção, brincadeiras nos cantos da sala ou uma massinha.

Tempo sugerido:
Aproximadamente de 30 a 40 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Qual o elemento da capa que mais chamou a atenção das crianças?


Que comentários fizeram?

2. Quais hipóteses elas levantam sobre a narrativa?

3. As crianças estabelecem relações da capa do livro com a narrativa.


Quais são as relações?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Caso identifique alguma necessidade de acolhida indivi-
dual, proponha possibilidades para que a criança possa acompanhar a
história com o grupo, fazendo o convite e oferecendo que ela fique mais
próxima de você, se for o caso.

O que fazer durante?


1

Convide o grupo que participará da leitura da história para se acomodar


no espaço escolhido por você, dizendo que as crianças podem se sentar
da forma mais confortável para participar da leitura de história. Fale que,
antes de começar a leitura, você gostaria de compartilhar com elas quem
é o autor da história, quem fez os desenhos para este livro ou quem tra-
duziu a história para nossa língua, se for o caso.

Possíveis falas do professor neste momento: Pessoal, hoje eu preparei


uma história para ler para vocês! Vocês sabiam que (nome do autor)
escreveu esta história? Mas ele escreveu em outra língua. O (nome do
tradutor) foi quem traduziu a história, ou seja, passou da língua em que
foi escrita para a nossa. Ah, aqui está escrito também que (nome do ilus-
trador) foi quem fez os desenhos para este livro, ele é o ilustrador!

Depois desta apresentação, mostre para as crianças a capa do livro. Diga


que, antes de começar a leitura, você gostaria que elas falassem um pou-
co sobre a capa. Faça perguntas sobre os elementos que estão na capa,
com foco na antecipação da narrativa. Lembre-se que você é um dos mo-
delos de leitura para as crianças e que elas ainda estão compreendendo
que a capa faz parte do processo de leitura do livro. Portanto, nesta pro-
posta, é importante que você as ajude com perguntas instigantes e perti-
nentes. Por exemplo, se houver um animal correndo de outro na capa do
livro, comece perguntando se as crianças sabem quem são e o que estão
fazendo. Pergunte se eles se relacionam em algum momento da narrativa
e as instigue questionando se elas têm alguma pista do que acontecerá
nesta história.Folheie as páginas do livro, como forma de auxiliar as hi-
póteses das crianças acerca do que acontece na narrativa.

Possíveis falas do professor: Crianças, antes de começar a leitura da his-


tória, eu gostaria que vocês olhassem a capa deste livro. O que vocês
estão vendo na capa? O que será que acontece com estes personagens?
Vocês acham que eles se encontram na história?
Por exemplo: Ah! vocês acham então que esse ratinho está correndo do
urso nessa história? Será que é isso que vai acontecer? Vamos ler para
saber? .

Inicie a leitura da história, utilizando todo o repertório de entonações na


fala ou expressões que você já tinha preparado antes.

Convide as crianças a falarem sobre a parte da história que mais gosta-


ram de forma espontânea. Este é um momento de escuta ativa que pode
te ajudar a escrever registros sobre a atividade. Dialogue, relembrando as
hipóteses que as crianças fizeram no início da proposta e relacionando as
possibilidades que levantaram sobre a capa do livro com os elementos da
narrativa.

Algumas crianças podem escolher não se expressar de forma verbal.


Acolha também esta opção, afinal, a apreciação tem diversas formas de
manifestar.

Possíveis falas do professor: Crianças, o que acharam desta história?


Quem gostaria de comentar? Antes de começar nossa história, vocês
lembram que conversamos sobre a capa do livro? Vocês acham que o que
observaram na capa foram dicas para que descobrissem algumas coisas
na história antes de lermos todo o livro? Vocês concordaram com o que
o personagem fez? Fariam diferente? O que fariam? .

Para finalizar:

Ao finalizar, convide as crianças para organizar o espaço que vocês utili-


zaram. Caso tenha optado por dividir o grupo, após os dois grupos te-
rem ouvido a história convide todos para a organização da atividade em
que estiveram envolvidos.
Desdobramentos
Considere realizar a proposta com outros livros, observando as estraté-
gias que as crianças constróem a cada nova leitura. Proponha a leitura de
outros gêneros literários, como poesia, por exemplo, ampliando o reper-
tório do grupo.

Engajando as famílias
Combine com as crianças que poderão levar o livro para a casa em dias
alternados, para que possam apreciar o livro em outro momento e am-
biente. Você pode propor que elas contem para as famílias o que vocês
descobriram juntos sobre a capa do livro.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta proposta é necessário que você faça uma seleção de um livro
para leitura cotidiana com o seu grupo. Selecione um livro de narrativa
com a estrutura de começo, meio e fim, com acontecimentos encadea-
dos. Leia o livro para conhecer bem a história. Perceba a série de acon-
tecimentos do enredo e procure identificar os momentos da história nos
quais você pode fazer pausas estratégicas. Tais pausas devem anteceder
os momentos mais emocionantes da narrativa, permitindo que as crian-
ças possam fazer conexões ou hipóteses do que acontecerá depois. Caso
ache necessário, use uma marcação definida por você para te auxiliar a
lembrar os acontecimentos mais pertinentes do livro escolhido.

Materiais:

Para esta proposta é necessário um livro para a leitura.

Espaços:

Antecipe um espaço em que o grupo de crianças se sinta confortável


e acolhido para a leitura da história, considerando que elas consigam
acompanhá-la com qualidade, para que possam trocar com você as hipó-
teses de antecipação do enredo. Pondere dividir as crianças em pequenos
grupos, caso seja mais adequado para sua turma. Para tal, garanta um
planejamento em que um grupo estará com você, escutando a história,
e o outro estará em uma proposta que já realizam com autonomia, por
exemplo, jogos de construção, brincadeiras nos cantos da sala ou uma
massinha.
Tempo sugerido:

Aproximadamente 40 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como as crianças reagiram ao ser surpreendidas com a pausa na his-


tória? Tiveram pressa em propor ideias para que continuasse a leitura?

2. Quais soluções que as crianças utilizam para os enredos? Elas se repe-


tem quando você conta a mesma história? As crianças estão acolhendo
os diferentes pontos de vista para as hipóteses dos colegas?

3. As crianças solicitam que você repita a história com a mesma estraté-


gia de antecipação?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada crian-
ça ou do grupo. Caso identifique alguma dificuldade individual de algu-
ma criança, proponha possibilidades para que ela possa acompanhar a
história com o grupo, oferecendo que ela fique mais próxima de você, se
for o caso.

O que fazer durante?


1

Convide o grupo que participará da leitura da história para se acomodar


no espaço escolhido por você, dizendo que as crianças podem se sentar
da forma mais confortável, pois você preparou uma história para ler.

Apresente o livro para elas, perguntando sobre detalhes da capa ou da


contracapa, imagens ou personagens que aparecem nas primeiras pági-
nas, já instigando o grupo a perceber detalhes importantes da narrativa.

O momento de apresentação do livro é um movimento importante da


leitura. Ele fortalece as estratégias de leituras das crianças. Outro pon-
to essencial diz respeito à apresentação das características de um livro.
Ações assim oferecem para as crianças, em seu cotidiano, a construção
de saberes, apoiados em bons modelos leitores.

a.

Possíveis falas do professor: Pessoal, hoje eu preparei uma história para


ler para vocês! O livro de hoje se chama (nome do livro) e quem escre-
veu foi (nome do autor). Olhem a capa do livro, sobre o que vocês acham
que é esta história?
2

Conte para as crianças que você começará a leitura mas, que, em alguns
momentos, você fará uma parada especial para que elas tentem descobrir
como a história continua.

Inicie a leitura e, na primeira parada planejada por você, instigue as


crianças a falar como elas acham que a história continua. Acolha as hi-
póteses e dialogue com o grupo.

Lembre-se de que os momentos escolhidos para suspender a história


estão ligados à continuidade da narrativa, você pode, portanto, brincar
com o suspense, despertando no grupo o envolvimento com a leitura,
por meio das reações.

Possíveis falas do professor: E agora pessoal, o que será que aconteceu?


Vocês viram o que o personagem fez? Quem tem alguma ideia? Como
vocês acham que ele resolveu a situação?

Quando perceber que o grupo já esgotou as hipóteses, retome a leitura


da história e estabeleça um diálogo com as falas das crianças. Cuide para
que essa parada não se prolongue, de forma que se perca a fluidez da
narrativa. Equilibre os momentos de paradas e de leitura, deixando que
você e que o grupo se envolvam de forma prazerosa com a narrativa.

Possíveis falas do professor: Vamos descobrir o que aconteceu? Depois


de tudo que vocês falaram, estou até com medo de como continua esta
história! Vou ler para vocês. Aconteceu o que vocês pensaram? Nossa,
nós nem imaginávamos que o personagem iria resolver desse jeito! Será
que ainda temos mais surpresas? Vamos continuar!

Siga a leitura até o final, fazendo as paradas que você programou. Ao ter-
minar a história, convide as crianças para expressar como foi lê-la dessa
maneira.

Para finalizar:

Ao finalizar, convide as crianças para organizar o espaço que vocês utili-


zaram. Caso você tenha optado por dividir o grupo, após os dois grupos
terem ouvido a história, convide-os, também, para a organização da ati-
vidade em que estiveram envolvidos.

Desdobramentos
Considere repetir a proposta com diversos. livros. Há várias histórias
infantis com enredos inusitados, cheias de suspenses e de mistérios. Pla-
neje a leitura desses livros! A garotada vai amar!

Engajando as famílias
Escreva para as famílias contando essa estratégia de leitura diferente, re-
alizada com o grupo. Proponha que as crianças levem o livro para a casa,
combinando que elas compartilhem como foi a leitura da história. Uma
estratégia interessante é realizar a filmagem desses momentos e, depois,
compartilhá-la com as famílias, comentando a riqueza das hipóteses que
as crianças constroem a partir da leitura.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta proposta, escolha um livro no qual as ilustrações revelam o que


está escrito no texto, que tenha boa qualidade de imagens e que não faça
parte do repertório de livros do grupo de crianças. Observe a importân-
cia de analisar as imagens, assegurando a qualidade visual, para que as
crianças possam traduzir suas impressões como forma de antecipação da
leitura, garantindo uma relação de qualidade com a proposta. Pesquise
algumas informações acerca do ilustrador do livro, enriquecendo seu
repertório e olhando para os aspectos gráficos da obra.

Preparamos aqui, uma sugestão de títulos que podem compor esta pro-
posta.

Materiais:

Para esta proposta é necessário um livro com boa qualidade gráfica de


ilustrações. É importante considerar mais de um exemplar do mesmo
livro, para garantir uma boa circulação entre as crianças.

Espaços:

de crianças se sinta confortável

Antecipe um espaço considerando que sua estrutura proporcione rela-


ções de acolhida e conforto para o grupo de crianças, de maneira que
elas construam relações de qualidade com a história. Considere que elas
precisam acompanhar as imagens. Portanto, pondere dividir as crianças
em pequenos grupos para a proposta, caso seja mais adequado para a
turma. Para tal, garanta um planejamento em que um grupo estará com
você escutando a história e outro grupo estará em uma proposta que já
realizam com autonomia, como, por exemplo, jogos de construção, brin-
cadeiras nos espaços da sala ou uma massinha.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 40 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como as crianças acolheram sua proposta de leitura de história por


meio das imagens? Como reagiram? O que disseram?

2. O que chamou mais atenção das crianças ao observarem as imagens?


Foi possível fazer a antecipação da história? A história contada pelas
imagens ficou parecida com a original?

3. Como o grupo se apoiou no momento da leitura por imagens? Apro-


veitaram a ideia lançada por um amigo de forma a considerar a continui-
dade da narrativa? Elas sugeriram diálogos e sentimentos para os perso-
nagens?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Caso identifique alguma necessidade individual das crian-
ças, proponha possibilidades para que ela possa acompanhar a história
com o grupo, fazendo o convite e oferecendo que ela fique mais próxima
de você.

O que fazer durante?


1

Convide as crianças para se acomodarem no espaço escolhido por você.


Diga que você preparou uma história diferente. Conte que hoje, antes da
leitura do texto, vocês tentarão descobrir a história do livro por meio da
observação das imagens.

Apresente o livro para as crianças, perguntando sobre detalhes da capa


ou contracapa, imagens ou personagens que aparecem nas primeiras pá-
ginas do livro, já instigando o grupo a perceber detalhes gráficos da obra.

Considere que o momento de apresentação fortalece as estratégias de


leituras das crianças, oferecendo uma relação de qualidade quanto ao
conhecimento das características que compõem um livro. Essas ações
oportunizam às crianças construírem, em seu cotidiano, saberes apoia-
dos em bons modelos leitores.

Possíveis falas do professor: Pessoal, hoje nós começaremos a leitura


de uma história de uma forma diferente! Antes de ler o texto do livro,
vamos descobrir como é esta história por meio das imagens. O livro se
chama (nome do livro) e quem escreveu foi (nome do autor). Quem fez
as imagens se chama (nome do ilustrador). Olha a capa do livro, sobre o
que vocês acham que é esta história?
2

Comece a virar as páginas do livro e, em cada ilustração, convide as


crianças a lançarem suas hipóteses sobre a história. Convide de tal forma
que as crianças sintam-se livres para apresentarem suas ideias expressan-
do-se por meio de diversas linguagens. Acolha essas ideias de forma que
as crianças se sintam livres para lançar suas hipóteses sobre a narrativa
da história por imagens.

Possíveis falas do professor: Pessoal, o que será que acontece neste mo-
mento da história? Será que conseguimos adivinhar por esta imagem? O
que vocês acham que esta imagem quer dizer?

Ao terminarem a leitura do livro, considerando as imagens, conte para


as crianças que agora você fará a leitura do texto do livro. Combine que
juntos descobrirão se as hipóteses feitas na interpretação da imagem se
aproximam da história.

Após a leitura, convide as crianças a expressarem as similaridades ou


diferenças da história contada a partir das imagens e da história lida. É
importante que você as ajude a perceber que interpretar as imagens tam-
bém é uma maneira de ler uma história. Convide as crianças a falarem
como elas se sentiram nas duas leituras da história.

Possíveis falas do professor: Pessoal, o que vocês acharam destas duas


maneiras que lemos a história? Quando estávamos vendo as imagens,
como foi a nossa história? E depois que lemos o texto? Como a história
ficou? Nós lemos a história de duas maneiras diferentes! O que vocês
acharam?

Para finalizar:
Ao finalizar, convide as crianças para organizarem o espaço que vocês
utilizaram. Caso você tenha optado por dividir o grupo, após os dois
grupos terem ouvido a história, convide a todos para a organização da
atividade em que estiveram envolvidos.

Desdobramentos
Considere selecionar outros livros para fazer a leitura das imagens com
as crianças. Há livros de poemas que também têm ilustrações muito ri-
cas. Você pode usá-los e ampliar, assim, a percepção de um texto poéti-
co.

Engajando as famílias
Escreva para as famílias contando esta estratégia de leitura diferente rea-
lizada com o grupo. Você pode propor que as crianças levem o livro para
a casa, combinando que elas compartilhem com as famílias a interpreta-
ção das imagens. Uma estratégia interessante é realizar a filmagem destes
momentos e, depois, compartilhar, comentando a riqueza das hipóteses
que as crianças constroem a partir da interpretação das imagens e depois
da leitura do texto.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta proposta escolha uma história em que acontecem enganos.


Elas, geralmente são caracterizadas quando algum personagem pratica
uma ação mas, no enredo, fica claro que sua intenção era outra, gerando
situações de tensão, medo ou humor. Preparamos uma coletânea de al-
guns títulos que trazem em sua narrativa situações de engano. Você pode
acessá-la aqui. *

Observe que você precisa conhecer bem a história que escolher, prepa-
rando-se para fazer uma leitura de qualidade, respeitando as pausas, as
entonações e as características desse tipo de enredo, garantindo a flui-
dez da história, encadeando os acontecimentos como sugere o escritor
e fazendo mediações para as crianças pensarem sobre a relação entre as
características das personagens, suas intenções e ações ao longo da nar-
rativa.

Materiais:

Para esta proposta é necessário que você selecione uma história com en-
gano.*

Espaços:

Organize um espaço considerando que sua estrutura proporcione sen-


timento de acolhida e conforto para o grupo de crianças, de maneira
que elas sintam-se confortáveis para acompanhar a história. Considere
organizar a turma em pequenos grupos para a proposta, caso seja mais
adequado para seu contexto. Para tal, garanta um planejamento em que
um grupo estará com você escutando a história e o outro estará em uma
proposta que já realizam com autonomia, por exemplo, brincando com
jogos de construção, fazendo brincadeiras nos espaços da sala ou mani-
pulando uma massinha.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 40 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Ao interagir com a narrativa, as crianças reconhecem as situações de


engano e fazem relações com as características da personagem? *

2. Quando aparecem os momentos de engano, qual é a reação das crian-


ças? Elas acham engraçado, sentem medo ou têm alguma outra reação?

3 .Na conversa sobre as situações de engano, quais comentários as crian-


ças fazem? Elas fazem articulações ou aproximações entre as intenções
da personagem e suas ações? Elas questionam ou problematizam essas
situações?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Caso identifique alguma necessidade individual das crian-
ças, proponha possibilidades para que ela possa acompanhar a história
com o grupo, fazendo o convite e oferecendo que ela fique mais próxima
de você, por exemplo. Em algumas situações, as crianças não querem
estar envolvidas na contação, respeite esse movimento, sugerindo pro-
postas que podem ser concomitantes à contação, por exemplo, um jogo
de montar. *

O que fazer durante?

Convide as crianças para se acomodarem no espaço escolhido. Quando


todas estiverem acomodadas, diga a elas que você escolheu uma nova
história para o momento de leitura do dia. Conte ainda que após a lei-
tura vocês conversarão um pouco mais sobre a história. Apresente o li-
vro para as crianças, perguntando sobre detalhes da capa, das imagens
ou de personagens que aparecem nas primeiras páginas do livro, a fim
de aproximá-las da obra, dando espaço para que elaborem hipóteses de
antecipação do conteúdo da história. Destaque as personagens da histó-
ria, convidando as crianças para descobrir quem são e como agem é uma
estratégia que as aproxima da possibilidade de compreensão das peculia-
ridades desse tipo de enredo. Conte ainda quem a escreveu, ilustrou ou
traduziu. Considere que o momento de apresentação fortalece as estraté-
gias de leitura e de escuta das crianças, oferecendo uma relação de qua-
lidade quanto ao conhecimento das características que compõem uma
história. Essas ações oportunizam a elas construir, em seus cotidianos,
saberes apoiados em bons modelos leitores.
a

Possíveis falas do professor: Pessoal, hoje eu trouxe uma nova história


para o nosso momento de leitura. Quando eu terminar a leitura, vamos
conversar sobre a história. Vejam, eu trouxe este livro. Aqui está o título.
Olhando para o título sabem me dizer que história seria essa? E os per-
sonagens, como serão, quais são suas características? O que vocês acham
que os personagens fazem nessa história? Nossa tem uma raposa! O que
ele faz na história?

Leia a apresentação que está na contracapa do livro. Conte para as crian-


ças que ali encontra-se um pequeno resumo da história. Geralmente,
nessa apresentação, em histórias com engano, o texto deixa no ar uma
pergunta para aguçar a curiosidade do leitor sobre a ação do persona-
gem. Apoie-se nessa pergunta para instigar no pensamento sobre a ela.

so

Após essa leitura, convide-as para ouvir a história e descobrir o que


acontece. Considere fazer uma pausa na primeira vez em que o persona-
gem que engana aparece, instigando as crianças a pensar por que a per-
sonagem agiu dessa forma. Nesse momento, questione sobre o que acon-
tecerá, pautando-se na narrativa escolhida.

..*

Ao terminar a história, investigue junto ao grupo quais foram as impres-


sões acerca da narrativa, acolhendo as percepções que as crianças trazem
acerca da narrativa. Neste momento, comece a fazer perguntas sobre
o(s) momento(s) de engano, resgatando, inclusive, algumas reações das
crianças. Observe que um ponto importante das histórias com engano
é a percepção de que alguns personagens praticam uma ação, porém, a
intenção é outra. Portanto, articule perguntas que instiguem as crianças
nesse sentido. .

Possíveis falas do professor: Pessoal, o que vocês acharam dessa histó-


ria? E o que vocês acharam do personagem (nome do personagem) que
queria fazer (descreva a ação) mas, na verdade, queria fazer outra coisa
(descrever a intenção)? E o que aconteceu com a história depois disso? E
vocês acharam engraçado, tiveram medo ou ficaram preocupados com o
que iria acontecer depois? Por que vocês acham que a personagem agiu
dessa maneira? Haveria outra forma? O que aconteceria se ela agisse
assim como vocês pensaram? Vocês conhecem outra histórias em que o
personagem agem assim?

**
Para finalizar:

Ao finalizar, convide as crianças para organizar o espaço que vocês utili-


zaram. Caso você tenha optado por dividir o grupo, após os dois grupos
terem ouvido a história, convide-os, também, para a organização da ati-
vidade em que estiveram envolvidos.

Desdobramentos
Selecione outros livros de histórias com engano e realize outros mo-
mentos como este para que as crianças possam compreender progressi-
vamente esse tipo de enredo. As crianças demonstram interesse nesses
personagens que agem de uma forma ambígua e é possível explorar mais
suas características, criando um repertório muito rico. Com ele, o grupo
pode criar peças teatrais, recontos e filmagens das histórias com enga-
no.*

Engajando as famílias
Escolha um momento de abertura ou encerramento de uma reunião
com as famílias e faça a mesma dinâmica do plano, contando para as
famílias o que são histórias de engano e apresentando o registro de como
foi contar para as crianças esse tipo de repertório.
O que fazer antes?
Contextos prévios:

O dia a dia é cheio de transformações e desperta o interesse das crianças


por explorar, investigar e conhecer mais sobre o mundo que as cerca.
Nesse sentido, a sombra, além de chamar a atenção delas, é um fenô-
meno rico em possibilidades de exploração. Esta atividade foi inspirada
pelas propostas apresentadas por este material, capítulo Luz e Sombra,
página 92. Aproveite para consultá-lo, conhecer mais sobre o assunto e
propor muitas outras investigações! É interessante que você se aproveite
das situações do dia-a-dia em que as sombras aparecem (como brincar
de pular a sombra dos colegas no chão) instigando a turma a olhar para
esse fenômeno.Esta proposta busca um caminho diferente, em vez de
iniciar com o experimento da sombra, as crianças terão a oportunidade
de explorar diversas fontes de pesquisa como forma de investigação e,
posteriormente, confrontar as informações em um ou mais experimen-
tos sobre o fenômeno.

Materiais:

Disponibilize diversos materiais como fontes de pesquisa, organizando-


-os de maneira convidativa e acolhedora em mesas ou tapetes e almofa-
das, em alguns cantos ou estações, como:

1) Revistas, livros de pesquisa ou textos impressos adequados para a fai-


xa etária e de fontes como estas: Recreio online ou CiênciasHojeCrian-
ças.

2) Imagens impressas e livros de literatura infantil que versem sobre o


tema.
3) Conforme disponibilidade, utilize notebook, celular ou tablet para a
reprodução de pequenos vídeos que abordem o fenômeno sombra, como
por exemplo: Teatro de sombra com as mãos, Brincando com sombras.

Materiais para registro: quadro ou cartaz, giz ou canetão, papel sulfite e


lápis de cor.

Espaços:

Esta atividade se iniciará na sala, a partir da investigação dos materiais


de pesquisa disponibilizados nos cantos previamente organizados pelo
professor. Depois será realizada em uma área externa, que poderá ser
visitada diversas vezes no mesmo dia para as observações. É importante
que o professor escolha um local que disponha de algum objeto fixo que
as crianças possam ter como referência durante suas observações, como
uma árvore, poste ou algum muro da escola. Para que a observação seja
viável, é necessário que a atividade seja realizada em um dia de sol.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora e 15 minutos. É importante que as obser-


vações na área externa aconteçam em momentos distintos, de forma que
você possa se organizar para realizar outras atividades da rotina nos in-
tervalos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quais são as hipóteses iniciais e os questionamentos das crianças em


relação ao fenômeno de projeção da sombra?Como elas se envolvem
durante a investigação com os materiais de pesquisa, buscando respostas
para suas questões?

2. Quais são as diferentes hipóteses que surgem ao longo do processo


investigativo? Como as crianças se organizam para fazer observações e
registros das sombras?
3. Como reagem com a confirmação ou não de suas hipóteses iniciais na
conversa com o grande grupo? Quais são as novas perguntas que surgem
a partir do que foi observado?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada crian-
ça ou do grupo.

Esta proposta permite que as crianças exerçam sua autonomia, com par-
ticipação ativa no desenvolvimento da atividade. Esteja atento para que
sejam valorizados diferentes interesses e açõesde todas as crianças: na
manifestação de suas ideias, na investigação, nos registros, dentre outras;
oferecendo o apoio necessário, favorecendo a cooperação entre elas, em
especial nos momentos de deslocamento, de detalhamento e descrição
dos experimentos e de seus resultados. Considere outras alternativas
para aquelas que não quiserem se envolver na situação.

O que fazer durante?

Reúna as crianças no grande grupo e relembre com elas algum momento


que o fenômeno da projeção da sombra tenha sido tema do grupo, como
em brincadeiras de pega pega de suas sombras no pátio, de participação
em um teatro de sombras, ou outro. Instigue-as a falar sobre o fenôme-
no: o que é a sombra? Onde podemos observá-la? Ela está sempre no
mesmo lugar? Do mesmo jeito? Registre suas hipóteses iniciais e tam-
bém seus questionamentos sobre o tema no quadro ou em um cartaz.
Mostre que você organizou cantos com diversos materiais para que pos-
sam aprender mais sobre as sombras. Sugira que se reúnam em peque-
nos grupos para que possam circular entre os cantos para escolher se
irão transitar entre eles, investigando as diferentes fontes, ou permanecer
em um mesmo canto, se preferirem, combinando de conhecer as outras
fontes de pesquisa em outro dia.

Diga para as crianças que elas podem assistir aos vídeos, manipular as
imagens, pesquisar nos textos e livros que foram disponibilizados nas
estações para conhecer mais sobre as sombras. Adiante para a turma que
todos terão 20 minutos para a exploração dos materiais, para que pos-
sam depois compartilhar o que descobriram no grande grupo, e auxilie
no controle do tempo, para que possam se programar. Enquanto circu-
lam pela sala, esteja atento a como se dão as interações das crianças com
os materiais nos pequenos grupos: como se dividem para o uso dentro
do próprio grupo, quais hipóteses e argumentações que surgem diante
de um texto ou uma imagem, as trocas de materiais que realizam duran-
te esta investigação etc. Procure, neste momento, além de observar, ofe-
recer apoios necessários e também fazer questionamentos que instiguem
o olhar e a curiosidade das crianças sobre o que estão vendo.

Possíveis falas do professor nesse momento: Ao chegar em um grupo que


aprecia as imagens, pergunte: Nossa, essa sombra é diferente dessa, vocês
repararam? No que elas se diferem? Ah, uma é mais comprida do que a
outra. Por que será que isso acontece? Vocês perceberam que algumas
sombras são mais escuras (opacas) e outras mais claras (translúcidas)? O
que será que faz com que isso aconteça?
3

Tenha o cuidado de não se antecipar, mas esteja disponível caso alguma


criança solicite sua presença. É importante perceber qual é a necessidade
de cada pequeno grupo neste momento: os grupos que optaram pelos
textos podem necessitar de um auxílio maior na leitura, enquanto os que
estão utilizando vídeos talvez precisem de ajuda quanto ao uso da tec-
nologia ou para compartilhar os materiais. Já os grupos com imagens e
literatura infantil podem não requisitar tanto o seu acompanhamento.
Adiante para as crianças que para a próxima etapa elas irão selecionar
algum material das fontes de pesquisa para compartilhar o que observa-
ram nele com todos no grande grupo. Retome ao registro das hipóteses
e questionamentos (etapa 1) auxiliando-as na busca de informações nos
materiais disponibilizados. Faltando cinco minutos para o término desta
etapa, avise as crianças que elas precisam finalizá-las, para que tenham
a oportunidade de investigar algum último material que não viram ain-
da ou já pensar sobre o que irão utilizar na etapa de socialização. Avise
novamente em três minutos. Terminado o tempo, peça que selecionem
o que irão compartilhar com o grande grupo e que guardem os demais
materiais nos cantos em que estavam, convidando-os para se reunirem
novamente em roda.

No grande grupo, convide as crianças para mostrar os materiais sele-


cionados e socializar o que aprenderam a partir deles.… Registre essas
novas considerações e, a partir delas, proponha outras problematizações,
favorecendo o diálogo e a argumentação das hipóteses.

Pergunte às crianças o que podem fazer para confirmar algumas dessas


descobertas. Registre as diversas ideias de experimentos das crianças,
como: observar suas próprias sombras, observar as sombras de objetos,
fazer um teatro de sombras, dentre outras. Combine que podem fazer
várias delas, mas sugira que neste primeiro momento se dirijam para
observar na área externa se encontram alguma sombra e que façam re-
gistros a partir do que irão observar lá.
Possível fala do professor nesse momento: Um dos grupos comentou
que para o teatro de sombra precisa de uma luminária para aparecer os
personagens no lençol. Aproveite-se deste interesse para questionar: E as
sombras que vocês viram nas imagens, das árvores, das casa, como que
aparecem? Será que temos sombra todos os dias? O dia todo?

Peça o auxílio das crianças para levar papel e lápis de cor para os regis-
tros e se dirija com o grande grupo até um local com sol na área externa.
Convide-as para caminhar em busca de sombras e provoque reflexões,
com perguntas como as seguintes: o que acontece com nossa sombra
quando andamos? Será que há sombras que não estão se movendo? Por
que? Chame a atenção delas para outros elementos do ambiente nes-
te momento, como a posição do sol no céu ou a quantidade de nuvens.
Oriente que observem bem como estão as sombras nesse espaço, apon-
tando principalmente objetos fixos como referência: uma árvore, um
poste ou um muro. Sugira que se posicionem confortavelmente para,
individualmente, fazer um desenho das sombras que podem ser obser-
vadas neste momento e que terão dez minutos para a realização do dese-
nho. Combine com o grupo que vocês irão retornar mais algumas vezes
à área externa para verificar se alguma coisa mudou. Auxilie as crianças
no controle do tempo, para que possam se programar em suas produ-
ções. Caso alguma não se interesse pelo registro da observação em si,
convide-a para fazer alguma outra composição que a agrade.

Retorne com as crianças mais algumas vezes até esse mesmo local, para
que observem o que mudou. É interessante dar um tempo de intervalo
entre as observações, para que as crianças possam observar elementos
como a mudança de direção das sombras a partir de uma nova posição
do sol, ou como uma área que estava exposta ao sol agora está com som-
bra etc. Estimule que contem sobre as mudanças que estão observando
e oriente que façam um novo registro a partir dessas observações, auxi-
liando no controle do tempo para que possam colocar em seu registro
suas contemplações.

Para finalizar:

Ao término do último registro, convide as crianças para uma nova roda


de conversa com o grande grupo na qual vão falar sobre as observações
que fizeram ao longo do dia. Caso haja algum espaço agradável próximo
ao local observado, se acomodem lá mesmo. Caso isso não seja possível,
retornem à sala para realizar essa etapa, mas é importante ter em mãos
todos os registros que foram feitos no dia, para que possam compará-los
nessa conversa. Leia para as crianças novamente as hipóteses levantadas
no início da atividade e as considerações que foram feitas a partir das
fontes de pesquisa, incentivando-as a compará-las com o que descobri-
ram em suas observações, com o apoio do registro realizado (desenho).
Aproveite para conversar sobre o que acharam do processo investigativo,
do que gostaram ou não gostaram, se tem alguma outra coisa que ainda
querem saber sobre as sombras e quais outras experiências podem rea-
lizar para descobrir mais sobre o assunto.Registre também as novas su-
gestões do grupo, para que possam realizá-las em outro momento. Após
conclusão da conversa, organize o espaço com as crianças e siga para a
próxima atividade do dia.

Desdobramentos
Novas questões podem surgir a partir dessas investigações, como dúvi-
das sobre o movimento do sol, diferentes fontes de luz como lanternas
ou lâmpadas. As crianças podem observar, por exemplo, diferentes opa-
cidades nas sombras e querer saber por que isso acontece. Incentive-as,
possibilitando a busca de informações em outras fontes, ou até mesmo
revisitando os materiais que já analisaram, agora com outro olhar. Vocês
podem realizar também outros experimentos sobre este fenômeno, como
acompanhar a sombra de um mesmo objeto, riscando-a com giz no chão
ao longo de um dia inteiro, fazer um teatro de sombras, experimentar
com lanternas, desenhar as sombras de pessoas e objetos no chão ou em
folhas de papel. Neste link você pode se inspirar com diversas propostas
de exploração com sombras na educação infantil. Aproveite!
Engajando as famílias
Incentive que as crianças contem para seus familiares sobre as descober-
tas que fizeram. Você pode ser o escriba de um texto coletivo que as con-
vide a pesquisar mais ou a realizar alguns experimentos em casa, junto
com suas famílias.

Vocês podem também expor os registros que foram feitos em um painel,


elaborando pequenos textos, por meio de escrita espontânea ou texto
ditado ao professor, que narrem o processo investigativo para as famílias.

Caso a escola disponha de meios digitais para compartilhar experiências,


como página no Facebook, site ou blog, utilize-se desses recursos para
divulgar as descobertas feitas pelas crianças.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

O dia a dia é cheio de transformações e desperta o interesse das crianças


por explorar, investigar e conhecer mais sobre o mundo que as cerca.
Neste sentido, os elementos da natureza, além de chamarem a atenção
das crianças, são materiais ricos em possibilidades de exploração. Esta
atividade foi inspirada pelas propostas apresentadas por este material
(página 71). Aproveite para consultá-lo e conhecer mais sobre o assunto
para colocar em prática não apenas nesta atividade, mas propondo mui-
tas outras investigações!

Materiais:

Recipientes grandes, como baldes e bacias, para coleta e disponibiliza-


ção de terra, areia e argila. Terra e areia, de acordo com a disponibili-
dade da escola, que podem estar no próprio tanque de areia ou em um
monte próximo, para que os pequenos grupos possam coletá-las. Argila
em quantidade suficiente para exploração, manuseio e construção pelas
crianças. Garrafas ou jarras plásticas com água. Materiais que possam
auxiliar na composição das crianças, como baldinhos e forminhas de
areia, potes, palitos, peneiras etc. Folhas, gravetos e pedrinhas podem ser
buscados pelas próprias crianças na área da brincadeira, se desejarem.
Suportes sobre os quais as crianças irão produzir suas obras, de forma
que elas possam movimentá-las, como pratos, vasilhas, tábuas de madei-
ra, tampas de pote de sorvete etc. Cartolina e canetinha, para que você
faça os registros das hipóteses das crianças (se tiver um cavalete para
apoio, melhor).

Se possível disponibilize fotos de esculturas feitas em diferentes mate-


riais, como pedra, madeira, barro, areia (podem ser impressas ou proje-
tadas) para que as crianças tenham referências durante a conversa ini-
cial. Celular ou câmera fotográfica para registro em fotos e vídeos.

Espaços:

Essa atividade deve ser realizada em alguma área externa onde as crian-
ças possam utilizar livremente os materiais e elementos disponíveis. É
necessário que o espaço seja organizado previamente. Caso a escola dis-
ponha de um tanque de areia e canteiros com terra, é interessante que o
espaço escolhido seja próximo à estas áreas. Caso isso não seja possível,
disponibilize para a turma a areia e a terra em bacias, assim como a ar-
gila. É ideal ter próximo ao local alguma torneira para a coleta de água
pelas próprias crianças. Depois das esculturas prontas, as crianças irão
levá-las para expôr e secar na sala de atividades. Se tiver um cavalete
disponível, deixe-o montado para fixar a cartolina para registro das hi-
póteses e ações das crianças. A etapa 1 e para finalizar acontecem na sala
de atividades.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora, levando em consideração a produção das es-


culturas e a conversa com o grande grupo.

Perguntas para guiar suas observações:

1.Como as crianças reagem à diversidade de materiais oferecida? Que hi-


póteses trazem sobre a utilização deles para construção de sua escultura?

2. Como se relacionam com as diferenças dos materiais disponíveis e


com as transformações observadas durante a experimentação? Que co-
mentários fazem com os colegas a respeito das investigações?

3. O que as crianças relatam sobre o processo de produção das escultu-


ras e diante das produções finais?Que relações fazem com suas hipóteses
iniciais sobre como utilizariam os elementos naturais para suas criações?
Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Atente-se para que sejam valorizadas as diferentes ações e
interesses de todas as crianças durante a atividade, seja interagindo com
os variados materiais disponíveis, nas trocas entre os pares, no grande
grupo, na manifestação de suas descobertas, sentimentos e impressões
sobre a vivência etc. Ofereça os recursos necessários para que isso seja
garantido, respeitando aquelas que não quiserem se envolver na situação.

O que fazer durante?

Na sala de atividades, reúna as crianças no grande grupo e pergunte a


elas se alguém já viu uma escultura, se sabem o que é e do que pode ser
feita. Para fomentar a conversa, caso a escola disponibilize do recurso
de impressão, é interessante levar algumas fotos de esculturas feitas em
diferentes materiais, como pedra, madeira, barro, areia.Você pode con-
seguir algumas imagens em catálogos de museus ou levar uma pequena
escultura para que elas possam conhecer, caso disponha de alguma.Dia-
loguem sobre como os artistas precisam tratar os materiais para compor
a escultura, aproveitando de vivências anteriores da turma na escola ou
com a família. Compartilhe a ideia de fazer uma escultura utilizando
alguns elementos da natureza disponíveis na escola.Digaque, para que
possam se envolver nas produções, as crianças irão realizá-las em uma
área externa. Explique que você já organizou no espaço alguns materiais
que poderão utilizar, instigando-as a levantarem hipóteses sobre o que
podem encontrar lá. Adiante que deverão se dividir em triospara a con-
fecção das esculturas. Peça que se organizem nos grupos para irem até
o local em que produzirão as obras. Se alguma criança preferir elaborar
sua construção sozinha ou em duplas, não se oponha.

Dirijam-se até a área externa que irão utilizar para a produção das escul-
turas. Transitem pelo espaço para ver o que encontram e pensar nas pos-
sibilidades de esculturas que podem fazer, nos elementos e objetos que
querem utilizar etc.

Enquanto vocês circulam pelo espaço, diga para as crianças que elas
podem utilizar os diferentes elementos da natureza: terra, areia, argila,
água, além de outros que podem ser coletados no local, como pedri-
nhas, gravetos e folhas. Observem juntos os outros materiais disponíveis,
como tampas plásticas, potes diversos, peneiras, palitos e forminhas.
Após as explorações podem fazer uma para conversarem sobre as possi-
bilidades de criação das esculturas. Questione as crianças sobre como a
areia, terra e argila poderão se transformar em uma escultura, registran-
do com elas (sendo você o escriba) estas primeiras hipóteses.

Combine que cadatrio pode realizar uma, duas ou até três esculturas,
como preferir, e sugira que planejem como farão a produção: se cada
criança irá utilizar exclusivamente um material para produzir algo, se
irão misturar os materiais, se as três produzirão juntas as obras etc. Mos-
tre que você separou algumas bacias com argila. Diga que disponibilizou
baldes e bacias vazios para que possam coletar terra ou areia em seu en-
torno, e garrafas plásticas para coletar água, que será utilizada nas es-
culturas, caso precisem. Adiante que terão 30 minutos para a produção
de suas obras, e que depois elas serão transportadas para a sala de ati-
vidades. Apresente os suportes que você separou, para que elas possam
montar as esculturas em cima deles, facilitando o transporte posterior.
Esteja atento às interações e descobertas das crianças, suas reações aos
materiais oferecidos, como se dão as coletas, suas escolhas e as primeiras
experimentações neste momento de decidir o que irão utilizar.

Tenha em mãos celular ou câmera para registrar este momento, de forma


que os registros possam ser socializados posteriormente com as crian-
ças. É interessante realizar registros em vídeos, pois mostrará melhor as
transformações dos materiais de acordo com as ações realizadas pelas
crianças.Caso alguma criança manifeste que não deseja participar da
brincadeira, convide-a para se envolver na atividade de uma outra for-
ma, seja te auxiliando nos registros ou utilizando os materiais disponí-
veis em outra brincadeira. Observe e apoie as iniciativas das crianças,
enriquecendo suas investigações na produção das esculturas e trazendo
elementos que ampliem as possibilidades de interação com os materiais.
Tenha o cuidado de não se antecipar as iniciativas das crianças ou dirigir
suas ações. Aproveite para se aproximar dos grupos e registrar na carto-
lina suas impressões do contato com estes elementos. Faça perguntas que
os instigue a pensar sobre as cores, texturas, cheiros, sensações térmicas,
dentre outros critérios que chamem a atenção em uma primeira experi-
mentação.

Incentive que, durante o processo criativo, as crianças investiguem, le-


vantem hipóteses, explorem e façam descobertas, de forma que possam
observar e comentar sobre as semelhanças e diferenças dos materiais e
o que acontece quando adicionam água ou misturam outros elementos,
como argila e areia. Lembre-se que o objetivo não é apenas o de criar
uma escultura, mas, principalmente, investigar as possibilidades a partir
das ações sobre os materiais disponíveis até se chegar ao produto final.
Um possível desmoronamento de uma escultura de areia, por exemplo,
pode provocar nas crianças diversos questionamentos do porquê deste
material se apresentar desta forma, diferentemente dos outros.Assim,
observe as explorações que acontecem nos grupos e aja de forma a po-
tencializar as descobertas das crianças, seja sugerindo o uso de diferentes
recipientes ou a mistura de diferentes elementos para obter outros resul-
tados.

Nem todas as explorações e investigações fazem parte da elaboração das


esculturas, mas são importantes momentos de pesquisa das possibilida-
des de uso dos materiais disponíveis. As crianças podem misturar diver-
sos elementos e adicionar água. Talvez a consistência fique muito líquida,
sendo necessário começar tudo de novo, ou, pelo contrário, fique muito
dura, impedindo a possibilidade de dar a forma. Não interfira no proces-
so investigativo dando respostas, mas problematize para que as crianças
busquem sempre levantar e testar hipóteses, confrontá-las, argumentar
sas escolhas e ações, fazer novas tentativas e descobertas etc.

Possíveis ações das crianças neste momento: Você percebe que uma
criança tenta utilizar uma das forminhas para criar uma escultura com a
terra, mas ela observa que, ao retirar a forma, ela se desmancha. Pergun-
te como ela acha que poderia mudar a consistênciadeste elemento para
melhor atender às necessidades.
7

Passados 25 minutos do início da atividade, informe que, em 5 minutos,


elas deverão finalizar as esculturas e transportá-las até a sala de ativida-
des, para que sejam guardadas até a secagem. Fale novamente em três
minutos. Terminado o tempo, combine para deixarem a escultura no
local enquanto organizam os materiais nos locais indicados por você.
Devolva a areia e a terra que sobraram aos locais de origem. Dê um des-
tino adequado à água, como regar as plantas. Armazene a argila de uma
forma que não seque. Caso tenha sobrado argila sem uso que será utili-
zada em uma próxima ocasião, uma sugestão é envolvê-la em jornal bor-
rifando água todos os dias para mantê-la úmida até que ela seja utilizada
novamente. Se ainda assim ela endurecer, utilize esta técnica para hidra-
tá-la novamente quando for utilizar.

Assim que os materiais estiverem organizados, auxilie os trios a trans-


portar as esculturas com cuidado até a sala. Peça ajuda das crianças para
encontrar um local na sala em que as esculturas possam permanecer
durante alguns dias, para que vocês possam observá-las até secarem. O
ideal é que seja um local da altura das crianças, como alguma prateleira,
mas que não seja espaço de passagem ou de muito movimento. Assim,
podem acompanhar o processo sem correr o risco de quebrar alguma es-
cultura acidentalmente. Após acondicioná-las, oriente que as crianças se
dirijam ao banheiro para lavar as mãos, para que possam se reunir nova-
mente no grande grupo.

Para finalizar:

Retornando à sala de atividades, converse com as crianças nogrande gru-


po sobre como foi a experiência de construir esculturas com diferentes
elementos da natureza.Incentive-as a se manifestar sobre como se sen-
tiram durante a brincadeira, se havia algum material que chamou aten-
ção, se era conhecido ou desconhecido por elas, quais misturas fizeram
e deram certo, quais não deram, porque e como resolveu a situação etc.
Evite antecipar as falas delas e respeite aquelas que não querem falar nes-
te momento. Leia para as crianças o que foi registrado (cor, textura, con-
sistência, sensação térmica) e suas primeiras ideias sobre como fariam as
esculturas. Possibilite que manifestem novas impressões e descobertas a
partir das transformações observadas nos materiais durante a atividade.
Pergunte se já viram o que acontece com a areia, argila e terra depois que
secam e o que acham que irá acontecer com as esculturas. Registre tam-
bém essas hipóteses para que possam confrontá-las assim que as obras
estiverem secas. Veja o que mais precisa ser organizado na sala para que
se dirijam à próxima atividade do dia.

Desdobramentos
Convide os pequenos a pensarem em nomes para suas obras, registrando
em pequenos cartazes por meio de escrita espontânea ou com sua ajuda
como escriba. Favoreça a observação das esculturas a cada dia, até que
sequem completamente, ampliando os registros já iniciados. Ao secarem,
reúna-se novamente com o grupo para conversarem a partir das hipóte-
ses que foram registradas e sobre o observado. O que ocorreu? Houve al-
teração de cor? Se algo quebrou ou não colou, por que aconteceu? Como
podemos arrumar? As fotos e vídeos realizados durante a atividade tra-
zem também possibilidades ricas de reflexões sobre suas experimenta-
ções. Essas conversas podem gerar momentos de pesquisa em materiais
diversos (internet, livros, revistas) para buscar respostas aos questiona-
mentos das crianças.

Engajando as famílias
Você pode organizar junto com as crianças uma exposição das esculturas
(que antes podem ser pintadas, se desejarem), convidando os familiares
para as verem em algum momento de saída. Os registros, escritos e por
fotos, podem compor esta exposição, fixados como uma linha do tempo
em que seja possível observar os diferentes estados e as transformações
dos materiais que foram utilizados. Favoreça que as crianças contem
aos familiares sobre suas experimentações e o processo de produção da
escultura. Se a escola se utilizar de redes sociais para a socialização das
experiências, como website/facebook/blog ou grupos de whatsapp, com-
partilhe os registros feitos das crianças investigando os diferentes mate-
riais para a produção das esculturas.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

O dia a dia é cheio de transformações e desperta o interesse das crianças


por explorar, investigar e conhecer mais sobre o mundo que as cerca.
Neste sentido, fenômenos físicos, como equilíbrio e atuação da força da
gravidade, além de chamarem a atenção das crianças, são ricos em pos-
sibilidades de exploração. Veja neste artigo como essa professora de ma-
temática proporcionou uma experiência semelhante a nossa proposta de
atividade com os alunos dela e inspire-se para que, com você, as crianças
pequenas possam se envolver da mesma forma criativa!

Como esta atividade prevê uma organização da sala em cantos com ma-
teriais variados, selecione e organize o espaço previamente.

Materiais:

Organize em diversos pontos da sala diferentes cantos com uma diversi-


dade de materiais de largo alcance misturados, como blocos de encaixe,
cilindros como pedaços de cano de PVC, tubos de papelão, pequenas
tábuas de madeira lixada ou MDF, pratinhos de diferentes diâmetros e
espessuras de plástico ou papelão, potes e copos plásticos de diferentes
tamanhos e diâmetros, dentre outros. Para se inspirar sobre as possibi-
lidades de uso com os materiais de largo alcance, veja nesse link como
professores aproveitaram materiais da indústria têxtil para viabilizar di-
ferentes brincadeiras criativas com as crianças. Papel e lápis de cor para
os desenhos. Celular ou câmera fotográfica para fotos e vídeos.

Espaços:
Essa atividade pode ser feita dentro da salade atividades ou em outro
espaço onde seja possível a organização dos materiais em cantos para a
brincadeira em duplas com registro. É interessante ser um espaço am-
plo e livre de móveis, para acolher a organização das duplas. Organize o
espaço antes do convite à turma para a brincadeira. O registro será feito
em folhas de papel sobre o chão e em frente ao colega que está cons-
truindo. Para tanto, ofereça algum material de apoio, como prancheta,
livro ou caderno, para que a textura do piso não prejudique o desenho
das crianças. Por fim, haverá uma roda com o grande grupo para mani-
festarem as impressões e descobertas sobre a experiência e socializarem
os desenhos.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 50 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1.Como as crianças manuseiam os objetos disponibilizados? Planejam


antecipadamente ou testam diferentes hipóteses a partir de construções
que caíram e observando peças que podem servir melhor para as neces-
sidades?

2. Como as crianças resolvem o problema de uma construção com equi-


líbrio? Quais as percepções que demonstram ao acrescentar novos obje-
tos ou reconstruir com outras peças buscando o equilíbrio da constru-
ção?

3. Quais estratégias utilizadas durante o registro do desenho? As crianças


fazem processualmente enquanto os amigos testam hipóteses ou aguar-
dam até que a obra seja finalizada? Buscam ser fiéis ao retratar os objetos
ou atentam-se à forma?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Esta proposta permite que as crianças exerçam autonomia,
com participação ativa no desenvolvimento da atividade. Esteja atento
para que sejam valorizadas as diferentes ações e interesses de todas as
crianças: a curiosidade durante as escolhas e investigações com os dife-
rentes materiais, as hipóteses que são testadas na brincadeira, as narra-
tivas que surgem durante os desenhos etc. Ofereça o apoio necessário, fa-
vorecendo a cooperação entre as crianças. Considere outras alternativas
àquelas que não quiserem se envolver na situação.

O que fazer durante?

Antes de entrar na sala, diga às crianças no grande grupo que você or-
ganizou o espaço com um monte de coisas interessantespara brincarem,
em duplas, de equilibristas. Instigue-as a levantar hipóteses sobre o que
irão encontrar para brincar neste dia. Potencialize suas reflexões com
questões, como: alguém já viu um equilibrista? O que ele faz? Que coisas
ele usa? Vocês já brincaram de equilibrar coisas?

Após a manifestação das crianças, convide-as para se organizarem nas


duplas. Conte que a ideia é criar construções que se equilibrem, sejam
pirâmides, torres altas, construções horizontais, dentre outras, e que elas
poderão usar dos diferentes materiais que estarão disponíveis. Diga que,
nos primeiros 15 minutos, um dos amigos irá brincar enquanto o outro
registra por meio de desenho e escrita espontânea suas descobertas: as
construções que se mantiveram firmes ou não, onde cada objeto foi co-
locado, se foi necessária alguma modificação na construção etc. Depois,
elas irão trocar de lugar e será a vez do outro construir. Primeiro, elas
devem se deslocar pela sala para conhecer a variedade de objetos que foi
separada para a brincadeira.

Com certo suspense, abra a porta de modo que as crianças possam ver
os objetos que foram separados, se surpreender com eles e confirmar
ou não suas hipóteses. Convide-as para passearem juntas pela sala, para
conhecerem a variedade de materiais disponíveis nos cantos, descrever
o que observam, se existem objetos do mesmo tipo em todos os cantos
(cilindros, pratos, blocos etc.) ou se tem materiais diferentes uns dos ou-
tros nos cantos (como um cano de PVC que seja maior ou menor que os
outros, por exemplo). Dessa forma, elas pensarão nas possibilidades de
exploração e de equilíbrio no canto em que cada dupla escolherá se esta-
belecer. Esteja atento e apoie as iniciativas neste momento, observando
como se dão as escolhas nas duplas: se as crianças decidem juntas ou se
cada uma demonstra individualmente suas preferências sem conversar
com a outra.Oriente as duplas para decidirem quem irá brincar primeiro
e quem iniciará com o desenho, se este registro será feito durante a brin-
cadeira em cada hipótese que é testada ou apenas quando o colega finali-
zar uma construção. Feitos os combinados e cada dupla tendo escolhido
seu canto, já podem começar a brincar.

Comente que, caso precisem de algum dos objetos que outra dupla sele-
cionou e não há mais disponíveis, elas podem conversar com os colegas
e fazer trocas entre os diferentes materiais disponíveis para brincar. Inte-
raja com as duplas trazendo elementos que ampliem e questionem suas
interações com os objetos e as possibilidades associativas entre materiais
de formas diferentes ou iguais. Tenha o cuidado de não se antecipar às
iniciativas delas ou dirigir suas ações.Conversem sobre as hipóteses que
as crianças expressam nas escolhas durante a experimentação. Por exem-
plo: por que pegam pratos maiores do que alguns potes? Por que prefe-
rem usar um cilindro mais grosso do que um mais fino na estrutura da
construção?

Se possível, tenha em mãos celular ou câmera para registrar este mo-


mento, de forma que ele possa ser socializado posteriormente com as
crianças.

Esteja atento às interações e descobertas das crianças, suas reações aos


materiais oferecidos, ao realizarem alguma ação e observarem o resul-
tado e como se dão as escolhas e experimentações. Caso alguma criança
manifeste que não deseja participar deste momento com os colegas, con-
vide-a à participar de alguma outra forma, seja brincando a maneira dela
com os materiais disponibilizados ou desenhando outra composição que
a agrade. Procure, neste momento, além de observar, oferecer apoios
necessários e questionamentos que instiguem a curiosidade das crianças
sobre o que estão experimentando.

Possíveis falas do professor nesse momento: Uau! Essa torre que você
construiu havia ficado bem grande, heim? Por que será que ela caiu?
Como será que você pode fazer para que ela fique em pé? Tem algum
outro objeto que pode te ajudar com isso?

Preste atenção nas investigações que as crianças realizam em cada uma


das duplas. Pode ser que algumas crianças utilizem materiais apenas de
um mesmo tipo para suas construções, como os blocos de encaixe, en-
quanto outras duplas optam por misturar materiais diferentes. Proble-
matize suas escolhas perguntando, por exemplo, por que estão utilizando
um objeto em detrimento de outro ou se já tentaram utilizar outro ob-
jeto de formato semelhante, só que maior. Ao falar e argumentar sobre
as escolhas, sobre as estruturas montadas e os resultados que observa,
a criança organiza o pensamento projetando novas hipóteses.Algumas
crianças podem se impressionar com construções altas, enquanto outras
se concentram com um pequeno número de objetos, buscando equili-
brá-los aos poucos. Todas as iniciativas são válidas. Acompanhe o que
se procede nas duplas, instigando-as às novas possibilidades. Sugira o
uso de outros materiais ou aumentar a quantidade, elevando, com isso, o
grau de desafio, incentivando o colega que registra a também manifestar
sua opinião. Registre com fotos as construções feitas pelas crianças para
que todas tenham a oportunidade de conhecer as obras das colegas em
outro momento.

Preste atenção também na criança que está registrando: o que ela busca
representar? As ações do colega, como colocar ou retirar uma peça, ou as
construções que são feitas?

Observe se aquela que registra procura retratar exatamente os objetos e


suas quantidades ou se faz algum desenho com menos detalhes. Incenti-
ve que o colega que está construindo veja o desenho do amigo e opine se
está de acordo ou se há algum elemento importante na construção que
não foi levado em consideração no registro. Ao registrar a brincadeira
do colega, além da interação que se estabelece, a criança elabora o pensa-
mento lógico, confrontando as hipóteses do colega com as suas e ficando
atenta à forma resultante da construção em equilíbrio e à ação desenvol-
vida pelo outro, intervindo, se desejar.

Possíveis falas da criança nesse momento: Eu consegui equilibrar 5 potes


porque coloquei os maiores embaixo e você desenhou o maior em cima,
assim não daria certo!

Auxilie as crianças no controle do tempo, para que elas possam se or-


ganizar, garantindo que os dois componentes da dupla tenham a possi-
bilidade de brincar e realizar o registro antes de se reunirem no grande
grupo. Sinalize quando faltar 5 minutos, para que cada um encerre sua
parte e troque de lugar. Peça para finalizarem suas construções, os equi-
líbrios que estão investigando e concluírem detalhes do desenho.Assim
que ambos da dupla tiverem brincado e registrado, quando estiver che-
gando próximo do momento de finalizar esta etapa da atividade, avise
que, em 5 minutos, precisam concluir para se reunirem em roda. Passa-
dos os cinco minutos, comente que chegou o momento de desmontarem
as construções, guardarem os materiais no local indicado por você e se
organizarem em roda para compartilharem as descobertas feitas na brin-
cadeira. Você pode iniciar uma brincadeira que os motive a auxiliar nes-
te momento, fazendo, por exemplo, uma contagem regressiva com entu-
siasmo ou tampando seu rosto e contando, como em uma brincadeira de
esconde-esconde.

Para finalizar:

Já em roda com o grande grupo,convide as crianças para conversarem


sobre a experiência de brincar de equilibrista com os materiais disponí-
veis. Incentive-as a se manifestar tanto sobre o equilíbrio quanto sobre
observar e registrar as construções feitas pelo amigo. Instigue-as a contar
como se sentiram durante a brincadeira, se havia algum objeto ou estra-
tégia de equilíbrio que chamou sua atenção etc. Coloque-se a partir do
que as crianças trazem, evitando antecipar suas falas e respeitando aque-
las que não querem falar neste momento. Estimule-as a se manifestarem
caso tenham observado estratégias das outras duplas, se há algo que os
amigos fizeram e que ainda não tiveram oportunidade de fazer por esta-
rem envolvidas em suas próprias investigações. Possibilite que as crian-
ças socializem seus desenhos se desejarem, comentando sobre as dificul-
dades neste processo, qual estratégia combinaram de utilizar durante os
registros, o que a dupla observou ao comparar o desenho com a constru-
ção elaborada etc.Finalizada a conversa, convide as crianças para verem
o que precisa ser organizado na sala para que vocês possam se dirigir à
próxima atividade do dia.
Desdobramentos
As crianças podem trocar os desenhos entre as duplas para produzirem
as construções registradas pelos colegas. Vocês podem aproveitar os de-
senhos feitos de outra forma: proponha, por exemplo, que as crianças
façam um novo desenho das construções que foram feitas como se elas
existissem no mundo real, relacionando suas formas com construções
de uma cidade, como prédios, casas etc. Assim, as crianças terão em
mãos seus primeiros desenhos para observar e aprimorar usando a ima-
ginação. Elas também podem trocar os desenhos entre as duplas. Vocês
também podem pensar em sugestões para uma próxima brincadeira, em
que as crianças podem não só experimentar algo que viram nas outras
duplas mas também pensar em outros objetos que podem ser inseridos.
Aproveite para socializar as fotos que foram tiradas de forma que pos-
sam conhecer as construções que foram feitas por todos os colegas.

Engajando as famílias
Sugira que cada um leve o desenho que fez para contar para os familia-
res sobre a proposta e convidar as famílias para buscarem juntos alguns
outros materiais para construir algo parecido com o que foi desenhado.
Assim, terão a oportunidade de realizar o processo inverso: o registro
servirá como “manual de instruções” para uma nova construção. As fo-
tos podem ser utilizadas com este mesmo intuito, caso a escola disponha
do recurso de impressão. Vocês podem sortear as fotos das construções
dos amigos para que outros as levem para casa e tentem reproduzi-las
com os materiais dos quais dispõem.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

O dia a dia é cheio de transformações e desperta o interesse das crianças


por explorar, investigar e conhecer mais sobre o mundo que as cerca.
Neste sentido, refletir mais profundamente sobre um trajeto que lhes é
costumeiro pode ser uma oportunidade rica em possibilidades de ex-
ploração. Esta atividade foi inspirada pelas propostas apresentadas por
este material, capítulo Cartografia, página 19. Aproveite para consultá-lo,
conhecer mais sobre o assunto e propor muitas outras investigações! A
linguagem cartográfica é pouco desenvolvida na escola, em especial na
Educação Infantil, mas é algo que desperta muita curiosidade e envolvi-
mento. Nessa proposta, a escolha de trajeto para ser investigado é da sala
ao parque, pensando em algo que instigue as crianças, mas você pode
adaptar a proposta para outro trajeto, se desejar.

Materiais:

Papel, lápis-de-cor, lápis grafite, borracha e canetinhas hidrocor para os


registros. É interessante disponibilizar sulfite A3, devido ao seu tamanho
maior e para já ambientar as crianças no contexto da cartografia. Mas,
caso isso não seja possível, você pode utilizar o papel A4 ou craft corta-
do em tamanho similar ao A3.Exemplos de mapas para crianças, para
serem socializados com a turma de forma a possibilitar um contato com
este material. Duas sugestões são este ou este outro, mas você pode pes-
quisar na internet outras opções e providenciar a impressão. Caso você
tenha mapas de locais que visitou, como parques museus, etc. também
pode levar para mostrar. Celular ou câmera para fotos e vídeos.

Espaços:
Essa atividade irá ocorrer em mais de um espaço. Se iniciará na sala com
a apresentação da proposta. Em seguida, vocês percorrerão o trajeto da
sala até o parque. Por fim, finalizarão com uma roda de conversa em al-
gum local agradável do parque.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como as crianças interagem nos grupos e apresentam as hipóteses?


De que maneira ocorre a discussão e decisões do grupo dentre as dife-
rentes sugestões de trajetos e de formas de registro?

2. Como utilizam a língua escrita em seus registros do trajeto (elementos


do local,sinalizações, legendas)? Como articulam as diferentes hipóteses
de escrita do pequeno grupo durante o registro do mapa?

3.Quais comparações estabelecem entre o que registraram e o que obser-


vam durante a realização do trajeto?Quais novos elementos foram acres-
centados em seus registros?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Esteja atentopara que sejam valorizadas as diferentes ações
e interesses de todas as crianças. Ofereça o apoio necessário, favorecendo
a cooperação entre as crianças, em especial nos momentos de desloca-
mento, detalhamento e descrição das observações realizadas. Considere
outras alternativas àquelas que não quiserem se envolver na situação.

O que fazer durante?


1

Reúna as crianças no grande grupo e digaque sempre temos crianças


novas chegando na escola. Uma das dificuldades destes novos colegas
pode ser de se situar no novo ambiente, e conhecer a localização e me-
lhor forma de locomoção. Diga: “e se, para isso, tivéssemos um mapa?”.
Instigue-as a expor hipóteses e experiências prévias com esse recurso.
Pergunte se já viram alguém da família utilizando este meio em alguma
situação ou se já visitaram algum lugar que dispõe de um mapa fixado,
de forma a ajudar os visitantes a se localizarem.Apresente os mapas que
você trouxe de exemplo para que, aqueles que não tiveram outra oportu-
nidade, tenham contato com o material. Ao circulá-lo entre as crianças
para que todas possam ter a chance de observar, instigue-as comentarem
sobre eles. Por exemplo: o que será que este mapa está mostrando? O que
vocês observam no caminho? De onde podemos sair e para onde pode-
mos ir usando este mapa?

Apresente a ideia de elaborar um mapa da sala até o parque e, para isso,


sugira que relembrem juntos este trajeto, de modo que as crianças nar-
rem os locais e pontos de referência pelos quais passam para chegar até
lá. Caso exista mais de um caminho possível, vocês podem relembrar de
todos, mas oriente-os que devem decidir por, no máximo, dois trajetos
para focar em seus registros. Caso necessário, vocês podem se utilizar de
estratégias como votação ou sorteio para optar por quais caminhos serão
registrados nos mapas das crianças.

Peça que se reúnam em trios ou duplas,buscando proporcionar uma


reflexão coletiva no decorrer da atividade. Não se oponha caso algu-
ma criança queira realizá-la individualmente. Caso alguma criança não
queira participar desta proposta, ofereça a ela os materiais disponíveis
para criar alguma composição que a agrade e diga que, depois, ela po-
derá acompanhar o mapa com algum colega. Assim que se reunirem da
forma que preferirem, ofereça as folhas de papel e materiais riscantes
diversos (como lápis de cor, lápis grafite e canetinha) para que possam
utilizar no registro dos trajetos. Diga que, juntos, irão elaborar o mapa
do trajeto que fazem da sala ao parque, e que, para isso, precisam con-
versar com o colega para decidirem o que vão representar no papel.
Adiante que, em um segundo momento, vocês irão percorrer os trajetos
para conferir se as informações do mapa os fazem chegar até o parque,
se apresentam os elementos e locais que tem pelo caminho ou se será ne-
cessário fazer acréscimos e correções.Informe que terão 15 minutos para
esta primeira etapa do registro e auxilie-as na contagem do tempo, para
que possam se programar.

Observe com atenção como se dão os diálogos e os registros das crianças


neste momento. Tenha o cuidado de não se antecipar, mas esteja dispo-
nível caso alguém solicite sua presença. Observe como estão registrando,
se há algum desacordo em relação ao trajeto, como resolvem isso etc. É
importante perceber qual a necessidade de cada trio ou dupla neste mo-
mento. Pode ser que solicitem seu auxílio para escrever alguma palavra
ou um pequeno texto no mapa. Nestes momentos, incentive que façam
tentativas de registrar essas palavras a partir de outras que elas já conhe-
cem. Possibilite que, em duplas ou trios, construam novas hipóteses de
escrita a partir da escrita espontânea e da argumentação de suas ideias.
Caso as crianças peçam que você as ajude a construir o trajeto, tenha o
cuidado de não fornecer as respostas, mas de fazer perguntas que as aju-
dem a refletir sobreeste caminho.

É provável ( e até esperado) que as crianças comecem desenhando seus


mapas ocupando uma parte grande da folha, ficando pouco espaço para
concluir o desenho de todo o trajeto. Neste caso, você pode questionar o
que aconteceu, tentar identificar com elas possíveis estratégias para re-
solver esta questão e oferecer outro papel.

Possíveis falas do professor neste momento: Quando saímos da sala para


ir ao parque, onde passamos primeiro? Que outros locais e outras coisas
encontramos neste caminho? Como podemos representar isso no mapa
que estão fazendo?

Ao verificar que os grupos já estão finalizando seus mapas, ou assim que


faltarem 5 minutos para o término, avise que precisam ir concluindo
para que tenham a oportunidade de investigar os trajetos presencialmen-
te, verificando se os mapas que construíram irão levá-los direitinho ao
parque. Pode ser que os mapas não representem realmente o caminho.
Tenha isso em mente de forma a ajustar as expectativas: o objetivo essen-
cial desta experiência é que as crianças conheçam a função social desta
ferramenta. Terminado o tempo proposto, diga que agora irão para o
parque, percorrendo o trajeto registrado e observando com atenção se os
elementos que encontram pelo caminho estão presentes nos mapas ou se
serão necessários acréscimos e correções. Sugira que levem algum apoio,
caso tenham necessidade de alterar algo, como uma prancheta, caderno
ou livro, e que escolham os materiais que queiram levar neste momento,
como lápis grafite, borracha ou canetinhas hidrocor. Caso exista mais de
um trajeto a ser percorrido, combine com as crianças em qual vocês irão
primeiro e o tempo que terão disponível para se dedicar à observação.
Neste momento, vocês podem estabelecer combinados de como agir,
caso precisem fazer pausas durante o trajeto, de forma que ninguém fi-
que para trás.
6

Convide a turma para utilizar os mapas com a finalidade de descobrir


se conseguem chegar ao parque a partir deles. Sugira que mantenham-
-se próximos, nos trios e duplas, para que possam acompanhar, revere
completar os registros. Diga para que se desloquem todos em um grande
grupo, para que você possa acompanhá-los. Caso alguma criança não
queira participar desta etapa, convide-a para envolver-se de outra forma,
como registrando o deslocamentodo grupo por meio de fotos e vídeos.
Enquanto vocês transitam pelo espaço, oriente que as crianças tenham
atenção aos mapas para compararem se as informações que foram re-
gistradas estão de acordo com o que estão vivenciando: o percurso a ser
percorrido, pontos de referência de um ou outro lado etc. Fique atento
às observações e manifestações das crianças em relação ao registro que
fizeram no mapa dos elementos que compõem o trajeto e podem não ter
sido notados a princípio, como o refeitório, painéis informativos, plantas
etc.

Possíveis ações das crianças neste momento: Você observa que um gru-
po de crianças se orienta pelo caminho que já estão acostumadas e se
esquecem de utilizar o mapa que foi elaborado pelo grupo. Relembre-as
da proposta, convidando a conferirem no mapa se o caminho que estão
fazendo está de acordo com o que foi registrado.

Tenha atenção à possível necessidade dos grupos de parar para acres-


centar algo no mapa e informe aos outros grupos quando isto acontecer.
Lembre dos combinados que foram feitos, tome cuidado para que nin-
guém seja deixado para trás e que todos possam cuidar de seus registros
com a atenção necessária.

Caso seja necessário (devido ao pouco espaço que pode ter no caminho
que irão percorrer e isso dificulte que eles possam abrir seus mapas e
completar seus registros), as crianças podem escrever ou desenhar em
um pequeno papel o que falta e no parque, antes da roda, deixe um tem-
po para que elas completem seus mapas.

Caso exista um outro trajeto a ser percorrido, repita o processo com as


crianças. Convide aquelas que registraram o primeiro caminho à auxilia-
rem os próximos amigos na observação dos elementos deste novo cami-
nho para a construção de seus mapas.

Possíveis falas das crianças neste momento: Uma criança manifesta que
nunca havia reparado que passava em frente da copa dos funcionários
quando ia ao parque e que precisou acrescentar isso em seu mapa.

Assim que chegarem ao parque, peça a ajuda das crianças para que en-
contrem um local agradável no qual todas possam se reunir no grande
grupo e compartilhar o que acharam da experiência de construir o mapa
para ensinar um trajeto à um colega novo.

Instigue as crianças a se manifestarem sobre o que acharam da investi-


gação: como foi, se conseguiram elaborar mapas que as trouxessem ao
parque, as descobertas que fizeram durante essa vivência, se algo ficou
faltando e acrescentaram depois, se precisaram corrigir alguma parte do
registro etc. Pergunte também o que acharam da proposta, se foi difícil,
o que mais gostaram e se têm interesse em fazer novos mapas em outras
oportunidades.Acolha e valorize as manifestações das crianças neste mo-
mento, mas respeite aquelas que não quiserem se colocar.

Para finalizar:

Após a conversa, indique um local para as crianças guardarem com se-


gurança os registros (como uma caixa) e quaisquer materiais que possam
ter utilizado. Convide-as para brincar no parque.

Desdobramentos
Existem várias possibilidades de propostas a partir dos registros que fo-
ram feitos neste dia. Caso a escola tenha disponível, reproduza algumas
cópias da planta da escola para que as crianças possam compará-las aos
seus mapas, observando os elementos que estão presentes nela mas não
nos registros, e vice-versa. Vocês também podem ampliar o trajeto dos
mapas, acrescentando o caminho da entrada até a sala, por exemplo. É
possível fazer um intercâmbio com turmas localizadas em outras partes
da escola. Socialize os mapas produzidos, elabore um texto coletivo (em
que você seja o escriba), convidando todas a percorrerem o trajeto que
vocês fizeram e a elaborarem mapas de outros trajetos, para que vocês
percorram também. A representação de trajetos pode ser realizada por
meio de pequenas maquetes, utilizando objetos recicláveis, caixinhas,
massinhas etc.

Engajando as famílias
Como o registro foi feito em grupos, você pode disponibilizar cópias
para que as crianças levem para casa e convidem os familiares. Sugira
que, em outro dia, percorram com elas o trajeto, seguindo o mapa assim
que chegarem na escola ou antes de irem embora. Junto com as crianças,
podem elaborar um convite aos familiares para que escolham dois locais,
produzindo um mapa de trajeto entre eles. Por exemplo: do quarto até
a cozinha, da casa à padaria, da escola à casa, de forma que estas novas
produções possam ser compartilhadas com o restante da turma poste-
riormente.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para possibilitar que as crianças expressem seus sentimentos, garanta em


sua prática diária diversas oportunidades para conversarem sobre como
se sentem em relação ao corpo e à identidade. É por meio do exercício
diário da compreensão de si e da interação com o outro, partindo de
situações simples do dia a dia, que o aprofundamento de questõescomo
essas se torna possível.

Materiais:

Livro de história “O Cabelo de Cora”, de Ana Zarco Câmara, ou algum


livro similar que possibilite a abordagem do assunto identidade com as
crianças. Caso não tenha algum livro que trate da temática, é possível co-
nhecer a história para contar para as crianças a partir deste link. Pentes,
escovas, grampos, borrifadores de água, laços ou fitas para possibilitar
a arrumação dos cabelos.Disponibilizar caixas de livros e de blocos de
construção para as crianças que não queiram participar da brincadeira
proposta. Câmera fotográfica ou celular podem ser utilizados para regis-
tro da experiência, com fotos e/ou pequenos vídeos.

Espaços:

Essa atividade pode ser feita dentro da sala ou em algum outro espaço
que tenha um espelho à disposição das crianças. A proposta se inicia em
roda com o grande grupo e, posteriormente, as crianças se dividem em
pares ou pequenos grupos para a organização do espaço e para a brinca-
deira.
Tempo sugerido:

Aproximadamente 01 hora e 15 minutos, levando em conta a leitura da


história, o tempo de organização da sala e a brincadeira de cuidado com
os cabelos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. As crianças apresentam facilidade ou dificuldade em expressar as


emoções ao lidar com a problemática apresentada pela história?

2. As crianças afirmam já terem passado por situações semelhantes?


Como os outros colegas reagem diante de algum relato?

3. É possível observar valorização e respeito pelas características pessoais


e dos seus pares?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo.

Esta atividade permite formas diversificadas de participação das crian-


ças, de acordo com seus interesses e singularidades. Pode ser penteando
os cabelos, organizando os materiais e espaço, registrando ou utilizando
outros materiais disponíveis. Valorize as diferentes ações das crianças,
observando, apoiando e respeitando aquelas que não desejam se envol-
ver na brincadeira com os cabelos.

O que fazer durante?


1

Reúna as crianças no grande grupo e conte que você conheceu a história


de alguém que passou por uma situação na escola que despertou nela
alguns sentimentos. Explique que você gostaria de compartilhar com
a turma para descobrir o que eles pensam desta situação. Convide as
crianças para se sentarem em roda com você e ouvirem a história.

Compartilhe a capa do livro com as crianças, para que elas possam re-
alizar a antecipação da temática a partir dos significados presentes na
imagem, fazendo levantamento das hipóteses das crianças a respeito do
assunto do livro. Escute e observe as reações e falas das crianças e intera-
ja a partir delas, buscando valorizar suas ideias e opiniões.

Possíveis falas do professor neste momento: Esta personagem na capa é


a pessoa de quem eu falei! O que será que pode ter acontecido com ela?
Ela parece feliz ou triste?
2

Leia para as crianças o título e a autora da história. A partir do título,


realize junto com o grupo a confirmação ou não das hipóteses anteriores
sobre o tema do livro. Escute atentamente as colocações das crianças.

3
Leia a história para as crianças. Para despertar o interesse e a curiosida-
dedelasdurante a leitura, varie a entonação da voz ao interpretar as per-
sonagens. Garanta que as crianças percebam quais foram os sentimentos
externados pelas personagens durante as interações. Apresente uma lei-
tura fiel ao texto da história e, a cada página lida, vire o livro de forma
que as crianças observem as imagens.

Possibilite que as crianças expressem suas emoções durante a leitura da


história e esteja atento àsreações durante a leitura. Dê atenção especial à
forma que a questão da arrumação do cabelo é percebida pelas crianças,
pois será o elemento central desta atividade.

Terminada a história, converse com as crianças sobre o conflito apre-


sentado, em que uma personagem sugere que a outra prenda o próprio
cabelo. Lembre que a proposta é que as crianças expressem seus senti-
mentos e tenham atitudes de respeito para lidar com as diferenças. Fique
atento para queelas manifestemsuas impressões sobre o conflito e hipóte-
ses para uma resolução respeitosa.

Observe as reações das crianças durante a conversa. É necessário ter cui-


dado e sensibilidade neste momento, esta pode ser uma questão dolorosa
de se lidar para algumas crianças. Muitas vezes as crianças precisam con-
versar sobre isto, o que será possível observar a partir de sua postura e
suas falas neste momento.

Possíveis falas do professor neste momento: O que vocês observam


nestas imagens? Conseguem imaginar como a Cora se sentiu ao ouvir
aquilo da colega? Alguma vez vocês já se sentiram assim como a Cora?
Como foi? Alguém quer contar?

Retome o final da história com as crianças observando qual foi a conclu-


são da protagonista a respeito da arrumação de seu cabelo. Questione as
crianças sobre como elas gostam de cuidar de seus cabelos.

Possíveis falas do professor neste momento: Vocês gostam de cuidar de


seus cabelos? Como? Vocês gostam de cuidar dos cabelos sozinhos ou
preferem que alguém te ajude nesse cuidado?

Pergunte às crianças como vocês poderiam fazer para inventar uma


brincadeira de cuidado com os cabelos.Mostre para a turma os mate-
riais que você trouxe para este momento, como pentes, escovas, gram-
pos, borrifadores de água, laços, entre outros. Caso a proposta não surja,
compartilhe a ideia de transformar parte da sala em um salão de cabelei-
reiro e barbeiro, perguntando o que acham e convidando a turma para
organizar o espaço para esta brincadeira. Deixe que o grupo discuta e
decida sobre o tipo de salão que será feito, sobre os profissionais etc. A
partir disso, pensem nas propostas de organização. Disponibilize as cai-
xas de livros e blocos de construção, para que as crianças possam utilizá-
-las em sua organização, reservando locais para aqueles que não querem
participar da brincadeira com os cabelos.

Neste momento, as crianças se organizam em duplas ou pequenos gru-


pos para montarem o espaço. Avise que, para que dê tempo de realizar
a brincadeira, elas terão 10 minutos para organização. Relembre, oca-
sionalmente, a contagem do tempo, para que elas possam se programar.
Adiante que a proposta seguinte será brincarem arrumando os cabelos.
Assim, aquelas que não estejam tão envolvidas com a organização do
ambiente, podem já partir para o outro momento.

Possibilite que as crianças tenham acesso ao espelho para arrumar seus


cabelos. Neste momento, as crianças podem se arrumar sozinhas, so-
licitar a ajuda dos colegas ou da professora. Caso o espelho disponível
para este momento seja pequeno e não caiba uma grande quantidade de
crianças ao mesmo tempo, compartilhe esta informação perguntando
como podem se organizar para que todos possam ter um momento em
frente ao espelho. Como este é o momento das crianças terem uma aten-
ção maior para si e para o outro, precisam de um bom tempo para cuidar
de seus cabelos. Reserve uns 20 minutos para esta parte.

Observe atentamente o que as crianças fazem e manifestam oralmente


durante a brincadeira: gestos, expressões, iniciativas de interação, co-
mentários sobre o que estão gostando ou não etc.Todas precisam ter a
chance de ter atenção para si ao brincar com os cabelos, se relacionar
com os amigos, de observar, imitar e se divertir. Aproveite esse momento
para registrar, se possível por meio de fotos ou de vídeos, os penteados e
interações que estão acontecendo, para compartilhar a experiência com
as próprias crianças e suas famílias. Apoie as ações delas durante a brin-
cadeira, auxiliando e participando apenas quando solicitado e evitando,
ao máximo, se antecipar às suas iniciativas.Se alguma criança não estiver
envolvida na brincadeira, busque com ela uma forma de participar, seja
observando e dando sugestões nos penteados, contribuindo na organiza-
ção dos materiais para manter o salão em ordem ou até mesmo utilizan-
do os outros materiais que você disponibilizou (livros e blocos de cons-
trução).

Para finalizar:

Quando estiver chegando próximo do momento de finalizar a atividade,


fale para as crianças que, em cinco minutos, vocês irão começar a guar-
dar os materiais. Anuncie o que virá a seguir. Fale novamente em três
minutos. Passados os cinco minutos, comente que chegou o momento de
todos juntos organizarem a sala e os materiais no lugar indicado. Você
pode cantar uma paródia para marcar com o grupo os momentos de
arrumação.Uma sugestão é, em outras situações, criar com as crianças
algumas paródias utilizando o repertório de músicas já conhecidas de-
las e que as motivem para este momento. Algumas sugestões podem ser
conferidas aqui!
Desdobramentos
Caso em sua rotina exista o momento de cuidado com os cabelos das
crianças, possibilite que elas mesmas se arrumem ou escolham como
querem ser penteadas. Caso este momento não esteja previsto, você pode
organizá-lo a partir desta atividade, prevendo este tempo para as crian-
ças, para que desenvolvam a atenção para o cuidado de si, de forma que
este aspecto não seja apenas uma tarefa do educador. Trata-se de uma
atividade sobre identidade. Você pode abordar a questão a partir de ou-
tras características e a partir de alguma fala ou conflito relacionado ao
tema. O salão de cabeleireiro e barbeiro pode se transformar em um
novo canto de faz de conta na sala de atividades. Os materiais podem
ser organizados em caixas para serem transportados a outros espaços.
Também é interessante, em algum outro momento, convidar os familia-
res para participarem desta vivência. Caso dentro da comunidade exista
alguém que exerce alguma função relacionada à proposta, você pode
convidar esta pessoa para vir um dia compartilhar seu trabalho com as
crianças.

Engajando as famílias
Ao escolher o modo como querem seus cabelos, as crianças podem se
arrumar de forma não convencional ou chegar para a escola de cabe-
los presos e resolver soltá-los durante o período. Para que as famílias
compreendam e dêem continuidade a este processo de valorização das
identidades das crianças, é fundamental um diálogo permanente sobre
este momento da rotina com as crianças. Desta forma, seria interessante
compartilhar as fotos da brincadeira em um mural, de forma que pos-
sam observar como foi significativo para as crianças e a importância de
dar continuidade. Também é muito interessante perguntar às famílias se
houveram efeitos desta atividade na forma como as crianças se vêem ou
manifestam querer se arrumar. Isso pode ser feito por conversas ou pes-
quisas nos cadernos de recado, convidando-os a afinar o olhar para esta
questão, acolhendo suas impressões e considerações sobre o assunto.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para realizar esta atividade, será preciso conhecer e selecionar livros que
abordam histórias e costumes de famílias de diferentes culturas. Os links
abaixo trazem sugestões de livros com essa temática, em relação às cul-
turas africanas e indígenas. É importante pesquisar outras culturas que
estejam presentes em seu grupo de crianças:

http://portal.aprendiz.uol.com.br/2017/11/17/5-livros-infantis-sobre-an-
cestralidade-cultura-e-identidade-negra/

https://lunetas.com.br/10-livros-para-nos-aproximarmos-das-culturas-
-dos-povos-indigenas/

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

Toda família tem sua história

Histórias das famílias das crianças

Conhecendo tradições das famílias do grupo

Familiares contam suas histórias

Concluindo o livro das famílias do grupo

Materiais:

Livros de literatura infantil que retratam histórias e costumes de famílias


de diferentes origens. Blocos e canetas para anotações.

Espaços:

Por se tratar de leitura de histórias, esta atividade precisa de um local


agradável e com pouco ruído, pode ser a sala de atividades, a biblioteca,
a área verde, o pátio etc.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 50 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. As crianças demonstram interesse por outras culturas? Quais são os


questionamentos levantados em relação aos costumes familiares dos co-
legas?

2. Como as crianças expressam suas ideias? Que relações fazem sobre a


cultura da sua família com a da família retratada na história?

3. Qual é a reação das crianças ao ouvir sobre culturas diferentes do seu


cotidiano? O que demonstram sobre essas diferenças?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada crian-
ça ou do grupo.

Para garantir a participação de todos, esteja atento aos desdobramentos


da leitura, de modo a oportunizar expressões espontâneas das crianças.
Incentive que os pequenos manifestem opiniões, respeitando e valori-
zando a história de cada um.
O que fazer durante?

Na roda, no grande grupo, convide as crianças para falar sobre suas pró-
prias famílias, para contar sobre sua origem, seus hábitos e costumes.
Questione se conhecem a história da família, se notam diferenças entre a
sua família e a de outras crianças do convívio.

A partir dessa conversa, mostre dois ou três livros e diga que precisa de
ajuda para escolher um deles. Conte que ele as ajudará a conhecer mais
sobre a cultura de outras famílias.

Mostre a capa, leia o título, fale o nome do autor, instigue-as a antecipar


sobre o que trata a história.

Decidam sobre a forma de escolha da história: cada criança poderá indi-


car a sua vontade e a maioria vence, elas podem se organizar em peque-
nos grupos para eleger um livro, sortear uma criança para indicar o livro,
ou outra forma de escolha.

Diga que neste momento vocês farão a leitura de apenas um dos livros,
mas que os outros ficarão disponíveis no cantinho de leitura da sala, para
que possam ser lidos em outros momentos.
2

Após as crianças estarem sentadas de forma confortável, leia a história,


aguçando a curiosidade delas quanto aos aspectos culturais da família
apresentada no livro: origens, costumes, culinária, festas, traços físicos,
entre outras particularidades tratadas na história.

Proponha no grande grupo, umaconversa sobre a cultura da família que


conheceram por meio da história que acabaram de ouvir, abordando se
alguém tem algo parecido em suas famílias, na forma de se vestir, de se
alimentar ou de tradições como festas, datas especiais etc.

Instigue-os a falar sobre suas próprias origens e a recordar das histórias


contadas pelos pais e/ou avós sobre as famílias. Incentive todas as crian-
ças a falar, mas respeite aquelas que não quiserem.

Proponha uma investigação sobre as famílias, em que cada criança pos-


sa conhecer mais sobre sua própria origem e sobre seus antepassados. A
partir disso, vocês vão registrar as histórias das famílias do grupo em um
livro da turma, da mesma forma que foi feita no livro que conheceram
hoje. Nesse diálogo, promova um levantamento de fatos e curiosida-
des que desejam saber sobre as próprias famílias e sobre as dos colegas,
como por exemplo: a localidade onde os familiares nasceram e vivem,
suas origens, seus costumes, brincadeiras da infância, culinária, histó-
rias, festas que participam etc.

Registre em um bloco de anotações o que as crianças vão trazendo de


interesses a respeito das famílias para planejarem juntos a produção do
livro.

5
Dentre os temas presentes na lista, proponha que as crianças contem
algumas coisas que já sabem sobre suas famílias e conversem sobre como
podem obter mais informações para a escrita desse livro. Provavelmente
vão dizer que precisam conversar com os pais, os tios e os avós. Indique
também que elas podem trazer registros sobre a origem de cada família,
por exemplo: relatos orais e escritos das famílias, videos, fotos etc. Al-
guns familiares podem vir à escola para conversar sobre suas origens ou
ensinar algo às crianças como uma brincadeira, uma música ou receita
de sua cultura etc.

Combine com os pequenos a elaboração de um bilhete para informar às


famílias sobre a investigação que farão, propiciando o envolvimento de
todos.

Para finalizar:

Converse com as crianças sobre o tipo de livro que podem elaborar, livro
físico ou livro digital, abordando suas preferências e os recursos necessá-
rios para essa realização. Solicite que contribuam com a organização da
sala para a próxima atividade.

Desdobramentos
Disponibilize, em um momento de livre escolha, outros livros que tra-
zem o tema para que as crianças possam folheá-lo e assim explorar suas
ilustrações e texto. Apresente também outros materiais, como pequenos
vídeos, trechos de documentários ou músicas que abordem diferentes
culturas, possibilitando a ampliação dos conhecimentos dos pequenos e
o enriquecimento do repertório deles, promovendo o respeito à diversi-
dade cultural.

Engajando as famílias
A participação da família será essencial para a investigação das crianças
e para a elaboração do livro do grupo. Envie aos familiares um bilhete,
elaborado com as crianças, avisando sobre o livro que começarão a con-
feccionar e como eles podem contribuir com essa produção, enviando
relatos, fontes de pesquisa, objetos etc. Um cartaz na porta da sala, cha-
mando a atenção para a investigação que estão realizando, dando infor-
mações sobre o que foi desenvolvido no dia, pode contribuir para maior
participação das famílias.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Na primeira atividade da sequência as crianças levantaram algumas


questões que gostariam de saber para perguntar para suas famílias.
Também ficou proposto de levarem para a escola alguns materiais que
ajudam a contar as histórias das famílias, como fotos, registros, objetos,
vídeos, relatos orais e escritos etc. Se alguma família enviar antecipada-
mente um arquivo digital, equipamento para reprodução ou impressão
de foto deverá ser organizado, se for possível. É importante que o pro-
fessor providencie alguns materiais de sua própria família para também
socializar com as crianças. Este plano traz as propostas considerando o
livro físico, mas se seu grupo optar pelo livro digital (conforme recursos
tecnológicos disponíveis na sua escola) ele pode ser adaptado para elabo-
ração como apresentação Power Point, em forma de vídeo com o progra-
ma Movie Maker ou outro que seja de seu conhecimento.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

Toda família tem sua história

Histórias das famílias das crianças

Conhecendo tradições das famílias do grupo

Familiares contam suas histórias

Concluindo o livro das famílias do grupo

Materiais:
Registros sobre as origens e costumes das famílias: fotos, registros, ob-
jetos, relatos orais e escritos etc. (material selecionado pelas crianças
com as famílias).Aparelhos para reproduzir fotos como celular, tablet,
notebook ou computador, se alguma mídia foi enviada antecipadamente
pelas famílias. (como arquivo por whatsapp ou e-mail, pen drive etc.).
Materiais para registrar as atividades:lápis, canetas, material para recorte,
cola, tinta, pincéis, folhas, lápis de cor, giz de cera etc.Como a investiga-
ção proposta durante esta sequência irá resultar em um livro coletivo, é
importante definir o suporte (tipo de papel e tamanho) que será utiliza-
do para todas as produções, facilitando a montagem final do livro. Caso
o livro seja digital, serão necessários computadores, câmeras fotográfi-
cas, celulares etc.

Espaços:

O local para realizar essa atividade deve ser amplo, permitindo a mo-
bilidade entre os espaços, e possuir equipamentos onde possam ser re-
produzidos os recursos audiovisuais. Deve possuir também espaço para
que as crianças possam registrar a atividade, como mesas e bancadas. É
possível usar a biblioteca, sala de informática, ou a própria sala de ativi-
dades, desde que consiga deslocar os equipamentos (computadores, tele-
visão, aparelho de som etc.) para esse espaço.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora e 20 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como se deu o envolvimento das crianças e das famílias com a pro-


posta de investigação sobre sua cultura?

2. Como se organizam para produzir uma página do livro com suas his-
tórias? As crianças contribuem com sugestões e consideram a dos cole-
gas?
3. Como as crianças demonstram fazer parte da história da família? De-
monstram prazer em relatar a história da família delas?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo.

Para garantir a participação de todos, incentive as crianças a compar-


tilharem suas histórias utilizando várias linguagens: oral, escrita, ima-
gens, áudio e vídeos gravados etc. Esteja atento às manifestações de cada
criança, oportunizando que todas possam se expressar e registrar as ati-
vidades de forma espontânea.

O que fazer durante?

Acomodados em roda no grande grupo, converse sobre a pesquisa que


fizeram. Proponha que contem com quem conversaram e se aprenderam
algo de novo sobre suas famílias e que compartilhem com os colegas as
descobertas que fizeram em relação às famílias, sobre origens e culturas.
Incentive que falem de suas histórias, e contem o que trouxeram para
compartilhar com os colegas, se foram fotos, vídeos, relatos, objetos ou
outro material que retrate as origens, costumes e tradições das famílias.
Combine que os áudios e vídeos serão socializados em outro dia, pois
precisam de um tempo maior, e explique que nas próximas etapas de
escrita do livro esses materiais serão muito úteis. Nesse momento utili-
zarão os objetos e materiais impressos, como fotos, documentos, relatos
escritos etc. Caso perceba insegurança nas crianças para relatar a histó-
ria, inicie apresentando a da sua família, assim elas podem identificar
elementos em comum e se sentirão mais à vontade para fazer os relatos.

Possíveis falas do professor neste momento: Minha família tem origem


portuguesa, meus avós, pais da minha mãe, vieram de navio há muitos e
muitos anos, lá de Portugal para cá. E os avós, ou pais de vocês, vieram
de outro lugar? De onde?

Após perceberem a diversidade cultural do grupo, provoque a discussão


sobre como podem incluir tantas histórias neste livro e como vão se or-
ganizar para confeccioná-lo. Dialogue com as crianças sobre o que cons-
ta em um livro, sua capa, título, nome dos autores e ilustradores, páginas
que contam sua história etc.

Nesse momento, é importante decidir se farão um livro físico ou digital(-


conforme indicação no Contextos Prévios). As atividades desenvolvidas
serão as mesmas para os dois tipos de livros, só a forma de registrar irá
variar de acordo com a escolha do grupo, com os recursos tecnológicos e
materiais que a escola oferecer.

Sendo a proposta a elaboração de um livro físico, pensem em uma forma


de registrar os arquivos digitais no papel: imprimir fotos, relatos escritos
e orais das família que podem ser expressados por meio de desenhos,
escritas espontâneas das crianças, escritas do professor ou de algum fa-
miliar que esteja disposto a ajudar nessa etapa.

De acordo com a conversa inicial sobre as descobertas que serão regis-


tradas no livro, sugira que as crianças se organizem em pequenos grupos
para que individualmente tenham a oportunidade de mostrar a pesquisa
e expor mais detalhes sobre as histórias e tradições da família. Proponha
que, à medida que conversem sobre as histórias, elas explorem os mate-
riais que cada criança trouxe, fazendo perguntas umas às outras e agu-
çando a investigação. Indique que cada grupo elaborare uma página do
livro, para contarem um pouco da história de todas as crianças do pe-
queno grupo que estão trabalhando. Em cada página poderá ter assun-
tos variados, como informações sobre origem da família, momentos da
infância dos pais ou avós, alguma festa ou receita tradicional, locais que
gostam de passear etc. Acompanhe o momento de organização e conver-
sa nos pequenos grupos, auxiliando na seleção, apresentação do material
e contextualização dos registros. Caso precisem reproduzir algum ma-
terial digital, ajude na gestão do tempo e no revezamento para uso dos
equipamentos disponíveis na sala. Enquanto um grupo aprecia o arquivo
digital de uma criança, os outros estão analisando objetos, fotos ou do-
cumentos impressos..

Após a troca nos pequenos grupos, convide as crianças a compor a pági-


na do livro com os materiais que escolheram, definindo como esse regis-
tro será realizado. Elas podem preferir colar as fotos, fazer desenhos ou
registros escritos utilizando escrita espontânea ou com a ajuda do pro-
fessor como escriba de suas ideias. Fique atento às manifestações delas e
auxilie nos registros. Sugira que organizem os materiais no suporte antes
de colarem, para distribuírem imagens, fotos e textos de forma que fique
esteticamente agradável na página do livro. Dependendo do número de
alunos da turma, você pode optar em fazer rodízio dos pequenos grupos
durante o desenvolvimento desta etapa para que consiga apoiar a todos.
Enquanto um grupo está realizando os registros, proponha que os outros
realizem outra atividade que consigam trabalhar de forma autônoma.
Podem optar por brinquedos de montar, massinha, livros ou jogos de
mesa, os quais podem também ser utilizadas caso alguma criança não se
envolva na investigação e elaboração do livro das famílias do grupo. Se o
tempo não for suficiente para concluir os registros de todos os pequenos
grupos, é possível combinar de concluir em outro dia. Provavelmente as
crianças ficarão ansiosas em terminar sua página do livro, é importante
retomar a atividade o mais rápido possível, para que elas não percam o
interesse.

Reúna o grande grupo para socializarem com os colegas o que realiza-


ram nos pequenos grupos e mostrarem como estão construindo a pri-
meira parte do livro.

Proponha que contem sobre os materiais que escolheram, sobre a forma


como optaram em fazer o registro e quais histórias estão sendo contadas
sobre as famílias.

Converse sobre as próximas etapas do livro, quando terão oportunidade


de socializar os áudios e vídeos trazidos por elas e realizar novas pesqui-
sas para produção de novas páginas do livro.

Para finalizar:

Combine com as crianças como vão guardar as produções de cada pe-


queno grupo, verificando se tem algo que ainda precisa secar etc. Solicite
ajuda para guardar os materiais e organizar o espaço da sala que utili-
zaram. Converse sobre a próxima atividade da sequência, na qual elas
escolherão uma das tradições familiares para aprofundarem o conheci-
mento sobre a tradição. Diga para que pensem em como farão a escolha
de um tema que contemple todas as famílias. Aproveite para indicar que
pensem junto às famílias como poderá ser o título deste livro do grupo.
Desdobramentos
Para que todos os materiais trazidos pelas crianças sobre as famílias se-
jam considerados, planeje outras situações onde sejam compartilhados
os áudios e vídeos, transcrevendo com as crianças alguns relatos etc.
contando mais histórias no livro. Caso seja do interesse das crianças que
cada uma tenha sua página individual no livro, convide as famílias a
produzirem essa página contando particularidades da sua história. Elas
podem contribuir com a elaboração da árvore genealógica, uma história
curiosa, ou um fato importante acontecido. Você pode selecionar com as
crianças os materiais que precisam levar para desenvolverem essa ativi-
dade com as famílias, como suporte, lápis grafite, borracha, régua, cane-
tinhas, lápis de cor etc, descrevendo o que poderá ser realizado. Dê um
tempo razoável para a elaboração da proposta. Para que histórias sobre a
diversidade cultural das famílias continuem sendo exploradas, uma boa
sugestão é a coleção “Crianças como você”, da UNICEF, que apresenta o
cotidiano das crianças em diferentes culturas do mundo.

Engajando as famílias
Envie para casa, um convite para que uma pessoa idosa da família possa
vir à escola contar sobre sua história, falar sobre a infância, e se possível
ensinar uma brincadeira, música ou receita para as crianças. A atividade
4 desta sequência será organizada a partir desta ideia. Deste modo, assim
que tiver retorno de alguma família, entre em contato para fazer os com-
binados necessários.

Convide as famílias para elaborar uma página do livro, contando junto


com a criança algumas de suas histórias, conforme explicitado anterior-
mente no Possíveis Desdobramentos.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Os materiais em áudio e vídeo trazidos pelas crianças na segunda ativi-


dade desta sequência precisam ser socializados anteriormente a esta pro-
posta (em vários momentos para não se perder o interesse). A partir das
tradições das famílias já conhecidas pelo grupo, as crianças devem eleger
um tema para ser aprofundado, possibilitando que todas as famílias, ou
a maioria, sejam contempladas nesta pesquisa. Exemplos de temas: festas
típicas, brinquedos e brincadeiras da infância, receitas tradicionais etc. É
interessante editar um pequeno vídeo com partes das histórias de todas
as famílias, constituindo um dos materiais de pesquisa para essa propos-
ta. É necessário selecionar previamente bons materiais de pesquisa para
investigação das crianças, como livros de literatura infantil que contem
histórias e tradições de diferentes povos e regiões do Brasil, revistas, tre-
chos de documentários, imagens etc.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

Toda família tem sua história

Histórias das famílias das crianças

Conhecendo tradições das famílias do grupo

Familiares contam suas histórias

Concluindo o livro das famílias do grupo

Materiais:
Materiais para pesquisa: áudios e vídeos trazidos pelas crianças nas ativi-
dades anteriores, livros de literatura infantil que contem histórias e tra-
dições de diferentes povos e regiões do Brasil, revistas, trechos de docu-
mentários, imagens,computador, celular ou tablet com acesso à internet,
relatos e vídeos das crianças e de suas famílias etc.

Materiais para registro: lápis, caneta, papel, canetinhas, lápis de cor, tin-
ta, pincéis etc.

Espaços:

A atividade pode ser realizada na sala de atividades, biblioteca ou sala de


informática, onde for possível o acesso à internet.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. De que forma as crianças se organizam para a realização da pesquisa e


como interagem com os materiais selecionados para a investigação?

2. Como as crianças realizam os registros de suas descobertas?Como ex-


pressam suas hipóteses de leitura e escrita?

3. Como elas interagem expressando opiniões e considerando as dos co-


legas? De qual modo as crianças colaboram na produção do livro?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo.
Os materiais selecionados para a pesquisa devem propiciar a participa-
ção de todas as crianças. Portanto, providencie materiais com diversi-
dade em termos de linguagem e tipologia: escritos, orais, vídeos, táteis,
com acesso a diferentes mídias. Esteja atento às individualidades, ofere-
cendo suportes variados quando necessário.

O que fazer durante?

No grande grupo converse com as crianças sobre a pesquisa que foi pro-
posta nos Contextos Prévios e compartilhe que agora será o momento
de investigarem mais sobre a tradição das famílias que elas escolheram.
Dessa forma, elas as conhecerão melhor e com isso construirão mais
uma parte do livro do grupo. Combinem que elas irão trabalhar em pe-
quenos grupos e cada grupo fará sua pesquisa, elaborando algumas pági-
nas do livro.

Problematize onde elas podem obter mais informações sobre as tradi-


ções. As crianças provavelmente indicarão a internet e livros. Apresente
os diversos materiais que selecionou previamente, como livros e revistas,
além de apresentar os recursos para pesquisa na internet. Se conseguiu
editar o material trazido pelas crianças, aproveite este momento para
compartilhar o vídeo/apresentação que elaborou.
2

Proponha que combinem como farão essa investigação, sobre o que de-
sejam saber para compor o livro, e elaborem perguntas sobre o tema que
escolheram. Dialoguem sobre como farão essa investigação, buscando
que o tema escolhido contemple todas as famílias, pois assim terão uma
diversidade de culturas. Por exemplo, se desejam conhecer mais sobre
festas tradicionais, é interessante saber um pouco de cada família so-
bre isso. Levante com as crianças quais festas são estas e proponha que
apontem aspectos que podem pesquisar, como comidas, danças, roupas,
músicas etc. Se optaram por conhecer sobre comidas típicas de alguns
locais do Brasil, antecipem o que podem buscar como referência, como
receitas, fotos, vídeos etc. Registre as indagações das crianças no quadro,
cartaz, caderno ou bloco de anotações, para que possam orientar os pe-
quenos grupos no momento das pesquisas. Sugira que elas se organizem
em relação ao trabalho nos grupos, se definirão qual parte cada grupo
irá pesquisar ou se ficarão livres para fazer a pesquisa, definindo apenas
o tema. Se a pesquisa for sobre festas, um grupo pode pesquisar as rou-
pas, outro as comidas, outro as músicas etc. Elas também podem optar
que todos os grupos fiquem livres para pesquisa apenas o tema e regis-
trar tudo que for do interesse do grupo.

Nos pequenos grupos, solicite que as crianças se reúnam e escolham os


materiais que gostariam de consultar para realizar sua parte da pesquisa.
Para facilitar o acesso de todos os grupos aos materiais, disponha cada
tipo de material em uma mesinha e combine com as crianças uma forma
para utilizarem todos os recursos disponíveis, combinando um tempo
para cada grupo ocupar essas mesas com os materiais. Ou seja, uma me-
sinha pode conter os materiais impressos (livros, revistas), outra os re-
cursos tecnológicos (computador, celular, tablet), um cantinho para re-
produzir os vídeos ou áudios trazidos de casa ou editado pelo professor
etc. Caso alguma criança não saiba pesquisar as informações na internet,
oriente a usar a pesquisa por voz, pois assim poderão ouvir as informa-
ções e trabalhar de forma mais autônoma.

Para melhor gestão do tempo, a atividade pode ser realizada em dias


diferentes com cada grupo. Enquanto um grupo realiza a pesquisa, os
outros ficam envolvidos em atividades autônomas como jogos, brinca-
deiras, leituras etc. Acompanhe cada grupo, instigue as crianças a busca-
rem as informações necessárias para compor a página do livro que ficou
atribuído ao grupo organizar. Auxilie-as no que for necessário para a
realização da pesquisa, incentivando a procura de detalhes que sejam re-
levantes sobre o tema que estão pesquisando. Por exemplo: se estiverem
pesquisando sobre comidas típicas, qual é a origem da comida, os ingre-
dientes utilizados etc.Propicie que as crianças utilizem de suas hipóteses
de leitura, se pautando em imagens, palavras que têm de memória etc.
Leia os títulos para que elas façam antecipações e complemente com a
leitura de algumas informações contidas nos textos.

Disponha os materiais de registros em cada mesinha para facilitar o


acesso de todas as crianças. Cada grupo decidirá como registrar o que
descobriu sobre as tradições das famílias, podendo se expressar através
de desenhos, escritas espontâneas, pinturas, pedindo auxílio do profes-
sor para ser escriba etc.

Cada pequeno grupo elaborará as páginas do livro conforme combina-


ram no início da atividade. Isso dependerá de como as crianças defini-
ram suas pesquisas, se escolheram apenas um tema ou se pesquisaram
informações sobre vários temas. Por exemplo: se pesquisaram apenas
um tema, cada pequeno grupo fará uma parte da pesquisa. Se for uma
festa, um grupo pesquisará a origem, outro as músicas, e assim por dian-
te. Se for mais de um tema, várias páginas poderão ser elaboradas.

Caso seja apenas uma página para todos os grupos, será preciso que as
crianças organizem as informações para que todas sejam contempladas.
Para finalizar:

Sugira que, ao concluir o registro, as crianças exponham suas produções


em um painel ou varal para apreciação de todas. Oportunize que elas
comentem sobre suas pesquisas e produções. Observe com as crianças se
as informações se complementam ou se precisa de algo a mais, fazendo
combinados para isso, se necessário.

Desdobramentos
Caso optem por realizar a pesquisa com cada grupo em dias diferentes,
retome a investigação com os outros grupos que ainda não a realizaram.
Caso as crianças tenham interesse, podem realizar novas pesquisas sobre
outras tradições das famílias que despertam o interesse da turma. Essa
nova pesquisa pode virar mais uma página do livro ou um mural para
ser visualizado por todos na escola, inclusive pelas famílias.

Engajando as famílias
Proponha que juntos elaborem uma carta para enviar para as famílias,
contando os avanços que já tiveram na escrita do livro e o que conhece-
ram sobre as tradições de algumas delas. Exemplo: hoje elaboramos mais
uma página do nosso livro sobre as famílias da nossa turma, realizamos
várias pesquisas e aprendemos um pouco mais sobre algumas tradições
das nossas famílias (citar as pesquisas realizadas). Em breve, teremos
mais novidades a contar!
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Conforme combinado na atividade anterior, foram enviados convites


para sondar sobre a possibilidade de alguém da família (preferencial-
mente pessoas mais velhas, como avós e bisavós) irem à escola contar
sobre os costumes de suas famílias e interagir com as crianças. Elas po-
derão brincar, realizar uma receita, contar sobre as origem da família,
contar histórias etc. É importante que saiba antes o que os familiares de-
sejam compartilhar e de que forma, para o planejamento da atividade e
organização da agenda. Assim, cada familiar poderá ir um dia para con-
versar com as crianças ou, dependendo do que forem apresentar, podem
organizar duas pessoas no mesmo dia. Se for possível na organização da
escola, prepare um lanche coletivo com a ajuda das crianças (um sandu-
íche com patê, por exemplo, e um suco, algo simples) para agradecer a
participação dos convidados.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

Toda família tem sua história

Histórias das famílias das crianças

Conhecendo tradições das famílias do grupo

Familiares contam suas histórias

Concluindo o livro das famílias do grupo

Materiais:
Materiais para registro: lápis, papel, câmera fotográfica ou celular.

Outros materiais deverão ser selecionados de acordo com a atividade


que será desenvolvida pelas famílias com as crianças. Por exemplo: se
houver preparação de uma receita, terá que providenciar os ingredientes
e utensílios necessários. Caso fale sobre a origem da família, talvez preci-
se de equipamentos para reproduzir fotos e vídeos.

Espaços:

Prepare o local para que todos fiquem confortáveis e possibilite o desen-


volvimento da atividade preparada pelos convidados. Se for uma brin-
cadeira, pode ocorrer na área externa, se for uma conversa, é melhor na
sala de atividades com um espaço aconchegante, se for o preparo de uma
receita, precisa ter combinados prévios com a equipe da cozinha e defi-
nição do local etc.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora e 20 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como as crianças se organizam para receber os convidados? De que


forma contribuem para a realização das atividades e para os registros que
comporão o livro das famílias do grupo?

2. Quais as manifestações sobre a possibilidade de receber os familiares


na escola, compartilhando algo de sua tradição? Como se dá a participa-
ção das crianças durante a proposta?

3. Quais questionamentos levantados pelas crianças para conhecerem


mais sobre as tradições apresentadas? Que relações fazem das histórias
apresentadas com a história da sua família?
Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo.

Fique atento às necessidades das crianças e convidados em relação ao


acesso ao espaço onde a atividade será realizada e aos materiais utiliza-
dos. Proporcione que todos possam participar e interagir uns com os
outros.

O que fazer durante?

Reúna as crianças em roda no grande grupo e conte que chegou o dia de


receberem os convidados que apresentarão um pouco da história das fa-
mílias e, assim, elas poderão elaborar mais algumas páginas do livro que
estão produzindo. Conversem sobre a importância do que essas pessoas
vão trazer para ampliar o conhecimento das crianças sobre várias cultu-
ras. Proponha que se organizem para escutar o que a pessoa tem a contar
ou ensinar. Diga que podem fazer perguntas e interagir com o familiar.
As crianças podem fazer alguns combinados para que todas possam par-
ticipar, respeitando os convidados e colegas. Alguns combinados que as
crianças podem fazer: se a atividade for uma brincadeira, é preciso pres-
tar atenção nas orientações e regras, como as perguntas e dúvidas serem
feitas para possibilitar a participação de todas as crianças. Se a atividade
for contação de histórias ou sobre a origem das famílias, respeite o mo-
mento em que os convidados estiverem falando e levante a mão quando
tiver uma pergunta para fazer. Combine com as crianças como se dará o
registro desse momento com os familiares para compor o livro do grupo.
Quem irá gravar, fotografar ou mesmo realizar algum registro escrito ou
com desenho, se desejarem.

Assim que os familiares chegarem na escola, convide-os a se juntarem


ao grande grupo na sala. Incentive as crianças a conduzirem o início da
atividade, explicando sobre a importância desse encontro e como sele-
cionaram as tradições que as famílias vão ensinar ou contar e o moti-
vo dessa escolhas. Compartilhe com o convidado que as crianças estão
elaborando um livro de histórias das famílias e que o que aprenderem e
fizerem hoje também será registrado no livro. Solicite que contem sobre
os combinados que fizeram e perguntem se os convidados também têm
alguns combinados para a melhor gestão do tempo e viabilidade da ati-
vidade. Auxilie as crianças neste diálogo e definição de combinados com
as famílias. Dependendo do tipo de manifestação que o convidado for
apresentar, se dirijam para o local escolhido.

Proponha que os familiares socializem suas propostas de atividades com


os pequenos e que, de acordo com as atividades escolhidas, possam con-
tar mais detalhes sobre o que vão apresentar ou realizar com as crianças.
Por exemplo: se forem preparar uma receita, podem contar um pouco
sobre a história da receita, de onde ela veio, o motivo de gostar dela, se
marcou sua infância ou outro momento da vida. Se forem contar sobre
a origem das famílias, podem mostrar fotos da própria família ou trazer
imagens de livros ou da internet que condizem com a realidade vivida
por elas (como a história da chegada dos negros no Brasil, como os ín-
dios que viviam antes da chegada dos portugueses, como foi a viagem
dos antepassados para chegarem ao Brasil ou na cidade que hoje moram,
se moravam no campo e migraram para a idade, ou vice-versa). Se for
uma brincadeira, podem apresentar as regras, ensinar como se brinca
e também contextualizar sobre a importância dessa brincadeira (com
quem aprenderam a brincar, com quem brincavam quando eram crian-
ças, onde brincavam e porque gostam dessa brincadeira).

É o momento de interação dos convidados com as crianças. Incentive-as


a oferecerem ajuda, perguntando e participando da atividade. Ao prepa-
rar a receita, as crianças podem se organizar em pequenos grupos para
que cada grupo possa ajudar com os materiais, com a preparação, com
o registro deste momento, filmando ou fotografando. O mesmo pode
acontecer com as brincadeira, onde as crianças e convidados podem
decidir se todos brincarão no grande grupo ou em pequenos grupos, de
acordo com o tipo de atividade. Observe se as crianças estão participan-
do e como se dá o envolvimento delas durante a realização da atividade
com as famílias, se demonstram interesse, perguntam, fazem comentá-
rios, dão sugestões etc. Talvez algumas não queiram participar ativamen-
te da atividade mas queiram registrar com fotos, filmagens ou desenho e
escrita espontânea.

Assim que o convidado terminar de apresentar suas histórias ou rea-


lizar com as crianças o que vieram fazer, convide todos a se reunirem
no grande grupo. Incentive as crianças a contarem sobre as impressões,
participação na atividade e se gostariam de saber algo mais sobre as his-
tórias relatadas ou sobre as propostas realizadas. Instigue-as a fazer com-
paração das histórias apresentadas com as tradições da própria família e
de seus colegas. É importante que os convidados também se manifestem.
Incentive-os a falar se gostariam de contar um pouco mais sobre a histó-
ria, sobre a família, se conseguiram transmitir o que vieram apresentar
e se aprenderam algo com as crianças. Proponha às crianças que realiza-
ram desenhos e escritas durante o desenvolvimento da proposta e peça
para que mostrem e falem sobre as produções, se desejarem.

Para finalizar:

Informe que além destes registros, outros serão realizados pelas crianças
em outro momento para compor mais uma página do livro.

Para agradecer a presença de todos, convide para o lanche que foi pre-
parado pelas crianças, para que todos possam compartilhar de mais um
momento de convívio.

Desdobramentos
Caso muitos familiares se disponham a comparecer à escola, organize
para que, em dias diferentes, todos possam apresentar suas histórias. Po-
dem ser organizados por temas ou assuntos: um dia para as brincadeiras,
outro para a culinária, outro para as festas da sua cultura etc. O impor-
tante é que todos possam participar e contribuir para o enriquecimento
cultural das crianças. As crianças poderão terminar seus registros da ati-
vidade em outro momento, no qual poderão escrever um texto coletivo
relatando sobre a atividade, incluindo desenhos e fotos.

Engajando as famílias
Elabore com as crianças um bilhete para as famílias, contando sobre esse
momento prazeroso realizado na escola. Informe para as famílias sobre
a importância de momentos como esse na escola, onde as crianças co-
nhecem sobre sua própria história e sobre as vivências dos familiares dos
colegas. Conte sobre o envolvimento das crianças na atividade, como
reagiram ao receber as famílias na escola e que sempre estarão a disposi-
ção para que outras famílias também possam participar com as crianças
de atividades na escola.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Esta proposta prevê que você e seu grupo de crianças finalizem o livro de
histórias das famílias, para o qual pesquisaram informações, dialogaram
e elaboraram páginas ao longo das atividades anteriores desta sequência.
É o momento de montagem do livro e de planejar como ele será apresen-
tado aos familiares. Retome todas as produções anteriores, observando
se há alguma ainda a ser concluída e antecipe os materiais necessários
para a finalização.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

Toda família tem sua história

Histórias das famílias das crianças

Conhecendo tradições das famílias do grupo

Familiares contam suas histórias

Concluindo o livro das famílias do grupo

Materiais:

Para concluir a escrita e a montagem do livro sobre as tradições das fa-


mílias, será necessário reunir todas as produções realizadas pelas crian-
ças no decorrer da sequência (ver Contextos Prévios).

Materiais para registro e montagem do livro, como lápis de cor, caneti-


nha, papéis diversos, tesoura, cola, grampeador, clips, entre outros.Para a
capa e a contracapa, é interessante garantir um papel de maior gramatu-
ra do que o utilizado nas páginas do livro, para favorecer o manuseio e a
durabilidade dele.

Espaços:

É indicado realizar a proposta na própria sala de atividades do grupo.


Desse modo, os alunos terão fácil acesso a todas as páginas produzidas
para o livro das famílias, assim como aos materiais para registro e mon-
tagem.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quais estratégias as crianças utilizam para a organização e a conclusão


do livro, nos pequenos grupos? Que saberes sobres as famílias são com-
partilhados entre elas nesse momento?

2. Como articulam as estratégias de leitura e suas hipóteses de escrita du-


rante a complementação das páginas do livro e na leitura final da história
das famílias? Como se dá a interação entre as crianças ao expor suas opi-
niões e considerando as ideias dos colegas?

3. Que sentimentos são expressados pelas crianças e de que forma se ma-


nifestam em relação ao processo de elaboração e à conclusão do livro do
grupo?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada crian-
ça ou do grupo.

Para que a revisão e a complementação do livro sejam garantidas de for-


ma coletiva e colaborativa, fique atento aos comentários das crianças,
para que todas as opiniões sejam valorizadas. Garanta diversidade de
estratégias (escrita, desenhos, leituras etc.) para a revisão do livro produ-
zido, possibilitando a participação de toda a turma.

O que fazer durante?

Comente, em roda, com o grande grupo, que as crianças já sabem de


muitas coisas sobre as famílias da turma, pois já elaboraram várias pá-
ginas do livro e precisam agora finalizá-lo, montando-o, para poderem
socializá-lo com as famílias.

Incentive-as a relembrar as descobertas que fizeram, as visitas que rece-


beram e as pesquisas que as ajudaram a conhecer mais sobre as tradições
e as culturas da famílias.

Convide os pequenos a reunirem as páginasque foram confeccionadas e


esclareça que chegou o momento de rever o que fizeram e ver se preci-
sam alterar ou incluir alguma informação para finalmente concluírem e
montarem o livro das famílias.
2

Proponha que, em pequenos grupos, analisem as páginas produzidas


e verifiquem se precisam de alguma alteração ou complementação. As
páginas podem ser divididas entre os grupos, para facilitar a organização
das mudanças.

Proponha que as crianças leiam as páginas designadas ao seu grupo


(para isso utilizam de estratégias de leitura, apoiando-se na memória,
em palavras conhecidas, imagens etc.) com seu auxílio, se necessário. A
partir disso cada equipe define o que precisa fazer para complementar as
páginas, talvez seja necessário incluir escritas, legendas, fotografias, de-
senhos ou rever alguma parte da história ou relato que ficou incompleto.

Sugira que as crianças conversem com os colegas dos outros grupos so-
bre as intervenções que farão nas páginas do livro, procurando por novas
opiniões para garantir as conclusões.

Observe as necessidades das crianças enquanto elas realizam as ativida-


des, caso perceba dificuldade de organização, ofereça ajuda. Você pode
dar dicas de como elas podem se organizar, ajudar na escrita de alguma
palavra e orientá-las a rever os registros de outras páginas para relem-
brar a sequência do livro.

Sugira que, conforme concluam as atividades, as crianças coloquem as


páginas revisadas sobre algumas mesas, uma ao lado da outra, para faci-
litar a visualização de todos. Retornando ao grande grupo, proponha que
elas observem todas as páginas produzidas, apontem algo que conside-
rem precisar de melhoria ou completação e decidam juntas como pode
ser montado o livro. Auxilie as crianças nessa organização, para que o
produto apresente primeiramente um contexto inicial, do objetivo do
grupo em produzi-lo, e depois traga os elementos culturais e as tradições
das famílias, em suas especificidades. Garanta que o livro seja montado a
partir das sugestões das crianças, valorizando ao máximo as sugestões e
as iniciativas delas.

Possíveis falas do professor neste momento: Estamos com várias páginas


soltas, como podemos organizá-las e qual ordem seguir para contarmos
as histórias das famílias de nosso grupo?
4

No momento da organização das páginas e da montagem do livro, pro-


vavelmente as crianças irão perceber ele está sem capa. Sugira que pe-
guem uma ou mais obras da caixa de leitura para realizarem compara-
ções e verem o que mais tem em um livro e checarem o que está faltando
fazer no livro do grupo, por exemplo, o título e o nome dos autores.
Proponha que troquem ideias para eleger o título que melhor represente
a investigação sobre as famílias. Você pode registrar no quadro as ideias
que surgirem e, em seguida, propor que realizem uma votação para a
escolha do título.

Definam os responsáveis pela elaboração a capa do livro e discutam


como ela será: se terá algum desenho, quem pode escrever o título etc.
Como são muitos os autores, sugira que na primeira página cada crian-
ça coloque seu próprio nome, para ficar registrada sua participação. Se
alguém tiver dificuldade em escrever o próprio nome, sugira que essa
criança utilize como referência alguma ficha ou etiqueta na qual o nome
dela esteja escrito.

Sugira que as famílias também possam escrever no livro. Para isso, diga
aos pequenos que eles podem incluir algumas páginas em branco, para
que elas possam, depois, deixar mensagens registradas nele.

Combine com as crianças como será feita a junção das páginas. Talvez
seja necessária uma encadernação, que você pode providenciar poste-
riormente. Neste momento, para que vejam o livro montado, utilize pro-
visoriamente grampos ou clips.No grande grupo, proponha que façam a
leitura do livro das famílias. Como a obra é algo que elas mesmas produ-
ziram, elas estarão aptas a realizar a leitura, mesmo sem ler convencio-
nalmente. A cada página uma criança lê, as demais podem complemen-
tar com o que lembram, com a leitura das imagens etc. Esteja atento às
necessidades delas, auxiliando-as na leitura e favorecendo a cooperação
entre todos da turma.

Para finalizar:

Após a leitura, conversem sobre como foi produzir o livro, sobre qual
página cada criança gostou mais e por que e quais informações acharam
mais interessantes sobre as famílias do grupo.

Pergunte a elas como podem socializar o livro que fizeram, para que pos-
sam contar aos outros sobre as histórias investigadas. Ideias como estas
podem surgir: as crianças podem querer levar o livro para casa, cada dia
uma; elas podem sugerir que as famílias venham à escola para ler o livro
etc. A partir das ideias dadas pelos pequenos, faça os combinados neces-
sários com eles: você pode fotografar a capa do livro para que as crianças
elaborem um convite para enviar para os familiares, um cartaz pode ser
fixado na entrada da escola, ou na porta da sala, para que em horário de
entradaou de saída os responsáveis possam conhecer o livro. Peça ajuda
das crianças para guardar os materiais que utilizaram e para organizar a
sala.

Desdobramentos
As crianças decidirão como será feito o convite para os familiares, se
farão um convite ou cartaz, ou se optarão por outra forma de comunicar
que o livro está pronto e que as famílias poderão conhecê-lo, para que
em outro dia possam vir à escola apreciá-lo.

Uma outra possibilidade é organizar um dia do lançamento do livro.


Desse modo, o convite será enviado antecipadamente às famílias e as
crianças planejarão como farão a leitura da obra que produziram coleti-
vamente.
Engajando as famílias
Ao irem à escola conhecer o livro das famílias do grupo, os familiares
podem escrever recadinhos para as crianças, nas páginas em branco que
foram incluídas.

Se os pequenos desejarem ter uma cópia do livro, providencie um ar-


quivo digital. As páginas da obra podem ser fotografadas ou escaneadas
para compor um documento em PDF ou uma apresentação em Power-
point. Esse arquivo digitalizado do livro pode ser gravado em CDs ou
DVDs, um para cada criança levar e ver com sua família.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Pesquise sobre os biomas brasileiros, a diversidade da fauna, aprofun-


dando seus conhecimentos sobre o assunto e busque também áudios que
possam ser utilizados na atividade, cuidando para que não tenham sons
muito específicos de animais que restrinjam as hipóteses das crianças.
Você pode conferir as seguintes sugestões:

(Mata Atlântica);

(Cerrado);

(Floresta Amazônica).

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

1- Conversando sobre animais

2- Escolhendo alguns animais para conhecer melhor

3- Pesquisando sobre animais dos biomas brasileiros

4- Organizando o catálogo de animais brasileiros

5- Apresentando nosso catálogo de animais brasileiros

Materiais:
1) Nesta atividade será utilizada a sensibilização por meio dos sons da
natureza para despertar a curiosidade da turma sobre os animais e dis-
parar a conversa sobre o tema. Selecione e grave previamente os áudios e
prepare a sala com o aparelho de reprodução sonora.

2) Cartolina e caneta hidrográfica para registro em cartaz.

3) Folhas, canetinhas, lápis grafite, lápis de cor, giz de cera, borracha e


apontador, para registro nos grupos.

4) Material para anotação individual do professor, como caneta e um


caderno de registro.

Espaços:

Planeje que a atividade ocorra na sala. O espaço deve ser organizado de


forma a favorecer o deslocamento das crianças, pois a proposta envolve
momentos de roda de conversa, de movimentação corporal ampla e de
trabalho em pequenos grupos.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora e 20 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Que expressões verbais e gestuais demonstram o interesse das crianças


pelo tema dos animais?

2. Que referências as crianças utilizam na construção das expressões cor-


porais durante a imitação dos animais?

3. De que formas as crianças comunicam suas ideias nos pequenos gru-


pos? Quais os principais desafios para o diálogo nas equipes? Como elas
os resolvem?
Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita
e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Esta atividade envolve expressão de vivências e
conhecimentos, diálogo e trocas de informações em grupo. Favoreça que
todas as formas de expressão estejam incluídas nos momentos de roda e
de trabalho em grupo e auxilie na comunicação entre as crianças, sempre
que isso se fizer necessário.

O que fazer durante?

Convide as crianças para entrar na sala previamente preparada com som


ambiente de floresta. Observe as reações, as hipóteses e os diálogos. Pro-
vavelmente as crianças demonstrarão curiosidade e conversarão com
os colegas e com você sobre as impressões e sobre o que estão ouvindo
(como som de água, de aves etc). Após alguns minutos de interação,
abaixe o volume do som ambiente e reúna o grande grupo em roda. Per-
gunte às crianças sobre o som que estão ouvindo: de onde é, o que per-
cebem, que elementos naturais são captados, o que sentem ao ouvi-lo.
Depois questione se elas conhecem alguns animais que vivem neste am-
biente e troquem ideias sobre quais animais elas mais gostam, por que e
de onde os conhecem. Diga aos pequenos que você irá registrar o nome
dos animais citados por eles em forma de lista em num cartaz, para que
eles possam fazer a leitura, ver quantos e quais são conhecidos pelo gru-
po. Se houver alguma criança que escreva convencionalmente e queira
fazer a lista, ofereça apoio no que ela precisar.

Possíveis falas do professor neste momento: Quais animais vocês conhe-


cem que moram na floresta? Como sabem disso?

Depois de todos terem tido oportunidade de se expressar e de a lista es-


tar concluída, faça a leitura do cartaz com o grupo e problematize sobre
os sons que esses animais fazem e como se movimentam pela floresta. Os
pequenos utilizarão o corpo para demonstrar os movimentos e sons dos
animais. Diga que você irá aumentar o volume do som ambiente e que
agora a sala ficará cheia de animais da floresta (propondo uma brinca-
deira). Brinque com eles, deslocando-se pela sala. Interaja descobrindo
os animais que estão imitando, imite um animal também, convide uma
criança que estiver resistente em participar para circular pelo espaço
com você, observando e identificando os animais que os colegas estão
imitando.

Abaixe novamente o volume do som ambiente e organize a turma divi-


dida em pequenos grupos de quatro ou cinco crianças. Proponha uma
discussão e um levantamento de hipóteses em grupo: Quais dos animais
listados são brasileiros, vivem em florestas do Brasil? Peça que os grupos
registrem em uma folha, por meio de escrita ou desenho, as conclusões
às quais chegaram. As crianças também podem recorrer à lista feita ini-
cialmente ou solicitar ajuda ao professor e aos colegas. Combine com os
grupos o tempo que terão para essa etapa.

Enquanto as crianças conversam nos grupos, observe e anote as hipóte-


ses que levantam para responder à questão sugerida. Que conhecimentos
mobilizam para definir quais animais são brasileiros? Como as crianças
expressam suas ideias e recebem as dos colegas? Quais questionamentos
são levantados durante a discussão? Quais critérios utilizam na definição
da forma do registro (escrita ou desenho) e de quem irá registrar?

Após o término do tempo combinado, convide as crianças para retornar


ao grande grupo, para a socialização das hipóteses. Cada grupo apresen-
ta seu registro e conta por que escolheu tais animais como brasileiros.
Problematize com os pequenos sobre quais foram os animais que apa-
receram mais vezes nas listas e questione por que será que isso aconte-
ceu e onde vivem estes animais. Explore esse momento de investigação
fazendo questionamentos a partir das respostas das crianças, pois nes-
sa argumentação elas elaboram hipóteses e constroem conhecimentos.
Diante das diferentes respostas apresentadas pelos grupos, pergunte
como podem fazer para descobrir se os animais são brasileiros ou não.
Provavelmente as crianças levantarão sugestões de pesquisar na internet,
livros, talvez perguntar a alguém que conhecem e que supõem que saiba
responder. Sugira que as listas criadas em grupo sejam posteriormente
reproduzidas, para que os integrantes do grupo levem-nas para casa para
realizar a pesquisa sobre quais animais realmente são brasileiros.

Para finalizar:

Convide os grupos para fixar seus registros em um local acessível a to-


dos, que pode ser um varal ou um mural. Na ausência desses materiais,
considere colá-los na parede da sala. Esclareça que os registros serão
retomados após as pesquisas, para confirmação. Organizem os materiais
utilizados na atividade e retomem a rotina do dia.

Desdobramentos
Dê continuidade a esta proposta fazendo a leitura dos animais listados,
em um outro momento, e levantando os conhecimentos que as crianças
têm sobre eles. Elas podem escolher o animal preferido e fazer o registro
das informações que conhecem sobre eles, por meio de desenho ou es-
crita, para compartilhá-las com a turma. Convide algum familiar de al-
guma criança da turma que tenha conhecimento na área (biólogo, cien-
tista, veterinário) para conversar sobre a diversidade da fauna brasileira
num dia combinado. Para o bate-papo, levante antes as curiosidades e os
questionamentos das crianças sobre o assunto.

Engajando as famílias
Envolva as famílias por meio da participação na pesquisa, confirmando
ou não as hipóteses das crianças sobre os animais que são brasileiros.
Construa um bilhete junto com os pequenos contando que brincaram
de animais da floresta e listaram alguns deles e que agora precisam des-
cobrir se são ou não brasileiros. Envie uma cópia da lista elaborada pelo
grupo e peça que os familiares ajudem nessa investigação.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Se você estiver dando continuidade à sequência Animais dos biomas


brasileiros, já deve ter ocorrido a socialização das pesquisas realizadas
em casa, confirmando quais dos animais listados nos pequenos grupos
são realmente do Brasil e compartilhando as descobertas feitas duran-
te a pesquisa. Você precisará organizar uma exposição de imagens de
animais brasileiros, para isso, faça uma pesquisa sobre a fauna dos dife-
rentes biomas,garantindo diversidade com mamíferos, répteis, peixes,
anfíbios e aves. Inclua animais da lista realizada na atividade anterior
(Conversando sobre animais).A indicação dos biomas é apenas uma
referência ao professor, não é intenção desta sequência que as crianças
aprendam essa nomenclatura e essa categorização, mas que a fauna bra-
sileira seja valorizada.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

1- Conversando sobre animais

2- Escolhendo alguns animais para conhecer melhor

3- Pesquisando sobre animais dos biomas brasileiros

4- Organizando o catálogo de animais brasileiros

5- Apresentando nosso catálogo de animais brasileiros

Materiais:
1) Imagens de animais brasileiros, contendo legenda com o nome, orga-
nizadas em uma exposição na sala. No seguinte site você encontra um
catálogo de biodiversidade brasileira, sendo possível buscar imagens dos
animais: PortalBio. Outras sugestões para sua pesquisa: Espécies amea-
çadas de extinção, Biomas brasileiros - MMA, Animais dos Biomas Bra-
sileiros.

2) Papel para cartaz (um por grupo), canetinhas, lápis grafite, borracha e
apontador.

3) Uma cartolina ou outro papel para cartaz e caneta hidrográfica, para


registro das questões pelo professor.

4) Alguns modelos de catálogos, como: de plantas, insetos, do zoológico


local, de animais para adoção, animais em extinção etc. Exemplos: Aves
de rapina: carcará, Catálogo taxonômico da fauna do Brasil.

5) Material para registro das observações, como uma caneta e um cader-


no.

Espaços:

Planeje que a atividade ocorra na sala da turma. Organize uma exposi-


ção de imagens de animais dos diferentes biomas brasileiros, colando as
fotos em cartazes na parede, ou penduradas em varais e cortinas. Cuide
para que estejam no campo de visão das crianças e na altura delas. Caso
você ou elas tenham experiências diretas com alguns animais, é inte-
ressante garantir na exposição animais conhecidos por todos. Privilegie
também bichos de outras regiões do país, ampliando o universo cultural
delas.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora e 30 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:


1. Quais expressões, gestos e falas demonstram o interesse e a curiosida-
de das crianças em relação aos animais brasileiros e aos temas relaciona-
dos?

2. Que fontes de informação expressam conhecer quando apresentam


suas hipóteses para a pesquisa?

3. Quais critérios utilizam na escolha dos animais que querem conhecer


melhor?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada crian-
ça ou do grupo. Durante a exposição, incentive as crianças a descrever
as imagens, contando sobre algumascaracterísticas dos animais. Inclua
todas as formas de comunicação durante o compartilhamento coletivo
de ideias e hipóteses, tais como expressões faciais e corporais. Ofereça
catálogos diversos aos pequenos, para que todos compreendam do que
se trata e assim tenham autonomia na construção do catálogo da turma.

O que fazer durante?


1

Antes de entrarem na sala previamente preparada, antecipe aos peque-


nos que você organizou uma exposição de animais brasileiros. Convide-
-os para entrar e circular pelo espaço, observando as imagens. Enquanto
as crianças observam, atente-se para os diálogos que desenvolvem. Quais
hipóteses levantam durante a observação? Fazem relação com as lis-
tas desenvolvidas nos pequenos grupos na atividade 1 desta sequência?
Mostram preferência por alguns animais? Utilizam a legenda para ler o
nome do animal? Quais relações estabelecem entre as imagens e os co-
nhecimentos prévios e as vivências pessoais? Registre suas observações,
elas darão indicações para sua atuação tanto nesta atividade como em
outros momentos de sua prática.

Caminhe entre as crianças e faça intervenções que as instigue a fazer


relações, levantar questionamentos e a formular hipóteses, apurando o
olhar, aguçando as descobertas e promovendo a troca de ideias durante a
observação.

Possíveis falas do professor neste momento: Tem algum animal que vo-
cês mais gostaram? Por que? Achei esse animal muito interessante! O
que vocês acham?

O que mais te interessou aqui? Ah, verdade, bem que quando fizemos a
nossa primeira lista vocês comentaram sobre este aspecto, né? Será que
temos como saber qual o nome deste animal?

Com as crianças ainda circulando pela sala e analisando as imagens,


peça que imaginem que sons estes animais produzem e como se movi-
mentam no ambiente em que vivem. Interajam e troquem ideias sobre
hipóteses quanto à movimentação e sons dos bichos. Proponha compa-
rações entre eles, pergunte onde já ouviram esses sons e viram tais mo-
vimentos. Enquanto conversam e elaboram respostas aos seus próprios
questionamentos e aos dos colegas, as crianças indicarão as fontes de
informação que estão utilizando na formulação de suas hipóteses. Essas
fontes podem ser filmes que tenham assistido, livros, a vivência de uma
visita ao zoológico, viagens ou outras experiências pessoais. Sugira que
brinquem, imitando os animais da exposição, explorando a expressão
corporal.

Convide as crianças para se sentar em roda com você, reunidas no gran-


de grupo. Incentive-as a contar o que acharam dos animais da exposi-
ção, o que chamou mais a atenção delas, quais animais já conheciam e
de onde. Favoreça que todos possam expressar suas opiniões. Depois
pergunte se identificaram, dentre os animais expostos, alguns listados
na atividade anterior. Retome com a turma a lista produzida na ativi-
dade 1 desta sequência (Conversando sobre animais) e façam juntos a
verificação dos animais que estão expostos. Lembre com os pequenos
das pesquisas realizadas em casa para conferir as hipóteses quanto aos
animais que são brasileiros. Quais animais estão na exposição, quais não
apareceram? Estimule que compartilhem seus conhecimentos e suposi-
ções sobre os habitats dos bichos. Será que todos vivem no mesmo local?
Alguns animais podem habitar florestas enquanto outros podem ser do
mar ou de rios. Problematize a partir do que as crianças forem respon-
dendo, provocando a investigação, a argumentação e a elaboração coleti-
va de conceitos e aprendizagens.

Ainda no grande grupo, conversem sobre os animais que gostariam de


conhecer mais, que despertaram maior curiosidade. Liste no quadro os
bichos citados pelas crianças. Sugira que escolham cinco ou seis para
pesquisarem e conhecerem melhor. Procure garantir a diversidade de
animais: de biomas e categorias diferentes.

Após a definição dos animais a serem pesquisados, pergunte às crianças


o que gostariam de saber sobre eles, o que irão pesquisar. Diga que você
fará o registro das questões em um cartaz, para que possam retomá-las
durante a pesquisa. Finalizado o registro das questões, problematize so-
bre onde podem encontrar as informações que desejam. Liste no cartaz
as sugestões.

Possíveis falas do professor neste momento: O que é legal saber sobre


como vivem esses animais? Será que todos vivem no mesmo lugar, co-
mem as mesmas coisas, têm os mesmos hábitos?

Combine com as crianças que a pesquisa acontecerá na próxima ativi-


dade e para que todos os animais sejam pesquisados a turma deve se
dividir em pequenos grupos de três a cinco integrantes, de acordo com o
animal que desejam pesquisar. Você pode pegar as imagens dos animais
escolhidos e posicioná-las em diferentes espaços da sala para colaborar
na organização dos grupos. Caso haja muitas crianças em um grupo e
poucas em outro, peça para que alguém que escolheu aquele bicho diga
porque acha interessante pesquisá-lo. Você também pode propor que as
crianças sugiram maneiras de fazer a distribuição equilibrada entre os
grupos, para que todos os animais sejam abrangidos.

Nos pequenos grupos, proponha que as crianças registrem, num peque-


no cartaz, o nome do animal que pesquisarão e os nomes dos integrantes
do grupo. Compartilhe com elas que a função desse cartaz é deixar regis-
trada a organização que fizeram hoje para a próxima atividade, que será
a pesquisa. Incentive as crianças a registrar também, por meio de escrita
espontânea ou de desenho, os conhecimentos prévios, as hipóteses ou
ainda os conhecimentos que foram compartilhados no grande grupo
sobre o animal em questão. Observe as hipóteses das crianças durante a
escrita, quais conhecimentos mobilizam, quais estratégias utilizam. Elas
podem, por exemplo, copiar o nome do animal da legenda da imagem.
Ofereça apoio quando necessário ou proponha auxílio entre as crianças.
Para finalizar:

Peça para que os grupos que forem concluindo os registros coloquem os


cartazes em locais visíveis e acessíveis, como um varal ou um mural. Em
seguida, solicite que colaborem com o recolhimento e com a organização
dos materiais utilizados. Convide-os para se sentar próximos de você.
Compartilhe a ideia de elaborarem um catálogo, como forma de organi-
zar as pesquisas e as descobertas, informando que essa é uma organiza-
ção utilizada pelos cientistas que pesquisam a natureza (plantas, animais
etc). Apresente alguns modelos de catálogos às crianças e dê espaço e
tempo para que os manuseiem, interajam e façam perguntas sobre eles.
Ao comentarem o que observaram e suas impressões sobre os catálogos,
retome o levantamento realizado na etapa 4, a respeito do que querem
saber sobre os animais, como por exemplo: onde vivem, do que e como
se alimentam e como se locomovem. Instigue os pequenos a fazer a bus-
ca dessas informações para a elaboração do catálogo dos animais brasi-
leiros escolhidos por eles.

Desdobramentos
Paradar continuidade a esta atividade, aprimorando a curiosidade e in-
centivando a investigação, avalie a possibilidade de fazer uma visitação
externa a um zoológico, museu ou a uma exposição itinerante que abor-
de o tema dos animais brasileiros. Há diversos institutos e ONGs que
acolhem animais silvestres que também podem ser contactadas para
visitas.

Engajando as famílias
Redija uma carta com as crianças de forma coletiva, destinada às famí-
lias, contando sobre a vivência da exposição de animais brasileiros, a
escolha dos animais que a turma deseja conhecer melhor e o propósito
de pesquisá-los em pequenos grupos na escola. Envolva os familiares
pedindo que apoiem as pesquisas e as investigações dos pequenos, en-
viando para a escola imagens, livros, vídeos, relatos orais ou escritos,
endereços de sites, reportagens e catálogos sobre os animais dos biomas
brasileiros. Combine a data para o envio dos materiais de pesquisa.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Nesta atividade, as crianças farão a pesquisa do animal que escolheram


na atividade anterior, baseadas nas questões já levantadas e registra-
das em cartaz. Elabore previamente uma ficha contendo os itens que as
crianças querem saber sobre o animal e imprima quantidade suficiente
para os grupos de trabalho. Já houve a divisão em pequenos grupos que
também foi registrada e está fixada em local visível na sala, bem como
as questões norteadoras. Os familiares foram convidados a participar
enviando materiais para a pesquisa. Organize os recursos enviados pelas
famílias e garanta materiais variados para a pesquisa em sala. Sugestões
de subsídios: Abecedário de Bichos Brasileiros, Eco Bebê Biomas do Bra-
sil,Um som… animal!, Livro Vermelho das Crianças, Ciência Hoje das
Crianças. Aproveite também os livros de literatura infantil sobre a fauna
brasileira, que normalmente as escolas dispõem.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

1- Conversando sobre animais

2- Escolhendo alguns animais para conhecer melhor

3- Pesquisando sobre animais dos biomas brasileiros

4- Organizando o catálogo de animais brasileiros

5- Apresentando nosso catálogo de animais brasileiros

Materiais:
1) Materiais para pesquisa onde sejam encontradas informações sobre os
animais escolhidos no plano Escolhendo alguns animais para conhecer
melhor: livros infantis, enciclopédias, reportagens e textos informativos,
catálogos, imagens, vídeos, sites, relatos e áudios. Cuide para que nos re-
cursos possam ser encontradas as questões de curiosidade das crianças.

2) Catálogos diversos de: plantas, animais, insetos, do zoológico local, de


animais para adoção, animais em extinção etc. Você pode encontrar um
catálogo on line em Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil.

3) Ficha para preenchimento das informações pesquisadas (modelo).Os


itens devem ser preenchidos de acordo com o que as crianças querem
conhecer sobre os animais (vide plano Escolhendo alguns animais para
conhecer melhor).

4) Canetinhas, lápis grafite, lápis de cor, giz de cera, borracha e aponta-


dor.

5) Blocos de Montar, massinha de modelar com palitos ou forminhas


(ou alguma outra proposta para brincadeira autônoma das crianças).

6) Aparelho para reprodução de áudio e vídeo, como notebook, tablet ou


celular.

Espaços:

Planeje que a atividade ocorra na sala da turma, organizada de forma


que um pequeno grupo trabalhe com a pesquisa num espaço e o restan-
te esteja envolvido em outras propostas que possam realizar com auto-
nomia, comoblocos de montar e modelagem com massinha. No espaço
destinado à pesquisa, deixe os recursos que utilizará para reprodução de
áudio e vídeo instalados e os materiais impressos acessíveis. Você pode
organizar a sala com as criança, em cantos ou estações de atividades.

Tempo sugerido:
Aproximadamente 1 hora e 30 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Que critérios as crianças utilizam para selecionar a fonte de informa-


ção que irão utilizar na pesquisa? Quais estratégias utilizadas na busca
das respostas?

2. Como realizam os registros na ficha? Quais estratégias utilizam para


registrar? Recorrem ao material impresso? Em que momentos?

3. Qual a forma de registro que as crianças optam: escrita espontânea e


o fazem com segurança e tranquilidade, desenhos, solicitam ajuda dos
colegas e/ou professor para ser escriba?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Esta atividade requer um trabalho coletivo e colaborativo
durante a pesquisa. Para que as ações ocorram de forma tranquila, é ne-
cessário apoio constante do professor e entre as próprias crianças, respei-
tando seus interesses e auxiliando, se houver dificuldades. Esteja pronto
para ler os materiais de interesse e ofereça recursos além dos impressos,
como áudios e vídeos, para que todas participem efetivamente do pro-
cesso de investigação.

O que fazer durante?


1

Retome com o grande grupo as vivências das etapas desta Sequência Di-
dática. Lembre as criança sobre a primeira conversa sobre os animais, as
listas com as suposições de quais eram brasileiros, a pesquisa para con-
firmação em casa, a exposição de animais do Brasil, a escolha de alguns
para conhecer melhor, as divisões dos pequenos grupos e os registros
produzidos. Observem os cartazes fixados durante o desenvolvimento
do Plano Escolhendo alguns animais para conhecer melhor contendo as
divisões dos grupos e suas hipóteses sobre o animal. Leiam juntos o car-
taz com as questões de curiosidade da turma que nortearão a pesquisa.
Diga que agora será o momento de pesquisarem, buscando as respostas
ao que querem saber sobre o animal que escolheram. Compartilhe o
modelo de ficha contendo os tópicos que escolheram pesquisar e espaço
para registro (desenho e escrita). Explique que um grupo de cada vez irá
investigar sobre o animal escolhido, preenchendo a ficha durante a pes-
quisa e, depois de todos terem concluído, juntarão as fichas e organiza-
rão o catálogo.

Retome com as crianças o que é um catálogo. Disponibilize novamente


os catálogos que já tiveram contato no Plano Escolhendo alguns animais
para conhecer melhor, para lerem e manusearem umas com as outras .
Peça que, quem desejar, fale sobre o que é, o que contém, como é organi-
zado e o que chamou a atenção nos catálogos manuseados. Conversem
sobre os materiais selecionados em casa com as famílias que serão utili-
zados na pesquisa e conte que você também separou alguns recursos.

Explique a dinâmica do trabalho do dia: um dos grupos fará a pesquisa


sobre o animal escolhido enquanto as outras crianças poderão optar por
realizar construções com os blocos de montar, modelagem com mas-
sinha, palitos e forminhas, ou brincar um pouco com cada atividade.
Deixe claro que os outros grupos farão a pesquisa em outros dias. Com-
binem a organização dos espaços na sala e peça que as crianças o ajudem
dispondo os recursos nos espaços combinados. Diga à turma que você
acompanhará a pesquisa com um pequeno grupo, mas que estará dispo-
nível caso alguém precise de alguma ajuda.

Com o pequeno grupo que fará a pesquisa já reunido, levante combina-


dos para a organização do trabalho. Por exemplo: buscarão informação
de um item por vez ou vão selecionar tudo e dividir entre o grupo? Que
parte da ficha cada um ficará responsável por registrar? Lerão os textos
e imagens primeiro ou assistirão aos vídeos? As crianças podem optar
por buscar as respostas de uma questão por vez. Para isso, podem divi-
dir as fontes de informação entre elas e todas buscar encontrar do que
o animal se alimenta, por exemplo. Quando encontrarem a resposta,
compartilham umas com as outras e combinam quem fará o registro.
Também podem dividir as questões, cada uma procura sobre um tema
e faz o registro quando encontrar. Sempre que se fizer necessário, sugira
que retomem a ficha para lembrar o que devem pesquisar. Diga que você
pode ajudá-las lendo algum material que desejarem. Se houver no grupo
alguma criança alfabetizada, ela poderá colaborar na leitura, se desejar.

5
Observe se estão dividindo as tarefas e se todas estão envolvidas e par-
ticipando da atividade. Faça intervenções que apoiem a organização e o
foco do grupo, como: vocês já combinaram quem ficará responsável por
registrar sobre a alimentação? O que descobrimos sobre onde vive este
animal? Enquanto ele faz o registro, quem vai buscar a próxima respos-
ta? Vamos dividir os materiais para procurar sobre esta questão?

Se houver no grupo uma liderança que assuma este papel naturalmente,


observe esta organização e atue somente se necessário. Você deve es-
tar no grupo como um apoiador e não como líder. É importante deixar
fluir entre as crianças as divisões de papéis. As questões sugeridas são
para orientação em momentos específicos que pode haver necessidade.
Garanta o protagonismo das crianças no trabalho em grupo e na inves-
tigação. Oportunize que escolham as fontes que desejam pesquisar, se
organizem buscando uma função no grupo, que argumentem e compar-
tilhem com os colegas e que encontrem a melhor forma de registrar. Se
possível, faça registros fotográficos dos grupos pesquisando, para serem
usados em um momento de compartilhamento do catálogo.

No decorrer da investigação, coopere com os pequenos, por exemplo,


sugerindo um vídeo sobre a reprodução ou instigando a elaboração das
respostas a partir da pesquisa, como: “você já observou esta imagem da
enciclopédia? O que podemos concluir observando o corpo do animal?”

Atente-se para os recursos que estão sendo pouco utilizados. Caso haja
algum livro ou informativo deixado de lado, chame atenção das crianças
para sua utilização. Diga para as crianças fazerem as leituras (com apoio
nas imagens e auxílio do professor), assistirem aos vídeos, ouvirem os
áudios e conversarem umas com as outras, compartilhando. Conforme
as informações são descobertas, devem registrá-las na ficha. As informa-
ções podem ser registradas por meio de desenho e escrita espontânea.
Por se tratar de uma ficha que fará parte de um catálogo a ser compar-
tilhado com outras pessoas, deve conter também a escrita convencional
das respostas, que pode ser feita pelo professor como escriba ou por uma
criança que escreva convencionalmente.Quando alguém encontrar uma
curiosidade sobre o animal, incentive que compartilhe com os colegas do
grupo. Escreva em letra de forma maiúscula, pois nos planos seguintes:
Organizando o catálogo de animais brasileiros e Apresentando nosso ca-
tálogo de animais brasileiros as crianças terão oportunidade de ler, con-
forme suas hipóteses de leitura, o catálogo elaborado por elas.

Quando a investigação estiver sendo concluída, avise as crianças que


daqui a alguns minutos será o momento da organização dos materiais e
da conversa sobre o que conseguiram realizar. Se ainda ficar alguma par-
te da ficha para completarem, combine com o grupo outro dia para dar
continuidade. Após o tempo combinado, sugira a leitura para o grupo e
a apresentação dos desenhos feitos, conferindo se todos concordam e se
há algo a acrescentar ou retirar. Retome com os pequenos o registro feito
anteriormente no Plano Escolhendo alguns animais para conhecer me-
lhor, que continha o nome do grupo e as hipóteses sobre o animal esco-
lhido. Incentive a comparação entre as hipóteses iniciais e o resultado da
pesquisa. O que elas já sabiam que encontramos nessa pesquisa? O que
mais aprenderam sobre este animal que não sabiam?

Para finalizar:

Peça que as crianças colaborem com o recolhimento e armazenamento


dos brinquedos, materiais e recursos utilizados. Lembre que esta mesma
dinâmica se dará nos próximos dias com os outros grupos.

Desdobramentos
Para dar continuidade a esta proposta, promova a pesquisa com os de-
mais grupos, organizando outras atividades que as crianças realizem
com autonomia durante o período em que aguardam os outros grupos
pesquisarem. Compartilhe com a turma esta organização e os momentos
da rotina em que irão acontecer. Envolva os pequenos pedindo sugestões
de atividades que podem realizar, como desenho, leitura e jogos.
Você também pode abordar o tema dos animais utilizando outras lin-
guagens, por exemplo, criando uma encenação teatral com a turma que
tenha os animais pesquisados, produzindo máscaras, cenários, sonoplas-
tia etc.

Engajando as famílias
Você pode sugerir alguns links de vídeos utilizados ou complementa-
res às pesquisas, para que as famílias assistam junto com as crianças em
casa. Envie um bilhete no caderno de comunicados com o site ou URL
do vídeo e incentive que assistam e conversem sobre. Sugira que, caso
queiram, compartilhem sobre a vivência por meio de mensagem, vídeo,
áudio, carta ou desenho.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Nesta atividade, as crianças farão a socialização e organização das fichas


dos animais que pesquisaram nos pequenos grupos. Sendo assim, já de-
vem ter ocorrido as pesquisas com todos os pequenos grupos formados
no Plano Escolhendo alguns animais para conhecer melhor desta sequ-
ência didática.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

1- Conversando sobre animais

2- Escolhendo alguns animais para conhecer melhor

3- Pesquisando sobre animais dos biomas brasileiros

4- Organizando o catálogo de animais brasileiros

5- Apresentando nosso catálogo de animais brasileiros

Materiais:

1) Ficha sobre o animal pesquisado, preenchida pelos pequenos grupos


no Plano Pesquisando sobre animais dos biomas brasileiros.

2) Recursos para produção do cartaz, da capa do catálogo e dos convi-


tes, como: papel tipo color set ou cartolina, canetinhas, lápis de cor, lápis
grafite, borracha, apontador, giz de cera, papéis coloridos para recorte,
cola, tesoura, régua, tinta guache e pincel.
3) Folhas de sulfite ou cadernos de desenhos, lápis grafite, giz de cera,
lápis de cor, apontador, borracha e canetinha.

4) Recursos para leitura, como livros de histórias, informativos, receitas,


revistas e gibis.

5) Jogos que as crianças realizem com autonomia, como dominó, jogo da


memória e quebra-cabeças.

Espaços:

Planeje que a atividade aconteça na sala da turma, preparada de modo


que haja espaço para reunião no grande grupo e, em seguida, interações
em pequenos grupos. Separe um espaço com os materiais para um gru-
po trabalhar nas demandas do catálogo e cantos ou estações de ativida-
des para as demais crianças realizarem com autonomia: leitura, jogos e
desenhos. Caso haja necessidade de arrumação do espaço entre um mo-
mento e outro, envolva as crianças, compartilhando o propósito da orga-
nização.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora e 30 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Que expressões corporais e verbais as crianças realizam para demons-


trar seu interesse pelo tema dos animais e pela finalização do catálogo
produzido pela turma?

2. Que diferentes atuações e participações desenvolvem durante a ativi-


dade em grupo? Como as crianças expressam os conhecimentos e expe-
riências anteriores a realização das tarefas?

3. Como se dá a interação entre as crianças durante o trabalho em gru-


po? Em que momentos é possível observar a cooperação entre os peque-
nos? No caso de haver conflitos, como os resolvem?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Esta atividade requer um trabalho coletivo e colaborativo
durante todo o processo de planejamento e desenvolvimento da tarefa
escolhida para organização do catálogo. Para que estas ações ocorram de
forma tranquila, é necessário o apoio constante do professor e entre as
próprias crianças, respeitando interesses e as auxiliando, se houver difi-
culdades.

O que fazer durante?

Reúna as crianças no grande grupo e conversem sobre como foi o tra-


balho de pesquisa nos pequenos grupos. Peça para que as crianças con-
tem o que mais gostaram de fazer e de descobrir nas pesquisas, em qual
recurso conseguiram encontrar as informações que buscavam, as difi-
culdades encontradas, como as superaram, em que momentos trabalha-
ram em equipe e o que aprenderam e ensinaram aos colegas. Instigue as
crianças a perceberem a variedade dos recursos utilizados pelos grupos,
pois, um pode ter se pautado mais em vídeos, outro em livros de histó-
rias infantis etc.

Distribua as fichas dos animais para cada grupo que as fez. Sugira que,
um por vez, os grupos apresentem os registros das pesquisas e falem
sobre o animal pesquisado. Apoie a leitura das respostas da ficha, se o
grupo demonstrar necessidade. Você mesmo pode ler ou pedir que uma
criança alfabetizada o faça. Após a apresentação de cada grupo, disponi-
bilize a ficha para que a turma possa manusear, observar e ler os regis-
tros. Convide as demais crianças a participar, elaborando perguntas para
os colegas do grupo que está apresentando, expondo suas impressões
sobre o que aprenderam com a pesquisa exibida ou compartilhando seus
conhecimentos e vivências sobre o animal em questão.

Retome com as crianças o propósito de organizar um catálogo e o co-


nhecimento que construíram sobre este portador. Problematize:

“Agora já temos as fichas prontas, o que precisamos fazerpara construir


nosso catálogo? O que deve conter?

Diga às crianças que irá registrar os itens em um cartaz para organiza-


rem os próximos passos para a construção do catálogo de animais bra-
sileiros.Se houver na turma uma criança que escreva convencionalmen-
te, convide-a a realizar esse registro, auxiliando no que for necessário.
Você também pode disponibilizarcatálogos observados anteriormente
pela turma, para apoiar esta conversa. Provavelmente, a lista elaborada
com as crianças conterá itens como: capa, índice, número nas páginas e
montagem (encadernação). Problematize sobre a ordem que os animais
serão colocados no catálogo. Que tipo de ordenação existe nos catálogos
que observamos? Como faremos nossa organização? Registre no cartaz
a necessidade de ordenação das fichas, de acordo com o que ficou com-
binado. Por exemplo: organizar em ordem alfabética ou por espécie dos
animais, entre outros.

Após finalizarem a lista, levante mais um questionamento para a dis-


cussão do grupo: quando o catálogo estiver pronto, com quem iremos
compartilhá-lo e para quem queremos mostrá-lo? As crianças podem
escolher apresentá-lo para uma ou mais turmas da escola. Podem desejar
compartilhá-lo com os familiares ou realizar um evento de lançamento
do catálogo, para depois disponibilizá-lo na biblioteca da escola. O im-
portante é deixar fluir dos pequenos a partir de suas vivências e interes-
ses. Neste momento, vocês podem, observando juntos um calendário,
marcar o dia em que farão este compartilhamento, para poderem elabo-
rar os convites. Registre ao final do cartaz este objetivo do grupo, bem
como a data do evento.

Proponha a divisão da turma em pequenos grupos para realização das


demandas listadas. Por exemplo: um grupo ficará responsável por pre-
parar a capa, outro por ordenar as fichas, outro por numerá-las, outro
para fazer o índice, outro pela montagem e finalização e outro para pro-
duzir os convites. Os grupos não precisam ter a mesma quantidade de
crianças. Por exemplo, para ordenação, uma dupla pode ser suficiente,
enquanto para produzir os convites, pode ser necessário um número
maior de integrantes. Você pode fazer esta organização com as crianças,
registrando no quadro a divisão dos grupos e a quantidade de integran-
tes necessária e pedindo para que cada criança escreve seu nome no gru-
po que gostaria de trabalhar (caso seja possível, dependendo do nível de
desenvolvimento da escrita da turma). Observem se todas as demandas
foram contempladas e se há mais crianças do que o necessário desejando
realizar a mesma tarefa ou outras divergências. Se for preciso, retome a
importância de cada tarefa e como cada uma contribuirá na construção
do catálogo, valorizando todas as etapas. Dialoguem, trocando ideias
sobre como resolver as pendências. Registre esta organização, como ti-
rando foto do quadro finalizado.

Explique aos pequenos que um grupo por vez se reunirá para realizar
a tarefa que escolheu, enquanto os outros estarão em outras atividades,
como desenho, leitura e jogos. Diga que você irá acompanhar o traba-
lho no pequeno grupo com a organização do catálogo, mas que também
estará disponível caso alguém precise de auxílio nas outras propostas.
Deixe claro que os outros grupos realizarão suas tarefas em outros dias.
Com a turma já dividida nas atividades que irá realizar, acompanhe o
pequeno grupo em sua demanda. Com as crianças que irão produzir a
capa, por exemplo: promova uma conversa sobre como estão pensando
em fazê-la, o que observaram nas capas dos catálogos que manusearam,
que informações não podem faltar, se terá só escrita ou também alguma
imagem, o que precisa estar em destaque e que cores utilizar para desta-
car. Conversem sobre a divisão de tarefas no grupo, quem ficará respon-
sável por escrever, desenhar, colorir etc.

Em outro dia, acompanhando o grupo que fará a numeração das pági-


nas, por exemplo, veja se é necessário ter o apoio da sequência numérica
ou se as crianças conseguem realizar a partir da própria memória. Favo-
reça o trabalho colaborativo, sugerindo que compartilhem umas com as
outras os conhecimentos relacionados ao registro dos numerais. No mo-
mento de ser elaborado o índice, acompanhe as crianças na escrita (ou
cópia) do nome dos animais e as respectivas páginas. Em outro dia, na
produção dos convites, dialoguem no pequeno grupo sobre para quem
serão destinados, quais informações precisam ter, qual será o formato,
que recursos utilizarão e qual será a divisão de tarefas entre os integran-
tes. Faça assim sucessivamente, de acordo com os interesses e necessi-
dades de cada grupo. Realize as intervenções de forma que as crianças
aprimorem a capacidade de trabalhar em equipe, elaborando e expres-
sando ideias e opiniões e ampliando a escuta das manifestações dos co-
legas. Aproveite o máximo que puder das dicas colocadas neste plano
para planejar as demais situações. Atente-se para a ordem de trabalho
dos grupos no momento do planejamento (por exemplo, o índice deve
ser produzido após a numeração das páginas). Faça registros fotográficos
dos grupos realizando suas tarefas, para serem compartilhados com os
familiares, e também do momento do “lançamento” do Catálogo de Ani-
mais Brasileiros, se esta tiver sido uma escolha do grupo.

Para finalizar:

Avise os pequenos quando estiver encerrando o tempo proposto para a


atividade em pequenos grupos. Peça que colaborem com o recolhimento
e armazenamento dos livros, jogos e recursos utilizados. Lembre que esta
mesma dinâmica se dará nos próximos dias para a realização do traba-
lho com os outros grupos. O cartaz com o registro das demandas e divi-
são de grupos deve ser fixado na sala, em local acessível, para que todos
acompanhem.

Como o trabalho em grupo se dará em dias diferentes, você pode reser-


var um tempo para que o grupo que fez a proposta também possa brin-
car nos demais cantos por um tempo antes de organizarem a sala.

Desdobramentos
Para dar continuidade a esta proposta, promova a realização das ações
com os demais grupos e, ao final de todos os trabalhos, socializem como
ficou o Catálogo de Animais Brasileiros da turma. Planeje com as crian-
ças como será o dia do compartilhamento do catálogo. Distribuam os
convites e, se desejarem, combinem e produzam elementos decorativos
para a sala. Você pode também explorar a linguagem musical com as
crianças, cantando e dançando com elas uma canção que fale de animais
brasileiros. Por exemplo, a Ciranda dos Bichos, do grupo Palavra Canta-
da.

Engajando as famílias
Você pode envolver a família neste processo, construindo com as crian-
ças um painel de fotos do trabalho em equipe, contando sobre a divisão
de tarefas para a organização e compartilhando o catálogo, de acordo
com a opção das crianças. Por exemplo:

“Na próxima semana faremos o lançamento do Catálogo de Animais


Brasileiros da turma. O catálogo está sendo construído com a participa-
ção de todos, cada grupo realizando uma tarefa diferente. Veja aqui al-
guns momentos deste trabalho”.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta atividade, é necessário ter realizado as etapas dos planos ante-
riores desta sequência, chegando à finalização do Catálogo de Animais
Brasileiros da turma. Já deve ter ocorrido o convite (feito pelas crianças)
às pessoas com quem as crianças escolheram compartilhar o catálogo
(familiares, outra turma, funcionários ou comunidade em geral). Se for
opção da turma,vocês já devem ter planejado e elaborado elementos para
a decoração da sala.

Para ambientação da sala e compartilhamento com os visitantes,é impor-


tante que tenham selecionado juntos alguns livros, vídeos e músicas uti-
lizados na pesquisa, fotos do processo e demais recursos que permearam
a construção do catálogo.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

1- Conversando sobre animais

2- Escolhendo alguns animais para conhecer melhor

3- Pesquisando sobre animais dos biomas brasileiros

4- Organizando o catálogo de animais brasileiros

5- Apresentando nosso catálogo de animais brasileiros

Materiais:
1) Catálogo de Animais Brasileiros da turma.

2) Outros materiais utilizados durante a pesquisa, como: vídeos esco-


lhidos pelas crianças, aparelho de reprodução de imagem (televisão,
notebook ou tablet, por exemplo); imagens dos animais pesquisados e
de seus habitats; livros, revistas, informativos, enciclopédias e catálogos;
áudios com sons da natureza e dos animais do catálogo; aparelho de re-
produção sonora (aparelho de som ou celular, por exemplo); fotos tira-
das durante o processo.

2) Elementos decorativos preparados anteriormente pela turma (se hou-


ver).

3) Recursos para sinalização, identificação e organização da exposição:


cartolina, canetinhas, lápis grafite, borracha, apontador, fita adesiva, cola,
tesoura.

Espaços:

Este momento de compartilhamento do Catálogo de Animais Brasileiros


da turma e do processo de pesquisa e construção que o envolveu pode
ser planejado para ocorrer na sala da turma, na biblioteca ou em um au-
ditório. Deve ser um espaço amplo, para comportar as crianças da tur-
ma e seus convidados.Esta organização também dependerá de quem as
crianças escolheram convidar, da quantidade e tipo de público, (se serão
as próprias crianças da escola ou familiares). Planeje tanto em relação à
quantidade de pessoas como do local e equipamentos para acomodação
delas. É importante definir estas questões previamente, acertando que
for necessário com a gestão da escola, limpeza e arrumação prévia dos
espaços.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora e 30 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:


1. Como as crianças escolhem os recursos com os quais querem traba-
lhar durante a organização? Como se dá a interação entre elas para estas
escolhas?

2. Que expressões verbais e gestuais as crianças utilizam para comparti-


lhar os conhecimentos e vivências que foram significativos à elas durante
as atividades da sequência?

3. Como as crianças se comunicam com os convidados? Demonstram


segurança e tranquilidade? Em que situações isso fica evidente?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Esta atividade envolve diversidade de recursos e linguagens
para a apresentação do percurso do grupo durante a Sequência. Sendo
assim, as crianças têm múltiplas possibilidades de envolvimento e intera-
ção, conforme suas preferências. Converse com elas sobre estas possibi-
lidades, buscando estratégias para que todas participem e respeitando as
individualidades.

O que fazer durante?


1

Com o grande grupo reunido, retome o propósito de compartilhamen-


to do Catálogo de Animais Brasileiros da turma. As crianças podem ter
optado por uma apresentação do catálogo aos familiares e colegas da
escola, ou podem ter escolhido fazer o lançamento na biblioteca. Chegou
o dia de receberem os convidados e agora precisam planejar como será
este momento. Conversem trocando ideias sobre como irão expor. Enri-
queça a discussão com questões como: quando os convidados chegarem,
irão encontrar o catálogo em que local do ambiente? O que é importante
dizer sobre ele? Como iremos apresentá-lo?

Diga às crianças que, para os convidados saberem como foi o proces-


so de elaboração do catálogo, vocês podem usar os recursos utilizados
na pesquisa, as imagens dos animais brasileiros da exposição, os livros,
vídeos e músicas (previamente selecionados). Podem também expor as
fotos dos processos de pesquisa e construção do catálogo. Conversem
sobre os elementos que dispõem para compor o ambiente e planejem
sua organização. Onde podemos dispor cada um? Onde ficariam boas
as fotos? Onde colocaremos o catálogo? E os vídeos que selecionamos,
onde ficaria melhor transmiti-los? Nós separamos estes livros, como os
organizaremos?

Faça um registro no quadro das soluções encontradas pela turma para a


organização dos recursos: catálogo de Animais Brasileiros, vídeos, ima-
gens dos animais, pesquisas impressas enviadas pelos familiares, livros
infantis, informativos, fotos dos grupos pesquisando e trabalhando na
organização do catálogo, áudios com som de natureza, de animais e ele-
mentos decorativos.

A partir do registro, problematize sobre qual a maneira de apresentar


cada um dos elementos. Exemplos: quem irá apresentar o catálogo? É
necessário ter um grupo de crianças em frente ao painel de fotos? O que
elas contarão aos convidados? Quem gostaria de ficar com esta tarefa?
E na transmissão dos vídeos, quais serão os responsáveis? Que informa-
ções podem dar?

Vocês podem, por exemplo, combinar que uma criança de cada grupo
que realizou a pesquisa explique sobre a ficha do animal pesquisado (no
momento de apresentação do catálogo). É importante promover a re-
flexão sobre aspectos relacionados às diferenças individuais. Algumas
crianças podem se sentir mais à vontade para se expressar oralmente,
interagindo mais com os convidados, dialogando e esclarecendo as dúvi-
das, enquanto outras podem assumir funções, como operar os aparelhos
de transmissão de vídeo e áudio.

Planejem como será a dinâmica de recepção dos convidados. Por exem-


plo, primeiro será apresentado o catálogo, depois eles terão tempo para
circular pela sala e interagir com os elementos expostos e, ao final, ocor-
rerá um encerramento. Para o encerramento, vocês podem convidá-los a
dançarem juntos uma canção que a turma tenha vivenciado. Por exem-
plo, a Ciranda dos Bichos, Eco Bebê Biomas do Brasil. Também é possí-
vel aumentar o volume do som de natureza e chamá-los para imitar um
dos animais estudados nas pesquisas. É importante conversarem sobre
como irão interagir com os visitantes em cada momento: como irão re-
cepcioná-los, o que as pessoas costumam dizer ao receber convidados,
onde vão acomodá-los, o que dirão na despedida e como podem expres-
sar gratidão por terem aceitado o convite. Vocês podem combinar algu-
mas frases para recebê-los quando chegarem, como: “Sejam bem vindos!
Estamos felizes que tenham vindo para conhecer nosso Catálogo de Ani-
mais Brasileiros”.

Proponha que as crianças dividam-se em pequenos grupos, com quan-


tidades semelhantes de participantes. Diga para escolherem o que que-
rem organizar na sala (catálogo, fotos, pesquisas enviadas pelas famílias,
livros, vídeos etc.), seguindo o que ficou acordado no grande grupo em
relação à divisão do espaço e maneira que deve ser exposto. Observe
como as crianças se dividem e as opções que fazem. Converse com elas
perguntando por que escolheram determinado material para organizar.
Ouça suas expressões e argumentos. Faça intervenções, por exemplo, se
um grupo ficar muito grande e outro com número reduzido de crianças,
ou se um dos materiais não for escolhido. Converse com os pequenos le-
vantando ideias para solucionar tais questões. Indique o tempo que terão
para essa organização, respeitando o horário combinado para a chegada
dos convidados.

Enquanto as crianças organizam os recursos nos espaços previamente


combinados, circule entre os grupos e observe como trabalham em equi-
pe. Se perceber que alguma criança não está envolvida com a tarefa, faça
intervenções. Combine com o grupo uma atividade que possa ser de-
sempenhada por todos. Apóie as instalações ou incentive o apoio entre
os pequenos, por exemplo, ao manusear uma fita adesiva, na construção
do painel de fotos, ou caso o grupo deseje sinalizar e identificar o espa-
ço. Auxilie quanto ao acesso aos materiais necessários e na escrita. Seja o
escriba ou sugira que uma criança alfabetizada escreva, se desejar.

Após a finalização da organização. Verifiquem se está tudo pronto como


o planejado, se querem mudar ou acrescentar algo na arrumação, se to-
dos os elementos estão visíveis, se há espaço para acomodar os convida-
dos e para circulação. Façam as alterações necessárias. Retome com os
pequenos a dinâmica planejada. Façam os últimos combinados, revisan-
do a divisão de tarefas feita anteriormente. Peça que as crianças se dispo-
nham pelo ambiente conforme as ações que irão desempenhar.

Recebam os convidados no ambiente preparado. Incentive as crianças


responsáveis por este acolhimento inicial a expressarem palavras de boas
vindas aos visitantes, conforme conversaram no planejamento. Conte a
elas o propósito deste momento (apresentação do Catálogo de Animais
Brasileiros da turma) e indique onde podem se acomodar. Com todos
acomodados, iniciem a apresentação do catálogo. Apoie, sempre que ne-
cessário, quem estará explicando para os visitantes.

<início-prof>

Possíveis falas do professor neste momento: (para os alunos que estive-


rem explicando para os convidados) você poderia explicar aos nossos
convidados o que é um catálogo? Conte pra eles como foi a escolha do
animal pesquisado? Fale um pouco sobre as fontes de informação que
usaram na pesquisa. Explique como vocês ordenaram as fichas.

Finalizada a apresentação, as crianças devem convidar os visitantes a


circular pelo espaço, conhecer a história da elaboração do catálogo e um
pouco mais das investigações que realizaram através dos elementos ex-
postos. Atente-se como os pequenos estão interagindo com os convida-
dos. Circule pelo espaço e observe os diálogos. Veja como comunicam
suas vivências, se contam para os familiares sobre as pesquisas, que visi-
taram sites, assistiram aos vídeos, o que descobriram etc. Auxilie quan-
do necessário. Garanta uma boa circulação dos visitantes pelos diversos
ambientes construídos pelas crianças.

<início-prof>

Possíveis falas do professor neste momento: Por que você não convida
aquele grupinho para assistir ao vídeo? Explique aos visitantes o que vo-
cês estavam fazendo quando esta foto foi tirada.

Para finalizar:

Após os convidados interagirem com as crianças e com os materiais e


recursos disponíveis, convide-os, ou peça para uma criança convidar, a
encerrar este momento com a atividade planejada. O encerramento pode
ser com uma música para dançar ou uma imitação de animais. Aprovei-
tem juntos este tempo de descontração e brincadeira. Após dançarem
ou brincarem, agradeçam a presença dos convidados e sugira que eles se
manifestem sobre este tempo de compartilhamento. Dê oportunidade
para que as crianças da turma também expressem suas opiniões e im-
pressões sobre esta vivência.

Desdobramentos
Você pode dar continuidade a esta proposta, realizando uma conversa
sobre como foi a apresentação do Catálogo de Animais Brasileiros da
turma, avaliando os pontos positivos e o que poderão melhorar em uma
próxima oportunidade que inclua convidados. Vocês também podem
elaborar outros catálogos com temas diferentes, de acordo com o interes-
se das crianças, gerando novas pesquisas, como, por exemplo, catálogo
de brinquedos ou catálogo de plantas da escola.

Engajando as famílias
Caso dos convidados não sejam os familiares, você pode combinar um
momento para que os pais conheçam o catálogo. Isso pode ser planejado
para uma reunião de pais, num momento de entrada e saída ou em data
específica para o compartilhamento. O catálogo também pode estar na
biblioteca circulante, sendo levado para casa, uma criança por vez.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Esta atividade depende de um planejamento anterior, a ser realizado jun-


to às crianças, a partir da pergunta: De onde vem a nossa comida? E do
levantamento de suas hipóteses sobre o assunto. Para a organização da
visita, dialogue com elas sobre: estabelecimentos onde as famílias com-
pram alimentos (preferencialmente um mercado que dispõe de produtos
industrializados e in natura, mas, dependendo da disponibilidade no
bairro, pode ser uma feira, quitanda etc.); aspectos a serem observados
durante a visita; perguntas que podem ser feitas aos funcionários; com-
binados para o trajeto de ida e vinda etc. Registre a conversa, elaborando
com a turma um roteiro de observação, que vocês irão utilizar durante
a visita. Como haverá saída das crianças da escola, é necessário ter em
mãos autorizações dos pais ou responsáveis. Caso alguma criança esteja
sem autorização, a escola precisa se adequar para seu atendimento en-
quanto o grupo realiza a visita. É importante também ir antes ao local,
para fazer combinados com o proprietário, se for um estabelecimento
fechado como mercado, apresentando, inclusive, o roteiro que foi elabo-
rado com as crianças.

Materiais:

Cópias do roteiro de observação da visita, realizado anteriormente com


as crianças, uma para cada grupo. Para documentação da atividade: ce-
lular ou câmera fotográfica. Material para a produção das crianças: papel
sulfite, lápis grafite, lápis de cor, canetinhas, giz de cera. Varal ou painel
para que elas possam expor as produções.

Espaços:
Esta atividade se iniciará dentro da sala com uma conversa envolvendo
o grande grupo.Depois, vocês sairão pelo bairro em direção a um mer-
cado ou a uma feira onde realizarão a visita. Será necessário o auxílio de
outros dois educadores para esta atividade, para que a turma possa ser
dividida em três grupos e que cada um tenha o acompanhamento de um
adulto, durante o deslocamento e no local. A divisão em grupos também
favorecerá as investigações ao longo da visita. Por fim, retornarão à sala
para, individualmente, registrarem impressões sobre a visita.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora e 15 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. As crianças se envolveram demonstrando independência e confiança


ao propor questionamentos para o momento da visita que melhor aten-
diam aos seus interesses?

2. Quais foram as manifestações durante a realização da visita? Em suas


observações elas estabelecem vínculos com aspectos de seu cotidiano?

3. Como ou quais estratégias usaram em seus registros que mostram as


observações, explorações e descobertas que realizaram durante a visita?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada crian-
ça ou do grupo.

Esta proposta permite que elas exerçam sua autonomia, com partici-
pação ativa desde o planejamento da atividade. Esteja atento para que
sejam valorizadas as diferentes ações e interesses de todas as crianças:
durante a elaboração dos combinados para o passeio, suas interações du-
rante a realização da visita, o registro individual após o retorno em sala,
dentre outros.Para garantir a segurança das crianças e poder oferecer
auxílio a elas durante a visita, é fundamental ter outros adultos acompa-
nhando o grupo na saída. Combine previamente com eles como te auxi-
liar durante a atividade.

O que fazer durante?

Reúna as crianças no grande grupo e, tendo em mãos o roteiro que foi


feito com elas sobre as coisas que gostariam de observar durante uma
visita a um mercado ou a uma feira, leia-o, para que possam rever o que
foi pensado pelo grupo anteriormente. Compartilhe com a turma que
você encontrou um local próximo da escola onde essas observações po-
derão ser realizadas, e, ao dizer o nome do mercado (ou local da feira)
pergunte quem conhece ou já foi a esse lugar.Nesta conversa, analise
com as crianças se há necessidade de adequar alguma coisa desse rotei-
ro de observação que vocês elaboraram, a partir do que elas já sabem
que existe lá ou do que ainda querem saber. Lembre-se de combinar esse
passeio previamente com a gestão, para que outros funcionários possam
acompanhar o grupo e para que todos possam se deslocar até o local sem
preocupações e com acompanhantes em cada um dos grupos.
2

Faça os combinados com as crianças de forma que todas possam se des-


locar em segurança e, ao mesmo tempo, observar e ouvir umas às outras.
Neste momento, informe que, para que todos tenham a oportunidade de
realizar as investigações do roteiro que vocês organizaram, a sala se divi-
dirá emtrês grupos, e que cada grupo será responsável por uma parte do
roteiro. Separe um tempo para que as crianças possam se organizar nas
equipes e conte que cada uma terá o auxílio de um educador. Durante o
trajeto até o local da visita, garanta que as crianças interajam livremente,
mostrando e comentando sobre o caminho, locais conhecidos, dentre
outros. Acolha e valorize os comentários, envolvendo toda a turma.

Ao chegar no local, retome o propósito de investigação (de onde vem


a nossa comida), permitindo às crianças vivenciar uma situação social
do cotidiano das famílias. É também importante conversar rapidamente
com o responsável pelo estabelecimento (se não pode fazer isso anteci-
padamente) para explicar o motivo da visita com as crianças e apresen-
tar o roteiro elaborado. Como este é o momento das observações em si,
tenha sua atenção - e oriente os demais educadores que acompanham
os outros grupos para que façam o mesmo - em como as crianças agem:
gestos, iniciativas de interação, suas surpresas, constatações, dentre ou-
tros. Apoie as ações e procure agir sempre a partir das iniciativas delas,
mas, se necessário, faça intervenções que as auxiliem a pensar nos ali-
mentos disponíveis no local: se são industrializados ou in natura, se são
comprados por unidade ou peso, quais necessitam de refrigeração, como
os alimentos chegam ali no mercado, quais alimentos nunca viram, quais
são as preferências etc. Uma forma interessante de ampliar as investiga-
ções é sugerir que as crianças façam perguntas aos funcionários e com-
pradores no local, que manipulem o que for possível e que busquem ler
alguns cartazes ou rótulos de produtos. Lembre-se de registrar por meio
de fotos ou de vídeos o momento da visita, para que possam ver os mate-
riais juntos e decidir como ampliar as investigações.
4

Quando estiver chegando próximo do momento de irem embora, reto-


me com as crianças o propósito da visita e dialoguem sobre o que ainda
gostariam de conhecer. Peça que os demais educadores façam o mesmo
com os grupos sob a responsabilidade deles. Vocês podem indicar que
as crianças falem qual prato que gostam de comer e que pensem no que
precisam para prepará-los, relacionando-os com os produtos do local.
Combinem com as crianças que em dez minutos vocês voltarão para a
escola, de forma que possam decidir juntos quais serão as últimas inves-
tigações para contemplar o que ainda falta do roteiro.Auxilie-as no con-
trole do tempo para que elas possam se organizar, realizando as últimas
observações ou conversando com alguém do local. Passados os dez mi-
nutos, comente que chegou o momento de voltarem para a escola e que
lá terão a oportunidade de conversar e de registrar impressões sobre a
visita. Juntos, agradeçam funcionários e responsáveis pelo local.

Durante o trajeto de volta, instigue as crianças a compartilhar impres-


sões, o que observaram de interessante e o que descobriram. Apoie os
comentários delas, acolhendo e valorizando as experiências.

Possíveis falas das crianças neste momento: Uma criança compartilha


que não sabia que existiam diversas variedades de banana e que acha que
em sua casa compram a nanica, porque é maior, mas que irá perguntar
aos pais quando retornar.
6

Ao chegar na escola, proponha que as crianças façam um registro, a par-


tir de escrita espontânea ou desenho, de suas impressões sobre a visita e
de suas descobertas sobre o tema de onde vem a nossa comida. Se algu-
ma criança não se sentir envolvida com a proposta do registro, convide-a
para utilizar os materiais disponíveis para criar uma outra composição
que a agrade.
Como este é o momento de as criançascriaremindividualmente, apro-
veite para observá-las atentamente: como escolhem ou utilizam os ma-
teriais, como se dão os registros, as interações, o que é retratado das
experiências e aprendizagens que tiveram no mercado etc. Auxilie-as e
participe apenas quando solicitado, evitando se antecipar às iniciativas
delas. Alguma criança pode, por exemplo, solicitar que você escreva para
ela, proponha que ela escreva do jeito dela, mas esteja disponível para
respeitar a decisão dela.

Para finalizar:

Disponibilize um varal ou painel para que as crianças possam expor os


registros, conforme forem concluindo-os, de forma que todas possam
observar as produções dos colegas. Quando estiver chegando próximo
do momento de finalizar a atividade, fale para as crianças que em cinco
minutos vocês irão começar a guardar os materiais e anuncie o que virá
a seguir. Fale novamente em três minutos. Passados os cinco minutos,
comente que chegou o momento de todos, juntos, organizarem a sala e
os materiais no lugar indicado por você.

Desdobramentos
Esta atividade permite que vários desdobramentos possam ser compar-
tilhados com as crianças, para que os realizem conforme os próprios
interesses.Vocês podem retomar os registros que foram feitos e expostos
no varal, compartilhando-os em uma roda de conversa, e, a partir disso,
elaborar um texto coletivo sobre a visita ao mercado ou à feira ou uma
lista de produtos separando por gêneros, como de higiene e limpeza,
hortifruti, laticínios, bebidas etc.As crianças podem levantar novos ques-
tionamentos e aspectos que querem saber sobre os alimentos, gerando
uma nova pesquisa, que pode ser realizada com materiais informativos,
com entrevistas etc. Também é possível pensar em brincadeiras, a partir
das observações que foram feitas durante a visita ao mercado ou à feira,
como, por exemplo, montar um mercadinho em sala com brinquedos ou
embalagens recicláveis, brincar de medir, pesar, comprar, dentre outras.

Engajando as famílias
Para compartilhar com as famílias a visita que foi realizada, você pode
expor em um painel as fotos e os registros que foram realizados durante
a atividade, tanto as fotos que foram tiradas durante a realização da visita
como os registros feitos pelas crianças após o retorno em sala. Um tex-
to coletivo sobre o evento pode ser socializado com os familiares. Nele,
vocês podem contar sobre todo o processo da visita, seu planejamento
anterior, como ela aconteceu e as impressões que tiveram dela.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Esta atividade depende de um planejamento anterior a ser realizado jun-


to à equipe da cozinha, combinando não somente os dias e horários em
que será possível a utilização do espaço com as crianças, como também
a organização prévia dos materiais e ingredientes que serão utilizados e a
disponibilidade de funcionários que possam atuar em conjunto durante
a realização da atividade, ampliando as possibilidades de interação das
crianças.Também é necessário conversa com a equipe gestora para se
ter o auxílio de outro educador em sala enquanto você acompanha cada
grupo de crianças durante a elaboração da receita.

Materiais:

Material para registro escrito: cartolina e canetinha. Câmera fotográfi-


ca ou celular para registro da experiência de fotos e/ou pequenos víde-
os. Texto da receita que será utilizada (sugestão aqui).Ingredientes (de
acordo com a receita escolhida) e utensílios (liquidificador, assadeira)
necessários para o preparo. Forno para assar o bolo. Uma Lata de milho,
um pacote de milho para pipoca e espigas de milho verde para realizar
comparações. Se possível, toucas para cozinha descartáveis para que to-
dos utilizem durante a elaboração da receita. Diversidade de materiais à
disposição para a turma que permanecerá na sala com outro educador,
que podem ser: massinha, kit de brinquedos de cozinha, materiais para
desenho, blocos de encaixe, dentre outros. Lembre-se de variá-los em
cada um dos dias em que farão a receita, para que as crianças na sala de
atividades tenham novas possibilidades de brincadeira.

Espaços:
Esta atividade ocorrerá em dois espaços. A elaboração da receita deve
ser feita em algum espaço em que você possa acompanhar um pequeno
grupo em seu passo-a-passo, como a cozinha ou o refeitório (ou outro
espaço, de acordo com a possibilidade da escola). O restante da turma
irá permanecer na sala com outro educador, envolvidos em atividades
autônomas.

A atividade se inicia na sala com uma conversa no grande grupo.Poste-


riormente, a turma se divide para que o primeiro grupo se desloque até o
local em que será feito o bolo, de forma que as crianças se organizem nas
diferentes tarefas durante o preparo da receita. Por fim, em uma nova
roda, vocês experimentarão a produção e dialogarão sobre a experiência.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora e 15 minutos. É interessante que esta seja uma


das primeiras atividades a ser realizada no dia com as crianças, para que
tenham tempo de experimentar o bolo no próprio dia, depois de pronto.
Caso isso não seja possível, este aspecto deve ser combinado no decorrer
da atividade com as crianças.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quais as hipóteses levantadas pelas crianças acerca dos ingredientes


e utensílios a serem utilizados na receita? Como as elas reagem com a
confirmação ou não das hipóteses iniciais? Como elas se manifestam em
relação às falas dos colegas?

2. Durante a elaboração da receita, as crianças recorrem ao texto escrito


para retomar os passos necessários? Como é o envolvimento delas neste
momento? Como se dá a interação entre os pares durante esta etapa?

3. Como as crianças se relacionam com as transformações dos ingredien-


tes observadas durante a execução da receita? Quais foram as considera-
ções sobre este processo até obterem o produto final, o bolo de milho?
Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo.

Esta proposta permite que as crianças exerçam a autonomia, com parti-


cipação ativa desde a problematização dos ingredientes até a elaboração
da receita. Esteja atento para que sejam valorizadas as diferentes ações e
interesses de todas as crianças: no levantamento das hipóteses iniciais,
no planejamento e higiene para a elaboração da receita, durante o pro-
cesso de confecção do bolo de milho etc. Ofereça o apoio necessário.

O que fazer durante?

Reúna as crianças no grande grupo e compartilhe o propósito da ativida-


de que será o preparo de seu próprio lanche. Caso as demais atividades
de sua rotina e o tempo para finalização do bolo não permitam a experi-
mentação no próprio dia, converse sobre isso com as crianças, informan-
do que irão preparar o lanche neste dia e que comerão no dia seguinte.
Diga que vão preparar o bolo junto com a equipe da cozinha na própria
cozinha (ou no local previamente definido) e que os funcionários de
lá disseram que dispõem de ingredientes para fazer um bolo de milho.
Adiante à turma que, para que possam se envolver mais em cada etapa
da receita, a turma será dividida em três grupos e que você irá fazer o
bolo com cada grupo em um dia diferente. Informe que, enquanto um
grupo faz o bolo, o restante da turma poderá escolher brincar em cantos
com massinha, com kit de brinquedos de cozinha, desenhar, criar cons-
truções com os blocos etc.

Converse com as crianças sobre a situação de fazer um bolo. Quem já


fez? De qual bolo gostam? Como participaram, ajudando a fazer bolo em
casa ou fora da escola? Lembram dos ingredientes que usam para uma
receita de bolo?

Peça ajuda da turma para levantar o que precisam para preparar o bolo
de milho, quais ingredientes da receita, o que mais será necessário para o
preparo e para assar este bolo etc. Garanta um tempo para que as crian-
ças manifestem suashipóteses. Esteja atento às reações e falas e registre
as considerações delas, elencando uma lista em uma cartolina. Assim, as
crianças podem confrontar o que elas têm em mente inicialmente com o
passo-a-passo da receita.

Ao listar os ingredientes, problematize quando as crianças apontarem o


ingrediente principal. Pergunte qual o tipo de milho que elas conhecem,
de onde ele vem, se alguém já viu uma plantação de milho, gostam de
comer de que jeito etc. Apresente este ingrediente em suas três formas: o
milho enlatado, o milho para pipoca e o milho em espiga. Dessa forma,
as crianças poderão manipulá-los, compará-los, comentarem sobre as se-
melhanças e diferenças e qual será o processo para o milho em espiga (in
natura) chegar em latas nas prateleiras dos supermercados e estar pronto
para o consumo, diferente dos outros dois. Incentive as crianças a levan-
tarem hipóteses sobre as informações que podem constar ou não nas
embalagens, exercitando a compreensão da função social destes textos
informativos. Leia o rótulo e a validade do milho enlatado, em espiga e
de pipoca, caso estes possuam embalagens em que possam ser conferidas
estas informações, a fim de problematizar a questão de durabilidade e
conservantes utilizados no produto enlatado. Apoie suas falas e procure
agir sempre a partir de suas iniciativas, fazendo intervenções que as au-
xilie a pensar em qual seria o milho mais saudável para ser utilizado na
receita.

Retome a conversa inicial sobre vocês produzirem um bolo de milho


para comer de lanche, perguntando para as crianças se já tiveram conta-
to ou utilizaram uma receita para fazer alguma coisa em casa. Possibilite
que elas tragam suas experiências neste momento, instigando a conver-
sarem também sobre este tipo de texto. Pergunte se sabem para quê ser-
ve, quais os elementos que devem constar em uma receita etc. Leia para
as crianças compartilhando a receita que você separou. Vocês podem
conferir a lista que fizeram e garantir que não se esqueceram de nada
que seja necessário para fazer um bolo de milho. Caso se sinta mais se-
guro, você pode utilizar uma receita que já conhece, caso contrário, utili-
ze a sugestão que preparamos para esta atividade.

Relembre que hoje você irá acompanhar um grupo na elaboração da


receita e que os demais grupos a farão em outros dias. Convide as crian-
ças para se organizarem em três grupos. Possibilite que elas se organizem
de acordo com suas afinidades, mas esteja disponível caso necessitem de
auxílio. Tenha em mãos uma cartolina para que vocês possam registrar
os componentes de cada grupo e, desta forma, acompanhar durante a se-
mana o grupo que já fez a receita e os que ainda não fizeram. Peça auxí-
lio das crianças que irão permanecer na sala para que, junto ao educador
que as acompanhará, organizem os cantos com os materiais disponíveis
para a brincadeira.
Com o primeiro grupo já reunido, antecipe alguns combinados para o
preparo da receita, levando em consideração aspectos de organização e
higiene. É fundamental que esta atividade tenha sido combinada ante-
riormente com a equipe da cozinha de forma que não apenas seja pos-
sível utilizar o espaço, mas também que os ingredientes e materiais este-
jam previamente separados para a utilização com a turma.

Organize-se com as crianças no local combinado para o preparoreto-


mando os combinados, de forma que todos possam participar da feitura
do bolo, seja conferindo os ingredientes, untando a forma, pegando os
materiais etc.Se alguma criança não estiver envolvida, busque com ela
uma forma de participar. Você pode sugerir, por exemplo, que ela filme,
fotografe ou realize alguma outra forma de registro durante o preparo,
inclusive fazendo algum desenho do grupo preparando o bolo, se dese-
jar. É interessante disponibilizar o texto da receita de forma visível, seja
em algum mural ou em alguma cartolina que vocês possam transportar
até o local de preparo, para que as crianças possam consultar e acom-
panhar todas as etapasdo preparo. Convide os funcionários da cozinha
disponíveis a participar junto às crianças neste momento, auxiliando
na conferência dos ingredientes e utensílios necessários para a receita.
Comente que o milho verde deve ser raspado da espiga com uma faca e
peça ajuda dos funcionários da cozinha para que façam isso, de forma
que as crianças possam observar esta ação sem correr o risco de manipu-
lar este utensílio.

Realize a receita passo-a-passo com a turma. É interessante que os ingre-


dientes sejam acrescentados um a um, para possibilitar que elas acom-
panhem todas as transformações da receita. Observe atentamente as
investigações e descobertas delas durante o preparo: como realizam as
medidas, como quebram os ovos, untam a forma, como reagem durante
à mistura dos ingredientes, se demonstram ou não familiaridade com
este processo. Proponha que verbalizem as ideias e observem como os
colegas realizam outras ações e discutam sobre as diferentes formas de
fazer. Faça perguntas que auxiliem as crianças a levantar e testar hipó-
teses durante o processo de elaboração. Incentive-as a solicitar auxílio e
fazer perguntas aos funcionários da cozinha, por serem os responsáveis
pelo setor e mais experientes neste quesito. Confiram novamente a re-
ceita, verificando se nada foi esquecido, e siga à finalização de colocar o
bolo no forno para assar. Nesse momento, se as crianças manifestarem
desejo em lamber a bacia raspada, deixe que a experimentação ocorra,
pois além de ser gostoso exprime uma tradição, uma ação cultural das
famílias ao preparar um bolo.

Possíveis falas do professor neste momento: Vamos olhar na receita quais


ingredientes devemos misturar agora? Como vocês acham que vai ficar
essa mistura? Por que acham isso? E agora que vamos colocar o milho, o
que será que vai acontecer?

Solicite auxílio à equipe da cozinha para que acompanhem a etapa de


assar o bolo, tendo em vista que leva bastante tempo. Se você utilizar
a estratégia de Ajudantes do Dia, pode combinar com os alunos de se-
rem responsáveis por ajudar nesse acompanhamento, indo de tempos
em tempos olhar o bolo crescer e verificar, com algum, adulto se já está
pronto.Caso, por uma questão de tempo, não seja possível experimentar
o bolo no próprio dia, retome este ponto com as crianças, relembrando
que irão experimentá-lo no dia seguinte. Comente que chegou o mo-
mento de todas juntas organizarem e guardarem os ingredientes que
não foram totalmente utilizados, como um pacote aberto de açúcar ou
manteiga, e selecionarem o que tem que ser lavado, dispondo na pia ou
em uma bacia. Observem se deixaram o espaço organizado para irem ao
local para higiene das mãos.

Assim que o bolo estiver pronto para ser experimentado, convide as


crianças para que em um grande grupo possam prová-lo. Incentive-as a
se manifestarem em relação à expectativa de comer algo que elas mes-
mas prepararam Fale sobre o sabor do bolo, pergunte o que elas acharam
da atividade realizada, a interação com a equipe da cozinha e as des-
cobertas que foram realizadas no local. Caso as crianças não tenham a
oportunidade de experimentar o bolo no próprio dia, realize esta etapa
no dia seguinte, oferecendo o bolo no horário do lanche das crianças.

Esta experimentação pode ser realizada no refeitório, na própria sala de


atividades, no jardim da escola ou em algum local que agrade o grupo.
Prepare com as crianças o ambiente, como colocar uma toalha, servir
com pratinhos ou em um guardanapo, por exemplo.Aproveite este mo-
mento para conversar sobre como foi para as crianças prepararem uma
receita na escola. Busque falar a partir do que elas trazem, valorizando
suas ideias e apoiando as interações do grupo.

Para finalizar:

Lembre que esta mesma atividade irá ocorrer em outros dias com os de-
mais grupos. Vocês podem combinar antes da elaboração das próximas
receitas quais serão os destinos dos próximos dois bolos: se irão comer
no lanche novamente, oferecer para outras turmas ou levar um pedaço
para as famílias.Veja com as crianças o que ainda precisa ser organizado
para se dirigirem à próxima atividade do dia.

Desdobramentos
As crianças podem levantar novos questionamentos e aspectos que que-
rem saber sobre o milho, sobre outros alimentos que tenham sido utili-
zados ou não, como são produzidos ou conservados etc. Isso pode oca-
sionar em diversas pesquisas, que podem ser realizadas com materiais
informativos ou entrevistas com familiares ou profissionais. Podem ex-
perimentar o milho de outras formas e preparar outras receitas com ele,
como utilizar a farinha e farinha flocada que se transformam em polenta,
cural, pamonha, farofa, cuscuz, tortas, bolos etc. Além disso, você pode
elaborar com as crianças um texto coletivo para socializar a experiência
com as famílias, não apenas compartilhando o que foi feito, mas pergun-
tando outras receitas que as crianças gostam e convidando os familiares
a envolvê-las durante estas atividades em casa.

Engajando as famílias
É interessante que cada criança leve para casa uma cópia da receita para
compartilhar com as famílias e, caso queiram, fazer o bolo em casa.
Aproveite, se um dos bolos forem repartidos, para levarem para casa
encaminhando junto a receita. Os registros feitos de diversas formas
durante a realização da atividade podem ser compartilhados em um
mural. Também é interessante ampliar a discussão com as famílias so-
bre o envolvimento das crianças na cozinha em suas casas, se elas têm a
possibilidade de acompanhar e participar do preparo de alguns pratos e
receitas. Para isso, vocês podem elaborar um texto coletivo que dialogue
com as famílias sobre esta questão ou conversarem em algum momento
de reunião. Também podem convidar familiares das crianças para virem
ensinar à turma o preparo de alguma receita.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Esta atividade prevê uma roda de conversa na qual as crianças trazem


de casa suas receitas favoritas a fim de compartilhá-las com o grupo.
Por isso é necessário que anteriormente você oriente as famílias a esco-
lherem, junto às crianças, a receita de uma comida favorita ou que seja
especial. Peça para que as crianças tragam a receita por escrito e, se de-
sejarem, alguma foto do prato preparado. Também é necessário que você
traga uma receita preferida ou típica de sua família e se possível alguma
foto que mostre ou te recorde da receita da família, para compartilhar
com as crianças na conversa inicial, servindo como disparador para que
as crianças também possam socializar seu material com a turma.

Materiais:

Materiais para a produção das crianças: cartolinas, papel sulfite, cola, lá-
pis grafite, lápis de cor, canetinhas, giz de cera. Materiais para os grupos
que estarão envolvidos em atividades autônomas, como: jogos de montar
ou de mesa, massinha, material para desenho. Caso seja possível, dispo-
nibilize revistas de culinária para recorte ou livros de receitas com fotos
para consulta na etapa de elaboração do cartaz de acordo com a necessi-
dade dos pequenos grupos.Para documentação do professor você pode
usar celular ou câmera fotográfica, se desejar ter fotos e vídeos. Varal ou
mural para exposição dos registros de forma a compartilhá-los com as
famílias.

Espaços:

Essa atividade pode ser feita dentro da salade atividades ou em algum


outro espaço onde as crianças possam se organizar em roda e depois em
pequenos grupos. Ela irá iniciar com uma conversa envolvendo o grande
grupo. Posteriormente, as crianças se organizam em pequenos grupos
para trocar as impressões sobre as receitas trazidas e realizar seus regis-
tros. O exercício termina em uma nova roda com o grande grupo, na
qual será possível socializar as conversas dos pequenos grupos e as pro-
duções, observando as preferências dentro da turma.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quais são as manifestações das crianças sobre as comidas favoritas?


Que envolvimento ocorre ao trazerem as receitas e fotos para comparti-
lharem no grande grupo?

2. Como as crianças se envolvem durante as trocas de experiências nos


pequenos grupos? De que forma se dá a recepção às preferências dos
colegas?

3. Ao reunirem as preferências da turma em um registro coletivo, as


crianças consideram os diferentes hábitos e costumes presentes dentro
do grupo bem como a contribuição de cada uma nesse registro, seja com
falas, desenhando ou escrevendo?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo.

Esteja atento para que sejam valorizadas as diferentes ações e interesses


de todas as crianças durante a atividade: na participação nos momen-
tos com o grande grupo, nos pequenos grupos, na manifestação de suas
ideias e recepção das ideias dos colegas etc. Ofereça recursos necessários
para que isso seja garantido, respeitando aquelas que não quiserem se
envolver na situação.

O que fazer durante?

Reúna a turma no grande grupo em roda, dizendo que é o momento de


compartilharem como se dão as preferências de alimentação nas dife-
rentes famílias. Para iniciar a conversa e buscando oferecer um exemplo
às crianças de como compartilhar estas informações, mostre a foto e a
receita selecionadas por você contando porque ela é importante para sua
família, se é algo que você come com frequência ou não, quem da famí-
lia costuma fazer essa receita, etc. As crianças ficam curiosas em saber
de histórias do professor, aproveite seus questionamentos para mostrar
quão importante essa tradição para sua família.

Diga que agora você está curioso em saber dos alimentos preferidos de
suas famílias. favorecendo que apresentem qual foi a receita que escolhe-
ram com seus familiares para compartilhar com o grupo. Avise que irão
compartilhar com mais detalhes este material depois em pequenos gru-
pos.
Desperte a atenção do grande grupo para a diversidade apresentada pe-
las crianças, chamando a atenção paraas diferentes preferências dentro
do grupo, convidando-as a observar quais comidas se repetem e quais
aparecem pouco, possibilitando uma conversa sobre as diferenças e se-
melhanças culturais presentes nesta turma.

Convide as crianças a se organizarem em pequenos grupos (4 a 5 crian-


ças, de livre escolha) para que possam trocar informações mais detalha-
das sobre as comidas favoritas a partir da socialização das fotos e recei-
tas. Diga que agora podem contar com mais detalhes para os colegas o
porquê de terem selecionado esta receita e instigue-as, a partir disto a
observar as semelhanças e diferenças e quais as preferências dentro do
pequeno grupo: se são pratos salgados ou doces, comidas que podem ser
servidas em uma refeição específica, como almoço ou jantar e café da
manhã ou lanche, dentre outras possíveis comparações que podem ser
estabelecidas. Mesmo as crianças que não leem convencionalmente po-
dem utilizar estratégias de leitura e se apoiarem na memória que têm das
receitas ou do que conversaram com as famílias.

É fundamental que você acompanhe cada pequeno grupo, auxiliando


no que for necessário para o conhecimento do material que trouxeram,
bem como para o registro que será sugerido na etapa seguinte. Assim,
dependendo da quantidade de crianças que tiver em sua turma, é mais
adequado que organize a proposta em mais de um dia. Dessa forma, um
ou dois grupos trabalham com sua ajuda enquanto os demais participam
de atividades de forma autônoma. Ofereça às crianças jogos de montar
ou de mesa, massinha, material para desenho etc.

Desta forma, acompanhe os grupos problematizando a partir do que as


crianças trazem, ampliando as reflexões ou apontando algumas questões,
como, por exemplo, se a família dispõe de algum costume para o preparo
deste prato, se a criança já participou da produção etc. É importante que
você faça perguntas que incentivem as crianças a observar mais minu-
ciosamente as diferenças e semelhanças a partir desta troca nos grupos,
quais os critérios que tornam suas comidas favoritas são diferentes umas
das outras, quem são as pessoas nas famílias que cozinham etc.

Após conhecerem sobre as preferências dos colegas e de suas famílias,


compartilhe a ideia de organizarem um registro das informações cons-
tatadas e selecionadas pelo grupo através de um cartaz. Ofereça os ma-
teriais disponíveis para que elas possam utilizar de colagens das fotos,
escrita espontânea de legendas ou pequenos textos e desenhos. Como
este é o momento das crianças realizarem seus registros, esteja atento à
forma que se organizam, dividem tarefas, selecionam informações nos
materiais de consulta, decidem o que colar, escrever etc. Indique que
coloquem um título no cartaz, como, por exemplo, “nossas comidas fa-
voritas”. Faça intervenções que as auxiliem a garantir no registro os dife-
rentes costumes e preferências das famílias das crianças do grupo. Esteja
disponível para auxiliá-las conforme solicitam. Busque envolver todas
as crianças na elaboração do registro coletivo. Caso alguma criança não
queira participar, convide-a para utilizar os materiais disponíveis para
criar individualmente alguma composição que a agrade.

Auxilie as crianças no controle do tempo, para que elas possam se orga-


nizar garantindo que todas tenham a oportunidade de compartilhar suas
experiências sobre as comidas favoritas, as receitas que foram trazidas e
de participar do registro. Quando estiver chegando próximo do momen-
to de finalizar esta etapa da atividade, avise que em cinco minutos pre-
cisam concluir e se reunir novamente em roda. Ressalte esta informação
em três minutos.

Passados os cinco minutos, comente que chegou o momento de todos


juntos se organizarem para o outro momento, no qual vão se reunir no-
vamente em roda no grande grupo para compartilhar seus registros.
6

Já em nova roda com o grande grupo, convide as crianças para conversar


sobre como foi se reunir com os colegas para compartilhar suas prefe-
rências de comida, os hábitos das famílias e o que elas puderam observar
e registrar a partir desta troca. Garanta que cada grupo apresente e fale
sobre o cartaz que elaborou. Caso alguma criança não tenha participado
da etapa anterior e queira neste momento participar da conversa coleti-
va, favoreça que ela fale das preferências de sua família.

Se a atividade nos pequenos grupos foi desenvolvida em diferentes dias,


esta etapa será realizada após a conclusão do cartaz por todos os grupos.

Para finalizar:

Combine com a turma que podem montar uma exposição com os carta-
zes para apreciarem depois, com mais tempo e com suas famílias na hora
de saída. Caso achem interessante socializar também em algum meio
digital do qual a escola disponha (como facebook, blog, site, grupos de
whatsapp), proponha que as crianças fotografem os cartazes. Ao concluir
os combinados, veja com elas o que precisa ser organizado na sala para
se dirigirem à próxima atividade do dia.

Desdobramentos
Um interessante desdobramento a partir desta atividade é se organizar
junto às crianças, a partir de seus interesses, para realizar uma ou várias
das receitas que mais aparecem nos registros da turma.Esta ação também
pode ser feita em conjunto com as famílias, convidando-as para partici-
par deste momento.

Engajando as famílias
Esta é uma atividade que prevê o engajamento com as famílias desde o
princípio. Entretanto, é importante compartilhar também as ações das
crianças a partir do que foi solicitado às famílias. Uma estratégia interes-
sante é a exposição dos cartazes feitos pelas crianças em local que todos
tenham acesso no momento de entrada ou saída. Além disso, seria in-
teressante convidar a família para participar presencialmente, seja com-
partilhando com mais detalhes algum fato interessante sobre esta comi-
da favorita que foi trazida ou algo que seja tradicional das famílias, seja
para elaborar uma receita com as crianças.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Como esta atividade prevê uma organização das crianças em cantos ou


estações, é interessante que o professor já tenha se utilizado desta estra-
tégia em outras oportunidades. Caso isso ainda não tenha sido possível,
esteja atento às etapas descritas de forma a possibilitar uma experiência
que garanta o protagonismo e a exploração das crianças a partir de seus
interesses. É interessante que esta atividade seja realizada com o auxílio
de algum outro educador ou funcionário da cozinha, de forma que seja
possível higienizar os utensílios durante as experimentações das crian-
ças. Faça com a equipe estes combinados previamente.

Materiais:

Organizar em mesas já higienizadas os alimentos em pratinhos, sepa-


rados por categoria, em estações. Em uma das mesas, por exemplo, dis-
ponibilizar uma variedade de massas cruas e cozidas, como macarrão,
sagu, misturas de maisena e água, etc. Em outra, legumes crus e cozidos,
inteiros e picados. Uma estação para frutas inteiras e cortadas, uma para
grãos diversos, crus e cozidos, e outra para ervas aromáticas, como hor-
telã, salsinha, manjericão. Em uma estação separada, oferecer utensílios
de cozinha como espremedor de frutas ou batata, pratinhos e potinhos
nos quais possam coletar os alimentos que desejarem, colheres, penei-
ras, batedor de claras, escumadeira, concha, dentre outros. Reserve uma
estação com sulfite e lápis de cor para as crianças que quiserem utilizar
ou não tiverem o interesse em participar da experimentação. Celular ou
câmera fotográfica para fotos e vídeos.

Espaços:
Essa atividade pode ser feita dentro da salade atividades ou algum outro
espaço em que seja possível a organização das estações para a exploração
pelas crianças em pequenos grupos, sendo importante ter próximo algu-
ma pia para lavagem das mãos. É necessário que o espaço seja organiza-
do antes do convite à turma para a experimentação. Depois haverá uma
roda com o grande grupo para que manifestem suas impressões sobre a
experiência.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1.Como as crianças reagem à diversidade de materiais oferecida nas es-


tações? Demonstram interesse e curiosidade por transitar em mais de
um espaço ou há crianças que preferem permanecer em um mesmo local
durante toda a experimentação?

2. Como as crianças se relacionam com as diferenças (como in natura e


preparados) e às transformações dos alimentos observadas durante esta
exploração? Que comentários fazem com os colegas a respeito de suas
investigações?

3. Como as crianças se envolvem durante a troca de experiências no


grande grupo? O que relatam sobre a experiência sensorial, na exposição
de suas impressões e sugestões para outras oportunidades?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo.
Atente-se para que sejam valorizadas as diferentes ações e interesses de
todas as crianças durante a atividade, seja interagindo com os variados
alimentos e materiais disponíveis, nas trocas entre os pares e no grande
grupo, na manifestação de suas descobertas, sentimentos e impressões
sobre a vivência, etc; oferecendo os recursos necessários para que isso
seja garantido e com respeito àquelas que não quiserem se envolver na
situação.

O que fazer durante?

Antes de entrar na sala, diga às crianças no grande grupo que você orga-
nizou o espaço com um monte de coisas bonitas e gostosas a partir das
quais podem explorar e também comer, instigando-os a levantar hipóte-
ses sobre o que vocês podem encontrar lá neste dia. Após a manifestação
das crianças, com certo suspense, abra a porta para que confirmem ou
não suas hipóteses. Convide as crianças para que, juntos, transitem entre
as estações para ver o que encontram e pensar nas possibilidades de ex-
ploração que podem fazer, nos materiais que querem utilizar, etc..

Enquanto vocês circulam pela sala, diga para as crianças que elas po-
dem explorar os alimentos, experimentá-los, revezar - caso queiram - as
estações em que gostariam de vivenciar, etc. Mostre a mesa em que os
utensílios estão disponíveis combinando que elas podem utilizar o que
precisar para levar até as outras mesas, lembrando-se de devolver neste
mesmo local após o uso para que os outros colegas possam usar este ma-
terial também...

Conte para as crianças que você também preparou uma mesa com folhas
de sulfite e lápis de cor para o caso de alguém queira desenhar ou escre-
ver durante a atividade.

Possíveis falas do professor neste momento: Como vocês acham que po-
demos explorar estes alimentos? Será que tem algo aqui que vocês ainda
não conhecem ou nunca experimentaram?

Convide as crianças para explorar os materiais, possibilitando que or-


ganizem-se individualmente, em pares ou pequenos grupos para se di-
rigirem às mesas, decidirem onde querem estar, quais os utensílios ou
suportes que irão precisar para suas experimentações, etc. Esteja atento
às interações e descobertas das crianças, suas reações aos materiais ofere-
cidos, como se dão as escolhas e as primeiras investigações. Caso alguma
criança manifeste que não deseja participar deste momento com os cole-
gas, convide-a à participar de alguma outra forma, seja desenhando al-
gum dos alimentos disponíveis, registrando as experimentações de seus
colegas ou criando alguma outra composição que a agrade na mesa com
materiais para desenho.

Se possível, tenha em mãos celular ou câmera para registrar este mo-


mento, de forma que ele possa ser socializado posteriormente com as
crianças. Observe e apoie suas iniciativas, enriquecendo as investigações
das crianças durante a exploração, trazendo elementos que ampliem/
questionem/ validem seus hábitos em relação ao uso dos alimentos, a
forma de alimentação, hábitos de higiene, dentre outros; mas tenha o
cuidado de não se antecipar às suas iniciativas ou dirigir suas ações.Nes-
te tipo de atividade não é necessário que o professor acompanhe todos
os grupos, havendo inclusive crianças que se sentem mais à vontade sem
a sua presença para realizar suas explorações. Tenha isso em vista ao in-
teragir com os grupos, buscando se aproximar daqueles que te convidam
para participar ou estejam mais receptivos à sua aproximação.

Possíveis ações das crianças neste momento: Uma criança interpreta o


papel de um cozinheiro se oferecendo para preparar um prato para você.
Esta é uma boa oportunidade para, a partir de sua narrativa, explorar
mais as investigações das crianças, perguntando sobre este prato, como
foi feito, quais os ingredientes utilizados, convidando outras crianças
para cozinhar também!
5

Tenha atenção nas investigações que as crianças realizam em cada uma


das estações. Pode ser que nas mesas dos legumes as crianças se envol-
vam criando composições que misturam ingredientes crus aos cozidos.
Na estação das frutas as crianças podem se envolver utilizando o espre-
medor para transformá-las em sucos, explorar a extração de líquidos e
criar combinações de sabores. Muitas crianças podem não ter contato
com o processo de fazer um purê ou esmagar com o pilão as ervas aro-
máticas e você pode realizar uma intervenção que mostre a elas como
fazer, para que possam também se apropriar destas técnicas e utilizá-las
em suas investigações. Pode ser também que as crianças decidam utilizar
frutas, legumes ou utensílios como os personagens de alguma história e
enredo que elas criam enquanto experimentam no momento. Todas as
possibilidades de exploração são válidas, acolha e valorize as iniciativas
das crianças, intervindo e auxiliando-as quando perceber a necessidade.

As crianças podem manifestar o interesse de trocar de estação durante a


atividade. É uma ação que deve ser incentivada, assim há ampliação das
possibilidades de exploração pelas crianças, uma vez que os diferentes
cantos oferecem uma variedade de materiais para experimentação. Desta
forma, auxilie as crianças no controle do tempo para que elas possam se
organizar garantindo que todos tenham a oportunidade de transitar por
todos os espaços caso queiram, antes de se reunirem no grande grupo.
Quando estiver chegando próximo do momento de finalizar esta eta-
pa da atividade ou quando você já observar o desinteresse das crianças,
avise que em cinco minutos precisam concluir para se reunir em roda.
Neste momento você pode incentivar que elas percorram novamente o
espaço, observando se há ainda alguma estação que gostariam de conhe-
cer, algo mais a experimentar, alguma investigação que queiram fazer…
Passados os cinco minutos, comente que chegou o momento de orga-
nizarem uma roda para compartilharem suas impressões sobre a expe-
rimentação. Mas antes, cada criança vai ao lavatório fazer a higiene das
mãos.

Já em roda com o grande grupo, convide as crianças para conversar so-


bre como foi a experiência de explorar os alimentos em suas diferentes
formas. Incentive-as a se manifestar sobre como se sentiram durante
a investigação, se havia algum alimento que chamou sua atenção, que
era conhecido ou desconhecido por elas... Coloque-se a partir do que
as crianças trazem neste momento, evitando antecipar suas falas e res-
peitando aquelas que não querem falar neste momento. Estimule-as
também a se manifestar a partir do que observaram das interações dos
outros colegas, se há algo que os amigos fizeram mas que eles ainda não
tiveram a oportunidade de fazer por estar envolvidos em suas próprias
investigações. A partir disso, vocês podem pensar em sugestões para
uma próxima oportunidade, assim as crianças podem não só imitar
algo que observaram, mas também pensar em outras coisas que não fi-
zeram parte deste momento e podem fazer de um outro. Possibilite que
as crianças que realizaram algum desenho ou escrita, socializem suas
produções, se desejarem. Finalizada a conversa, convide as crianças para
verem o que precisa ser organizado na sala para que vocês possam arru-
má-la juntos.

Para finalizar:
Transite com as crianças entre os espaços observando o que está fora do
lugar ou deve ser organizado. Indique uma bacia ou algum outro espaço
em que possam organizar os utensílios que foram utilizados e que preci-
sarão ser lavados e converse com a turma sobre o destino dos alimentos
que sobraram nas mesas: o que será possível guardar, o que vocês deve-
rão jogar fora, o porquê disto, dentre outras possibilidades que surgirem
dessa observação. Ofereça os pratinhos ou potes plásticos para acondi-
cionar o que será guardado. Após a organização da sala, combine com as
crianças qual será a próxima atividade do dia.

Desdobramentos
Caso a escola disponha do recurso de data show, aproveite-se dos regis-
tros das fotos e vídeos que foram feitos das crianças investigando os ali-
mentos e reserve um dia para projetar essas imagens para a turma, possi-
bilitando uma nova conversa sobre esta exploração sensorial em que elas
possam se observar experimentando e trazer novos elementos a partir de
sua memória e desta observação.

Vocês podem também elaborar uma lista dos alimentos que estavam
disponíveis neste dia, o que prepararam com eles, quais já haviam expe-
rimentado, dentre outros, além de pensar em novos alimentos a ser inse-
ridos em uma outra oportunidade.

Engajando as famílias
Se a escola se utilizar de meios digitais e redes sociais para a socialização
das experiências, como website/facebook/blog ou grupos de whatsapp,
você pode se utilizar destes recursos para compartilhar os registros feitos
da exploração pelas crianças.

Vocês podem também elaborar textos para dividir esta experiência com
as famílias, seja através de um texto coletivo, tendo o professor como
escriba, ou que as próprias crianças produzam suas narrativas por meio
de escrita espontânea e desenhos, pois assim podem contar como foi a
experiência que vivenciaram com os alimentos neste dia.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Esta atividade foi pensada em especial para escolas que não possuem o
sistema de autosserviço (self-service) para os momentos de alimentação
das crianças. Por isso, muitas vezes há uma grande quantidade de comi-
da descartada. Nos casos em que as crianças já pegam o que desejam, a
maior parte das sobras pode não ser observada no descarte, mas sim nos
recipientes das comidas. Este plano depende de um planejamento ante-
rior, a ser realizado com a equipe da cozinha. Pergunta aos funcionários
da cozinha quais alimentos sobram mais e necessitam de uma atenção
maior. Peça a eles uma cópia do cardápio semanal/mensal da escola e ve-
rifique os horários de alimentação das outras turmas. Você precisará fo-
tografar as sobras para compartilhar a informação com as crianças. Leia
este texto, a partir da página 28, que traz reflexões importantes e ótimas
dicas sobre a alimentação na escola.

Materiais:

Fotos das sobras de alimentos. Algumas cópias do cardápio mensal ou


semanal dos pratos que compõem a alimentação da escola, para que as
crianças possam estabelecer a comparação com as sobras e com o que é
ou não é apreciado por elas. Material para registro escrito, como papel e
lápis. Materiais para desenho, como caixa de livros, blocos de construção
ou massa de modelar (para os que não estiverem envolvidos pela ativi-
dade e para as atividades autônomas com outro educador). Celular ou
câmera fotográfica para fotos e vídeos.

Espaços:
Esta atividade será realizada em dois espaços, se inicia na sala de ativi-
dades com uma conversa envolvendo o grande grupo.Posteriormente,
em dias variados, as crianças vão se organizar em pequenos grupos, que
vãose deslocar em sua companhia até o refeitório para realizar uma in-
vestigação. Nesse momento, restante da turma permanecerá na sala em
atividades autônomas junto de outro educador.Após todos os grupos
terem realizado suas investigações, em uma nova roda com o grande
grupo, as crianças socializarão suas descobertas e opiniões.

Tempo sugerido:

Esta atividade será realizada em mais de um dia, pois depende do ofere-


cimento dos pratos que as crianças irão investigar. Para a etapa de con-
versa com o grande grupo e para o deslocamento do primeiro grupo até
o refeitório o professor precisará de aproximadamente uma hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quais as manifestações iniciais das crianças em relação a quantidade


de sobras dos alimentos? O que apontam a partir da observação das fo-
tos? Como expressam seus gostos ou desgostos sobre os alimentos?

2. Quais estratégias de leitura que utilizam tendo em mãos as cópias dos


cardápios e as fotos das sobras de alimentos? Quais ideias que surgem
para os pratos ou alimentos de pouca aceitação?

3. Como as crianças se envolvem durante a investigação no refeitório?


Quais estratégias utilizam para o registro com fotos e as conversas com
as outras turmas?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada crian-
ça ou do grupo.
Esta proposta permite que os pequenos exerçam sua autonomia, com
participação ativa no desenvolvimento da atividade. Esteja atento para
que sejam valorizadas as diferentes ações e interesses de todas as crian-
ças: na manifestação de suas ideias, na investigação no refeitório,dentre
outras. Ofereça todo o apoio necessário, favorecendo a cooperação entre
elas e considerando outras alternativas para aquelas que não quiserem se
envolver na situação.

O que fazer durante?

Reúna as crianças no grande grupo e problematize que a equipe da es-


cola (professores, gestão, pessoal da cozinha) tem percebido que em
alguns dias há muitos restos de alimentos no lanche ou no almoço. Por
isso, vocês precisarão pensar juntos sobre como melhorar a aceitação dos
alimentos servidos.Ouça o que as crianças acham disso e tenha atenção
ao levantamento de hipóteses sobre a questão.Incentive que comentem
sobre os pratos ou alimentos que são servidos na escola, inclusive sobre
aqueles dos quais não gostam muitoe o por que, tendo em mãos lápis e
papel para registrar esse primeiro levantamento.

Pode ser que uma criança diga que ela não gosta quando colocam em
seu prato um alimento que ela não come. É uma oportunidade para vo-
cês conversarem sobre como ocorre o momento da alimentação e buscar
sugestões de reorganizá-lo, posteriormente, junto à gestão da escola e à
equipe da cozinha, com base nas considerações do grupo.

Compartilhe com o grupo as fotos que você tirou das sobras de alimen-
tos após as crianças terem se alimentado na escola em diferentes dias, de
forma que elas possam observar e comparar tanto as situações em que há
muita sobra como as em que há pouca. Garanta um tempo para que elas
observem e manipulem as fotos, manifestando suas impressões sobre o
que veem: o que sobra mais? o que sobra menos? por que será que isso
acontece?Escute e observe as reações e falas das crianças, valorize suas
ideias e opiniões, intervindo a partir do que trazem e confrontando com
suas hipóteses iniciais, levantadas na etapa anterior. Pode ser que uma
criança observe, por exemplo, que em uma das fotos há um grande des-
perdício de brócolis e comente que não gosta desse legume. Você pode se
aproveitar dessa observação para problematizar com ela e com as outras
crianças sobre os gostos delas e sobre como costumam comer o brócolis
em suas casas ou até mesmo se todos já o experimentaram.

Pergunte às crianças como acham que o cardápio da escola é planejado,


se é pelo pessoal da cozinha ou uma outra pessoa, se em outras escolas
as crianças comem comidas diferentes etc. Tenha em mãos o cardápio
que a cozinha serve às crianças semanal ou mensalmente, para que vocês
possam dispor também dessas informações durante a conversa. Dispo-
nibilize algumas cópias do cardápio para crianças, com o objetivo de que
se juntem em duplas, trios ou quartetosainda na roda. Essa é uma boa
oportunidade de elas o lerem fazendo o uso de estratégias de leitura.Peça
que falem o nome de alguns pratos que são servidos para que elas pos-
sam encontrá-los no cardápio. Essa é uma possibilidade de observar, por
exemplo, que alguns métodos de preparo, como frituras, podem ser utili-
zados nas casas dos pequenos. No entanto, normalmente não estão pre-
sentes no cotidiano escolar. Aproveite esse momento para discutir com
as crianças os motivos pelos quais não se faz fritura na escola.

Busquem juntos no cardápio pratos e alimentos de pouca aceitação e


muita sobra (levantados na etapa anterior) e converse com o grupo sobre
a forma de preparo e de apresentação desses pratos .

. Ainda em grande grupo, compartilhe a ideia de vocês pensarem como


esses pratos e alimentos poderiam ser mais aceitos pelo grupo, dimi-
nuindo as perdas e proporcionando às crianças a chance de se alimentar
melhor com o que a escola oferece. Escute e registre as ideias delas, per-
gunte se aquele alimento é consumido em casa e como ele é consumido
(às vezes junto com outro alimento, às vezes preparado de uma outra
forma etc). Proponha que se organizem em pequenos grupos (de quatro
a cinco crianças, de livre escolha) com o objetivo de realizar uma investi-
gação no refeitório com crianças de outras turmas. ..

Nos pequenos grupos, proponha que as crianças planejem essa investi-


gação a partir do uso de fotos e de pequenas entrevistas, questionando
como e o que cada grupo está pensando em perguntar e por quais pratos
cada pequeno grupo tem mais interesse. Assim você conseguirá atribuir
cada um a um grupo. Se necessário faça negociações ou até sorteios.
Busque os registros que foram feitos sobre os alimentos que sobram mais
e utilize o cardápio da semana para apoiar o trabalho dos pequenos gru-
pos sobre quando cada alimento é servido, determinando os dias que
devem investigar e conversar com as outras crianças no refeitório. É im-
portante que você registre os componentes dos grupos e os combinados
feitos pelas crianças, já que a investigação de cada grupo irá acontecer
em dias diferentes.

.. Para que você possa acompanhar cada pequeno grupo em suas inves-
tigações, peça o auxílio de algum outro educador. Ele acompanhará o
restante da turma em atividades autônomas, como blocos de construção,
massa de modelar, canto para desenho ou leitura. Dessa forma, cada gru-
po realizará sua investigação em um dia da semana ou do mês, de acordo
com a ocasião em que o prato ou alimento sob sua responsabilidade for
oferecido pela cozinha. Auxilie a organização dos grupos, buscando in-
serir todas as crianças neles. Caso alguma criança não queira participar
da atividade, ofereça a ela os materiais que estarão disponíveis na sala
com o outro educador.

Desloquem-se até a cozinha e ajude cada grupo a acompanhar o horário


de alimentação de alguma outra turma. Os pequenos devem registrar
por meio de fotos a apresentação do prato que está sendo servido, obser-
var as crianças que estão comendo e conversar com elas, perguntando
o que acham da comida, se tem algum alimento que não gostam e por
que. Sugira que questionem também se os colegas têm alguma sugestão
para tornar aquele prato mais apetitoso. Após a investigação, peça que
as crianças façam o registro sobre o que descobriram ao observar e con-
versar com os colegas, avisando que depois utilizarão esses materiais na
exposição que organizarão. Disponha recursos para as crianças que qui-
serem desenhar e escrever, ajudando os grupos que solicitarem que você
seja o escriba. Os registros podem ser apenas em forma de desenhos ou
escritos.

Para finalizar:

Em um outro dia, após todos os grupos terem realizado a etapa de in-


vestigação, convide as crianças para uma roda - grande grupo - na qual
conversarão sobre o que acharam do processo investigativo com outras
turmas da escola, se pensaram ou ouviram novas ideias para transformar
os pratos que elas rejeitam etc. Conte que agora a ideia é montar uma
exposição com os registros de todo o processo investigativo, tanto foto-
gráficos como dos cardápios, das descobertas dos alimentos de pouca
aceitação e das ideias de reformulação dos pratos, para socializá-los com
a comunidade escolar: gestão, funcionários da cozinha, demais crianças
da escola e famílias. Organize junto às crianças a exposição em um varal
ou mural em uma área externa da escola. Veja com a sua turma o que
ainda precisa ser organizado na sala para que todos possam se dirigir à
próxima atividade do dia.

Desdobramentos
A partir da exposição pode ocorrer um diálogo com a gestão e com a
equipe da cozinha para sejam elaboradas formas de utilização das suges-
tões das crianças, que podem ser transformadas em mudanças efetivas
para o cardápio da escola. Esta reportagem oferece algumas informações
e sugestões de montagem de pratos que incentivam as crianças a se ali-
mentar bem.

Você também pode propor que os pequenos grupos usem sua criativida-
de para sugerir mudanças na apresentação dos pratos de pouca aceitação
a partir de uma ficha impressa, que pode ser utilizada por eles para o
registro das entrevistas com os colegas. Além da comida existem outros
aspectos que podem influenciar na aceitação das crianças na alimen-
tação, como a organização do refeitório, sua decoração, a maneira pela
qual as crianças se servem ou são servidas etc. Todos esses são aspectos
que podem ser observados durante a atividade.

Engajando as famílias
Incentive que as crianças convidem as famílias para ver as fotos e os re-
gistros que foram realizados durante essa atividade. Para isso, os expo-
nham em uma área externa, de forma que os responsáveis possam ob-
servar como se deu esse processo de discussão de uma problemática da
escola com as crianças, em busca de uma solução. Organize também um
momento de lanche ou uma pequena refeição com as famílias, no qual
as crianças podem elaborar ou decorar os pratos de forma criativa junto
à equipe da cozinha. A partir desse encontro, sugira que os responsá-
veis conversem mais em casa sobre os alimentos, sua forma de preparo e
apresentação, trazendo as crianças para esse debate também fora da es-
cola.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para se inspirar, assista ao vídeo Verdejando o Aprender:

A proposta é um convite para que as crianças vivam experiências sen-


soriais em um ambiente natural e expressem suas percepções por meio
do desenho. Para tal, preveja um espaço instigante, que os conecte com
elementos naturais. Caso não haja área verde na escola e não seja possí-
vel visitar um jardim, praça ou parque próximo, organize em uma área
dentro do espaço escolar um ambiente com vasos de plantas diversas de
forma atrativa.

Materiais:

Folhas de papéis de diversos tamanhos, espessuras e cores, para a crian-


ça escolher aquele que melhor acolhe sua expressão. Canetinhas, pincéis
atômicos, giz de cera de espessuras diversas, lápis de cor e cola. Materiais
naturais de diferentes texturas, que podem ser coletados ao longo da sua
ida ao espaço externo. Se houver disponibilidade, ofereça pranchetas ou
cavaletes. Também é possível adaptar o cavalete usando caixas de pizza,
dobrando-as ao contrário, um pedaço de papelão ou capas duras de blo-
cos de desenho para apoiar e prender a folha com o pregador de roupa.

Espaços:

A atividade ocorrerá em dois espaços distintos, na sala e em uma área


verde, que pode ser na escola, no jardim, praça ou parque mais próximo.
Para a atividade de exploração na área verde, organize previamente os
materiais nessa área externa, de modo que amplie as experiências de
representação das crianças. Tenha em mente uma organização em for-
ma de ateliê. O próprio chão pode acolher o material. Separe os papéis
conforme os tamanhos e as canetinhas por cores. Faça assim com todo
o material escolhido. Fique atento para a estética de apresentação para o
grupo, a disposição cuidadosa, bonita e atrativa convida a criança a per-
ceber quais elementos ela pode escolher para representar sua experiên-
cia.

Na impossibilidade de realizar a proposta em um dos ambientes exter-


nos sugeridos, amplie as possibilidades existentes. Organize alguns vasos
de plantas para ficarem acessíveis, colete folhas, pedras e disponha de
forma harmoniosa e inspiradora.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1h 15min

Perguntas para guiar suas observações:

1. De que forma as crianças observam e exploram o espaço natural? Elas


agem com autonomia e segurança ao terem contato com os elementos
naturais ou procuram apoio em seus pares ou em adultos?

2.Durante a reprodução artística da experienciação, elas conversam entre


si evocando memórias da vivência?Que critérios utilizam para escolher
quais materiais usar em suas criações?

3. O que mais chamaa atenção das crianças ao entrarem em contato com


o ambiente natural? Quais interesses que elas revelam podem promover
desdobramentos e outras experiências plásticas, a partir deste tipo de
abordagem?

Para incluir todos:


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem
impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo.

O ambiente externo, rico em cores, sons e vida favorece a interação das


crianças. Entretanto, o contato com os elementos naturais pode ser des-
confortável para algumas que não tenham familiaridade com este tipo
de ambiente. Portanto, fique atento às singularidades e apoie no que for
necessário. Promova a exploração em pares oupequenos grupos, de for-
ma que crianças que têm maior autonomia possam estar com aquelas
que precisam de apoio.

O que fazer durante?

Convide as crianças para sentarem em roda com você, no grande grupo.


Compartilhe a proposta de irem até uma área externa para observarem
cores, formas e texturas da natureza. Compartilhe a ideia de expressarem
o que vivenciaram por meio do desenho. Converse sobre quais serão os
acordos do grupo, evidenciando a forma respeitosa de interação com a
natureza.
Possíveis falas do professor neste momento: Pessoal, hoje nós iremos
fazer uma vivência na natureza. Vocês já pararam para ver as diferentes
tonalidades e formas das folhas? E os caules, já repararam nas suas tex-
turas? Vamos observar as árvores, as flores, os sons, o céu e tudo aquilo
que a natureza nos convidar para olhar. Quem desejar pode caminhar
descalço. O que precisamos combinar para que vocês possam aproveitar
este momento de contato com a natureza e descobrir formas, cores, tex-
turas e sentir cheiros? Precisamos pensar no respeito entre os colegas e
pela natureza, para que nada seja destruído, como retirar folhas ou flo-
res.

Chegando ao local (área verde), convide o grande grupo para sentar em


roda com você. Converse com as crianças e retome o propósito da vivên-
cia. Proponha que elas tirem os sapatos e convide-as para explorarem o
local de forma livre, individualmente ou em pequenos grupos. Elas po-
dem sentir o cheiro da terra, da grama, da flor, tocar e subir em árvores.
Instigue-as a perceber as diferentes tonalidades, formatos e tamanhos
das folhas, caules, flores, as linhas presentes nas folhas etc. Enfatize to-
das as possibilidades de percepção de tudo que traz diferentes sensações.
Diga que, nesta exploração, elas podem coletar os presentes que a natu-
reza deixou para a gente. Esses presentes estão no chão e são folhas, pe-
drinhas, flores, gravetos etc. Conte a elas que essa proposta durará cerca
de 15 minutos e que, quando faltarem 5 minutos para acabar, você irá
avisá-las. Enquanto as crianças vivenciam a proposta, circule pelo espa-
çoobservando as interações das crianças com os elementos naturais. Faça
registro dessas observações, coletando expressões e imagens.

Possíveis falas do professor: Ao perceber que alguma criança necessita


de apoio para iniciar as investigações, aproxime-se dela e lance algumas
perguntas. Você já tinha parado para observar o tronco dessa árvore?
Suas cores e textura? Quais sementes são essas que nós encontramos no
chão? Já reparou a quantidade de tons que podemos encontrar nas fo-
lhas?
3

Reúna o grande grupo em roda e favoreça que as crianças contem sobre


a experiência e sobre os elementos que coletaram na natureza. Proponha
a organização em conjunto do espaço, para que possam criar um dese-
nho usando esses materiais como se fosse um ateliê na natureza. Diga
que há vários papéis, cores, lápis e canetas que elas podem escolher e
utilizar e que poderão aplicar os materiais que coletaram na natureza na
composição de sua criação.

Possíveis falas do professor: Pessoal, agora que organizamos os materiais,


vocês já podem começar a produção do desenho. Vejam que já está tudo
separado. Tem papéis grandes, papéis pequenos, colas, tesouras, canetas
e todo o material que coletamos. Pensem no que querem desenhar e qual
material irão utilizar. Vocês podem inserir no desenho os presentes que a
natureza deu para a gente. Este desenho é uma forma de expressar o que
vocês sentiram ao entrar em contato com a natureza.
4

Convide as crianças para selecionarem quais materiais e qual suporte


irão utilizar para a produção. Diga que podem usar a prancheta, deitar-
-se no chão para produzir ou usar o cavalete como apoio para o suporte
escolhido. Apoie as crianças em suas escolhas e criações, assumindo uma
postura de escuta atenta às expressões delas. Circule pelo grupo e esteja
atento para as mediações que, porventura, algumas crianças necessitem.
Entretanto, cuide para que a intervenção seja respeitosa quanto à origi-
nalidade de criação e representação da criança. Observe que a mediação
não se faz no desenho, mas na ideia de representação. Por vezes, faz-se
necessário chamar atenção para a experiência vivenciada, ou seja, convi-
dar a criança para relembrar a experimentação. Nesta proposta, o dese-
nho é uma expressão gráfica do vivido, mas não pretende ser um dese-
nho de observação. As crianças devem se expressar livremente, a partir
das suas vivências. Enquanto as crianças desenham, documente e faça
registros das suas narrativas, para ter registro dos interesses e observá-
veis, podendo, assim, compreender as dinâmicas do grupo para planejar
outras propostas.
5

Conforme as crianças forem terminando as produções, convide-as para


continuar a interagir com os espaços, de forma a não atrapalhar as de-
mais, enquanto o restante do grupo finaliza as criações.

Para finalizar:

Monte com as crianças uma exposição das produções do grupo em al-


gum espaço da escola. Para isso, é preciso tempo para cuidar da forma
como serão expostas, dando o devido valor às produções.

Desdobramentos
Em outras propostas como esta, você pode também usar tintas no lugar
dos riscadores, ou corantes naturais. Sugestação de receita em: https://
novaescola.org.br/conteudo/1286/a-tinta-que-vem-da-natureza

A coleta dos presentes da natureza também será aproveitada para iniciar


ou ampliar coleções de folhas, sementes, galhinhos, pedregulhos, cascas
etc. e para inúmeras possibilidades de utilização em outras propostas.

Em outros momentos, as crianças podem ser convidadas a observar ima-


gens e fotos de natureza. Instigue-as a olharem e conversarem sobre as
figuras, observando detalhes relativos às cores, formas e tamanhos, para
que possam se inspirar no momento da produção gráfica.

Engajando as famílias
Faça um convite para os familiares conhecerem as produções das crian-
ças, que poderão ficar expostas no hall de entrada ou penduradas com
barbantes nas árvores da área verde escolar. Neste caso, garanta a visi-
tação no mesmo dia no horário de saída, para que as produções não se
estraguem mediante ação do tempo.

As fotos tiradas nos momentos de exploração pelo espaço natural e nos


momentos de criação individual podem ser inseridas junto às produ-
ções. É uma boa oportunidade das crianças contarem para as famílias
como foi desenvolvida a proposta.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para realizar esta proposta é necessário que você organize coleções va-
riadas de elementos naturais, como sementes, folhas, cascas, flores secas,
pedrinhas, conchas, entre outros. Caso esses materiais não sejam da prá-
tica cotidiana do grupo, forme algumas coleções para enriquecer a possi-
bilidade expressiva das crianças.

Segue abaixo a receita da massa de areia e cola para ser transcrita em um


cartaz:

Receita da massa de areia e cola (para apresentar às crianças escrever em


CAIXA ALTA):

1/2 kilo de areia.

1 tubo grande de cola.

Pratos de isopor (bandejinhas reutilizadas) e/ou pratos de papelão (di-


versificar tamanhos e tipos de materiais é sempre interessante para pro-
mover a possibilidade de escolha das crianças).

Como fazer: Peneire a areia com intuito de remover possíveis impurezas.

Depois de peneirada, misture-a com a cola. Faça isso aos poucos, até
perceber que sua consistência ficou pastosa, como uma massa.

Ao encontrar o ponto desejado, use-a para sua criação e espere dois dias
para secar.
Materiais:

Colete os materiais naturais, a areia, cola, peneira e a bacia média. Separe


de 2 a 4 colheres de pau, pratos de isopor reutilizados ou pedaços de pa-
pelão cortados em formas variadas (quadrados, circulares, triangulares)
em quantidade suficiente para a turma. Máquina fotográfica ou celular
para documentação da proposta.

Espaços:

A atividade pode ocorrer na sala e o material a ser explorado deverá es-


tar disposto de modo acessível às crianças e convidativo, pois também
faz parte a experiência estética. A proposta deve começar em roda, com
todo o grupo reunido para que a ideia seja compartilhada com a turma.
Para maior interação das crianças com o preparo da receita, divida a tur-
ma em dois grupos. Enquanto um grupo estará explorando a realização
da receita, o outro fará outra atividade que já consigam realizar sozinhos,
como um jogo de construção, por exemplo. Assim, quando a massa do
grupo 1 estiver pronta, ele poderá começar a fazer suas produções de
forma autônoma enquanto o grupo 2 começará a realizar a receita.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora

Perguntas para guiar suas observações:

1. Durante o preparo da receita, todos participam de forma colaborativa,


se envolvem com a proposta e comunicam entre si sobre ingredientes e
modo de preparo?

2. Como as crianças escolheram os materiais para a composição dos de-


senhos? Selecionaram de acordo com o que queriam criar? Quais narra-
tivas emergiram durante a composição dos desenhos?
3. Ao serem convidadas a compartilhar suas produções, as crianças ex-
pressam suas ideias e sentimentos vivenciados durante a criação?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo, caso necessário. Para auxiliar as crianças na organização
das ideias e planejamento do desenho, proponha reflexões como: Você
já pensou no que quer desenhar? Que materiais lhe parecem mais in-
teressantes para compor seu desenho? Se alguma criança demonstrar
ansiedade diante da variedade de opções, proponha que ela escolha por
partes, verificando um grupo de objetos por vez.

O que fazer durante?

Convide as crianças para sentarem em roda com você, no grande grupo.


Compartilhe que elas terão a oportunidade de realizar um desenho em
um novo tipo de suporte e que, para que todas possam participar, você
preparou a sala em três espaços.

Diga para a turma que eles podem se organizar livremente em dois gru-
pos menores e que cada grupo fará a exploração dos espaços da sala em
momentos diferentes. Dessa forma, todos poderão aproveitar mais e a
nova experiência será mais divertida.

Possíveis ações e falas do professor neste momento: Pessoal, hoje nós ire-
mos fazer uma atividade em que usaremos cola, areia e elementos da na-
tureza para fazermos desenhos. Para isso, preparei a sala em 3 ambientes.
Nos organizaremos em grupos para realizarmos a atividade. No primeiro
ambiente ficará um grupo realizando uma proposta que vocês já conse-
guem fazer sozinhos. No segundo ambiente, as crianças farão a receita
da massa de cola e areia. O terceiro ambiente é o ambiente em que vocês
farão o desenho. Vejam, já deixei todo os materiais organizados por ca-
racterísticas para que vocês possam escolher os que mais se adequam ao
que querem desenhar. Vamos lá!

Cada grupo terá sua vez de preparar a massa. No final, quando forem
terminando as criações, podem ir para o espaço da leitura e escolher o
livro que mais gostarem para ler.

Com a turma dividida, inicie a preparação da massa com o primeiro pe-


queno grupo. As crianças ficarão interessadas em saber o que será feito
com a areia e a cola. incentive a criação de hipóteses entre elas e acolha
os pensamentos. Compartilhe que irão usar a areia e a cola para fazer
uma massa que será o suporte para o desenho.

Apresente a receita para o pequeno grupo e eleja duas ou três crianças


para fazerem a receita. As demais vão acompanhar e revezar o momento
da mistura, deixando a massa uniforme. Antes das crianças começarem a
misturar a massa, demonstre como mexer com cuidado os ingredientes,
a fim de que tenham uma referência de como fazê-lo.

Possíveis falas do professor neste momento: Neste pote temos areia e um


tubo de cola. A ideia é fazer uma massa. Vocês podem me dar sugestões
de como faremos isso? Muito interessante tudo o que vocês disseram,
e muitas destas ideias estão em uma pesquisa que fiz sobre como fazer
uma massa. A receita está aqui, vou ler para vocês.
3

Assim que a massa estiver pronta, convide as crianças a pegarem uma


porção para si, usando os pratos de isopor ou papelão como apoio. Cer-
tifique-se de que todas tenham escolhido suas peças. Desperte nas crian-
ças o planejamento do desenho. Diga que com suas escolhas elas podem
pensar no que querem representar. Instigue a partilha de algumas ideias
para aguçar o pensamento do grupo. Ofereça a ideia de criar rostos di-
vertidos e, como os elementos são naturais, representações da natureza
também são uma opção.

No momento da criação, lembre às crianças que elas poderão usar todo o


material que quiserem para criar desenhos sob a massa. Para isso, man-
tenha as coleções sempre por perto e de forma acessível, para que pos-
sam ser investigadas quantas vezes forem necessárias. As crianças pode-
rão ter novas ideias, fazer trocas ou mesmo acrescentar outras peças.

Conforme as crianças forem finalizando, ofereça o espaço de leitura en-


quanto você acompanha a produção da massa e desenho dos outros pe-
quenos grupos.

Possíveis falas do professor neste momento: Pessoal aqui está materiais


para construirmos algo com eles, o que vocês acham? Quais materiais
lhes parece mais interessante para compor o desenho? Vejam estas se-
mentes e pedrinhas, folhas e galhinhos, o que podemos criar com eles?

Após todos os pequenos grupos terem preparado a massa e realizado


suas criações, retome o grande grupo. Neste momento, as crianças terão
oportunidade de expressar seu processo criativo e seus sentimentos a
respeito.Se a turma for grande, uma opção é fazer duas rodas alternadas
para que o tempo de escuta possa ser respeitado.
Possíveis falas do professor neste momento: Vamos compartilhar como
foi o percurso de fazer o desenho usando esta técnica e estes materiais?
Como vocês se sentiram? O que acharam de desenhar sobre a massa?

Após todas as crianças compartilharem suas criações, converse com elas


sobre o local e o tempo necessário para secagem dos trabalhos. Diga que,
em seguida, vocês irão organizar um espaço para expor suas produções
ou pergunte se elas preferem levá-las para casa e contar aos familiares
sobre o processo de criação.

Para finalizar:

Solicite ajuda das crianças para guardarem e limparem alguns dos mate-
riais utilizados. Dirijam-se aos sanitários ou lavatórios para higienização
das mãos, antes de iniciarem outra atividade da rotina.

Desdobramentos
Em outro momento, é possível colocar a massa em um único tabuleiro,
ao invés de pratos individuais. Dessa forma, será possível promover a
produção coletiva, construindo um cenário específico relacionado a al-
gum tema.

Engajando as famílias
Se as crianças levarem as produções para casa terão oportunidade de
socializarem com as famílias o processo de criação, o preparo da massa,
a escolha dos elementos naturais, o planejamento e desenvolvimento do
desenho. A receita também pode ser compartilhada, incentivando que
tenham em casa outros momentos de exploração e criação, junto com os
familiares.

Faça um registro fotográfico do passo a passo da atividade e elabore le-


gendas com as crianças, compondo um varal informativo para ser com-
partilhado em uma mostra com toda a comunidade escolar no hall de
entrada da escola.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para realizar esta proposta é importante que as crianças já tenham parti-


cipado anteriormente de atividades e pesquisas sobre pintura, desenhos
ou escrita em cavernas. Materiais e produções anteriores poderão ser
resgatados para elucidar o contexto da criação dos desenhos e servir de
referência para as crianças.

Receitas para tinturas naturais você pode encontrar em:

https://novaescola.org.br/conteudo/1286/a-tinta-que-vem-da-natureza

Materiais:

Os desenhos podem ser realizados diretamente em muros, paredes, no


chão da escola, a partir de possíveis acordos internos, favorecendo a si-
mulação de suportes similares aos que os homens utilizavam em caver-
nas. Como opção, podem ser utilizadas caixas grandes e inteiras de pa-
pelão e disponibilizados papelão recortado em vários tamanhos.

Livros e ou imagens variadas sobre arte rupestre, conforme apontado


no Contextos Prévios. Carvão, urucum em pó (as sementes também são
interessantes) água, cola, potes para o preparo, gravetinhos. Receita para
a tinta natural de urucum. É importante testar a receita antecipadamente
e analisar a quantidade em função de seu número de alunos. Cartolina e
pincel atômico, se preferir escrever a receita com as crianças no momen-
to da produção.Caixa com jogos de montar, para atividade autônoma no
momento do preparo da receita de tinta natural.
Máquina fotográfica ou celular para a documentação da proposta.

Espaços:

Se for permitida a produção direta em algumas paredes ou muros, a pro-


posta se dará nesse local. Se forem utilizadas as caixas, busque um local
agradável e tranquilo, que pode ser na área verde da escola, se houver, ou
em outro espaço amplo.

Disponha os materiais de forma harmoniosa e instigadora; os papelões


recortados podem estar arranjados no gramado ou encostados em um
tronco de árvore, as caixas, algumas montadas outras não, espalhadas no
entorno.

Reaproveite cestas de vime ou de palha para acomodar o carvão e todo o


material para a produção da tinta natural e, assim, criar uma atmosfera
convidativa e envolvente.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora e 15 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. As crianças atuam de forma interessada, envolvidas nas criações?

2. No processo de produção dialogam sobre os elementos da arte rupes-


tre? Fazem uso de movimentos e gestos durante suas criações?

3.As crianças interagem durante as produções, dialogando sobre os ma-


teriais, os suportes e expressando as ideias delas nos desenhos?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada crian-
ça.

Esta atividade oferece uma gama de oportunidades de participação e de


expressão da criança. Além do desenho, proporcione oportunidades de
movimentação amplas no espaço e de exploração desuportes e materiais.
Se algumas crianças apresentarem dificuldades em lidar com alguns ma-
teriais, ofereça ajuda ou proponha que trabalhe com algum colega. Mes-
mo assim, se alguém não se envolver com a atividade principal, apre-
sente alternativas: ser o bibliotecário dos livros e imagens rupestres da
pesquisa, o parceiro de pintura de algum colega ou o auxiliar do registro
fotográfico no dia.

O que fazer durante?

Convide as crianças para sentarem em roda -grande grupo- com você.


Compartilhe que terão oportunidade de desenhar com alguns materiais
que se assemelham aos que os homens das cavernas usavam.

Apresente as imagens e livros de pinturas rupestres que já foram utiliza-


dos em atividades anteriores e resgate um pouco com as crianças o que
já sabem sobre essas pinturas, focando agora no desenho que irão pro-
duzir.
Possíveis falas do professor neste momento: Pessoal, crianças e adultos
daquela época não tinham canetas e tintas como a gente, o que será que
utilizavam para deixar essas marcas na parede da caverna? O que podem
representar esses desenhos?

Acolha ideias e percepções das crianças sobre as imagens, certamente


elas apresentarão hipóteses a respeito de como esses desenhos eram re-
gistrados nas paredes das cavernas. Durante a conversa, desperte a refle-
xão sobre o ambiente natural da época, as cores de plantas e frutos, am-
pliando as possibilidades de se chegar às tinturas naturais.

Apresente o carvão e o urucum como elementos naturais que serão ex-


perimentados para desenhar. Deixem que explorem um pouco os mate-
riais, suas texturas e cheiros e que socializem impressões e conhecimen-
tos prévios sobre eles.

Instigue a preparaçãoda tinta e socialize a ideia de fazer os desenhos e


pinturas nas paredes, nos muros, no chão ou nos recortes de papelão e
nas caixas que estão à disposição, conforme sua decisão.

Possíveis ações das crianças nesse momento: Pegando uma pedra de car-
vão, uma criança experimenta riscar algo no chão e mostra para os cole-
gas que é possível escrever com ele.

Convide as crianças para preparar a tintura de urucum e diga que ela


será usada na experiência de criar desenhos das cavernas.

Mostre o material já organizado previamente, dispondo para cada grupo


potes para o preparo, o pó de urucum, a água, a cola e alguns graveti-
nhos para mexer a tintura.
Apresente a receita da tintura de urucum (no papel já impresso ou em
cartaz que pode ser elaborado no próprio momento, junto com as crian-
ças).

Leia e dialogue com as crianças a partir de suas manifestações sobre os


produtos e a forma de preparo. Neste momento é interessante ter mais
um adulto como apoio, se não for possível, ofereça um espaço com uma
outra proposta, que já desenvolvam com autonomia, por exemplo, uma
caixa com jogos de montar, e organize a turma em pequenos grupos. En-
quanto a proposta de preparação da tintura é realizada com um pequeno
grupo, os demais vão brincando com os jogos, assim, todos aproveitam o
momento de criação da receita.

Após o preparo da tinta por cada pequeno grupo, é o momento de as


crianças criarem seus desenhos nos suportes e materiais que escolherem,
dentre os que estiverem disponíveis, como as caixas de papelão, muros,
chão, carvão e tinta natural.

Acompanhe as produções, observando e oferecendo orientações, caso


sejam necessárias. Elas podem realizar suas produções individuais ou
combinarem com os colegas, como preferirem.

As crianças precisam de um bom tempo para que possam criar com es-
pontaneidade e explorar os recursos disponíveis. É possível que incorpo-
rem movimentos e gestos relacionados à época das cavernas. Aproveite
para observar e documentar com escrita, fotos e/ou pequenos vídeos.

Caso alguma criança apresente resistência ou desinteresse em relação à


proposta, mostre outras possibilidades, envolvendo-a na temática por
meio de outras linguagens e possibilidades expressivas. Por exemplo,
sugira uma brincadeira de faz de conta de diretor de artes, na qual ela é
convidada a explorar os livros e imagens rupestres para fazer sugestões
de desenhos aos colegas,.
5

Comunique o tempo para finalização do desenho. Conforme as crianças


forem terminando as criações, convide-as para colaborar com a orga-
nização do espaço, guardando os materiais, limpando alguma coisa ou
mesmo auxiliando algum colega que estiver precisando, enquanto o res-
tante do grupo finaliza a proposta.

Para finalizar:

Confira com as crianças a organização e a limpeza do espaço e peça aju-


da para levar alguns materiais ao local onde devem ser guardados.

Diga às crianças que as produções ficarão um pouco ao sol para secagem


(se foram realizadas nos papelões) e que, enquanto isso, elas percorrerão
as criações para conhecer e conversar um pouco sobre o que cada colega
representou.

Combine também que assim que tudo estiver seco, vocês vão começar
aorganizar a exposição na própria sala ou em algum local coberto da es-
cola, para que possam visitá-la em outros momentos assim como outras
crianças da escola e seus familiares. Mas se as produções foram realiza-
das nas próprias paredes, muros e chão da escola converse com as crian-
ças sobre o tempo de permanência delas, que dependerá das condições
climáticas. Assim, garanta registros em fotos.

Desdobramentos
Você poderá oferecer esta proposta com outros materiais e suportes,
talvez folhas cartonadas, plásticos, papel reciclado ou mesmo forrar as
paredes da sala com papel pardo. Existem também outras opções de tin-
turas naturais, como pó de café, açafrão, flores e até mesmo frutas, vale a
pena ampliar as possibilidades. Neste arquivo, você encontra mais infor-
mações.

A repetição de uma técnica de produção artística é essencial para seu


aprimoramento, novas experimentações e descobertas.
Engajando as famílias
No momento da saída, as famílias podem visitar a exposição. As crianças
podem ser convidadas para contar como foi a realização desse desenho
das cavernas.

Organize o registro fotográfico do passo a passo da atividade e, em um


outro dia, elabore legendas com as crianças, compondo um varal infor-
mativo, para ser compartilhado com toda a comunidade escolar no hall
de entrada da escola.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Se desejar ampliar seus conhecimentossobre o grafismo infantil, segue


uma sugestão enriquecedora sobre o tema: Grafismo infantil - leitura e
desenvolvimento

Materiais:

Separe suportes variados como: papelão, cartolina, papel cartão e sulfite,


de preferência com diversidade de cores, espessuras e cortados em dife-
rentes formas. As possibilidades expressivas ficarão mais ricas com al-
gumadiversidade de gizes, lápis de cor, lápis grafite, canetinhas hidrocor,
giz de quadro, conforme o material disponível em sua escola.

Organize os materiais sobre uma mesa, assim as crianças poderão sele-


cionar seus próprios materiais para elaboração de seu desenho.

Espaços:

Realize a proposta na sala de atividades do grupo.Na organização, dis-


ponha os materiais de forma atrativa e caprichosa, cuidando para que
o ambiente fique esteticamente agradável e provoque envolvimento das
crianças à proposta.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1hora e 15 min

Perguntas para guiar suas observações:


1.Que materiais as crianças demonstram preferir em situações de livre
escolha para se expressarem por meio dos desenhos?

2. Que narrativas emergem das crianças ao criarem seus desenhos? Elas


fluem de forma simultânea, acompanhando a trajetória dos movimentos
na criação do desenho? Ampliações ou alterações acontecem conforme
as ideias da narrativa?

3.Como articulam/relacionam as narrativas visuais (desenho) e as narra-


tivas orais enquanto desenham e quando vão contar o que desenharam?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança.

A proposta de desenhar livremente assegura a liberdade de expressão das


crianças, suas preferências também são garantidas quando elas escolhem
pessoalmente os suportes e materiais de desenho para suas produções.
Ao desenhar em duplas, as narrativas são potencializadas, pois precisam
negociar suas ideias e criações.

O que fazer durante?


1

Convide as crianças para sentarem em roda (grande grupo)com você.


Compartilhe a proposta de criar um desenho livre, emduplas,usando
suportes e materiais diversos. Se alguma criança optar por realizar a
atividade sozinha, não se oponha, isto não impedirá que as narrativas
aconteçam.

Mostre os materiais que deixou previamente organizado para esta pro-


posta e diga que elas podem buscar outros que estejam disponíveis na
sala, se necessitarem.

Convide as crianças para iniciarem a proposta ou escolherem seus par-


ceiros de desenho (se desejarem realizar emduplas). Em seguida, peça
para que selecionem da mesa o que querem usar em suas criações. Com-
bine que, caso elas precisem de algo mais durante o desenho, podem
buscar ou trocar os materiais entre os colegas da turma.

As crianças necessitam de tempo para fazerem suas opções, cada uma


delas tem sua predileção. Portanto, oportunizar a seleção do material
emduplasfavorece a discussão de diferentes ideias e decisões coletivas. Se
cada uma preferir escolher seus próprios materiais, respeite sua opinião
e posteriormente busque intervir a favor das trocas entre elas.

Proponhaque as crianças desenhem livremente em duplas. Indique que,


para isso, precisam conversar umas com as outras, para definirem o que
vão desenhar, combinar quem desenhará cada passo ou cada parte etc.
Esteja atento às dificuldades das crianças neste momento e enquanto de-
senham em conjunto, para apoiá-las no que for necessário, favorecendo
a troca de ideias, levantamento de possibilidades e decisões coletivas.

Aviseque terão 30 minutos para elaborar sua produção e que, quando


estiver faltando 5 minutos para acabar o tempo, você irá avisá-las.

Durante a produção, atente-se às narrativas que surgem no processo, à


observação, à escuta, às ações ao envolvimento das crianças com o de-
senho e entre elas. Este momento é muito rico para investigar o enredo
construído por elas, entender que emoções estão exteriorizando e quais
os sentidos que atribuem às suas criações.

Anote as narrativas das crianças durante o processo criador, seja nas du-
plas, seja daqueles que estiverem produzindo sozinhos.

Comunique o tempo para finalização da atividade. Conforme as crianças


forem terminando suas criações, o que ocorrerá em tempos diferentes,
proponha para algumas duplas que se juntem com alguma criança que
preferiu desenhar sozinha, para que contem sobre suas produções. Auxi-
lie nesta organização para que todos tenham oportunidade de partilhar
suas criações, a não ser que alguém não deseje. Durante esta troca, esteja
atento às novas narrativas que surgirem.

Emgrande grupo conversem sobre como foi desenhar em duplas e como


foi a negociação entre elas ao longo da produção.

Instigue os comentários das crianças citando algumas das narrativas que


registrou, de forma a provocar o reconhecimento do criador do desenho.
Explore a contextualização do enredo, oportunizando a percepção do
desenho comouma narrativa contada através das expressões gráficas.

Possíveis falas do professor neste momento: Enquanto observava vocês


desenhando, vi um desenho que contava a história de um ovo de passari-
nho. Quem foi mesmo que desenhou? Você quer nos mostrar o desenho
e contar a história?
Para finalizar:

Convide as crianças para colaborarem na organização do espaço, guar-


dando os materiais e limpando alguma coisa que necessitar. Apresente a
proposta que eles levem seus desenhos para casa para que possam contar
aos familiares sobre a produção do dia. Defina com elas como farão no
caso de quem realizou o desenho em duplas, podendo ser levar em dias
alternados, sortear ou tirar uma fotocópia (o que é possível se for um
desenho plano).

Desdobramentos
Você poderá repetir esta proposta oferecendo outros suportes e materiais
e ampliando para produções tridimensionais, como exemplo criar cená-
rios com materiais de largo alcance (tampinhas, palitos, pequenas caixas
e outras embalagens) ou coleções de brinquedos em miniaturas. Neste
desdobramento, enquanto você registra as narrativas, fotografe as repre-
sentações para organizar uma mostra da atividade.

Outra possibilidade é de incorporar os registros das narrativas aos dese-


nhos de todo o grupo e encaderná-los, criando um livro artístico da tur-
ma.

Um outro enfoque possível é oferecer durante a roda de conversa algu-


mas imagens de obras de arte de diferentes estilos: abstratas, rupestres,
mais coloridas, em preto e branco, de desenho, com pinturas, entre ou-
tras, favorecendo às crianças ampliarem suas possibilidades de desenho e
de suas narrativas.

Engajando as famílias
A proposta de levar a produção para casa favorece o engajamento com as
famílias, mas é importante que você converse com as crianças sobre uma
forma de contar à seus familiares o que aconteceu nesta proposta: como
definiram materiais, realizaram os desenhos e conversaram sobre as nar-
rativas.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

O preparo dos materiais precisa ser realizado com antecedência. Se dese-


ja ampliar seus conhecimentossobre a interferência gráfica nos desenhos
das crianças, segue abaixo sugestões enriquecedoras sobre o tema.

https://avisala.org.br/index.php/assunto/sustanca/interferencias-grafi-
cas-como-apoio-para-o-desenho-infantil/

https://avisala.org.br/index.php/assunto/reflexoes-do-professor/para-
-alem-do-desenho-livre-quando-a-interferencia-ajuda-as-criancas/

Materiais:

Para esta propostaas crianças precisam ter algumas alternativas para suas
escolhas. Ofereça três opções de suporte (cartolina, papel cartão ou sulfi-
te, branco ou colorido) e três opções de interferências (caixas de fósforo,
figura geométrica e imagem recortada de revistas) e cola.

As possibilidades expressivas ficarão mais ricas com algumadiversidade


de giz, lápis de cor e canetinhas hidrocor, conforme o material que você
tenha disponível.

Espaços:

Na organização, disponha os materiais de forma atrativa e caprichosa,


fazendo bancadas ao redor ou no meio da sala, como em um ateliê de
artes. Coloque os suportes com as interferências em caixas, organizadas
por tipos e os elementos riscantes (giz, lápis e canetinhas) em potes.Cui-
de para que todo material esteja acessível a todos da turma e com boa
visibilidade no momento da escolha.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. As crianças observam atentamente os suportes e, durante a escolha,


manifestam planos para o desenho a partir da interferência?

2. Durante a produção, elas solicitam auxílio dos colegas ou do profes-


sor, ouvem as ideias, trocam impressões ou mesmo alteram suas criações
movidas por percepções diferentes das suas?

3. No desenho é possível perceber riqueza de detalhes, intencionalidade


dos traços, ampliação do pensamento imaginativo e percepção do con-
texto, devido à interferência oferecida?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada crian-
ça.

A oferta de alternativas para o desenho com interferênciaassegura a li-


berdade de expressão das crianças e suas preferências também são res-
peitadas quando elas escolhem pessoalmente os suportes e materiais de
desenho para suas produções.

O que fazer durante?


1

Convide as crianças para se reunirem em volta da mesa de materiais


(grande grupo) com você, para que observem o que há disponível para
realizar a atividade. Compartilhe a proposta de criar um desenho com
interferência, individualmente.

Conversem sobre os materiais que você deixou previamente organizados


e comunique às crianças que terão um tempo para analisarem os três su-
portes e as três interferências oferecidas, para que escolham um de cada
e criem seus desenhos.

Mostre que, além desses, há vários elementos riscantes disponíveis para


selecionarem e utilizarem conforme desejam.

Diga que depois que finalizarem suas produções, poderão compartilhar


o que fizeram aos seus amigos.

Proponha o início da atividade convidando o grupo a selecionar os ma-


teriais. Promova o momento da escolha, em pequenos grupos, para fa-
vorecer o contato, a exploração e definição do suporte e da interferência
mais atrativos para cada criança.
Ofereça orientações sobre a colagem da interferência no suporte, para
posicionar da melhor maneira a figura antes de colar (centralizada, late-
ralizada, em cima), deixando espaços suficientes para as possibilidades
de criação.

Lembre-as de que, caso precisem de algo mais durante o desenho, po-


dem buscar na mesa e ou trocar os materiais entre os colegas da turma.

Neste momento individual de produção, proponha que as crianças pla-


nejem e criem seus desenhos a partir do objeto (interferência) escolhido.
Avise que terão 30 minutos para elaborar sua produção, e que quando
estiver faltando 5 minutos para acabar o tempo você irá avisá-las.

Durante a produção das crianças, atente-se às narrativas que emergirem


do processo, à observação, à escuta e ao envolvimento delas. Ao observar
esse elementos, você poderá perceber as implicâncias da interferência no
planejamento do desenho, e como as crianças norteiam seu pensamento
criativo favorecendo a ampliação e a intencionalidade dos traços.

Interaja naturalmente com o grupo a partir de suas narrativas, fazendo


comentários cuidadosos e pontuais, que respeitem as produções e sejam
convites para que elas comentem sobre o que estão produzindo.

Comunique o tempo para a finalização da atividade. Conforme as crian-


ças forem terminando as criações, o que ocorrerá em tempos diferentes,
proponha que se juntem a outras que escolheram materiais diferentes
dos dela, formando pequenos grupos e conversem sobre suas produções.
Auxilie nessa organização, para que todos tenham oportunidade de par-
tilhar ideias, a não ser que alguém não deseje.Se isso ocorrer, respeite o
momento da criança, ela pode estar se sentindo insegura para expor ou
falar sobre a produção. Dialogue com ela sobre o desenho que ela rea-
lizou e diga que, se desejar, ela pode apenas ir conhecer o trabalho dos
colegas. Durante essa troca, pontue algumas observações colhidas no
decorrer do processo, de modo a valorizar a produção de cada criança.

Para finalizar:

Convide as crianças para colaborar com a organização do espaço, guar-


dando os materiais e limpando alguma coisa que necessitar. Em seguida,
defina com elas se preferem levar os desenhos para casa para contar aos
familiares sobre o processo de criação deles ou se desejam organizá-los
no mural, no hall de entrada da escola, para que as produções sejam ex-
postas.

Desdobramentos
Você poderá repetir esta proposta da mesma forma ou oferecer outras al-
ternativas de interferência como: clips, barbantes, botões e figuras temá-
ticas, recortes de rostos ou roupas.

Engajando as famílias
Organizar um mural ou levar os desenhos para casa (conforme a escolha
das crianças) favorece o envolvimento dos familiares com as propostas
realizadas na escola. Você pode elaborar um pequeno texto explican-
do como foi o desenvolvimento da proposta, assim as famílias podem
acompanhar melhor as produções das crianças.

Se a turma optar por organizar um mural, uma sugestão é expor também


as interferências que foram sugeridas às crianças para que realizassem
suas produções. Próximas a elas, deixe todas as produções baseadas em
uma mesma interferência, para mostrar a variedade de possibilidades
criativas a partir de um ponto em comum.

Proponha também que as crianças levem para casa um suporte com in-
terferência para que realizem um desenho em casa, junto com os fami-
liares. Assim, você as incentiva para que elas tenham um momento cria-
tivo em casa. Em seguida, elas podem socializar esse momento com os
colegas, trazendo as produções e dialogando sobre elas na escola.
CONTINUA NA PARTE 3!

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