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O que fazer antes?

Contextos prévios:
Antes do início das atividades, organize uma reunião com pais e familia-
res das crianças para que eles conheçam o trabalho pedagógico desen-
volvido na escola. Aproveite para conversar sobre os combinados dos
primeiros dias, por exemplo: horário reduzido, alternância de grupos
e a presença de um familiar da criança no primeiro dia ou, se possível,
nos primeiros dias. Aos pais que não puderem comparecer, peça que
providenciem alguma pessoa que tenha um bom vínculo afetivo com
a criança e que possa acompanhá-la. Fale com as famílias sobre a im-
portância de transmitir tranquilidade e segurança para os pequenos.
Oriente os responsáveis para que os tragam segurando-os pelas mãos,
não no colo. Solicite que estejam dispostos a participar com as crianças
das primeiras atividades na escola e informe outros combinados perti-
nentes. Sugestões de leitura para o professor: 10 dúvidas sobre adap-
tação na Educação Infantil e Como receber bem a criança e sua família.
Combine com as equipes da gestão e da cozinha como se dará o lanche,
e se for solicitado às famílias, combine tudo com elas nessa reunião
prévia.

Materiais:

Para organizar o Tapete Literário providencie: um tapete grande (de


tecido ou emborrachado), almofadas e cadeiras para as crianças e os
pais se acomodarem, livros infantis, alguns brinquedos que favoreçam
a relação com histórias (como bichinhos de pano e fantoches); instru-
mentos musicais de fácil manuseio (pandeiro, chocalho ou outros que
a escola tenha disponíveis); envelopes (se possível coloridos ou decora-
dos,para um visual mais bonito), tamanho A4 com o nome das crianças
e crachás com o nome dos familiares ou dos responsáveis e das crian-
ças.
Espaços:

Área externa que favoreça brincadeiras em grupo e refeitório para o


momento do lanche. É importante garantir uma segunda opção de es-
paço amplo, como um pátio coberto, para o caso de o dia estar chuvo-
so.

Tempo sugerido:

Adapte esse planejamento de tempo à organização da sua escola. Esta


é uma atividade que contempla um tempo reduzido de permanência
das crianças novas. Se o seu grupo é misto (crianças novas e as que já
eram da escola), planeje a continuidade da proposta ou outras ativida-
des para atender as que permanecerão por todo o período. Sugerimos
para esta atividade a duração aproximada de uma hora e 30 minutos,
sendo 45 minutos para o tapete e as cantigas, 30 para o lanche e 15
para as crianças escolherem os livros que levarão para casa.

Perguntas para guiar suas observações:

1.Como as crianças comunicam seus sentimentos com relação ao espa-


ço compartilhado e a possibilidade de,com a vinda à escola, separar-se
do núcleo familiar?

2. Como exploram os movimentos corporais ao interagir com os fami-


liares e outras crianças durante as atividades propostas?

3. Que pistas a criança dá ao professor durante a atividade que o ajuda-


rá a criar vínculos afetivoscom ela?

Para incluir todos:


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-
dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Pense em maneiras de organizar o espaço, para se
torne um ambiente agradável e atenda às necessidades de locomoção
de todos. Alguns objetos, quando bem escolhidos, funcionam como
atrativos visuais e sensoriais, além de darem tom à afetividade, como
livros infantis diversos, bichinhos de pano,entre outros. Favoreça ações
por meio das quais as crianças possam se sentir amparadas pelos fami-
liares e por você. Dessa forma, a formação de vínculos se dará de forma
progressiva.

O que fazer durante?

Prepare um espaço na área externa de forma convidativa e atraente


para receber crianças e familiares. Inicie com uma atividade calma e
acolhedora, na qual a maior interferência será a da família. A sugestão
é a da organização de um Tapete literário: em um dos cantos organize
em um tapete livros infantis diversos para leitura, bichinhos de pano,
fantoches ou outros objetos que promovam estímulos sensoriais agra-
dáveis e interlocução com as histórias. Assim, os pequenos e os res-
ponsáveis estarão envolvidos no ambiente, manipulando livros, brin-
quedose lendo histórias enquanto você recebe os demais. Disponha no
tapete algumas almofadas e garanta cadeiras para que todos possam se
acomodar conforme preferências e possibilidades.

Receba as crianças e as famílias, coloque-se na altura dos pequenos


e, com a ajuda dos crachás, os chame pelo nome. Seja receptiva ao se
apresentar, diga seu nome e que está feliz em ver as crianças, não in-
sista em expressões de afeto, como abraços, se elas não estiverem à
vontade para isso. Conforme os pequenos forem chegando, convide-os
para escolher um livro para ler com a famílias. Oriente os familiares a
eleger as obras junto com as crianças. Peça que se acomodem como
acharem melhor enquanto você continua recebendo os outros convida-
dos.

Possível fala do professor neste momento:Durante a entrada das crian-


ças, muitas reações são previsíveis, como a de choro. Nesse caso, com
calma, diga: Sei que tudo é novo pra você, mas fique tranquilo, sua/
seu… (diga o nome ou parentesco do familiar) ficará com você hoje e
juntos vocês vão decidir quando querem brincar.

Quando notar que não há mais fluxo de crianças chegando, aproveite


para circular e conversar um pouco com cada uma e com osacompa-
nhantes delas. Peça para ouvir um trecho da história que eles esco-
lheram ler ou solicite que uma criança dê nome a um dos bichinhos
de pano. Observe os pequenos que se mostram mais à vontade com
o ambiente e com sua presença. Lembre-se de que aqueles que estão
inseguros precisarão de mais atenção. Posicione-se em um local visível
a todos. Se você organizou as cadeiras e as almofadas em círculo, sen-
te-se na roda e dê boas vindas a todos, dizendo bom dia ou boa tarde
e seu nome. De forma breve reforce que todos da escola estavam an-
siosos para recebê-los e que, juntos, vocês poderão fazer muitas coisas
divertidas. Para que as crianças e mesmo os familiares sintam-se segu-
ros com a rotina da escola, é importante antecipar o planejamento do
dia. Assim, pergunte para as crianças o que acham que irão fazer com o
familiar na escola. Escute-as e, se ninguém quiser falar nesse momento,
estenda a pergunta aos responsáveis. A partir das manifestações deles,
diga que para começar todos poderão brincar juntos e depois tomar
um lanche delicioso com a família e os novos amigos. Comente que de-
pois de comer vocês farão combinados para o próximo dia e se despe-
dirão.

Convide todos para começar uma brincadeira. Peça que façam uma
grande roda, intercalando crianças e adultos. Proponha uma brinca-
deira que a maioria dos familiares e mesmo as crianças possam conhe-
cer, assim você amplia a possibilidade de todos participarem e evita
grandes surpresas e situações inesperadas. A sugestão é A canoa virou
(acesse o link e veja a versão do grupo Palavra Cantada para essa canti-
ga de domínio público).Nessa brincadeira cantada, as crianças se afas-
tam temporariamente dos pais, porém, ainda os terão em seu campo
visual. Para começar pergunte quem conhece essa cantiga de roda, se
já os presentes brincaram alguma vez com ela e quem sabe dizer o que
ocorre durante a roda. Recite os versos para garantir que todos conhe-
cem a mesma versão. Decida com o grupo quem irá representar os que
não sabem nadar e, por isso, viraram a canoa e quem serão os peixi-
nhos que irão salvá-los. Então convide crianças e familiares para canta-
rem juntos.

Proponha que todos comecem na grande roda e, quando for cantado o


trecho A canoa virou, quem deixou ela virar, foi por causa da (Ex: mãe
do ...) que não soube remar, o familiar ou a criança, conforme a escolha
do grupo, vai para o centro do círculo fazendo com o corpo movimen-
tos que representem esse trecho da cantiga, as expressões corporais
são livres e ficam a critério de quem está participando. Espere o es-
colhido chegar ao centro do círculo, enquanto isso, o par de quem foi
para o centro permanece na roda. Então continue cantando Se eu fosse
um peixinho e soubesse nadar eu tirava (...) do fundo do mar. Quem
foi escolhido é resgatado por seu par, que entra no círculo fazendo mo-
vimentos de peixinho. Ambos podem ir formando um segundo círculo
por fora do primeiro, que vai diminuindo a cada rodada. Use outras
brincadeiras típicas da sua região ou faça as adaptações que achar ne-
cessárias à proposta. Durante a brincadeira observe as crianças e co-
mece chamando aquelas que demonstram maior segurança, assim, as
demais terão a oportunidade de ver que os familiares não vão embora
e se proporão a participar. Caso uma criança não queira participar no
momento, não insista e respeite o tempo dela.

Quando a brincadeira for finalizada, com todos na mesma roda, pro-


ponha continuar a cantoria. Pergunte quem quer cantar uma música
que goste e peça para que as crianças se sentem ainda na roda. Diga a
elas que, enquanto vocês cantam, os acompanhantes irão se sentar ao
redor para descansar, mas se alguém preferir estar junto, tudo bem.
Vocês podem cantar quantas canções o tempo permitir, considerando
sempre o interesse e o envolvimento das crianças. Enquanto elas can-
tam e dançam, traga um ou mais instrumentos ou objetos sonoros para
a roda, pode ser um pandeiro, um chocalho ou dois pauzinhos. Faça
a marcação do ritmo enquanto cantam, tornando a atividade sonora-
mente mais atrativa. Se uma criança não quiser participar no momento,
ofereça o instrumento musical que você está usando como alternativa,
se mesmo assim ela se negar a tocá-lo, diga que tudo bem e que ela
poderá experimentá-lo quando quiser. Vá trocando de lugar na roda,
assim você poderá interagir com diferentes crianças. Para finalizar a
cantoria, diga que gostou muito de conhecer as músicas que eles mais
gostam e pergunte quem se lembra do que conversaram e questione o
que vão fazer após a brincadeira. Aproveite a resposta das crianças para
convidar todos para um lanche especial.

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Caminhe junto com as crianças e com os responsáveis e indique a lo-
calização dos banheiros, ofereça ajuda mostrando onde estão os itens
de higiene básicos (sabonete líquido e papel toalha ou outros disponí-
veis em sua escola). Caso note que algumas crianças mostram maior
independência e intimidade com o espaço e com as ações a serem
realizadas (o que é comum quando há crianças no grupo que já eram
da escola), inclua-as no apoio aos colegas e às famílias. Combine com
antecedência com os funcionários responsáveis pela alimentação para
que ajudem a organizar uma mesa convidativa na qual as crianças
possam se servir com seus responsáveis e, se for possível, incluindo
lanches que trouxeram de casa. Assim, ao mesmo tempo em que os
responsáveis conhecem a rotina e os espaços de cuidado e de alimen-
tação, as crianças vivenciam a possibilidade de se alimentar junto com
os novos colegas.

Possíveis falas do professor neste momento: Você já lavou as mãos,


que legal, quero te fazer uma proposta: Aceita ser meu ajudante hoje?
Como acha que podemos ajudar os colegas ao lavar as mãos ou usar o
banheiro?

Durante o lanche, sente-se com as crianças e coma junto com elas.


Aproveite esse momento para conversar individualmente com elas. Vo-
cês podem falar sobre a brincadeira da qual participaram, sobre o que
gostam de comer, ou sobre outro assunto que considerar pertinente.
Aproveite também para esclarecer possíveis dúvidas dos familiares ou
dos responsáveis. Não se esqueça de que a acolhida envolve as crianças
e as famílias, portanto, se eles estiverem seguros, transmitirão seguran-
ça para as crianças.

Para finalizar:

Diga a criança poderá levar emprestado o livro que mais gostou e con-
tar a história para a família. Comente que para isso você preparou uma
embalagem toda especial e entregue às crianças envelopes coloridos e
decorados. Mostre que o nome dela, o seu nome e o nome da escola
estão no envelope e convide a criança e o familiar para buscar a obra
no tapete literário. Peça que tragam o livro no dia seguinte, para que os
colegas possam conhecer a história também. Se despeça da criança e
diga que gostou muito de conhecê-la e que vai esperá-la no dia seguin-
te. Comunique aos pais que se ainda tiverem alguma dúvida poderão
se dirigir à secretaria da escola ou aguardar para conversar após a saída
de turma.

Desdobramentos
Planeje as próximas atividades e as interferências de acordo com a fle-
xibilidade do calendário de sua escola. Se for possível ter outros dias
com a família ou com os responsáveis, programe atividades em que as
crianças se separam progressivamente deles. Você pode planejar brin-
cadeiras de transformação, por exemplo, brincar com bolhas de sabão.
Ou ainda produzir massinha de modelar e convidar as crianças para
acompanhar seus familiares e responsáveis a outro espaço da escola,
para que os esperem enquanto elas brincam, favorecendo assim paula-
tinos momentos de despedidas.

Engajando as famílias
Dentro dos envelopes de leitura, coloque um breve bilhete direcionado
às crianças e, no final dele, algumas orientações aos pais. Inclua infor-
mações pertinentes ao seu planejamento e agradeça a família pela par-
ceria com a escola. Você encontrará aqui, como sugestão, um modelo
de bilhete, no entanto, você pode produzir um conforme desejar.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para favorecer a adaptação da criança, nos primeiros dias na escola, é
interessante que o horário de permanência seja reduzido, sendo am-
pliado a cada dia até chegar ao tempo regular. A escola poderá alternar
horários entre as turmas para que outro professor o ajude a receber e a
acompanhar as crianças. No dia anterior à essa atividade, ou na reunião
inicial, combine que as crianças poderão trazer de casa um objeto de
elo, como um paninho ou um brinquedo. Oriente os responsáveis para
trazer as crianças segurando-as pela mão, e não no colo. Peça também
que não saiam escondidos, mas que informem que em breve voltarão
para buscá-las. Peça que os familiares ou os responsáveis sejam pon-
tuais na hora buscá-las e que disponham de alguns minutos para tomar
conhecimento das descobertas delas.

Materiais:

Materiais para o canto de produções: Massa de modelar, folhas colo-


ridas e riscantes diversos como lápis, giz de cera e canetas hidrográfi-
cas,dispostos sobre algumas mesas. Materiais para o canto de leitura:
Tapete de tecido ou emborrachado, livros infantis com diferentes temá-
ticas e recursos como dobraduras, texturas, contos com animais e os de
fadas, fantoches, almofadas e uma pequena tenda (se possível). Mate-
riais para o canto de faz de conta: Brinquedos, objetos do cotidiano e
materiais de largo alcance, que devem ser selecionados de acordo com
a temática que o professor escolher para esse momento, dispostos de
maneira harmoniosa e de fácil acesso e escolha. Para a caça ao tesouro,
pequenos brinquedos ou jogos que podem ser construídos pelo profes-
sor, bilhetinhos com mensagens para as crianças e caixa decorada como
arca do tesouro, evitando a utilização de desenhos ou imagens estiliza-
dos e estereotipados. Para o registro do professor, máquina fotográfica
ou celular.

Espaços:

Essa atividade deverá ser desenvolvida na sala de atividades da turma,


assim, os pequenos podem conhecer o espaço que usarão no decorrer
do ano.Organize o ambiente com antecedência, aproveite os materiais
que você já tem na escola para deixar o local acolhedor e convidativo.
Ao organizar os cantos, pense no número de crianças que você atende-
rá e, se for preciso, monte cantos duplicados. Assim, se mais crianças
se interessarem por uma mesma atividade, poderão realizá-la sem difi-
culdade. Em um dos cantos disponha materiais para produções. Outro
canto ficará ocupado com o tapete literário, proposta já indicada na ati-
vidade Primeiro dia na escola. Um terceiro canto ficará reservado para
o faz de conta. Deixe um espaço para expor as atividades das crianças
e uma prateleira na qual elas possam guardar, se quiserem, os objetos
que trouxeram de casa. O meio da sala deverá ficar livre para a ativida-
de coletiva.

Tempo sugerido:

Adapte esse planejamento de tempo à organização da sua escola. Esta


é uma atividade que contempla um tempo reduzido de permanência
das crianças novas. Se o seu grupo de crianças é misto (crianças novas
e as que já eram da escola), planeje a continuidade da proposta ou ou-
tras atividades para atender às que permanecerão por todo o período.
O tempo sugerido para esta atividade é de aproximadamente uma hora
e 30 minutos, sendo em média 20 minutos para receber as crianças, 30
minutos para brincadeira nos cantos, 20 minutos para o caça ao tesou-
ro e 20 minutos para a socialização com os familiares ou responsáveis.

Perguntas para guiar suas observações:

1.Como as crianças se organizam durante as brincadeiras, na escolha


dos cantos e na utilização dos materiais?

2.A partir das intervenções do professor, como as crianças relatam fatos


importantes da sua vivência familiar e os relacionam com suas brinca-
deiras e produções?

3. Em que situações interagem com os novos amigos, favorecendo o


brincar de forma coletiva? Como as relações entre o grupo demons-
tram empatia e respeito, embora as crianças ainda não se conheçam
muito bem?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Lembre-se que você está conhecendo o grupo,
assim, use as informações fornecidas anteriormente pela família para
organizar o ambiente de maneira atrativa e acessível a todos. Considere
dispor de materiais com estímulos sensoriais variados, inclusive o pai-
nel para exposição dos trabalhos, e mantenha-os em uma altura que
inclua todo o grupo. A observação atenta e um registro preciso o ajuda-
rão a identificar formas de organização e intervenções que favoreçam a
todos.

O que fazer durante?


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Com os espaços organizados, comece a receber as crianças, use os


crachás como apoio para comprimentá-las pelo nome, seja receptiva
e coloque-se à altura delas, dizendo que está feliz por revê-las. Os res-
ponsáveis deixam as crianças na porta da sala e se despedem, se neces-
sário, lembre-os da importância de breves despedidas e da pontualida-
de para buscá-las, isso ajudará a dar estabilidade e segurança à criança.
A medida que os pequenos entram na sala, apresente os cantos a eles.
Não se esqueça que eles não conhecem o espaço, assim, ter um pro-
fessor para acompanhá-as será de grande ajuda. Você perceberá que
algumas crianças irão direto para o canto que mais lhe atraiu enquanto
outras precisarão ser acompanhadas para que conheçam os espaços.
Nesse caso, só depois de apresentá-los, proponha que escolham o can-
to que mais gostaram. Se for o caso, chame a criança e diga que você
preparou várias coisas legais pra vocês brincarem e que irá mostrar to-
dos os cantos e depois, se ela quiser, poderá escolher em qual vai brin-
car.

Se houver crianças que já eram da escola ou que você percebeu que


estão mais à vontade com o novo grupo e com o espaço, aproveite para
promover uma interação entre pares, peça que essas crianças a aju-
dem, integrando aqueles que demonstram maior insegurança. Depois
de apresentar os cantos, diga às crianças individualmente que se elas
trouxeram um objeto de casa poderão guardá-lo no espaço que você
preparou. Deixe para isso uma prateleira ou uma mesa e acompanhe
a criança até o local, caso ela queira permanecer com o objeto, não se
oponha. Deixe claro a todas que, a qualquer momento, se desejarem,
podem pegar o objeto.

Possíveis falas do professor neste momento: Chame uma das crianças


que está mais à vontade e diga. Percebi que você já escolheu seu canto
preferido, por que não leva seu novo amigo até lá? Assim vocês podem
brincar juntos.
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Caso alguns pequenos ainda apresentem reações de recusa, de choro


ou apatia, garanta atenção individual a eles. Nesse momento, você ou
o professor que o auxilia pode acompanhar a criança a um dos cantos
e propor que modelem algo juntos. Outra opção é explorar as muitas
possibilidades de interação com a criança usando o objeto que ela trou-
xe. Exemplo: se ela trouxe um bichinho de pelúcia pergunte o nome do
bichinho ou quando ela ganhou o brinquedo. Você também pode usar
o objeto para levar essa criança até o canto de faz de conta: uma bone-
quinha pode ser a paciente, se o seu canto é de médico, ou um carri-
nho pode fazer entregas no mercadinho.

Quando perceber que a maioria das crianças já se envolveram em uma


das propostas, aproveite para circular pelos cantos, sente-se com elas
e se envolva no que estão fazendo. Pergunte se também pode brincar,
cuidando para não direcionar a brincadeira. Se estiverem brincando de
mercadinho (possível proposta para o canto de faz de conta), você pode
perguntar se o mercado já está aberto, pois quer fazer uma compra, ou
que está procurando trabalho e gostaria de saber se ali há vagas. Inte-
raja com as crianças a partir das ações delas, observe como constroem
as brincadeiras e se relacionam com o grupo. Isso lhe dará dicas sobre
as preferências delas e sobre possíveis intervenções. O canto de faz de
conta amplia as possibilidades narrativas e de interação das crianças.
Explore a temática escolhida (como kits de casinha, médico, merca-
dinho) com diferentes materiais do cotidiano, além de brinquedos e
materiais de largo alcance. A partir das sugestões das crianças organize
essa proposta em outras ocasiões, usando outras temáticas.

No tapete literário você pode pedir que as crianças mostrem o livro que
mais gostaram, prontifique-se para a leitura de uma história ou para
ouvir uma história que alguma criança queira ler/contar. Objetos de
apoio como fantoches, bichinhos de panos ou outros materiais asso-
ciados às histórias podem ajudar no envolvimento das crianças com a
atividade.

Quando passar pelo canto das produções, peça que as crianças contem
o que fizeram, se usaram apenas um material para desenho ou uma cor
para modelagem. Amplie as possibilidades apresentando outros mate-
riais disponíveis, por exemplo, se a criança modelou um bolo usando
apenas uma cor de massa de modelar, pergunte qual seu sabor de bolo
preferido e, a partir daí, inclua na brincadeira outras cores para retratar
frutas ou recheios. Diga às crianças que você gostou muito das produ-
ções e que preparou um canto especial caso elas queiram compartilhá-
-las com outros colegas.

Em uma das paredes da sala prepare um pequeno mural e deixe uma


mesa próxima a ele. Ao passo que as crianças vão terminando suas pro-
duções, convide-as para expor as atividades no mural ou na mesa, peça
que ajudem a identificar os desenhos e as modelagens com pequenos
crachás ou etiquetas com os nomes delas. Nesse momento, pergunte
se a criança quer escrever o próprio nome ou se prefere que você o
escreva. Proponha que convide outros colegas da turma para apreciar
sua produção e diga que logo mais poderá mostrá-la para a pessoa que
irá busca-lá. Caso a criança não queira expor a atividade, diga que tudo
bem, e que ela também tem a opção de guardar junto com suas coisas
pra levá-la para casa e que em outra oportunidade poderá expor.

Quando estiverem faltando cinco minutos para o encerramento dos


cantos, avise as crianças que passados cinco minutos todas irão se jun-
tar para uma brincadeira coletiva. Convide as crianças para ajudar a
guardar os materiais que faltam e dê início à próxima etapa.
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Promova uma atividade coletiva para encerrar o dia, para isso, convide
as crianças para fazer uma grande roda no centro da sala. Diga a todos
que o dia juntos está terminando, mas comente que antes da despedi-
da vocês precisam desvendar um mistério: um amigo distante, o pirata
trapalhão, achou um tesouro mas o perdeu em algum lugar da sala.
Convide as crianças para procurar. A explicação de como a brincadeira
se desenvolve está em 10 brincadeiras para experimentar. No mesmo
link você encontrará outras nove sugestões de brincadeiras coletivas de
movimento. A brincadeira acaba quando uma das crianças encontra o
tesouro. A brincadeira descrita no link sugere um saquinho com balas,
mas você pode substituí-lo por pequenos brinquedos ou jogos, como o
da velha, que as crianças podem levar para casa para brincar com os fa-
miliares. Junto aos jogos inclua bilhetinhos dizendo sobre o quanto foi
divertido esse tempo que passaram juntos e que você estará esperando
a criança no próximo dia para muito mais. Quando uma das crianças
encontrar o tesouro, peça que todos se sentem. Depois quem encon-
trou pode ajudá-la a distribuir o tesouro aos novos amigos. Coloque o
nome das crianças nos bilhetinhos, assim você pode ler o nome em voz
alta e uma das crianças faz a entrega.

Para finalizar:

Depois do tesouro ser distribuído,informe às crianças que as famílias já


estão chegando para buscá-las e que elas podem mostrar suas produ-
ções para quem vier. Diga que, se desejarem, os pequenos podem levar
os desenhos e as modelagens para casa, junto com o tesouro que en-
contraram.Enquanto esperam, as crianças podem explorar como quise-
rem o tesouro ou retornar aos cantos.

Desdobramentos
Mantenha alguns dos cantos durante o período de adaptação: a suges-
tão é o canto de faz de conta (varie os temas, por exemplo, cabeleirei-
ro, médico, casinha, mercadinho ) e o tapete literário. Desse modo, as
crianças poderão desenvolver segurança e rotina e você conhecerá as
preferências delas, dando mais atenção àquelas que apresentam mais
dificuldade em se separar do familiar ou do responsável e em interagir
com outros. Outra possibilidade é manter um horário específico para
brincadeiras coletivas, isso amplia a possibilidade de interação das
crianças. No link 10 brincadeiras para experimentar - Nova Escola você
encontra dez sugestões de brincadeiras que requerem pouco ou ne-
nhum material e que podem ser desenvolvidas em pequenos espaços.
Aproveite também outras brincadeiras de seu repertório e as típicas de
sua região.

Engajando as famílias
A medida que os responsáveis chegam para buscar as crianças convide-
-os para entrar, incentive-os a pedir que as crianças mostrem os cantos
e as produções que fizeram. Diga que vocês encontraram um tesouro
perdido que foi dividido com todos, peça aos responsáveis que leiam o
bilhete que acompanha o tesouro em casa com as crianças e aprovei-
tem para brincar e conversar sobre o dia na escola.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Essa proposta considera a importância de variar os locais de atividades
no início do ano, para que as crianças novas conheçam os diferentes es-
paços da escola. Ao mesmo tempo, as que já frequentavam podem re-
conhecer os mesmos espaços. Considere que um espaço externo pode
ser mais atrativo para as crianças que apresentam dificuldades em
permanecer na sala do grupo. Porém, como um espaço aberto requer
maior supervisão, combine com outros professores da escola como
será a dinâmica do dia, incluindo a proposta das estações e organização
do piquenique, para que possam ajudar na organização dos espaços e
acompanhamento das crianças. Caso a escola permita, combine pre-
viamente com os pais para as crianças trazerem um lanche de casa que
será compartilhado com a turma. Caso não seja possível, peça aos fun-
cionários da cozinha para que o lanche da escola possa ser servido na
área externa, atendendo à proposta de piquenique. Pequenos pacotes
de biscoitos com bilhetinhos devem ser preparados com antecedência
para entrega durante a despedida neste dia.

Materiais:

Materiais para a hora de receber as crianças: blocos de montar ou ou-


tro brinquedo que tenha em quantidade suficiente para todas. Mate-
riais para a estação de teatro: Fantasias, fantoches, pequenos cenários
etc. Materiais para a estação da aventura: cordas, motocas, bambolês e
obstáculos de percurso. Materiais para estação de relaxamento: Tapete
emborrachado, colchonete ou tatame, almofadas, bolinhas, bonecos,
música calma (sugestão: sons da natureza). Materiais para a proposta
de piquenique: sugestão da música ”Me dá sua mão” , do Palavra can-
tada sugestão de leitura do Livro infantil Camilão o Comilão, de Ana
Maria Machado (para conhecer a história:
https://pt.slideshare.net/doia/camilo-o-comilo) mas também é possí-
vel utilizar outro objeto disponível em sua escola que aborde essa te-
mática; guardanapo para a história; cesto; toalha para o piquenique;
lanchinhos coletivos, copos e guardanapos de papel. Como opção para
a despedida e engajamento com a família, propomos saquinhos com
biscoitos feitos na escola ou industrializados e bilhetinhos que acompa-
nharão os biscoitos. Materiais para registro do professor: aparelho para
fotografia ou filmagem.

Espaços:

Essa atividade deverá ocorrer na área externa, em ambiente amplo e


aberto. A proposta inclui estações que devem ser organizadas com an-
tecedência. Se notar que as crianças mostraram interesse especial em
atividades anteriores ou por algum tipo de atividade específica, é pos-
sível substituir umas das sugestões apresentadas. Organize um espaço
próximo da entrada das crianças com brinquedos de montar. Observe o
ambiente e reserve um local aconchegante, como debaixo de uma ár-
vore ou um espaço gramado para a hora da história e do piquenique.

Tempo sugerido:

Adapte esse planejamento de tempo à organização da sua escola. Essa


é uma atividade que contempla um tempo reduzido de permanência
das crianças novas. Se seu grupo de crianças é misto (crianças novas e
as que já eram da escola), planeje a continuidade da proposta, ou ou-
tras atividades, para atender aos que permanecerão por todo o perío-
do. Sugerimos em média 1 hora e 30 minutos, para essa atividade, sen-
do 10 minutos para receber as crianças, 30 minutos para as estações,
20 minutos para a roda de história, 20 minutos para o piquenique e 10
minutos para a despedida.

Perguntas para guiar suas observações:


1. Como ocorre a interação das crianças em atividades que requerem
cooperação, como, por exemplo, a organização do piquenique?

2. Que pistas as crianças dão, por meio de expressões corporais, sobre


suas preferências durante as brincadeiras propostas e as diferentes sen-
sações em relação ao espaço e materiais?

3. Nas escolhas dos brinquedos e estações, como demonstram conside-


ração em relação aos sentimentos, desejos e necessidades dos colegas?
Se preferem brincar sozinhas, como isso se estabelece?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita
e proponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada
criança ou do grupo. Quando organizar as estações, pense no espaço
como um todo e na necessidade de favorecer a livre movimentação das
crianças. Disponha de objetos e brinquedos que possam ser manusea-
dos individualmente ou em grupos. Opte por modalidades de ativida-
des variadas, como as indicadas no plano, isso permitirá envolver maior
número de crianças.

O que fazer durante?


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Espere as crianças na área externa. À medida que vão chegando, rece-


ba-as pessoalmente. Você pode oferecer as mãos para que elas segu-
rem, fazendo contato físico. Porém, não insista caso perceba sinais de
recusa. Coloque-se na altura da criança, trate-a pelo nome, diga que
está feliz em revê-la e que preparou muitas surpresas para esse dia.
Diga que, enquanto aguarda os outros colegas, ela pode brincar com os
brinquedos que você separou. Disponha alguns materiais com os quais
as crianças podem se envolver individualmente ou em pequenos gru-
pos (como desejarem) enquanto esperam os amigos, como blocos de
montar. Garanta uma quantidade que atenda a todo o grupo. As crian-
ças, nesse momento, se despedem dos familiares. Se necessário, relem-
bre-as que eles logo voltarão e que poderão participar de uma surpresa
no fim da atividade. Quando todas tiverem chegado, reúna o grupo e
proponha que ajudem a recolher os blocos em uma caixa. Agradeça as
crianças pela ajuda e peça que se sentem formando uma grande roda.

Conte para as crianças que elas terão um dia bem gostoso e que po-
derão fazer muitas coisas legais brincando no jardim, quadra ou outro
espaço que você escolheu. Diga que, para isso, organizou o espaço com
diferentes estações. Pergunte às crianças o que estão vendo nas esta-
ções, escute com atenção e amplie as possibilidades de observação e
antecipação das brincadeiras que podem ser realizadas. Você pode per-
guntar por que acham que os brinquedos foram separados daquela for-
ma, como podemos brincar com esses objetos dispostos, que aventuras
podem ser vividas na estação da aventura ou por que temos colchone-
tes em outra estação. Proponha combinados para que todas possam
brincar respeitando o tempo e espaço dos colegas.

Possíveis falas do professor neste momento: Olha, que legal! Temos al-
gumas motocas naquela estação. Quem quer brincar de motoca? Mas
se eu ficar todo o tempo com a motoca, será que outros poderão brin-
car? O que podemos fazer nesse caso?
3

Convide as crianças para conhecer as estações. À medida que elas co-


meçam a se envolver nas brincadeiras, ande pelos espaços e participe
das atividades em que estão envolvidas. Se notar que alguma criança
ainda não conseguiu se decidir, convide-a para conhecer as estações
com você. Interaja com as crianças que já estão brincando e observe
qual atividade chamou mais a atenção delas. Volte para a atividade es-
colhida e proponha uma brincadeira conjunta. Identifique as crianças
que demonstram maior intimidade com o espaço e ações. Proponha
que elas apoiem as que ainda demonstram insegurança ou timidez. Se
afaste quando notar que a criança conseguiu se envolver e interagir
com outras.

Observe como as crianças interagem com o novo espaço. Perceba se


passam por todas as estações ou ficam em uma especifica, se preferem
as atividades de maior exploração dos movimentos corporais, como a
estação da aventura e a de teatro (com todas suas possibilidades imagi-
nativas), ou as estações mais calmas, como a de relaxamento. Procure
ficar por um tempo em cada estação. Se perceber aceitação das crian-
ças, seja um parceiro em suas brincadeiras a partir das manifestações
e iniciativas delas. Esta é uma grande possibilidade de estabelecimento
de vínculos e de conhecer um pouquinho mais sobre cada criança. Se
ocorrer reações de choro, aproxime-se da criança, converse com ela
usando um tom de voz amigável e busque junto a ela uma atividade
em que se sinta bem. Uma possibilidade é propor a estação de relaxa-
mento, pois atividades mais tranquilas e com atençãoindividual podem
ajudar a acalmá-la. Proponha, por exemplo, que ela te ajude a fazer
massagens em uma bonequinha. Assim que a criança estiver tranquila,
proponha outras ações ou amplie as possibilidades da brincadeira inse-
rindo outros objetos.

5
Quando estiver próximo ao momento de finalizar as brincadeiras nas
estações, diga às crianças que terão mais uma coisa legal em seguida.
Após finalizar, peça para que elas agrupem os objetos e brinquedos
das estações e proponha a leitura de uma história. Diga que, em outra
oportunidade, elas poderão retomar as brincadeiras. Convide as crian-
ças para se acomodarem em um espaço agradável, como debaixo de
uma árvore ou no gramado. Enquanto as crianças se organizam, colo-
que uma música (sugestão: “Me dá tua mão”, do grupo Palavra Canta-
da - Enquanto você canta, as crianças vão se acomodando e fazendo
a transição de uma atividade de movimentação para uma de atenção.
Conte com a possibilidade de algumas não se interessarem pela pro-
posta e preferirem continuar brincando, ou se aproximarem apenas
depois do início da história. Nesse momento, o professor que te auxilia
com a turma deve dar atenção específica para essas crianças, enquanto
você reúne as demais para a história.

Enquanto canta, vá diminuindo o volume da voz. Assim, as crianças vão


direcionando a atenção. Apresente o livro, a sugestão aqui é “Camilão
o Comilão”, de Ana Maria Machado, que narra como Camilão reúne os
amigos para um piquenique. Apresente o livro, bem como o persona-
gem principal e peça às crianças que digam sobre o que elas imaginam
se tratar a história. Você pode ler a história ou conta-lá usando objetos,
como fantoches ou objetos variados com função simbólica. Os princi-
pais objetos de apoio são um cesto e um guardanapo, se tiver esses ob-
jetos disponíveis, optar pela contação e desejar, poderá usá-los. Explore
o fato da história se tratar de um conto de repetição. Assim, as crianças
poderão interagir com a história, repetindo as frases que são recorren-
tes no texto, como: “e eu aqui, com tanta fome que acho até que vou
desmaiar” ou “O guardanapo por cima”.

Ao término da história, pergunte quem gostaria de participar desse de-


licioso piquenique. Proponha prepararem juntos um piquenique, assim
como fez nosso amigo Camilão. Pergunte às crianças como podem or-
ganizar o espaço para o piquenique, escute as sugestões e acate as que
forem possíveis. Conte para as crianças que você trouxe uma bonita
toalha para colocarem os lanches. Enquanto vocês forram uma mesa ou
um espaço no chão, o professor que está lhe ajudando pode organizar
a parte do lanche do piquenique na cesta que foi usada para contar a
história e cobri-la com o guardanapo. Instigue a curiosidade e imagina-
ção das crianças, perguntando o que acham que há debaixo do guarda-
napo. As crianças podem levantar diferentes hipóteses, como associar
com os alimentos apresentados na história ou com o fato de terem tra-
zido de casa lanches que os familiares prepararam. Explore essas hipó-
teses. A medida que vão tirando os lanches, convide-as para organizar
o ambiente para um delicioso piquenique, que poderão compartilhar
com os novos colegas assim como Camilão fez. Combine previamente
com algum funcionário da escola para que, neste momento, traga os
demais lanches que não couberam no cesto, As crianças podem ir dis-
pondo os lanches, copos e guardanapos como preferirem.

Caso ainda tenha crianças nas estações, convide-as para o piqueni-


que.Coma junto com elas, tornando a ocasião agradável e convidativa.
Aproveite para conversar com elas sobre suas preferências alimentares,
quem preparou os lanches, se ajudaram na preparação etc.

Para finalizar:

Quando estiver chegando perto da hora do término da atividade, peça


que as crianças ajudem a deixar o ambiente organizado, recolher os li-
xos etc. Lembre as crianças que vocês combinaram uma surpresa espe-
cial para quando os familiares ou responsáveis retornassem. Proponha
organizarem juntos uma mesa para quem vier buscá-las, dispondo os
alimentos que sobraram do piquenique. Observe as crianças que estão
mais à vontade com o ambiente e peça ajuda delas. As crianças podem
brincar com os materiais das estações até o familiar chegar.
Quando os familiares chegarem para buscar as crianças, convide-os
para entrar e se servir dos lanches dispostos na mesa que as crianças
organizaram. Sugira que as crianças contem como foi o dia delas, do
que brincaram e porque tiveram um piquenique (provocando que fa-
lem da história ou do novo amigo Camilão).

Desdobramentos
Combine previamente com os familiares e professores e promova o pi-
quenique com outras turmas. Assim, as crianças podem compartilhar
esse momento com algum irmão ou amigo que talvez tenham na esco-
la.

Engajando as famílias
Você pode organizar uma surpresa para o momento de saída: quando
se despedir das crianças e familiares, diga que o Camilão deixou uma
surpresa para cada um no cesto. Disponha de pequenos pacotinhos
com biscoito. Prenda nos pacotinhos um bilhetinho com frases, como:
“surpresa especial do nosso amigo Camilão, que tal contar para as pes-
soas o que você gosta sobre esse porquinho comilão?”
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Essa proposta de atividade requer maior autonomia das crianças. As-
sim, ela deve ser feita em um momento em que as crianças já estejam
mais acomodadas à rotina da escola e se despeçam dos responsáveis
com segurança e tranquilidade. Avise os outros funcionários que seu
grupo irá fazer um passeio para conhecer as dependências da escola e
que as crianças farão perguntas aos profissionais. Peça aos funcionários
que recebam as crianças, tirem suas dúvidas, contém curiosidades ou
informem sobre como funciona o local. Combine com antecedência e
peça para que os funcionários da cozinha providenciem uma jarra de
suco para presentear as crianças. Se possível, combine com outro edu-
cador para apoiar as crianças quando elas estiverem fazendo a observa-
ção dos espaços em duplas.

Materiais:

A proposta é que, neste período de adaptação, as crianças sejam rece-


bidas com a opção de cantos para brincar. Dois desses cantosjá devem
ter sido utilizados em dias anteriores, como o tapete literário (para isso,
separe um tapete emborrachado ou outro que você tenha disponível e
que atenda a proposta, livros infantis variados, fantoches ou outros ob-
jetos de apoio para as histórias) e o canto de faz de conta (que deve ser
organizado segundo a temática escolhida de início pelo professor e de-
pois pelas crianças, ex: casinha, médico, salão de beleza etc.). A propos-
ta de cantos permanentes possibilita que a criança antecipe ações, pro-
duzindo a sensação de estabilidade e segurança. Outros cantos podem
compor o espaço, como um canto para o desenho (com folhas coloridas
e riscantes variados) ou para modelagem (com massa de modelar, for-
minhas, palitos de sorvete, tampinhas de garrafa pet etc.). Jarra com
suco e copos descartáveis. Almofadas ou tapetinhos em quantidade
suficiente para todos (opcional). Materiais para registro do professor,
como aparelho para fotografar ou filmar.

Espaços:

As crianças serão recebidas na sala de atividade. Organize o espaço de


forma convidativa e agradável, com diferentes possibilidades de brin-
cadeiras (cantos). Deixe um espaço da sala livre para a grande roda.
Depois da conversa em grupo, as crianças poderão passear por todas as
dependências da escola, inclusive os espaços administrativos e as salas
de recursos específicos, como ateliê, sala de computação, brinquedote-
ca, sala de vídeo, biblioteca ou outra. Termine o passeio da área interna
na cozinha. A área externa também deve ser incluída. Pense em uma
local agradável, como um gramado ou quiosque, para desenvolver a
conversa informal que finaliza a atividade.

Tempo sugerido:

Adapte esse planejamento de tempo a organização da sua escola. Essa


é uma atividade que contempla um tempo reduzido de permanência
das crianças novas. Se seu grupo de crianças é misto (crianças novas e
as que já eram da escola), planeje a continuidade da proposta, ou ou-
tras atividades, para atender aos que permanecerão por todo o perío-
do. A sugestão para essa atividade é de aproximadamente 1 hora e 15
minutos, sendo que 20 minutos podem ser destinados para a entrada
das crianças e brincadeira nos cantos, 15 minutos para a roda de con-
versa, 30 minutos para o passeio pela escola e 10 minutos para a con-
versa de encerramento.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como se dão as relações de convívio das crianças com os colegas e


profissionais da escola enquanto exploram os diferentes espaços?
2. Ao explorar os espaços, como as ações e reações das crianças refle-
tem progressiva independência e reconhecimento de suas conquistas
ou de limitações?

3. Que estratégias as crianças usam para resolver possíveis conflitos,


como chegar a um consenso sobre a escolha dos locais que querem co-
nhecer ou brincar?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada crian-
ça ou do grupo. Essa atividade prioriza o sentimento de pertencimento
nos espaços e a interação com todos os profissionais da escola. Ante-
cipe possíveis dificuldades de locomoção e comunicação e promova
apoios específicos. Converse com antecedência com todos os que serão
visitados pelas crianças para que tenham o cuidado de acolhê-las e a
disposição de interagir com elas.

O que fazer durante?


1

Receba as crianças na sala de atividade. Faça isso pessoalmente e com


a mesma atenção que dispensou nos dias anteriores. Ser recebido pela
mesma pessoa e pelo próprio professor gera o sentimento de segu-
rança na criança. Enquanto os pais se despedem na porta e as crianças
entram, leve as que forem chegando aos cantos com os materiais que
você organizou previamente. Conheça melhor a proposta dos cantos
no plano Primeiros dias na escola: escolhas para brincar. Se você Já
realizou essa proposta em dias anteriores, observará que as crianças
já desenvolveram certo grau de autonomia para escolher o canto que
mais gostam e manipular os materiais. Se essa ainda não é uma prática
recorrente, convide-as a conhecerem os cantos. Observe as crianças
que mostram maior segurança (talvez porque, no ano anterior, já eram
da escola) e proponha que ajudem os colegas que se apresentam mais
tímidos. Com todas as crianças na sala, ande pelos grupos e converse
com elas. Pergunte sobre a brincadeira em que estão envolvidas. Pro-
ponha que continuem por mais 5 minutos e depois elas poderão guar-
dar os materiais dos cantos, para que você possa contar sobre uma
ideia muito legal que vocês poderão realizar juntos no dia de hoje.

Passado o tempo combinado, peça que as crianças recolham os mate-


riais que estavam usando. A medida que terminam a arrumação, convi-
de-as para sentar formando uma grande roda. Caso disponha de tapeti-
nhos ou almofadas, organize-os em formato circular para as crianças se
sentarem. Caso não disponha desses materiais em quantidade suficien-
te para todos, ajude na formação da roda. Pergunte às crianças: quem
já sabe fazer uma grande roda e pode ajudar os novos amigos? Indique
o espaço que vocês usam para isso e deixe que elas sejam responsáveis
por essa primeira organização. As crianças que já frequentavam a esco-
la e estão acostumadas com essa formação provavelmente não terão
dificuldade. Observe como essas apoiam os novos colegas e proponha
apoio para aqueles que não conhecem a dinâmica. Diga às crianças que
essa é uma forma legal de todas se verem e se ouvirem e que vocês se
sentarão em roda outras vezes.
3

Com o grupo organizado, pergunte para as crianças quem gosta do es-


paço, dos materiais da sala e o que mais gostam na sala. Instigue um
primeiro olhar investigativo, explorando a observação dos objetos e as
possíveis ações das crianças na sala. Isso facilitará um olhar mais de-
talhista no passeio pela escola. Escute com atenção as respostas das
crianças e amplie os comentários para outros espaços. Se, em seu gru-
po, tiver crianças que já eram da escola, peça que antecipem sobre es-
ses espaços e as pessoas que poderão encontrar neles. Peça também
que contém para o grupo sobre seu espaço preferido. Convide a turma
para fazer um passeio de descobertas por todos os espaços da escola.

Possíveis falas do professor neste momento: Quem lembra de outros


espaços da escola em que já brincamos? Será que existe algum outro
que não tivemos a oportunidade de conhecer?

Nesse momento, façam combinados prévios. Você pode propor que as


crianças se organizem em duplas para o passeio. Assim, aquelas que já
eram da escola podem acompanhar e apoiar as novas. Diga que pode-
rão descobrir muitas curiosidades se ouvirem os colegas e os profissio-
nais da escola com atenção. Comunique que todos os profissionais da
escola já estão aguardando pela visita e que elas poderão perguntar o
que quiserem. Pergunte se alguma delas já pensou em algo que quer
saber, se acham interessante perguntar o nome da pessoas que irão
encontrar, se a pessoa trabalha há muito tempo na escola, se podemos
ajudá-la de alguma forma ou outras questões pertinentes. Dê sugestão
de dois ou três espaços e deixe que as crianças escolham um deles para
iniciar o passeio. Caso tenham gostado da ideia de fazer o passeio em
duplas, diga que já podem formar seus pares.
5
Com o local escolhido para início do passeio, inicie o trajeto com as
criança. Durante o passeio, convide aquelas que já eram da escola a
apresentarem os espaços e os profissionais da escola para os colegas.
Caso a turma toda seja nova, promova a investigação a partir dos obje-
tos e pessoas que vão encontrando. Convide-as a perguntarem o que
quiserem aos funcionários, que podem dar informações, mostrar obje-
tos específicos que usam para trabalhar, dizer o que fazem e como as
crianças poderão fazer uso daquele espaço. Além disso, os profissionais
poderão fazer perguntas relacionadas ao espaço que mais gostaram, às
diferenças entre a nova escola e a anterior ou outros observáveis a par-
tir da fala das crianças.

Possíveis falas do professor neste momento: Olha! Essa é a sala da nos-


sa diretora, vamos cumprimentá-la. Alguém sabe o nome dela e o que
ela faz aqui? Por que será que ela precisa de um computador na sala
dela?

Explore todos os espaços da escola, como brinquedoteca, biblioteca,


sala de informática, ateliê ou outra que a escola tiver. Indague sobre o
nome dos espaços eaproveite as perguntas e observações das crianças
para dar continuidade a conversa. Algumas crianças poderão não se ex-
pressar verbalmente. Assim, observe como reagem corporalmente. As
expressões delas darão dicas sobre estarem ou não gostando, por quais
materiais e possibilidades se encantam ou se ainda estão inseguras e
precisam de apoio do professor. Quando estiver em um local que dis-
põe de muitos materiais, como o ateliê, aproveite para conversar sobre
o cuidado com espaços e materiais. O mesmo ocorrerá na sala de in-
formática, que geralmente tem regras e combinados específicos. Outra
possibilidade de exploração dos espaços é, se a escola possuir uma hor-
ta, apresentá-la às crianças, perguntando quem já experimentou algum
alimento direto da terra ou quais gostariam de plantar alí. Fique atento
às falas das crianças para registrá-las, mesmo que posteriormente. Es-
sas informações o ajudarão a planejar vivências posteriores. Aproveite
para informar os lugares que as crianças terão livre acesso, os que elas
precisam de permissão para entrar e os que podem apresentar risco e
por isso só poderão entrar acompanhadas de um adulto, como a cozi-
nha.

Deixe o espaço da cozinha por último. Se for possível, entre nela com as
crianças. se a organização da escola não permitir a entrada na cozinha,
as crianças podem visualizá-la por meio de alguma abertura por onde
são servidos os alimentos, ou proponha que, em revezamento, alguns
pares se aproximem da porta para visualizar o espaço e conversar com
os profissionais. Os funcionários também podem sair para interagir
com as crianças. Talvez elas observem a diferença entre os utensílios da
cozinha da escola e os de sua casa, fazendo referência ao tamanho das
panelas, por exemplo. Pergunte por que acham que são diferentes. Es-
cute as hipóteses e ajude as crianças a concluir que na cozinha da esco-
la se prepara alimentos para muitos colegas e que as cozinheiras traba-
lham muito para isso acontecer. Depois das crianças conhecerem esse
espaço e conversarem com os cozinheiros, estes podem oferecer uma
jarra de suco como agradecimento pela visita. Incentive as crianças a
agradecer pelo carinho e pelo presente. Convide-as para se sentarem
em um espaço agradável da escola, como embaixo de uma árvore, um
quiosque ou espaço gramado. Assim, elas poderão descansar e degus-
tar o suco.

Peça ajuda de duas ou três crianças para servir os demais. Enquanto to-
mam o suco, promova uma conversa informal, que pode acontecer em
pequenos grupos ou individualmente, sobre os espaços que elas estão
ansiosas para utilizar e as pessoas que conheceram. Aproveite esse diá-
logo e favoreça a fala das crianças que ainda não desenvolveram segu-
rança e autonomia para participar no grande grupo. Caso tenha obser-
vado que demonstraram interesse por um espaço específico, diga o que
você gosta de fazer nesse espaço e pergunte o que acham de progra-
marem uma atividade bem legal para fazerem juntos no local escolhido.

Para finalizar:

Para finalizar, proponha às crianças escolherem um dos espaços visita-


dos para utilizar no dia seguinte e peça para que digam o que gostariam
de fazer juntos nesse espaço. Se possível, faça um pré planejamento
com elas para o dia seguinte, incluindo o espaço escolhido. Por exem-
plo, se as crianças escolheram o tanque de areia, pensem juntos quais
materiais poderão utilizar e, para isso, vocês deverão separá-los antes
de irem ao local. Você pode também planejar uma caça ao tesouro com
pequenos objetos que enterrados na areia com antecedência, como
elementos surpresa.

Desdobramentos
Você pode apresentar, em uma roda de conversa,fotos ou vídeo das
crianças usando os diferentes espaços, promovendo um diálogo sobre
outras coisas que podem ser feitas nesses espaços ou como podem
conservá-los. Outra possibilidade é propor que as crianças desenhem
os espaços. Elas podem fazer isso individualmente ou em duplas. Caso
queiram, poderão voltar ao lugar que escolheram para observar mais
detalhes para incorporar em suas produções. A partir dos desenhos
produzidos você pode propor organizar um mural com as crianças,
apresentando os espaços da escola ou escolhendo com elas alguns de-
senhos específicos, fixando-os na entrada de cada local. Assim, as crian-
ças comunicam para os outros colegas da escola qual espaço é esse por
meio do desenho.

Engajando as famílias
Escolha com as crianças um espaço da escola que elas gostam de usar e
organizem juntos, com antecedência, uma atividade que será desenvol-
vida com os familiares. Você pode aproveitar uma data já programada
em calendário para atividades com a família e organizar, previamente
com a turma, uma oficina de brinquedos no ateliê ou uma gincana na
quadra. Outra opção é envolver a família no cuidado e expansão da
horta da escola.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para essa atividade, peça com antecedência a colaboração das famílias
para que enviem materiais de largo alcance, como potes plásticos, gar-
rafas pet, tampinhas, cones, caixas de embalagens, retalhos de tecido
ou outros que as famílias tenham disponíveis. O professor também de-
verá coletar materiais (de uso na própria escola ou sobras de indústrias,
como os cones de linhas e outros) e organizá-los, prezando pela higiene
e segurança. Quanto maior a variedade de materiais, maior a possibi-
lidade de exploração e imaginação das crianças. Você pode obter mais
informações sobre como usar materiais de largo alcance acessando os
links: https://novaescola.org.br/conteudo/8658/qual-o-lugar-da-suca-
ta-na-escola e

http://www.caleido.com.br/uploads/2/2/8/0/2280950/ambiente_l%-
C3%BAdico_2__materiais_da_ind%C3%BAstria_t%C3%AAxtil_caleidos-
c%C3%B3pio_15_anos.pdf

Materiais:

O foco são os materiais de largo alcance que você selecionou anterior-


mente, como tubos e flexíveis de pvc, garrafas e potes de plásticos,
tampinhas, caixas e cones de papelão etc. Garanta uma quantidade e
variedade que atenda a todas as crianças. Separe alguns ítens para a
última etapa da atividade, como elemento surpresa. Reserve uma caixa
decorada com alguns brinquedos artesanais já construídos anterior-
mente por você ou por alguém da comunidade. Se possível, garanta re-
produções de brinquedos típicos de sua região. Você também precisará
de outros materiais que ajudem na construção de brinquedos, como
fitas adesivas, colas, canetas permanentes, papéis coloridos, tesoura,
barbante e outros que a escola disponha. Organize-os em uma caixa
para facilitar a apresentação desses materiais às crianças. Não se es-
queça dos materiais para registro, como aparelho para filmagem e foto-
grafia.

Espaços:

Organize a sala de atividade para receber as crianças. Deixe uma mesa


reservada em um canto e exponha os materiais de largo alcance que
você selecionou. Pense em criar algo com os próprios materiais que
possa atrair a atenção das crianças para esse canto, como uma estru-
tura abstrata tridimensional em cima da mesa ou no chão, se preferir.
Você precisará de outro canto na sala para dispor os materiais de apoio,
como fitas adesivas, papéis e outros. Organize esses espaços de forma
acessível a todas as crianças. A área externa também poderá ser usada
para as crianças brincarem com as construções.

Tempo sugerido:

Tempo estimado de 1hora e 30 minutos, sendo 10 minutos para a en-


trada, 15 minutos para a roda de conversa, 30 minutos para explora-
ção e construção dos brinquedos, 20 minutos para brincadeira na área
externa e 15 minutos para o planejamento do dia seguinte e início da
organização. Adapte esse planejamento de tempo à organização da
sua escola. Essa é uma atividade que contempla um tempo reduzido
de permanência das crianças novas. Se seu grupo de crianças é misto
(crianças novas e as que já eram da escola), planeje a continuidade da
proposta ou outras atividades para atender aos que permanecerão por
todo o período.

Perguntas para guiar suas observações:

1.Como as crianças demonstram confiança e independência em suas


construções? Caso isso não ocorra, como são apoiadas pelo grupo?
2. De que forma comunicam idéias e sugestões? Que aspectos interfe-
rem na escolha das crianças ao interagir com o grande grupo ou apenas
em pequenos grupos?

3. Como estabelecem relações de convívio durante a brincadeira? Mos-


tram flexibilidade em adequar as brincadeiras atendendo as diferentes
propostas dos colegas?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada crian-
ça ou do grupo. Garanta que as crianças possam encontrar materiais
de diferentes tamanhos, graus de resistência e texturas, favorecendo a
exploração através dos diversos sentidos: tátil, auditivo e visual. Duran-
te a construção dos brinquedos, observe como as crianças manifestam
seus interesses pelos materiais e possíveis construções. Com base em
interesses comuns, aproxime aquelas que demonstram maior autono-
mia das que precisam de apoio para as construções.

O que fazer durante?


1

Receba as crianças na porta. Coloque-se na altura de cada criança e,


com a ajuda do crachá, trate-as pelo nome, seja cordial e diga que está
feliz em revê-las. Não insista em expressões de afeto, como abraços,
se a criança não estiver à vontade para isso. Promova uma despedida
breve com os familiares. À medida que as crianças entram, instigue-as
a explorarem o que você separou para a atividade do dia. Não interfira
durante essa primeira investigação, apenas observe aquelas que mos-
tram maior autonomia e que já começam a criar possibilidades para
brincar com os materiais e as outras que, no primeiro momento, po-
dem optar por apenas observar.

Quando as crianças já estiverem todas em sala, observe como intera-


gem. Convide as que ainda não se envolveram com a proposta para
conhecer os materiais com você. Acolha as dúvidas e sugestões delas
enquanto manipulam os materiais. Apoie suas descobertas de forma in-
dividual ou nos pequenos grupos e proponha que compartilhem o que
descobriram com os outros colegas. Convide-as para uma grande roda
ediga que podem levar os materiais escolhidos para a roda. Ajude-as,
se necessário, com a formação da roda, que pode ser algo novo para al-
gumas. Aproveite o envolvimento delas com os materiais para começar
a conversa. As crianças relatam sobre suas escolhas e possibilidades de
brincadeiras com esses objetos.

Possíveis falas do professor neste momento: Do que você estava brin-


cando com esse objeto? O que mais ele pode ser? E se juntarmos com
esse outro, vocês imaginam qual outro brinquedo podemos fazer?

Traga para a roda uma caixa decorada com alguns brinquedos feitos
com materiais de largo alcance. Você pode dizer que as crianças do ano
anterior quiseram deixar um presente de boas vindas para elas, ou que
você preparou uma surpresa especial. Entre os brinquedos, você pode
inserir reproduções de brinquedos de sua cultura local. À medida que
as crianças observam e manipulam os brinquedos, elas imaginam novas
possibilidades de construção. Aproveite para apoiar as descobertas e as
ideias trazidas pelas crianças. Pergunte o que acharam dos brinquedos
que você trouxe. Diga a elas que também poderão fazer seus próprios
brinquedos com os materiais que estão disponíveis e depois poderão
brincar na área externa, junto com os novos amigos.

Convide as crianças para escolherem os materiais que usarão para con-


feccionar seus brinquedos. À medida que as crianças vão escolhendo e
formando, espontaneamente, pequenos grupos (de acordo com seus
interesses e afinidades), interaja com elas, mostrando interesse por
suas propostas. Deixe a caixa de brinquedos prontos acessíveis às crian-
ças. Assim, elas podem observar como foram feitos e quais materiais
foram usados, tendo-os como referência. Ajude-as a pensar na estru-
tura e forma dos materiais, interagindo diretamente ou favorecendo
o apoio dos colegas. Por exemplo, se notar que duas ou mais crianças
querem construir um carrinho, incentive que conversem sobre o mate-
rial que selecionaram para construí-lo ou sugira que construam juntas
o mesmo carrinho. Outra criança pode dizer que quer fazer um fogão,
mas diz que não sabe como fazer. Você pode pegar uma caixa de sapa-
tos, por exemplo, e perguntar se aquele material não pode ajudá-la a
fazer o fogão e, juntos, buscar outros elementos que servirão para com-
pletar seu brinquedo.

Possíveis ações da criança neste momento: Uma criança pode pegar e


observar um trenzinho já construído que está na caixa de brinquedos e
ir em busca de caixas de fósforo entre os materiais para fazer seu pró-
prio trenzinho.

5
Após o tempo para planejar o que irão construir e selecionar os mate-
riais, traga para a roda a caixa com os materiais de apoio para as cons-
truções, como pedaços de retalho, cola, tesoura sem ponta, papéis co-
loridos etc. Diga às crianças que você irá deixar esses materiais em uma
mesa da sala e que elas poderão usá~los como quiserem para construir
os brinquedos. Lembre-as que sempre que precisarem de ajuda pode-
rão pedir a um colega ou para você (como para segurar o material para
passar uma fita adesiva ou para recortar um tecido etc).

Observando nos pequenos grupos o que as crianças estão construindo,


pergunte coisas como: “o que podemos usar para prender as rodinhas
nesse carrinho?”. Escute as diferentes alternativas que as crianças tra-
zem e converse sobre elas, pensando de que forma o brinquedo ficaria
mais firme, como fazer para que rode etc. Organize o tempo para que
possa apoiar as crianças. Caso não seja possível terminar todos os de-
talhes dos brinquedos, negocie com as crianças mais alguns minutos
ou uma outra oportunidade para finalizar.Isso dará a possibilidade da
criança pensar sobre o que ainda precisa fazer e organizar suas priori-
dades.

Passado o tempo combinado, peça que as crianças ajudem a recolher


os materiais que não foram usados. Convide-as para uma divertida
brincadeira na área externa com todos os brinquedos produzidos.Com-
binem onde podem ir para brincar e, caso algum brinquedo não tenha
ficado pronto ou precise de tempo para secar, sugira que brinquem em
duplas ou trios com os que já estão prontos. Também ofereça aqueles
que você apresentou na grande roda. Diga para as crianças escolherem
os brinquedos e se organizarem para brincar, conforme suas preferên-
cias e, juntos, se dirijam para a área externa que escolheram.

7
Aproveite o momento para registrar como as crianças brincam, como
fazem uso do espaço disponível, como interagem com os novos colegas
e com os educadores que acompanham as crianças (caso tenha algum
outro te auxiliando). Se notar que ainda há crianças que não se sentem
à vontade para interagir com o grande grupo, demonstrem choro ou
apatia, proponha brincadeiras em pares ou mantenha-se próximo des-
sas crianças, dando apoio individual.

Se surgir conflitos por trocas de brinquedos ou ao envolverem-se em


brincadeiras coletivas, observe como reagem no primeiro momento.
Perceba se aceitam organizar a brincadeira atendendo a expectativa de
todas ou se elas se retiram do grupo. Interfira apenas se notar que as
crianças precisam de apoio para organização.
8

Depois de um tempo, convide as crianças para voltar para a sala com


seus brinquedos. Peça que se sentem em grande roda e diga que está
muito feliz com tantos novos brinquedos. Pergunte sobre o que acha-
ram da brincadeira de hoje após conversarem sobre seus brinquedos,
com quem brincaram etc. Sugira organizar na sala um canto especial
com esses brinquedos que fizeram, para continuarem as brincadeiras
no dia seguinte. Sugira outros cantos, como o canto de leitura, o de
brinquedos de montar e o de desenho. Pergunte para as crianças se
elas têm outras sugestões de coisas que gostavam de fazer no ano an-
terior ou em outra escola, se for o caso, para inserirem em algum dos
cantos.
9

Com os cantos definidos, diga às crianças que a hora de se despedi-


rem está próxima e que podem aproveitar esses minutos para come-
çar a organização da sala para as brincadeiras no dia seguinte. Informe
que, quando os familiares chegarem, poderão convidá-los para entrar
e conhecer seus brinquedos e o que estão fazendo. Negocie com as
crianças algumas coisas que não serão possíveis organizar na hora. Por
exemplo, se as crianças pedirem um castelinho feito com mesas e len-
çol, diga que irá providenciar o lençol e poderão montá-lo no dia se-
guinte. Mantenha um registro para não se esquecer dos materiais que
você prometer providenciar. À medida que as crianças organizam os
materiais, apoie-as no que for necessário. Se possível, convide outro
educador para ajudar nesse momento. Crie expectativas para o dia se-
guinte, perguntando, por exemplo, como irão usar os materiais escolhi-
dos quando retornarem para a escola. Lembre-se que esse planejamen-
to tem como objetivo deixar as crianças com gostinho de quero mais e
com vontade de retornar para a escola no dia seguinte. Aproveite as su-
gestões que as crianças dão pra mostrar como será legal a sala toda ser
organizada por elas, com espaços pensados para as brincadeiras que
elas escolheram e com os brinquedos que elas fizeram.

Para finalizar:

Quando chegar a hora da saída, informe as crianças que você estará


na porta recebendo os familiares e que elas poderão continuar o que
estão fazendo até serem chamadas para irem embora. Quando os pais
chegarem, convide-os a entrar, conhecer os espaços que as crianças es-
tão organizando e os brinquedos que construíram. Se não for possível,
chame a criança e diga que, se quiser, poderá levar para casa o brinque-
do que construiu e trazê-lo de volta no dia seguinte, para continuar a
organização da sala e a brincadeira. Se despeça da criança relembrando
de forma breve o quanto esse dia foi divertido e dizendo o quanto está
ansiosa por seu retorno.

Desdobramentos
As crianças devem trazer de volta os brinquedos para, no dia seguinte,
continuarem a brincadeira com os colegas. Termine de organizar a sala
com as sugestões delas, favorecendo a continuidade da proposta. Du-
rante a organização para o dia seguinte, pense em outros materiais de
largo alcance que podem enriquecer o faz de conta, como um elemen-
to surpresa (blocos de madeira, pedaços de cano de pvc ou outros que
tiver disponível). Prepare os cantos de forma atraente e esteticamente
harmoniosa, garantindo que alí estejam as coisas que combinaram. As-
sim, as crianças, ao chegarem, estarão estimuladas a continuar a brin-
cadeira do dia anterior.
Engajando as famílias
Quando os familiares chegarem, convide-os para entrar, conhecer os
brinquedos que as crianças construíram e como elas estão organizando
o ambiente para o dia seguinte. Diga o quanto é importante essa pro-
posta para que as crianças ansiarem em retornar à escola. Os familia-
res que dispuserem de tempo poderão ajudar a criança na organização
em que ela está envolvida. Para aquelas que não conseguiram concluir
os brinquedos, antes de se despedirem, pergunte se querem terminá-
-los em casa com a família. Diga que, se precisar de materiais de apoio,
poderá, junto com o familiar, pegar o que precisa na caixa que usaram
(caixa de materiais diversos, como cola, fita adesiva, barbante etc.)
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Esta atividade envolve de uma vivência em área externa com o uso de
água. Escolha uma boa data, para que esteja um clima favorável a esse
tipo de atividade, prevenindo eventualidades (como friagem) que pos-
sam comprometer a saúde das crianças.

Materiais:

Bacias ou baldes com água e elementos de diferentes formas, pesos e


cores (bolas, plásticos, potes, tampas, conchas, garrafas, pedras, galhos,
madeira, pequenos brinquedos e peças de jogos de encaixe de dife-
rentes materiais etc.). É importante considerar a variedade materiais
e boas quantidades dos que flutuam e dos que afundam. Considere os
materiais que existem na escola e outros que podem ser solicitados às
famílias. Faça um teste com os objetos para que você mesmo conheça
melhor aqueles que boiam ou afundam.

Espaços:

Prepare em ambiente externo um espaço com bacias ou baldes com


água e selecione elementos de diferentes formas, pesos e cores como
citados nos materiais. Organize as bacias em quantidades razoáveis
(de acordo com o número de crianças e tamanho das bacias) para que
pequenos grupos se formem em torno delas. Busque organizar o am-
biente de forma atrativa para a exploração das crianças, organizando
em cestas ou caixotes os materiais e sua variedade, como por exemplo,
um recipiente para garrafinhas, potes e tampinhas, outro para elemen-
tos da natureza, outro para pequenos brinquedos etc. Pense em uma
organização que colabore com a exploração dos pequenos, dando certa
distância (de forma que as crianças tenham que se deslocar) entre as
bacias com água e os recipientes com os materiais.

Tempo sugerido:

Uma hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como as crianças exploram e descrevem os diferentes objetos em


contato com a água? Demonstram preferência ou resistência a certas
texturas, massas, tamanhos? Quais?

2. De quais maneiras as crianças compartilham objetos e espaços ofere-


cidos? Que tipo de conflitos elas vivenciam?

3. Quais ações demonstram que as crianças percebem as semelhanc?as


e diferenc?as entre as caracteri?sticas dos objetos?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Todos os sentidos podem ser explorados em ativi-
dades que envolvem água, proporcione a exploração de cada um deles,
garantindo assim que os pequenos tenham diversos caminhos para fa-
zer descobertas.

O que fazer durante?


1

Com o ambiente externo organizado, com os baldes ou bacias já com


água e com os elementos à disposição das crianças (podendo estar
no chão ou sobre uma mesa), traga o grande grupo. Permita que os
pequenos transitem pelo o espaço e, à medida que observam os ele-
mentos, comece conversando sobre como está o dia, sugira que olhem
para cima e observem o céu, e pergunte como se sentem em relação ao
clima. A partir das respostas e expressões das crianças, pergunte o que
elas gostam de fazer em dias quentes. Neste momento, deixe que elas
tragam memórias de experiência anteriores e, a partir de suas respos-
tas, contextualize a atividade. Verifique se expressam interesse ou men-
cionam brincadeiras com água e, caso não tenham expressado, diga
que elas terão diversos objetos com os quais poderão brincar à vontade
na água e comente que farão muitas descobertas com essa brincadeira.

Possíveis falas do professor neste momento: Como está o dia hoje? Está
fazendo sol? Ou será que vai chover? O que vocês gostam de fazer em
dias quentes? Brincar com água? Eu gosto! E vocês? Quem já brincou?

Possíveis ações do professor neste momento: Caminhe com as crianças


ao redor dos materiais e pegue algum objeto que esteja ao seu alcance.
Possíveis falas do professor neste momento: Eu adoraria brincar com
esse objeto na água. O que você acha? Vamos ver?
2

O ambiente deverá ser organizado de forma convidativa, de modo que


as crianças possam se posicionar ao redor dos itens dispostos e intera-
jam com a água. Sugira que primeiro todas elas possam pegar um ob-
jeto para começar, demonstre modelos nesse momento e atue como
brincante. Estimule-as a nomeá-los, indagando sobre o que são e suas
características. Permita que explorem os objetos escolhidos em contato
com a água. Pequenos grupos de livre escolha irão se formar em torno
das bacias ou baldes e brevemente hipóteses irão começar a ser levan-
tadas. Registre as descobertas dos pequenos ao longo da atividade por
meio da escuta atenta e faça fotos, pois esse será um dos momentos da
experiência em que você conhecerá muitas das percepções das crian-
ças e poderá aproveitar o momento para propor desafios e situações
problemas que estimulem o pensamento delas .

Possíveis falas do professor neste momento: Que objetos legais você


escolheu! E o que aconteceu com eles na água? Poderia me mostrar
como? Olha só, essa pedrinha foi lá para o fundo, afundou! Vamos ver
se esse outro objeto também afunda? Quem quer tentar? Esse graveto
não afundou, né? Ficou boiando.

Durante o momento em que a brincadeira transcorre, esteja próximo


das crianças e atento às ações delas, pois elas estarão envolvidas em
um jogo de exploração motora dos objetos e é sempre possível garan-
tir maior investigação e exploração por parte delas. Por exemplo, ao
brincar junto com as crianças, forneça modelos de como a criança pode
explorar os diversos sentidos do corpo, seja ao tocar a água e perce-
ber a sensação que causa, nomeando frio ou calor, seja ao mergulhar
um objeto na água e aproximar o rosto para ouvir o som que essa ação
produz, seja o observar da água a partir do movimento circular de um
galho.
É comum que crianças requisitem o professor ou os colegas para mos-
trar o que estão fazendo. Esse contato proporciona muito prazer e des-
contração.

Possíveis ações do professor neste momento: Ao observar um mes-


mo objeto utilizado por crianças diferentes, por exemplo um pote, em
que uma delas constata que afunda (pois colocou água dentro) e outra
criança constata que boia (pois o colocou vazio sobre a água), as aproxi-
me para que possam perceber as diferentes possibilidades de um mes-
mo item.

Tratando-se de uma atividade que envolve diversidade de objetos, al-


guns conflitos por disputa de espaço em torno da água ou de itens
favoritos podem surgir. Esteja atento e direcione as crianças para que
encontrem uma solução justa para ambas, seja encontrando um outro
objeto de interesse ou mesmo dividindo algum material e explorando-o
juntas. Caso seja recorrente, peça ajuda delas para que busquem com o
professor novos objetos na área externa para que possam brincar com
eles na água.

Para finalizar:

Faça uma grande roda para que as crianças possam se expressar sobre
a vivência que tiveram, como se sentiram, se gostaram, o que percebe-
ram, quais as semelhanças e diferenças entre os diversos objetos usa-
dos (esteja atento para aquelas que não façam uso da linguagem oral,
expressando-se com o corpo). Coloque as bacias mais próximas da roda
para que as crianças possam tanto falar como mostrar seus objetos e
experiências preferidas. Depois da conversa, convide o grupo para aju-
dar na organização do ambiente, tirando todos os objetos da água para
que possam ser guardados. Dê um destino para a água, que pode ser
reutilizada para regar as plantas da escola.
Desdobramentos
Convide as crianças para apreciar as fotos que foram tiradas ao longo
da atividade. Peça a elas que apontem os objetos com os quais mais
gostaram de brincar e demonstrem o que aconteceu com ele (seja pela
fala ou movimento), construindo assim um momento de troca de suas
experiências.

A atividade pode ser repetida com objetos diferentes, encontrados na


sala de atividades ou nos pertences pessoais dos pequenos. Outra pos-
sibilidade é solicitar às crianças que tragam materiais de casa que pos-
sam ser explorados em contato com a água.

Engajando as famílias
Exponha no mural da escola as fotos e uma breve descrição de como foi
realizada essa atividade e solicite que as famílias também enviem fotos
de experiências da criança com água. Para isso, envie um comunicado
para elas. Exemplo:

Olá famílias e comunidade,

Nesse dia nossa turma aproveitou o sol fazendo uma divertida ativida-
de com água e exploração de objetos. Vejam como as crianças se diver-
tiram!

E em casa? Como vocês aproveitam os dias quentes?

Se puderem, nos enviem fotos desses prazerosos momentos de brinca-


deiras com água, elas poderão compor o mural da sala e servir de pon-
tos de memória para os pequenos, proporcionando assim um ambiente
ainda mais aconchegante e familiar na escola.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Realize atividades de brincadeira com barquinhos de papel e guarde-os
para serem utilizados junto com os barquinhos de gelo, assim, as crian-
ças poderão fazer comparações, enriquecendo as próprias experiências.

Por se tratar de uma atividade com água, programe-a para dias quen-
tes, que favorecem a exploração sem comprometer a saúde e o bem-
-estar das crianças.

Separe previamente recipientes variados para moldar o gelo, como for-


minhas em diversos modelos (quadradas, redondas, estreitas, largas);
copinhos plásticos; fundos de garrafa pet etc.), e combine com a equipe
da cozinha para que as crianças possam guardar os barquinhos no con-
gelador.

Providencie também garrafas ou jarras em quantidades suficientes


para que as crianças possam ir preenchendo suas formas com água, de
modo que elas não precisem esperar muito para isso.

Materiais:

Para confecção do barquinho: Recipientes diversos que servirão de


molde, por exemplo: copos plásticos, forminhas em variados formatos
(quadradas, redondas, estreitas, largas etc) ou até mesmo fundos de
garrafa pet.

Para caracterizar o barquinho: Palitos (de churrasco ou sorvete) ou


canudos, papel colorido para vela do barco (veja um exemplo de bar-
quinho de gelo) e garrafas ou jarras para despejar a água sobre os re-
cipientes. Barquinhos de papel (ao menos um por criança) e máquina
fotográfica para registro.

Para a experiência com água: Bacias ou baldes em quantidades sufi-


cientes para que as crianças possam se organizar em volta deles, em
pequenos grupos, para brincar.

Espaços:

Para o momento de confecção do barquinho, ambiente interno. Para o


momento da brincadeira com a água, ambiente externo.

Tempo sugerido:

35 minutos no primeiro dia (confecção do barquinho) e 50 minutos no


segundo dia (brincadeira com água).

Perguntas para guiar suas observações:

1. Ao observar os processos de congelamento e descongelamento da


água, como as crianças relatam e descrevem essa experiência?

2. Quais experiências e fatos acontecidos as crianças relatam apósa vi-


vência desta atividade?

3. De que forma as crianças utilizam e manipulam os barquinhos de pa-


pel e de gelo? E quais suas reações diante do uso dos dois tipos de bar-
quinho na brincadeira com água?
Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Esta proposta permite a exploração da água de
maneira que as crianças possam observar sua transformação, portanto,
garanta que todas expressem hipóteses e suposições sobre essa transi-
ção, esteja atento não só a linguagem verbal mas também a menções,
movimentos e todo modo de comunicação e expressão, auxiliando o
contato dos pequenos com o barquinho de gelo sobre a água.
O que fazer durante?

Reúna o grande grupo e inicie com uma conversa sobre as condições


climáticas do dia, sugira que observem como está o tempo fora da sala.
Então, conte que pensou o quão interessante seria se, aproveitando
esse dia, vocês construíssem barquinhos para brincar na água! A partir
dessa sugestão, pergunte às crianças sobre suas experiências e conhe-
cimentos a respeito disso, relembrando os barquinhos de papel que já
foram feitos, compartilhando suas ideias, como memórias e brincadei-
ras. Atente-se para as manifestações dos pequenos, que irão além da
linguagem oral. Observe gestos, movimentos corporais, a imitações e
até mesmo a manipulação de objetos, caso desejarem usá-los para se
expressar.

Depois que as crianças trouxerem suas ideias, pergunte se alguém já


fez ou já brincou com um barquinho de gelo (caso não tenha aparecido
entre as colocações delas) e então proponha essa experiência, aprovei-
tando que o dia está favorável para brincar com água.

Possíveis falas do professor neste momento: Como está o dia lá fora


hoje? Que tal observarmos lá fora? Quem aqui já fez um barquinho de
gelo? E como foi? Quem não fez, gostaria de fazer um? Possíveis ações
do professor nesse momento: Esteja atento às menções e diferentes
formas de expressões, por exemplo, uma criança sai para olhar como
está o dia e, ao observá-lo, não faz uso da linguagem oral, mas aponta
fixamente para o céu, expressando assim seu reconhecimento do dia
ensolarado.
2

Com as crianças empolgadas e motivadas para experimentar a pro-


posta, as encaminhe para as mesas nas quais os itens já devem estar
dispostos (formas diversas, garrafas ou jarras com água, adereços para
caracterizar o barquinho etc),de forma que fiquem bem distribuídos e
acessíveis a todas elas. Assim que elas começarem a conversar e a ex-
plorar os materiais disponibilizados, convide-as para escolher alguns
moldes e preencher as forminhas com água. Auxilie-as nesse momento.

Com o andamento, sugira que adicionem os elementos,no caso, as ve-


las do barco para caracterizá-lo. Agora as crianças irão manifestar sua
criatividade, escolhendo livremente ascores do papel, os formatos do
molde, os tipos de materiais e a quantidade de água que utilizarão para
produzir os barcos.

Possivelmente pequenos grupos se formarão em torno dos materiais


disponíveis e, como trata-se de um momento de livre escolha, os con-
flitos por disputa podem surgir. Esteja atento e auxilie as crianças a en-
contrar soluções para os impasses.
3

Então, com os barquinhos confeccionados e com a equipe da cozinha


previamente avisada sobre a experiência, leve as crianças até o am-
biente onde se encontra o congelador. Contextualize que agora será
um momento de transformação e ouça as ideias das crianças sobre o
que poderá acontecer após colocarem os barquinhos ali. Deixe que to-
das, uma última vez, coloquem o dedinho dentro da forminha e sintam
como a água está. Observe as reações.

Faça uma marcação diante das crianças, identificando os barquinhos e


escrevendo o nome de cada uma neles.

Aproveite este momento para pedir ajuda a algumas crianças para colo-
car as forminhas dentro do congelador. Em seguida diga que amanhã a
atividade irá continuar e que vocês irão descobrir o que aconteceu!

Possíveis falas do professor neste momento: Estão sentindo a água?


Como ela está? Qual é a sensação de por o dedinho na água? O que vo-
cês acham que irá acontecer com essa água amanhã?

No dia seguinte, prepare o ambiente externo com baciasou baldes com


água em número suficiente, de acordo com o tamanho de sua turma
(uma média de cinco crianças em torno de cada bacia), para que pe-
quenos grupos possam se formar ao redor deles. Reúna as crianças e
recorde-as sobre a experiência que haviam iniciado e então as leve de
volta à cozinha para buscar os barquinhos.

O momento de retirada das forminhas do congelador será de grande


descoberta, portanto, organize uma grande roda e aproxime bem as
crianças do eletrodoméstico. Lembre-as sobre a identificação que vocês
fizeram com os nomes para que elas possam encontrar os próprios bar-
quinhos. Como primeiro contato, peça para que elas tentem novamen-
te colocar o dedinho dentro da forma, como fizeram no dia anterior,
antes de guardá-las no congelador. Observe e registre as reações e as
hipóteses delas sobre a situação.

Possíveis falas do professor neste momento: Olhem só, o que aconte-


ceu com a água de ontem? Como ela está agora? O que vocês sentem?

Siga com as crianças para o ambiente externo e diga que você teve uma
grande ideia, recorde a brincadeira com os barcos de papel realizada
anteriormente (contextos prévios). Pergunte se o barco de gelo é igual
ao de papel e se brincar com os dois na água seria legal.

Com essa motivação, entregue os barquinhos depapel às crianças, en-


gaje-as na brincadeira, deixando um momento livre parainteração com
a água.

Esteja atento ao diálogo, às manifestações por meio de gestos, às ex-


pressões e aos movimentos com o corpo em relação à experiência. Ob-
serve as reações delas a respeito da sensação de manipular o gelo e ve-
rifique as comparações que fazem diante dos dois tipos de barquinhos.

Esse será o grande acontecimento da brincadeira, da exploração por


meio da diversão, portanto, utilize máquina fotográfica ou celular para
registrar esses momentos de ações e interações das crianças.

Possíveis ações do professor neste momento: Aproveite este momento


para chamar a atenção para comparação entre os dois tipos de barco.
Possíveis falas do professor neste momento: O que está acontecendo
com o barquinho de gelo? E com o de papel?O de gelo está sumindo?
Será mesmo?

Possíveis ações das crianças: Apontar para o barquinho desaparecendo,


fazer expressão de surpresa ao perceber que o barquinho de gelo está
diminuindo.

Para finalizar:

Por se tratar de uma atividade de brincadeira, de exploração e de cons-


trução, as crianças terão um grande envolvimento com ela. Por isso,
avise cerca de 15 minutos antes que a atividade se encerrará, para que
não haja uma ruptura. Caso você observe crianças que já não estão
mais engajadas na experiência, peça a ajuda dela para, por exemplo,
organizar e guardar as forminhas usadas para fazer gelo ou mesmo ob-
servar as descobertas dos colegas na brincadeira.

Desdobramentos
A atividade pode ser repetida usando outros moldes para o formato
do gelo, para isso, faça um levantamento de elementos que sejam do
interesse das crianças (submarinos, animais aquáticos etc) e crie novas
formas de brincar na água. Também pode ser interessante colocar um
objeto dentro no barquinho de gelo ou fazer barquinhos de gelo colo-
ridos, com tinta, para ver o que acontece com a água do balde depois.
Organize também um momento de apreciação das fotos retiradas, para
que as crianças possam expressar ideias a respeito do que viveram,
brincaram e exploraram no dia.

Engajando as famílias
Peça que as crianças façam uma pesquisa de campo (em casa) com o
seguinte questionamento: Será que na sua casa tem gelo? Diga a elas
que com a ajuda dos responsáveis irão procurar possíveis lugares nos
quais possam ter gelo em casa.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Por ser uma experiência em área externa envolvendo água, escolha um
dia com clima favorável, prevenindo eventualidades (como friagem)
que possam comprometer a saúde das crianças.

Materiais:

Bacias ou baldes em quantidades suficientes para que as crianças pos-


sam compartilhá-los confortavelmente, em torno de quatro a cinco
crianças para cada bacia. Terra, folhas, areia, farinha, amido de milho,
grãos como feijão ou milho e sementes como as de girassol. Para mis-
turar e manipular as texturas com a água podem-se usar gravetos, pe-
daços de madeira ou peneiras. E máquina fotográfica para registro da
atividade.

Espaços:

Escolha um ambiente externo na escola, como jardim, pátio, quadra


etc., já deixe à disposição as bacias ou os baldes com água e os elemen-
tos selecionados. Esse momento antes da chegada do grupo também é
fundamental, pois uma boa organização do espaço e dos materiais pelo
professor irá permitir uma ação exploratória e investigativa das crian-
ças. Posicione as bacias espaçadamente e deixe os objetos espalhados
de maneira convidativa, para que os pequenos possam sair em sua bus-
ca e escolhê-los de maneira livre.

Tempo sugerido:
50 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Ao observar o processo da água se misturando a outros elementos,


como as crianças relatam e descrevem essa experiência? Quais são
suas reações e expressões?

2. Como as crianças interagem e compartilham os objetos e espaços


durante a atividade?

3. De que forma as crianças utilizam e manipulam os diversos elemen-


tos e objetos na água? Ao explorá-los elas os separam e os classificam
de acordo com atributos (cor, forma, tamanho, peso, cor)? Que estraté-
gias elas usam para isso?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Procure captar e fazer uma escuta ativa sobre o
modo que cada um explora e manipula os objetos. Observe também
como os pequenos se expressam, seja na surpresa do tato, nas obser-
vações que geram reações e nas falas ou no balbucio, de forma que
você perceba como eles demonstram curiosidades e descobertas. Os
diferentes modos de se expressar devem ser valorizados. Esteja atento
também às crianças que podem não se sentir confortáveis em mexer na
água com outros elementos. Isso deve ser respeitado.

O que fazer durante?


1

Ainda em sala converse com as crianças contando a elas para onde irão
e o que farão nesse momento, dizendo, por exemplo, que vão sair para
brincar com alguns materiais na área externa. Traga o grande grupo e
permita que as crianças façam observações, explorações e interações
com os materiais e entre si. Naturalmente elas irão circular no ambien-
te preparado, então escute atentamente as suposições de cada uma, a
nomeação de objetos, as expressões e observe até mesmo o apontar
para algum dos elementos. Caso nenhuma delas tenha mencionado a
água, entre nesse assunto e contextualize que você aproveitou o fato
de o dia estar muito agradável para que todos juntos pudessem brincar
com água e misturar diversos elementos diferentes.

Assim, acompanhe as explorações e ofereça modelos de ação as crian-


ças, pegue um objeto próximo, como por exemplo, um punhado de fari-
nha e jogue sobre a água para brincar também, de maneira ativa, junto
delas.

Possíveis falas do professor nesse momento: “Estamos aqui para brin-


car bastante. Não tem problema se sujar! Olhe só, você colocou a fari-
nha na água, quem quer colocar a mão para ver como fica? Vou colocar
areia nessa bacia aqui, quem pode me ajudar?
2

Naturalmente pequenos grupos irão se formar em torno das bacias


posicionadas e muitos dos elementos dispostos serão explorados e uti-
lizados conforme os interesses das crianças em brincar com eles. Caso
perceba uma criança que não está envolvida na brincadeira, se aproxi-
me e forneça a ela um modelo ativo, comece a brincar pegando algum
elemento próximo para colocar na água, incentivando a participação
dela por meio das brincadeiras criadas.

Ao longo da atividade, disputas por espaço ou posse por algum mate-


rial específico podem surgir, esteja atento, se aproxime das crianças en-
volvidas, procure entender ambos os lados e as oriente para que juntas
possam encontrar uma solução na qual as duas sintam-se compreendi-
das.

Possíveis ações do professor nesse momento: Ao perceber duas crian-


ças puxando incessantemente um mesmo pote com areia, se aproxime
e alerte que essa ação poderia acabar machucando uma das duas. Ao
soltarem, procure entender de cada uma o que aconteceu e o que as
entristecem. Ao exporem suas frustrações (à maneira delas, que muitas
vezes será um apontar para o pote e em seguida para si, como quem
diz é meu), proponha que juntas possam tentar resolver a situação, até
que cheguem a alguma solução, como dividir dando um punhado de
areia para uma e um punhado de areia para outra, ou até mesmo en-
contrando um outro elemento que interesse uma das crianças.

Conforme as crianças exploram o ambiente, os elementos e a água,


brinque com elas e observe as suas ações com atenção. Procure perce-
ber os significados que dão aos elementos (se o graveto de repente se
torna um barco e a areia uma chuva que cai, se a mistura da água com
a farinha vira uma brincadeira de cozinhar) e se os escolhem de acordo
com alguns atributos como cor, forma, textura, tamanho, peso etc. Re-
pare qual relação que elas fazem entre eles (como perceber que a areia
e a farinha têm texturas parecidas, mas cores diferentes), se as crianças
possuem preferências por alguns elementos e como elas partilham o
espaço e os objetos durante os momentos de exploração e brincadeira.

Caso alguma criança já não esteja mais tão engajada na atividade, peça
sua ajuda para que ela circule junto com você entre as bacias, obser-
vando os amigos e recolhendo os objetos que usou na brincadeira.

Possíveis falas do professor nesse momento: Que legal! Percebi que


você está cozinhando, de que cores são essas comidinhas? Olhe em
volta, percebi que bastante água caiu pra fora enquanto brincávamos. E
agora? Será que a bacia ficou mais leve? Vamos tentar pegar pra saber?
Que legal esse graveto! Também peguei um, será que eles são iguais?
Vamos compará-los?

Para finalizar:

Por ser uma proposta que envolve muita brincadeira ativa, faça uma
antecipação respeitosa para o encerramento, avisando cerca 15 minu-
tos antes da finalização, para não causar uma ruptura no envolvimento
da criança com sua brincadeira prazerosa.

Ao final, peça ajuda do grande grupo para que todos os materiais uti-
lizados possam ser organizados e, enquanto o fazem, converse com
as crianças. Ao pegar um objeto para guardar, pergunte se alguém o
utilizou durante a brincadeira e como foi, o que sentiram, se gostaram
etc. Para os pequenos que ainda não dominam a linguagem oral, esteja
atento aos objetos que mostram a você, às suas menções e expressões.

Desdobramentos
Estaatividade pode ser repetida em outro ambiente da escola, por
exemplo, a própria sala da turma. Outros materiais podem ser usados:
lonas ou tapetes emborrachados no chão para apoiar as bacias com
água, e a partir daí, as crianças por elas mesmas engajam-se em uma
busca e em um levantamento de objetos do ambiente que elas tenham
curiosidade de misturar com a água, como tinta, algodão, lantejoulas,
glitter e diferentes tipos de papéis.

Sugira também essas misturas usando elementos comestíveis, para que


as crianças possam explorar outros sentidos: água com açúcar, sal, fari-
nha, limão etc.

Engajando as famílias
No momento da atividade faça registros fotográficos, anote falas e ob-
servações que surgem durante a brincadeira a partir da utilização dos
materiais em contato com a água. Posteriormente, exponha esses regis-
tros para as famílias em um mural e estimule as crianças a convidar os
responsáveis para apreciá-lo.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Por ser uma vivência envolvendo o uso de água, para prevenir eventua-
lidades como friagem que possam comprometer a saúde das crianças,
faça a atividade em um dia de clima favorável.

Materiais:

Pequenas bacias ou baldes e esponjas. Organize duas bacias ou baldes


para cada dupla ou trio de crianças. As esponjas podem ser cortadas e
divididas entre os grupos. Caso seja possível, utilize esponjas variadas,
pois a diversidade de materiais das esponjas enriquece a atividade de
exploração das crianças.

Espaços:

Área externa ou até mesmo dentro da sala, usando um plástico para


proteger a mesa, caso seja necessário, por conta da água. Organize as
duplas de bacias de maneira espaçada, sendo uma cheia de água e a
outra ao lado vazia, com as esponjas disponíveis, para que a dupla ou
trio que irá se posicionar ali possa compartilhá-las.

Tempo sugerido:

50 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:


1. Quais brincadeiras além da sugerida as crianças criam e realizam
com as esponjas para enriquecer a atividade? De que modo é possível
perceber isso?

2. Como as crianças expressam suas experiências em partilhar a espon-


ja e espaço com colegas?

3. Posteriormente, elas relatam e relembram essa atividade de que for-


ma?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita
e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de
cada criança ou do grupo. Respeite as preferências das crianças no mo-
mento de escolha dos seus parceiros para a brincadeira e esteja atento
para auxiliar as que solicitarem ajuda durante a atividade. Aproxime as
crianças das bacias e ofereça as esponjas para que possam reconhecer
a textura do material.

O que fazer durante?


1

Traga o grande grupo para o espaço escolhido (área externa ou ambien-


te interno) já devidamente preparado. Naturalmente as crianças irão
explorar a disposição dos objetos. À medida em que circulam pelo es-
paço, diga que você preparou uma divertida brincadeira com bacias, es-
ponjas e água para que elas possam aproveitar esse dia de calor. Solici-
te então que as crianças encontrem parceiros de livre escolha para que
se organizem em pequenos grupos (duplas ou trios) e possam assim di-
vidir as duplas de bacias já posicionadas com as esponjas à disposição.
Caso seja necessário, busque auxiliá-las nessa organização.

Observe neste momento como serão os primeiros contatos das crian-


ças com essa disposição de objetos, se o que lhes chama mais atenção
será a esponja, a bacia com água, ou até mesmo a bacia que está vazia.
Registre suas expressões, interações, falas e outras possíveis formas de
comunicar sentimentos. Diante das observações feitas por elas, incenti-
ve as crianças a levantar hipóteses sobre o que poderão fazer, permitin-
do que realizem atividades mexendo nos materiais e descobrindo suas
possibilidades.

Caso alguma criança não se engaje na brincadeira, se aproxime e for-


neça um modelo brincando com os elementos, como por exemplo, res-
pingando a esponja na bacia vazia.Aproveite para brincar conversando
com os bebês, de forma que compreendam o professor como um par-
ceiro das brincadeiras, divertindo-se com a sua presença e expressando
ideias.

Possíveis falas do professor neste momento: Que legal o que você faz
com a esponja! Vou tentar também!, Por que será que uma das bacias
não tem água?, A sua tem água? Nossa, como você colocou água aí?
3

Conforme as brincadeiras se estruturam, perceba se as crianças brin-


cam coletivamente, se partilham o espaço e se dividem os materiais.
Por se tratar de uma atividade em pequenos grupos, conflitos por dis-
puta podem surgir. Se aproxime das crianças nesse momento, ouvindo
cada posicionamento e guiando a situação para que ambas encontrem
juntas uma resolução, garantindo que sintam-se respeitadas e acolhidas
ao enfrentar frustrações.

Embora o brincar com água seja sempre divertido e prazeroso, algumas


crianças com o tempo podem já não demonstrar tanto interesse pela
atividade. Ao perceber essas situações, se aproxime e procure incen-
tivá-la, criando junto a ela outras formas de brincar com as bacias e as
esponjas, testando outras possibilidades, pois variar o modo de brincar
desperta o interesse dos pequenos e desenvolve a criatividade deles.

Possíveis ações do professor neste momento: Pergunte para a criança


do que ela gosta de brincar. Mesmo que não domine a linguagem oral,
ela poderá lhe indicar apontando algum elemento ou outra coisa que
gostaria de fazer, por exemplo, se estiverem em uma área externa e a
criança aponte para o jardim, sugira que ela vá até lá e pegue alguns
elementos da natureza para que possa brincar na água com eles.

Para finalizar:

Conforme o tempo da atividade vai se encerrando, avise as crianças


cerca de cinco minutos antes sobre a aproximação do término da pro-
posta. Ao final dela, se reúna com todo o grupo em grande roda e es-
timule as crianças a expressar o que sentiram e como foi a experiência
dessa brincadeira. Esteja atento a todas as formas de comunicação: ex-
pressões, falas, menções, olhares, apontar etc.
Desdobramentos
Esta atividadepode ser repetida de uma forma um pouco diferente. Uti-
lize corante na água para que durante a brincadeira as crianças possam
também explorar e notar a junção das cores do material da esponja
com água, tornando a proposta ainda mais convidativa para que todos
brinquem ativamente.

Engajando as famílias
Peça para as crianças que, com a ajuda dos responsáveis, procurem
esponjas em casa e descubram para que elas são utilizadas. Diga que
posteriormente elas deverão levar esse material para escola, expres-
sando suas descobertas aos colegas. Assim seria possível desenvolver
a socialização dos itens, bem como explorar sua diversidade de cores,
formatos e tamanhos. Promova um momento de grande roda para que
os pequenos possam trocar experiências.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Construa e mantenha uma rotina de visitação ao tanque de areia. Ga-
ranta que a atividade não seja feita no primeiro contato da criança com
o tanque, pois ela requer transição e adaptação em relação às diferen-
tes texturas que proporcionam a todo o corpo da criança. Solicite pre-
viamente à comunidade e às famílias que enviem garrafas plásticas usa-
das, devidamente higienizadas, para complementar a experiência.

Materiais:

Garrafas plásticas com fundo e tampa recortados, para que formem


um túnel sobre a areia, podendo também estarem cortadas ao meio
para servirem de baldes ou potes. Pás, colheres, galhos e baldinhos ou
bacias com água (garanta que tenha, ao menos, 1 para cada 2 crianças,
para que elas não esperem tanto para manipular a água). Para ativida-
des de transição: bacia com água, alguns outros itens que encontrar,
como tampinhas de garrafa, pequenos potes etc. Máquina fotográfica
para registro, pano ou toalha para limpar as mãos.

Espaços:

Tanque de areia.

Tempo sugerido:

50 minutos.
Perguntas para guiar suas observações:

1. Como as crianças utilizam os diversos objetos na areia? Se atentam


para atributos como cor, forma, tamanho e textura? Classificam sua uti-
lização para uma função específica?

2. Como reagem às diferentes texturas da areia em contato com a


água?

3. Como exploram o caminho da água percorrendo o tanque de areia?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita
e proponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada
criança ou do grupo. Garanta que todas as crianças se sintam confortá-
veis em relação ao contato e exploração com as diferentes texturas que
o tanque de areia proporciona. Respeite o interesse, a necessidade e o
tempo de cada uma.

O que fazer durante?


1

Com os itens já dispostos dentro do tanque de areia e as bacias com


água posicionadas em torno, permita que o grande grupo adentre o es-
paço. Por ter diversos itens convidativos, as crianças irão rapidamente
iniciar suas explorações, escolhendo como desejam fazer, se querem se
agrupar ou se querem explorar o espaço e os objetos de forma indivi-
dual. Enquanto percorrem o espaço, contextualize dizendo que hoje a
brincadeira no tanque de areia terá um elemento especial. Convide-as
a observarem para fora do tanque para ver se descobrem o que é. Caso
nenhuma criança mencione, mostre as bacias com água e diga que sua
manipulação é de livre escolha, podendo usá-la nas brincadeiras com a
areia.

Durante a brincadeira, auxilie as crianças que solicitarem ajuda com o


despejar da água sob suas explorações na areia, mas permita que elas
joguem a água a maneira delas. Aproveite esses momentos para en-
gajar-se junto às crianças em seus jogos como brincante ativo, escave,
misture e use os itens. Dessa forma, você poderá observar de perto, e
na vivência com elas fornecer modelos para suas brincadeiras, sempre
brincando junto com elas. É possível, por exemplo, fazer castelos, tú-
neis, bolinhas de areia molhada, cobrir os objetos com areia, entre ou-
tras ações.

Aproveite esses momentos para fotografar e registrar as descobertas


e diversas interações das crianças entre si, com os itens, com a areia e
a água. Procure perceber se elas selecionam objetos, se os classificam,
como os utilizam e como criam brincadeiras.

Possíveis ações do professor neste momento: Caso nenhuma criança


tenha explorado essa ação, pegue uma garrafa plástica. Coloque-a sob
a areia e escave, direcionando o percurso da água para que passe den-
tro da garrafa, como um túnel.
Possíveis falas do professor neste momento: Como será que água che-
gou até aqui? Por onde ela veio? Que legal esse pote que você esco-
lheu! Como dá para usar? Pode me mostrar?

Pela disposição dos itens, há a possibilidade de livre escolha e de tran-


sição pelo tanque. Pequenos grupos irão se formar de acordo com os
interesses das crianças, assim, conflitos por disputa de objetos e espaço
podem surgir. Intervenha de maneira a ouvir as crianças envolvidas na
situação. Incentive-as a expressarem seus sentimentos e frustrações,
orientando para que juntas possam encontrar resoluções justas para
todas. Por exemplo: garanta um tempo para cada uma utilizar o(s) obje-
to(s) desejados e depois em conjunto, caso considere possível, e assim
por diante.

Embora brincadeiras com água e tanque de areia sejam muito atrativas,


algumas crianças podem desinteressar-se rapidamente, ou até mesmo
não tolerar por muito tempo o contato e textura da areia. Se alguma
criança, por qualquer motivo, não se mostrar à vontade, respeite-a,
mas não deixe de tentar inseri-la oferecendo seu colo, sua mão, aco-
lhendo e permitindo que ela participe observando suas ações e a dos
colegas. Para aquelas que necessitem variar a brincadeira, convide-as
para saor do tanque e brincar com as bacias de água e outros itens dis-
poníveis, como tampas de garrafas, potes etc. Deixe que explorem ou-
tras formas de brincar com a água.

Tenha também disponível um pano, caso a criança queira limpar-se ou


enxugar-se.

Para finalizar:
Chegando próximo ao fim da atividade, antecipe as crianças sobre o
encerramento, evitando assim uma finalização brusca que possa gerar
frustrações e resistência por parte das crianças para saírem do ambien-
te. Respeite a transição do envolvimento delas com a brincadeira.

Ao final, peça ajuda das crianças para recolher os itens e deixar o tan-
que de areia livre para as próximas turmas. Com o grande grupo, tenha
um momento de higienização para que lavem as mãos e troquem de
roupa, caso seja necessário.

Desdobramentos
O ambiente do Tanque de Areia com água traz inúmeras possibilida-
des. A atividade pode ser repetida trocando os materiais, utilizando,
por exemplo, pequenos pedaços de canos de pvc, peneiras, regadores,
forminhas, panelas usadas, garrafinhas e potinhos, criando novas brin-
cadeiras com a água e tornando tudo ainda mais divertido! Uma ideia é
fazer vários bolos com as crianças utilizando potes de diferentes tama-
nhos e larguras, espalhados pelo espaço da areia, e utilizando um bal-
de ou mangueira para fazer uma inundação. As crianças adoram e isso
pode ser feito diversas vezes, construindo os bolos e depois utilizando
pequenos baldes para inundar.

Engajando as famílias
Registre fotograficamente essa grande brincadeira e exponha para toda
a turma. Permita que cada criança faça uma livre escolha da foto que
mais gostou, para que possa levá-la para casa, tendo, assim, uma foto
dela no momento da brincadeira. A foto servirá como suporte visual
para que a criança relate a maneira dela sobre a brincadeira aos fami-
liares, ficando com a foto de recordação de um dos momentos vividos
na escola.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para vivenciar esta proposta, primeiramente é necessário que você es-
teja bem familiarizado com a melodia, a letra e com os gestos que são
representados na brincadeira, garantindo a fluidez que se pede no mo-
mento de brincar. Caso não conheça a brincadeira sugerida nesta pro-
posta, você pode acessá-la aqui. É importante que as crianças de seu
grupo já tenha vivenciado algumas brincadeiras que as convidem e tra-
çar estratégias de participação e de interação em duplas e em grandes
grupos. Nesta proposta é essencial que elas sejam capazes de expor
oralmente ideias e se de relacionar com os colegas, buscando sincronia
entre movimentos e canções, para cumprir os desafios que a brincadei-
ra propõe.

Materiais:

Aparelho de som, o áudio da brincadeira, que pode ser acessado aqui,


e a letra da canção exposta em um cartaz.

Espaços:

Preveja um espaço aberto para o contexto da proposta. Considere a ne-


cessidade de movimentação livre das crianças, que pode mudar confor-
me o envolvimento e o interesse ao longo da vivência. Observe ainda
a necessidade de um local para a realização da roda de conversa, que
acontecerá no início da vivência, em que você levantará com as crian-
ças as brincadeiras que já conhecem, detalhará a sequência de gestos e
a música que compõe a brincadeira .
Tempo sugerido:

Aproximadamente 40 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como aconteceu a percepção das crianças no reconhecimento do


próprio corpo como instrumento de expressão, comunicação e ação?

2. Qual foi a reação das crianças ao perceberem que a brincadeira exi-


gia movimentos sincronizados e que deles dependia o sucesso do de-
sempenho da dupla? Apoiaram-se na execução dos gestos?

3. Quais indicações revelaram que a marcação de palavras com gestos e


movimentos colaborou para que o grupo realizasse suas próprias inves-
tigações sonoras?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita
e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de
cada criança ou do grupo. Proponha alternativas para a qualidade das
interações, traçando estratégias para que uma criança ajude a outra.
Lembrando que algumas delas irão preferir brincar com seu colega pre-
ferido. Caso aconteça de algumas crianças preferirem apenas observar,
respeite e receba positivamente as escolhas e as expressões delas. Se
no grupo houver crianças com necessidades físicas ou limitações, sugira
movimentos diferenciados que acolham suas particularidades com na-
turalidade e qualidade relacional.

O que fazer durante?


1

Convide o grupo para se reunir em roda com você. Conte que recente-
mente você assistiu a vídeos de brincadeiras que envolvem palmas e
outros gestos e que ficou pensando se eles também conheciam essas
brincadeiras. Você pode comentar que na sua infância brincava muito
com os amigos desse tipo de brincadeira e até citar alguma mais popu-
lar, como a adoleta, e dar o exemplo de como funciona, apenas para as
crianças entenderem de que tipo de brincadeira está falando. A partir
disso, organize as falas e demonstrações das crianças sobre as ideias
que trazem, fazendo desse momento lúdico e divertido.

Depois de as crianças terem demonstrado oralmente e corporalmente


suas brincadeiras conhecidas, comente que você pensou para um dos
momentos do dia de hoje em uma brincadeira nova (caso ninguém te-
nha trazido a brincadeira Dom Frederico). Diga o nome da brincadeira e
envolva-as, brincando com o momento, transforme a proposta em um
desafio. Utilize frases positivas que enaltecem o brincar dessa maneira
para despertar o interesse das crianças quanto ao convite para brincar.

Após o convite ser aceito, diga novamente o nome da brincadeira e


questione se alguém a conhece ou já brincou dela. Compartilhe com o
grupo que é uma brincadeira cantada, na qual também se faz uso de
gestos. Por isso, comente que primeiramente as crianças terão que trei-
nar os movimentos, bem como aprender a letra da canção, que é muito
divertida também. Caso algumas delas se recusem a brincar, aproveite
o momento para estimular o envolvimento delas, convidando-as para
participar ou permitindo que observem e entrem na brincadeira mes-
mo que já iniciada.

Possíveis falas e ações do professor: Então, pessoal a brincadeira nova


que eu aprendi se chama Dom Frederico. É engraçado o nome dela,
né? Alguém conhece? Alguém já brincou de Dom Frederico? Como vo-
cês acham que se brinca? Ela é uma brincadeira cantada e para repre-
sentar o que estamos dizendo, fazemos gestos e movimentos . Se brin-
ca em duplas, mas primeiro, vamos treinar, individualmente. Vamos lá?
É muito legal, vocês vão adorar essa brincadeira…”

Inicie a explicação da brincadeira. Primeiro, apresente o áudio da músi-


ca que embala o jogar. Depois, revele que escreveu a letra num cartaz
e cante-a pausadamente, indicando com o dedo o que está lendo. Em
seguida, convide o grupo para cantar com você. Após esse momento,
considere inserir os gestos que compõem o brincar. Faça a representa-
ção dos movimentos vagarosamente, verso a verso. Depois, comente
que a brincadeirase inicia batendo as palmas e fazendo os gestos deva-
gar e que a velocidade, tanto da canção como dos gestos, vai aumen-
tando a cada repetição da brincadeira.

Convide uma criança para ser sua dupla e façam a demonstração para o
grupo, cantando e fazendo os gestos da brincadeira.

4
Observe que é importante que condução seja algo lúdico, com ênfase
no ensinar uma nova brincadeira e que observações sobre as palavras e
suas relações com os gestos devem vir no contexto, por exemplo: quan-
do o Dom frederico diz que sim, quem lembra qual o gesto que temos
que fazer e como?

Atente-se ainda para a apropriação da canção pelas crianças. Sendo


assim, caso perceba a necessidade, considere um momento inicial em
que elas brinquem algumas vezes apoiadas pela canção reproduzida
em áudio, de modo que o momento de aprendizagem da nova brinca-
deira não seja algo marcado e pautado no ensinamento apenas do pro-
fessor, todavia, que seja oportuno às crianças aprender de acordo com
seus seus ritmos e formas diversas que encontram para construir signi-
ficados, por meio dos contextos vivenciados.

Após todos terem se apropriado minimamente da brincadeira, propo-


nha o desafio de brincarem sem o apoio do áudio. Solicite que formem
duplas e brinquem livremente. Desafie as crianças a encontrar a melhor
maneira de fazer os gestos, lembrando que algumas palavras indicam
o que deverá ser feito. Acorde com elas que neste momento da brin-
cadeira vocês ainda não aumentarão a velocidade da canção e dos mo-
vimentos. Engaje-as a partir da ideia de que farão alguns treinos, para
então, partirem para o maior desafio da brincadeira, que é cantar e ges-
ticular, de maneira correta em velocidades diferentes.

Atente-se às ações das crianças, se houver necessidade, medie as situa-


ções e os desafios que surgirem na busca de sincronia entre as duplas.
Interaja de modo a garantir que a vivência seja positiva para todos

Após brincarem em duplas, seguindo apenas uma velocidade, convide


as crianças para vivenciar o maior desafio da brincadeira. Você pode
engajar o grupo, trazendo níveis para as velocidades. Utilize números
em ordem crescente ou animais que se locomovem em níveis diferen-
tes de velocidades.

Então, convide o grupo para que num primeiro momento todas as du-
plas iniciem juntas o desafio, acordando que você indicará o nível de
velocidade que irão seguir. Inicie pela velocidade zero ou pela lesma,
convidando as crianças a brincarem lentamente. Depois, envolva-as
numa nova velocidade, indicando o número 1 (ou a tartaruga) e vá au-
mentando a velocidade de acordo com a estratégia de marcação esco-
lhida por você. Após chegarem, todos juntos, na velocidade máxima da
brincadeira, proponha que cada dupla realize seu próprio desafio, brin-
cando e acordando as velocidades livremente. Neste momento, obser-
ve como estão construindo estratégias para vivenciar o desafio.

Para finalizar:

Quando perceber que o interesse do grupo pela brincadeira está dimi-


nuindo, convide as crianças para formar uma grande roda e dialoguem
sobre a vivência de aprendizagem da brincadeira. Inicialmente, con-
vide-as a contar sobre suas percepções, comentando o que quiserem
dizer acerca do vivenciado. Depois, paute-se nas impressões reveladas
pelo grupo e nas observações que fez enquanto as observava brincar
para lançar bons questionamentos e apoiar a construção desse mo-
mento de diálogo e partilha. Investigue quais foram os sentimentos, as
impressões e os desafios vivenciados pelo grupo nesse contexto. Em
seguida, convide as crianças para a próxima proposta do dia.

Desdobramentos
Você pode dar continuidade a essa atividade convidando as crianças
do grupo, ou pessoas da comunidade que conhecem outras brincadei-
ras parecidas como essa, para compartilhar e ensinar novas formas de
brincar. Traga também outras brincadeiras de palmas, ensine-as aos
pequenos grupos, com o intuito de que eles construam estratégias de
como podem ensiná-las aos colegas. A ideia é que brincadeiras assim
façam parte do cotidiano do grupo, para que as crianças possam brin-
car e fazer investigações sonoras por meio de diferentes linguagens.

Engajando as famílias
Convide as famílias para uma roda de conversa e peça que tragam su-
gestões de brincadeiras de palmas que os responsáveis faziam quando
eram crianças. Assim você promoverá um momento de compartilha-
mento de experiências entre pais e filhos. Em seguida, permita que fa-
miliares e crianças brinquem juntos.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para vivenciar esta proposta é recomendável que você leia o livro En-
rosca ou Desenrosca, para conhecer os trava-línguas antes de apresen-
tá-los às crianças. Caso você não possua acesso a esse livro, é possível
utilizar outros ou mesmo buscar trava-línguas na internet. Uma dica
para apoiar você quanto ao conhecimento e ao papel de um bom mo-
delo leitor à criança é recitar os trava-línguas algumas vezes, a fim de
memorizá-los e aperfeiçoar-se na recitação. Considere escolher três tra-
va-línguas presentes na obra para a proposta desta atividade e fazer có-
pias de cada um deles para cada criança da turma. É fundamental que
o grupo já tenha vivenciado propostas em relação ao conhecimento de
alguns trava-línguas por meio de brincadeiras ou outros contextos.

Materiais:

A proposta prevê a utilização do livro Enrosca ou Desenrosca, das auto-


ras Maria José Nóbrega e Rosane Pamplona. Caso você não tenha aces-
so a essa obra, busque outras possíveis ou mesmo consulte a internet.
Utilize uma cópia de cada trava-língua escolhido para cada criança do
grupo. Caso seja possível, prepare uma apresentação digital da obra e
faça uma projeção, por meio de um projetor de imagens, a fim de quali-
ficar a relação visual das crianças com o conteúdo do livro.

e Selecione ainda outras obras que acolham trava-línguas para utilizá-


-las ao final da proposta, ampliando as possibilidades de contato com o
jogo verbal que esse tipo de texto possibilita às crianças. Considere que
é fundamental preparar um dispositivo para fazer a gravação digital dos
grupos de crianças recitando os travas-línguas.
Espaços:

Observe que esta atividade, no início, é realizada coletivamente. Por-


tanto, no momento de apresentação do livro, garanta que o grupo es-
teja sentado de forma confortável, para que seja possível a visualização
da obra. Considere que depois de escutar a história as crianças forma-
rão pequenos grupos. Sendo assim, busque um espaço atentando-se
para essa organização, a fim de oportunizar à turma uma relação de
qualidade com a atividade. Se preferir, organize-a em dois grupos, de
forma que enquanto você está com um, apoiando a vivência da ativida-
de, o outro realizauma proposta com autonomia, por exemplo, brincar
com jogos conhecidos ou outra do cotidiano do grupo.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. O que indicou que a proposta favoreceu para que as crianças pudes-


sem atentar-se para os aspectos dos trava-línguas: repetições de pala-
vras, palavras muito parecidas na pronúncia e o jogo verbal?

2. De que maneira a atividade proposta oportunizou que as crianças


estabelecessem novas relações com as palavras? Quais estratégias elas
trouxeram para pronunciar os trava-línguas, evitando tropeços e as tra-
vas na dicção das palavras?

3. Quais estratégias as crianças utilizaram para escolher os trava-lín-


guas? Utilizaram-se da memória? Revisitaram o livro? Utilizaram-se do
sumário? Procuraram pelas páginas ou por palavras conhecidas?

Para incluir todos:


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-
dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Proponha alternativas para a qualidade das inte-
rações, traçando estratégias para que uma criança ajude a outra. Caso
você considere que o desafio proposto nessa atividade seja complexo
demais para algumas crianças, indique ao grupo outro trava-língua,
com menos rigor para a recitação. Observe cuidadosamente as especi-
ficidades de sua turma. Caso algumas crianças apresentem comprome-
timentos na fala, essa atividade exigirá muito delas. Sendo assim, orga-
nize a proposta de modo que haja papéis de atuação diferenciados no
grupo, para que todos participem com dela com engajamento.

O que fazer durante?


O que fazer durante?
1

Convide as crianças para se sentarem em roda com você. Diga que hoje
você trouxe um livro em que os autores brincam com as palavras, por
meio de trava-línguas. Investigue junto ao grupo quais trava-línguas as
crianças conhecem e convide-as as partilhá-los com os colegas. Após
acolher as falas e entrar em contato os trava-línguas conhecidos das
crianças apresente o livro Enrosca e Desenrosca (ou outro disponível
em sua escola), contando ao grupo que essa é uma obra cheia de trava-
-línguas. Observe que, dentre os trava-línguas trazidos pelas crianças,
algum possa fazer parte da obra. Assim, revele a página em que ele se
encontra, mostre a ilustração que o acompanha e leia o texto para as
crianças.

m>

2
Na sequência, inicie a exploração do conteúdo do livro. Para isso, infor-
me o título dele, indique os nomes das autoras e do ilustrador para as
crianças. Considere apresentar a parte da obra destinada aos trava-lín-
guas, a partir da página 31, convidando-as para observar as ilustrações.
Engaje-as a investigar se conhecem ou lembram-se de algum trava-lín-
gua, a partir da percepção das gravuras. Convide-as para recitar com
você aqueles que elas conseguiram estabelecer relação com a imagem
apresentada na obra.

Possíveis falas e ações do professor:Pessoal, vejam! Aqui na página 31


começam os trava-línguas. Aqui está escrito Trava-línguas e outras en-
roscadas (referindo-se à página que antecede os travas-línguas. Por que
será que os autores usaram esse termo enroscadas? O termo enrosca-
das combina com o termo trava-línguas? Por que?

m>

Em seguida, selecione cerca de cinco travas-línguas com a ajuda das


crianças (que podem selecioná-los a partir das ilustrações e de outros
elementos da conversa realizada até aqui) e leia-os para o grupo, aten-
tando-se à pronúncia e ao ritmo característicos do texto. Após cada
leitura, faça uma pequena pausa para conversar sobre o que fala o tra-
va-língua, considerando, por exemplo, se é sobre animais, objetos ou
pessoas e o que aconteceu com os personagens que o compõem. Ao
final da conversa, convide o grupo para recitar junto com você. Assim
que você terminar a leitura e as crianças já estiverem brincando de
recitar alguns trava-línguas, conte que você selecionou três deles que
considera que as crianças iriam gostar bastante e fez cópias para que
possam utilizá-las em pequenos grupos. Mostre os três selecionados
por você e leia-os para o grupo, dando espaço para que brinquem com
o tipo de texto.

m>
4

Logo após, combine com o grupo a formação de trios, organize-os


no espaço e distribua as cópias para cada um deles. Oriente que eles
olhem para o texto e observem as palavras e ilustrações presentes em
cada um deles. Passado um tempo de exploração e de brincadeira, pro-
ponha que cada trio escolha um trava-língua para recitar para a turma.
Ainda em pequenos grupos, as crianças irão ensaiar e depois recitá-los
para os amigos. Procure circular e passar por todos os trios para garan-
tir apoio nos ensaios e nas recitações. É possível que as crianças neces-
sitem de ajuda para se lembrar de trechos e para garantir o ritmo que
esse tipo de texto demanda ao ser recitado.

m>

Enquanto os pequenos grupos recitam e ensaiam, circule entre as


crianças e observe quais estratégias elas estão usando para memorizar
e harmonizar a recitação. Atente-se para apoiá-las quando necessário,
considerando ler o trava-língua para o grupo, ou sugerido que inicial-
mente recitem-no de forma mais lenta, pronunciando cada palavra,
e que aumentem a velocidade aos poucos, por exemplo. Entretanto,
antes de qualquer intervenção, busque primeiro junto aos pequenos
quais estratégias eles consideram trazer para qualificar a memorização
e a recitação do texto, possibilitando que testem suas hipóteses e que
investiguem formas de aprendizados. Observe que as crianças podem
estabelecer gestos que a fazem lembrar do texto, acolha essa forma de
expressão e potencialize para que partilhem as estratégias nos trios.

Possíveis falas e ações do professor:O que vocês já testaram para har-


monizarem a recitação? Há alguma outra ideia de como podem falar o
texto para que todos pronunciem as palavras corretamente? Ah, posso
ajudar com essa sua ideia sim, então, vou ler uma frase do trava-língua
e vocês a repetem.

m>

Ao observar que os trios começam a dominar os travas-línguas que es-


colheram, recitando-os sem muitos tropeços e enroscadas, sinalize que
em um minuto os grupos se reunirão para o recital de trava-línguas.
Passado esse tempo, organize as crianças em semicírculo e convide o
grupo que dará início ao recital para se posicionar e dizer seu trava-lín-
gua. Faça o registro desse recital, por meio de uma gravação digital.

Considere envolver o grupo fazendo a apresentação, como se você fos-


se um apresentador, falando o nome de cada criança e convidando o
grupo para aplaudir o trio que se apresentou. Siga a proposta, convi-
dando cada grupo para recitar seu trava-língua.

Após o recital, possibilite às crianças que partilharem no grande grupo


as impressões acerca da construção de estratégias para a memorização
do texto, revelando quais estratégias utilizaram para facilitar a memori-
zação e para dizer as palavras sem enrolar ou travar a língua. Nesse mo-
mento, considere apoiar-se nas observações que fez dos grupos para
mediar o diálogo e a partilha.

Para finalizar:

Após a conversa, para valorizar ainda mais o envolvimento das crian-


ças com a leitura de travas-línguas, disponha as outras obras que você
selecionou para a proposta e convide-as crianças para manusear os li-
vros, a fim de observarem os trava-línguas presentes neles. Acorde que
elas poderão fazer isso em grupos, a partir do que observam na obra,
apoiando-se umas nas outras.
Desdobramentos
Você pode dar continuidade a essa atividade convidando as crianças
para conversar com os funcionários da escola, perguntando se eles co-
nhecem algum trava-língua. Caso os funcionários saibam, peça que os
recitem para crianças e que as crianças recitem os que aprenderam,
proporcionando uma troca. Você pode ainda propor às crianças que
convidem os colegas das outras salas para brincar com os trava-línguas
que aprenderam. Considere também que, após a ampliação do reper-
tório, a turma pode construir um livro de trava-línguas em formato digi-
tal ou em formato físico, com escrita de texto e ilustrações.

Engajando as famílias
Disponha em um espaço da escola aparelhos som ou iPads com o regis-
tro em áudio do recital das crianças gravado por você. Insira fones de
ouvidos nos dispositivos e, por meio de um breve texto que contextua-
liza a proposta registrado em um cartaz, convide as famílias para apre-
ciar o recital de trava-línguas do grupo.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
A vivência dessa proposta pede que você se familiarize previamente
com o conteúdo do vídeo do Território do Brincar, disponível aqui. Isso
te garantirá uma percepção maior acerca das brincadeiras exploradas
no vídeo e ampliará as possibilidades de sua mediação durante a ativi-
dade. Também é importante considerar que as crianças de seu grupo
já tenham vivenciado algumas brincadeiras em que estratégias de par-
ticipação e interação em duplas tenham sido experimentadas. Aqui su-
gerimos outro vídeo que mostra a brincadeira inteira. Você pode pode
utilizar apenas o áudio para as crianças, se necessário, brincarem e de-
corarem a música.

Materiais:

Para a proposta desta atividade, será necessário a organização de re-


cursos digitais, como computadores ou notebooks conectados a um
projetor e a uma rede de internet. Considere ainda que há a proposição
de gravar digitalmente as experiências das crianças. Por isso, preveja o
dispositivo do qual fará uso nesse momento e prepare-o com antece-
dência.

Espaços:
Observe a necessidade de um espaço para realização da roda de con-
versa, que acontecerá no início da vivência. Nele, você apresentará às
crianças o vídeo, que será a inspiração inicial da proposta. Portanto, é
importante garantir que elas estejam sentadas de forma confortável,
para que seja possível a visualização por todas. Também é necessário
assegurar o acolhimento das percepções das crianças acerca do con-
teúdo do vídeo. Observe que, posteriormente à visualização do vídeo,
as crianças formarão duplas. Sendo assim, considere a flexibilidade do
espaço para beneficiar essa organização e a necessidade de movimen-
tação das crianças ao longo da vivência.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 40 minutos

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como as crianças se engajaram na construção de aliterações para


a brincadeira? Apoiaram-se umas nas outras? Acolheram as ideias do
grupo? Trouxeram contrapontos considerando as vogais?

2. As crianças seguiram os gestos sugeridos no vídeo ou criaram novos,


considerando o contexto e os pares envolvidos na brincadeira?

3. Quais estratégias estabeleciam para adequarem seu corpo na brinca-


deira? Encontravam maneiras que tornavam os movimentos mais fáceis
e harmoniosos, ficando mais próximas de sua dupla? Estabeleceram có-
digos, como piscar, abrir mais os olhar, para indicar a passagem de uma
vogal para outra na canção?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada crian-
ça ou do grupo.Proponha alternativas para melhorar a qualidade das
interações, traçando estratégias para que uma criança ajude a outra.Se,
no grupo, houver crianças com necessidades físicas ou limitações, sugi-
ra movimentos diferenciados que acolha as suas particularidades com
naturalidade, qualidade relacional e principalmente a participação ativa
de todos.

O que fazer durante?

Convide o grupo para se reunir em roda com você. Comente que, re-
centemente, assistiu a um vídeo em que as crianças participavam de
brincadeiras que cantavam e faziam movimentos corporais, como pal-
mas. Você pode questionar se as crianças conhecem alguma brincadei-
ra desse tipo. Caso receba uma resposta positiva, peça que demons-
trem a maneira de brincar. Depois de as crianças compartilharem suas
brincadeiras conhecidas, convide-as para assistir ao vídeo. Nesse mo-
mento, oriente-as para que se acomodemde modo que permita que to-
das as crianças do grupo consigam estabelecer uma boa visualização da
projeção. Confira se todas estão confortáveis, e, então, iniciei a exibição
do vídeo. Aprecie junto às crianças. Quando chegar ao final da apresen-
tação, proponha uma conversa sobre as brincadeiras representadas no
vídeo.

Possíveis falas e ações do professor:Então, turma, vocês já brincaram


com alguma brincadeira demonstrada no vídeo? Qual dessas brincadei-
ras vocês não conheciam? Qual vocês mais gostaram ou menos gosta-
ram? Por quê?
m>

Após as expressões das ideias das crianças sobre o conteúdo do vídeo,


diga que uma brincadeira chamou mais sua atenção e que irá retornar
o vídeo para que possam visualizá-la. Retorne até o tempo de 1m27s,
em que a brincadeira “Parara parati” é representada. Convide o gru-
po para que observem com atenção e tentem perceber detalhes des-
ta brincadeira. Ao término da exibição, investigue com as crianças as
mudanças presentes na brincadeira. Nesse momento, pergunte se elas
saberiam dizer o que muda entre a primeira, a segunda e a terceira vez
que as crianças cantam. Atente-se ao fato de que cada criança tem seu
estilo de perceber as informações. Assim, nesse momento de desta-
car a brincadeira que impulsionará a atividade, considere que algumas
crianças prestarão mais atenção nos gestos realizados, outras na can-
ção que acompanha a brincadeiras e outras observarão detalhes, como
a alteração sonora, por exemplo. Escute atentamente as ideias que
trazem e observe se alguma criança traz a percepção de que há mudan-
ça na sonoridade das palavras da canção. Caso nenhuma criança traga
essa observação, indique, chamando a atenção para a letra da canção e
para a troca de vogais. Para evidenciar as mudanças, convide as crian-
ças a assistirem a brincadeira mais uma vez.

m>

Quando as crianças perceberem as mudanças de sonoridade presentes


na canção da brincadeira, converse com elas. Convide-as a pensarem
sobre quais outras formas poderiam cantar e como ficaria a canção. Or-
ganize as falas, oportunizando que experimentem e testem as possibili-
dades pensadas por elas, trazendo para o momento um contexto lúdico
em que as crianças ampliam o repertório para a brincadeira de forma
divertida. Acompanhe as investigações que a turma fará para construir
as novas versões, atentando-se para as mais variadas formas de cons-
trução. Não interfira ou chame a atenção direta quanto a alteração das
vogais para a mudança da sonoridade da brincadeira. Permita que elas
testem e troquem entre si, potencializando a investigação que estão
fazendo. Sendo assim, acolha as percepções das crianças, inclusive se
trouxerem consoantes como uma nova possibilidade.

Possíveis falas e ações das crianças:Ah, já sei! Olha, pararaparati, pere-


reperiti, piriripiriti, pororoporoti... Tá vendo? A música muda!

Possíveis falas e ações do professor:Considerando que a criança, ao ex-


pressar sua percepção acerca da canção, revela conhecer a alteração
sonora, o professor pode lançar essa percepção ao grupo, buscando
que crianças a ampliem. A depender do grupo, o professor pode propor
a escrita dessas palavras no quadro, sugerindo que as crianças ditem,
para que observem a alteração sonora mediante a vogal.

m>

A partir disso, convide as crianças para que, em duplas, criem gestos e


brinquem com a canção. Após um certo tempo de brincadeira, propo-
nha que cada dupla escolha uma variação da letra da música, ou seja,
uma vogal para brincarem, criando novos gestos. Diga que, depois, elas
irão apresentar essa nova forma para os colegas. Combine com elas
que você irá gravar as apresentações, para que depois vocês compar-
tilhem a brincadeira em vídeo com as crianças de outras salas. Acorde
com a turma o tempo que as duplas terão para treinar o jogo de mãos
com a variação da vogal escolhida. Conforme indicarem que estão
prontas, peça que se acomodem novamente em roda.

Para finalizar:
Assim que todos os pares estiverem reunidos em roda, organize as
apresentações, combinando com o grande grupo qual dupla será a pri-
meira e qual será a sequência das demais. Ressalte que, assim que a
dupla iniciar a apresentação, você dará inicio a gravação. Portanto, há
necessidade de que, neste momento, as outras crianças cuidem para
não interferir na apresentação das duplas, de modo a garantir a quali-
dade da gravação da voz e movimentos corporais dos colegas.

Desdobramentos
Você pode dar continuidade a essa atividade perguntando às crianças
com quais canções ou parlendas conhecidas por elas seria possível fa-
zer a mesma brincadeira. A partir das ideias das crianças, proponha que
elas escolham uma canção ou parlenda que gostam e se organizem em
duplas, trios ou quartetos, para brincarem fazendo alterações nas pa-
lavras a partir da inserção de vogais. Considere filmar essas novidades
para compor uma coletânea de brincadeiras cantadas da turma.

Engajando as famílias
Organize um momento de cinema na sala e prepare pipoca. Peça às
crianças do seu grupo que elaborem ingressos para convidarem as das
outras salas, bem como as famílias e quem mais desejarem convidar.
Compartilhe com o público o vídeo das brincadeiras cantadas da turma.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para vivenciar essa proposta, é necessário que você já tenha recitado
a parlenda “Hoje é Domingo” para as crianças em outras situações, e
que elas já conheçam o texto de memória. Também é interessante con-
siderar que o grupo tenha contato diário com leitura deste e outros gê-
neros, além de ser convidado a pensar sobre a escrita, compartilhando
suas ideias e hipóteses sobre nossa língua.

Materiais:

Para a proposta dessa atividade será necessário ter um exemplar de


um livro sobre parlendas. Observe, no entanto, que o texto da parlenda
“Hoje é domingo” faz parte do conteúdo do livro escolhido, pois, nesta
vivência, é a parlenda que será utilizada como convite para as crianças
brincarem com as palavras. Como sugestão, indicamos o livro “Quem
canta seus males espanta 1”, da autora Theodora Maria Mendes Al-
meida. Considere a preparação de um cartaz com a letra da parlenda,
respeitando a organização em versos do texto e o uso da letra imprensa
maiúscula. Preveja que a proposta acolherá a formação de pequenos
grupos, então, organize uma folha de papel ofício e lápis para cada. Ob-
serve que ao longo da atividade você acompanhará um grupo por vez.
Organize uma atividade que o grupo consiga realizar com autonomia e
propicie o rodízio de atividades entre os grupos.

Espaços:

Observe que esta atividade acontece coletivamente no início. Portan-


to, no momento de apresentação do livro é importante garantir que as
crianças estejam sentadas de forma confortável, para que seja possível
a visualização e o contato com o exemplar. Preveja que nesse mesmo
espaço haverá apresentação do cartaz com o texto da parlenda. É fun-
damental que a escrita da letra da parlenda seja visualizada por todas.
Considere que, em seguida à leitura da parlenda, as crianças formarão
quartetos. Para esse agrupamento, considere juntar as crianças com
níveis de conhecimentos semelhantes acerca da construção da escrita,
para que você, ao lançar desafios, oportunize estratégias diferenciadas
para cada grupo. Sendo assim, considere a flexibilidade do espaço para
beneficiar essa organização e a qualidade da proposta.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora

Perguntas para guiar suas observações:

1. O que indicou que as crianças observaram as palavras, sons e carac-


terística rítmica? O que favoreceu que elas se atentassem para o aspec-
to da forma da linguagem (o componente sonoro)? Quais estratégias as
crianças utilizaram para encontrar as rimas?

2. De que forma a atividade proposta oportunizou a investigação sobre


como cada uma das partes do texto é registrada por escrito? Como ve-
rificaram a disposição em linhas? O que indicou que perceberam que o
texto estabelecia relações entre as palavras?

3. Como aconteceu a vivência em grupo? De que forma as crianças


acolheram a indicação de conversarem entre si para discutirem as hi-
póteses? Como trouxeram suas justificativas para sustentar as escolhas
diante dos demais colegas?

Para incluir todos:


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem
impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada crian-
ça ou do grupo. Proponha alternativas para a qualidade das interações,
traçando estratégias para que uma criança ajude a outra. Caso conside-
re que o desafio proposto nessa atividade seja complexo para algumas
crianças, escolha uma parlenda com um texto menor ou destaque no
texto as palavras que rimam. Considere as características de seu grupo
e estude qual a melhor forma de apresentar a parlenda. Se for necessá-
rio, traga o áudio como opção, ao invés da escrita do texto.

O que fazer durante?

Comece a vivência da proposta com leveza, trazendo o livro para o con-


texto do momento com certa naturalidade. Para isso, solicite às crian-
ças que se acomodem em roda e, enquanto você e elas se organizam
nos lugares, fale sobre a escolha do livro. Quando todas estiverem aco-
modadas, mostre o livro e investigue junto ao grupo o que sabem so-
bre ele. Para isso, pergunte se o conhecem, dê tempo para as crianças
folhearem e questione se sabem qual tipo de texto há nele. Questione
como podemos encontrar o texto que vamos ler. Se for uma prática re-
corrente com a turma, é possível que alguns falem do índice (em geral,
livros de parlendas e poesias possuem um índice). Caso as crianças não
tragam essa alternativa, faça uma breve conversa sobre ele e procure o
título, mostrando com o dedo sua leitura e a página indicada. Converse
sobre como, a partir do índice, encontrar a página na qual se encontra
a parlenda “Hoje é domingo”. Mostre o texto ainda no livro e inicie a
leitura. Leia o primeiro verso e convide o grupo a dar continuidade.

Possíveis falas do professor neste momento: quem lembra dessa par-


lenda? Alguém conhece uma versão diferente da que recitamos?

m>

Compartilhe com o grupo que, como ideia de hoje é brincar com as


palavras, você registrou a letra da parlenda “Hoje é domingo” em um
cartaz. Apresente o cartaz ao grupo e fixe-o em um local que seja pos-
sível a visualização por todos. Proponha uma recitação coletiva, só que,
dessa vez, acompanhe com o dedo o ritmo da leitura. Após a leitura
converse com o grupo sobre o texto. Instigue-o a buscar onde se inicia
o primeiro verso, onde termina, do que fala essa parlenda, dentre ou-
tras questões presentes no texto. A ideia é ajudar as crianças a identifi-
carem a sequência de palavras e ações apresentadas, bem como a es-
trutura do texto em versos. Busque encorajá-lasem suas investigações e
potencialize para que arrisquem seus palpites.

m>

Ainda com o grande grupo, compartilhe com as crianças a estrutura


das parlendas, dizendo que são pequenos versos repetitivos e rimados.
Investigue junto ao grupo o que elas conhecem sobre rimas. Incenti-
ve as crianças a encontrarem algumas rimas, lançando perguntas que
as desafiem a relacionarem e organizarem as ideias a respeito do en-
tendimento das rimas. Uma boa ideia seria engajar um grupo em uma
brincadeira de rimas com os nomes das crianças. Você pode iniciar essa
brincadeira e depois pedir que as crianças façam o mesmo. Acolha a
brincadeira e as estratégias que elas trazem. Observe que o importan-
te, nesse momento, é encorajar que elas compartilhem suas hipóteses
sobre rimas, mesmo que tenham equívocos como, por exemplo, dizer
que Pedro combina com peixe (indicando que começam igual).

m>

Explique às crianças que, para continuarem o desafio de encontrarem


rimas, elas terão que se reunir em pequenos grupos com, no máximo,
quatro integrantes. Organize a formação dos quartetos considerando
os conhecimentos de escrita das crianças. Conte que, a partir de agora
e para a atividade, você irá acompanhar um grupo por vez e que pre-
parou uma proposta para aqueles grupos que não estiverem com você
realizar com autonomia. Ao fim de cada grupo, faça a troca de ativida-
des. Entregue duas fichas de cartolina para o grupo que ficou com você
e oriente as crianças para que escrevam duas palavras que o grupo con-
sidere que rimam. Pondere que é importante indicar que as crianças
podem se apoiar no texto escrito no cartaz. Solicite que dialoguem com
os colegas para decidirem as hipóteses que irão considerar, justificando
entre si as escolhas. Observe como o grupo está construindo duas hi-
póteses de escrita e apoie-o, conforme a estratégia que traçou median-
te o conhecimento acerca da escrita que as crianças têm. Apoie essas
construções e oportunize questões que as ajudem a reorganizarem ou
avançarem em suas hipóteses. Assim que os grupos considerarem que
finalizaram o desafio, propicie a troca de atividade e inicie a escrita de
duas novas palavras com o novo grupo, atentando-se às estratégias
previamente traçadas por você.

Para finalizar:
Após todos os grupos terem escrito suas palavras, reúna as crianças no
grande grupo e peça que compartilhem com todos as palavras encon-
tradas. Neste momento, engaje as crianças a pensarem sobre as pa-
lavras escolhidas, convidando-as a dizerem, por exemplo: “Qual parte
dessas palavras rimam? O que elas têm de parecido? Vamos falar em
voz alta essas duas palavras para verificar se rimam?”

Após essa brincadeira reflexiva, retome o cartaz da parlenda para ve-


rificar com o grupo se todas as palavras que rimam no texto foram en-
contradas. Convide as crianças para circularem no texto as palavras que
rimam. Nesse momento, busque apoiá-las, observando suas estratégias
e fomentando que uma criança ajude a outra. Considere que não há
problema se alguma palavra ficou de fora nesse momento. Caso essa
seja uma realidade, considere voltar em outros momentos na parlenda,
oportunizando que as crianças voltem e/ou construam novas hipóteses
acerca de seus pensamentos no campo da escrita.
O que fazer antes?
Contextos prévios:

Para vivenciar essa proposta, é recomendável que você leia o livro


“Rima ou Combina”, da autora Marta Lagarta, para conhecer o conteú-
do, e, especialmente, o poema

“Rima ou Combina”, que será a referência para a atividade. Ler o livro


antes de apresentá-lo oportuniza maior fluidez e qualidade de leitura,
visto que o poema nos convida a uma leitura seguindo características
de entonação e ritmo próprio. Ele revela ainda cuidado ao apresentar-
-se como um bom modelo leitor para o grupo. Observe que é funda-
mental que as crianças já tenham vivenciado propostas em relação às
dimensões sonoras das palavras, por meio de brincadeiras ou outros
contextos de aprendizagens.

Materiais:

Para a proposta desta atividade, tenha um exemplar do livro “Rima ou


Combina”, da autora Marta Lagarta. Sugerimos que, para a organização
prévia da turma em pequenos grupos, você utilize uma tabela, para que
o grupo perceba a escrita dos nomes dos componentes de sua equipe
(preparamos um modelo aqui). Prepare a impressão de fichas para o
registro das crianças. Aqui você pode conferir um exemplo e se inspirar
para criar o suporte de registro que melhor atenda ao grupo. Sugeri-
mos que seja colado uma aba na ficha, de modo a cobrir a resposta da
rima ou combinação. Você pode fazer isso dobrando parte da folha ou
colando um papel de outra cor, para dar destaque a esse campo. Pre-
veja que o grupo será convidado a refletir sobre um primeiro grupo de
palavras registradas em fichas (aqui, trazemos um exemplo). Organize
nas mesas de cada grupo lápis, lápis de colorir, borracha, canetas hidro-
gráficas, cola e tesouras.

Espaços:

Observe a necessidade de um espaço para realização da roda de con-


versa, que acontecerá no início da vivência, no qual você apresentará às
crianças o livro “Rima ou combina?”. Portanto, garanta que as crianças
estejam sentadas de forma confortável, para que seja possível a visua-
lização por todas, como também. Assegure o acolhimento das percep-
ções das crianças acerca do poema. Observe que posteriormente à lei-
tura do poema, as crianças serão organizadas em 4 pequenos grupos e
se acomodarão nas mesas, também organizadas em pequenos grupos.
Sugerimos que avalie se essa organização de grupo atende com quali-
dade a sua turma. Caso considere importante, faça a mesma proposta
com dois pequenos grupos de 4 crianças por vez, enquanto as demais
estão fazendo outra atividade que realizam com autonomia. Organize
o “kit” de material para cada pequeno grupo nas mesas já organizadas
com fichas de registros (em uma quantidade maior do que irão utilizar
caso necessitem refazer alguma), as fichas de palavras, a composição
do grupo e os materiais riscantes. Sugerimos a preparação de um am-
biente de jogos de encaixe, para que as crianças que terminarem em
tempos diferenciados, brinquem enquanto aguardam os outros grupos
finalizarem.

Tempo sugerido:

Entre 50 minutos e 1 hora

Perguntas para guiar suas observações:

1. Ao observarem o livro, quais hipóteses as crianças levantaram acerca


da obra? Sugeriram temas apoiados nas ilustrações? Construíram hi-
póteses acerca do gênero do texto apoiadas na organização do registro
visual ou por meio da característica da leitura?

2. Como as crianças se engajaram na construção de novas composições


inspiradas no poema? Apoiaram-se umas nas outras? Trouxeram con-
trapontos? Consideraram as rimas e o sentido semântico? Apoiaram-se
no livro da autora, buscando inspiração em gravuras, por exemplo?

3. Quais estratégias as crianças traziam acerca do registro das palavras?


Observavam a sonoridade? Associavam as letras às palavras conheci-
das, como o nome dos colegas? Uma ajudou a outra nessa composi-
ção? Consultaram apoios presentes na sala, como livros, bancos de pa-
lavras e fichas de nomes, por exemplo?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita
e proponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada
criança ou do grupo. Ao compor o agrupamento dos pequenos grupos,
oportunize os saberes diversificados entre as crianças quanto ao campo
da linguagem. Ofereça possibilidades de que, no grupo, a criação aco-
lha os saberes individualizados, mas que são complementares ao mes-
mo tempo.

O que fazer durante?


1

Convide as crianças para se acomodarem em roda com você. Diga que


você preparou um momento para que a turma brinque com as palavras
e que, para isso, selecionou um livro da autora Marta Lagarta. Conte
que ela escreve textos divertidos que são verdadeiras brincadeiras com
as palavras, e que, ao lê-los, somos convidados a pensar sobre os crité-
rios que a autora utiliza para juntar as palavras nessas brincadeiras.

Apresente a obra ao grupo. Exponha a capa do livro, lendo o título, o


nome da autora e o nome do ilustrador. Instigue as crianças a sugeri-
rem que tipo de brincadeira há naquele livro, apoiadas pela observação
da capa e título. Continue buscando as impressões do grupo, folheando
o livro e convidando as crianças para construírem novas impressões a
partir do conteúdo interno da obra. Neste movimento, observe se as
crianças levantam hipóteses acerca do gênero textual presente na obra
através da observação da disposição gráfica do texto. Em seguida, reve-
le que o livro é composto por quatro poemas e leia o título de cada um
deles conforme for passando as páginas. Ao chegar ao final, considere
ler o pequeno texto presente na contracapa da obra. Engaje o grupo na
brincadeira presente no texto, que diz que, no livro, poesia rima e com-
bina com fantasia.

Possíveis falas e ações do professor: Pessoal, vou ler este pequeno tex-
to da contracapa. Uau! Acho que nossa leitura vai ser divertida, não é?
Estou intrigada com uma parte deste pequeno texto! Vou reler para
vocês e vocês me dizem o que pensam sobre o trecho: “poesia rima e
combina com fantasia?” Poesia e fantasia rimam? Combinam? Como
assim?

Combine com o grupo que, para o contexto da atividade, vocês lerão


e brincarão com o poema Rima ou Combina?, registrado nas páginas
13, 14 e 15 do livro. Contudo, diga que o livro continuará na sala para
que vocês conheçam e brinquem com os outros poemas nos próximos
dias. Inicie a leitura do poema, atentando-se ao fato dele ser um poe-
ma brincante. Observe o ritmo, a entonação, a dicção das palavras e as
pontuações presentes no texto. Ressalte em sua leitura que, em algu-
mas estrofes, há pontos finais, e, em outras, exclamações, que convi-
dam o leitor e ouvinte a pensar sobre a indagação presente no texto.
Ao concluir a leitura do poema, busque quais impressões as crianças
trazem acerca do texto. Observe se elas percebem as rimas e a brinca-
deira da autora quanto ao sentido semântico das palavras.

Possíveis falas e ações do professor: Vocês gostaram do poema? Qual


é a brincadeira que a autora faz com as palavras nele? Algumas rimam,
outras rimam e combinam, algumas combinam mas não rimam, outras
não combinam e nem rimam… Ufa! Que brincadeira genial! Deu um nó
na minha cabeça! E na de vocês? O que acham de eu reler o poema, fa-
zendo pausas em cada estrofe para conversarmos sobre elas?
3

Leia cada estrofe do texto, fazendo uma pausa para conversar com o
grupo sobre a ideia da brincadeira da autora. Ou seja, investigar o por-
quê da autora compor aquela estrofe, indicando se as palavras rimam
ou combinam.

Possíveis falas e ações das crianças: Eu sei porque vaca e café não ri-
mam, mas combinam! A vaca dá o leite e a gente adora tomar café com
leite! Porque o café e o leite são deliciosos e combinam. Vaca também
pode combinar com achocolatado, né?

Continue investigando junto ao grupo a composição brincante da auto-


ra acerca das palavras que fazem parte do poema. Instigue as ideias das
crianças trazendo provocações, apoiando suas relações e valorizando
suas descobertas.
Possíveis falas e ações do professor: Vejam que a autora nos pergunta
se toca rima ou combina com oca. O que vocês acham? Vocês me dis-
seram que rimam porque terminam com o mesmo som, mas combi-
nam? O que é uma toca? O que é uma oca? Para que serve uma toca e
para que serve uma oca? Ah, ótimo! O coelho mora numa toca! E quem
mora numa oca? Podemos dizer, então, que toca e oca rimam e combi-
nam?

Diga que, para continuarem a brincadeira com as palavras, você trouxe


um desafio para turma. Conte que a ideia é que, inspirada no poema da
autora, a turma se organize em 4 pequenos grupos que deverão criar,
cada um, 3 novas rima ou combina, para desafiarem a comunidade e
outras turmas da escola a descobrirem se as invenções da turma rimam
ou combinam. Instigue as crianças a refletirem sobre como podem as-
sumir o desafio de criar novas rimas ou combina mantendo a lógica da
brincadeira do poema. Busque oportunizar reflexões sobre como po-
dem escolher novas palavras que rimam e combinam, que rimam, mas
não combinam, e que não rimam, mas combinam. A partir das ideias
apontadas pelas crianças, acorde que, para organizá-las, você trouxe
sugestões de registro para a nova brincadeira.

Diga que você apoiará o desafio de cada grupo e que, para isso, já trou-
xe a organização da turma nos pequenos grupos registrada numa tabe-
la. Diga que preparou uma ficha especial para os registros dos desafios
e selecionou algumas palavras, para que os grupos utilizem para a pri-
meira criação da ficha da brincadeira. Contudo, o grupo ainda pensará
em duas duplas de palavras para cumprirem o desafio da criação da
brincadeira. Caso considere que o desafio proposto na atividade possa
ser complexo para as crianças do seu grupo, crie estratégias conside-
rando atender as característica da turma. Você pode, por exemplo, pre-
parar algumas fichas de palavras para que as crianças criem e registrem
outra rima ou combina, ou, ainda, organizar diversas fichas de rima ou
combina, para que elas, brincando, descubram quais rimam ou combi-
nam, engajando-as na formação de pares de palavras.

Apresente a ficha de registro para as crianças ainda reunidas no grande


grupo. Leia-a, explicando cada campo. Conte que, abaixo do desenho,
vocês colocarão uma aba de papel para que a resposta do desafio fique
tampada e a pessoa que está brincando se arrisque antes de ver a res-
posta. Conte que a aba permite abrir e fechar a resposta. Após explicar
a ficha do registro da brincadeira, disponha no centro da roda as fichas
de palavras que preparou. Leia cada uma delas e instigue o grupo a fa-
zer a junção das duplas, indicando se rimam ou combinam. Neste mo-
mento, busque investigar com o grupo o motivo para a junção de cada
dupla de palavras, trazendo para a reflexão o sentido da rima ou do
campo semântico existente entre elas.

Possíveis falas e ações do professor: Vocês estão me dizendo que ama-


relinha e diversão não rimam, mas combinam? Por que me dizem isso?
O que faz com que elas combinem?

Trace alguns combinados com a turma, tendo em vista a vivência nos


pequenos grupos. Acorde que as crianças, primeiro, devem decidir
cada uma das duas duplas de palavras que irão criar para o jogo e que,
depois da decisão, traçarão acordos quanto a escrita das palavras e
ilustração na ficha. Diga que cada grupo receberá uma dupla de pala-
vras daquelas que estão no centro da roda e que farão a ilustração para
que elas também façam parte da brincadeira. Sendo assim, cada grupo
estará com parte do desafio cumprido, já tendo uma rima ou combina
pensada. Após os acordos, apresente a composição da turma nos pe-
quenos grupos. Entregue as fichas de uma dupla de palavras para cada
grupo e Indique o local que irão se acomodar, dizendo que todo mate-
rial necessário já está organizado nas mesas.

Circule entre a turma, a fim de observar como as crianças estão pen-


sando na seleção das duplas das novas palavras. Considere apoiar cada
grupo, instigando a pensarem também sobre o desafio que é compor
três campos de rima ou combina.

Possíveis falas e ações do professor: Vejam, vocês já têm essa dupla


de palavra, pé e chulé, que rima e combina. Para completar o desafio,
que tipo de palavras precisam pensar? Isso mesmo! Que rimam, mas
não combinam e outras que não rimam mas combinam. Vi que querem
usar a palavra futebol! Para ser a dupla de futebol, vocês querem rimar
e não combinar ou combinar e não rimar? Preferem combinar e não
rimar! E que palavra pode ser essa? Ah, eu gosto da sua ideia! Vejam
essa ideia de futebol e Neymar! Vocês gostam? Então, agora, falta ape-
nas mais uma. Precisa rimar, mas não combinar! Vou deixar vocês pen-
sando e vou no outro grupo. Depois volto aqui!

10

Continue apoiando os grupos, de forma a instigar as crianças a pen-


sarem nos campos de cada palavra. Observe que o campo semântico
pode gerar alguns desafios entre o grupo. Oportunize, nesses conflitos,
mediações que convidem as crianças a ampliarem e sistematizarem
seus conhecimentos acerca das palavras.

Possíveis falas e ações do professor: Suponha que um grupo de crianças


revela enfrentar um desafio e estão discutindo a ideia acerca da palavra
vaso. O grupo está em busca de compor palavras que não rimam, mas
combinam. Parte do grupo defende a ideia de que flor combina com
vaso e outra parte diz que não, afirmando que vaso é para fazer xixi.
Neste momento, você pode se aproximar do grupo e ajudá-lo a com-
preender que existem sim as duas ideias, de que alguns vasos são para
acondicionar flores e que outros são os vasos sanitários para o banhei-
ro. Você pode ainda, convidá-las a pensar se não existe outra forma de
construir a ideia de que flor e vaso combinam, refletindo sobre a pala-
vra jarro, por exemplo, ou apoiar as crianças de forma que, a partir da
ilustração dos objetos, elas encontrem maneiras para caracterizarem o
que querem dizer.

Após todos os grupos terem elencado suas duplas de palavras, combine


com as crianças que elas se organizarão para ilustrarem a brincadeira
no campo da ficha. Faça o acordo de que os grupos estabeleçam duplas
ou trios para ilustrarem e completarem as fichas da brincadeira, por
exemplo, e que você irá em cada grupo para apoiar o registro das pala-
vras escolhidas, a fim de estabelecer a composição total das fichas.

11

Inicie. então, seu apoio à um grupo e instigue as crianças a pensarem


acerca da escrita de cada palavra. Observe a diversidade dos grupos
que organizou, traçando para eles mediações que os desafiem a am-
pliar suas estratégias de escrita. Observe que, a depender de como
agrupou as crianças, em alguns grupos você poderá apoiar a escrita
baseando-se em estratégias sonoras, em outros buscar a primeira letra
da palavra ou a escrita já ser feita com autonomia. Portanto, considere
as características do seu grupo. Observe que, a depender do contexto,
você, ao refletir com as crianças sobre a escrita das palavras, pode re-
gistrá-las em uma folha à parte, para que as crianças as transfiram para
a ficha da brincadeira.

Possíveis falas e ações do professor: Vocês escolheram as palavras


Neymar e Futebol! Então vamos começar com futebol? Alguém quer
ser o escriba do grupo e registrar a palavra? Alguém pode me dizer
como escrevemos a palavra Futebol? Ah, ela tem a mesma letra que Fe-
lipe, e qual o nome dessa letra?
12

Finalizando a escrita, convide as crianças a colarem a resposta no cam-


po da ficha, cumprindo todos os desafios da criação da brincadeira. Em
seguida, peça que o grupo organize o material utilizado e se acomode
no espaço de jogos que preparou, para brincarem até que todos os
grupos finalizem seus desafios. Quando os grupos concluírem as fichas
e organizarem o espaço, convide as crianças para sentarem em roda e
partilharem no grande grupo as brincadeiras de rima ou combina cria-
das. Em seguida, devida com elas uma forma de expor e compartilhar a
brincadeira, desafiando as outras turmas e toda a comunidade a brin-
carem.

Considere que é fundamental que, ao longo da atividade, você observe


o engajamento da turma com a proposta. Caso sinta que as crianças es-
tão cansadas frente à densidade da atividade, você pode pausar a pro-
posta e combinar com elas a continuidade no próximo dia, ou em outro
período do dia, por exemplo.

Para finalizar:

Organize com o grupo o dia que vocês farão a partilha da brincadeira


com a comunidade, elencando, a partir da proposta do grupo, todos
os materiais que serão necessários para essa ação. Registre a data no
calendário da turma e, em seguida, convide as crianças para a próxima
proposta dodia.

Desdobramentos
Brincar com as palavras faz parte da nossa cultura popular e as crian-
ças, desde cedo, se engajam em jogos de linguagem, construindo ricos
movimentos de aprendizagens com foco no brincar pelo prazer e na
ampliação e construções de sentidos acerca da linguagem. Considere,
no cotidiano do grupo, a leitura de outros poemas brincantes que mo-
tivam a reflexão acerca do sentido das palavras. Uma sugestão é o livro
“Você troca”, de Eva Furnari. Você pode, ainda, criar com as crianças
novos poemas e brincar oralmente com as novas palavras que estão
emergindo no grupo por meio de parlendas, trava-línguas e brincadei-
ras de roda que já fazem parte do repertório da turma. Outra ideia para
engajar o grupo é que a turma crie um jogo de tabuleiro de rima ou
combina. Nele, as crianças serão desafiadas a agruparem as imagens
que rimam ou combinam. Aqui, você encontra inspiração para compor
o jogo. Entretanto, busque engajar as crianças nesta criação, atribuindo
à elas a escolha e elaboração das palavras e imagens que farão parte do
jogo. Outra sugestão é que você acesse o caderno de jogos do projeto
Trilhas, disponível aqui. Neste caderno, você encontrará diversos jogos
de linguagem para apresentar ao grupo.

Engajando as famílias
Prepare um convite com a turma para que as famílias apreciem a nova
brincadeira criada pelas crianças. Você pode engajá-las, na criação de
um convite bem humorado, seguindo a brincadeira de rima ou combi-
na. Preparamos um exemplo para você se inspirar aqui.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para a realização desta proposta a turma deve conhecer e ter se apro-
priado da história escolhida. Solicite a ajuda de um professor ou de
outro profissional da escola para auxiliar as crianças nas atividades de
livre escolha enquanto você está com um pequeno grupo.

Materiais:

Separe o livro Chapeuzinho Vermelho ou outro que esteja entre os pre-


feridos das crianças e do qual elas já tenham se apropriado da histó-
ria. Separe também os objetos que serão utilizados para compor o faz
de conta como cestinhas, orelhas de lobo confeccionadas de papel ou
E.V.A, retalhos de tecido vermelho (para representar a capa da Chapeu-
zinho Vermelho), bem como adereços para os personagens da vovó e
do caçador. Imprima em tamanho grande a casa da vovó para colar no
cenário ou a confeccione com com cartolinas coloridas. Separe duas
cadeiras, colchonete ou almofadas e lençóis para representar a cama
da vovó, fita adesiva e os materiais para as atividades de livre escolha:
livros para manuseio, fantasias e tecidos.

Espaços:

Planeje bem o espaço destinado ao cenário. É importante que seja um


ambiente externo e que contenha árvores para representar a floresta.
Caso a escola não tenha esse espaço, confeccione árvores (de carto-
linas) para colocar nas paredes, produzindo um ambiente adequado
para a atividade. Também fixe em uma parede ou em um biombo a
casa da vovó e posicione as cadeiras ou as almofadas para que repre-
sentem a cama. Deixe os acessórios para o faz de conta também nesse
espaço. Na sala, escolha um local agradável e aconchegante para a lei-
tura da história e organize bem os espaços para as atividades de livre
escolha.

Tempo sugerido:

Aproximadamente duas horas.

Perguntas para guiar suas observações:

Que estratégias as as crianças utilizam para comunicar aos colegas e ao


professor suas hipóteses e opiniões? Elas expressam-se pelo corpo, uti-
lizam a fala ou imitam os personagens ?

O que as crianças comunicam ao anteciparem a história já conhecida


por elas? Formulam ou respondem perguntas sobre os fatos da histó-
ria? Identificam os personagens? Percebem o cenário?

Que estratégias utilizam ao brincar de atuar? Imitam os personagens


seguindo o enredo original da história ou criam outras possibilidades?
Interagem umas com as outras, com o professor e com o cenário?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Observe as crianças que ainda estão em processo
de desenvolvimento da fala ou as que utilizam expressões faciais e mo-
vimentos corporais para se expressar. Se atente ao que elas apontam
ou tentam pronunciar e traduza o que elas estão querendo comunicar.
O que fazer durante?

Em roda, com o grande grupo, converse que hoje você lerá uma histó-
ria já conhecida pela turma e que depois, em pequenos grupos, vocês
brincarão de representar papéis atuando como personagens da história
em um cenário. Aproveite esse momento para apresentar as atividades
de livre escolha, como a do manuseio de livros e a de fantasia e teci-
dos. Fale que enquanto você estiver com o pequeno grupo, as outras
crianças estarão com outro educador ou profissional da escola nessas
propostas. Combine que elas podem se dirigir à atividade de sua pre-
ferência e respeite suas escolhas. Só interfira caso alguém não se dirija
a nenhuma atividade ou se um grupo ficar bem maior que os outros.
Organize o tempo de forma que a maior parte dele seja destinado aos
passos 4 e 5, referentes à brincadeira de representar papéis no cenário.

Convide o pequeno grupo para se sentar com você em um local con-


fortável para a leitura. Mostre o livro Chapeuzinho Vermelho ou outro
preferido da turma e do qual as crianças já tenham se apropriado da
história. Faça perguntas que as estimulem a fazer antecipações da his-
tória, por meio de comentários ou imitando os personagens. Se atente
ao que as crianças querem comunicar e, se necessário, verbalize para
as outras.
Possíveis falas do professor neste momento: Vocês se lembram dessa
história? Isso mesmo, é a história da Chapeuzinho Vermelho. Que outro
personagem aparece nesta história? Vocês se lembram o que acontece
quando o lobo encontra com a Chapeuzinho? E com a vovó?

Leia a história sem fazer adequações no texto ou na narrativa, utili-


ze diferentes entonações para ler as falas dos personagens. Algumas
crianças podem interromper sua leitura imitando um personagem, ou-
tras podem levantar fazendo gestos para representar uma parte dela.
Observe essas ações, incentivando essas iniciativas, mas se atente para
não perder o foco da leitura e não se estender por muito tempo nesse
passo. Após a leitura, converse e explore as ilustrações e os persona-
gens, mostrando para as crianças o cenário onde acontece a história.
Perceba o que comunicam por meio das diversas intenções comunica-
tivas e valide sempre que necessário. Caso nenhuma criança se mani-
feste, aponte para o cenário, mostre as árvores, a floresta e a casa da
vovó.

Convide as crianças para ir até o jardim ou outro espaço planejado por


você para ser o cenário. Diga que agora brincarão de atuar e que cada
uma poderá escolher os acessórios para se caracterizar do seu persona-
gem preferido. Respeite as escolhas e as apoie. Algumas podem se en-
volver em conflitos ao disputar pelo mesmo personagem ou acessório.
Se atente a essa possibilidade e sugira que estabeleçam alguns com-
binados, como quem vai usar primeiro, se na história podem ter dois
lobos, entre outros. Também escolha um personagem para você repre-
sentar e se caracterize. Apresente o cenário planejado por você, mostre
o espaço reservado para a floresta e a casa da vovó. Algumas crianças
podem se interessar, nesse primeiro momento, em explorar os espaços
e acessórios antes de atuar como um personagem da história. Acolha e
respeite.
5

Observe as falas e ações das crianças. Participe do faz de conta como


um ator, permitindo que as crianças liderem. Incentive a brincadeira
com uma fala ou ação do personagem escolhido por você. Elas podem
continuar o enredo da história lida ou criar um novo. Nessa faixa etária
as crianças necessitam do adulto brincante para observar, imitar e in-
teragir, por isso, perceba e acolha os novos elementos, gestos ou falas
que as crianças trazem ao brincarem no cenário e instigue a brincadei-
ra, valorizando e ampliando as iniciativas delas. Repita os passos de 2 a
6 com os outros pequenos grupos.

Possíveis falas e ações do professor e da criança neste momento: Eu


sou a Chapeuzinho, vou até a casa da vovó levar esses cesto cheio de
gostosuras.
Alguma criança pode se dirigir a você representando o papel do lobo e
fugindo um pouco do enredo original: Auuu eu vou te pegar.

Continue a atuação, dando mais empolgação à brincadeira e bons


exemplos para as outras crianças: Não! Você quer um biscoitinho do
meu cesto? Não quero ser comida de lobo! Observe a ação delas e dê
continuidade ao faz de conta, explorando o cenário.

Para finalizar:

Observe se as crianças ainda estão interessadas em brincar com os


acessórios utilizados no cenário. Caso sim, combine que em dez minu-
tos precisarão guardar os materiais para realizar outra atividade. Passa-
do esse tempo, proponha uma forma divertida de guardar os materiais.
Combine que cada criança poderá guardar imitando seu personagem
favorito. Participe desse momento incentivando as ações delas.

Desdobramentos
A brincadeira de faz de conta traz contribuições importantes para o de-
senvolvimento infantil. É um espaço de investigação e de construção
do conhecimento de si e dos mundos real e imaginário. Você pode re-
petir essa atividade utilizando outras histórias que sejam conhecidas e
das quais as crianças já tenham se apropriado. Outra ideia é confeccio-
nar com a turma cenários para compor um canto fixo da sala, onde as
crianças possam brincar com autonomia.

Engajando as famílias
Envie um bilhete às famílias contando sobre a atividade e explicando
que estamos construindo um baú de acessórios. Envie uma lista de re-
ferência como os itens das principais histórias que as crianças conhe-
cem. As famílias que tiverem em casa algum tipo de acessório, retalhos
de tecido, fantasias, que não são mais utilizadas, poderão enviá-los
para compor o baú e enriquecer as próximas brincadeiras de faz de
conta.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para a realização desta atividade é necessário que as crianças conhe-
çam e já tenham se apropriado da história João e o pé de feijão ou de
alguma outra que esteja entre as preferidas da turma.

Materiais:

Confeccione um baú mágico, pode ser uma caixa de papelão ou um


pote plástico grande. Você pode pintá-lo ou decorá-lo com os mate-
riais disponíveis na escola, utilizando elementos abstratos como cores,
tecidos, texturas etc. Tenha cuidado para não utilizar personagens ou
símbolos que reforcem estereótipos.Selecione os objetos e acessórios
que ficarão dentro do baú e que serão utilizados durante a contação,
por exemplo, fantoches, feijões, tecidos, figuras que representem o pé
de feijão, entre outros. É importante que esses acessórios sejam muito
bem escolhidos, pois eles enriquecerão a história narrada. Para as ativi-
dades de livre escolha separe folhas, giz de cera, jogos de encaixe e al-
mofadas para o momento da contação. Separe um biombo, e cartolinas
para confeccionar o cenário (casa, árvores etc).

Espaços:

Planeje um espaço com almofadas e que seja bem confortável para o


momento da contação. Monte o cenário e organize-o de modoque to-
das as crianças possam ter uma boa visão dele. Organize o espaço das
atividades de livre escolha de maneira que as crianças tenham autono-
mia para realizá-las sozinhas enquanto você está com o outro pequeno
grupo.
Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora.

Perguntas para guiar suas observações:

As crianças demonstram interesse durante a contação da história?


Como elas participam desse momento? Interagem por meio de gestos,
expressões, imitações e falas?

Que artifícios as crianças utilizam ao recontar ou criar novos enredos


para a história? Utilizam a fala ou outros tipos de linguagem? Recorrem
aos adereços disponíveis ou buscam outros?

Como as crianças se organizam para compartilhar os objetos disponí-


veis na atividade? Acontecem conflitos por disputarem os mesmos ob-
jetos? Precisam de auxílio para compartilhar os acessórios ou o mesmo
espaço?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Perceba a maneira que as crianças se expressam
(fala, gestos, expressões, apontamentos) e verbalize o que querem co-
municar. Respeite e acolha as iniciativas de cada uma e observe se algu-
ma não está participando efetivamente da proposta. Interaja com ela e
atente-se às suas preferências, estimulando-a a brincar com o grupo.

O que fazer durante?


1

Em roda, com grande grupo, fale que hoje você contará uma história
conhecida pela turma de uma forma diferente. Diga que você trouxe
um baú mágico e que dentro dele há objetos e acessórios que te ajuda-
rão a contar a história e a compor um cenário. Fale que a atividade será
realizada em pequenos grupos e que, por isso, as crianças precisam se
dividir em dois grupos. Utilize uma parlenda de escolher para fazer essa
divisão, por exemplo, Uni duni tê. Apresente as atividades de livre esco-
lha planejadas por você, como jogos de encaixe ou pintura com giz de
cera. Chame o primeiro grupo para sentar-se em roda e verifique se es-
tão confortáveis e posicionados de forma que todos consigam ver você
e o espaço destinado para a contação. Observe também se alguma
criança que ficou no grupo das atividades de livre escolha está muito
interessada e a acolha.

Traga o baú para roda, posicione-o ao seu lado e fale que esse é o baú
encantado. Diga o nome da história que será contada enquanto você
o abre. Retire o primeiro fantoche e comece a contar a história. Lem-
bre-se de que é importante que tenham poucos objetos ou acessórios
bem escolhidos. O foco deve estar na palavra de quem está contando,
os objetos trarão um toque especial à narração.Conforme você for reti-
rando os objetos do baú, deixe-os em um local visível para as crianças.
É importante que eles sejam manuseados com encantamento, para
quem envolvam quem escuta. Aos poucos, eles irão compor o cenário.
Algumas crianças podem se levantar querendo mostrar algo ou, ainda,
querendo manusear os acessórios ou explorar o baú. Acolha-as e com-
bine que ao final da história elas poderão brincar com os objetos e com
o baú.

Possíveis falas e ações do professor neste momento:

Ao começar a contação: Era uma vez uma família muito pobre que vivia
em uma casinha. Lá morava um menino chamado João e sua mãe. Nes-
se momento, o professor retira os fantoches do menino e da mãe, mos-
trando-os para as crianças e utilizando diferentes vozes e entonações
ao representar os papéis.
3

Ao terminar a contação e com o cenário construídocom a inclusão dos


objetos tirados do baú durante a contação, converse brevemente com
as crianças sobre a história contada, sobre os fatos principais, persona-
gens e cenário. Fique atento ao que elas querem comunicar e verbalize
para as outras, se necessário.

Convide o pequeno grupo para recontar a história, brincando com seus


elementos,e para manusear objetos e acessórios.É importante deixar
disponível dois ou mais objetos iguais para o manuseio, pois as crianças
podem se interessar por um mesmo objeto. Algumas podem colocar
os materiais dentro do baú novamente, para imitar a forma que você
contou a história, ou acrescentar novos acessórios e brinquedos. Ou-
tras podem imitar algum barulho, como reproduzir o som da vaca, ou-
tras ainda podem inventar novos enredos e personagens.Observe essas
ações e estimule a brincadeira com ações e falas que promovam a inte-
ração.
5

O professor deve ser o adulto brincante e se atentar aos novos ele-


mentos e informações que as crianças trazem ao construírem um novo
enredo ou utilizarem o original. Para isso, perceba essas ações e as in-
centive, mostrando-as para as outras crianças e estimulando o faz de
conta. Perceba também as diferentes formas com as quais os peque-
nos se expressam e, sempre que necessário, verbalize o que querem
comunicar. Interaja com eles, considerando o personagem que estão
representando e incrementando com falas e ações que enriqueçam o
faz de conta e que sejam bons exemplos para as crianças.Caso perceba
que alguma não está participando, incentive-a a brincar com as demais,
mas respeite se não houver interesse na brincadeira com os acessórios.
Nesse caso, ofereça outros objetos ou brinquedos e a inclua na propos-
ta.Repita os passos 2, 3 e 4 com o outro pequeno grupo.

Possíveis falas e ações do professor neste momento: Ao observar que


uma criança pegou o fantoche do João (menino), interaja: Você é o
João. Eu sou o Gigante e não vou deixar você levar a Galinha dos ovos
de ouro. Perceba a reação e o interesse dela diante sua fala e continue
incentivando a brincadeira.
Para finalizar:

Observe se as crianças ainda estão interessadas em brincar com o cená-


rio e com os acessórios. Caso sim, avise que em dez minutos precisarão
ajudar na organização da sala. Passado esse tempo, cante uma música
já conhecida sinalizando que chegou o momento da arrumação e de se
organizarem para a próxima atividade. Você pode deixar o baú mágico
em um canto fixo como atividade de livre escolha. Dessa forma, sempre
que quiserem, as crianças poderão brincar e criar histórias com diferen-
tes materiais e objetos.

Desdobramentos
É importante repetir essa atividade para que as crianças tenham opor-
tunidades de brincar com o imaginário utilizando enredos conhecidos,
criando novos, desenvolvendo a linguagem oral e se divertindo. Você
pode repeti-la deixando as crianças escolherem outros objetos para co-
locarem no baú e, com o apoio do professor, inventar outras histórias.
Outra ideia é brincar com os fantoches e acessórios utilizados na conta-
ção por meio de um teatro de sombras.

Engajando as famílias
Escreva um bilhete com a ajuda das crianças, contando a suas famí-
lias sobre a atividade que fizeram e explicando que as crianças irão
fazer um rodízio para que levem os fantoches para casa. Liste com as
crianças os cuidados que precisam ter com os fantoches e compartilhe
com os pais que é importante que apoiem as crianças na manutenção
desses cuidados. Para enriquecer a participação das crianças nessa co-
municação, você pode enviar também algumas gravações das falas das
crianças e de alguns momentos da atividade.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para a realização desta atividade é necessário que as crianças conhe-
çam e já tenham se apropriado da história Cinderela ou de alguma
outra que esteja entre as preferidas da turma e que tenha as mesmas
características: baile, príncipes e princesas. Se possível, solicite ajuda de
outro professor.

Materiais:

Os materiais devem ser bem escolhidos para enriquecer as interações


entre criança e criança; criança e professor e criança e materiais. Por
isso, separe o livro Cinderela ou outro que atenda ao que é solicitado
no contexto prévio. Confeccione coroas com cartolina ou E.V.A e separe
tecidos de diversas cores, tamanhos e espessuras para que as crianças
confeccionem seus trajes, sapatos, chapéus e acessórios que possam
favorecer o faz de conta. Para o cenário, separe cadeiras, uma mesa e
objetos que possam compô-la para a ceia real como frutas, pratinhos,
copos e garfinhos de brinquedo, guardanapos etc. Escolha algumas
músicas para o grande baile. Opte por músicas instrumentais e que te-
nham diferentes ritmos. Separe folhas, canetinhas e jogos de encaixe
para as atividade de livre escolha.

Espaços:

Planeje um espaço confortável para a leitura da história. O grande baile


pode acontecer na própria sala ou em outra em que seja possível mon-
tar o cenário e que possibilite que as crianças tenham certa autonomia
para auxiliar na organização para o baile (passo 3). Prepare ainda os es-
paços de livre escolha.
Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora e 20 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

Como as crianças demonstram interesse em escutar a leitura de histó-


rias? Elas apontam, balbuciam ou interagem por meio da fala durante a
leitura?

De que forma as crianças interagem e exploram os acessórios e o cená-


rio? Exploram e percebem as cores, texturas e espessuras? Conseguem
manipulá-los com autonomia sozinhos ou com seus pares? Precisa do
apoio do professor?

Que estratégias utilizam para resolver os conflitos que aparecem no


decorrer das brincadeiras e das interações com a orientação do profes-
sor?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Observe se alguma criança não está interagindo
com as outras ou brincando com o cenário. Interaja e brinque com ela
como um personagem e a inclua na brincadeira estimulando-a com
suas ações.

O que fazer durante?


1

Chame o grande grupo para sentar em roda com você. Fale que hoje
farão a leitura da história Cinderela ou outra que tenha as mesmas ca-
racterísticas (príncipes, princesas, baile) e que as crianças já conheçam
e tenham se apropriado dela. Fale também que após a leitura elas or-
ganizarão um baile real e que poderão ser os personagens que escolhe-
rem.

Mostre o livro para o grande grupo e pergunte quem se lembra da his-


tória e quais personagens aparecem nela. Faça outras perguntas que
estimulem as crianças a antecipar o que sabem sobre a história. Fique
atento a todos os tipos de linguagem! Elas podem apontar, fazer gestos
para representar o que sabem. Verbalize-os, se necessário. Leia a his-
tória sem fazer adaptações ao texto ou à narrativa. Leia somente até a
parte do baile e convide as crianças a pensar como será esse momento
e o que precisa ter em um baile. Escute e acolha as hipóteses. Se neces-
sário,volte ao livro e mostre o cenário no qual o baile acontece, os tra-
jes dos personagens e o que eles faziam durante o baile.

Possíveis falas do professor neste momento: Enquanto mostra a capa


do livro: Quem lembra o que acontece nessa história? Ah, tem uma
princesa? Como essa princesa é? Ao mostrar o cenário do baile: Olha,
pessoal! No baile as pessoas usavam roupas diferentes! Olha o prínci-
pe: tem até uma coroa; O que mais aparece aqui nesse cenário? Isso!
tem uma mesa onde eles fazem a ceia real e um espaço destinado a
dançar.

Convide as crianças para ajudar na organização do espaço. Oriente que


se separem em dois pequenos grupos conforme seus interesses: um
para auxiliar a colocar as cadeiras em um cantinho, deixando um es-
paço livre para a valsa do grande baile, e outro para colocar os objetos
que irão representar a comida da ceia real. Deixe que montem o cená-
rio com autonomia e em parceria e vá colaborando nas escolhas que as
crianças fazem, sem interferir nas decisões delas. Observe as crianças
que precisam de ajuda ao se locomover com as cadeiras e auxilie-as, se
necessário.

Chame as crianças para a roda e mostre os tecidos e as coroas. Diga


que vocês irão fazer os trajes para o grande baile e peça que uma crian-
ça escolha um tecido e pergunte como acham que poderiam criar um
vestido ou uma roupa de príncipe como aquela peça. Siga os comandos
das crianças e enrole o tecido dando alguns nós.Faça isso de manei-
ra que todas as crianças possam observar bem suas ações. Instigue as
crianças com perguntas sobre os trajes (cores, formatos), ouça suas hi-
póteses e deixe que trabalhem com autonomia, em duplas ou trioscon-
feccionando os trajes. Fale que cada criança pode escolher seu tecido
e que elas podem se ajudar.Escute e perceba as preferências de cada
uma e as apoie, caso precisem do seu auxílio. Neste momento podem
acontecer conflitos. Fique atento e oriente as crianças a resolvê-los. Se
possível, solicite a ajuda de outro educador da escola. Também confec-
cione um traje para você, pois será um ator no faz de conta.Preste aten-
ção nas interações das crianças nesses momentos, pois eles te ajudarão
a alimentar as brincadeiras delas no faz de conta.

Convide as crianças para o grande baile. Coloque as músicas escolhidas


por você. Chame uma por vez ou em duplas para anunciá-las no bai-
le. Observe as ações delas, se vão se dirigir à mesa para a ceia real ou
ao espaço destinado à grande dança. Escute o que conversam durante
a brincadeira, perceba o que expressam por meio de gestos ou outro
tipo de linguagem e participe do faz de conta estimulando-o com ações
como, por exemplo, convidá-las para dançar uma valsa ou para sentar-
-se à mesa com você. Se atente às preferências de cada uma. Algumas
podem brincar fingindo ser um dos personagens da história lida e man-
tendo o enredo original. Outras podem criar novos enredos. Respeite e
incentive suas escolhas. Você deve reservar um bom tempo da ativida-
de para o faz de conta.

Possíveis falas e ações do professor neste momento: Ao perceber que


algumas crianças estão se apresentando umas às outras como prince-
sas, se aproxime e interaja: Vocês são princesas? Eu também. Eu vim de
um reino encantado bem distante para participar do grande baile. E vo-
cês? Moram em algum castelo? Onde?

Para finalizar:

Observe se alguma criança ainda está interessada em continuar o faz


de conta ou brincar com os tecidos e com o cenário. Ofereça as ativi-
dades de livre escolha, desenho livre e jogos de encaixe para aquelas
que não estão mais interessadas e diga que em 15 minutos precisarão
começar a organização da sala. Passado o tempo estipulado, avise que
está na hora de auxiliarem na organização e comente qual será a próxi-
ma atividade, incentivando-as. Também participe da organização e esti-
mule o trabalho em equipe.
Desdobramentos
i Repita esta atividade para que as crianças possam brincar com o ima-
ginário e construir conhecimento por meio da investigação e das trocas
com seus pares durante o faz de conta. Você pode utilizar possíveis va-
riações da atividade, a partir da observação dos enredos que as crian-
ças criam, ou a mesma proposta com outra história preferida das crian-
ças.
Engajando as famílias
Construa com as crianças um mural no hall da escola com fotos e um
texto coletivo contando sobre a atividade. As famílias poderão apreciá-
-lo nos momentos de entrada e saída da escola.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para a realização dessa atividade é necessário que as crianças conhe-
çam e já tenham se apropriado da história A casa sonolenta ou de outra
que esteja entre as preferidas da turma, que possua boas ilustrações
e características de um livro álbum, no qual as ilustrações compõem e
complementam cada parte da história, como por exemplo, O grúfalo; O
rei Bigodeira e sua banheira; O Ratinho, o morango vermelho e o gran-
de urso esfomeado. Nesta atividade utilizaremos o livro A casa sonolen-
ta. Combine com a gestão o apoio de outro professor, se possível.

Materiais:

Separe o Livro A casa sonolenta, de Audrey Wood. Separe também


todos os materiais e acessórios que serão utilizados no faz de conta
como, orelha ou máscaras e fantasias dos animais que aparecem na
narrativa, trajes para os personagens da avó e do menino, tapete ou
colchonete para representar a cama e um retalho grande de tecido
para o cobertor. Para projetar o cenário na parede reserve o datashow
da escola. Caso não tenham esse recurso, confeccione o cenário com
cartolinas, papelão e fita adesiva. Separe massinha e livros para as ativi-
dades de livre escolha.

Espaços:

Essa atividade pode ser realizada na sala ou ao ar livre, no entanto, o


local escolhido precisa ser bem planejado, para que as crianças possam
brincar nele e para que você consiga observar todas elas, inclusive as
que estão nas atividades de livre escolha.
Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora e 20 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como as crianças interagem durante a leitura da história? Formulam


e respondem questionamentos sobre ela? Identificam os principais
acontecimentos, os cenários e os personagens?

2. Sobre o que as crianças dialogam durante a brincadeira? Utilizam a


fala, balbuciam ou gesticulam para expressar suas ideias e opiniões?

3. De que forma as crianças exploram os acessórios e o cenário? Elas


brincam com o enredo original ou criam novos? Como interagem com o
professor e com outras crianças?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Perceba os interesses das crianças e as apoie em
suas escolhas. Observe se alguma não está brincando ou interagindo
com o cenário, acessórios ou com os colegas. Chame-a para brincar
com você atuando com um dos personagens da história e leve-a para
junto do grupo, respeitando as escolhas dela.

O que fazer durante?


1

Chame o grande grupo para sentar-se em roda e fale que a atividade de


hoje será feita em pequenos grupos (conforme quantidade de persona-
gens da história). Diga que eles farão a leitura da história A casa sono-
lenta (ou outra que as crianças já tenham se apropriado da narrativa )
junto com você e que depois poderão brincar com o cenário e com os
acessórios da história. Enquanto você estiver com um pequeno grupo,
as outras crianças estarão nas atividades de livreescolha, como a de
manuseio de livros e massinha. Apresente os espaços das atividades e
perceba se as crianças já se direcionam a elas conforme seus interes-
ses. Se necessário, utilize uma parlenda de escolher para fazer essa di-
visão. Conte com a ajuda de outro professor, se possível.

Mostre a capa do livro para o pequeno grupo e pergunte quem se lem-


bra da história, pergunte sobre os personagens e sobre o que acontece
no decorrer dela. Fique atento a todas as formas de linguagens e ao
que os pequenos expressam por meio delas. Alguns podem balbuciar
tentando falar alguma palavra ou até mesmo gesticular imitando um
personagem ou uma cena da história. Apoie essas iniciativas! Depois
leia a história sem fazer adequações ao vocabulário ou à narrativa do
texto. Observe que alguma criança pode se levantar e ficar andando
pela sala durante a leitura ou se encaminhar para as atividades de livre
escolha. Caso isso aconteça, chame-a para sentar-se próxima a você ou
para ajudar a segurar o livro, mas não é preciso obrigá-la, pois as crian-
ças podem mesmo longe de você estar atentas à história. Elas possuem
necessidades diferentes, como movimentar o corpo ou expressar-se
por ele, e isso não significa que não estejam participando da proposta.
Após a leitura, promova uma conversa enfatizando o cenário e os per-
sonagens. Perceba o que as crianças observam e falam sobre esses as-
pectos. Escute-as com atenção.

Convide o pequeno grupo para brincar no cenário planejado por você.


Projete as imagens da casa sonolenta na parede ou cole o cenário que
você mesmo confeccionou. Apresente os acessórios que representam
os personagens, como as orelhas dos animais em E.V.A e vestimentas
para a avó e o menino. Mostre também o colchão/tapete que represen-
ta a cama e um tecido para cobertor. Combine que cada criança pode
escolher seu personagem e disponibilize os acessórios e materiais para
que elas montem o cenário com seu apoio. Nesse momento podem
haver conflitos, visto que as crianças podem querer os mesmo obje-
tos. Se possível, disponibilize mais de um exemplar ou construa alguns
combinados com elas, como trocar de personagem durante a ativida-
de. Alguma criança pode ficar interessada em manusear e explorar os
acessórios antes de iniciar a brincadeira. Apoie sua escolha! Também
escolha um personagem para você ou vá incorporando alguns durante
a história, visto que irá atuar como um coator no faz de conta.

Depois da escolha dos personagens, observe se as crianças começam


a brincar utilizando o enredo original da história ou se criam novos.
Apoie-as e incentive-as. Participe da brincadeira promovendo uma boa
interação de crianças (personagens), cenário e objetos. Elas serão as
protagonistas do faz de conta, por isso, perceba o que conversam e ob-
serve suas ações, estimulando-as. Algumas crianças podem precisar do
seu apoio, por ainda não conseguirem se fazer entender por meio da
fala. Fique atento ao que balbuciam ou gesticulam e, se necessário, ver-
balize para as outras crianças.

Fique atento e seja responsivo às ações e falas das crianças durante as


brincadeiras e alimente os enredos e conversas do faz de conta. Esti-
mule que brinquem com o imaginário, com os acessórios e com seus
pares. Algumas crianças podem trazer novos elementos ou brinquedos
para o cenário. Apoie essas iniciativas e verbalize essas escolhas para
os colegas, se necessário. Reserve o maior tempo da atividade para os
passos 4 e 5. E repita os passos 2, 3, 4 e 5 com os outros pequenos gru-
pos.

Possíveis falas e ações do professor neste momento: Ao perceber que


as crianças mudaram o enredo da história e estão brincando de casi-
nha: Você é a mãe dele? Será que tem um espaço para eu dormir com
vocês? Estou com muito frio e preciso de um cobertor. Se as crianças
estiverem brincando com o enredo original: Ah eu sou o gato estou
com muito sono, vou me deitar aqui em cima desse cachorrinho (imi-
tando o gato ronronando).

Para finalizar:

Observe se as crianças ainda estão interessadas em brincar no cenário


ou nas atividades de livre escolha. Caso sim, combine que em dez mi-
nutos elas precisarão auxiliar na arrumação da sala e diga qual será a
próxima atividade do dia. Estimule que guardem os materiais de manei-
ra divertida, imitando os personagens da história ou o barulho que eles
faziam enquanto dormiam.

Desdobramentos
É importante repetir esta atividade para que as crianças tenham opor-
tunidades de brincar de faz de conta, explorar a oralidade, interagir
com o outro e com os cenários, fazendo da brincadeira um recurso de
aprendizagem. Faça a mesma atividade utilizando outras histórias pre-
feridas das crianças das quais elas já tenham se apropriado. Outra ideia
é realizar um teatro de sombras estimulando elas brinquem com o en-
redo original ou criem outros.

Engajando as famílias
Separe, se possível, três ou mais exemplares dessa história. Envie um
bilhete para as famílias contando sobre a atividade realizada, junto com
o livro. Assim, juntos, crianças e responsáveis, poderão ler a obra e
brincar de faz de conta. Cada dia um grupo diferente de crianças levará
o livro para casa.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para a realização desta atividade é necessário que as crianças conhe-
çam e já tenham se apropriado de algumas histórias escolhidas ou
parte delas. Também é importante que você tenha lido com elas recen-
temente cada história, explorando os personagens, os principais acon-
tecimentos da narrativa e os cenários. Confeccione os cenários com os
materiais disponíveis na escola com antecedência.

Materiais:

Separe os livros das três histórias escolhidas. Também separe todo o


material que será utilizado na montagem dos cenários como biombos,
cartolinas, EVA, fita adesiva, e os acessórios que deverão ser escolhidos
conforme os enredos das histórias (coroas, orelhas de bichinhos, pa-
nelinhas, massinhas, colchonetes, almofadas, entre outros). Para a ati-
vidade de transição separe alguns exemplares de livros preferidos das
crianças.

Espaços:

Para esta atividade é muito importante que os espaços sejam bem pla-
nejados para o faz de conta. É por meio deles que as crianças explora-
rão a imaginação, brincando com o enredo original ou criando outros
de maneira criativa e crítica. Por isso, organize um espaço para a con-
versa inicial com o grande grupo e planeje também um local para os ce-
nários das histórias preferidas, caracterizando-os conforme seus enre-
dos e deixe os acessórios próximos para que as crianças os organizem. É
interessante que essa atividade seja realizada em um ambiente externo
como o pátio ou jardim, mas, caso não seja possível, utilize a própria
sala.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora.

Perguntas para guiar suas observações:

De que forma as crianças compartilham os objetos e os espaços duran-


te a brincadeira com os cenários? Precisam do apoio do professor para
que isso aconteça?

Quais estratégias utilizam ao respeitar as regras de convívio social no


decorrer da brincadeira e das interações? Demonstram atitudes de cui-
dado e solidariedade com os colegas? Como?

Que estratégias utilizam para expressar suas vontades e opiniões? Utili-


zam a fala, balbuciam ou gesticulam?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Observe todos os tipos de linguagem utilizados
pelas crianças durante a brincadeira e verbalize-os, se necessário. Per-
ceba se alguma criança não se envolveu na proposta e chame-a para
brincar com você. Pergunte qual história é a preferida dela, se atente
aos seus interesses e comece a brincar de faz de conta, imitando um
personagem da história interagindo com a criança.
O que fazer durante?

Em roda, fale ao grande grupo que hoje as crianças se dividirão em


pequenos grupos para brincar em cenários das histórias preferidas
da turma. Leve para a roda os livros das histórias para que conversem
sobre o enredo, os personagens e os cenários delas. Fique atento ao
que as crianças comunicam por meio da fala, balbucios ou gestos e,
se necessário, verbalize para as outras. Abra um livro, mostre algumas
ilustrações e converse sobre o que as crianças observam nelas. Caso
necessário, leia alguns trechos para que relembrem partes importantes
do enredo. Algumas podem se levantar para imitar um personagem ou
cantar uma música que faça referência à história. Acolha e estimule es-
sas iniciativas. Retome partes das histórias dos outros dois livros.

Possíveis falas e ações do professor neste momento: Ao mostrar o livro:


Vocês se lembram desta história? Que personagens aparecem nela?
Isso mesmo! O lobo! Mas o que o lobo faz nessa história? O que acon-
tece com ele? Onde eles estão? É uma floresta? Um castelo? Como é
esse cenário?

2
Diga ao grande grupo que agora vocês irão para a área externa da esco-
la onde estão disponíveis os cenários das histórias preferidas. Ao che-
gar ao local, apresente os cenários e os acessórios para que as crianças
organizem o cenário à maneira delas. Fale que elas podem se dirigir ao
cenário no qual querem brincar, se dividindo em pequenos grupos por
livre escolha. Observe se alguma criança não se dirigiu aos cenários.
Pergunte de qual história ela mais gosta e chame-a para brincar com
você e com os colegas. Fique atento às preferências dela.

Observe as ações e as falas das crianças ao brincarem com o cenário.


Inicialmente elas podem querer brincar e manusear os acessórios,
outras podem já querer se caracterizar para atuar como um dos per-
sonagens da história ou até mesmo criar outros enredos. Incentive as
escolhas delas e perceba como se relacionam e dialogam umas com
as outras, se compartilham os espaços e os objetos. Fique atento, pois
podem acontecer conflitos pela disputa por espaço ou acessórios. Caso
necessário, intervenha e faça alguns combinados como compartilhar
aquele objeto, combinar um tempo para cada um utilizar e assim por
diante. Se possível, disponibilize mais de um objeto do mesmo. As
crianças podem passear pelos cenários e trocar os acessórios criando
novas histórias. Se alguma solicitar algum outro material, sendo possí-
vel, disponibilize-o.

Participe da brincadeira como um ator, ou seja, procure brincar junto,


assumindo um personagem, realizando ações de faz de conta e parti-
lhando objetos com as crianças. Seja responsivo às falas e às ações de-
las estimulando-as com ações que enriqueçam o faz de conta, sempre
em contexto de brincadeira. Passeie pelos pequenos grupos observan-
do o que dialogam, balbuciam ou gesticulam e alimente os diálogos das
crianças. Intervenha na brincadeira como outro personagem, mas se
atente para não tirar o protagonismo das crianças. Perceba seus inte-
resses para continuar a interação.
Possíveis falas e ações do professor neste momento: Ao perceber que
uma das crianças trouxe o personagem de outra história: Príncipes e
princesas, o lobo chegou em nosso castelo. O que será que ele veio
fazer aqui? O professor escuta e observa a ação das crianças e depois
continua: É verdade! Ele deve ter sentido o cheiro da nossa deliciosa
ceia real. Vamos convidá-lo para o baile? Ele deve estar faminto!
Para finalizar:

Separe alguns exemplares dos livros preferidos das crianças e coloque-


-os em um cesto. Organize um cantinho de transição para aquelas que
já não estão mais interessadas em brincar com os cenários. Coloque
algumas almofadas para que possam se sentar ou deitar para ler um li-
vro enquanto esperam pelos colegas. Perceba se alguma criança ainda
está envolvida com a brincadeira nos cenários e disponibilize um tempo
para que continue a brincadeira, observando seu interesse. Diga que
em dez minutos todo o grupo precisará ajudar na organização do espa-
ço e conte qual será a próxima atividade.

Desdobramentos
Repita esta atividade para que as crianças possam brincar com o ima-
ginário, interagir com seus pares e com os cenários, estimulando a
oralidade por meio do faz de conta. Você pode repetir essa atividade
utilizando outras histórias preferidas ou escolher uma história para pro-
duzir um cenário fixo para as crianças brincarem. Os cenários e aces-
sórios também podem fazer parte de outras situações de livre escolha,
como, por exemplo os cantos.

Engajando as famílias
Envie um bilhete para as famílias contando sobre a atividade e falando
que os cenários ficarão disponíveis para que, nos horários de entrada
e saída, os responsáveis possam brincar neles com junto com crianças
durante a semana.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
A proposta é um convite para que as crianças observem e apreciem
elementos naturais, fazendo registros fotográficos deles, para serem
explorados na produção de desenhos de observação. Para isso, caso
não haja área verde em sua escola, programe com antecedência uma
visita a praça, jardim ou parque mais próximo. Nesse caso, organize os
combinados prévios e autorizações, com as famílias e com a gestão da
escola, verifique também a possibilidade de ter outros funcionários
acompanhando a visitação. A observação das crianças durante as ati-
vidades desta sequência partirão dos elementos naturais, mas estarão
pautadas especificamente nas fotografias tiradas por elas, assim, se faz
necessária a disponibilidade dos equipamentos digitais para capturar e
reproduzir tais imagens.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

Desenho de observação da natureza

Desenhando em parceria

Aprimorando o desenho

Desenho de Perspectiva

Desenho de observação: Organizando a exposição


Materiais:

Máquinas fotográficas e ou celulares, de acordo com a disponibilidade


da escola, sendo interessante ter um equipamento para cada dupla ou
trio de crianças. Data show ou mesmo algum computador no qual as
imagens no momento da atividade possam ser projetadas. Na ausência
deles, as crianças podem visualizá-las diretamente das câmeras ou do
celular. Suportes como: cartolina, papel cartão, sulfite. Diversidade de
gizes, lápis de cor, lápis grafite, canetinhas hidrocor, giz de quadro, tin-
tas, conforme o material disponível em sua escola.

Organize os materiais de forma que potencializem o uso e a exploração


de todos, como uma oficina de artes, os suportes em caixas, arrumados
por tamanhos, formas, ou cores. Disponha todo o material para dese-
nho em potes e bandejas, favorecendo a acessibilidade das crianças.
Livros infantil e jogos, como quebra-cabeças, peças de montar etc.

Espaços:

A atividade ocorrerá em dois ambientes distintos: a observação e o re-


gistro fotográfico na área verde e o desenho na sala de atividades do
grupo.Na sala, deixe o espaço preparado antes de iniciar a atividade,
tanto a parte do desenho como o equipamento para a projeção. Para
apoio com o material de projeção, é indicado o auxílio de outro pro-
fissional, combine com a coordenação a disponibilidade de algum fun-
cionário para te ajudar, conforme as possibilidades da escola. Organize
também um canto com os livros e jogos, para atividades autônomas
das crianças, enquanto aguardam a organização das fotos.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora e 30 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:


1. Na área verde as crianças comentam sobre a diversidade dos ele-
mentos naturais, notando diferenças e semelhanças, comparando suas
características e detalhes?

2. Durante o registro fotográfico as crianças expressam os motivos de


suas escolhas, ou curiosidades que as levam a fotografar determinado
elemento?

3.Enquanto desenham, trocam ideias entre si a respeito do elemento


escolhido, partilhando suas impressões e maneiras de desenhá-lo? De-
monstram interesse no desenho do colega, fazendo perguntas e dando
opiniões?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança.

A exploração da área verde é um momento muito agradável, promova a


vivência de forma colaborativa, em duplas ou trios,assim os colegas se
ajudam mutuamente.

Dê especial atenção aos registros fotográficos dos elementos naturais,


certifique-se de que todas as crianças tenham escolhas e formas de
olhar a natureza capturadas em imagens.

O que fazer durante?


1

Faça uma roda com o grande grupo e converse com as crianças a res-
peito das observações que fazem da natureza, se já observaram com
atenção algumas partes das plantas e o que encontram de interessante
ao observar árvores, flores, folhas, terra, raízes. Interaja com as crian-
ças ouvindo seus relatos e experiências e compartilhe com elas as suas
também. Complemente que seria divertido registrá-las em fotografias,
para serem exibidas na sala de atividades. Convide-as para fazer isso,
visitando uma área verde próxima, onde elas possam apreciar os ele-
mentos da natureza e tirar as fotos das partes que quiserem para mos-
trar aos amigos e fazer desenhos depois. Proponha que organizem uma
exposição para a família e para a comunidade escolar com os desenhos
feitos a partir das observações da natureza e das fotografias que irão
tirar. Converse sobre o funcionamento de câmeras fotográficas ou celu-
lares, fazendo alguns testes e combinados quanto ao uso dos aparelhos
antes de saírem para a área externa.Façam acordostambém em relação
à visita à área externa, indicando que realizem observações e registros
fotográficos, em duplas ou trios, para que escolham juntos os elemen-
tos da natureza que desejam observar melhor e registrar em foto.

Já na área verde, favoreça a exploração dos elementos naturais, agu-


çando o olhar das crianças para a riqueza de detalhes, diferenças dos
formatos de caules, troncos, folhas etc. Evidencie a variedade de cores
e de formas encontradas na natureza. Enquanto observam, as crianças
escolhem elementos para serem fotografados, nas duplas e trios, ou
mesmo individualmente, se preferirem. Atente-as para diferentes ângu-
los e distâncias possíveis para uma foto de um mesmo elemento, explo-
rando o zoom (efeito das fotografias tiradas mais de perto ou de longe).
Aproveite também, conforme possibilidades, outros recursos fotográfi-
cos para capturar movimentos e o máximo possível de detalhes.

Conforme as crianças vão observando e decidindo em seus agrupamen-


tos o que e como fotografar, compartilham o uso dos aparelhos que
estão disponíveis, apoiando-se umas às outras para realizar registros fo-
tográficos. Acompanhe o procedimento oferecendo ajuda e orientações
quando necessário, de forma a garantir que todos tenham tirado fotos.
Se alguma criança ou agrupamento não quiser fotografar, proponha
que memorize as formas, as cores ou outra coisa que tenha lhe chama-
do atenção.

De volta à sala de atividades, em roda com o grande grupo, proponha


um diálogo sobre as observações realizadas na área externa, possibili-
tando que as crianças visualizem as imagens fotografadas.

Combine acordos com a turma para que todos possam ver os registros.
Sendo máquinas fotográficas ou celulares, por exemplo, as crianças
apreciam e comentam nas duplas ou trios. Transfira as imagens para o
notebook ou data show e organize apresentações em slides que facili-
tam a investigação dos detalhes e as conversas coletivas. Para esse fim,
é muito importante a presença do profissional de apoio, pois enquanto
ele programa as imagens nos aparelhos, você dialoga com o grupo so-
bre a exploração dos elementos naturais na área externa. Se for neces-
sário mais tempo para essa ação ou se não houver outra pessoa para
auxiliá-lo, combine com as crianças que enquanto elas realizam outra
atividade que podem fazer autonomamente (como utilizar o canto de
leitura ou jogos) as fotos serão organizadas por você para apresenta-
ção. Você pode ainda dar continuidade à proposta em outro momento
da rotina ou mesmo em outro dia, conforme as possibilidades e a orga-
nização da escola.

Após a apreciação e as conversas sobre as fotos, as crianças vão esco-


lher um elemento da natureza para desenhar, destacando os detalhes
observados. Se necessário, projete novamente algumas das fotos que
elas manifestaram ter gostado para conversarem sobre. Instigue a ex-
ploração do elemento na roda, conversando com a turma a respeito do
que mais chamou atenção das crianças na escolha: os detalhes de uma
folha, a sua cor? A composição do tronco ou do caule? A beleza da flor?
Dentre algumas fotos que foram destacadas pelas crianças, proponha
uma rápida votação de um dos elementos, para que realizam os dese-
nhos. Se possível, mantenha a foto desse elemento projetada para que
sirva de apoio durante a produção das crianças.

Informe que a imagem permanecerá projetada no aparelho (notebook,


data show, máquina fotográfica ou celular) para que as crianças possam
revê-la sempre que quiserem e proponha que iniciem o desenho, in-
dividualmente. Circule entre as mesasinteragindo sobre o processo de
desenhar a partir de um elemento observado, fazendo com que as ob-
servações e soluções encontradas sejam compartilhadas durante a cria-
ção dos desenhos. Fomente a troca de ideias em duplas ou pequenos
grupos sobre o elemento destacado,para que as crianças apresentem
umas às outras soluções de traçados, para aproximarem-se do almeja-
do. Ofereça a alternativa de usar mais um suporte para fazer outro de-
senho, com a forma de traçado que o colega propôs.

Observe o tempo das crianças e, à medida que perceber que algumas


já estão concluindo suas criações, ofereça o canto de livros ou jogos en-
quanto o restante do grupo conclui os desenhos.

Retomea roda de conversa (grande grupo) e promova um momento


para apreciação das produções. Convide as crianças que quiserem para
apresentar as criações, contando algo sobre o desenho. Enquanto isso,
as demais crianças o comentam e fazem relações com as suas próprias
produções. Comente com os pequenos que em outros dias terão outras
oportunidades de desenhar explorando outros elementos que fotogra-
faram, buscando inserir mais detalhes da próxima vez.Retome a pro-
posta de organização da exposição e combine onde irão guardar seus
desenhos.

Para finalizar:

Convide as crianças para colaborar na organização do espaço, guardan-


do os materiais e limpando alguma coisa que necessitar.

Desdobramentos
Em outra oportunidade, recolha com as crianças elementos naturais
que foram deixados na área externa pela ação do tempo, que podem
servir de apoio e referência para outros desenhos de observação. Tam-
bém podem fazer alguns desenhos diretamente na área externa, de
modo a observar os elementos naturais e, a partir de suas emoções, es-
colher um local agradável para desenhar.

Engajando as famílias
A partir dos combinados com as crianças sobre a forma de organização
da exposição, registre junto com elas os momentos de exploração e de
criação. Socialize com as famílias em um painel algumas fotos do pro-
cesso ou envie pequenos bilhetes sobre o assunto, deixando os dese-
nhos para serem expostos na mostra.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para a realização desta proposta, sugerimos que utilize fotografias e
produções anteriores das crianças com desenhos de observação da
natureza. A proposta é um convite para que as crianças apreciem e
elaborem mais um desenho a partir das fotografias tiradas por elas na
atividade Desenho de observação da natureza, primeiro plano desta
sequência. De acordo com as possibilidades de sua escola, ofereça as
imagens projetadas em Datashow ou impressas.Caso não seja possível,
procure trazer outras imagens, fotografias e desenhos das crianças.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

Desenho de observação da natureza

Desenhando em parceria

Aprimorando o desenho

Desenho de Perspectiva

Desenho de observação: Organizando a exposição

Materiais:

Fotografias tiradas pelas crianças durante a atividade Desenho de ob-


servação da natureza(ou outras que tiver realizado com o grupo), pre-
ferencialmente impressas. Se não for possível a impressão, ofereça a
visualização no Datashow, computador, notebook, tablet ou celular. Su-
portes para os desenhos, como cartolina ou papel cartão, em tamanhos
e formatos variados. Diversidade de gizes de cera, lápis de cor, lápis
grafite, borracha, canetinhas hidrocor, conforme o material disponível
na escola.Organize os materiais sobre uma mesa para fácil acesso e es-
colha pelas crianças.

Espaços:

A atividade ocorrerá na sala de atividades do grupo ou outro espaço


que achar adequado para a proposta. Organize-o com os materiais de
maneira atraente, de forma que fique esteticamente agradável e convi-
dativo ao envolvimento do grupo. Acomode os materiais em potes co-
loridos e arrume os suportes em cascata, por exemplo.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1hora e 15 min.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Ao reverem as fotografias, que contribuições as crianças trazem so-


bre a experiência de observação da natureza e sobre os registros foto-
gráficos propostos na atividade anterior?

2. Como compartilham ideias sobre suas observações a partir da fo-


tografia? E durante a elaboração do desenho? Conversam entre si re-
fletindo sobre seus traçados, alterando ou melhorando algum detalhe
após comentários do parceiro?

3.De que forma as crianças analisam seus projetos fazendo compara-


ções entre a foto e a forma que estão desenhando? Apreciam, criticam,
encontram diferenças e elaboram alterações?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada crian-
ça.

Atividades em parceria favorecem a socialização e aprendizagem das


crianças, pois precisam colocar em jogo ideias, emoções, hipóteses e
decisões. Caso alguma delas rejeite a proposta, mesmo sendo encora-
jada a partilhar a criação com um colega escolhido por ela, possibilite o
desenho individual ou em trio, para que a criança encontre uma alter-
nativa que garanta sua participação.

O que fazer durante?

Faça uma roda com o grande grupo e converse com as crianças sobre
as fotografias que tiraram durante a observação da natureza no pla-
no Desenho de observação da natureza. Dentro das possibilidades de
sua escola, exiba as imagens através do Datashow ou disponibilize im-
pressas. Interaja com o grupo, apreciando as fotografias e ouvindoo
que as crianças têm a dizer sobre os momentos vivenciados. Acolha
as opiniões e promova conversas sobre as descobertas e curiosidades
encontradas nas fotos. Destaque as percepções semelhantes entre as
crianças e compartilhe também suas observações. Valorize os detalhes
contados a respeito das fotografias, avivando as lembranças sobre o
momento em que a imagem foi registrada.

Após explorarem todas as imagens, proponha às crianças que escolham


uma fotografia. Convide a turma para uma seleção coletiva, propondo
que cada uma vote na sua foto preferida e depois contem e verifiquem
a mais querida pelo grupo. Assim, a referência do desenho será a mes-
ma e de comum acordo.

Compartilhe a ideia de que desta vez o desenho seja realizado em du-


plas para que possam dar dicas, observarem juntos os detalhes da foto-
grafia e decidirem como comporão o desenho. Pergunte às crianças se
já fizeram uma produção em dupla, se acham que é interessante, como
podem se organizar para isso etc. desta forma, ajuda as crianças a an-
teciparem sua organização para a produção que irão realizar, afinal em
duplas terão que negociar e combinar para que todos fiquem satisfeitos
com o processo e o resultado.

Informe que estes desenhos serão depois utilizados em uma exposição


que irão organizar para que as outras crianças da escola e seus familia-
res possam visitar.

Ao convidar as crianças à seleção dos materiais, promova uma rápida


conversa sobre a proposta de desenhar em duplas e de trocar ideias e
sugestões durante a criação do desenho. Combine com elas que duran-
te a produção podem querer fazer alterações e que para isso é preciso
pensar sobre que material permite fazer isso da melhor forma. Comen-
te que o lápis grafite possibilita que o desenho seja alterado à medida
que experimentam alguns traçados e trocam ideias com o colega da
dupla, mas cuidado para não desconsiderar a escolha das crianças, elas
podem preferir desenhar com gizes ou lápis coloridos, de acordo com
suas intenções em relação ao que estão criando. Para a escolha do su-
porte, indique que pensem em algo que tenha um espaço adequado e
com material interessante para a realização de um desenho em duplas.
Logo após as crianças selecionarem o suporte e os demais materiais
deixados à disposição para a atividade, convide-as para iniciarem suas
produções.

Assim que as crianças começarem suas criações, acompanhe o envolvi-


mento das duplas durante o desenho. Observe se estão trocando infor-
mações quanto aos detalhes da produção e considerando os olhares de
cada um. Proponha, se necessário, a participação do parceiro, ou inte-
raja em algum diálogo para dar ênfase às opiniões de ambos da dupla.

Sugira que observem a fotografia, dando pausas no processo de dese-


nhar, voltando a olhar para a imagem e que façam comparações quanto
ao que estão desenhando.

Fique atento aos diálogos e dê exemplos de alguns detalhes, como uma


folha da árvore ou um tronco bem grosso para que observem como es-
tão sendo retratados em seu desenho. Estes apontamentos potenciali-
zam as investigações das criançassobre as particularidades do elemento
que estão explorando e alimentam suas reflexões sobre seus traçados.

Possíveis ações das crianças neste momento: Uma criança da dupla


olha para o desenho que iniciaram e comparando com a fotografia indi-
ca ao colega: aqui está faltando uma folha, vamos fazer?!

Conforme os desenhos se definem indique que olhem novamente para


a fotografia, observando suas cores para que decidam a coloração que
darão ao seu desenho, caso tenham realizado em grafite. As crianças
podem decidir por manter a cor da imagem, imprimindo maior realida-
de ao desenho que fizerem ou podem preferir a utilização de cores di-
ferenciadas, dando um toque pessoal à sua produção.

O importante é que a decisão da dupla ocorra a partir da observação e


discussão dos elementos da foto. Queaconteçam negociações e com-
binados entre as crianças sobre como querem complementar seus de-
senhos, mesmo porque algumas podem não querer colorir, optando
por deixar o desenho em grafite ou na cor da canetinha que tenha es-
colhido para realizar o desenho. Participe atentamente deste processo,
estando presente nas conversações e contribuindo com sugestões, caso
observe algum conflito entre os pares.

Observe o tempo do grupo e a medida que perceber que algumas du-


plas estão finalizando, comunique o tempo restante para o término da
atividade, mas tranquilize se alguma dupla manifestar que ainda falta
muito para concluir, dizendo que poderão guardar assim e terminar em
outro momento.

Disponibilize um jogo, brinquedos ou um canto de livros para que as


crianças que forem terminando primeiro estejam ocupadas enquanto
aguardam as demais. Conforme a maioria finaliza a atividade, solicite
auxílio na guarda dos materiais e na organização da sala.

7
Após todos terem terminado, convide as crianças a se reunirem em
roda novamente. Na roda de conversa (grande grupo),proponha a apre-
sentação das produções. Convide cada dupla a comentar como foi de-
senhar em parceria, incentiveque observem e comentem o que acham
sobre a representação da fotografia no desenho criado. Oportunize
apreciações quanto aos detalhes e à definição das cores usadas em re-
lação às imagens observadas.

Para finalizar:

Após propiciar oportunidade a todos que desejarem, de exporem suas


criações, solicite que arrumem as fotos e desenhos para que suas pro-
duções fiquem expostas por um tempo em sala, disponha um varal ou
painel para isto. Convide as crianças para colaborarem na organização
do espaço, guardando os materiais utilizados.

Desdobramentos
Você pode oferecer esta atividade em outro momento, propondo que
desenhem novamente em duplas a partir de outra fotografia ou outra
proposta de criação.

Pode ainda ampliar em desenhos em trios, apresentando maior desafio


às crianças.

Engajando as famílias
Combine com as crianças que contem aos seus familiares sobre a expe-
riência de desenharem em duplas e sobre a proposta do desenho para
mais uma produção para compor a exposição que estarão organizando.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Esta proposta oferece uma apreciação coletiva de uma das produções
das crianças, realizada na atividade Desenho de observação da nature-
za, por meio de feedbacks que favoreçam o aprimoramento do dese-
nho. Como subsídio para que conheça um pouco mais sobre esse tipo
de proposta e com isso possa planejar intervenções interessantes, as-
sista:A borboleta de Austin, um vídeo que apresenta exemplos de argu-
mentos eficazes para este tipo de atividade (em inglês com possibilida-
de de legenda em Espanhol). Este arquivo também explicita o mesmo
projeto.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

Desenho de observação da natureza

Desenhando em parceria

Aprimorando o desenho

Desenho de Perspectiva

Desenho de observação: Organizando a exposição

Materiais:
Desenhos feitos pelas crianças e fotografias tiradas durante a atividade
Desenho de observação da natureza, preferencialmente impressas, ou
antecipe equipamento para projetá-las (Datashow,notebook ou tablet,
conforme disponibilidade da escola). Suportes para o desenho: carto-
lina (cortada em tamanhos variados), folha sulfite ou A4. Lápis grafite,
borracha, diversidade de gizes de cera, lápis de cor, canetinhas hidro-
cor,conforme o material disponível em sua escola.Organize os materiais
sobre uma mesa, para fácil acesso e escolha pelas crianças.

Espaços:

A atividade ocorrerá na sala de atividades do grupo, ou outro espaço


que achar adequado para a proposta. Organize os materiais de forma
que fiquem esteticamente agradável e convidativo ao envolvimento das
crianças.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1hora e 15 min.

Perguntas para guiar suas observações:

1. De que forma as crianças decidem pela imagem que será analisada


pelo grupo? Recordam e comentam de situações de quando aquele de-
senho foi feito?

2. Durante a conversa de apreciação, as crianças analisam o desenho


do colega e propõe modificações a partir de uma observação detalhada
e comparativa com a fotografia? Sugerem relações com figuras geomé-
tricas, perspectivas e distâncias, apontando novas possibilidades de tra-
ços e formas?

3.Enquanto produzem, as crianças interagem com os colegas, solicitan-


do ou apontando sugestões para aprimoramento de seu desenho? Re-
tomam o olhar à fotografia buscando observações mais apuradas?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada crian-
ça.

Atividades coletivas favorecem a socialização e aprendizagem das crian-


ças mas também são motivadoras de desafios e conflitos. Garanta que
todas tenham possibilidade de expressarem suas opiniões e percepções
sobre o desenho em discussão, sendo específicos e gentis em seus co-
mentários.Com isso, as crianças poderão trocar dicas e ideias de cons-
trução com seus colegas de diferentes maneiras e linguagens.

O que fazer durante?

Faça uma roda com o grande grupo e questione as crianças sobre as


possibilidades de melhorar um desenho que fizeram, indique que tro-
car ideias é importante para se descobrir como é possível fazer isto e
solicite opiniões sobre o assunto.

A partir dos comentários que emergirem deste primeiro momento,


organize as ideias com a turma, e convide à escolha de um desenho,
entre as produções da atividade Desenho de observação da natureza.
Compartilhe que após esta decisão, elas farão a apreciação e conversa
sobre suas características.

Destaque que este momento de conversa será muito importante para


conhecer as ideias do colega, pois as opiniões de cada um vão apre-
sentar observações mais detalhadas sobre o desenho apreciado, sobre
suas formas e traços, e também trazer comparações com a fotografia
que ele representa. Com todas essas informações, todos terão mais
elementos para pensar em como fazer um outro desenho, melhor do
que o primeiro.

Combine com as crianças que todos terão a oportunidade de contribuir


com suas ideias, mas que as conversas serão com muito carinho e res-
peito, para com o colega que emprestar sua produção para a opinião
coletiva.

Garanta que os desenhos da primeira atividade da sequência, este-


jam expostos em um varal ou painel ou mesmo sobre algumas mesas,
acessíveis à observação das crianças. Programe um tempo de aproxi-
madamente 10 minutos, para que as crianças vejam os desenhos e se-
lecionem entre si, apenas um desenho para ser aprimorado na reflexão
coletiva.

Durante o processo de escolha, dialogue com a crianças resgatando


lembranças da atividade inicial, dos momentos de exploração no jar-
dim, das escolhas de elementos da natureza para as fotografias, comen-
te sobre o que mais chamou atenção em alguns momentos, fomentan-
do as ideias e da turma.

Problematize as situações de escolha, questionando as crianças sobre


como chegar a opção de somente um desenho para fazer mais observa-
ções sobre ele, ou se alguém gostaria de oferecer o seu desenho para
os colegas darem ideias de mudanças. Caso ocorra de mais de uma
criança oferecer o seu desenho, ou se elas manifestarem muitas dúvi-
das e desacordos na escolha, separe com elas dois ou três desenhos,
isto pode contribuir na organização da conversa argumentativa de apri-
moramento do desenho.

Organize com as crianças o espaço para exporem o desenho ou dese-


nhos escolhidos e as respectivas imagens fotográficas para as discus-
sões, de forma a garantir a visualização de todas as crianças durante
suas observações e argumentações.

Pode fixar as imagens no quadro, projetá-las usando o datashow ou


apresentando-as pelo computador. Desenho e foto são colocados lado
a lado para possível comparação, apreciação e apontamentos das crian-
ças.

Proponha o momento de apreciação, no grande grupo. Converse com


as crianças sobre como podemos apontar nossas observações no de-
senho do colega.Compartilhe que cada um tem um jeito de desenhar e
que podemos ajudar uns aos outros, falando o que achamos que pode
ser feito em alguma parte do desenho para aprimorá-lo, para que ele,
de certa forma, fique mais parecido com o elemento natural que vemos
na fotografia.
Coloque que as dicas, ideias e sugestões serão aproveitadas durante
a nova produção do desenho e que por isso, podemos dar nossas opi-
niões sabendo que será uma oportunidade de todos melhorarem algo
ao desenhar.

Possíveis falas do professor neste momento: Pessoal, ao sugerir alguma


mudança, podemos mostrar aqui no quadro a maneira que pensamos
sobre o desenho, para que ele fique mais parecido com a foto e todos
os nossos colegas possam tentar fazer da mesma maneira.

Proponha que as crianças iniciem suas observações sobre o desenho.


Potencialize as sugestões apresentadas, considerando as diversas for-
mas da criança se expressar, falando, fazendo gestos, mostrando e co-
mentando sobre algumas formas e traços específicos do desenho, etc.
Provoque atenção delas aos detalhes mencionados nesta troca para
resgatarem depois, no momento de criação do novo desenho.

Favoreça que várias crianças se posicionem sobre um mesmo elemento


do desenho, alinhe os pensamentos semelhantes a respeito da obser-
vação citada e inspire investigações diferentes, retomando sempre a
apreciação da fotografia para promover comparações.Convide as crian-
ças a oferecerem modificações possíveis, caso não surjam, espontanea-
mente em suas falas.

Ao perceber que as ideias vão se esgotando, pergunte às crianças se


consideram que com essas observações o desenho ficará ainda melhor,
e se isso que conversaram ajuda também a pensarem em seu próprio
desenho e em como criar mais detalhes nele. Após finalizarem as dis-
cussões comunique que terão a oportunidade de reelaborar seu pró-
prio desenho a partir das considerações e ideias do grupo.

6
Convide a turma para individualmente fazer uma nova produção do seu
próprio desenho. Proponha que cada criança pegue seu desenho inicial
e o material necessário para começar a criação, considerando o que ob-
servaram no desenho e na fotografia e o que os colegas falaram sobre
as modificações que poderiam ser feitas.

As crianças escolhem o que utilizar para sua produção, dentre os ma-


teriais disponíveis, pode preferir por exemplo usar canetinha hidrocor
por achar mais fácil de manipular,ou pode preferir o lápis grafite por-
que pode-se apagar e alterar conforme acharem necessário. Enquanto
as crianças produzem, caminhe entre as mesas interagindo nas con-
versações propostas por elas, pontue sobre as ideias semelhantes e
divergentes que surgiram no grande grupo, a fim de resgatar algum
comentário interessante, ou lembrar algum traçado sugerido pelo ami-
go durante a roda de conversa. Não deixe de registrar as ações e inte-
rações importantes do grupo neste momento de aprimoramento do
desenho inicial, o que manifestam que precisam melhorar, o que não
tinham colocado no desenho e agora viram que precisam fazer, deta-
lhes de formas, elementos e cores, etc.

Observe o tempo do grupo e converse com as crianças para olharem se


o desenho está como desejam, se já incorporaram as ideias sugeridas
pelos colegas, se falta algum detalhe para acabar. Indique que retomem
também à fotografia para compararem e analisarem melhor suas pro-
duções. Caso alguma criança tenha experimentado um material para
seu desenho, como lápis grafite, por exemplo, e não gostou do resulta-
do, ou considere que poderia fazer outro desenho mais elaborado, diga
que ela pode utilizar outro papel e realizá-lo de outra forma.

A medida que perceber que estão finalizando, comunique o tempo


restante para o término da atividade. Quem for terminando pode ir au-
xiliando na organização da sala ou buscando um livro ou um jogo nos
materiais da sala, enquanto os colegas concluem as produções.
8

Na roda de conversa (grande grupo),proponha que as crianças insiram


no varal ou no painel seu desenho inicial e o reelaborado neste dia.
Proponha que comparem sua primeira produção e a atual, comparti-
lhem suas criações e apreciem a dos colegas, falando do que buscaram
detalhar e aprimorar no desenho feito após a apreciação coletiva.

Comunique que estes desenhos também farão parte da exposição que


irão organizar para que as outras crianças da escola e seus familiares
possam visitar.

Para finalizar:

Após as crianças finalizarem os comentários e apreciações, convide-as


para colaborarem na organização do espaço, preparando a sala para a
próxima atividade.

Desdobramentos
Você pode oferecer esta atividade de aprimoramento do desenho com
as produções das crianças realizadas durante o plano Desenhando em
parceria, desta sequência, reelaborando o desenho em duplas..

Engajando as famílias
Proponha às crianças que levem as duas produções para casa e com
elas contem aos seus familiares como foi o processo de dar opiniões e
pensarem juntos em como modificar seus desenhos. Combine a data
de retorno dos desenhos para que estejam na escola por ocasião da ex-
posição que irão organizar.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Nesta proposta as crianças irão retornar ao mesmo local (área verde)
em que estiveram para a atividade do plano 1 desta sequência. Da mes-
ma forma, se a visita for a algum local externo, organize os combinados
prévios e autorizações, verificando também a possibilidade de ter ou-
tros funcionários acompanhando a visitação.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

Desenho de observação da natureza

Desenhando em parceria

Aprimorando o desenho

Desenho de Perspectiva

Desenho de observação: Organizando a exposição

Materiais:

Fotografias impressas tiradas no plano Desenho de observação da natu-


reza.

Máquinas fotográficas e ou celular de acordo com a disponibilidade da


escola.

Equipamento para projeção das fotos (datashow, notebook, tablet ou


mesmo celular, conforme recurso disponível). Suportes para o desenho:
cartolina (cortada em tamanhos variados), folha sulfite ou A4. Lápis
grafite, borracha, diversidade de gizes de cera, lápis de cor, canetinhas
hidrocor, conforme o material disponível.Organize os materiais sobre
uma mesa, para fácil acesso e escolha pelas crianças.

Espaços:

A atividade ocorrerá em dois espaços distintos, observações na área


verde e o desenho na sala de atividades do grupo .

Na sala de atividades organize o espaço de forma a facilitar o acesso


aos materiais que serão usados para desenhar. Cuide também para que
esta arrumação fique chamativa e interessante para as crianças.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1hora e 15 min.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Na investigação, as crianças observam algo novo no elemento natu-


ral? Como reagem a isto?

2. Que ideias são trocadas entre as crianças sobre como se posicionar


para examinar o elemento sob outro ponto de vista? De que forma atri-
buem estes novos olhares à ação de fotografar?
3.Durante a apreciação dos desenhos do grupo, as crianças identificam
elementos, como traçados, formas e cores, que determinam serem os
desenhos criados sobre uma mesma perspectiva? Como manifestam
estas relações?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada crian-
ça.

Explorações em área verde são prazerosas e favorecem o envolvimento


do grupo. Garanta que todas as crianças experimentem novas possibi-
lidades de observação do elemento natural e façam seus registros fo-
tográficos. Encoraje as narrativas e outras formas de socializarem suas
descobertas, o modo de olhar e os detalhes percebidos, para que a tro-
ca favoreça o aprimoramento do desenho.

O que fazer durante?

1
Partilhe com o grande grupo a proposta de retornarem à área verde
para observarem novos elementos e tirarem outras fotografias. Para
isso, mostre que você organizou no varal ou painel, ou mesmo em uma
mesa, as fotografias tiradas no plano Desenho de observação da natu-
reza. Conte às crianças que elas farão a escolha de uma nova imagem
de um componente da natureza, para, em seguida, voltarem ao local
em que a fotografia foi tirada para novas investigações das característi-
cas do elemento natural.

Compartilhe que irão experimentar formas diferentes de apreciação,


conferir se é possível vê-lo da mesma maneira que está representado
na foto, olhar atentamente se houve alguma mudança e também tirar
novas fotografias deste elemento.Adiante para a turma que após a vi-
vência, todos retornarão para a sala de atividades onde farão um novo
desenho.

Informe que vocês farão uma roda de conversas na área verde, para
discutir e trocar ideias sobre as apreciações realizadas e para pensar
em possibilidades de registro das informações obtidas nesta nova visi-
ta.

Convide as crianças a iniciarem seu processo de escolha. Programe um


tempo de aproximadamente 10 minutos para que vejam as fotografias
e selecionem entre si apenas uma imagem para direcionar a exploração
externa.

Defina com elas a forma de escolha da imagem, combinando que terão


outras oportunidades de atividade para as demais fotos.Feito a escolha,
planeje acordos em relação a visita à área externa. Indique que reali-
zem as observações junto a um colega, em duplas, para que conversem
sobre a exploração e um possa auxiliar o outro no registro fotográfico .
3

Na área externa, conforme as possibilidades da escola, ofereça algu-


mas cópias da fotografia escolhida para que as crianças possam utilizar
como referência de posição. Se na primeira vez tiraram a foto em pé,
por exemplo, de uma flor, agora irão buscar novas perspectivas, foto-
grafando de diferentes lugares, sentadas, deitadas, de lado, distantes
etc. Avise sobre o tempo que terão para essa investigação e acompanhe
o processo de observação do elemento natural. FIque atento às falas,
diálogos, movimentos e gestos que emergem desta ação. As crianças,
por sua atitude investigativa, naturalmente irão explorar outras for-
masde visualização do elemento sem sua interferência direta. Por isso,
neste momento de descobertas, observe como elas manifestam o olhar
e as diferentes perspectivas, que movimentos fazem e como se posi-
cionam. A partir destes observáveis, proponha que experimentem algo
que o colega já vivenciou, podendo também participar com as crianças
dessa investigação.

Possíveis falas do professor neste momento: Pessoal, olhem como o


nosso amigo está fazendo para observar a flor (exemplo)! Eu também
vou me deitar aqui para saber o que ele vê!

Após o tempo dado para a exploração, convide as crianças para se


sentarem em roda com você no grande grupo e em volta do elemen-
to investigado. Conversem sobre as observações e novas descobertas
que estão sendo feitas. Interaja com elas, partilhando também suas in-
vestigações. Conte, por exemplo, como foi diferente olhar o elemento
natural agora de outro jeito, de outra perspectiva e pergunte se alguém
achou outra posição para a investigação e o que tem a compartilhar
sobre isso. Durante a interação, oportunize também que algumas crian-
ças se posicionem novamente em volta do elemento e o observem por
cima, por baixo, de um lado, de outro, descrevendo para a turma con-
forme se movimentam. Destaque as diferenças relatadas para desper-
tar a percepção de mudança conforme o ponto de vista.
5

Proponha novo registro com fotos a partir destes diferentes ângulos,


informando que, retornando à sala de atividades, vão produzir seu
desenho de observação a partir da posição escolhida. Novamente em
duplas, as crianças combinam como vão tirar a fotografia, trocam su-
gestões e impressões, retomam os olhares e ângulos investigados antes
para o registro da imagem por meio de nova fotografia.

De volta a sala de atividade do grupo, convide a turma para selecionar


o material necessário, para que, individualmente, façam um desenho
do elemento natural que foi visualizado e fotogrado em diferentes posi-
ções. Conforme as possibilidades, projete as novas fotografias para que
as crianças tenham referências das diferentes perspectivas ao fazerem
seu desenho. Durante a produção das crianças, circule entre elas ob-
servando o processo criativo e atentando-se às narrativas espontâneas.
Esta interação lhe fornecerá informações sobre figurações e traços que
as crianças representam. Ao notar que algumas crianças já estão termi-
nando o desenho, comunique o tempo restante para o final da ativida-
de.

Disponibilize uma caixa com materiais de largo alcance para que as


crianças que concluírem a proposta possam criar brincadeiras com au-
tonomia, enquanto as demais estão finalizando.

Conforme as crianças concluem seus desenhos, convide-as para coloca-


rem eles no varal ou em um painel para apreciação do grupo. Durante
este momento, elas podem buscar por semelhanças de perspectiva,
percebendo colegas que desenharam o elemento natural a partir da
mesma posição e como foi a representação. Ao observar que os diálo-
gos se encerram, proponha que guardem os materiais usados durante a
atividade e ajudem na organização dos espaços.

Para finalizar:

Informe às crianças que esta produção é a última da sequência de de-


senhos de observação e que logo vocês irão organizar uma exposição
para mostrar as criações a todos familiares e amigos da escola.

Desdobramentos
Você pode realizar esta atividade propondo utilizar as outras imagens
dos elementos naturais fotografados pelo grupo que ainda não foram
investigadas.

Engajando as famílias
Planeje com as crianças que elas compartilhem com os familiares a
ideia de que podemos olhar a natureza ao nosso redor de várias ma-
neiras. Diga para que apresentem a eles a nossa proposta de fotografar
posições diferentes de uma planta, para a observação das mudanças
conforme o ponto de vista.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para finalizar esta sequência, as crianças serão convidadas a organizar
uma exposição dos desenhos de observação que foram produzidos pelo
grupo. Combine tudo previamente com a direção escolar: verifique a
disponibilidade dos espaços para acomodar as atividadese a data que
estará disponível (aos outros grupos e posteriormente aos familiares).
Conforme a sua necessidade, verifique também a possibilidade de ter
outros funcionários auxiliando-o na arrumação. Elabore um cartaz com
as crianças, como forma de convidar os outros grupos da escola,e orga-
nize com os demais professores como será a visitação à exposição após
esse dia de planejamento com as crianças.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

Desenho de observação da natureza

Desenhando em parceria

Aprimorando o desenho

Desenho de Perspectiva

Desenho de observação: Organizando a exposição

Materiais:
Fotografias impressas e desenhos produzidos pelas crianças durante a
sequência.

Máquinas fotográficas e ou celular, de acordo com a disponibilidade da


escola, para registrar a ação das crianças. Painéis, stands, biombos, va-
rais, conforme disponibilidade e hábito de uso pela equipe escolar para
exposição de atividades.

Fitas adesivas, prendedores, barbante. Cartolinas, papéis cartão, sulfi-


tes, papéis pardo,entre outros, em cortes diversos e cores variadas. Pin-
céis atômicos, canetas hidrocor de cores variadas. Quadro, giz.

Jogos de montar, brinquedos, folhas sulfite e materiais para desenhos


livre e caixa de leitura.

Espaços:

A atividade ocorrerá em dois espaços distintos: na sala de atividades do


grupo e no espaço escolhido para a exposição.

Organize (com as crianças) o espaço de maneira acolhedora e estetica-


mente harmoniosa, que convide o visitante a observar os desenhos e as
fotografias. Aproveite a iluminação do local e, caso seja possível montar
a exposição em área externa, sugira ao grupo aproveitar os locais pró-
ximos a árvores e plantas,que foram os elementos naturais de observa-
ção durante a sequência.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora e 20 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:


1. Quais relatos as crianças fazem sobre suas aprendizagens nas diver-
sas formas de observar, fotografar e desenhar o que viram ao longo das
atividades da sequência?

2.Como as crianças decidem e se organizam para a montagem da expo-


sição? De que forma trabalham nos pequenosgrupos?

3.Quais são os comentários no momento da apreciação de suas produ-


ções e como avaliam o resultado da montagem da exposição? Que ex-
pectativas são demonstradas pela visitação dos outros grupos e de seus
familiares?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança. Para que todas participem do processo de organização da ex-
posição, assegure o envolvimento do grupo favorecendo ações em du-
plas ou trios, para que as crianças possam se auxiliar mutuamente.

O que fazer durante?


1

Compartilhe com as crianças, em grande grupo, que chegou o momen-


to de organizar a exposição dos desenhos de observação produzidos
por elas. Para isso, elas precisam planejar a montagem do evento.
Dialogue com elas sobre o que vem a ser uma exposição, para que ela
serve e para quem é direcionada. Peça aos pequenos que pensem e
sugiram o que gostariam de exibir aos familiares e à comunidade esco-
lar. Escolha junto com as crianças o espaço que gostariam de usar, den-
tre as possibilidades da escola, para montar a exposição. Compartilhe
também que precisam decidir se vão produzir cartazes e legendas para
integrar os desenhos e fotos, para complementar as informações aos
visitantes.

Proponha que considerem juntos a escolha do espaço para a organiza-


ção da exposição. Cite como exemplo locais da escola onde já aconte-
ceram exposições, mas procure acolher a opinião do grupo a respeito,
sem descartar as boas ideias que podem surgir. Definido o local, convi-
de o grupo para pensar nas ações necessárias para montar a exposição.
Apresente algumas ideias deixar mais claro o que elas precisarão fazer,
por exemplo: selecionar os desenhos e fotografias, definindo se exibi-
rão todas as produções ou se escolherão algumas de cada estratégia de
desenho de observação. Questione o grupo sobre o que mais é preciso
ser feito para a organização e, enquanto as crianças falam, dando suas
opiniões, anote as ideias no quadro. A partir delas vocês vão um plane-
jamento de montagem, um roteiro de ações.

Convide as crianças para dar início às ações levantadas no roteiro de


montagem. Solicite que elas, organizadas em pequenos grupos, elejam
suas criações para a mostra, escolham os papéis que servirão de mol-
duras para as produções e façam a colagem dos desenhos e das fotos.
Durante essa atividade, circule pelos grupos e dialogue com as crianças
sobre como podem preparar a exposição. Retome o percurso de apren-
dizagens com os desenhos de observação: saída para fotografar, os
desenhos individuais e em duplas; apreciação das imagens e dos dese-
nhos, escolha de uma imagem, várias perspectivas para olhar, aprecia-
ção dos colegas, aprimoramento dos desenhos, etc.

Ainda com a turma em pequenos grupos, comente que os visitantes


precisarão compreender como foram realizadas as produções. Propo-
nha que decidam uma forma de fazer isso, por exemplo, por meio da
produção de cartazes e legendas para as criações, nos quais podem
descrever os elementos naturais observados, o momento e a forma que
os fotografaram, como foram realizados os desenhos etc. Assim o gru-
po compartilha com os convidados como se deram as etapas de criação
dos desenhos.

Convide os pequenos grupos para dar andamento às ações combinadas


para montar a exposição. É importante que vocês retomem o que con-
versaram nas etapas anteriores, apoiando cada grupo nas ações combi-
nadas, como por exemplo, escolherem as obras (imagens e desenhos),
os papéis, produzirem molduras para as obras, organizá-las em murais,
organizar cartazes e legendas etc. É possível que cada grupo necessite
do seu apoio e precise de sua presença para dar andamento às ações.
Considerando isso, procure ter materiais à disposição, como jogos de
montar, brinquedos e caixa de leitura; para que as crianças possam uti-
lizá-los de forma autônoma enquanto você acompanha cada pequeno
grupo, em especial, considerando que alguns irão começar e terminar
antes de outros. Se puder, conte com a colaboração de outro adulto da
escola. Esteja disponível para registar legendas ditadas pelas crianças,
questionar sobre o espaçamento que precisam ter entre uma obra e
outra em um mesmo mural, perguntar se sentem necessidade de in-
cluir a foto que inspirou a produção do desenho etc. Sendo necessário,
reserve mais dias para essa organização, pois é fundamental que os pe-
quenos participem de cada ação relativa à exposição, do planejamento
à sua realização.

Após todos os grupos terem finalizado a organização de suas obras


para a exposição e tendo a decisão sobre o espaço e equipamentos
disponíveis, convide todos para se dirigir até o local e, juntos, expor as
obras, colando os murais e outras produções que realizaram de forma
interessante, para garantir espaço aos visitantes e envolvimento com
o que está sendo exposto. Considere que neste momento as crianças
participarão dando ideias e que você dará maior apoio para que cada
uma seja executada. Aproveite para fazer uma última checagem com as
crianças, solicitando ajuda para que verifiquem se há legendas suficien-
tes, se há alguma obra sem moldura que precisaria ter, se ficou algum
espaço vazio etc.

Para finalizar:

Convide as crianças para apreciarem a exposição que montaram, falan-


do sobre suas próprias produções e sobre as dos colegas. Verifiquem se
a organização da exposição está de acordo com roteiro planejado ante-
riormente e se já está tudo em ordem para receber os visitantes no dia
combinado. Programem alguns acertos posteriores, se acharem neces-
sário.

Desdobramentos
Combine com as crianças a confecção de convites para as famílias. No
dia de abertura da exposição, passe com os pequenos pelas salas dos
outros grupos da escola lembrando que a mostra já pode ser visitada.
Nos momentos de visitação, as crianças podem se posicionar junto à
suas produções para contar aos visitantes como foi realizado aquele
trabalho. Outra possibilidade, durante a exposição, é de algumas crian-
ças serem repórteres e fotógrafos, entrevistando os artistas da mostra e
os convidados sobre o que acham das produções exibidas.

Engajando as famílias
Com a exposição pronta para a visitação, envie os convites para as famí-
lias e combine com as crianças que contem em casa como foi que acon-
teceu a montagem da mostra de desenhos.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Pesquise sobre os biomas brasileiros, a diversidade da fauna, aprofun-
dando seus conhecimentos sobre o assunto e busque também áudios
que possam ser utilizados na atividade, cuidando para que não tenham
sons muito específicos de animais que restrinjam as hipóteses das
crianças. Você pode conferir as seguintes sugestões:

(Mata Atlântica);

(Cerrado);

(Floresta Amazônica).

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

1- Conversando sobre animais

2- Escolhendo alguns animais para conhecer melhor

3- Pesquisando sobre animais dos biomas brasileiros

4- Organizando o catálogo de animais brasileiros

5- Apresentando nosso catálogo de animais brasileiros


Materiais:

1) Nesta atividade será utilizada a sensibilização por meio dos sons da


natureza para despertar a curiosidade da turma sobre os animais e dis-
parar a conversa sobre o tema. Selecione e grave previamente os áu-
dios e prepare a sala com o aparelho de reprodução sonora.

2) Cartolina e caneta hidrográfica para registro em cartaz.

3) Folhas, canetinhas, lápis grafite, lápis de cor, giz de cera, borracha e


apontador, para registro nos grupos.

4) Material para anotação individual do professor, como caneta e um


caderno de registro.

Espaços:

Planeje que a atividade ocorra na sala. O espaço deve ser organizado


de forma a favorecer o deslocamento das crianças, pois a proposta en-
volve momentos de roda de conversa, de movimentação corporal am-
pla e de trabalho em pequenos grupos.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora e 20 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Que expressões verbais e gestuais demonstram o interesse das crian-


ças pelo tema dos animais?
2. Que referências as crianças utilizam na construção das expressões
corporais durante a imitação dos animais?

3. De que formas as crianças comunicam suas ideias nos pequenos gru-


pos? Quais os principais desafios para o diálogo nas equipes? Como
elas os resolvem?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Esta atividade envolve expressão de vivências e
conhecimentos, diálogo e trocas de informações em grupo. Favoreça
que todas as formas de expressão estejam incluídas nos momentos de
roda e de trabalho em grupo e auxilie na comunicação entre as crian-
ças, sempre que isso se fizer necessário.

O que fazer durante?

1
Convide as crianças para entrar na sala previamente preparada com
som ambiente de floresta. Observe as reações, as hipóteses e os diálo-
gos. Provavelmente as crianças demonstrarão curiosidade e conversa-
rão com os colegas e com você sobre as impressões e sobre o que estão
ouvindo (como som de água, de aves etc). Após alguns minutos de in-
teração, abaixe o volume do som ambiente e reúna o grande grupo em
roda. Pergunte às crianças sobre o som que estão ouvindo: de onde é,
o que percebem, que elementos naturais são captados, o que sentem
ao ouvi-lo. Depois questione se elas conhecem alguns animais que vi-
vem neste ambiente e troquem ideias sobre quais animais elas mais
gostam, por que e de onde os conhecem. Diga aos pequenos que você
irá registrar o nome dos animais citados por eles em forma de lista em
num cartaz, para que eles possam fazer a leitura, ver quantos e quais
são conhecidos pelo grupo. Se houver alguma criança que escreva con-
vencionalmente e queira fazer a lista, ofereça apoio no que ela precisar.

Possíveis falas do professor neste momento: Quais animais vocês co-


nhecem que moram na floresta? Como sabem disso?

Depois de todos terem tido oportunidade de se expressar e de a lista


estar concluída, faça a leitura do cartaz com o grupo e problematize so-
bre os sons que esses animais fazem e como se movimentam pela flo-
resta. Os pequenos utilizarão o corpo para demonstrar os movimentos
e sons dos animais. Diga que você irá aumentar o volume do som am-
biente e que agora a sala ficará cheia de animais da floresta (propondo
uma brincadeira). Brinque com eles, deslocando-se pela sala. Interaja
descobrindo os animais que estão imitando, imite um animal também,
convide uma criança que estiver resistente em participar para circular
pelo espaço com você, observando e identificando os animais que os
colegas estão imitando.

3
Abaixe novamente o volume do som ambiente e organize a turma di-
vidida em pequenos grupos de quatro ou cinco crianças. Proponha
uma discussão e um levantamento de hipóteses em grupo: Quais dos
animais listados são brasileiros, vivem em florestas do Brasil? Peça que
os grupos registrem em uma folha, por meio de escrita ou desenho,
as conclusões às quais chegaram. As crianças também podem recorrer
à lista feita inicialmente ou solicitar ajuda ao professor e aos colegas.
Combine com os grupos o tempo que terão para essa etapa.

Enquanto as crianças conversam nos grupos, observe e anote as hipó-


teses que levantam para responder à questão sugerida. Que conheci-
mentos mobilizam para definir quais animais são brasileiros? Como as
crianças expressam suas ideias e recebem as dos colegas? Quais ques-
tionamentos são levantados durante a discussão? Quais critérios utili-
zam na definição da forma do registro (escrita ou desenho) e de quem
irá registrar?

Após o término do tempo combinado, convide as crianças para retor-


nar ao grande grupo, para a socialização das hipóteses. Cada grupo
apresenta seu registro e conta por que escolheu tais animais como bra-
sileiros. Problematize com os pequenos sobre quais foram os animais
que apareceram mais vezes nas listas e questione por que será que
isso aconteceu e onde vivem estes animais. Explore esse momento de
investigação fazendo questionamentos a partir das respostas das crian-
ças, pois nessa argumentação elas elaboram hipóteses e constroem
conhecimentos. Diante das diferentes respostas apresentadas pelos
grupos, pergunte como podem fazer para descobrir se os animais são
brasileiros ou não. Provavelmente as crianças levantarão sugestões de
pesquisar na internet, livros, talvez perguntar a alguém que conhecem
e que supõem que saiba responder. Sugira que as listas criadas em
grupo sejam posteriormente reproduzidas, para que os integrantes do
grupo levem-nas para casa para realizar a pesquisa sobre quais animais
realmente são brasileiros.
Para finalizar:

Convide os grupos para fixar seus registros em um local acessível a to-


dos, que pode ser um varal ou um mural. Na ausência desses materiais,
considere colá-los na parede da sala. Esclareça que os registros serão
retomados após as pesquisas, para confirmação. Organizem os mate-
riais utilizados na atividade e retomem a rotina do dia.

Desdobramentos
Dê continuidade a esta proposta fazendo a leitura dos animais listados,
em um outro momento, e levantando os conhecimentos que as crian-
ças têm sobre eles. Elas podem escolher o animal preferido e fazer o re-
gistro das informações que conhecem sobre eles, por meio de desenho
ou escrita, para compartilhá-las com a turma. Convide algum familiar
de alguma criança da turma que tenha conhecimento na área (biólogo,
cientista, veterinário) para conversar sobre a diversidade da fauna bra-
sileira num dia combinado. Para o bate-papo, levante antes as curiosi-
dades e os questionamentos das crianças sobre o assunto.

Engajando as famílias
Envolva as famílias por meio da participação na pesquisa, confirmando
ou não as hipóteses das crianças sobre os animais que são brasileiros.
Construa um bilhete junto com os pequenos contando que brincaram
de animais da floresta e listaram alguns deles e que agora precisam
descobrir se são ou não brasileiros. Envie uma cópia da lista elaborada
pelo grupo e peça que os familiares ajudem nessa investigação.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Se você estiver dando continuidade à sequência Animais dos biomas
brasileiros, já deve ter ocorrido a socialização das pesquisas realizadas
em casa, confirmando quais dos animais listados nos pequenos grupos
são realmente do Brasil e compartilhando as descobertas feitas duran-
te a pesquisa. Você precisará organizar uma exposição de imagens de
animais brasileiros, para isso, faça uma pesquisa sobre a fauna dos dife-
rentes biomas,garantindo diversidade com mamíferos, répteis, peixes,
anfíbios e aves. Inclua animais da lista realizada na atividade anterior
(Conversando sobre animais).A indicação dos biomas é apenas uma re-
ferência ao professor, não é intenção desta sequência que as crianças
aprendam essa nomenclatura e essa categorização, mas que a fauna
brasileira seja valorizada.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

1- Conversando sobre animais

2- Escolhendo alguns animais para conhecer melhor

3- Pesquisando sobre animais dos biomas brasileiros

4- Organizando o catálogo de animais brasileiros

5- Apresentando nosso catálogo de animais brasileiros


Materiais:

1) Imagens de animais brasileiros, contendo legenda com o nome, orga-


nizadas em uma exposição na sala. No seguinte site você encontra um
catálogo de biodiversidade brasileira, sendo possível buscar imagens
dos animais: PortalBio. Outras sugestões para sua pesquisa: Espécies
ameaçadas de extinção, Biomas brasileiros - MMA, Animais dos Biomas
Brasileiros.

2) Papel para cartaz (um por grupo), canetinhas, lápis grafite, borracha
e apontador.

3) Uma cartolina ou outro papel para cartaz e caneta hidrográfica, para


registro das questões pelo professor.

4) Alguns modelos de catálogos, como: de plantas, insetos, do zoológi-


co local, de animais para adoção, animais em extinção etc. Exemplos:
Aves de rapina: carcará, Catálogo taxonômico da fauna do Brasil.

5) Material para registro das observações, como uma caneta e um ca-


derno.

Espaços:

Planeje que a atividade ocorra na sala da turma. Organize uma exposi-


ção de imagens de animais dos diferentes biomas brasileiros, colando
as fotos em cartazes na parede, ou penduradas em varais e cortinas.
Cuide para que estejam no campo de visão das crianças e na altura de-
las. Caso você ou elas tenham experiências diretas com alguns animais,
é interessante garantir na exposição animais conhecidos por todos. Pri-
vilegie também bichos de outras regiões do país, ampliando o universo
cultural delas.
Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora e 30 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quais expressões, gestos e falas demonstram o interesse e a curiosi-


dade das crianças em relação aos animais brasileiros e aos temas rela-
cionados?

2. Que fontes de informação expressam conhecer quando apresentam


suas hipóteses para a pesquisa?

3. Quais critérios utilizam na escolha dos animais que querem conhecer


melhor?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Durante a exposição, incentive as crianças a des-
crever as imagens, contando sobre algumascaracterísticas dos animais.
Inclua todas as formas de comunicação durante o compartilhamento
coletivo de ideias e hipóteses, tais como expressões faciais e corporais.
Ofereça catálogos diversos aos pequenos, para que todos compreen-
dam do que se trata e assim tenham autonomia na construção do catá-
logo da turma.

O que fazer durante?


1

Antes de entrarem na sala previamente preparada, antecipe aos peque-


nos que você organizou uma exposição de animais brasileiros. Convide-
-os para entrar e circular pelo espaço, observando as imagens. Enquan-
to as crianças observam, atente-se para os diálogos que desenvolvem.
Quais hipóteses levantam durante a observação? Fazem relação com as
listas desenvolvidas nos pequenos grupos na atividade 1 desta sequên-
cia? Mostram preferência por alguns animais? Utilizam a legenda para
ler o nome do animal? Quais relações estabelecem entre as imagens e
os conhecimentos prévios e as vivências pessoais? Registre suas obser-
vações, elas darão indicações para sua atuação tanto nesta atividade
como em outros momentos de sua prática.

Caminhe entre as crianças e faça intervenções que as instigue a fazer


relações, levantar questionamentos e a formular hipóteses, apurando o
olhar, aguçando as descobertas e promovendo a troca de ideias duran-
te a observação.

Possíveis falas do professor neste momento: Tem algum animal que vo-
cês mais gostaram? Por que? Achei esse animal muito interessante! O
que vocês acham?

O que mais te interessou aqui? Ah, verdade, bem que quando fizemos
a nossa primeira lista vocês comentaram sobre este aspecto, né? Será
que temos como saber qual o nome deste animal?

Com as crianças ainda circulando pela sala e analisando as imagens,


peça que imaginem que sons estes animais produzem e como se movi-
mentam no ambiente em que vivem. Interajam e troquem ideias sobre
hipóteses quanto à movimentação e sons dos bichos. Proponha compa-
rações entre eles, pergunte onde já ouviram esses sons e viram tais mo-
vimentos. Enquanto conversam e elaboram respostas aos seus próprios
questionamentos e aos dos colegas, as crianças indicarão as fontes de
informação que estão utilizando na formulação de suas hipóteses. Es-
sas fontes podem ser filmes que tenham assistido, livros, a vivência de
uma visita ao zoológico, viagens ou outras experiências pessoais. Sugira
que brinquem, imitando os animais da exposição, explorando a expres-
são corporal.

Convide as crianças para se sentar em roda com você, reunidas no


grande grupo. Incentive-as a contar o que acharam dos animais da ex-
posição, o que chamou mais a atenção delas, quais animais já conhe-
ciam e de onde. Favoreça que todos possam expressar suas opiniões.
Depois pergunte se identificaram, dentre os animais expostos, alguns
listados na atividade anterior. Retome com a turma a lista produzida
na atividade 1 desta sequência (Conversando sobre animais) e façam
juntos a verificação dos animais que estão expostos. Lembre com os
pequenos das pesquisas realizadas em casa para conferir as hipóteses
quanto aos animais que são brasileiros. Quais animais estão na expo-
sição, quais não apareceram? Estimule que compartilhem seus conhe-
cimentos e suposições sobre os habitats dos bichos. Será que todos
vivem no mesmo local? Alguns animais podem habitar florestas en-
quanto outros podem ser do mar ou de rios. Problematize a partir do
que as crianças forem respondendo, provocando a investigação, a argu-
mentação e a elaboração coletiva de conceitos e aprendizagens.

Ainda no grande grupo, conversem sobre os animais que gostariam de


conhecer mais, que despertaram maior curiosidade. Liste no quadro os
bichos citados pelas crianças. Sugira que escolham cinco ou seis para
pesquisarem e conhecerem melhor. Procure garantir a diversidade de
animais: de biomas e categorias diferentes.

Após a definição dos animais a serem pesquisados, pergunte às crian-


ças o que gostariam de saber sobre eles, o que irão pesquisar. Diga que
você fará o registro das questões em um cartaz, para que possam reto-
má-las durante a pesquisa. Finalizado o registro das questões, proble-
matize sobre onde podem encontrar as informações que desejam. Liste
no cartaz as sugestões.

Possíveis falas do professor neste momento: O que é legal saber sobre


como vivem esses animais? Será que todos vivem no mesmo lugar, co-
mem as mesmas coisas, têm os mesmos hábitos?

Combine com as crianças que a pesquisa acontecerá na próxima ati-


vidade e para que todos os animais sejam pesquisados a turma deve
se dividir em pequenos grupos de três a cinco integrantes, de acordo
com o animal que desejam pesquisar. Você pode pegar as imagens dos
animais escolhidos e posicioná-las em diferentes espaços da sala para
colaborar na organização dos grupos. Caso haja muitas crianças em um
grupo e poucas em outro, peça para que alguém que escolheu aquele
bicho diga porque acha interessante pesquisá-lo. Você também pode
propor que as crianças sugiram maneiras de fazer a distribuição equili-
brada entre os grupos, para que todos os animais sejam abrangidos.

Nos pequenos grupos, proponha que as crianças registrem, num pe-


queno cartaz, o nome do animal que pesquisarão e os nomes dos in-
tegrantes do grupo. Compartilhe com elas que a função desse cartaz é
deixar registrada a organização que fizeram hoje para a próxima ativida-
de, que será a pesquisa. Incentive as crianças a registrar também, por
meio de escrita espontânea ou de desenho, os conhecimentos prévios,
as hipóteses ou ainda os conhecimentos que foram compartilhados no
grande grupo sobre o animal em questão. Observe as hipóteses das
crianças durante a escrita, quais conhecimentos mobilizam, quais es-
tratégias utilizam. Elas podem, por exemplo, copiar o nome do animal
da legenda da imagem. Ofereça apoio quando necessário ou proponha
auxílio entre as crianças.

Para finalizar:

Peça para que os grupos que forem concluindo os registros coloquem


os cartazes em locais visíveis e acessíveis, como um varal ou um mural.
Em seguida, solicite que colaborem com o recolhimento e com a orga-
nização dos materiais utilizados. Convide-os para se sentar próximos de
você. Compartilhe a ideia de elaborarem um catálogo, como forma de
organizar as pesquisas e as descobertas, informando que essa é uma
organização utilizada pelos cientistas que pesquisam a natureza (plan-
tas, animais etc). Apresente alguns modelos de catálogos às crianças e
dê espaço e tempo para que os manuseiem, interajam e façam pergun-
tas sobre eles. Ao comentarem o que observaram e suas impressões
sobre os catálogos, retome o levantamento realizado na etapa 4, a res-
peito do que querem saber sobre os animais, como por exemplo: onde
vivem, do que e como se alimentam e como se locomovem. Instigue os
pequenos a fazer a busca dessas informações para a elaboração do ca-
tálogo dos animais brasileiros escolhidos por eles.
Desdobramentos
Paradar continuidade a esta atividade, aprimorando a curiosidade e
incentivando a investigação, avalie a possibilidade de fazer uma visita-
ção externa a um zoológico, museu ou a uma exposição itinerante que
aborde o tema dos animais brasileiros. Há diversos institutos e ONGs
que acolhem animais silvestres que também podem ser contactadas
para visitas.

Engajando as famílias
Redija uma carta com as crianças de forma coletiva, destinada às famí-
lias, contando sobre a vivência da exposição de animais brasileiros, a
escolha dos animais que a turma deseja conhecer melhor e o propósito
de pesquisá-los em pequenos grupos na escola. Envolva os familiares
pedindo que apoiem as pesquisas e as investigações dos pequenos, en-
viando para a escola imagens, livros, vídeos, relatos orais ou escritos,
endereços de sites, reportagens e catálogos sobre os animais dos bio-
mas brasileiros. Combine a data para o envio dos materiais de pesquisa.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Nesta atividade, as crianças farão a pesquisa do animal que escolheram
na atividade anterior, baseadas nas questões já levantadas e registra-
das em cartaz. Elabore previamente uma ficha contendo os itens que as
crianças querem saber sobre o animal e imprima quantidade suficiente
para os grupos de trabalho. Já houve a divisão em pequenos grupos
que também foi registrada e está fixada em local visível na sala, bem
como as questões norteadoras. Os familiares foram convidados a par-
ticipar enviando materiais para a pesquisa. Organize os recursos envia-
dos pelas famílias e garanta materiais variados para a pesquisa em sala.
Sugestões de subsídios: Abecedário de Bichos Brasileiros, Eco Bebê Bio-
mas do Brasil,Um som… animal!, Livro Vermelho das Crianças, Ciência
Hoje das Crianças. Aproveite também os livros de literatura infantil so-
bre a fauna brasileira, que normalmente as escolas dispõem.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

1- Conversando sobre animais

2- Escolhendo alguns animais para conhecer melhor

3- Pesquisando sobre animais dos biomas brasileiros

4- Organizando o catálogo de animais brasileiros

5- Apresentando nosso catálogo de animais brasileiros


Materiais:

1) Materiais para pesquisa onde sejam encontradas informações sobre


os animais escolhidos no plano Escolhendo alguns animais para conhe-
cer melhor: livros infantis, enciclopédias, reportagens e textos informa-
tivos, catálogos, imagens, vídeos, sites, relatos e áudios. Cuide para que
nos recursos possam ser encontradas as questões de curiosidade das
crianças.

2) Catálogos diversos de: plantas, animais, insetos, do zoológico local,


de animais para adoção, animais em extinção etc. Você pode encontrar
um catálogo on line em Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil.

3) Ficha para preenchimento das informações pesquisadas (modelo).Os


itens devem ser preenchidos de acordo com o que as crianças querem
conhecer sobre os animais (vide plano Escolhendo alguns animais para
conhecer melhor).

4) Canetinhas, lápis grafite, lápis de cor, giz de cera, borracha e aponta-


dor.

5) Blocos de Montar, massinha de modelar com palitos ou forminhas


(ou alguma outra proposta para brincadeira autônoma das crianças).

6) Aparelho para reprodução de áudio e vídeo, como notebook, tablet


ou celular.

Espaços:

Planeje que a atividade ocorra na sala da turma, organizada de forma


que um pequeno grupo trabalhe com a pesquisa num espaço e o res-
tante esteja envolvido em outras propostas que possam realizar com
autonomia, comoblocos de montar e modelagem com massinha. No
espaço destinado à pesquisa, deixe os recursos que utilizará para repro-
dução de áudio e vídeo instalados e os materiais impressos acessíveis.
Você pode organizar a sala com as criança, em cantos ou estações de
atividades.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora e 30 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Que critérios as crianças utilizam para selecionar a fonte de informa-


ção que irão utilizar na pesquisa? Quais estratégias utilizadas na busca
das respostas?

2. Como realizam os registros na ficha? Quais estratégias utilizam para


registrar? Recorrem ao material impresso? Em que momentos?

3. Qual a forma de registro que as crianças optam: escrita espontânea e


o fazem com segurança e tranquilidade, desenhos, solicitam ajuda dos
colegas e/ou professor para ser escriba?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada crian-
ça ou do grupo. Esta atividade requer um trabalho coletivo e colabora-
tivo durante a pesquisa. Para que as ações ocorram de forma tranquila,
é necessário apoio constante do professor e entre as próprias crianças,
respeitando seus interesses e auxiliando, se houver dificuldades. Esteja
pronto para ler os materiais de interesse e ofereça recursos além dos
impressos, como áudios e vídeos, para que todas participem efetiva-
mente do processo de investigação.

O que fazer durante?

Retome com o grande grupo as vivências das etapas desta Sequência


Didática. Lembre as criança sobre a primeira conversa sobre os animais,
as listas com as suposições de quais eram brasileiros, a pesquisa para
confirmação em casa, a exposição de animais do Brasil, a escolha de
alguns para conhecer melhor, as divisões dos pequenos grupos e os re-
gistros produzidos. Observem os cartazes fixados durante o desenvolvi-
mento do Plano Escolhendo alguns animais para conhecer melhor con-
tendo as divisões dos grupos e suas hipóteses sobre o animal. Leiam
juntos o cartaz com as questões de curiosidade da turma que nortearão
a pesquisa. Diga que agora será o momento de pesquisarem, buscan-
do as respostas ao que querem saber sobre o animal que escolheram.
Compartilhe o modelo de ficha contendo os tópicos que escolheram
pesquisar e espaço para registro (desenho e escrita). Explique que um
grupo de cada vez irá investigar sobre o animal escolhido, preenchendo
a ficha durante a pesquisa e, depois de todos terem concluído, juntarão
as fichas e organizarão o catálogo.

2
Retome com as crianças o que é um catálogo. Disponibilize novamen-
te os catálogos que já tiveram contato no Plano Escolhendo alguns
animais para conhecer melhor, para lerem e manusearem umas com
as outras . Peça que, quem desejar, fale sobre o que é, o que contém,
como é organizado e o que chamou a atenção nos catálogos manusea-
dos. Conversem sobre os materiais selecionados em casa com as famí-
lias que serão utilizados na pesquisa e conte que você também separou
alguns recursos.

Explique a dinâmica do trabalho do dia: um dos grupos fará a pesquisa


sobre o animal escolhido enquanto as outras crianças poderão optar
por realizar construções com os blocos de montar, modelagem com
massinha, palitos e forminhas, ou brincar um pouco com cada ativida-
de. Deixe claro que os outros grupos farão a pesquisa em outros dias.
Combinem a organização dos espaços na sala e peça que as crianças o
ajudem dispondo os recursos nos espaços combinados. Diga à turma
que você acompanhará a pesquisa com um pequeno grupo, mas que
estará disponível caso alguém precise de alguma ajuda.

Com o pequeno grupo que fará a pesquisa já reunido, levante combina-


dos para a organização do trabalho. Por exemplo: buscarão informação
de um item por vez ou vão selecionar tudo e dividir entre o grupo? Que
parte da ficha cada um ficará responsável por registrar? Lerão os textos
e imagens primeiro ou assistirão aos vídeos? As crianças podem optar
por buscar as respostas de uma questão por vez. Para isso, podem divi-
dir as fontes de informação entre elas e todas buscar encontrar do que
o animal se alimenta, por exemplo. Quando encontrarem a resposta,
compartilham umas com as outras e combinam quem fará o registro.
Também podem dividir as questões, cada uma procura sobre um tema
e faz o registro quando encontrar. Sempre que se fizer necessário, sugi-
ra que retomem a ficha para lembrar o que devem pesquisar. Diga que
você pode ajudá-las lendo algum material que desejarem. Se houver no
grupo alguma criança alfabetizada, ela poderá colaborar na leitura, se
desejar.

Observe se estão dividindo as tarefas e se todas estão envolvidas e par-


ticipando da atividade. Faça intervenções que apoiem a organização e
o foco do grupo, como: vocês já combinaram quem ficará responsável
por registrar sobre a alimentação? O que descobrimos sobre onde vive
este animal? Enquanto ele faz o registro, quem vai buscar a próxima
resposta? Vamos dividir os materiais para procurar sobre esta questão?

Se houver no grupo uma liderança que assuma este papel naturalmen-


te, observe esta organização e atue somente se necessário. Você deve
estar no grupo como um apoiador e não como líder. É importante dei-
xar fluir entre as crianças as divisões de papéis. As questões sugeridas
são para orientação em momentos específicos que pode haver necessi-
dade. Garanta o protagonismo das crianças no trabalho em grupo e na
investigação. Oportunize que escolham as fontes que desejam pesqui-
sar, se organizem buscando uma função no grupo, que argumentem e
compartilhem com os colegas e que encontrem a melhor forma de re-
gistrar. Se possível, faça registros fotográficos dos grupos pesquisando,
para serem usados em um momento de compartilhamento do catálo-
go.

No decorrer da investigação, coopere com os pequenos, por exemplo,


sugerindo um vídeo sobre a reprodução ou instigando a elaboração das
respostas a partir da pesquisa, como: “você já observou esta imagem
da enciclopédia? O que podemos concluir observando o corpo do ani-
mal?”
Atente-se para os recursos que estão sendo pouco utilizados. Caso haja
algum livro ou informativo deixado de lado, chame atenção das crian-
ças para sua utilização. Diga para as crianças fazerem as leituras (com
apoio nas imagens e auxílio do professor), assistirem aos vídeos, ou-
virem os áudios e conversarem umas com as outras, compartilhando.
Conforme as informações são descobertas, devem registrá-las na ficha.
As informações podem ser registradas por meio de desenho e escrita
espontânea. Por se tratar de uma ficha que fará parte de um catálogo
a ser compartilhado com outras pessoas, deve conter também a escri-
ta convencional das respostas, que pode ser feita pelo professor como
escriba ou por uma criança que escreva convencionalmente.Quando
alguém encontrar uma curiosidade sobre o animal, incentive que com-
partilhe com os colegas do grupo. Escreva em letra de forma maiúscula,
pois nos planos seguintes: Organizando o catálogo de animais brasilei-
ros e Apresentando nosso catálogo de animais brasileiros as crianças
terão oportunidade de ler, conforme suas hipóteses de leitura, o catálo-
go elaborado por elas.

Quando a investigação estiver sendo concluída, avise as crianças que


daqui a alguns minutos será o momento da organização dos materiais
e da conversa sobre o que conseguiram realizar. Se ainda ficar alguma
parte da ficha para completarem, combine com o grupo outro dia para
dar continuidade. Após o tempo combinado, sugira a leitura para o gru-
po e a apresentação dos desenhos feitos, conferindo se todos concor-
dam e se há algo a acrescentar ou retirar. Retome com os pequenos o
registro feito anteriormente no Plano Escolhendo alguns animais para
conhecer melhor, que continha o nome do grupo e as hipóteses sobre
o animal escolhido. Incentive a comparação entre as hipóteses iniciais
e o resultado da pesquisa. O que elas já sabiam que encontramos nessa
pesquisa? O que mais aprenderam sobre este animal que não sabiam?

Para finalizar:

Peça que as crianças colaborem com o recolhimento e armazenamento


dos brinquedos, materiais e recursos utilizados. Lembre que esta mes-
ma dinâmica se dará nos próximos dias com os outros grupos.

Desdobramentos
Para dar continuidade a esta proposta, promova a pesquisa com os de-
mais grupos, organizando outras atividades que as crianças realizem
com autonomia durante o período em que aguardam os outros grupos
pesquisarem. Compartilhe com a turma esta organização e os momen-
tos da rotina em que irão acontecer. Envolva os pequenos pedindo
sugestões de atividades que podem realizar, como desenho, leitura e
jogos.

Você também pode abordar o tema dos animais utilizando outras lin-
guagens, por exemplo, criando uma encenação teatral com a turma
que tenha os animais pesquisados, produzindo máscaras, cenários, so-
noplastia etc.

Engajando as famílias
Você pode sugerir alguns links de vídeos utilizados ou complementares
às pesquisas, para que as famílias assistam junto com as crianças em
casa. Envie um bilhete no caderno de comunicados com o site ou URL
do vídeo e incentive que assistam e conversem sobre. Sugira que, caso
queiram, compartilhem sobre a vivência por meio de mensagem, vídeo,
áudio, carta ou desenho.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Nesta atividade, as crianças farão a socialização e organização das fi-
chas dos animais que pesquisaram nos pequenos grupos. Sendo assim,
já devem ter ocorrido as pesquisas com todos os pequenos grupos for-
mados no Plano Escolhendo alguns animais para conhecer melhor des-
ta sequência didática.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

1- Conversando sobre animais

2- Escolhendo alguns animais para conhecer melhor

3- Pesquisando sobre animais dos biomas brasileiros

4- Organizando o catálogo de animais brasileiros

5- Apresentando nosso catálogo de animais brasileiros

Materiais:

1) Ficha sobre o animal pesquisado, preenchida pelos pequenos grupos


no Plano Pesquisando sobre animais dos biomas brasileiros.

2) Recursos para produção do cartaz, da capa do catálogo e dos con-


vites, como: papel tipo color set ou cartolina, canetinhas, lápis de cor,
lápis grafite, borracha, apontador, giz de cera, papéis coloridos para re-
corte, cola, tesoura, régua, tinta guache e pincel.

3) Folhas de sulfite ou cadernos de desenhos, lápis grafite, giz de cera,


lápis de cor, apontador, borracha e canetinha.

4) Recursos para leitura, como livros de histórias, informativos, receitas,


revistas e gibis.

5) Jogos que as crianças realizem com autonomia, como dominó, jogo


da memória e quebra-cabeças.

Espaços:

Planeje que a atividade aconteça na sala da turma, preparada de modo


que haja espaço para reunião no grande grupo e, em seguida, intera-
ções em pequenos grupos. Separe um espaço com os materiais para
um grupo trabalhar nas demandas do catálogo e cantos ou estações de
atividades para as demais crianças realizarem com autonomia: leitura,
jogos e desenhos. Caso haja necessidade de arrumação do espaço en-
tre um momento e outro, envolva as crianças, compartilhando o propó-
sito da organização.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora e 30 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Que expressões corporais e verbais as crianças realizam para de-


monstrar seu interesse pelo tema dos animais e pela finalização do ca-
tálogo produzido pela turma?

2. Que diferentes atuações e participações desenvolvem durante a ati-


vidade em grupo? Como as crianças expressam os conhecimentos e ex-
periências anteriores a realização das tarefas?

3. Como se dá a interação entre as crianças durante o trabalho em gru-


po? Em que momentos é possível observar a cooperação entre os pe-
quenos? No caso de haver conflitos, como os resolvem?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita
e proponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada
criança ou do grupo. Esta atividade requer um trabalho coletivo e cola-
borativo durante todo o processo de planejamento e desenvolvimento
da tarefa escolhida para organização do catálogo. Para que estas ações
ocorram de forma tranquila, é necessário o apoio constante do profes-
sor e entre as próprias crianças, respeitando interesses e as auxiliando,
se houver dificuldades.

O que fazer durante?


1

Reúna as crianças no grande grupo e conversem sobre como foi o tra-


balho de pesquisa nos pequenos grupos. Peça para que as crianças
contem o que mais gostaram de fazer e de descobrir nas pesquisas,
em qual recurso conseguiram encontrar as informações que buscavam,
as dificuldades encontradas, como as superaram, em que momentos
trabalharam em equipe e o que aprenderam e ensinaram aos colegas.
Instigue as crianças a perceberem a variedade dos recursos utilizados
pelos grupos, pois, um pode ter se pautado mais em vídeos, outro em
livros de histórias infantis etc.

Distribua as fichas dos animais para cada grupo que as fez. Sugira que,
um por vez, os grupos apresentem os registros das pesquisas e falem
sobre o animal pesquisado. Apoie a leitura das respostas da ficha, se
o grupo demonstrar necessidade. Você mesmo pode ler ou pedir que
uma criança alfabetizada o faça. Após a apresentação de cada grupo,
disponibilize a ficha para que a turma possa manusear, observar e ler os
registros. Convide as demais crianças a participar, elaborando pergun-
tas para os colegas do grupo que está apresentando, expondo suas im-
pressões sobre o que aprenderam com a pesquisa exibida ou comparti-
lhando seus conhecimentos e vivências sobre o animal em questão.

Retome com as crianças o propósito de organizar um catálogo e o co-


nhecimento que construíram sobre este portador. Problematize:

“Agora já temos as fichas prontas, o que precisamos fazerpara construir


nosso catálogo? O que deve conter?

Diga às crianças que irá registrar os itens em um cartaz para organiza-


rem os próximos passos para a construção do catálogo de animais bra-
sileiros.Se houver na turma uma criança que escreva convencionalmen-
te, convide-a a realizar esse registro, auxiliando no que for necessário.
Você também pode disponibilizarcatálogos observados anteriormente
pela turma, para apoiar esta conversa. Provavelmente, a lista elaborada
com as crianças conterá itens como: capa, índice, número nas páginas
e montagem (encadernação). Problematize sobre a ordem que os ani-
mais serão colocados no catálogo. Que tipo de ordenação existe nos
catálogos que observamos? Como faremos nossa organização? Registre
no cartaz a necessidade de ordenação das fichas, de acordo com o que
ficou combinado. Por exemplo: organizar em ordem alfabética ou por
espécie dos animais, entre outros.

Após finalizarem a lista, levante mais um questionamento para a dis-


cussão do grupo: quando o catálogo estiver pronto, com quem iremos
compartilhá-lo e para quem queremos mostrá-lo? As crianças podem
escolher apresentá-lo para uma ou mais turmas da escola. Podem de-
sejar compartilhá-lo com os familiares ou realizar um evento de lança-
mento do catálogo, para depois disponibilizá-lo na biblioteca da escola.
O importante é deixar fluir dos pequenos a partir de suas vivências e
interesses. Neste momento, vocês podem, observando juntos um ca-
lendário, marcar o dia em que farão este compartilhamento, para po-
derem elaborar os convites. Registre ao final do cartaz este objetivo do
grupo, bem como a data do evento.

Proponha a divisão da turma em pequenos grupos para realização das


demandas listadas. Por exemplo: um grupo ficará responsável por pre-
parar a capa, outro por ordenar as fichas, outro por numerá-las, outro
para fazer o índice, outro pela montagem e finalização e outro para
produzir os convites. Os grupos não precisam ter a mesma quantidade
de crianças. Por exemplo, para ordenação, uma dupla pode ser sufi-
ciente, enquanto para produzir os convites, pode ser necessário um
número maior de integrantes. Você pode fazer esta organização com
as crianças, registrando no quadro a divisão dos grupos e a quantidade
de integrantes necessária e pedindo para que cada criança escreve seu
nome no grupo que gostaria de trabalhar (caso seja possível, depen-
dendo do nível de desenvolvimento da escrita da turma). Observem se
todas as demandas foram contempladas e se há mais crianças do que
o necessário desejando realizar a mesma tarefa ou outras divergências.
Se for preciso, retome a importância de cada tarefa e como cada uma
contribuirá na construção do catálogo, valorizando todas as etapas. Dia-
loguem, trocando ideias sobre como resolver as pendências. Registre
esta organização, como tirando foto do quadro finalizado.

Explique aos pequenos que um grupo por vez se reunirá para realizar
a tarefa que escolheu, enquanto os outros estarão em outras ativida-
des, como desenho, leitura e jogos. Diga que você irá acompanhar o
trabalho no pequeno grupo com a organização do catálogo, mas que
também estará disponível caso alguém precise de auxílio nas outras
propostas. Deixe claro que os outros grupos realizarão suas tarefas em
outros dias. Com a turma já dividida nas atividades que irá realizar,
acompanhe o pequeno grupo em sua demanda. Com as crianças que
irão produzir a capa, por exemplo: promova uma conversa sobre como
estão pensando em fazê-la, o que observaram nas capas dos catálogos
que manusearam, que informações não podem faltar, se terá só escrita
ou também alguma imagem, o que precisa estar em destaque e que co-
res utilizar para destacar. Conversem sobre a divisão de tarefas no gru-
po, quem ficará responsável por escrever, desenhar, colorir etc.

Em outro dia, acompanhando o grupo que fará a numeração das pági-


nas, por exemplo, veja se é necessário ter o apoio da sequência numé-
rica ou se as crianças conseguem realizar a partir da própria memória.
Favoreça o trabalho colaborativo, sugerindo que compartilhem umas
com as outras os conhecimentos relacionados ao registro dos nume-
rais. No momento de ser elaborado o índice, acompanhe as crianças
na escrita (ou cópia) do nome dos animais e as respectivas páginas. Em
outro dia, na produção dos convites, dialoguem no pequeno grupo so-
bre para quem serão destinados, quais informações precisam ter, qual
será o formato, que recursos utilizarão e qual será a divisão de tarefas
entre os integrantes. Faça assim sucessivamente, de acordo com os in-
teresses e necessidades de cada grupo. Realize as intervenções de for-
ma que as crianças aprimorem a capacidade de trabalhar em equipe,
elaborando e expressando ideias e opiniões e ampliando a escuta das
manifestações dos colegas. Aproveite o máximo que puder das dicas
colocadas neste plano para planejar as demais situações. Atente-se
para a ordem de trabalho dos grupos no momento do planejamento
(por exemplo, o índice deve ser produzido após a numeração das pá-
ginas). Faça registros fotográficos dos grupos realizando suas tarefas,
para serem compartilhados com os familiares, e também do momento
do “lançamento” do Catálogo de Animais Brasileiros, se esta tiver sido
uma escolha do grupo.

Para finalizar:

Avise os pequenos quando estiver encerrando o tempo proposto para a


atividade em pequenos grupos. Peça que colaborem com o recolhimen-
to e armazenamento dos livros, jogos e recursos utilizados. Lembre que
esta mesma dinâmica se dará nos próximos dias para a realização do
trabalho com os outros grupos. O cartaz com o registro das demandas
e divisão de grupos deve ser fixado na sala, em local acessível, para que
todos acompanhem.

Como o trabalho em grupo se dará em dias diferentes, você pode reser-


var um tempo para que o grupo que fez a proposta também possa brin-
car nos demais cantos por um tempo antes de organizarem a sala.

Desdobramentos
Para dar continuidade a esta proposta, promova a realização das ações
com os demais grupos e, ao final de todos os trabalhos, socializem
como ficou o Catálogo de Animais Brasileiros da turma. Planeje com as
crianças como será o dia do compartilhamento do catálogo. Distribuam
os convites e, se desejarem, combinem e produzam elementos decora-
tivos para a sala. Você pode também explorar a linguagem musical com
as crianças, cantando e dançando com elas uma canção que fale de ani-
mais brasileiros. Por exemplo, a Ciranda dos Bichos, do grupo Palavra
Cantada.

Engajando as famílias
Você pode envolver a família neste processo, construindo com as crian-
ças um painel de fotos do trabalho em equipe, contando sobre a divi-
são de tarefas para a organização e compartilhando o catálogo, de acor-
do com a opção das crianças. Por exemplo:

“Na próxima semana faremos o lançamento do Catálogo de Animais


Brasileiros da turma. O catálogo está sendo construído com a partici-
pação de todos, cada grupo realizando uma tarefa diferente. Veja aqui
alguns momentos deste trabalho”.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para esta atividade, é necessário ter realizado as etapas dos planos an-
teriores desta sequência, chegando à finalização do Catálogo de Ani-
mais Brasileiros da turma. Já deve ter ocorrido o convite (feito pelas
crianças) às pessoas com quem as crianças escolheram compartilhar o
catálogo (familiares, outra turma, funcionários ou comunidade em ge-
ral). Se for opção da turma,vocês já devem ter planejado e elaborado
elementos para a decoração da sala.

Para ambientação da sala e compartilhamento com os visitantes,é im-


portante que tenham selecionado juntos alguns livros, vídeos e músicas
utilizados na pesquisa, fotos do processo e demais recursos que per-
mearam a construção do catálogo.

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

1- Conversando sobre animais

2- Escolhendo alguns animais para conhecer melhor

3- Pesquisando sobre animais dos biomas brasileiros

4- Organizando o catálogo de animais brasileiros

5- Apresentando nosso catálogo de animais brasileiros


Materiais:

1) Catálogo de Animais Brasileiros da turma.

2) Outros materiais utilizados durante a pesquisa, como: vídeos esco-


lhidos pelas crianças, aparelho de reprodução de imagem (televisão,
notebook ou tablet, por exemplo); imagens dos animais pesquisados e
de seus habitats; livros, revistas, informativos, enciclopédias e catálo-
gos; áudios com sons da natureza e dos animais do catálogo; aparelho
de reprodução sonora (aparelho de som ou celular, por exemplo); fotos
tiradas durante o processo.

2) Elementos decorativos preparados anteriormente pela turma (se


houver).

3) Recursos para sinalização, identificação e organização da exposição:


cartolina, canetinhas, lápis grafite, borracha, apontador, fita adesiva,
cola, tesoura.

Espaços:

Este momento de compartilhamento do Catálogo de Animais Brasilei-


ros da turma e do processo de pesquisa e construção que o envolveu
pode ser planejado para ocorrer na sala da turma, na biblioteca ou em
um auditório. Deve ser um espaço amplo, para comportar as crianças
da turma e seus convidados.Esta organização também dependerá de
quem as crianças escolheram convidar, da quantidade e tipo de público,
(se serão as próprias crianças da escola ou familiares). Planeje tanto em
relação à quantidade de pessoas como do local e equipamentos para
acomodação delas. É importante definir estas questões previamente,
acertando que for necessário com a gestão da escola, limpeza e arru-
mação prévia dos espaços.

Tempo sugerido:
Aproximadamente 1 hora e 30 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como as crianças escolhem os recursos com os quais querem traba-


lhar durante a organização? Como se dá a interação entre elas para es-
tas escolhas?

2. Que expressões verbais e gestuais as crianças utilizam para comparti-


lhar os conhecimentos e vivências que foram significativos à elas duran-
te as atividades da sequência?

3. Como as crianças se comunicam com os convidados? Demonstram


segurança e tranquilidade? Em que situações isso fica evidente?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada crian-
ça ou do grupo. Esta atividade envolve diversidade de recursos e lingua-
gens para a apresentação do percurso do grupo durante a Sequência.
Sendo assim, as crianças têm múltiplas possibilidades de envolvimento
e interação, conforme suas preferências. Converse com elas sobre estas
possibilidades, buscando estratégias para que todas participem e res-
peitando as individualidades.

O que fazer durante?


1

Com o grande grupo reunido, retome o propósito de compartilhamen-


to do Catálogo de Animais Brasileiros da turma. As crianças podem ter
optado por uma apresentação do catálogo aos familiares e colegas da
escola, ou podem ter escolhido fazer o lançamento na biblioteca. Che-
gou o dia de receberem os convidados e agora precisam planejar como
será este momento. Conversem trocando ideias sobre como irão expor.
Enriqueça a discussão com questões como: quando os convidados che-
garem, irão encontrar o catálogo em que local do ambiente? O que é
importante dizer sobre ele? Como iremos apresentá-lo?

Diga às crianças que, para os convidados saberem como foi o processo


de elaboração do catálogo, vocês podem usar os recursos utilizados na
pesquisa, as imagens dos animais brasileiros da exposição, os livros, ví-
deos e músicas (previamente selecionados). Podem também expor as
fotos dos processos de pesquisa e construção do catálogo. Conversem
sobre os elementos que dispõem para compor o ambiente e planejem
sua organização. Onde podemos dispor cada um? Onde ficariam boas
as fotos? Onde colocaremos o catálogo? E os vídeos que selecionamos,
onde ficaria melhor transmiti-los? Nós separamos estes livros, como os
organizaremos?
Faça um registro no quadro das soluções encontradas pela turma para
a organização dos recursos: catálogo de Animais Brasileiros, vídeos,
imagens dos animais, pesquisas impressas enviadas pelos familiares, li-
vros infantis, informativos, fotos dos grupos pesquisando e trabalhando
na organização do catálogo, áudios com som de natureza, de animais e
elementos decorativos.

A partir do registro, problematize sobre qual a maneira de apresentar


cada um dos elementos. Exemplos: quem irá apresentar o catálogo?
É necessário ter um grupo de crianças em frente ao painel de fotos?
O que elas contarão aos convidados? Quem gostaria de ficar com esta
tarefa? E na transmissão dos vídeos, quais serão os responsáveis? Que
informações podem dar?

Vocês podem, por exemplo, combinar que uma criança de cada grupo
que realizou a pesquisa explique sobre a ficha do animal pesquisado
(no momento de apresentação do catálogo). É importante promover a
reflexão sobre aspectos relacionados às diferenças individuais. Algumas
crianças podem se sentir mais à vontade para se expressar oralmente,
interagindo mais com os convidados, dialogando e esclarecendo as dú-
vidas, enquanto outras podem assumir funções, como operar os apare-
lhos de transmissão de vídeo e áudio.

Planejem como será a dinâmica de recepção dos convidados. Por exem-


plo, primeiro será apresentado o catálogo, depois eles terão tempo
para circular pela sala e interagir com os elementos expostos e, ao final,
ocorrerá um encerramento. Para o encerramento, vocês podem convi-
dá-los a dançarem juntos uma canção que a turma tenha vivenciado.
Por exemplo, a Ciranda dos Bichos, Eco Bebê Biomas do Brasil. Também
é possível aumentar o volume do som de natureza e chamá-los para
imitar um dos animais estudados nas pesquisas. É importante conver-
sarem sobre como irão interagir com os visitantes em cada momento:
como irão recepcioná-los, o que as pessoas costumam dizer ao receber
convidados, onde vão acomodá-los, o que dirão na despedida e como
podem expressar gratidão por terem aceitado o convite. Vocês podem
combinar algumas frases para recebê-los quando chegarem, como: “Se-
jam bem vindos! Estamos felizes que tenham vindo para conhecer nos-
so Catálogo de Animais Brasileiros”.

Proponha que as crianças dividam-se em pequenos grupos, com quan-


tidades semelhantes de participantes. Diga para escolherem o que
querem organizar na sala (catálogo, fotos, pesquisas enviadas pelas
famílias, livros, vídeos etc.), seguindo o que ficou acordado no grande
grupo em relação à divisão do espaço e maneira que deve ser exposto.
Observe como as crianças se dividem e as opções que fazem. Converse
com elas perguntando por que escolheram determinado material para
organizar. Ouça suas expressões e argumentos. Faça intervenções, por
exemplo, se um grupo ficar muito grande e outro com número reduzido
de crianças, ou se um dos materiais não for escolhido. Converse com
os pequenos levantando ideias para solucionar tais questões. Indique o
tempo que terão para essa organização, respeitando o horário combi-
nado para a chegada dos convidados.

Enquanto as crianças organizam os recursos nos espaços previamen-


te combinados, circule entre os grupos e observe como trabalham em
equipe. Se perceber que alguma criança não está envolvida com a tare-
fa, faça intervenções. Combine com o grupo uma atividade que possa
ser desempenhada por todos. Apóie as instalações ou incentive o apoio
entre os pequenos, por exemplo, ao manusear uma fita adesiva, na
construção do painel de fotos, ou caso o grupo deseje sinalizar e identi-
ficar o espaço. Auxilie quanto ao acesso aos materiais necessários e na
escrita. Seja o escriba ou sugira que uma criança alfabetizada escreva,
se desejar.

Após a finalização da organização. Verifiquem se está tudo pronto como


o planejado, se querem mudar ou acrescentar algo na arrumação, se
todos os elementos estão visíveis, se há espaço para acomodar os con-
vidados e para circulação. Façam as alterações necessárias. Retome
com os pequenos a dinâmica planejada. Façam os últimos combinados,
revisando a divisão de tarefas feita anteriormente. Peça que as crianças
se disponham pelo ambiente conforme as ações que irão desempenhar.

Recebam os convidados no ambiente preparado. Incentive as crianças


responsáveis por este acolhimento inicial a expressarem palavras de
boas vindas aos visitantes, conforme conversaram no planejamento.
Conte a elas o propósito deste momento (apresentação do Catálogo de
Animais Brasileiros da turma) e indique onde podem se acomodar. Com
todos acomodados, iniciem a apresentação do catálogo. Apoie, sempre
que necessário, quem estará explicando para os visitantes.

<início-prof>

Possíveis falas do professor neste momento: (para os alunos que esti-


verem explicando para os convidados) você poderia explicar aos nossos
convidados o que é um catálogo? Conte pra eles como foi a escolha do
animal pesquisado? Fale um pouco sobre as fontes de informação que
usaram na pesquisa. Explique como vocês ordenaram as fichas.

Finalizada a apresentação, as crianças devem convidar os visitantes a


circular pelo espaço, conhecer a história da elaboração do catálogo e
um pouco mais das investigações que realizaram através dos elementos
expostos. Atente-se como os pequenos estão interagindo com os con-
vidados. Circule pelo espaço e observe os diálogos. Veja como comu-
nicam suas vivências, se contam para os familiares sobre as pesquisas,
que visitaram sites, assistiram aos vídeos, o que descobriram etc. Auxi-
lie quando necessário. Garanta uma boa circulação dos visitantes pelos
diversos ambientes construídos pelas crianças.

<início-prof>

Possíveis falas do professor neste momento: Por que você não convida
aquele grupinho para assistir ao vídeo? Explique aos visitantes o que
vocês estavam fazendo quando esta foto foi tirada.

Para finalizar:

Após os convidados interagirem com as crianças e com os materiais e


recursos disponíveis, convide-os, ou peça para uma criança convidar,
a encerrar este momento com a atividade planejada. O encerramento
pode ser com uma música para dançar ou uma imitação de animais.
Aproveitem juntos este tempo de descontração e brincadeira. Após
dançarem ou brincarem, agradeçam a presença dos convidados e sugi-
ra que eles se manifestem sobre este tempo de compartilhamento. Dê
oportunidade para que as crianças da turma também expressem suas
opiniões e impressões sobre esta vivência.

Desdobramentos
Você pode dar continuidade a esta proposta, realizando uma conver-
sa sobre como foi a apresentação do Catálogo de Animais Brasileiros
da turma, avaliando os pontos positivos e o que poderão melhorar em
uma próxima oportunidade que inclua convidados. Vocês também po-
dem elaborar outros catálogos com temas diferentes, de acordo com o
interesse das crianças, gerando novas pesquisas, como, por exemplo,
catálogo de brinquedos ou catálogo de plantas da escola.

Engajando as famílias
Caso dos convidados não sejam os familiares, você pode combinar um
momento para que os pais conheçam o catálogo. Isso pode ser plane-
jado para uma reunião de pais, num momento de entrada e saída ou
em data específica para o compartilhamento. O catálogo também pode
estar na biblioteca circulante, sendo levado para casa, uma criança por
vez.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
A participação dos pais no primeiro contato da criança com a escola e o
professor é imprescindível. Por isso, antes da entrada das crianças, pro-
mova conversas entre pais e professores com o apoio da gestão, seja na
matrícula ou em reuniões prévias. Trace combinados e esclareça dúvi-
das sobre a adaptação. Converse sobre o papel dos pais e parentes na
adaptação e como ela acontecerá gradativamente, de forma individual
e que o tempo de cada criança deve ser respeitado. Organize a sala em
pequenos grupos em horários diferentes e, em consenso com os pais,
combine que o tempo de permanência na escola será menor nos pri-
meiros dias. A medida que as crianças forem se sentindo mais confian-
tes e seguras, este tempo aumentará gradualmente.

Materiais:

Placas de identificação que indiquem os objetos e ambientes da sala.


Massinhas, materiais riscantes e papéis, brinquedos de montar/encai-
xar, livros, celular ou máquina fotográfica, almofadas, tapete e mesas
na altura das crianças. É interessante que haja a proposta com objetos
de faz de conta (escolha de acordo com sua realidade) que despertem
o interesse da criança em imaginar, criar e interagir, como: brinquedos
de comidinha, bonecas e bonecos, animais de materiais diversos, obje-
tos que lembrem profissões como ferramentas de pedreiro, marcenei-
ro, mecânico, médico, cozinheira etc. Eles irão funcionar como um atra-
tivo para as crianças gostarem da escola.

Espaços:

Realize a atividade na sala das crianças para a familiarização com o am-


biente. Coloque cada plaquinha em seu respectivo espaço, como ba-
nheiro, solário, mochilas etc. Disponibilize outros materiais em cantos
separados (canto do desenho, massinha, peças de montar/encaixar,
livros e canto de faz de conta). É importante organizá-los de forma con-
vidativa, sugerindo uma brincadeira e facilitando o envolvimento das
crianças. No faz de conta, deixe uma panelinha no fogão com uma co-
lher e alguns pratos e talheres numa mesa, uma boneca no berço com
um paninho e uma mamadeira de brinquedo ou um termômetro de
plástico embaixo do braço. Prepare um cantinho aconchegante para a
roda, que pode ser num tapete com almofadas no chão.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora e 30 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1.Como as crianças e os pais se comportam no primeiro contato com


professor, novas pessoas e novo ambiente? De que forma lidam com
este novo desafio? As famílias se mostram seguras e transmitem segu-
rança aos pequenos?

2. Quais as principais iniciativas das crianças ao tentarem se comunicar


com os colegas e com o professor? Expressam e tentam, de alguma for-
ma, demonstrar seus sentimentos e afetos? Como?

3. De que forma os pequenos compartilharam os brinquedos e outros


materiais? Manifestaram qual tipo de desejo em relação aos materiais
presentes? Como comunicam o que querem? Apontam, verbalizam, se
envolvem em conflitos?

Para incluir todos:


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem
impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada crian-
ça ou do grupo. Algumas crianças podemestranhar o novo ambiente
apresentando reações diversas, como choro, grito ou até medo. Trans-
mita segurança e encoraje-as por meio de comentários e gestos que as
motivem. Se a criança se sentir confortável com você, ofereça colo e a
apoie em suas inseguranças. Ofereça a possibilidade de cada uma se
envolver até onde quiser e respeite o tempo de todas.

O que fazer durante?

Receba as crianças com seus familiares de forma simpática e feliz. De-


pois que todas as crianças chegarem, convide a todas para se sentarem
em roda de forma aconchegante, com tapetes e almofadas. Possibilite
que cada criança fique no colo ou próxima de seu familiar. Fique próxi-
mo às crianças e peça para cada familiar apresentá-la a você. Isso pode
passar confiança aos pequenos. Fale com a criança sempre na mesma
altura e olhando para ela. Você pode convidá-la a ir até você ou se ofe-
recer para pegá-la no colo. Se atente a reação da criança e respeite a
vontade dela. No entanto, incentive os pequenos a irem até você falan-
do da sua alegria em fazer novos amigos. Peça que as crianças falem ou
balbuciem seus nomes, perguntando como gostariam de ser chamadas.
Se estiverem envergonhadas ou ainda não falarem, o familiar que a
acompanha pode ajudar.

Avise as crianças que elas e seus pais poderão conhecer os ambien-


tes da sala. Peça aos pais que andem pelos ambientes e oriente-os a
mostrarem e nomearem cada canto, bem como os objetos e algumas
possibilidades de brincadeiras. Incentive-os a interagirem com os es-
paços e objetos dispostos neles. Ao mesmo tempo, você também fará
essa apresentação e exploração do espaço e materiais. Essa ação será
importante para estabelecer proximidade e afinidade com o local. Você
pode convidar uma criança a vir ao seu colo ou te dar a mão, sem for-
çar, estabelecendo um primeiro vínculo afetivo e sempre respeitando
a vontade dos pequenos. Se atente com muito cuidado a cada criança.
Perceba aquelas que são mais independentes e estimule-as a convida-
rem os colegas a brincarem. Interaja com elas e com os espaços. Regis-
tre o que puder com fotos.

A medida que você e os pais forem apresentando e explorando os es-


paços, converse sobre diversos assuntos com as crianças, como sobre
as preferências de cada uma (informação que pode ser obtida em reu-
niões anteriores, em fichas preenchidas pelos familiares etc.). Fique
o mais próximo que puder, mantendo contato sem assustá-las. Ouça
suas opiniões sobre aqueles espaços, faça perguntas, mostre objetos,
brinquedos etc., sempre na perspectiva da autonomia das crianças
para pegar, manipular e explorar. Perceba o que mais atrai, o que causa
estranheza, curiosidade ou medo. Interaja, brinque, mostre que se in-
teressa pela criança e por suas preferências. Explore o que for possível
juntamente com elas. Observe como se comportam, se balbuciam, se
apontam. Dê o suporte necessário.
Possíveis falas do professor neste momento: “Aqui é o banheiro, não é
mesmo? Na sua casa também tem? Que legal! Isso mesmo! É nesse lu-
gar que você vai guardar sua mochila! Nós vamos colocar uma foto sua
aqui! (Verbalize o que as crianças que ainda não falam tentam comuni-
car).
4

As crianças podem brincar livremente:individualmente,com os pais,


com colegas, com você,com os materiais que você organizou e cami-
nhar pelos diversos espaços da sala.Dê liberdade a elas neste momen-
to. É hora de estabelecer confiança e demonstrar afeto para que os pri-
meiros laços se estabeleçam. Continue fazendo registros. Mesmo que
as crianças resistam a sua presença, ao toque, às suas iniciativas etc.,
tente se manter próximo em todas as situações possíveis, como uma
troca de fralda, ida ao banheiro, choro, brincadeiras, lanche ou sone-
ca. Aproveite este momento para observar como os pais direcionam os
cuidados. Converse e ouça sobre as preferências e/ou necessidades das
crianças, colhendo informações específicas sobre cada uma.Você pode
oferecer ajuda em todas as situações, mesmo que o pai ou mãe condu-
za a ação, para que, aos poucos, a criança se acostume a sua presença,
voz, gestos e ações.

Possíveis falas do professor neste momento: Você quer brincar com os


brinquedos? Tudo bem! Posso brincar com você? Você está fazendo
uma cobrinha! Eu sei fazer um caracol. Você quer ver? Você quer ir ao
banheiro? Posso ir com você e a mamãe? O que será que tem na sua
mochila? Posso ver?

Continue por mais um tempo a envolver as crianças com os espaços


da sala. Não tenha pressa. Contudo, o processo inicial da adaptação
envolve um tempo menor. Aos poucos, esse tempo irá aumentando. É
importante que, inicialmente, as crianças se despeçam da escola en-
quanto ainda estão gostando da experiência e não quando já estão can-
sadas e desinteressadas. Procure estar atento e sugerir ao responsável
a despedida da criança e do familiar mesmo antes do tempo previsto.
Neste momento é muito importante contar com a colaboração da famí-
lia. Tente encorajar as crianças que não queiram sair do colo dos pais a
manusear os espaços com massinhas ou livros. Aponte para esses espa-
ços e objetos convidando a criança a explorar com você ou oferecendo
um desses objetos a ela. Dê tempo para que explorem esses espaços
de livre escolha de acordo com seus interesses.

Possíveis falas do professor neste momento: Posso pegar você um pou-


quinho? A mamãe quer descansar. Ela vai continuar pertinho de nós.
Você gosta de histórias? Posso contar uma pra você? Vamos ver se tem
alguma que você goste? Olha! tem uma mesinha para pintar! Quer che-
gar mais perto?

Para finalizar:

Avise que, em 5 minutos, todos irão dançar e cantar e depois irão para
casa.Se, ao final desse tempo, ainda tiverem crianças envolvidas com os
espaços, avise que terão mais 5 minutos. Pergunte se gostam de músi-
ca e se querem cantar e dançar, garantido oportunidade para a criança
fazer escolhas. Comece a cantar músicas conhecidas (sugestões: Pala-
vra Cantada | A Canoa Virou, Palavra Cantada | Pot Pourri Parlendas
e Palavra Cantada | Caranguejo - O Cravo e a Rosa). Observe a reação
das crianças e apoie-as nas suas escolhas. Encoraja a autonomia delas e
respeite a que escolheu não participar e continuar nas brincadeiras de
livre escolha. Brinque e dance com elas se atentando às que estão fora
da proposta: se batem palmas, dançam, choram, tapam os ouvidos,
cantam etc. Isso lhe dará subsídios para as próximas atividades. Faça
desse momento prazeroso e convide os pais a acompanharem suas
crianças. Depois desse momento, se despeça do pequeno grupo de
crianças e das famílias, retomando combinados sobre os próximo dias e
horários.

Desdobramentos
Aproveite a organização em pequenos grupos, alternadamente e em
dias e horários diferentes, para realizar outrasatividades de adaptação,
possibilitando maior contato com as crianças e observando como cada
uma está se adaptando. Continue com a presença das famílias até que
comecem a se afastar, permanecendo ainda na escola mas não no es-
paço da sala. Em seguida, se despedindo por um curto espaço de tem-
po até que as crianças estejam adaptadas e consigam permanecer na
escola por todo o período sem a presença do responsável. Repita esta
atividade quantas vezes forem necessárias. Organize durante uma se-
mana os mesmos cantos de livre escolha, para que se sintam familiari-
zadas com os espaços. A cada dia, receba as crianças num desses can-
tos (um dia lendo livros, outro brincando de massinha etc.).

Engajando as famílias
A adaptação não é algo fácil, principalmente para crianças tão peque-
nas! É por isso que a escola, provavelmente o primeiro espaço diferen-
te do ambiente familiar, deve ser um ambiente acolhedor e marcante.
Ela deve ser lembrada quando a criança estiver em casa para que sinta
vontade de voltar. Envie para a casa das crianças uma foto de algum
momento feliz da adaptação, para construir essa relação de parceria
entre família e escola. Peça para os familiares conversarem com a crian-
ça sobre a foto e trazerem de casa outra imagem de um momento da
criança em família. Dessa forma, os laços entre família e escola come-
çam a se formar as fotos podem compor um mural da turma na porta
da sala.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Será preciso a participação dos pais. Na matrícula ou em reuniões pré-
vias ao início das atividades escolares converse com eles sobre os brin-
quedos e brincadeiras preferidos das crianças e outros interesses como
histórias e músicas preferidas. Procure saber sobre os hábitos da crian-
ça.Explique como será a atividade e que a presença da família é indis-
pensável. Diga que a adaptação acontecerá gradualmente e oriente-os
a irem se afastando à medida que as crianças vão se sentindo seguras
com o espaço e o professor. É recomendável a organização da turma
em dois grupos para, em horários diferentes, fazer a atividade. Com-
bine com as famílias o horário de cada criança e peça para que tragam
nesse dia algum brinquedo ou livro preferido de seu filho.

Materiais:

Brinquedos, livros diversos trazidos de casa (incluindo os preferidos


das crianças) e outros que a escola possua ou possa providenciar. É in-
teressante que haja objetos que despertem o interesse da criança em
imaginar, criar e fazer de conta, como brinquedos de comidinha, bo-
necas e bonecos, animais de materiais diversos, objetos que lembrem
profissões (ferramentas de pedreiro, marceneiro, mecânico, médico,
cozinheira etc.), de acordo com a sua realidade. Eles funcionarão como
um atrativo para as crianças gostarem da escola e interagirem. Objetos
que ofereçam aconchego no espaço, como tapetes, almofadas, embor-
rachados, pequenas cabanas etc. Câmera fotográfica ou celular para
registros.

Espaços:
É importante que a atividade aconteça na sala que será frequentada
pelas crianças durante o ano. Dessa forma, a familiarização com este
ambiente acontecerá mais facilmente. Organize cantoscom atividades
de livre escolha com os diversos brinquedos em tapetes emborracha-
dos e pequenas cabanas. É importante organizá-los de forma convida-
tiva, sugerindo uma brincadeira e facilitando o envolvimento das crian-
ças. No faz de conta, deixe uma panelinha no fogão com uma colher
e alguns pratos e talheres numa mesa, uma boneca no berço com um
paninho e uma mamadeira de brinquedo, um boneco lendo um livro no
canto da leitura.Reserve um espaço para os brinquedos que as crianças
trarão de casa.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 1 hora

Perguntas para guiar suas observações:

1.Como a criança expressa suas preferências? De que forma se relacio-


na com as outras crianças, com os adultos e o professor? As crianças
demonstram ciúmes de seus objetos? Compartilham seus brinquedos?
Desejam os objetos dos outros? Como?

2. De que forma as crianças falam sobre seus brinquedos e objetos pre-


feridos? Como mostram o que é delas? Como comunicam quem deu
aquele brinquedo? Formulam explicações para não deixar outra criança
pegar? Contam sua história preferida?

3. Como a criança brinca com seu objeto preferido? De que forma ela
mostra aos outros sua maneira de brincar, contar histórias etc.? Ela
aponta ou verbaliza?

Para incluir todos:


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem
impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada crian-
ça ou do grupo. Procure deixar os objetos e outros materiais ao alcance
visual e de toque das crianças. Perceba se elas precisam de ajuda para
se locomover ou se expressar. Verbalize o que é manifestado por meio
de gestos. Oportunize que conflitos sejam resolvidos, negociados e que
a opinião do outro seja considerada. Oriente ao familiar da criança que
possa estar chorando muito ou estranhando o ambiente a sair da sala e
dar um passeio pela escola.

O que fazer durante?

Receba as crianças esuasfamílias com cantigas/músicas preferidas.


Apresente os cantos às famílias e crianças. Se atente às reações dos pe-
quenos e, a partir dessas reações, seja facilitador da interação e adap-
tação da criança com o ambiente. Estimule-as a manipularem e explo-
rarem. Observe se alguma criança quer sair do colo do familiar e pegar
algo que reconhece como seu,se aponta etc. Aproveite e se ofereça
para brincar com a criança, ir pegar o objeto com ela ou perguntar se
quer que você leve o objeto até ela. Tente estabelecer uma relação de
confiança.
Possíveis falas do professor neste momento: Quanta coisa legal temos
aqui hoje! Eu nunca vi um brinquedo desse! Ah, esse seu brinquedo é
muito interessante! Como você brinca com ele? Mostre pra gente! Pos-
so brincar com você?

Continue mostrando os cantos e pergunte para as crianças o que acha-


ram dos objetos. Se atente às mais tímidas que não se manifestam ou
estão muito apegadas aos pais. Pergunte se conhecem algum dos ob-
jetos. Facilite a exploração do ambiente deixando tudo ao alcance e a
vista da criança, para que os objetos sejam manipulados por ela. Ob-
serve como expressam emoções, se choram, se iniciam brincadeiras, se
mostram seus objetos aos outros, se relatam histórias e episódios vi-
venciados com algum objeto. Caso perceba alguma criança com receio
de compartilhar seu brinquedo, respeite. Se alguma chorar ou perceber
que outra criança pegou o que é dela, desafie-a a pensar em uma for-
ma de ter seu brinquedo/objeto de volta, sempre de forma colaborati-
va e respeitosa. Registre com fotos ou vídeos o que puder.

Possíveis falas do professor neste momento: Que paninho cheiroso! De


quem será? Ah, é seu? Você quer ir pegar? Você me mostra? Que legal!
Ela pegou seu brinquedo? Vamos conversar com ela? Esse brinquedo é
dela. Parece legal. Será que você pode fazer alguma coisa com ele? Va-
mos avisar que vocês brincarão e depois irão trocar? O que acha?

No decorrer da atividade podem ser formados pequenos grupos por


iniciativa das crianças, caso algumas gostem dos mesmos brinquedos e
brincadeiras. Se houver interesse de alguma por brinquedos que sejam
de outras crianças, tente mediar auxiliando a resolver possíveis con-
flitos e achando soluções. Tente estabelecer diálogos com as crianças
buscando se aproximar e chamando pelo nome. Isso mostra intimidade
e interesse. Aproveite para brincar com as crianças envolvendo os pais
nas brincadeiras.

Possíveis falas do professor neste momento: Vamos brincar juntos! O


que acha daquele brinquedo? Ah, você gosta mais de café do que de
chá (Apontando para a xícara)? Eu gosto de chá. O papai pode fazer um
chá para mim, por favor?
4

Perceba quais crianças estão bem envolvidas com os materiais, com os


espaços, com você e com os colegas. Sinalize para os pais dessas crian-
ças para irem se afastando aos poucos ou até saírem da sala. Mas peça
para que permaneçam na escola e retornem, se for preciso. Não é in-
dicado que “abandonem” a criança.Perceba se elas notam a ausência
dos pais e como reagem a isso. Auxilie no desafio que é para as crianças
controlarem a ausência dos pais. Se aproxime delas tentando fazer com
que sua atenção esteja voltada apenas para aqueles espaços e objetos.
Não deixe de levar a criança aos pais, ou vice-versa, caso ela não se sin-
ta confortável sem a presença deles.

Possíveis falas e ações do professor neste momento: Se alguma crian-


ça começar a chorar muito ou chamar pelos pais, se aproxime dela
na mesma altura e diga: Você está triste? Acho que o papai foi ao ba-
nheiro. Quer vir ao meu colo e esperar uns minutinhos? Logo ele vol-
ta. Enquanto esperamos que o papai volte, você pode me mostrar seu
brinquedo? Ao perceber que a criança não se acalma:você não quer es-
perar? Tudo bem! Vamos encontrar o papai, então. Me dê sua mão!

Convide as crianças para um momento de leitura cantando uma música


eexplorando os livros preferidos delas. Perceba se alguma pega sua his-
tória preferida e lhe entrega, indicando que gostaria que você a contas-
se. Podem ter crianças que, ao sentar no cantinho de leitura, comecem
a folhear os livros. Outras podem falar ou balbuciar o nome de sua his-
tória preferida. Aponte a história de uma criança para outra e ouça sua
opinião. Registre esse momento.

Para finalizar:

Convide a todos para sentarem no cantinho da leitura. Fale para as


crianças e para os familiares que ainda estiverem ali que em 5 minu-
tos você irá fazer a leitura de uma história. Pergunte de quem é aquela
história, convide a criança a sentar no seu colo e contara história junto
com você. Se alguma criança reivindicar a leitura da história, diga que
nos próximos dias você também contará ou lerá a história de quem
desejar. O final da leitura pode indicar o momento desse grupo ir para
casa.

Desdobramentos
É muito importante que se repita essa atividade por vários dias, para
que você tenha o maior contato possível com as crianças a fim de esta-
belecer intimidade e confiança. Observe como a criança está se adap-
tando, se gosta da presença dos brinquedos, se sente ciúmes, se há
manifestações de alegria etc. Sempre convide as famílias a estarem pre-
sentes até que as crianças estejam adaptadas. Reúna mais informações
sobre brinquedos e brincadeiras que elas gostam, para serem trazidos
em outros dias. A criança também pode levar para casa um brinquedo
da escola que tenha gostado. Combine para que traga de volta no dia
seguinte.

Engajando as famílias
Peça aos pais para que conversem com as crianças sobre seus brinque-
dos e brincadeiras preferidos quando eles eram crianças. Peça para que
providenciem (podem até construir com sucata) algum desses brinque-
dos ou um objeto da família, para que juntos levem à escola em dia
combinado, para compartilhar com o restante da turma. Eles podem
brincar da sua brincadeira de infância com as crianças. Registre essa in-
teração com fotos para posteriormente ser montado um mural na por-
ta da sala.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Convide as famílias para uma conversa antes do início das atividades
escolares, a fim de que sejam orientadas, que deem informações sobre
os principais hábitos dos bebês, suas preferências etc. Organize a turma
em dois pequenos grupos em horários diferentes, visando uma maior
interação com as crianças e comunique à gestão da escola que preci-
sará de um outro professor. Explique como será essa proposta e sua
participação na etapa engajando a família e combine em quais horá-
rios e dias iniciará com as crianças a adaptação, considerando períodos
mais curtos e a presença da família nos primeiros dias. Planeje com os
professoresdas crianças maiores dia e hora em que um pequeno grupo
apresentarão os ambientes, os funcionários e seus espaços preferidos
aos novos colegas. Para isso, organize um espaço de brincadeira e inte-
ração com as outras crianças da turma, de preferência o parque. Para
saber mais sobre adaptação acesse aqui.

Materiais:

Para o parque: baldinhos e brinquedos como carrinhos e bonecos. Pro-


videncie também brinquedos de largo alcance como tubos de papelão
e de plástico, tampas plásticas, caixasdiversas, pneus, tubos de linhas,
possibilitando a criatividade e o faz de conta, para que as crianças brin-
quem de livre escolha.

Para os cantos da sala: alguns objetos pessoais e/ou preferidos das


crianças para que, caso se sintam ainda inseguras, possam usar esses
objetos de apego como segurança. Brinquedos diversos de faz de con-
ta, de encaixe e outros, enquanto esperam a visitação começar ou para
brincarem se escolherem ficar na sala.
Para registros: celular ou máquina fotográfica.

Espaços:

Sala dos pequenos organizada com cantosde livre escolha onde estejam
brinquedos diversos e objetos pessoais das crianças. Outros espaços da
escola (pátio, secretaria, cozinha, refeitório, cantina, outras salas etc)
aos quais as crianças farão a visitação e o parque, já organizado com os
baldinhos e brinquedos de largo alcance espalhados em forma de ilhas,
à espera das crianças.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. De que maneira as crianças demonstram atitudes de curiosidade,


medo, atenção na interação com seus colegas, com outras crianças e
com os adultos?

2. Quais são as estratégias usadas pelos pequenos para comunicar as


outras crianças e para os adultos, seus desejos, necessidades, senti-
mentos e opiniões?

3. Como as crianças expressam independência ou não, na área externa


à sala? Elas compartilham interesses, objetos e os espaços com seus
pares? Demonstram segurança e tranquilidade? Como?

Para incluir todos:


Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-
dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Perceba se as crianças precisam de ajuda para se
locomover, se expressar, perguntar, interagir. Dessa forma, verbalize o
que é manifestado por meio de gestos. Ouça e perceba as preferências
das delas. Oriente os familiares das crianças que, caso estejam choran-
do muito, acompanhe-nas no passeio. Contrário, se elas estiverem en-
volvidase seguras, peça que se afastem um pouco, porém, mantendo-
-se por perto.

O que fazer durante?

Receba as crianças na sala, sempre demonstrando interesse em saber


como elas estão. Chame-as pelo nome e se aproxime, respeitando o
limite de cada uma, mesmo que ainda chorem ou estejam agarradas
ao colo da mãe. Acolha o familiar, chamando-o pelo nome e demons-
trando, de alguma forma, para a criança que se conhecem e têm um
bom relacionamento. Estimule-as a brincar com os objetos disponíveis
na sala até que todos tenham chegado. Quando todas as crianças do
pequeno grupo definido para esse horário tiverem chegado, convide-as
para sentar-se em roda com seus familiares e comunique que irão fazer
um passeio pela escola, para conhecer outros espaços e as pessoas que
trabalham em cada um deles, a fim de que aos poucos os pequenos to-
mem consciência desses lugares. Comente que na escola há várias

áreas e pessoas que ajudam umas às outras. Observe a reação dos


pequenos. Alguns podem demonstrar medo, se agarrar no familiar,
indicando que não querem sair. Outros podem bater palminhas, já se
levantar, correr para fora, indicando que estão animados para conhe-
cer os espaços da escola. Demonstre entusiasmo e respeite se alguma
criança preferir ficar na salacom o familiar ou com outro professor.

Ainda na sala, diga às crianças que terão a companhia de um pequeno


grupo de colegas de outra turmae do(s) professor(es) deles. Se atente
a como os novatos reagem nesse momento. Apresente essas crianças
(que chegarão na sala em horário combinado previamente com seus
professores) aos pequenos e diga que serão seus guias.Oportunize que,
por alguns minutos, as crianças conversem. Incentive as maiores a fa-
larem sobre como é a escola. Respeite as crianças que não se sentirem
seguras para irem com outras pessoas. As que ainda se sentirem inse-
guras poderão estar acompanhadas dos pais, mas só se for realmente
preciso. As que aceitarem podem pegar na mão do colega e ser guiado
pelo professor. Peça que alguém sugira uma música para a saída rumo
aos espaços da escola.

Comece o percurso. Deixe as crianças bem à vontade. A ordem da visita


pode ficar a seu critério. Em cada ambiente oriente os familiares e as
crianças das outras turmas que se revezem na apresentação. Assim as
famílias também participam, deixando as crianças ainda mais seguras
e confiantes. Oriente a todos os envolvidos a deixar que os pequenos
falem, perguntem, movimentem-se pelo espaço, manipulem objetos
etc. Ao apontarem e balbuciarem, eles estão querendo comunicar algo,
e isso deve ser sempre levado em conta. Perceba os movimentos de
cada criança. Mesmo que alguma não chore e já fique sem um familiar,
isso não quer dizer que esteja totalmente adaptada. Então, se aproxime
dela e tente inseri-la na atividade. Oriente aos responsáveis pelas crian-
ças que estejam bem envolvidas a se afastarem aos poucos.

Oportunize que os pequenos explorem os espaços e interajam com


as pessoas, incentivando-os. Oriente aos funcionários de cada espaço
a responder às perguntas das crianças. Essa visita não deve demorar
muito para não cansar as crianças ou as deixar entediadas. No entanto,
caso perceba muito envolvimento e interesse, deixe que explorem os
locais por mais tempo. Observe cada gesto, fala, balbucio, expressão e
registre tudo o que for possível para posterior exposição.

O parque ou outro ambiente que você organizou deve ser o último a


ser visitado. Sente-se no chão, incentive as brincadeiras com areia e
outros materiais disponíveis, sendo exemplo para as crianças, fazendo
com que elas ampliem as possibilidades com areia, terra, os baldinhos
e outros materiais. Dessa forma, favoreça também o contato delas com
as crianças maiores e o(s) professor(es) delas. Toda a turma pode se en-
contrar para brincar nesse momento. Dê liberdade para as crianças se
movimentarem, criarem e interagirem. Observe as que não participam
ativamente,veja se te observam e convide-as para participar. Oriente
aos pais que ainda estejam acompanhando os pequenos a irem se afas-
tando aos poucos, a depender da adaptação da criança.

Para finalizar:

Perceba como está acontecendo a adaptação das crianças até esse


momento. Defina o tempo no parque a depender, do interesse delas.
Deixe-as brincar e avise que as famílias já estarão chegando para bus-
cá-las (pois nesses primeiros dias o tempo de permanência das crianças
é mais curto e é importante que o horário combinado para criança ir
embora seja respeitado, mesmo que ela esteja bem), por isso devem
começar a juntar os brinquedos e outros objetos. Avise que elas podem
esperar pelos familiares ali mesmo no parque ou encaminhar-se para
casa com aqueles que as acompanham. Caso alguma criança queira le-
var algum brinquedo para casa, permita isso. Será uma excelente opor-
tunidade de aumentar os laços entre escola e família.

Desdobramentos
Observe como as crianças estão se adaptando e promova um momento
de chegadacom brincadeiras no parque, com os próprios brinquedos do
espaço, como brincadeira com água na areia, para fazer castelo, boli-
nhos, formigueiros, comidinha etc. Outra sugestão é que após esse pe-
ríodo de adaptação você promova novamente esse passeio pela escola,
somente com os pequenos, sem os familiares ou outras crianças.

Engajando as famílias
Monte um mural na entrada da escola com as fotos dos diversos espa-
ços visitados pelas crianças e oriente às famílias para que conversem
com elas sobre o que mais chamou a atenção delas em cada um desses
espaços do ambiente escolar. Peça aos familiares que, em um outro dia,
na chegada à escola, antes de encaminhar as crianças para a sala, per-
guntem a elas sobre um espaço que conheceram e gostaram muito e
leve-as para visitá-lonovamente.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Converse com os pais no ato da matrícula ou em reuniões anteriores ao
início das atividades escolares. Esse primeiro contato é essencial, a fim
de que sejam esclarecidas possíveis dúvidas, feitos combinados, dadas
orientações aos pais sobre o momento da adaptação das crianças e sua
interação com os demais. Faça essa atividade à medida que as crianças
já se sentem seguras e já demonstram certa evolução na adaptação.Se-
pare a turma em dois pequenos grupos, que farão a atividade em dias
diferentes, para melhor acompanhamento dos pequenos. Cada grupo
pode ser formado por novatos e veteranos. A atividade deve contar
com o apoio de um outro professor e pode ser realizada próxima ao
momento de despedida das crianças.

Materiais:

Tigela grande, jarra com água, copo, colher, mesa baixa e local para
armazenar a massinha depois de pronta. Separe os ingredientes (veja
aqui algumas sugestões de receitas, mas fique à vontade para utilizar a
que considerar mais adequada, levando em conta a idade das crianças).
Como ainda é um momento de adaptação, algumas crianças podem
não querer se envolver, por isso, é importante que lhes sejam ofere-
cidas outras possibilidades. Para isso, disponibilize outros materiais,
como: papel cartolina tamanho A4, giz de cera e jogos de construção.
Providencie também saquinhos de plástico ou de papel e cópias da re-
ceita da massinha.

Espaços:

Realize a atividadede preferência na sala das crianças, se for espaço-


sa. A proposta também ser feita em um outro espaço (como o pátio,
refeitório etc) que permita às crianças se movimentar com liberdade,
explorando bem os materiais e participando ativamente dela. Divida a
turma em pelos menos dois grupos, que realizarão a atividade em dias
diferentes. Assim, os pequenos terão a oportunidade de manusear os
ingredientes e interagir entre si, com uma mediação atenta e cuidadosa
sua. Organize cantos com outros materiais, para que quem não este-
ja fazendo a massinha realize uma outra atividade de sua preferência
(exemplo: desenho com papel cartolina tamanho A4 e giz de cera ou jo-
gos de construção) enquanto você acompanha o grupo que está fazen-
do a massinha. Considere o apoio de outro professor para isso.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quais são as formas de interação entre as crianças e com você?


Como expressam opiniões? Como se manifestam?

2. Como as crianças se envolvem e reagem neste momento da adapta-


ção? Elas querem explorar? Já mostram autonomia e desenvoltura? Se
mostram mais à vontade com o ambiente e com os pares? De que for-
ma?

3. As crianças compartilham experiências e conhecimentos? Como?


Conseguem trabalhar em grupo? Interagem com os materiais com certa
autonomia, sentem-se seguras nesse tipo de atividade?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita
e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de
cada criança ou do grupo. É fundamental que a atividade seja feita em
grupos menores, para que todos tenham mais possibilidades de inte-
ração. Convide todas as crianças para participar, mas respeite aquelas
que preferirem apenas observar. Garanta que todas possam estar em
atividade, de acordo com suas preferências e nível de adaptação.Pro-
cure formas de incentivar cada criança individualmente, principalmen-
te aquelas que preferem só observar. Tente perceber os interesses de
cada uma, para que, a partir daí, você possa garantir diversas formas de
exploração.

O que fazer durante?

Na sala, reúna as crianças em um grande grupo. Apresente os materiais


a elas. As crianças podem se expressar de diversas formas. Conduza a
conversa e diga que irão fazer massinha para brincar ou brincar com
as propostas de livre escolha, se alguma criança manifestar compor-
tamentos que possam indicar incômodo ou desinteresse. Elas podem
produzir desenhos com cartolinas tamanho A4 e giz de cera, brincar
com jogos de encaixe ou folhear livros. Peça que o outro professor que
estará auxiliando na atividade, acompanhe essas crianças nos cantos e
fique atento para o caso de, no decorrer da atividade, alguma demons-
trar curiosidade, olhando para o preparo da massinha, por exemplo,
incentivando-a a participar da proposta. Oriente os familiares presentes
a possibilitar a participação das crianças autonomamente, se afastando
conforme elas se envolvem na proposta.

Possíveis falas ou ações da criança neste momento: Ao ver os ingre-


dientes, alguma criança pode arregalar os olhinhos, querer pegar algum
material, indicar que conhece algum ingrediente, outra pode querer
brincar etc. Outra criança pode falar ou balbuciar algum nome. Alguma
criança pode manifestar desinteresse com choro, balançando a cabe-
ça em negação para não tocar em algum ingrediente, fazer carinha de
nojo, dizer não com o dedinho.

Reúna o grupo, apresenteos ingredientes e possibilite às crianças que


sintam texturas, cheiros etc. As crianças devem ficar à vontade, para
experimentar, apontar, balbuciar algo etc. Pergunte a elas se já fizeram
uma receita, se já viram em casa, se já ajudaram alguém a fazer uma
etc. Dê suporte naquilo que querem manifestar sobre suas experiên-
cias, estimulando-as com perguntas. Valide as respostas delas e com-
plemente-as com o que for necessário. Possibilite que os pequenos
se manifestem livremente, toquem, brinquem, valorizando cada ação,
desde as mais ousadas até as mais tímidas.

Possíveis falas do professor neste momento: Vocês acham que dá para


fazer uma massinha com esses ingredientes? Você já fez? Que bacana!
O que você usou? E vocês já viram alguém usar uma receita em casa?
Quando a mamãe de vocês faz bolo, biscoito, o que ela usa?

Avise as crianças que elas irão preparar a receita com você e incentive
que participem desse momento. A preparação deve ser feita em um lo-
cal que permita o alcance das crianças. Para as que forem mais tímidas,
peça que peguem algum ingrediente pra você. Converse com as crian-
ças mais adaptadas e incentive que peçam ajuda das demais. Faça de
cada passo um momento de exploração dos ingredientes, de interação
como os materiais e de levantamento de hipóteses. Mostre entusias-
mo, empolgação, possibilitando essas mesmas reações nas crianças,
permitindo que os pequenos fiquem cada vez mais curiosos e interes-
sados. Comece a misturae solicite a ajuda das crianças para separar,
incorporar e misturar os ingredientes, orientando-as a observar o que
acontece.Dê oportunidade para que todos possam comentar, perguntar
e realizar ações. Repare bem nas expressões das crianças e faça inter-
venções. Esse momento pode ser muito divertido e de interação.

Possíveis falas e ações do professor neste momento: Ao derramar o


óleo na água, e perceber que uma criança fica curiosa, você pode falar:
Nossa!! O que aconteceu? Vocês estão vendo? Quer colocar o dedi-
nho? Parece mágica mesmo! O que será que vai acontecer se eu mistu-
rar assim? O que vocês acham?

Prossiga com a mistura dos ingredientes, solicitando que as crianças-


colaborem entre si. Sempre conte com a participação delas. Peça para
alguma criança tingir a massinha com o corante alimentício e chame
a atenção das demais para a transformação da cor da massa. Convide
cada uma para participar, sendo apenas um orientador. Respeite aque-
las que ainda preferem apenas observar. Sempre vá, aos poucos, desta-
cando as transformações que acontecem durante o preparo da massi-
nha, principalmente a partir dos apontamentos dos pequenos sobre o
que observam. Se ainda houver algum familiar por perto, oriente-o a se
afastar, caso os bebês estejam envolvidos com a atividade. Caso algum
deles ainda esteja chorando muito, resistindo ao ambiente, aos colegas
e professor, convide os responsáveis por eles para participar da prepa-
ração da massinha, no intuito de deixar a criança mais segura.

5
Depois que a massinha estiver pronta, peça para cada criança do pri-
meiro grupo retirar um pedaço dela e avise que os pequenos podem
brincar livremente com a massinha ou nos espaços de livre escolha.
Comunique que agora será a vez de outro grupo. Depois que o segundo
grupo fizer a massinha, todos podem brincar juntos, livremente. Se al-
guma criança tem interesse de brincar com o colega em vez de produzir
com o segundo grupo, respeite essa vontade dela. Os maiores podem
dividir o material com os menores. Auxilie a turma nesse momento. Es-
timule as crianças a brincar à vontade, como quiserem. Brinque junto
com elas de faz de conta. Pode ser de fazer comidinha, de fazer bichi-
nhos ou do que a criatividade delas permitir. As crianças podem usar
todos os espaços do ambiente. O trabalho com a massinha permite que
surjam muitas situações, partindo das crianças. Aproveite e explore as
brincadeiras com massinha das diversas maneiras que surgirem, sem
regras. Esse é o momento de maior interação do grande grupo.

Para finalizar:

Após um tempo, avise as crianças que é hora de limpar e arrumar a


bagunça. Convide-as para lavar as mãos e juntar os utensílios. Deixe o
espaço de brincadeira com a massinha organizado próximo às propos-
tas de livre escolha e avise aos pequenos que poderão levar os pedaços
da massinha para casa. Se já estiver próximo ao momento de saída das
crianças, sugira que brinquem nos cantos até que cada familiar chegue
para buscá-las. À medida que as famílias chegam, elas podem partici-
par, enquanto for possível, das brincadeiras com as crianças.

Desdobramentos
A atividade pode ser repetida, muitas vezes, acrescentando-se cores
diferentes à receita e/ou montando espaços com intervenções que am-
pliem as explorações com a massinha, como por exemplo, forminhas de
bolo, palitos de picolé, pedaços de cabo de vassoura etc. Também po-
de-se propor a produção de outras receitas de massinha.

Engajando as famílias
A participação da família na continuação das propostas escolares é
muito importante. Envie a receita da massinha para casa dentro de um
saquinho junto com um pedaço da massinha produzida pelas crianças e
solicite que os responsáveis brinquem com a criança em casa. Peça que
registrem por meio de fotos, ou textos e enviem-nos à escola, para ser
montado um mural de apreciação. Solicite que as famílias pesquisem
outras receitas e as enviem pelos filhos.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Converse com os pais antes do início das atividades escolares sobre a
adaptação das crianças. Esse primeiro contato é essencial para serem
esclarecidas possíveis dúvidas, feito combinados etc. É importante co-
lher informações sobre a criança, seus gostos, sua rotina, suas prefe-
rências e outros interesses. Peça às famíliasquetragam consigo alguns
objetos dos pequenos. Avise que a atividade será realizada próximo ao
horário de saída e que a família poderá chegar mais cedo para partici-
par da proposta, caso a presença dos pais já não seja necessária. A ati-
vidade deve contar com um outro professor para te apoiar.

Materiais:

Separe recipientes de palha (um para cada três ou quatro crianças) que
cumpram a função de acomodar os objetos, como uma caixa de pape-
lão, peneiras ou uma bacia plástica e monte algunscestos dos tesouros
com objetos diversos de uso cotidiano (sugestões de como organizar os
cestos estão disponíveis aqui, entre as páginas 71 e 77). Esses objetos
podem ser: talheres, fitas, esponja, bucha vegetal, escova de dente,
escova de cabelo, pente, peneirinhas de suco, frutas, conchas, pincéis,
cascas de árvores, pulseiras, canecas, panelas, chocalhos, plumas, cin-
tos etc. Providencie massinha de modelar, que podem ser de receitas
caseiras, e saquinhos nos quais as crianças possam levar a massinha
para casa. Celular para registro fotográfico. Alguns brinquedos de uso
pessoal das crianças. Tapete e mesinhas.

Espaços:

Realize a atividade de preferência na sala das crianças, se for espaçosa.


A proposta pode ser feita também em um outro espaço, como o pátio
interno, desde que permita às crianças se movimentar com liberdade,
explorando bem os materiais e participando ativamente dos momentos
de interação. Prepare cantos organizados assim: um canto com Cestos
do Tesouros (cada cesto contendo objetos diferentes) sobre alguns ta-
petes, um canto com massinhas caseiras sobre uma mesinha (que serão
colocadas dentro de saquinhos ao final da proposta) e um canto com
brinquedos de uso pessoal das crianças.

Tempo sugerido:

Entre 40 minutos e uma hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quais são as formas de interação entre as crianças e delas com você?


Como se expressam? Como se manifestam?

2. De que forma as crianças falam sobre seus brinquedos e objetos pre-


feridos? Como mostram o que é delas? Como comunicam suas prefe-
rências, opiniões e suas intenções? Formulam explicações no momento
de suas escolhas?

3. Como as crianças expressam independência ou não, na escolha dos


cantos? Elas compartilham interesses, objetos e os espaços com seus
pares?Demonstram segurança e tranquilidades? Como?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita
e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de
cada criança ou do grupo. Procure ouvir e perceber as preferências das
crianças. Dessa forma, verbalize o que é manifestado por elas. Oportu-
nize que conflitos sejam resolvidos, negociados e que a opinião do ou-
tro seja considerada. Possibilite que cada uma se envolva na proposta e
respeite o tempo de todas. Tente perceber os interesses de cada uma,
para que, a partir daí, você possa garantir diversas formas de explora-
ção.

O que fazer durante?

Próximo ao momento de saída, reúna as crianças em roda. No grande


grupo apresente os cantos com cestos de objetos, com a massinha e
com os brinquedos das crianças. Diga que depois de brincar nos es-
paços de livre escolha elas poderão levar para casa um saquinho de
massinha. Observe a reação dos pequenos. Alguns podem demonstrar
medo, ainda se agarrar ao familiar (se ainda for o caso), indicando que
não querem participar. Outros podem bater palminhas, já se levantar,
correr em direção aos cantos, indicando que estão animados, curiosos
e já indicando avanço naadaptação. Demonstre entusiasmo e respeite
se alguma criança preferir não participar da proposta. No entanto, sem-
pre que possível, aproveite para incentivar a participação de todos e
para orientar os familiares a irem se afastando conforme o envolvimen-
to das crianças aumente.

As crianças podem escolher a qual canto se direcionar. Dê sugestões,


mas sempre valide as iniciativas delasa. Observe como se comportam
diante dos cestos, objetos e massinhas. Deixe que interajam, como de-
sejarem, nesse momento. Caso alguma criança, já tenha livremente se
direcionado aos espaços preparados, estimule as outras a fazer o mes-
mo. Se não, convide-as para conhecer esses espaços, comunicando a
elas o que há neles e ampliando suas possibilidades. Amplie as possibi-
lidades delas de acordo com as ações e expressões de cada uma. Nesse
momento, aproveite para ir registrando as interações e as explorações
da turma.

Deixe que as crianças escolham a qual espaço preferem ir, o que que-
rem pegar, fazer, experimentar. Fique atento a como se organizam e às
suas preferências por determinado material. Verifique se alguma crian-
ça convida outra para alguma brincadeira, se há ajuda entre elas. Incen-
tive familiares que ainda estão por perto a brincar junto com as crian-
ças nos cantos. Perceba se gostam dos barulhos que fazem, se pedem
ajuda, se compartilham objetos, se criam novas brincadeiras. Fique per-
to mas não interfira dizendo o que as crianças têm que fazer ou como
devem usar os objetos do cesto e as massinhas, pois os pequenos dão
seus próprios significados aos objetos explorados. A partir das ações
das crianças, conduza as conversas, medie possíveis conflitos, oportu-
nize experiências e a criatividade dos pequenos. Se alguma brincadeira
for iniciada, se envolva, interagindo o máximo possível.Se alguma crian-
ça estiver mais insegura você e a família pode brincar junto com ela.
Continue registrando as interações para usar o material posteriormen-
te.
Possíveis falas do professor neste momento: Você gostou desse cesto?
Olha! O que você acha que ele está fazendo com aquele objeto? Que
barulho legal, faz esse! O que você acha desse aqui? Quer experimen-
tar? Veja como ela está brincando com aquele...! Vamos escolher algo
para você?

Perceba se as crianças se dirigem mais a um espaço ou a outro, forman-


do pequenos grupos. Respeite as iniciativas. Observe se elas trocam de
cestos ou de objetos ou de cantos e sugira, a partir da sua observação,-
que explorem-nos cada vez com mais autonomia. A partir das ações
das crianças, incentive que elas tentem descobrir o que tem nos outros
cantos. Estimule a capacidade imaginativa e criativa das crianças, como
por exemplo, quando atribuem usos diferentes aos mais diversos obje-
tos contidos nos cestos. Nos casos das menores, ajude-as, verbalizando
suas diferentes linguagens. Dê tempo para que todas explorem os obje-
tos. Perceba se algum familiar pode se afastar e oriente-o.

Possíveis falas do professor neste momento: Temos outros cestos. O


que será que tem naquele outro cesto? Vamos descobrir? Quer pegar
algum objeto do outro cesto? O que acha desse aqui? Vejam! Se algu-
ma criança chorar ou se frustrar, incentive uma outra criança maior a
brincar com ela, mas sempre respeitando a vontade de cada uma.

Possíveis falas ou ações da criança neste momento: Uma criança pode


observar uma outra criança brincando ou imitando com algum objeto
de outro cesto e decide fazer o mesmo. Uma outra criança pode pedir
ou apontar para um coleguinha, manifestando o desejo de usar o brin-
quedo ou outro objeto que ele está usando.

Continue observando como os grupos se direcionam aos materiais, se


as crianças têm preferências, se usam mais uns do que outros, se fazem
e como fazem uso deles. Observe se elas se divertem, se gostam desse
momento, se brincam com os materiais, com os próprios brinquedos
ou com os dos colegas. Direcione-se a cada grupo, tentando perceber
como eles exploram e sugira que compartilhem suas ideias. Dê suges-
tões, se forem necessárias, a partir de ações e escolhas dos grupos. Avi-
se que logo a atividade chegará ao fim e que as crianças poderão levar
um pedaço de massinha para casa.

Para finalizar:

Com a chegada dos pais, comunique, às crianças que terão mais algum
tempinho para explorar, trocar e experimentar todos os objetos. Deixe
as famílias à vontade para participar e brincar junto das crianças por
mais um tempo, de acordo com a disponibilidade de cada uma.A me-
dida que cada uma vá se despedindo, sugira que recolha um saquinho
com massinha para levar pra casa. Após um tempo, caso ainda tenham
crianças envolvidas com os cestos, não se preocupe.Cante uma canção
que marque com o grupo os momentos de arrumação. (Uma sugestão
é Nós Vamos Guardar, de Fabiana Goddoy) Deixe as crianças à vontade,
interagindo com seus familiares e peça a ajuda delas para colocar o que
ainda for necessário no lugar.

Desdobramentos
Repita essa atividade muitas vezes. Dessa forma você amplia o conta-
to com as crianças, de modo que elas tenham um momento prazeroso
de saída e queiram voltar à escola, promovendo interação entre elas e
com os materiais, a fim de estabelecer relações de intimidade e con-
fiança. É interessante também que, à medida que atividade for repetida
sejam, incluídos novos objetos do cotidiano no Cesto do Tesouro, que
podem ser trazidos pelas crianças.

Engajando as famílias
Comunique o trabalho com os cestos dos tesouros e peça às famílias
que, junto com as crianças, escolham algum objeto para enviar à escola
e montar o Cesto do Tesouro da turma. Monte um mural na porta da
sala com fotos dos objetos escolhidos (ou dos próprios cestos) pelas
crianças, para ser compartilhado com as famílias. Aproveite o mural e
também compartilhe os registros feitos durante a atividade.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para realizar essa atividade, é importante que as crianças estejam ha-
bituadas com combinados e com momentos de livre escolha dentro da
rotina escolar. Brincar é uma das atividades prioritárias das crianças,
sendo indissociável ao desenvolvimento delas. É por meio do brincar
que a criança imita, representa, incorpora valores, hábitos culturais,
sentimentos e situações vivenciadas e ainda realiza a conquista pro-
gressiva da convivência social. O brincar também necessita de planeja-
mento, registro, observação e avaliação das competências e potencia-
lidades por parte do professor. O professor deve zelar pelo espaço do
brincar, garantir o tempo, os materiais, a privacidade além de ajudar a
solucionar conflitos auxiliando as crianças na divisão dos brinquedos e
no convívio social.

Materiais:

Os materiais devem ser providenciados com antecedência, de modo


que os centros de interesses estejam prontos para as interações de faz
de conta.

Representação do ônibus: volante e rodas podem ser confeccionados


reutilizando papelão e o acabamento feito com pinturas ou colagem
de imagem impressa; assentos podem ser as próprias cadeiras da sala
do grupo. Demais objetos adeptos da cultura local referente ao uso de
ônibus, dinheiro, cartão etc. Objetos que possam representar itens de
casinha (que podem ser emprestados pela cantina da escola) e salão de
beleza. Bonecas com características físicas diversas. Fita crepe ou bar-
bante, tecido TNT, colcha, toalha, folha branca, giz de cera e acervo de
livros da sala do grupo etc.
Espaços:

Sala de atividades. Organizar a sala dentro dos campos de interesses,


buscando atender os detalhes e nuances da cultura local. Os materiais
disponíveis e a maneira como estarão organizados enriquecem a forma
como o faz de conta acontece. Disponibilize os brinquedos e acessórios
utilizados de maneira a atender as necessidades corporais e gestuais
das crianças.

Para o ônibus: organize as cadeiras em duplas e siga com algumas filei-


ras, destaque um assento para o motorista com o volante em cima e
outro para o cobrador com demais objetos do uso local. Cole as rodas
nas cadeiras com fita crepe ou amarre com barbante.

Para a casinha: organize os espaços dos cômodos de uma casa, cozinha,


quarto, sala, banheiro etc. Repita a riqueza de detalhes com o espaço
do salão de beleza, inserindo objetos que representem ações de quem
trabalha no salão e de quem usa os serviços.

Tempo sugerido:

Entre 1 hora e 1 hora e 40 minutos

Perguntas para guiar suas observações:

1.Durante a brincadeira, como as crianças buscam demonstrar imagem


positiva de si e confiança em sua capacidade para enfrentar dificulda-
des e desafios?

2. De que maneira as crianças interagem com os espaços, objetos, adul-


tos e crianças, no decorrer de suas brincadeiras?
3. Como as crianças demonstram compreender as regras básicas de
convívio social durante as brincadeiras de faz de conta?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita
e proponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada
criança ou do grupo. Organize os ambientes da sala do grupo com os
brinquedos e propostas de brincadeiras em diferentes níveis. Deixe-os
acessíveis às crianças, de forma que atenda às amplitudes corporais e
gestuais delas. Proporcione ambientes e brincadeiras desafiadoras para
todas. Brinque junto com elas oferecendo momentos de trocas de pa-
péis e proponha ações e comentários coniventes com o faz de conta,
cuidando para não inibir o brincar.

O que fazer durante?

Planeje que a atividade de livre escolha de brincadeiras irá acontecer


envolvendo a interação das crianças com seus colegas e com você. Ele
deve acontecer dentro dos centros de interesses, dispostos de modo
atraente. Proporcione cantos específicos para as propostas de ônibus,
casinha e salão de beleza, com quantidade de materiais que garanta
a participação de todas, estimulando a autonomia e a capacidade de
escolha. Mostre ao grande grupo como a sala está organizada apresen-
tando os espaços das brincadeiras. Reúna o grande grupo e informe
que, antes de iniciarem as brincadeiras, farão uma roda de combina-
dos sobre compartilhar espaços, brinquedos e brincadeiras, sempre na
perspectiva de perceber como o grupo compreende as regras básicas
de convívio social nas interações. É importante que durante a brinca-
deira o professor atue como co-participante, buscando proporcionar
momentos de livre escolha. Na brincadeira, as regras não devem limitar
o faz de conta, as regras podem ser alteradas, criadas e ignoradas e a
atividade pode conter menos ou mais participantes.

Faça com as crianças combinados para esta situação. Se necessário,


registre escrevendo em um cartaz. Seguem algumas sugestões de pos-
síveis combinados para este momento: (1) todas podem usar todos os
materiais como desejarem, mesmo que seja igual ou parecido com a
ideia de uso dos colegas, respeitando o espaço, corpo, desejos e neces-
sidades umas das outras; (2) sempre que desejar um objeto ou brin-
quedo que está na mão do outro, devemos pedir emprestado e esperar
que o amigo entregue; (3) Sempre que quiser passar por algum lugar
ou pegar algum brinquedo ou material, é preciso pedir licença, falar por
favor e agradecer dizendo obrigada.

Considere também as sugestões trazidas pelas crianças, registrando as


ideias para utilizarem em outros momentos.

Durante toda a vivência observe como as crianças brincam em pares,


nos pequenos e grandes grupos e o que gera mais ou menos interesse
dentro dos cenários. Quais são as falas das crianças diante das propos-
tas e de que modo os objetivos propostos para essa atividade cumprem
suas funções ou não e porquê. Busque documentar para que depois
você possa retomar essas anotações no momento de descrição do de-
senvolvimento social das crianças. Faça também registros fotográficos.

Convide o grande grupo para exploração dos ambientes mas deixe que
as crianças se aproximem livremente, aos pares ou individualmente, do
que mais lhes chamar a atenção.Busque alinhar suas intervenções com
objetivo de ajudar as crianças a partir dos interesses, desejos e neces-
sidades delas. Brinque junto com as crianças, compartilhando do ima-
ginário criado por elas. Busque trazer desafios, promover relações, am-
pliar suas referências de possíveis enredos, ações e diálogos de modo a
ampliar e aprofundar suas investigações e descobertas no contexto das
brincadeiras.

Possíveis falas do professor neste momento: O ônibus quebrou! E ago-


ra, como podemos fazer para consertar? Quem entende de motor?
Será que tem algum mecânico nesta cidade?”

Possíveis ações da criança neste momento: Sugerir os papéis de cada


um na brincadeira, dar ideias de como podem organizar os materiais de
cada cantinho e elaborarem as próprias regras da brincadeira.

Atente para possíveis disputas de brinquedos, espaços e atenção. Dian-


te de uma disputa, faça a mediação de forma calma e acolhedora e
busque conhecer o motivo, investigando as crianças envolvidas e a si-
tuação de disputa. Não deixe de dar espaço para o protagonismo e o
reconhecimento das ações das crianças na resolução desses conflitos,
respeitando o tempo de cada uma.Garanta que enquanto as crianças
estão envolvidas em propostas de brincadeiras de livre escolha, elas
possam escolher seus parceiros, atribuir significado a objetos e situa-
ções, construir enredos e escolher seus personagens de acordo com a
necessidade e interesse delas nesses momentos. Respeite suas formas
de exploração e de aprender sobre o mundo, as relações e as pessoas.
Caso alguma criança apresente pouco interesse nas brincadeiras e in-
vestigações, busque brincar perto dela (mas não necessariamente com
ela) com materiais, brinquedos e diálogos que são de seu interesse.
Dessa forma, você proporcionará o protagonismo da criança em sua in-
serção nas brincadeiras propostas.

Durante o faz de conta, busque garantir situações de convivência en-


tre as crianc?as e entre elas e adultos, seja em pequenos grupos ou
em grande grupo. Destaque as orientações para interações positivas e
para a criação de vínculos seguros e estáveis com o professor e entre
as crianças do seu grupo e dos demais. Neste momento, algumas crian-
ças podem ter terminado suas interações com os cenários propostos.
Pergunte se desejam fazer um desenho ou uma leitura enquanto aguar-
dam o próximo momento da rotina da sala do grupo.

Possíveis falas do professor nesse momento: Quando desci do ônibus


estava uma chuva danada, pode secar o meu cabelo, por favor?

Dentro de uma interação com as crianças no faz de conta: Preciso almo-


çar para pegar o ônibus e ir para o trabalho, pode preparar uma macar-
rão para mim, por favor?

Para finalizar:

Avise ao grande grupo que dentro de dez minutos iremos guardar os


brinquedos e materiais do faz de conta para organizar a sala para nos-
sa próxima atividade. Pergunte sobre o interesse deles em manter um
dos cenários montados na sala de atividades. Após a decisão do gru-
po, informe que eles têm mais 5 minutos de brincadeira. Depois de 5
minutos, avise novamente. Ao final do tempo, convide o grande grupo
para guardar os brinquedos e organizar a sala. Ao perceber que alguma
criança não está ajudando, entregue um brinquedo na mão dela, peça
ajuda para guardá-lo e indique onde ela pode fazer isso. Cante uma
canção que marque com o grupo os momentos de arrumação. Suges-
tão: Nós Vamos Guardar, de Fabiana Godoy .

Desdobramentos
Repita essa brincadeira com outros cenários com propósito de conti-
nuar atendendo aos interesses e necessidades que a turma tem de-
monstrado dentro de suas brincadeiras livres, mas que ainda não foi
explorado de forma ampla pelo professor. Por exemplo: consultório
médico, padaria, supermercado etc.

Engajando as famílias
Converse com as famílias sobre a brincadeira do faz de conta e propo-
nha que elas possam vir falar de suas profissões, trazer alguns ítens uti-
lizados para a turma conhecer, observar e, se possível, manusear. Diga
que o objetivo é de enriquecer a imaginação das crianças e a motivação
em propor novos cenários de faz de conta. Agende com as famílias dis-
poníveis um horário no início ou final do turno, para que essa apresen-
tação possa acontecer.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para realizar essa atividade, é importante que as crianças estejam ha-
bituadas com combinados e com momentos de livre escolha com ma-
teriais de largo alcance dentro da rotina escolar. Brincar é uma das ati-
vidades prioritárias das crianças e é indissociável ao desenvolvimento
delas. É por meio do brincar que a criança imita, representa, incorpora
valores, hábitos culturais, sentimentos e situações vivenciadas e ainda
realiza a conquista progressiva da convivência social. O brincar também
necessita de planejamento, registro, observação e avaliação das com-
petências e potencialidades por parte do professor. Para saber mais
sobre materiais de largo alcance: Caleidoscópio Brincadeira e arte - Am-
bientes Lúdicos 2

Materiais:

Os materiais e brinquedos devem ser providenciados com antecedên-


cia para que, no momento da aplicação, seja possível disponibilizar os
materiais de largo alcance. Exemplo de materiais de largo alcance: blo-
cos de madeira de diversos tamanhos e formas, peças de encaixe, legos
e jogos de construção e encaixe existentes na escola, tampinhas e gar-
rafas pet de diferentes tamanhos, cones de linhas de costura, rolos de
papel higiênico, bolas de isopor de diferentes tamanhos etc. Caixas de
suco e de leite (bem higienizadas) de diversos tamanhos e formas. Cola,
fita crepe, barbante cordas, tecidos, folhas brancas e giz de cera.

Espaços:

Sala de atividades. Organizar todos os materiais de largo alcance em


conjuntos. Em um ou dois conjuntos construa formas e edificações
com objetivo de propor desafios e maneiras de uso desses materiais.
A forma como estarão organizados enriquece a maneira como as brin-
cadeiras e investigações podem acontecer. Disponibilize os materiais
e brinquedos de largo alcance de maneira a atender as necessidades
corporais e gestuais das crianças, em cima e embaixo de mesas, dentro
e fora de recipientes. O professor deve zelar pelo espaço do brincar,
garantir o tempo, os materiais, a privacidade e ajudar a solucionar con-
flitos auxiliando as crianças na divisão dos brinquedos e no convívio so-
cial.

Tempo sugerido:

Entre 40 minutos e 1 hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1.Durante as escolhas de materiais e nos momentos de construções,


quais estratégias elas usam para compartilhar os objetos e os espaços
com crianças da mesma faixa etária e adultos?

2.Ao explorar os materiais, as crianças separam e classificam os objetos


de acordo com o tamanho, peso, cor, forma etc? Como elas fazem isso?

3. Como as crianças demonstram compreender as regras básicas de


convívio social durante as brincadeiras de livre escolha e construções?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita
e proponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada
criança ou do grupo. Organize os ambientes da sala do grupo com os
brinquedos e propostas de brincadeiras em diferentes níveis e de modo
acessível às crianças, de forma que atenda à amplitude corporal e ges-
tual delas. Ofereça materiais que proporcione construções desafiadoras
para todas. Brinque junto com elas oferecendo ajudas estruturais e de
acordo com as demandas nas construções, incentivando a criatividade.

O que fazer durante?

Planeje que a atividade aconteça envolvendo a interação das crianças


com os colegas e com você, dentro dos centros de interesses dispostos
de modo atraente. Reúna o grande grupo, converse sobre o desejo de
construção de cada uma e quais materiais serão utilizados,garantindo o
espaço de expressão para todas as crianças. Informe que antes de ini-
ciarem as construções farão combinados sobre compartilhar espaços,
brinquedos e materiais, sempre na perspectiva de orientar o grupo a
respeitar as regras básicas de convívio social nas interações e brincadei-
ras . Distribua os materiais de largo alcance em conjuntos. Dentro des-
ses conjuntos, ofereça duas ou mais ideias de construções envolvendo
os materiais. As crianças podem construir torre de rolos de papel ou
ponte com os blocos de madeira por exemplo.

Atente para disponibilizar uma quantidades de materiais que garanta


a participação de todas, estimulando a autonomia, capacidade de es-
colha e desenvolvimento de estratégias de uso e divisão dos materiais
entre as crianças. Mostre ao grande grupo como a sala está organizada
e pergunte sobre os materiais dispostos, se são conhecidos por elas e
para que servem.

Convide o grande grupo a dar uma volta pela sala para visualizar e
identificar melhor os materiais de largo alcance disponíveis. Enquanto
fazem esse reconhecimento proponha observações desafiadoras que
incentivem as crianças a pensarem sobre o que podem fazer com os
materiais. Após a roda de conversa sobre os desejos de construções e
materiais utilizados, deixe que escolham, aos pares ou individualmente,
os objetos que mais lhes chamarem a atenção.Busque alinhar as in-
tervenções de construções e uso de materiais, com objetivo de ajudar
as crianças a partir dos interesses, critérios de construção, desejos e
necessidades delas. Leve as crianças a refletirem sobre o que estão fa-
zendo e o que planejaram fazer, de modo a ampliar e aprofundar suas
investigações, descobertas e planejamentos. Trabalhe com aquilo que a
criança já conhece e apoie no que ela pode vir a conhecer.

Possíveis falas do professor neste momento: Acho que conheço esse


material aqui de algum lugar, mas agora não consigo me lembrar... vo-
cês podem me ajudar?; Ao passarem pelos rolos de papel higiênico: O
que será que podemos construir com esses cones de linhas?; Diante
de uma dificuldade de estrutura na construção: Vejo que você não está
conseguindo colar esse material, será que não seria melhor amarrar?
Você sabe dar um nó?

Faça com as crianças combinados para esta situação. Se necessário,


registre escrevendo em um cartaz. Seguem algumas sugestões de pos-
síveis combinados para este momento: (1) todas podem usar todos os
materiais como desejarem, mesmo que seja igual ou parecido com a
ideia de uso dos colegas, respeitando o espaço, o corpo, desejos e ne-
cessidades umas das outras; (2) sempre que desejar um objeto ou brin-
quedo que está na mão do outro, devemos pedir emprestado e esperar
que o amigo entregue; (3) sempre que quisermos passar por algum lu-
gar ou pegar algum brinquedo ou material, é preciso pedir licença, falar
por favor e agradecer dizendo obrigada.

Considere também as sugestões trazidas pelas crianças, registrando as


ideias para utilizarem em outros momentos.

Durante toda a vivência observe como as crianças brincam aos pares,


nos pequenos e grandes grupos, quais materiais de largo alcance gera
mais ou menos interesse e porquê. Quais são as falas das crianças e de
que modo os objetivos propostos para essa atividade cumprem ou não
suas funções durante as construções e porquê. Busque documentar
para que depois você possa retomar essas anotações no momento de
descrição do desenvolvimento social das crianças. Faça registros foto-
gráficos.

Durante as construções e livre escolha, atente para possíveis disputas


de brinquedos, espaços e atenção. Diante de uma disputa faça a media-
ção de forma calma, acolhedora e busque conhecer o motivo, investi-
gando as crianças envolvidas e a situação de disputa. Não deixe de dar
espaço para o protagonismo e o reconhecimento das ações das crian-
ças na resolução desses conflitos, respeitando o tempo de cada uma.
Garanta que enquanto as crianças estão envolvidas nas construções,
elas possam escolher confeccionar não só aquilo que decidiram na roda
de conversa, mas outras coisas que desejarem. Elas podem usar diver-
sos materiais de acordo com a necessidade e interesse nesses momen-
tos, respeitando sua forma de exploração e de aprendizado sobre as
relações de tamanho, peso, cor e forma.É importante que durante as
construções e manuseio dos materiais o professor atue como co-par-
ticipante, buscando proporcionar momentos de desafios e autonomia,
sempre de modo equilibrado. Não deixe que os desafios estejam além
das capacidades de construções, trabalhe sempre na perspectiva de en-
riquecer as explorações e tentativas das crianças.

Possíveis falas do professor neste momento: Será que essa sua constru-
ção poderia ter uma asa? Você quer tentar colocar mais alguma parte
nela?

Atente para o tempo de construção e manutenção de interesses nas


atividades propostas, pois os ritmos e tempos das crianças não são
iguais. Pergunte para as que estiverem cansadas ou já tenham finaliza-
do as construções se desejam descansar ou explorar os livros enquanto
aguardam o próximo momento da rotina da sala do grupo.

Para finalizar:

Convide as crianças a fazer uma exposição das construções na sala do


grupo. Caso elas concordem com a exposição, disponibilize um local na
sala e informe às crianças onde colocar sua construção. Avise o grande
grupo que dentro de dez minutos iremos guardar os materiais e organi-
zar a sala para nossa próxima atividade. Passados os dez minutos con-
vide o grande grupo para guardar os brinquedos e organizar a sala. Ao
perceber que alguma criança não está ajudando, entregue um material
na mão dela, peça ajuda para guardá-lo e indique onde ela pode fazer
isso. Cante uma canção que marque com o grupo os momentos de ar-
rumação. Sugestão: Nós vamos guardar de Fabiana Godoy .

Desdobramentos
Repita essa brincadeira com outros materiais de largo alcance e com
oferta de conjuntos com propostas semelhantes e passíveis de investi-
gação acerca das diferenças de tamanho, peso, cor e forma. Por exem-
plo: tampinhas de garrafa pet e tampas de produtos de limpeza, como
sabão em pó, líquido e amaciante. Latas de leite e latas de extrato de
tomate (todas muito bem higienizadas e preparadas para o uso das
crianças). Outra maneira de ampliar as possibilidades de construções
seria realizar essa atividade com outros grupos de crianças de uma fai-
xa etária diferente.

Engajando as famílias
Converse com as famílias sobre os materiais de largo alcance e sua aju-
da pedagógica no aprendizado das crianças, as propostas de materiais
feitas na atividade de hoje, a facilidade em juntar esses materiais do co-
tidiano doméstico e a maneira investigativa e de construção na intera-
ção das crianças com eles. Sugira que as famílias também brinquem de
construir com esse tipo de material em casa, fazendo registros com fo-
tos. As fotos podem ser socializadas para que as crianças conheçam as
produções umas das outras, bem como podem ser expostas para apre-
ciação.Convide as famílias a ajudarem as crianças a contribuírem para o
acervo desses materiais na escola e disponibilize um local perto da sala
do grupo para a coleta.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para realizar essa atividade é importante que as crianças estejam ha-
bituadas com combinados e com momentos de livre escolha com ma-
teriais de largo alcance dentro da rotina escolar. Brincar é uma das ati-
vidades prioritárias das crianças e é indissociável ao desenvolvimento
delas, pois é por meio do brincar que a criança imita, representa, incor-
pora valores, hábitos culturais, sentimentos e situações vivenciadas e
ainda realiza a conquista progressiva da convivência social. O tempo do
livre brincar no parque precisa ser respeitado. Planeje para que a roda
de conversa e o reconhecimento dos materiais de largo alcance aconte-
çam sem prejuízo desse tempo.

Para saber mais sobre livre escolha com materiais de largo alcance no
parque ou em áreas externas, assista ao vídeo Caramba, carambola: o
brincar está na escola. Para saber mais sobre os materiais de largo al-
cance, acesse: Caleidoscópio Brincadeira e Arte - Ambientes Lúdicos 2

Materiais:

Os materiais de largo alcance devem ser providenciados com ante-


cedência, de modo que no momento de livre escolha no parque eles
estejam prontos para as descobertas, investigações e brincadeiras das
crianças. Materiais de largo alcance que podem ser encontrados pela
escola ou com ajuda dos familiares: caixas de diferentes tamanhos, tu-
bos de PVC (grossos e finos), caixotes de feira de plástico, de madeira.
Embalagens de produtos de limpeza (bem higienizados), carretéis e
cones de linhas, tecidos e lonas. Pedras, folhas e galhos de diferentes
tamanhos, espessuras e pesos. Potes de isopor e de plástico. Bolas de
diferentes tamanhos e materiais, garrafas pet de diferentes tamanhos,
tubetes e fios de malha, tampinhas de cores e tamanhos diversos.
Atente-se também às quantidades de materiais que garanta a partici-
pação de todos mas que também promovam interação das crianças, de
forma que incitem o compartilhamento e a troca.

Espaços:

Parque ou área externa. Organize todos os materiais de largo alcan-


ce em conjuntos e atente à forma como estarão organizados, pois ela
pode enriquecer a maneira como as brincadeiras e as investigações po-
dem acontecer. Disponibilize os materiais de largo alcance ao lado do
parque, de modo que as crianças tenham liberdade para utilizá-los da
maneira que preferirem. Atenda às necessidades corporais e gestuais
das crianças.

Tempo sugerido:

Entre 40 minutos e uma hora. Busque adaptar esta atividade ao tempo


de parque de sua escola.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Durante as escolhas de materiais e brincadeiras no parque, quais


estratégias as crianças usaram na comunicação com os colegas e com
adultos, buscando compreendê-los e fazendo-se compreender?

2. As crianças buscam classificar os materiais de acordo com determi-


nado atributo (cor, forma, tamanho, etc)? Como elas fazem isso?

3. Como as crianças demonstram compreender as regras básicas de


convívio social durante as brincadeiras de livre escolha no parque?
Como a organização e o uso dos materiais ajudam os pequenos em sua
comunicação e no convívio social?
Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Organize o espaço do parque ou área externa com
conjuntos de materiais de largo alcance e propostas de brincadeiras em
diferentes níveis de modo acessível às crianças, de forma que atendam
às amplitudes corporais e gestuais delas. Ofereça materiais que propor-
cione construções desafiadoras para todas a turma. Brinque junto com
os pequenos oferecendo ajudas estruturais e de acordo com as deman-
das das escolhas, incentivando a criatividade deles.

O que fazer durante?

Planeje que na atividade de livre escolha no parque ou na área externa


os materiais de largo alcance devem estar dispostos de modo atraente,
com espaços reservados para cada conjunto de materiais. Conte que
hoje as crianças terão mais opções de materiais e brincadeiras e que
tudo será escolhido por elas. Garanta que durante a exploração das
brincadeiras de livre escolha as crianças possam explorar os materiais
de largo alcance de acordo com seus interesses e necessidades. Deixe
tudo de maneira acessível a todas as crianças, buscando proporcionar
momentos de livre brincar com autonomia, possibilidades de intera-
ções e descobertas individuais, em pequenos ou grandes grupos. Assim
que chegarem ao parque ou à área externa, proponha uma roda de
conversa sobre do que as crianças gostam de brincar. Garanta espaço
de expressão para todas elas, atentando para falas e gestos diversos.

Proponha que as crianças se organizem em duplas ou em pequenos


grupos (como desejarem) para que possam fazer uma caminhada de
reconhecimento dos espaços, materiais e brinquedos dispostos no par-
que. Fique atento às formas de interação e aos diálogos que as crianças
constroem entre si. Observe o que lhes chama atenção e se algumas
ideias já surgem ao observar os materiais. Depois, retorne à roda e in-
centive que elas contem o que pensaram ao observar os materiais de
largo alcance.

Ao retornar à roda, converse com elas sobre as preferências de brin-


cadeiras no parque. Garanta espaço de expressão a todas as crianças.
Ajude-as na comunicação com os colegas e com você, de maneira que
todas conheçam as ideias e propostas de brincadeiras umas das outras.
Faça os combinados sobre compartilhar espaços, brinquedos e mate-
riais; sempre na perspectiva de orientar o grupo a respeitar regras bási-
cas de convívio social nas interações e brincadeiras, estimulando a au-
tonomia, a capacidade de escolha e o desenvolvimento de estratégias
de uso e divisão dos materiais entre as crianças.

Possíveis falas do professor neste momento: Crianças, o amigo de vocês


está falando agora, vamos escutar qual ideia muito legal ele teve para
as nossas brincadeiras aqui fora? Então ao passear pelos materiais e
propostas de brincadeiras você planejou essa brincadeira usando esses
materiais, certo? Conte pra gente como você pensou em usar esse ma-
terial. Você acha que precisará de ajuda? Vi que vocês quiseram muito
mexer nesse material, o que pensaram em fazer com ele?.

Faça com as crianças combinados para essa situação. Se necessário, re-


gistre-os em um cartaz. Seguem algumas sugestões de possíveis combi-
nados para este momento:

Todos podem usar todos os materiais como desejarem, mesmo que as


ideias de uso sejam iguais ou parecidas com as dos colegas, respeitan-
do o espaço, o corpo, desejos e necessidades uns dos outros.

Sempre que desejarmos um objeto ou brinquedo que está na mão do


outro devemos pedir emprestado e esperar que o amigo entregue.

Sempre que quisermos passar por algum lugar ou pegar algum brin-
quedo ou material é preciso pedir licença, falar por favor e agradecer
dizendo obrigado.

Considere também as sugestões trazidas pelas crianças, registrando as


ideias delas, para que sejam utilizadas em outros momentos.

Convide o grande grupo para escolher, dentre os materiais de largo


alcance queas crianças observaram, aqueles que desejam usar para
criar novas formas de explorar e brincar no parque ou na área externa.
Durante as brincadeiras e livre escolhas, atente-se para possíveis dis-
putas de brinquedos, espaços e atenção. Diante de uma disputa, faça
a mediação de forma calma e acolhedora e busque conhecer o motivo,
investigando as crianças envolvidas e a situação de disputa. Não deixe
de dar espaço para o protagonismo e o reconhecimento das ações das
crianças na resolução desses conflitos, respeitando também o tempo
de cada uma. Busque criar situações em que elas possam escolher, criar
e interagir com diversos materiais, espaços, crianças e com você. Faça
modificações de acordo com suas necessidade e interesses.

Durante o momento de brincadeiras do parque ou na área externa


brinque junto com as crianças, sempre na perspectiva de tornar o mo-
mento de livre brincar com os materiais de largo alcance o mais lúdico,
divertido e afetuoso possível. Ajude as crianças, apoiando-as no que
elas necessitarem. Observe-as, se possível faça registros com fotos,
atente-se para todas as formas de comunicação dos pequenos com os
colegas. Busque ajudar as crianças em sua comunicação sem interrom-
pê-las, deixando que elas completem seus raciocínios e falas. Busque
repetir o que a criança disse de maneira clara e organizada, assim ela
vai organizando sua própria comunicação aos poucos.

Possíveis falas do professor neste momento: Olha o que achei aqui per-
to do escorregador, será que se eu colocar esse material para escorre-
gar ele desce? Você disse que queria brincar de casinha aqui no parque,
o que será que podemos usar como panelas para fazer comidinhas?
Você falou que gostaria de fazer uma pista de corrida para os carros.
Como podemos fazer isso?

Utilize as brincadeiras e os espaços buscando orientar as crianças a res-


peitarem regras básicas de convívio social. Observe como os grupos,
pares ou crianças que estejam explorando sozinha utilizam os materiais
de largo alcance. Verifique o que acontece no parque, quais brincadei-
ras e ideias surgem, se elas buscam classificar os materiais e como fa-
zem isso, se percebem atributos como cor, forma, tamanho, peso etc.
Perceba quais materiais de largo alcance geram mais ou menos interes-
se nas crianças e por que e de que modo os objetivos propostos para
esta atividade se cumprem ou não durante a utilização de materiais de
largo alcance no parque.

Possíveis ações das crianças nesse momento: Brincar somente com os


materiais de largo alcance sem entrar no parque. Explorar os mate-
riais de maneira não planejada pelo professor, criando outras maneiras
ainda mais criativas de brincar com eles. Escolher um tipo de material
apenas, aquele que mais lhe chamou atenção. Disputar com o colega
o mesmo material. Levar um mesmo material e brinquedos diferentes
para brincar em vários espaços.

Convite as crianças que já terminaram de explorar o parque e os mate-


riais para passear pelo espaço olhando de que maneira os amigos usam
os materiais de largo alcance. Se ainda houver algum material que ain-
da não foi explorado, convide essas crianças para brincar com eles, res-
peitando seu tempo e interesse. Elas também podem ajudar o profes-
sor a avisar para os pequenos grupos que as brincadeiras estão quase
chegando ao fim.

Para finalizar:

Informe ao grande grupo que o momento do parque está terminando e


que dentro de dez minutos teremos que guardar tudo que utilizamos .
Avise ao grande grupo que dentro de cinco minutos iremos guardar os
materiais e organizar o parque. Informe a próxima atividade. Passados
os cinco minutos, convide o grande grupo para guardar os materiais de
largo alcance e organizar o parque. Ao perceber que alguma criança
não está ajudando, entregue um material na mão dela, peça ajuda para
guardá-lo e indique onde ela pode fazer isso. Cante uma canção que
marque com o grupo os momentos de arrumação. Sugestão: Nós Va-
mos Guardar, de Fabiana Godoy .
Desdobramentos
Repita esse momento de brincadeiras no parque com materiais de lar-
go alcance intercalando dias em que eles não são ofertados e contan-
do com a colaboração de crianças de faixas etárias diferentes, abrindo
mais possibilidades de construção e novas formas de brincar. Varie tam-
bém a utilização desses materiaism, combinando-os com outros mais
estruturados, como bonecas, bolas etc.Verifique a possibilidade junto
à direção ou à coordenação da escola de deixar os materiais de largo
alcance organizados em caixas ou cantinhos no parque, de forma que
possam ser utilizados mais vezes pelas crianças do grupo e pelas de-
mais turmas da escola.

Engajando as famílias
Converse com os familiares sobre os materiais de largo alcance e sobre
a colaboração desses objetos para o aprendizado das crianças, sobre
as brincadeiras e as maneiras de utilização desses materiais durante o
parque neste dia, a facilidade em juntar esses materiais do cotidiano
doméstico e as possibilidades criativas na interação das crianças com
eles. Sugira que as famílias também possam ajudar os bebês a construir
um pequeno acervo desses materiais em casa e solicite que observem
como os pequenos brincam com tais objetos.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para realizar esta atividade é importante que as crianças estejam habi-
tuadas com combinados para uso dos espaços dentro da rotina escolar
e com momentos de livre escolha.

Materiais:

Os materiais de artes devem ser providenciados com antecedências.


Papel cartão, cartolina, folhas A3, A4, papel pardo, caixas de papelão
grandes, tecidos (TNT, algodão, toalhas), rolinhos de papel higiênico,
telas para pinturas, caso a escola as tenha. Tintas guaches de cores
variadas, colas coloridas, pincéis de diferentes espessuras e em vários
formatos, que estejam presentes no acervo da escola. Esponjas corta-
das em formatos divertidos. Giz, de cera, lápis de cor, carvão , giz de
quadro negro, canetinhas, massinha de cores variadas, argila). Imagens
de expressões artísticas locais, pinturas, esculturas, estátuas, desenhos,
aquarelas etc.Adapte esses materiais de acordo com a disponibilidade
da escola, o importante é a oferta e a experimentação de vários mate-
riais artísticos e em quantidades que garantam a participação de todos.
Blocos de encaixe.

Espaços:

Área externa, pátio. Fixe grandes murais de papel pardo em paredes


e no chão. Coloque folhas A4 e A3 em mesas, da maneira conhecida
pelas crianças para fazer atividades. Prepare os ateliês de artes sem-
pre com um grupo de materiais para serem pintados e os materiais
para pintura e um ateliê de massinha e argila no chão ou em mesas, de
modo que os pequenos possam escolher e experimentar os materiais
que desejarem, bem como as maneiras de fazer pinturas. Disponibilize
os materiais de artes de modo que as crianças tenham liberdade para
utilizá-los como preferirem, buscando atender às necessidades corpo-
rais e gestuais delas.

Tempo sugerido:

Entre 40 minutos a uma hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Durante as pinturas livres e as explorações artísticas surgem conflitos


entre as crianças? De que forma elas buscam resolvê-los?

2. As crianças buscam classificar os materiais utilizados nas pinturas e


nas explorações de acordo com determinados atributos (cor, forma, ta-
manho, etc)? Como elas fazem isso?

3. Como as crianças demonstram compreender as regras básicas de


convívio social durante as interações com as pinturas livres no ateliê?
Como a organização e o uso dos materiais ajudam as crianças em sua
comunicação e no convívio social?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Ajude as crianças de acordo com suas demandas,
interesses e necessidades a explorar todos os materiais dos ateliês e a
descobrir novas maneiras criativas de pintar, moldar e externalizar por
meio da arte seus sentimentos. Organize o espaço dos ateliês com pro-
postas de pinturas em diferentes níveis de modo acessível às crianças,
atendendo às amplitudes corporais e gestuais delas.

O que fazer durante?

Convide o grande grupo para uma roda de conversa sobre artes, escul-
turas, estátuas, diferentes formas de pintar e sobre os materiais que
podem ser usados.

Proponha que as crianças se organizem em duplas ou em pequenos


grupos, como desejarem, para que possam fazer uma caminhada de
reconhecimento do ateliê de arte. Fique atento às formas de interação
e diálogos que as crianças constroem entre si. Observe o que lhes cha-
ma atenção e se algumas ideias já surgem ao observar o ateliê e os di-
versos materiais. Depois, retorne a roda e mostre para o grande grupo
imagens de expressões artísticas locais, pinturas, esculturas, estátuas,
desenhos, aquarelas etc, conversando com as crianças sobre como a
arte pode ajudar a deixar tudo mais divertido. Em seguida, incentive
que contem o que pensaram em confeccionar, garantindo espaço de
expressão para todas as crianças.

Possíveis falas do professor neste momento: Eita quanto material nós


vimos durante essa caminhada, alguém tem ideia do que dá para fazer
com todas aquelas tintas? Conte pra gente como você pensou em usar
esse material. Você acha que precisará de ajuda?

Convide o grande grupo para colocar em prática suas ideias de expres-


sões artísticas, permitindo que as crianças se organizem da maneira
que desejarem.

Durante as livres escolhas do brincar artístico, zele pelo espaço do brin-


car, garantindo o tempo, os materiais, a privacidade e ajudando-as a
solucionar conflitos, por meio do auxílio nas interações e brincadeiras.
Atue como coparticipante das brincadeiras e das construções artísticas,
sempre na perspectiva de proporcionar momentos de livre escolha e de
enriquecer o cuidado das crianças com elas mesmas, com os colegas e
o espaço de convivência. Caso alguém não demonstre muito interesse
pelo ateliê, ou já tenha terminado a produção artística, convide essa
criança para brincar e explorar blocos de encaixe e outros brinquedos
disposto na sala do grupo.

Possíveis ações das crianças nesse momento: Explorar o ateliê, mate-


riais e formas de expressão, criando outras maneiras ainda mais criati-
vas de fazer arte. Misturar alguns materiais. Usar um tipo de material
em vários papéis e de várias formas. Convidar o amigo para criar, brin-
car e pintar juntos. Imitar alguma forma de pintar do amigo. Utilizar to-
dos os materiais em uma mesma expressão artística.

Convide aquelas crianças que já tenham terminado de brincar com os


ateliês para te ajudar a avisar os pequenos grupos que o tempo da tur-
ma com esses materiais está acabando. Depois de dez minutos avise
que a atividade chegou ao fim e que todos poderão ver as artes que
foram feitas com os materiais utilizados. Visite todos os pequenos gru-
pos, crianças que preferiram trabalhar individualmente ou em duplase
convide-as para apresentarem sua arte para você e para os colegas aju-
dando-as no compartilhamento de informações de acordo com as de-
mandas. Garanta espaço de fala para todas e atente-se para as formas
de comunicação com gestos, olhares e expressões faciais.

Possíveis falas do professor neste momento: O que você fez? Muito


legal, estou vendo aqui que você usou muitos materiais, quais? Você
gostou de fazer essa arte, por que? Conte pra mim como você fez essa
arte! Está muito interessante!

Para finalizar:

Convide o grande grupo para fazer uma exposição das artes perto da
sala da turma. Disponibilize um local para acomodar os trabalhos e aju-
de as crianças nessa organização. Avise ao grande grupo que também é
necessário guardar os materiais e organizar o pátio. Informe a próxima
atividade. Ao perceber que alguma criança não está ajudando na arru-
mação, entregue um material na mão dela, peça ajuda para guardá-lo e
indique onde ela pode fazer isso. Cante uma canção que marque com o
grupo o momento. Sugestão: Nós Vamos Guardar, de Fabiana Godoy .

Desdobramentos
Repita esta atividade com outras propostas de expressões artísticas.
Você também pode buscar na cultura local a expressão artística mais
valorizada e convidar um artista local para realizar uma oficina na esco-
la sobre ela.
Engajando as famílias
Converse com as famílias sobre o ateliê de artes no momento da des-
pedida e incentive cada criança a levar seu responsável para ver a expo-
sição da turma e conhecer o que ela fez no ateliê. Convide os respon-
sáveis para ajudar os pequenos a descobrir em casa uma obra de arte.
Peça que enviem-na para a escola no dia seguinte, para que seja com-
partilhada com o grande grupo.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Para realizar essa atividade é importante que as crianças estejam habi-
tuadas com combinados para uso dos espaços dentro da rotina escolar
e com momentos de livre escolha, que tenham o costume de escutar
histórias lidas e contadas, com o manuseio de livros, que participem
em sua rotina do contato com a leitura e diversos gêneros textuais para
que, no momento da livre escolha, elas possam aproveitar os materiais
disponíveis para fazer suas próprias leituras.

Materiais:

Esta atividade requer um investimento de tempo para organizar todo o


espaço para que fique bem construído e muito convidativo.Disponibili-
ze tecidos grandes (lençol, TNT, colcha) para montar uma cabana. Forre
o chão com colchonetes, colchões ou tecidos e almofadas. Utilize esses
materiais para a criação de estações de leituras, contação de histórias
e interação com os livros, histórias e personagens. Enriqueça esses am-
bientes com materiais e acessórios referentes às histórias dos livros,
criando um grande ambiente para as escolhas das crianças. Fantoches,
livros do acervo escolar de diferentes gêneros textuais, giz de cera e fo-
lhas brancas.

Espaços:

Sala do grupo ou sala de leitura.Organize estações para que as crianças


possam transitar, escolher e explorar os livros, as contações e leituras
de histórias, os materiais e acessórios referentes às histórias dos livros.
Organize as estações utilizando diferentes critérios. Nesta atividade
propomos a seguinte a organização (repare que não há uma categoriza-
ção por gêneros):

Estação 1 - cabana de leitura - uma grande cabana com contos contem-


porâneos, como caso do bolinho, casa sonolenta, o gato xadrez etc.

Estação 2 - livros e fantoches - alguns contos clássicos com fantoches


para as crianças interagirem com a história - se tiver um teatrinho de
fantoches, o inclua também.

Estação 3 - contos e tecidos e outros acessórios - um espaço para con-


tos mais clássicos e elementos que remetem a eles: tecidos, espadas de
jornal, coroas etc.

Estação 4 - diversidade de gêneros - poesias, parlendas, trava-línguas,


livro de canções, gibis em uma cabana escura, para que as crianças
leiam com lanternas.

Tempo sugerido:

Entre 40 minutos e uma hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1.Como as crianças interagem com os cantos das estações literárias e


entre si?Duranteas explorações surgem conflitos? De que forma elas
buscam resolvê-los?

2. Como as crianças interagem com livros e textos dispostos nas esta-


ções? De que forma demonstram curiosidade e interesse por eles e pe-
las leituras realizadas pelo professor?
3. De que maneira as crianças demonstram apropriar-se de gestos e
movimentos de sua cultura no cuidado de si nas brincadeiras e intera-
ções com com os cantos das estações literárias?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e
proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Ajude as crianças de acordo com suas demandas,
interesses e necessidades a explorar todos as estações de leituras e a
descobrir novos gêneros textuais, promovendo a leitura como uma ati-
vidade prazerosa de lazer. Organize o espaço das estações, livros e pro-
postas de leituras acessíveis às crianças, atendendo às necessidades e à
amplitude corporal e gestual delas.

O que fazer durante?

A organização das propostas, do espaço e dos materiais é fundamental


para os momentos de livre escolha.Durante a interação com livros, his-
tórias, literaturas e faz de conta; o professor deve zelar pelo espaço do
brincar, garantir o tempo, os materiais, a privacidade e ajudar as crian-
ças a solucionar os conflitos, auxiliando-as na divisão dos brinquedos e
dos espaços no convívio social. Atue visitando as estações com as crian-
ças, estando atento a elas, lendo trechos e histórias. Faça os combina-
dos sobre o compartilhamento de espaços, livros, brinquedos e mate-
riais, sempre na perspectiva de orientar o grupo a respeitar as regras
básicas de convívio social nas interações e brincadeiras estimulando a
autonomia, a capacidade de escolha e o desenvolvimento de estraté-
gias de uso e divisão dos livros e histórias entre as crianças.

Proponha ao grande grupo uma volta de reconhecimento pelas esta-


ções, uma espiadinha nos livros e materiais que ajudam a tornar as es-
tações convidativas.

Enquanto as crianças caminham e observam o ambiente, vá contextua-


lizando o grande grupo sobre as estações, as propostas de interações
e as obras presentes em cada uma delas. Ajude o grande grupo lendo
alguns títulos de histórias e textos, questionando sobre outros e bus-
cando deixar todas as crianças entusiasmadas com a proposta. Convide
o grande grupo para fazer uma roda de conversa, diga que deseja saber
quais livros ou histórias cada um quer explorar. Garanta espaço de fala
para todas a todos e atente-se às diferentes formas de comunicação
(com gestos, olhares e expressões faciais).

Possíveis falas do professor neste momento: Nossa, quantas histórias


legais, olhem essa, nós adoramos ouvi-la em nossa sala, lembram? Olha
só, tem aquela história na qual todo mundo da casa dorme, qual é mes-
mo o nome dela? É muito engraçado quando todo mundo se assusta e
cai da cama não é gente? Todos podem ficar à vontade para ir a todas
as estações descobrir o que tem em cada uma delas.

3
Avise ao grande grupo que todas as estações com as mais divertidas
histórias e textos estão abertas e que as crianças poderão explorá-las
da maneira que preferirem, em duplas, individualmente ou em peque-
nos grupos. Deixe que elas se apropriem das estações, enquanto isso,
observe como interagem com os livros e materiais, relacionando-os às
histórias, de que modo elas se apropriam de gestos e movimentos de
sua cultura no cuidado de si e do outro e ainda dos livros. Veja como as
crianças se projetam diante dos livros, das leituras e contações de his-
tórias. Cheque se existe encantamento, interesse e concentração e se
os momentos de leitura e de interação com os livros trazem prazer para
elas. Se possível, faça registros com fotos.

Possíveis ações das crianças nesse momento: Pedir para que o profes-
sor leia as histórias. Convidar o amigo para explorar um livro junto com
elas. Organizar uma leitura de histórias de modo autônomo. Ficar mais
envolvidas com alguma história ou estação. Mostrar euforia diante de
algum livro em especial. Disputar um livro ou adereço com o amigo.

Atente-se para todas as formas de comunicação das crianças com os


amigos e diante das interações com as estações. Busque ajudar as
crianças nas observações acerca dos livros, brinquedos e adornos ofer-
tados para exploração das estações, suas características, diferenças, se-
melhanças e demais propriedades. Durante as leituras com as crianças,
elogie as descobertas delas quanto aos detalhes de ilustrações das his-
tórias e as possíveis associações dos enredos com o cotidiano. Busque
desafios, jogos e brincadeiras proporcionais ao desenvolvimento das
crianças durante as leituras e as contações de histórias.

Possíveis falas do professor neste momento: Diante de um livro sem


ilustrações, Eita como será que é essa casa? Vocês perceberam que
esse livro não tem nenhum desenho, então o autor deixou que cada
um de nós criássemos um desenho dessa história na cabeça. Como vo-
cês acham que essa casa é? Diante de um livro somente com imagens e
ilustrações, Olha, aqui não tem letras para saber qual é a história desse
livro, então cada um pode imaginar, com ajuda dos desenhos, uma his-
tória diferente. Quem quer criar uma história?

Transite pelas estações interagindo e brincando com as crianças de


acordo com a necessidade e o interesse delas. Sempre que iniciar a
contação ou a leitura de uma história, informe para elas onde está es-
crito o título, os nomes de autores e quem foram os ilustradores, se o
livro contar com fotos dessas pessoas mostre-as para as crianças. Caso
necessário, ajude as crianças a interagir com brinquedos e materiais
das estações, propondo um enredo que incentive a criatividade, a ima-
ginação e a expressão delas, ao perceber que estão se interessando
também por adereços e fantoches. Em alguns momentos basta que o
professor brinque com um material ou com um brinquedo perto das
crianças para que elas se interessem por eles. Observe como os peque-
nos transitam pelas estações, caso algum deles esteja muito atrativo
e gere mais atritos que explorações e momentos de diversão, busque
propor rodízios de pequenos grupos entre as estações. Ao perceber
que alguma criança já finalizou suas explorações pelas estações pergun-
te se não deseja fazer uma pintura sobre sua estação mais encantado-
ra, ou se não quer te ajudar a avisar para os amigos que daqui a pouco
será o momento de guardar os livros, as histórias e os brinquedos.

Para finalizar:

Avise ao grande grupo que em dez minutos as aventuras dentro de li-


vros e histórias chegará ao fim. Depois de cinco minutos repita o aviso e
lembre a todos sobre a necessidade de cada um ajudar na organização
do espaço das estações e

informe sobre a próxima atividade que farão. Ao perceber que alguma


criança não está ajudando, entregue um material na mão dela, peça
ajuda para guardá-lo e indique onde ela pode fazer isso. Cante uma
canção que marque com o grupo os momentos de arrumação. Suges-
tão: Nós Vamos Guardar, de Fabiana Godoy: .

Desdobramentos
Proponha a leitura de uma receita de massinha e a confecção dela jun-
to com as crianças.

Prepare um grande momento de faz de conta, dando a possibilidade


de livre escolha dos adereços (varinha de condão, cavalinhos de pau,
coroas, perucas, capas, colares, pulseiras, espadas, etc) e fantasias que
representem os contos clássicos num ambiente todo preparado com
música, espelho, painéis etc.

Engajando as famílias
Converse com as famílias sobre as várias ofertas de leituras e interações
com livros, histórias e brinquedos dentro das estações e sobre como as
crianças interagiram de modo animado e curioso diante dessa possi-
bilidades. Convide cada responsável a compartilhar um gênero textual
com a turma, que pode ser explicado pelo familiar ou pela criança. Nes-
se caso, deixe uma lista para que os pais possam marcar o dia e a hora
mais conveniente para eles. Esse compartilhamento pode ser feito tam-
bém por meio do envio de um texto e que será lido pelo professor para
o grande grupo.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

Escrevendo uma indicação da nossa história favorita

Recontando uma notícia de jornal

Novos personagens para a história

Mudando o cenário da história

Um novo final para uma história

Para esta proposta é fundamental que você tenha levantado com o grupo
qual é o livro preferido das crianças. É importante também que o grupo
já tenha vivenciado situações de aprendizagens em que o contexto da
estrutura textual do gênero carta tenha sido apresentado. Observe ainda
a necessidade de combinar com um outro professor de sua escola ou de
uma escola do bairro uma proposta em que seu grupo envie uma carta
às crianças da outra instituição sugerindo a leitura do livro preferido da
turma.

Materiais:

Além do livro preferido do grupo, é necessário que você antecipe um


suporte para escrever uma carta, de forma que as crianças possam acom-
panhar o movimento da escrita. Um meio de projeção digital, interliga-
do a um computador seria o ideal, entretanto, caso a escola não tenha
esse recurso, é possível adaptar um flip chart ou um papel pardo fixado
na parede. Considere também a disponibilização de mais uma cópia do
livro favorito das crianças, para maior qualidade da circulação do livro
entre elas.

Espaços:

Antecipe um espaço que acolha, de forma confortável, o grupo de crian-


ças, para que elas possam acompanhar a escrita da carta com você. Con-
sidere que elas ficarão acomodadas de modo que seja garantido o mo-
vimento de troca e de comunicação, oportunizando que elas falem, se
escutem e considerem a fala do outro.

Tempo sugerido:

Cerca de 50 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quais aspectos do livro que as crianças consideram importantes para


indicá-lo a outras pessoas? O que mais chama atenção do grupo para
propor o livro a um outro leitor? São aspectos ligados aos sentimentos
que a leitura desperta? São engraçados, curiosos, inesperados?
2. Como as crianças revelam suas hipóteses para sugerir a escrita da
carta? Recorrem ao livro como apoio? Trazem experiências? E quanto à
composição característica da carta? O que consideram?

3. Como acontecem as trocas entre as crianças nas sugestões de ideias?


Como fazem os acordos? Como aceitam ou não as proposições dos pares
para a escrita?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que po-


dem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita
e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada
criança ou do grupo. Por se tratar de um uma construção coletiva, ne-
gociações e contrapontos permearão o processo da atividade. Sendo as-
sim, atente-se para acolher as diversas formas de participação do grupo,
sejam elas orais ou não orais. Considere os olhares, as expressões faciais
frente aos diálogos, e lançe-se num jogo em que as crianças percebam
que suas expressões e encontros nessa comunicação estão sendo acolhi-
das por você e pelo grupo.

O que fazer durante?

Convide as crianças para se acomodarem em roda no espaço escolhido


para proposta. Conte ao grupo que você trouxe uma proposta diferente
para este momento do dia, revelando que farão juntos uma carta para in-
dicar o livro favorito do grupo para outro grupo de crianças. Conte que,
para que os pequenos possam se lembrar dos detalhes da história, você
iniciará a proposta fazendo a leitura do livro. Leia-o e, caso tenha mais
exemplares, disponibilize-os para que as crianças possam acompanhar a
leitura com você.

Após terminar a leitura, proponha que as crianças falem os motivos que


as fazem gostar dessa história e escreva-os no suporte preparado por
você. Faça questionamentos que inspirem os comentários do grupo, por
exemplo, o motivo que faz com os pequenos peçam para ouvir a história,
qual é a passagem favorita deles, quais situações na história eles conside-
ram emocionantes, qual personagem mais instiga o grupo, dentre outros.
Observe ainda que você assume a importante atuação de escriba ao mes-
mo tempo em que media as construções do grupo.

Possíveis ações das crianças: Suponha que o livro escolhido pelo grupo
seja A Verdade Segundo Arthur, de Tim Hopgood (texto) e David Taz-
zyman e uma criança diga: Ah, a gente tem que falar deste livro porque
o Arthur aprende sobre a verdade. É, e a verdade brinca com ele e vira
quase uma pessoa! Acho que todo mundo vai gostar. Neste caso, o pro-
fessor pode devolver essa impressão ao grupo, a fim de investigar o que
mais consideram da obra. Ele pode dizer: Ah, o Arthur se diverte mesmo
nessa história! O que mais seria interessante contar para convidar al-
guém para ler este livro? O Arthur faz algo engraçado?

Após terem listado os argumentos que classificam o livro como uma his-
tória querida, instigue as crianças a refletir sobre a composição textual
da carta. Investigue o que já conhecem sobre o gênero, apoiando-se em
vivências do grupo. Você pode trazer para esse momento a possibilidade
de as crianças encontrarem em livros infantis a lógica estrutural da carta,
como na obra O Carteiro Chegou, dos autores Allan Ahlberg, Eduardo
Brandão e Janet Ahlberg, por exemplo. Em seguida, inicie com elas a
escrita da carta no editor de texto que está projetado para o grupo, con-
vidando-as a indicar o que escreverão primeiro.

nciado

Possíveis falas do professor: Crianças, agora que já temos os motivos


para indicar a nossa história favorita, vamos começar a nossa carta! Vo-
cês já leram algumas cartas, como poderíamos começar a nossa? De
onde escrevemos? Que tal se acrescentássemos uma saudação carinhosa
ao destinatário? Qual saudação podemos utilizar?

Após o registro da estrutura inicial da carta, indicando a cidade, a data


e a saudação ao destinatário, instigue o grupo a propor uma introdução
ao texto, contando ao a ele a razão pela qual escrevem a carta. Envolva as
crianças em um diálogo sobre como poderão iniciar essa escrita. Esteja
atento para que nesse jogo dialógico os pontos e os contrapontos sejam
trazidos e aceitos de maneira respeitosa. Após a escrita desse trecho,
leia-lo para as crianças com o intuito de que reflitam se podem seguir na
composição da carta ou se há necessidade de fazer ajustes no texto. Aten-
te-se também à necessidade de que as crianças tragam a ideia de contar
sobre o título do livro e o nome do autor, caso elas não sinalizem essas
informações, incentive-as, buscando fomentar a necessidade de cuidar
do entendimento do leitor, a fim de que observem a importância do cui-
dado de que, ao escrever para alguém ler, tragamos informações detalha-
das.

Continue a escrita da carta com o grupo, sinalizando para as crianças


que, agora que vocês contaram o motivo da carta, precisam explicitar os
motivos da indicação do livro. Retome a lista que compuseram no início
da atividade para apoiar a construção desse momento.

Considere apoiar o grupo, indicando que a carta sempre faz menção aos
seus interlocutores. Além disso, instigue-os a refletir sobre adjetivos para
compor as indicações, de forma que aguce no leitor a vontade de ler o
livro que as crianças tanto gostam.

Possíveis falas da criança:Podemos falar assim: Amigos, nesta história o


lobo finge que fica bonzinho e engana a vovó e a chapeuzinho! Acolhen-
do esta fala da criança, o professor pode refletir com o grupo se a indica-
ção deve contar surpresas do livro, ou se seria interessante deixar o leitor
da carta curioso para saber o que acontece com o lobo.

Possíveis falas do professor: Então, já que vocês preferem deixar os lei-


tores da carta curiosos sobre o que acontece com o lobo, como podemos
escrever sobre ele? O que acham dessa ideia da amiga? Então vou escre-
ver: Amigos, preparem-se! Vocês não podem nem imaginar o que acon-
tece com o lobo nessa história. O final dela nos deixou chocados! Agora
vou ler para que me digam se acham que precisamos inserir ou retirar
algo.

AA

Siga construindo a carta com seu grupo, fazendo emergir das crianças
expressões, ideias e sentimentos acerca da história. Assuma, ao longo da
construção, o papel de mediador e as leve a refletir e construir significa-
dos. Observe ainda a necessidade de ir ajustando com o grupo a lógica
da composição textual característica da carta. Observe também que é
fundamental que, a cada parte construída com o grupo, você realize a
leitura do texto, oportunizando às crianças reflexões acerca dele. Forneça
também apoios para o encadeamento de ideias. Considere que é muito
importante que o texto seja o produto dessa construção coletiva com as
crianças, ainda que apresente repetições ou partes menos elaboradas. É
preciso acolher as sugestões das crianças, valorizar e respeitar suas possi-
bilidades de produção textual.

Ao terminar a composição da carta, leia-a de forma integral para o gru-


po, a fim de que observem se há necessidade de alterações ou se a consi-
deram-na finalizada.

Para finalizar:

Após terem concluído a escrita da carta, combine com o grupo que você
a imprimirá e que vocês traçarão uma estratégia para realizar a entrega
ao grupo de crianças. Em seguida, convide a turma para vivenciar a pró-
xima atividade do dia.

Desdobramentos
Considere realizar a estratégia de indicação de obras literárias em outros
momentos. As crianças podem indicar outros livros, recontar experiên-
cias vividas pelo grupo, como visitas externas, brincadeiras, ou outras
propostas do cotidiano. Considere que uma outra possibilidade é gravar
vídeos ou áudios de indicações.

Engajando as famílias
Conte para as famílias sobre o trabalho realizado com a escrita de uma
carta, compartilhando, em momentos coletivos, o texto produzido pelas
crianças. Considere também imprimir a carta em tamanho grande e fi-
xá-la do lado de fora da sala, com o livro disposto, para engajar a leitura
dos familiares em momentos de espera.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

Escrevendo uma indicação da nossa história favorita

Recontando uma notícia de jornal

Novos personagens para a história

Mudando o cenário da história

Um novo final para uma história

**

Para esta proposta é importante que seu grupo já tenha vivenciado con-
textos de aprendizados com notícias de jornais. Selecione uma notícia
veiculada em um jornal da região para o reconto ou de notícias de jor-
nais impressos ou digitais. Considere que elas podem tratar de temas que
abordem ações positivas na região, como a inauguração de um parque
para crianças ou a recuperação de uma área que estava degradada ou um
espetáculo para o público infantil que acontecerá em algum espaço públi-
co, por exemplo. .#

Materiais:

8 Para esta proposta é necessário que você escolha um suporte adequado


para compartilhar a notícia do jornal com seu grupo. Possibilite que as
crianças possam visualizar a construção do reconto dela.

Considere preparar a projeção visual da notícia, utilizando projetor de


imagem e computador. Caso não seja possível, imprima algumas có-
pias do material jornalístico para que as crianças, em pequenos grupos,
acompanhem a leitura dele e observem os detalhes presentes nele.

Prepare ainda um equipamento para filmar o reconto das crianças.

Espaços:

Antecipe um espaço que possa acolher de forma confortável o grupo


todo de crianças, no qual elas possam acompanhar a leitura da notícia e
construir o reconto. Esse ambiente deve oportunizar às crianças o acom-
panhamento da leitura da notícia e a construção escrita do relato, possi-
bilitando que olhem e ouçam umas às outras e garantindo a boa qualida-
de das trocas e das tomadas de decisões acerca do reconto.

Tempo sugerido:

Cerca de uma hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como as crianças reagiram frente à proposta? O que consideram na


produção do reconto? Quais elementos da notícia dão maior ênfase?

2. Ao elaborar as perguntas, as crianças buscavam aprofundamentos


acerca do acontecimento em si, ou buscavam curiosidades, como a histó-
ria de vida dos personagens, por exemplo? Quais eram as maiores curio-
sidades do grupo?

3. Como as crianças se relacionaram na construção do reconto? Como


recebiam as sugestões e os contrapontos dos pares? Quais estratégias lan-
çavam para as negociações?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada crian-
ça ou do grupo. Caso perceba que é desafiador para algumas crianças
engajar-se na proposta, preferindo não expressarem-se oralmente, bus-
que alternativas para que elas possam observar o momento ou dê a elas a
oportunidade de vivenciar outros papéis, por meio dos quais usem outra
linguagens como forma de expressão, por exemplo.

O que fazer durante?

Convide as crianças para se acomodarem no local preparado por você.


Conte para o grupo que hoje você trouxe um texto diferente para a lei-
tura. Apresente a notícia, na projeção multimídia ou em outro suporte
que selecionou para o momento. Combine com as crianças que, depois
da leitura, vocês se engajarão numa proposta que você acredita que será
divertida, pois recontarão a história da notícia como se fossem os per-
sonagens que estavam no local e que vivenciaram o fato narrado. Conte
ainda que para isso o grupo irá se organizar de forma que algumas crian-
ças representem os personagens da notícia e outras façam as perguntas.
Assim, por meio de perguntas e respostas, elas construirão o reconto.
Inicie, então, a leitura da notícia com o grupo.

Lida a notícia, investigue junto ao grupo quais impressões trazem acerca


da notícia. Ouça as crianças, para que façam relatos espontâneos, evi-
tando um jogo de perguntas e respostas com a turma. Após acolher as
primeiras impressões, instigue-as a observar a história presente na notí-
cia, convidando-as a verificar e a expressar os detalhes visíveis e aqueles
que talvez estejam nas entrelinhas. Caso considere importante, faça mais
uma leitura da notícia. Busque levantar com as crianças as características
percebidas nos personagens presentes na notícia, paute-se em convidá-
-las a buscar como os personagens estavam se sentindo diante do fato
noticiado, se estavam felizes ou fazendo reivindicações, por exemplo.
Investigue também o contexto da notícia, ressaltando a importância e o
impacto que o fato gerou ou gerará para a comunidade.

Caso a notícia traga em seu texto imagens, destaque-as como mais uma
forma de leitura, para que as crianças sejam apoiadas em suas constru-
ções sobre a reportagem.

Ainda com o apoio do texto e das imagens, convide as crianças para lis-
tar quem são os personagens que aparecem na notícia. Atente-se para
que elas percebam mesmo aqueles que não são citados no texto, mas que
aparecem na fotografia, por exemplo. Anote em um cartaz os nomes ou
as funções, caso a notícia não os revelem, de cada personagem percebido
pelas crianças. Ao lado do nome ou da função, considere anotar algumas
características levantadas pelo grupo para cada personagem. Instigue as
crianças a pensar em, por exemplo, como o personagem anda, qual será
o tom de sua voz, como ele gesticula ao contar algo, se ele se expressa de
forma animada ou resistente frente ao fato, dentre outras questões que
irão ajudá-las a vivenciar o reconto.

Observe que o grupo pode, ainda, propor que você faça a inserção de al-
guns personagens que não aparecem nem na notícia e nem na fotografia,
por exemplo, mas que as crianças imaginam que poderiam estar presen-
tes do local, participando do enredo noticiado. Acolha essas propostas,
anotando-as no cartaz.

Após concluírem o levantamentos dos personagens e de suas caracterís-


ticas, engaje o grupo quanto à formulação de perguntas acerca do enredo
da notícia. Faça o convite às crianças, de forma que elas abracem a pro-
posta, expressando curiosidades e peculiaridades que lhes são próprias.
Dessa forma, busque apoiá-las acolhendo as variadas expressões que
podem emergir e relance-as ao grupo, a fim de que, por meio desse jogo,
aprofundem e sistematizem suas construções. Esteja atento também às
curiosidades que transcendem o noticiado. Algumas crianças podem,
por exemplo, fazer perguntas pessoais aos personagens. Assim, o reconto
poderá ganhar novos elementos e o grupo, por meio da brincadeira e da
imaginação, vivenciará formas de interpretar, inferir e construir novos
significados. Considere registrar as perguntas, utilizando um editor de
texto digital projetado na parede para que todas as crianças acompa-
nhem essa construção.

Feitas as perguntas, combine com o grupo a estratégia para definir quais


crianças representarão os personagens e quais farão os questionamentos.
Você pode propor que seja por afinidade com a proposta, de modo que
elas façam suas próprias escolhas, ou o que atender da melhor maneira
sua turma. Contudo, cuide para que cada criança esteja confortável com
o que irá vivenciar.
Após a definição dos personagens, volte à lista que criaram no início da
proposta e relembre com o grupo as características de cada um deles.
Com o grupo que ficará responsável pelas perguntas, especifiquem jun-
tos alguns acordos para o momento, como por exemplo, fazer uma per-
gunta de cada vez.

Após as estratégias e os acordos terem sido compartilhados, convide o


grupo para se acomodar no espaço que você organizou e peça que as
crianças iniciem o jogo de perguntas e respostas.

Neste momento registre a vivência por meio de filmagens. Perceba como


os pequenos estão envolvidos com a proposta, como fazem as repre-
sentações e quais são os desafios que encontram. Se necessário, apoie-
-os, recorrendo à leitura da lista de perguntas, por exemplo. Quando os
questionamentos que o grupo elaborou se esgotarem, avalie se há mais
perguntas a serem feitas, a partir do que foi revelado pelos personagens,
ou se os personagens desejam falar sobre algo que não foi abordado nas
perguntas. Então, quando o grupo finalizar o momento da entrevista,
sanando todas as curiosidades que emergiram na proposta, convide as
crianças para revelar suas impressões sobre a atividade. Investigue junto
a elas como foi entrar na notícia, vivenciar personagens, elaborar per-
guntas e com quais opiniões de personagens elas mais se identificaram.
Considere utilizar, como meio para potencializar sua mediação nesse
diálogo, as observações que você realizou do grupo durante a vivência da
proposta.

Para finalizar:

Após a conversa, convide o grupo para organizar o espaço utilizado, caso


seja necessário. Em seguida, convide as crianças para vivenciar a próxi-
ma atividade do dia.

Desdobramentos
O reconto é uma proposta rica em potencialidades de aprendizagens
para as crianças. Por meio dele, elas incorporam novas expressões, aten-
tam-se a acontecimentos da narrativa, observam características de ce-
nários e personagens, ampliando assim seu universo cultural. Proponha
que seu grupo faça recontos de outras notícias, fazendo mudanças no
final delas, ou que reescreva uma reportagem, trazendo outras perspecti-
vas para ela.

Engajando as famílias
Considere expor o registro do reconto do grupo, utilizando uma televi-
são ou o projetor de imagens. Próximo ao aparelho que projeta o docu-
mento, fixe um breve texto registrado em cartaz, contextualizando a pro-
posta vivenciada pelo grupo.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

Escrevendo uma indicação da nossa história favorita

Recontando uma notícia de jornal

Novos personagens para a história

Mudando o cenário da história

Um novo final para uma história

Para esta proposta, é necessário que as crianças já tenham vivenciado


momentos de leitura do livro Chá das dez, de Celso Sisto, da editora
Aletria. Caso não conheça, é possível acessar o livro em versão lida em
vídeo aqui. É importante também que você crie uma tabela que indique,
por meio de ícones, os personagens, as características que as crianças
elencarão à cada um deles, o acompanhamento do chá e o motivo que
fará que um dos personagens não compareça. Preparamos uma sugestão
deste documento para você aqui.

Materiais:

Para esta proposta você precisará do livro Chá das Dez. Além disso, pre-
pare um suporte multimídia em que possa projetar, com o apoio de um
editor de texto, a tabela indicada nos contextos prévios. Caso não tenha
acesso a este tipo de recurso, utilize outrorecurso que possibilite a visu-
alização e preenchimento da tabela para as crianças, como a construção
de um cartaz visualmente confortável. Para isso, cuide do tamanho do
cartaz.

Espaços:

Antecipe um espaço que acolha o grupo de crianças, possibilitando que


elas possam participar da leitura da história e construir o reconto. É im-
portante garantir que neste espaço todas interajam de forma confortável
com a proposta e que possam visualizar a construção da tabela.

Tempo sugerido:

1 hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como as crianças reagem a esta proposta de reconto? Com quais falas,


gestos ou expressões elas interagem?

2. Como acontece o envolvimento do grupo? Ele propõe ideias na cons-


trução da tabela? Quais? Há apoio entre elas para preencher as colunas?
Quais reações têm (risadas, contrapropostas)? Há construção de novas
ideias a partir das sugestões, quais?

3. Quais as reações das crianças ao perceberem seu reconto construído?


Quais comentários fazem? Quais indicativos de que percebem sua auto-
ria da história?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Caso alguma criança indique dificuldade para interagir
com a proposta, ofereça apoio. Estabeleça mediações para que todas do
grupo possam ter aoportunidade de se expressar por variadas maneiras.
Possibilite desenhos e imitações corporais dos novos personagens, por
exemplo. Considere oportunizar ao grupo um ambiente em que as ideias
possam ser modificadas com harmonia, mediando esta construção dia-
lógica.

O que fazer durante?

Convide o grupo para se acomodar em roda no espaço preparado por


você. Conteàs crianças que hoje você preparou uma atividade diferente
com o livro Chá das dez. Compartilhe com o grupo que depois da leitura
da história, vocês criarão um reconto diferente, usando uma tabela para
recriar a narrativa.Após compartilhar a proposta, leia a história para as
crianças e, em seguida, inicie um diálogo investigando junto à elas os
detalhes da narrativa.

Considere apoiar o grupo explorando a estrutura da história. Diga que


há um segredo, uma brincadeira do autor com as palavras. Instigue o
grupo perguntando o que sempre se repete na história, o que motiva esta
repetição, qual o efeito que isso produz na narrativa e qual o segredo do
autor em relação a brincadeira com as palavras. Observe que este movi-
mento, de alguém nunca conseguir tomar chá, tem o efeito de diminuir
os personagens até que não reste nenhum, produzindo um resultado
cômico ao texto da expectativa de um chá que nunca se concretiza. É
importante que você instigue o grupo a estabelecer essa relação com a
narrativa por meio de mediações lúdicas e acolhendo as impressões que
o grupo trará acerca da obra. Diga que, para refletirem sobre o desafio
do autor, você fará a leitura da história mais uma vez

Convide as crianças a falarem e compartilharem ideias sobre o desafio


do autor. Caso elas não tragam a lógica da rima do texto, de forma que a
caraterística sempre rima com o personagem e que o acompanhamento
do chá rima com o numeral, você pode contar este segredo para o grupo,
exemplificando com a leitura de alguns trechos do livro. Após conversa-
rem sobre as rimas, convide as crianças para a criação do reconto. Diga
que a ideia é criar uma narrativa parecida com a do autor, contudo, tra-
zendo novos personagens, novos acompanhamentos para o chá e novos
motivos para que alguns personagens não participem do chá das dez. A
narrativa precisam seguir a lógica da composição da rimas para a nova
criação. Instigue-as, perguntando quem elas consideram ser os persona-
gens principais quais personagens gostariam de sugerir para substituiras
velhinhas da narrativa. Observe que a decisão é coletiva, portanto, po-
dem aparecer diversas sugestões para substituir os personagens, como
crianças, animais, super heróis etc. Trace estratégias para apoiar o grupo
nesta escolha, como uma votação, por exemplo, convidando as crianças a
compartilharem os motivos das escolhas.

Possíveis falas do professor: Crianças, para recontar esta história preci-


samos escolher os personagens principais. O autor escolheu velhinhas,
vocês tem outra sugestão? O que acham de fazermos uma votação para
escolhermos uma das sugestões que trouxeram? Podemos combinar que
cada um, ao fazer sua escolha, conte aos demais o por que considera que
o personagem escolhido seja importante para história!

4
Definidos os personagens principais, compartilhe com as crianças o do-
cumento databela, combinando que cada sugestão será colocada neste
suporte. Diga que elas se unirão em trios e que cada um terá uma missão
importante, que será complementar uma linha da tabela elencando ca-
racterísticas para os personagens, sugerindo complementos para o chá
e o obstáculo que vai impedir que o personagem compareça. Considere
que as crianças podem se organizar de forma mais autônoma, ou você
pode propor uma brincadeira rápida para agrupar os trios. Entretanto,
caso considere necessário, organize os trios considerando competências
complementares entre as crianças, como, por exemplo, agrupando crian-
ças com maiores habilidades de arranjos coletivos com aquelas que en-
contram maiores desafios para acolher ideias.
Possíveis falas do professor: Crianças, agora vamos formar trios! Cada
trio ficará responsável por uma linha da tabela e fará a sugestão de uma
característica para os nossos personagens do reconto. Por exemplo, o
personagem pode ser criança e vocês vão atribuir as qualidades que qui-
serem. Mas lembrem-se que precisam rimar com o personagem, como
livro que tinha velinhas arrumadinhas ou penteadinhas, lembram? De-
pois, cada trio trará sugestões de complementos para o chá. Por exemplo,
o chá com biscoito, como as velhinhas que tomavam chá com queijo pra-
to ou rocambole holandês. Observem que o acompanhamento precisa
rimar com os números. Por fim, trarão sugestões dos motivos dos perso-
nagens não irem ao chá, como se o personagem caiu ou ficou com dor de
barriga, a velhinha que teve febre ou cortou o dedo etc.
5

Após os grupos terem se organizado, retorne a tabela e indique a coluna


referente a cada campo para a criação do reconto. Instigue as crianças a
construírem hipóteses acerca de qual informação o campo acolhe, apoia-
das nas imagens presentes. Organize a divisão de linhas da tabela para
cada trio, indicando a responsabilidade de cada. É importante que você,
neste início, demande apenas uma linha da tabela para cada trio e, ao
longo da atividade, amplie este desafio caso considere possível e adequa-
do. Observe que, caso considere necessário, você pode ampliar a cons-
trução do restante da tabela para o próximo dia, realizando a atividade
em duas ou mais etapas. Você pode também construir as três primeiras
linhas de forma coletiva com grupo, para então fazer a divisão nos trios.

Possíveis falas do professor: Crianças, o que é esta imagem? Ah, e que


informação ela indica? O que vamos colocar aqui? Então, sempre que
formos falar da características dos personagens, usaremos esta coluna!

Após fazerem os combinados, diga para as crianças que reservou cerca


de 5 minutos para que elas conversem nos trios e levantem ideias que
trarão para o preenchimento da tabela. Diga que irá sinalizar quando o
tempo estiver chegando ao fim e que, em seguida, vocês se reunirão pró-
ximos a projeção e organizados nos trios, para que você digite o que elas
pensaram para a composição do reconto. Após este tempo, converse para
que cada grupo conte suas sugestões de complemento da tabela e apoian-
do-os, se necessário. Anote as ideias das crianças no suporte preparado
por você. Ao finalizar as ideias, leia para as crianças cada sugestão dada,
investigando se acolhem a ideia da rima brincante do texto do livro, se
são repetidas e assim por diante. Caso não rime ou haja repetições, en-
volva todo o grupo na proposição de sugestões. Em seguida volte para o
próximo trio para que lancem suas sugestões, e assim sucessivamente até
finalizar a lógica numérica da narrativa.

Enquanto o grupo sugere os elementos para a criação do reconto, obser-


ve como as crianças propõem as mudanças para o personagem escolhi-
do, como fazem as trocas entre os pares e se o grupo sente a necessidade
de alterar alguma característica levantada frente a ideia posta pelo outro
grupo. Assim, vá tecendo uma relação dialógica e harmônica com as
crianças. Contudo, caso perceba que o grupo está cansado e começou a
dispersar da construção, proponha uma pausa na atividade e combine
com eles que continuem no dia seguinte ou em outro período do dia.

Após criarem a tabela, combine com as crianças que, em outro momen-


to, vocês farão a escrita do reconto, apoiadas nas construção da tabela
que preencheram.

Para finalizar:

Convide as crianças para organizarem o espaço e guardarem o material


utilizado na atividade. Em seguida, encaminhe o grupo para a próxima
atividade do dia.

Desdobramentos
O reconto é rico em potencialidades de aprendizagens para as crianças.
Por meio deles, elas incorporam novas expressões, atentam-se à aconte-
cimentos da narrativa, observam características de cenários e persona-
gens, ampliando seu universo cultural. Você pode usar essa mesma es-
tratégia de substituição em outras narrativas. Uma boa ideia é engajar as
crianças na representação cênica do reconto.

Engajando as famílias
Considere compartilhar a tabela e uma breve explanação de como acon-
teceu a proposta em um espaço de espera das famílias. Você pode deixar
o livro exposto para que elas conheçam a história e propor um painel
interativo, fixando uma tabela em branco para que a comunidade sugira
novos personagens, acompanhamentos e motivos, inspirados na história
e construção das crianças. Capriche na descrição da proposta. Assim,
todos podem ser convidados a se envolverem neste painel.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

Escrevendo uma indicação da nossa história favorita

Recontando uma notícia de jornal

Novos personagens para a história

Mudando o cenário da história

Um novo final para uma história

Para esta proposta, é necessário antever o conto clássico que é mais que-
rido pelas crianças. Também é importante que as crianças já tenham
vivenciado diversos contextos de leitura desta história, de forma que co-
nheçam bem o enredo. Neste plano, o conto clássico Chapeuzinho Ver-
melho será tomado como exemplo para a proposta. O espaço escolhido
para o novo cenário da narrativa será a escola, sendo esta também uma
exemplificação na proposta.

Materiais:

Para o contexto desta atividade é necessário ter o conto clássico prefe-


rido do grupo. Considere dispor mais de um exemplar do livro, com o
intuito de atender a um pequeno grupo de crianças. É necessário dar
suporte de escrita para o professor escriba da atividade. Sendo assim,
considere utilizar um cartaz ou quadro. Observe a necessidade de orga-
nizar o material da atividade para que o outro grupo de crianças que não
estará envolvido com esta proposta no primeiro momento vivencie uma
atividade que já realizam com autonomia.

Espaços:

Antecipe um espaço que possa acolher um pequeno grupo de crianças.


É importante que este espaço acolha os dois grupos de crianças em ativi-
dades simultâneas e oportunize o estabelecimento de relações de quali-
dade, de modo que elas conversem e se expressem nas diferentes lingua-
gens, estabelecendo trocas entres os pares.

Tempo sugerido:

Em torno de 40 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quando é feito o convite para propor que o conto aconteça em outros


espaços, as crianças contribuem com quais hipóteses? Elas trazem suges-
tões e ideias de novos espaços de seu cotidiano, fantasiosos etc.? Como?

2. As crianças se apoiam em sugestões dos pares e fazem complementos


às ideias que emergem? Quais falas, gestos ou expressões indicam este
apoio?

3. Como reagem ou comentam o reconto criado? Quais expressões


usam? Há sorrisos? Demonstram interesse? Como?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Busque oportunizar um ambiente de acolhida e trocas en-
tre o grupo. Observe que as crianças encontram diversas formas para ex-
pressarem suas ideias e curiosidades. Sendo assim, acolha elas, trazendo-
-as para o contexto do reconto econsiderando gestos, expressões faciais,
olhares, pausas, surpresas e outras expressões que emergem no processo
de construção do grupo.

O que fazer durante?

Convide o grupo para se acomodar no lugar preparado por você, com-


partilhando com as crianças que hoje você preparou duas propostas para
o grupo. Conte que, para isso, um grupo ficará com você desenvolvendo
um reconto enquanto o outro se engaja em uma atividade que realiza
com autonomia. Depois, acontecerá a troca dos grupos. Divida os gru-
pos como uma brincadeira. É importante pensar em mesclar as crianças,
oportunizando que haja diversidade para que, nas trocas, uma criança
aprenda com a outra. Após organizar os grupos, encaminhe cada um
para a proposta escolhida.

Depois do encaminhamento dos grupos, compartilhe com as crianças


que ficaram com você que hoje vocês farão um reconto diferente. Per-
gunte o que acham da possibilidade do conto favorito delas acontecer
em um espaço diferente do da história, como a escola, uma loja de brin-
quedos, um supermercado etc. Instigue-as a imaginarem os efeitos que a
mudança do cenário causaria na narrativa. Acolha as hipóteses e falas do
grupo, considerando apoiá-lo neste jogo imaginário. Ao final, proponha
para as crianças a criação e escrita do reconto em um cenário diferente.

Feita a proposta, considere utilizar uma estratégia para que o grupo es-
colha o cenário para o conto. Esta escolha pode ser feita por votação
ou, se houver consenso na proposta do grupo, considere o cenário mais
apontado pelas crianças.

Cenário escolhido, compartilhe com o grupo que, agora, vocês come-


çarão a narrativa e você será o escriba do reconto. Pergunte às crianças
como começa o conto favorito delas. Em seguida, pergunte como co-
meçariam a narrativa no cenário escolhido. Anote as escolhas feitas de
forma a encadear a nova narrativa. Considere apoiá-las, neste momento,
auxiliando na construção das hipóteses propostas pelo grupo. Por exem-
plo, é possível que os personagens sejam modificados para que o cenário
novo tenha sentido na narrativa. A mamãe da história da Chapeuzinho
pode ser transformada em professora que pede que uma criança leve
folhas para outra sala.

Possíveis falas do professor: Crianças, como começa a história da Cha-


peuzinho? A mamãe chama a chapeuzinho para levar uma cesta de gu-
loseimas para a vovó. Mas agora que o nosso cenário é a escola, como
podemos começar esta história?

Siga o enredo da narrativa, instigando o grupo a ressignificar a história


conforme o cenário. Continue oferecendo suporte, mas instigue as crian-
ças nessa criação do reconto, apoiando e estimulado a construção dos
pensamentos. Observe que, neste momento, é importante construir me-
diações junto ao grupo. Diga para as crianças perceberem as diferenças
entre as marcas orais e escritas, lançando situações emergentes para que
construam reflexões que as aproximem da linguagem escrita. Observe
que, por se tratar de um processo de aquisição, a escrita do novo reconto
não precisa ficar perfeita, deixando de lado palavras e expressões que por
vezes se distanciam da marca escrita mas são características das crianças
e compõem suas ideias para o reconto.

Possíveis falas do professor: Então, na história, o lobo escondido atrás


da árvore observa a Chapeuzinho. E a aqui na escola? De qual lugar ele
pode fazer isso? Agora vou ler a sugestão de vocês, para a gente continu-
ar a história. O lobo, escondido atrás do escorregador, observava a Cha-
peuzinho Vermelho. Aí, ele teve uma ideia! Pensou que ela poderia pedir
para brincar com as crianças de outra turma e aí ele chegaria primeiro
e aí ia conseguir comer os doces! Vocês perceberam que temos muitos
“aís” nesta parte? Será que, nas histórias que lemos, uma expressão se
repete tanto assim? Vamos pensar em quais outras expressões podemos
trazer para o nosso texto? Quando usamos o aí para contar algo, o que
estamos querendo dizer?

Observe que é comum que as crianças, ao produzirem um texto, façam


muitas repetições de palavras, especialmente nomes dos personagens.
Por exemplo: “A chapeuzinho vermelho foi levar as folhas, aí a chapeuzi-
nho vermelho se distraiu no caminho e quando a chapeuzinho vermelho
chegou...”.

Esteja atento para acolher essa forma de produção das crianças e, ao


mesmo tempo, potencializar os entendimentos e construções acerca das
especificidades das construções escritas. Nesse caso, oportunize reflexões
que as levem a refletir sobre como podem fazer para não repetir muito
a palavra “Chapeuzinho Vermelho” e sobre que outras palavras podem
utilizar para dizer a mesma coisa, dentre outras estratégias.

Uma boa ideia é ler o trecho original do livro de história, por exemplo,
para apoiar as ideias das crianças.
6

Ao finalizar, combine com as crianças que, agora, o outro grupo parti-


cipará da construção do reconto e que elas irão para a outra atividade.
Combine que, assim que o outro grupo finalizar, você reunirá todos para
compartilhar as histórias criadas pelas crianças. Organize a troca de ati-
vidades entre os grupos e siga as mesmas estratégias para o reconto com
o novo grupo.

Considere que é fundamental que, ao longo da atividade, você observe o


engajamento da turma com a proposta. Caso você sinta que as crianças
estão cansadas frente a densidade da atividade, pause a proposta e com-
bine com elas a continuidade no próximo dia ou em outro período do
dia. Caso prefira, os grupos podem vivenciar a proposta em dias diferen-
tes e você pode convidá-los a pensar num espaço diferente, ampliando
assim as possibilidades de criação da turma.

Para finalizar:

Depois dos dois grupos escreverem seus recontos, preferencialmente no


dia posterior a proposta, reúna todas as crianças e compartilhe a leitura
das narrativas criadas. Convide as crianças a expressarem o que acharam
das histórias e desta proposta. Em seguida, encaminhe a organização dos
espaços utilizados e conduza o grupo para a próxima atividade do dia.

Desdobramentos
É possível propor esta mesma estrutura de reconto para outras histórias
queridas pelo grupo. As crianças também podem preparar uma encena-
ção do reconto criado, utilizando espaços diversos e até criando cená-
rios. Outra proposta interessante é engajá-las na ilustração do reconto no
novo cenário.

Engajando as famílias
Exponha, próximo a sala, os recontos criado pelos grupos, e, junto à ele,
considere dispor o livro de história que inspirou a proposta, para que os
familiares leiam e se divirtam com as criações das crianças. Outra pro-
posta é digitar as produções das crianças e enviar para as famílias, convi-
dando-as a conversarem com as crianças sobre como foi criar um novo
cenário para a história.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:

Escrevendo uma indicação da nossa história favorita

Recontando uma notícia de jornal

Novos personagens para a história

Mudando o cenário da história

Um novo final para uma história

Para esta proposta, é importante que você selecione uma história que o
grupo de crianças já tenha vivenciado a leitura algumas vezes. Escolha
uma narrativa que as crianças revelam gostar. Considere que o final da
história tenha possibilidades de ser alterado. Portanto, observe a neces-
sidade de que o enredo escolhido seja uma sequência de acontecimentos
que culminam para um desfecho, ou seja, que haja marcações claras de
começo, meio e fim.Ao lê-la, cuide para que a leitura seja fluida, obser-
vando a entonação e as surpresas que porventura a narrativa ofereça ao
grupo. Antecipe a parte da narrativa anterior ao final em que a história
será interrompida. Sendo assim, prepare o registro de todo o texto até
essa parte selecionada, a fim de que, a partir desse registro, as crianças
se engajem na construção do novo final. Neste plano, o livro Eu sou o
mais forte, do autor Mário Ramos, da editora Martins Fontes, será usado
como exemplo.
Materiais:

Para esta proposta é necessário utilizar um livro com uma narrativa já


conhecida pelo grupo. Prepare um suporte para que você possa, como
escriba, registrar o final da história, de forma que o grupo possa acom-
panhar este processo. Este suporte, preferencialmente, pode ser a proje-
ção multimídia de um editor de texto. Caso não seja possível, pode ser
utilizado um flip chart, um papel fixado na parede ou um quadro ade-
quado para escrita. Selecione um material para o grupo que ficará enga-
jado em outra proposta, como, por exemplo, jogos de montar ou massi-
nha. Pense em alternativas que o grupo já realize com autonomia.

Espaços:

Antecipe um espaço para que um pequeno grupo de crianças acompa-


nhe a leitura da história de forma acolhedora. Considere que as crianças
possam acompanhar a construção do reconto com qualidade, visualizan-
do o texto que elas criarão. Proponha um espaço com uma atividade em
que a outra parte do grupo possa se engajar com autonomia.

Tempo sugerido:

De 50 minutos a 1 hora.

Perguntas para guiar suas observações:

1. No engajamento que propõe um novo final para a história, as crianças


apresentam diversas possibilidades? Elas estruturam estas possibilidades
em pontos prévios da narrativa? Como fazem?

2. O grupo compartilha diversos finais? Como faz isso? Que ações das
crianças indicam que estão trocando ideias para chegar a um consenso?
Que tipo de mediações seu grupo precisa neste momento?

3. Quais reações, tanto de fala quanto de expressões, indicam que as


crianças se engajaram nesta proposta?
Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Considere oferecer apoio ao grupo nas mediações para
as escolhas coletivas. Neste sentido, proponha ações para que todas as
crianças possam se engajar no contexto da atividade, criando um am-
biente que oportunize as diversas manifestações expressivas. Ao perceber
que algumas crianças, frente a proposta, respondem com olhares ou ges-
tos, use essas expressões no contexto, efetivando o sentido expresso ao
reconto, como, por exemplo, acolhendo um olhar surpreso. Sugira que
no texto essas sensações ou expressões estejam presentes.

O que fazer durante?

Reúna todo o grupo e compartilhe com as crianças que hoje vocês farão
a leitura de uma história e têm o desafio de modificar o final. Para isso,
você organizará a turma em dois grupos. Indique para as crianças que
uma parte ficará com você para a roda de história e outra se engajará em
uma proposta que já realizam com autonomia. Explique que, ao final, os
grupos farão a troca das atividades. Para a organização das crianças em
grupos, selecione a estratégia que mais achar adequada à sua realidade.
Em seguida, convide o grupo que ficará com você para se acomodar no
espaço preparado para a atividade da história.

Com os grupos organizados, combine com o que está com você que,
primeiro, você fará a leitura de toda a história utilizando o livro. Em se-
guida, vocês irão conversar sobre o novo final. Inicie a leitura da histó-
ria utilizando entonações que convidem as crianças a se envolver com
o enredo, construindo uma contação de história cativante com o grupo.
Após a leitura, converse com as crianças para que elas contem as impres-
sões acerca da história e já comecem a trazer hipóteses para novos finais.
Em seguida, apresente o editor de texto ou o outro suporte escolhido por
você. Diga que você reescreveu o texto do autor, deixando de fora o final
original da narrativa. Sendo assim, faça a leitura até esse ponto, para que
as crianças decidam como a narrativa continuará.

Leia o texto novamente até a parte que planejou a interrupção. No livro


de exemplo, a história é interrompida no momento em que o lobo en-
contra o sapo. Indique para as crianças que o momento em que o sapo
responde para o lobo um novo desfecho será proposto. Instigue-as a
levantarem hipóteses de como modificar, convidando que proponham
uma sequência de ações do lobo ou do sapo. No suporte de texto, anote
as ideias das crianças. Anotadas as proposições, convide o grupo a defi-
nir uma maneira de selecionar um novo final da história. Medie as ideias
que o grupo oferecer, de forma que todas as crianças possam expressar
opiniões e ajudar para que o grupo chegue a um consenso, pode ser atra-
vés de uma votação ou outra estratégia pertinente.

Possíveis falas do professor: Crianças, neste ponto, chegamos ao momen-


to de construir um novo final. O que vocês acham que os personagens
podem fazer? Vocês têm alguma proposta? Quem tem ideias do que o
sapo pode responder ao lobo? E se o sapo responder assim, como será
que o lobo pode reagir? Qual outra ação do sapo alguém imagina? O
sapo e o lobo fazem ações e, se elas mudam, as resposta dos personagens
mudam também. Vamos escolher uma das propostas. Qual destas pode-
mos escolher? De que forma?
4

Escolhido um novo final, instigue o grupo a construir uma estratégia


para a reescrita. Como exemplo, as crianças podem ter indicado que o
sapo respondeu ao lobo que o relâmpago é mais forte que ele. Indique
ao grupo que precisam, então, escrever este final com a linguagem que
a narrativa propôs, sinalizando que, na linguagem falada, existem dife-
renças em relação à linguagem escrita. Convide o grupo a construir esta
resposta do sapo e também a reação do lobo, oferecendo apoio com pa-
lavras e mediando a estruturação do novo trecho da história.

Possíveis falas do professor: Crianças, agora que já sabemos como nos-


sa história termina, vamos escrever como se fosse parte do texto. Nossa
forma de contar alguma coisa é diferente da forma como escrevemos.
Como o sapo pode começar a responder para o lobo? Como o sapo pode
continuar explicando para o lobo quem é o mais forte? De que maneira
vocês acham que o lobo pode reagir? Olha só como ficou esta frase do
sapo: eu sei, né, seu lobo, quem é mais forte! O relâmpago é mais forte
que você, seu lobo! E por que o relâmpago é mais forte? Como podemos
explicar para o lobo que o relâmpago é mais forte que ele?

Finalizada esta construção, leia o trecho construído com o grupo a fim


de investigar se as crianças almejam fazer alterações no reconto cria-
do. Em seguida, indique que, agora, elas trocarão de atividades e que o
segundo grupo construirá outro final e vocês compartilharão os novos
desfechos na roda. Repita os passos anteriores com o novo grupo e, ao
terminar, reúna todas as crianças para compartilharem as narrativas.
Convide elas a se expressarem sobre como foi a vivência da proposta,
quais desafios encontraram e se gostariam de repeti-la com outras histó-
rias queridas pelo grupo.
Para finalizar:

Proponha que as crianças organizem os espaços utilizados e encaminhe


o grupo para a próxima atividade do dia.

Desdobramentos
Esta estratégia de reconto pode ser proposta com outras histórias. O gru-
po de crianças pode ser convidado a ilustrar o novo final, expondo estas
novas estruturações de narrativas.

Engajando as famílias
As famílias podem conhecer esta proposta através de um bilhete elabo-
rado com as crianças, que conte como aconteceu a dinâmica da proposta
na sala. É possível combinar que as crianças levem o livro para a casa e
sejam convidadas a dividir com a família o novo final que estruturaram,.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta proposta é importante que você tenha apresentado ao grupo


histórias que utilizem sons corporais ou instrumentos musicais com a
narrativa. Familiarize o grupo com a utilização de sons, construindo um
repertório de sonorização.

Por exemplo, na história dos Três Porquinhos, o sopro e a queda de cada


uma das casas são momentos da narrativa que podem ser sonorizados.
No livro Cadê o Pintinho, de Márcia Leite, publicado pela editora Pulo
do Gato, cada aparição dos animais pode corresponder a um som, feito
com o corpo ou com instrumentos.

Depois de garantido esse repertório do uso de sonoplastia com histórias,


escolha uma uma para ler e separe-a em partes, para planejar a sonoriza-
ção com as crianças.

Materiais:

Planeje os materiais sonoros conhecidos do grupo, considerando a his-


tória que será lida. Você pode prever materiais como instrumentos mu-
sicais convencionais que sejam acessíveis ao grupo, utilizar instrumentos
confeccionados artesanalmente ou pelas próprias crianças, outros obje-
tos que produzam sons ou usar um repertório sonoro produzido com o
corpo. O repertório de sons do corpo pode ser representado em fichas,
por meio de figuras que lembrem a ação necessária para a reprodução do
som.
Espaços:

Preveja um espaço para uma roda de história. Busque um local sem mui-
ta interferência sonora, tendo em vista o cuidado para não comprometer
a sonorização da proposta.

Planeje a organização da turma em pelo menos dois grupos, para que as


crianças manuseiem os instrumentos e possam interagir. Caso não seja
possível ter um professor em cada grupo, proponha que o grupo que não
esteja na leitura da história se envolva em uma atividade com autonomia,
como por exemplo, modelagem com massinha, jogos de construção, en-
tre outros, enquanto você acompanha o que irá participar do momento
da história. Depois, basta trocar os grupos.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 40 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quais são os gestos e as expressões das crianças durante a contação de


história?

2. Todas participam fazendo sons, ou algumas preferem apenas obser-


var?

3. No cotidiano, as crianças tentam reproduzir a história? Como fazem


isso?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


dificultar que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada crian-
ça ou do grupo. Convide todas as crianças para participar. Atente-se para
garantir liberdade de escolha às crianças para a maneira de se sentarem.
Busque estar atento às diferentes formas de interação delas, propondo al-
ternativas para contribuições individuais e coletivas, traçando estratégias
para que uma criança ajude às outras.

O que fazer durante?

Reúna as crianças e conte que elas irão fazer atividades divididas em dois
grupos. Explique que você acompanhará um grupo em uma roda de his-
tória e que o outro grupo fará uma atividade que já realizam com auto-
nomia. Informe que depois trocarão de atividade com o grupo que estará
com você.

Convide as crianças que participarão da história para se acomodar no


local escolhido. Conte que você separou uma história e algumas possi-
bilidades sonoras que elas já conhecem. Diga que depois de a ouvirem,
vocês utilizarão os sons na narrativa.

Inicie a leitura da história, utilizando as entonações necessárias para a


apreciação do grupo. Ao finalizar a leitura, combine com as crianças que
agora vocês irão rememorar o repertório sonoro que já conhecem. Peça
que escolham os sons que farão parte da sonoplastia da narrativa. Em
seguida, proponha que as crianças expressem os sons conhecidos ou que
apresentem novos como sugestões para a composição da história. Nesse
momento, faça certos combinados com o grupos, para que as partici-
pações de todos sejam acolhidas. Apoie as sugestões, observando e am-
pliando a riqueza das trocas de opiniões.

Após as crianças expressarem as ideias quanto aos sons que poderão uti-
lizar na sonoplastia da história, diga para o grupo que vocês irão analisar
a primeira parte da narrativa, para acordarem quais sons podem ser uti-
lizados. A cada seleção realizada pelo grupo, diga às crianças que vocês
passarão para a próxima parte do texto e que, se for o caso, precisarão
pensar em outras possibilidades sonoras. Após selecionarem os sons, de-
cida com o grupo quem serão os responsáveis por reproduzi-los na nar-
rativa. Caso seja possível, combine para que cada criança reproduza um.

Suponha que a história selecionada apresente possibilidades sonoras


com o vento: Pessoal, aqui nesta parte da história, vejam o que diz: Na-
quela manhã o vento cantava de forma serena! Como podemos reprodu-
zir um vento cantando de forma serena? Aqui nos fala de um vento forte
ou um vento mais calmo? Em outro caso, considere um personagem
caminhando: Por ali, caminha um lobo. Com passos firmes, buscava
encontrar alguma comida. Você pode dizer: E aqui, que som podemos
fazer para indicar os passos do lobo?

Após a seleção dos sons que serão utilizados, recomece a leitura para que
as crianças possam sonorizar a história, apoiando o grupo, se necessário,
na utilização dos recursos.

Encerrando a contação, investigue junto às crianças sobre como foi par-


ticipar do momento. Após essa conversa, diga que, conforme explicou no
início, agora elas irão fazer a troca de atividade com os colegas. Utilize as
mesmas estratégias com o novo grupo de crianças.

Para finalizar:

Ao terminar a leitura para todos os grupos, convide as crianças para or-


ganizar os espaços utilizados nas atividades. Lance desafios para tornar o
momento divertido! Você pode dizer que precisam guardar os materiais,
mas que farão isso pulando como coelhos, por exemplo.

Desdobramentos
Considere repetir esta estratégia de leitura de história com as crianças,
ampliando o tamanho do grupo e diversificando os instrumentos entre
elas. Utilize-os também em parlendas ou poemas.

Você pode ainda filmar a história sonorizada ou ensaiá-la com as crian-


ças, para que seja apresentada em momentos de partilha com outros gru-
pos da escola.

Engajando as famílias
Envie para casa um comunicado contando às famílias que as crianças
ouviram uma história cheia de surpresas. No texto, peça que os respon-
sáveis perguntem para as crianças que história foi essa e quais foram as
surpresas. Considere dividir o registro dessa proposta em momentos
coletivos, tais como em reunião de pais.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta proposta é necessário que você faça uma seleção de alguns li-
vros para leitura cotidiana com o grupo. Leia os livros para conhecer
bem a história, percebendo as pausas marcadas pela pontuação gramati-
cal. Identifique as palavras que não conhece e procure seus significados,
aproveitando para treinar a pronúncia de termos mais difíceis. Procure
olhar com mais cuidado para a capa do livro que será lido. Pronuncie o
nome dos autores, ilustradores e tradutores. Identifique os elementos da
capa e perceba as relações entre eles e a narrativa, já que tais elementos
antecipam pontos importantes da história.

Materiais:

O material para esta proposta é o livro escolhido para leitura.

Espaços:

Antecipe um espaço em que o grupo de crianças se sinta confortável e


acolhido para a leitura da história. É importante que você e o livro pos-
sam estar visíveis para as crianças.

Você pode considerar dividir as crianças em pequenos grupos, se for


mais adequado para sua turma. Para tal, garanta um planejamento em
que um grupo estará com você escutando a história e o outro estará em
uma proposta que já realizam com autonomia, como, por exemplo, jogos
de construção, brincadeiras nos cantos da sala ou uma massinha.

Tempo sugerido:
Aproximadamente de 30 a 40 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Qual o elemento da capa que mais chamou a atenção das crianças?


Que comentários fizeram?

2. Quais hipóteses elas levantam sobre a narrativa?

3. As crianças estabelecem relações da capa do livro com a narrativa.


Quais são as relações?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Caso identifique alguma necessidade de acolhida indivi-
dual, proponha possibilidades para que a criança possa acompanhar a
história com o grupo, fazendo o convite e oferecendo que ela fique mais
próxima de você, se for o caso.

O que fazer durante?


1

Convide o grupo que participará da leitura da história para se acomodar


no espaço escolhido por você, dizendo que as crianças podem se sentar
da forma mais confortável para participar da leitura de história. Fale que,
antes de começar a leitura, você gostaria de compartilhar com elas quem
é o autor da história, quem fez os desenhos para este livro ou quem tra-
duziu a história para nossa língua, se for o caso.

Possíveis falas do professor neste momento: Pessoal, hoje eu preparei


uma história para ler para vocês! Vocês sabiam que (nome do autor)
escreveu esta história? Mas ele escreveu em outra língua. O (nome do
tradutor) foi quem traduziu a história, ou seja, passou da língua em que
foi escrita para a nossa. Ah, aqui está escrito também que (nome do ilus-
trador) foi quem fez os desenhos para este livro, ele é o ilustrador!

Depois desta apresentação, mostre para as crianças a capa do livro. Diga


que, antes de começar a leitura, você gostaria que elas falassem um pou-
co sobre a capa. Faça perguntas sobre os elementos que estão na capa,
com foco na antecipação da narrativa. Lembre-se que você é um dos mo-
delos de leitura para as crianças e que elas ainda estão compreendendo
que a capa faz parte do processo de leitura do livro. Portanto, nesta pro-
posta, é importante que você as ajude com perguntas instigantes e perti-
nentes. Por exemplo, se houver um animal correndo de outro na capa do
livro, comece perguntando se as crianças sabem quem são e o que estão
fazendo. Pergunte se eles se relacionam em algum momento da narrativa
e as instigue questionando se elas têm alguma pista do que acontecerá
nesta história.Folheie as páginas do livro, como forma de auxiliar as hi-
póteses das crianças acerca do que acontece na narrativa.

Possíveis falas do professor: Crianças, antes de começar a leitura da his-


tória, eu gostaria que vocês olhassem a capa deste livro. O que vocês
estão vendo na capa? O que será que acontece com estes personagens?
Vocês acham que eles se encontram na história?
Por exemplo: Ah! vocês acham então que esse ratinho está correndo do
urso nessa história? Será que é isso que vai acontecer? Vamos ler para
saber? .

Inicie a leitura da história, utilizando todo o repertório de entonações na


fala ou expressões que você já tinha preparado antes.

Convide as crianças a falarem sobre a parte da história que mais gosta-


ram de forma espontânea. Este é um momento de escuta ativa que pode
te ajudar a escrever registros sobre a atividade. Dialogue, relembrando as
hipóteses que as crianças fizeram no início da proposta e relacionando as
possibilidades que levantaram sobre a capa do livro com os elementos da
narrativa.

Algumas crianças podem escolher não se expressar de forma verbal.


Acolha também esta opção, afinal, a apreciação tem diversas formas de
manifestar.

Possíveis falas do professor: Crianças, o que acharam desta história?


Quem gostaria de comentar? Antes de começar nossa história, vocês
lembram que conversamos sobre a capa do livro? Vocês acham que o que
observaram na capa foram dicas para que descobrissem algumas coisas
na história antes de lermos todo o livro? Vocês concordaram com o que
o personagem fez? Fariam diferente? O que fariam? .

Para finalizar:

Ao finalizar, convide as crianças para organizar o espaço que vocês utili-


zaram. Caso tenha optado por dividir o grupo, após os dois grupos te-
rem ouvido a história convide todos para a organização da atividade em
que estiveram envolvidos.
Desdobramentos
Considere realizar a proposta com outros livros, observando as estraté-
gias que as crianças constróem a cada nova leitura. Proponha a leitura de
outros gêneros literários, como poesia, por exemplo, ampliando o reper-
tório do grupo.

Engajando as famílias
Combine com as crianças que poderão levar o livro para a casa em dias
alternados, para que possam apreciar o livro em outro momento e am-
biente. Você pode propor que elas contem para as famílias o que vocês
descobriram juntos sobre a capa do livro.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta proposta é necessário que você faça uma seleção de um livro
para leitura cotidiana com o seu grupo. Selecione um livro de narrativa
com a estrutura de começo, meio e fim, com acontecimentos encadea-
dos. Leia o livro para conhecer bem a história. Perceba a série de acon-
tecimentos do enredo e procure identificar os momentos da história nos
quais você pode fazer pausas estratégicas. Tais pausas devem anteceder
os momentos mais emocionantes da narrativa, permitindo que as crian-
ças possam fazer conexões ou hipóteses do que acontecerá depois. Caso
ache necessário, use uma marcação definida por você para te auxiliar a
lembrar os acontecimentos mais pertinentes do livro escolhido.

Materiais:

Para esta proposta é necessário um livro para a leitura.

Espaços:

Antecipe um espaço em que o grupo de crianças se sinta confortável


e acolhido para a leitura da história, considerando que elas consigam
acompanhá-la com qualidade, para que possam trocar com você as hipó-
teses de antecipação do enredo. Pondere dividir as crianças em pequenos
grupos, caso seja mais adequado para sua turma. Para tal, garanta um
planejamento em que um grupo estará com você, escutando a história,
e o outro estará em uma proposta que já realizam com autonomia, por
exemplo, jogos de construção, brincadeiras nos cantos da sala ou uma
massinha.
Tempo sugerido:

Aproximadamente 40 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como as crianças reagiram ao ser surpreendidas com a pausa na his-


tória? Tiveram pressa em propor ideias para que continuasse a leitura?

2. Quais soluções que as crianças utilizam para os enredos? Elas se repe-


tem quando você conta a mesma história? As crianças estão acolhendo
os diferentes pontos de vista para as hipóteses dos colegas?

3. As crianças solicitam que você repita a história com a mesma estraté-


gia de antecipação?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada crian-
ça ou do grupo. Caso identifique alguma dificuldade individual de algu-
ma criança, proponha possibilidades para que ela possa acompanhar a
história com o grupo, oferecendo que ela fique mais próxima de você, se
for o caso.

O que fazer durante?


1

Convide o grupo que participará da leitura da história para se acomodar


no espaço escolhido por você, dizendo que as crianças podem se sentar
da forma mais confortável, pois você preparou uma história para ler.

Apresente o livro para elas, perguntando sobre detalhes da capa ou da


contracapa, imagens ou personagens que aparecem nas primeiras pági-
nas, já instigando o grupo a perceber detalhes importantes da narrativa.

O momento de apresentação do livro é um movimento importante da


leitura. Ele fortalece as estratégias de leituras das crianças. Outro pon-
to essencial diz respeito à apresentação das características de um livro.
Ações assim oferecem para as crianças, em seu cotidiano, a construção
de saberes, apoiados em bons modelos leitores.

a.

Possíveis falas do professor: Pessoal, hoje eu preparei uma história para


ler para vocês! O livro de hoje se chama (nome do livro) e quem escre-
veu foi (nome do autor). Olhem a capa do livro, sobre o que vocês acham
que é esta história?
2

Conte para as crianças que você começará a leitura mas, que, em alguns
momentos, você fará uma parada especial para que elas tentem descobrir
como a história continua.

Inicie a leitura e, na primeira parada planejada por você, instigue as


crianças a falar como elas acham que a história continua. Acolha as hi-
póteses e dialogue com o grupo.

Lembre-se de que os momentos escolhidos para suspender a história


estão ligados à continuidade da narrativa, você pode, portanto, brincar
com o suspense, despertando no grupo o envolvimento com a leitura,
por meio das reações.

Possíveis falas do professor: E agora pessoal, o que será que aconteceu?


Vocês viram o que o personagem fez? Quem tem alguma ideia? Como
vocês acham que ele resolveu a situação?

Quando perceber que o grupo já esgotou as hipóteses, retome a leitura


da história e estabeleça um diálogo com as falas das crianças. Cuide para
que essa parada não se prolongue, de forma que se perca a fluidez da
narrativa. Equilibre os momentos de paradas e de leitura, deixando que
você e que o grupo se envolvam de forma prazerosa com a narrativa.

Possíveis falas do professor: Vamos descobrir o que aconteceu? Depois


de tudo que vocês falaram, estou até com medo de como continua esta
história! Vou ler para vocês. Aconteceu o que vocês pensaram? Nossa,
nós nem imaginávamos que o personagem iria resolver desse jeito! Será
que ainda temos mais surpresas? Vamos continuar!

Siga a leitura até o final, fazendo as paradas que você programou. Ao ter-
minar a história, convide as crianças para expressar como foi lê-la dessa
maneira.

Para finalizar:

Ao finalizar, convide as crianças para organizar o espaço que vocês utili-


zaram. Caso você tenha optado por dividir o grupo, após os dois grupos
terem ouvido a história, convide-os, também, para a organização da ati-
vidade em que estiveram envolvidos.

Desdobramentos
Considere repetir a proposta com diversos. livros. Há várias histórias
infantis com enredos inusitados, cheias de suspenses e de mistérios. Pla-
neje a leitura desses livros! A garotada vai amar!

Engajando as famílias
Escreva para as famílias contando essa estratégia de leitura diferente, re-
alizada com o grupo. Proponha que as crianças levem o livro para a casa,
combinando que elas compartilhem como foi a leitura da história. Uma
estratégia interessante é realizar a filmagem desses momentos e, depois,
compartilhá-la com as famílias, comentando a riqueza das hipóteses que
as crianças constroem a partir da leitura.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta proposta, escolha um livro no qual as ilustrações revelam o que


está escrito no texto, que tenha boa qualidade de imagens e que não faça
parte do repertório de livros do grupo de crianças. Observe a importân-
cia de analisar as imagens, assegurando a qualidade visual, para que as
crianças possam traduzir suas impressões como forma de antecipação da
leitura, garantindo uma relação de qualidade com a proposta. Pesquise
algumas informações acerca do ilustrador do livro, enriquecendo seu
repertório e olhando para os aspectos gráficos da obra.

Preparamos aqui, uma sugestão de títulos que podem compor esta pro-
posta.

Materiais:

Para esta proposta é necessário um livro com boa qualidade gráfica de


ilustrações. É importante considerar mais de um exemplar do mesmo
livro, para garantir uma boa circulação entre as crianças.

Espaços:

de crianças se sinta confortável

Antecipe um espaço considerando que sua estrutura proporcione rela-


ções de acolhida e conforto para o grupo de crianças, de maneira que
elas construam relações de qualidade com a história. Considere que elas
precisam acompanhar as imagens. Portanto, pondere dividir as crianças
em pequenos grupos para a proposta, caso seja mais adequado para a
turma. Para tal, garanta um planejamento em que um grupo estará com
você escutando a história e outro grupo estará em uma proposta que já
realizam com autonomia, como, por exemplo, jogos de construção, brin-
cadeiras nos espaços da sala ou uma massinha.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 40 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Como as crianças acolheram sua proposta de leitura de história por


meio das imagens? Como reagiram? O que disseram?

2. O que chamou mais atenção das crianças ao observarem as imagens?


Foi possível fazer a antecipação da história? A história contada pelas
imagens ficou parecida com a original?

3. Como o grupo se apoiou no momento da leitura por imagens? Apro-


veitaram a ideia lançada por um amigo de forma a considerar a continui-
dade da narrativa? Elas sugeriram diálogos e sentimentos para os perso-
nagens?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Caso identifique alguma necessidade individual das crian-
ças, proponha possibilidades para que ela possa acompanhar a história
com o grupo, fazendo o convite e oferecendo que ela fique mais próxima
de você.

O que fazer durante?


1

Convide as crianças para se acomodarem no espaço escolhido por você.


Diga que você preparou uma história diferente. Conte que hoje, antes da
leitura do texto, vocês tentarão descobrir a história do livro por meio da
observação das imagens.

Apresente o livro para as crianças, perguntando sobre detalhes da capa


ou contracapa, imagens ou personagens que aparecem nas primeiras pá-
ginas do livro, já instigando o grupo a perceber detalhes gráficos da obra.

Considere que o momento de apresentação fortalece as estratégias de


leituras das crianças, oferecendo uma relação de qualidade quanto ao
conhecimento das características que compõem um livro. Essas ações
oportunizam às crianças construírem, em seu cotidiano, saberes apoia-
dos em bons modelos leitores.

Possíveis falas do professor: Pessoal, hoje nós começaremos a leitura


de uma história de uma forma diferente! Antes de ler o texto do livro,
vamos descobrir como é esta história por meio das imagens. O livro se
chama (nome do livro) e quem escreveu foi (nome do autor). Quem fez
as imagens se chama (nome do ilustrador). Olha a capa do livro, sobre o
que vocês acham que é esta história?
2

Comece a virar as páginas do livro e, em cada ilustração, convide as


crianças a lançarem suas hipóteses sobre a história. Convide de tal forma
que as crianças sintam-se livres para apresentarem suas ideias expressan-
do-se por meio de diversas linguagens. Acolha essas ideias de forma que
as crianças se sintam livres para lançar suas hipóteses sobre a narrativa
da história por imagens.

Possíveis falas do professor: Pessoal, o que será que acontece neste mo-
mento da história? Será que conseguimos adivinhar por esta imagem? O
que vocês acham que esta imagem quer dizer?

Ao terminarem a leitura do livro, considerando as imagens, conte para


as crianças que agora você fará a leitura do texto do livro. Combine que
juntos descobrirão se as hipóteses feitas na interpretação da imagem se
aproximam da história.

Após a leitura, convide as crianças a expressarem as similaridades ou


diferenças da história contada a partir das imagens e da história lida. É
importante que você as ajude a perceber que interpretar as imagens tam-
bém é uma maneira de ler uma história. Convide as crianças a falarem
como elas se sentiram nas duas leituras da história.

Possíveis falas do professor: Pessoal, o que vocês acharam destas duas


maneiras que lemos a história? Quando estávamos vendo as imagens,
como foi a nossa história? E depois que lemos o texto? Como a história
ficou? Nós lemos a história de duas maneiras diferentes! O que vocês
acharam?

Para finalizar:
Ao finalizar, convide as crianças para organizarem o espaço que vocês
utilizaram. Caso você tenha optado por dividir o grupo, após os dois
grupos terem ouvido a história, convide a todos para a organização da
atividade em que estiveram envolvidos.

Desdobramentos
Considere selecionar outros livros para fazer a leitura das imagens com
as crianças. Há livros de poemas que também têm ilustrações muito ri-
cas. Você pode usá-los e ampliar, assim, a percepção de um texto poéti-
co.

Engajando as famílias
Escreva para as famílias contando esta estratégia de leitura diferente rea-
lizada com o grupo. Você pode propor que as crianças levem o livro para
a casa, combinando que elas compartilhem com as famílias a interpreta-
ção das imagens. Uma estratégia interessante é realizar a filmagem destes
momentos e, depois, compartilhar, comentando a riqueza das hipóteses
que as crianças constroem a partir da interpretação das imagens e depois
da leitura do texto.
O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta proposta escolha uma história em que acontecem enganos.


Elas, geralmente são caracterizadas quando algum personagem pratica
uma ação mas, no enredo, fica claro que sua intenção era outra, gerando
situações de tensão, medo ou humor. Preparamos uma coletânea de al-
guns títulos que trazem em sua narrativa situações de engano. Você pode
acessá-la aqui. *

Observe que você precisa conhecer bem a história que escolher, prepa-
rando-se para fazer uma leitura de qualidade, respeitando as pausas, as
entonações e as características desse tipo de enredo, garantindo a flui-
dez da história, encadeando os acontecimentos como sugere o escritor
e fazendo mediações para as crianças pensarem sobre a relação entre as
características das personagens, suas intenções e ações ao longo da nar-
rativa.

Materiais:

Para esta proposta é necessário que você selecione uma história com en-
gano.*

Espaços:

Organize um espaço considerando que sua estrutura proporcione sen-


timento de acolhida e conforto para o grupo de crianças, de maneira
que elas sintam-se confortáveis para acompanhar a história. Considere
organizar a turma em pequenos grupos para a proposta, caso seja mais
adequado para seu contexto. Para tal, garanta um planejamento em que
um grupo estará com você escutando a história e o outro estará em uma
proposta que já realizam com autonomia, por exemplo, brincando com
jogos de construção, fazendo brincadeiras nos espaços da sala ou mani-
pulando uma massinha.

Tempo sugerido:

Aproximadamente 40 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Ao interagir com a narrativa, as crianças reconhecem as situações de


engano e fazem relações com as características da personagem? *

2. Quando aparecem os momentos de engano, qual é a reação das crian-


ças? Elas acham engraçado, sentem medo ou têm alguma outra reação?

3 .Na conversa sobre as situações de engano, quais comentários as crian-


ças fazem? Elas fazem articulações ou aproximações entre as intenções
da personagem e suas ações? Elas questionam ou problematizam essas
situações?

Para incluir todos:

Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem


impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e pro-
ponha apoios para atender às necessidades e diferenças de cada criança
ou do grupo. Caso identifique alguma necessidade individual das crian-
ças, proponha possibilidades para que ela possa acompanhar a história
com o grupo, fazendo o convite e oferecendo que ela fique mais próxima
de você, por exemplo. Em algumas situações, as crianças não querem
estar envolvidas na contação, respeite esse movimento, sugerindo pro-
postas que podem ser concomitantes à contação, por exemplo, um jogo
de montar. *

O que fazer durante?

Convide as crianças para se acomodarem no espaço escolhido. Quando


todas estiverem acomodadas, diga a elas que você escolheu uma nova
história para o momento de leitura do dia. Conte ainda que após a lei-
tura vocês conversarão um pouco mais sobre a história. Apresente o li-
vro para as crianças, perguntando sobre detalhes da capa, das imagens
ou de personagens que aparecem nas primeiras páginas do livro, a fim
de aproximá-las da obra, dando espaço para que elaborem hipóteses de
antecipação do conteúdo da história. Destaque as personagens da histó-
ria, convidando as crianças para descobrir quem são e como agem é uma
estratégia que as aproxima da possibilidade de compreensão das peculia-
ridades desse tipo de enredo. Conte ainda quem a escreveu, ilustrou ou
traduziu. Considere que o momento de apresentação fortalece as estraté-
gias de leitura e de escuta das crianças, oferecendo uma relação de qua-
lidade quanto ao conhecimento das características que compõem uma
história. Essas ações oportunizam a elas construir, em seus cotidianos,
saberes apoiados em bons modelos leitores.
a

Possíveis falas do professor: Pessoal, hoje eu trouxe uma nova história


para o nosso momento de leitura. Quando eu terminar a leitura, vamos
conversar sobre a história. Vejam, eu trouxe este livro. Aqui está o título.
Olhando para o título sabem me dizer que história seria essa? E os per-
sonagens, como serão, quais são suas características? O que vocês acham
que os personagens fazem nessa história? Nossa tem uma raposa! O que
ele faz na história?

Leia a apresentação que está na contracapa do livro. Conte para as crian-


ças que ali encontra-se um pequeno resumo da história. Geralmente,
nessa apresentação, em histórias com engano, o texto deixa no ar uma
pergunta para aguçar a curiosidade do leitor sobre a ação do persona-
gem. Apoie-se nessa pergunta para instigar no pensamento sobre a ela.

so

Após essa leitura, convide-as para ouvir a história e descobrir o que


acontece. Considere fazer uma pausa na primeira vez em que o persona-
gem que engana aparece, instigando as crianças a pensar por que a per-
sonagem agiu dessa forma. Nesse momento, questione sobre o que acon-
tecerá, pautando-se na narrativa escolhida.

..*

Ao terminar a história, investigue junto ao grupo quais foram as impres-


sões acerca da narrativa, acolhendo as percepções que as crianças trazem
acerca da narrativa. Neste momento, comece a fazer perguntas sobre
o(s) momento(s) de engano, resgatando, inclusive, algumas reações das
crianças. Observe que um ponto importante das histórias com engano
é a percepção de que alguns personagens praticam uma ação, porém, a
intenção é outra. Portanto, articule perguntas que instiguem as crianças
nesse sentido. .

Possíveis falas do professor: Pessoal, o que vocês acharam dessa histó-


ria? E o que vocês acharam do personagem (nome do personagem) que
queria fazer (descreva a ação) mas, na verdade, queria fazer outra coisa
(descrever a intenção)? E o que aconteceu com a história depois disso? E
vocês acharam engraçado, tiveram medo ou ficaram preocupados com o
que iria acontecer depois? Por que vocês acham que a personagem agiu
dessa maneira? Haveria outra forma? O que aconteceria se ela agisse
assim como vocês pensaram? Vocês conhecem outra histórias em que o
personagem agem assim?

**
Para finalizar:

Ao finalizar, convide as crianças para organizar o espaço que vocês utili-


zaram. Caso você tenha optado por dividir o grupo, após os dois grupos
terem ouvido a história, convide-os, também, para a organização da ati-
vidade em que estiveram envolvidos.

Desdobramentos
Selecione outros livros de histórias com engano e realize outros mo-
mentos como este para que as crianças possam compreender progressi-
vamente esse tipo de enredo. As crianças demonstram interesse nesses
personagens que agem de uma forma ambígua e é possível explorar mais
suas características, criando um repertório muito rico. Com ele, o grupo
pode criar peças teatrais, recontos e filmagens das histórias com enga-
no.*

Engajando as famílias
Escolha um momento de abertura ou encerramento de uma reunião
com as famílias e faça a mesma dinâmica do plano, contando para as
famílias o que são histórias de engano e apresentando o registro de como
foi contar para as crianças esse tipo de repertório.
CONTINUA NA PARTE 2

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