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O cotidiano, a rotina e o desenvolvimento

social e moral da criança

Apresentação
Bem vindo(a) a esta Unidade de Aprendizagem. Nela trabalharemos os diferentes aspectos e
momentos da jornada escolar que favorecem o desenvolvimento das crianças na educação infantil.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer a importância da organização da rotina para o desenvolvimento das crianças.


• Identificar objetivos e importância de cada momento da rotina das crianças.
• Indicar ações institucionais e para a família, que favoreçam a acolhida, adaptação da criança.
Desafio
“Na etapa da educação infantil, há uma série de aprendizagens que se relacionam, claramente, às
necessidades vitais das crianças dessa idade. Particularmente no primeiro ciclo (desde os primeiros
meses até os 3 anos), a criança necessita, para manter o seu bem-estar, de toda uma série de
cuidados que centram-se nas necessidades vitais; destacamos o descanso, a alimentação e a
limpeza. Igualmente, há toda uma série de situações, durante a jornada diária, que são também
muito importantes, no sentido de que ajudam a organizar pessoalmente as crianças e a estabelecer
uma boa relação com os objetos e as pessoas que as rodeiam. Estamos falando de situações de
entrada e de saída da escola e dos momentos de ordem e de recolhimento do material. Se
fizéssemos uma análise do tempo dedicado a tais atividades, durante uma jornada, veríamos que é
um tempo considerável... Tratam-se de situações de interação, importantíssimas, entre a pessoa
adulta e a criança, em que a criança parte de uma dependência total, evoluindo progressivamente a
uma autonomia que lhe é muito necessária.” (BASSEDAS, HUGUET, SOLÉ, 1999, p.148)

O texto nos mostrou alguns momentos da rotina de uma turma de educação infantil,
importantíssimos para a construção da autonomia da criança. Para resolver este Desafio você
deverá citar aspectos importantes desses momentos que contribuam para a formação integral da
criança.

Os momentos são:
-Situações de alimentação
-Situações de limpeza
-Situações de descanso
-Situações de ordem dos pertences pessoais ou do grupo
-Situações de entrada e saída das crianças
Infográfico
Neste infográfico você vai conhecer os momentos mais importantes na rotina e cotidiano da
criança da educação infantil.
Conteúdo do livro
A jornada na escola permite à criança ser cada vez mais autônoma e favorece seu desenvolvimento
integral. Todas as atividades da rotina devem ser cuidadosamente planejadas pelos educadores e
executadas com efetividade. Alguns cuidados e reflexões permitem ao educador qualificar cada vez
mais seu cotidiano.

Acompanhe um trecho da obra Aprender e ensinar na educação infantil de BASSEDAS, HUGUET &
SOLÉ. Este livro serve de base teórica para nossa unidade de aprendizagem.
APRENDER E ENSINAR
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
EULÀLIA BASSEDAS
TERESA HUGUET
ISABEL SOLÉ
2 BASSEDAS, HUGUET & SOLÉ

B318a Bassedas, Eulàlia


Aprender e ensinar na educação infantil / Eulàlia Bassedas, Teresa
Huguet & Isabel Solé; trad. Cristina Maria de Oliveira. – Porto Alegre :
Artmed, 1999.

ISBN 978-85-7307-517-5

1. Educação infantil – Aprender – Ensinar. I. Huguet, Teresa. II. Solé,


Isabel. III. Título.

CDU 37.0152:372.3/.4

Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto – CRB 10/1023


102 BASSEDAS, HUGUET & SOLÉ

Quadro 3.1 Roteiro para analisar a jornada da escola

Sugerimos fazer um quadro de entrada dupla; à esquerda, situar as diferentes atividades ou


situações que se realizaram durante o dia e o tempo que foi dedicado a elas; na linha superior, situar
certas perguntas que devem ser feitas:
1. Onde realizamos a atividade?
na sala/ no pátio/ outros
2. Que grau de autonomia e de liberdade houve nesta jornada para os pequenos?
livre/ dirigida/ auto-selecionada a partir de diversas opções
3. Que grau de atenção e de esforço ou cansaço (intelectual e físico) foi necessário?
bastante/pouco/ nada
4. Como agrupamos as crianças?
em grande grupo/em pequeno grupo/individualmente
5. Que capacidades mais trabalhamos?
de movimento/de linguagem/cognitivas/ de relação/ de cuidado de si mesmo e/ou de hábitos de
autonomia

A jornada escolar pulativas, linguagem, conteúdos da área


de contexto, etc.).
Os diferentes momentos do dia que se suce- • Momentos tranqüilos, mais individuali-
dem na escola seguem, em linhas gerais, uma zados (quando chegam, quando vão des-
mesma ordem, a qual, em parte, é imposta pe- pertando, quando jogam, etc.) nos quais
las necessidades fisiológicas das crianças, espe- procuramos sistematicamente ter em
cialmente as do primeiro ciclo. Na jornada da conta todas as crianças da classe.
escola, precisa-se favorecer que a menina ou o
menino tenham experiências diferentes e desen- A seguir, abordaremos brevemente os dife-
volvam todas as suas capacidades. rentes momentos que, em geral, sucedem-se na
Em qualquer dia da escola, deveríamos po- escola e alguns critérios que precisamos consi-
der encontrar: derar ao planejar e colocá-los em prática. Em
termos gerais, esses momentos são: a acolhida,
• Momentos livres (de jogo, de descanso, o reencontro do grupo, o pátio, os jogos ao ar
de passeio, etc.). livre, o meio dia e a tarde. Evidentemente, à
• Momentos curtos (segundo o interesse margem desses momentos mais habituais, cada
das crianças) com atividades coletivas escola programa outros mais ou menos cotidi-
(canção, conto, fantoches, marionetes, anos e mais ou menos livres, segundo o seu pro-
rodinhas, etc.) conduzida por pessoas jeto curricular e a idade de seu alunado.
adultas.
• Momentos de jogos motores e de motri- A acolhida
cidade global (livre, com material ou
similares para pátio e internos). Na chegada da criança à escola, o fato de
• Momentos de atividades dirigidas ou pro- distanciar-se do familiar que a acompanhou e
postas pela pessoa adulta (individuais ou de iniciar sua jornada no centro é um momen-
em pequenos grupos/ nos cantinhos ou to que tem grande influência em seu projeto de
para todo o grupo) para trabalhar deter- adaptação: cada criança e família o vê de uma
minados conteúdos (habilidades mani- maneira diferente, com mais ou menos preo-
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cupação. Portanto, devemos ter um cuidado es- la, ao seu ritmo, sem pressa nem imposições.
pecial, sobretudo com as crianças menores, ao Cada criança escolhe o que quer fazer e estabe-
iniciar qualquer processo de escolarização nes- lece-se um momento de separação mais grada-
sa etapa. tivo do mundo familiar. Progressivamente, à
Nesses momentos, e de maneira clara e tan- medida que a criança sentir-se segura e tran-
gível, a criança vê a relação que há entre a es- qüila na escola, já não necessitará que os fami-
cola (sua educadora) e a família (o pai, a mãe liares fiquem, nem que a ajudem a integrar-se
ou o familiar que a acompanha). É preciso pre- aos jogos da sala.
parar as condições para poder estar tranqüila e
atender a cada criança e familiar quando che- Às vezes, é necessário explicitar algumas ques-
garem. tões de relacionamento... Há certos familiares
Se a entrada for gradual e houver uma cer- que, por terem pouca confiança, não sabem ain-
ta flexibilidade de horário (de 15 a 30 minu- da o que fazer no momento da chegada; então,
tos), evitam-se as aglomerações; os pais e as comportam-se de maneira pouco adequada. Às
mães podem fazer as recomendações que lhes vezes, permanecem muito tempo com a crian-
preocupam (se é preciso tomar algum medica- ça nos braços e não sabem como se despedir, se
mento, se a virão buscar antes, se é preciso que saem precipitadamente ou às escondidas para
a criança se proteja ao ar livre, etc.); e a criança que a criança não chore ou mostre-se inquieta,
verá que há uma boa relação e uma continui- negativa ou desorientada.
dade entre os dois contextos. É preciso explicar para as mães e os pais (na
Convém aguçar as capacidades de observa- reunião de início de curso) os objetivos educa-
ção para conhecer os estilos e as diferentes ma- tivos desse momento e dar a eles algumas estra-
neiras de agir de cada família e para tentar tégias de atuação, para a situação ficar mais
adaptar-se ao seu caráter. A mãe que leva o Er- fácil para todos, o que ajuda a criar segurança
nesto nos braços, porque ainda está meio ador- para a criança. Quando se percebe que isso se
mecido, irá sentir-se mais tranqüila e confiante torna difícil para a família, é preciso conversar
ao ver que seus costumes sejam respeitados, ou com os seus membros e ajudá-los a sentirem-se
seja, se pegarem o menino nos braços quando mais cômodos na escola, especialmente se ve-
o receberem e depois, gradualmente, colocarem- mos que isso provoca desconcerto ou agonia na
no no solo para que possa mover-se livremente. criança.
Quando chega o pai com vontade de jogar um
pouco com Helena e fazer brincadeiras com os Decisões institucionais com relação à acolhi-
outros pequenos, podemos afastar-nos ligeira- da. Em nível de escola, é preciso tomar decisões
mente e deixar que se aproxime mais da sua claras e comuns para os diferentes grupos, fa-
filha e jogue com ela. vorecendo a coerência e a boa qualidade de ação
Quando se recebe as crianças na sala, é con- do centro.
veniente oferecer diferentes possibilidades de Especialmente na creche, às vezes, é preciso
jogo ou atividades tranqüilas (contos, jogos, fazer revezamento de pessoal ou troca de turno
cantinhos, etc.), para que os pequenos possam e não é a educadora que recebe a criança de
incorporar-se livremente à atividade que quei- manhã cedo. Nesse caso, é preciso explicar com
ram. A organização aberta e flexível favorece a antecedência aos pais e às mães e esperar um
participação dos pais nesse momento do dia. pouco antes de começar esses turnos. No caso
Se o espaço estiver organizado em cantinhos em que não seja possível, é preciso preparar um
e as crianças puderem brincar nesses espaços pequeno processo de adaptação de familiares e
quando chegam, facilita sua adaptação à esco- crianças para com essa outra pessoa de referên-
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cia que deverá dispor de tempo para coordenar- No grupo dos maiores, também é o momento
se e trocar informações com a educadora do de repartir ou de recordar alguma tarefa (bus-
grupo. car os babeiros, organizar a pequena cozinha,
Nos centros de 3 a 12 anos, é preciso decidir regar as plantas, etc.) e de explicar o que será
quanto tempo será dedicdo para a acolhida e feito durante o dia. Isso é especialmente impor-
em que horário será a entrada na escola; onde tante para que participem e entendam mais a
se realizará; quem o fará; como se realizará: ti- vida escolar, para favorecer sua orientação e para
pos de intervenção, tipos de organização da tur- potencializar sua capacidade de antecipar e pre-
ma, informação e orientações aos pais e às mães; ver as diferentes situações.
se será usado algum tipo de instrumento para Embora consideremos um momento inte-
fazer as comunicações escritas com os familia- ressante e aconselhável no decorrer de toda a
res (quadro de notas, caderneta de comunica- etapa, é preciso cuidar para que não seja muito
ções pessoais família-escola, folhas para notas, prolongado e as crianças percam a motivação,
agendas, etc.), quando necessitamos deixar al- nem que se converta em uma atividade rotinei-
guma informação ou comunicação importan- ra e pouco interessante.
te.
Em qualquer caso, são questões que preci- A atividade proposta
samos tratar no projeto do centro e sobre os quais
se precisa chegar a um acordo e tomada de de- É habitual propor, como continuidade, uma
cisões. atividade coletiva, individual ou em pequenos
grupos, de acordo com a idade das crianças, para
O reencontro do grupo e a rodinha trabalhar determinados conteúdos. É o momen-
to em que se propõe atividades que requerem
Quando já chegaram todas as crianças, é o uma certa atenção e concentração e, nas últi-
momento do reencontro com todo o grupo; é o mas turmas da creche, as crianças começam a
momento que muitos professores dedicam para perceber como “de trabalho”. Aqui se deve esta-
fazer a rodinha, para ver se estão todas; em caso belecer algumas combinações necessárias ao
de faltar alguma, verificar o que ocorreu e como desenvolvimento da atividade, as quais devem
pode explicar isso ao grupo. ser entendidas, observadas e cumpridas; essas
Com essas atividades, a criança vai toman- requerem um certo grau de esforço e apresen-
do consciência de grupo, vai conhecendo os tam uma certa dificuldade, sempre resolvidas
companheiros e as companheiras e vê que na com a ajuda necessária.
escola também ocorrem as experiências que Na creche, esse momento deve ser mais fle-
existem fora dela. xível e adaptar-se ao estado de ânimo dos pe-
Dependendo do dia e da atenção que dedi- quenos ou a outros fatores circunstanciais.
camos aos pequenos, esse é o momento para
apresentar um conto infantil, algum aconteci- O momento do pátio e dos jogos ao ar
mento escolar ou pessoal e de estabelecer rela- livre
ções entre fenômenos, situações ou pessoas.
Nesse momento, também podemos retomar e A estada fora da sala não se realiza sempre
compartilhar com o grupo pequenas informa- exatamente na mesma hora e com a mesma
ções ou acontecimentos extra-escolares que os duração. É preciso ser receptivo e flexível para
pais proporcionaram ao trazê-los ou escreveram saber propor cada atividade no momento ade-
na caderneta de comunicação família-escola. quado, quando as crianças mostrarem-se ne-
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gativas por estar em um espaço fechado, com especialmente os de educação infantil e primá-
ruído e com requerimento de atenção; também ria – tomem decisões para evitar grandes aglo-
quando se percebe que o grupo necessita mo- merações de crianças no pátio, como também
ver-se com mais liberdade, gritar ou passear ao a convivência de crianças muito pequenas com
ar livre. outras muito grandes, no mesmo espaço.
Cada grupo sai para o pátio, procurando os
seus cantinhos, jogos e brinquedos preferidos; O momento do meio-dia
aos poucos, começam a dominar aquele espaço
exterior. Convém evitar, sempre que possível, a Esse momento abrange desde a preparação
aglomeração de muitos meninos e meninas no para o almoço até o final do “soninho” ou do
pátio. descanso (para os mais grandinhos). Trata-se
Os turnos, a distribuição dos grupos e, in- de um momento muito importante, no qual
clusive, a possibilidade de reservar um espaço aprendem muitas coisas e desenvolvem a sua
para os menores (como é feito em muitas esco- autonomia. Nessa etapa, convém que o ambi-
las) contribuem para a qualidade desse momen- ente seja na mesma sala ou em um outro espa-
to. ço próprio e isolado.
Mesmo que o ar livre, provavelmente, seja Nas escolas de 3 a 12 anos, não é recomen-
uma atração comum nessas idades, pode ocor- dável que permaneçam todos juntos no almo-
rer que os menores apresentem uma certa ago- ço, com muitos grupos diferentes, uma vez que
nia ao dirigirem-se para fora e, nesse caso, ne- os pequenos necessitam de um ambiente mais
cessitarão de preparação. Isso se dá, sobretudo, familiar, que lhes proporcione tranqüilidade e
no início do ano e com as turmas de maternais; segurança. Esse momento deve estar bem inte-
convém criar espaços acolhedores, para que grado à jornada do dia, para que a criança o
cada grupo brinque tranqüilo, sob a vigilância perceba como uma continuidade das ativida-
de sua educadora. À medida que vão aprenden- des anteriores. No caso de ter ajuda de outros
do e que se tornam mais autônomos nos deslo- profissionais ou de pessoas específicas, a mu-
camentos dentro da escola, sabendo localizar a dança deve ser gradual; é preciso garantir o tem-
sua educadora e aceitando também a atenção po necessário e dividir bem as tarefas que ca-
de outras pessoas, já podem ocupar outros es- bem a cada um. É importante, também, pro-
paços do pátio e não necessitam de um específi- gramar reuniões de coordenação e fazer uma
co para eles. programação, segundo referências apresentadas
As dificuldades de adaptação das crianças no item 3.3. deste capítulo.
maiores da creche, provavelmente, não ultra- É importante prever a seqüência que será
passarão um pequeno processo de adaptação, seguida para poder identificar os conteúdos que
depois do qual elas sairão contentes, com von- devem ser trabalhados e os aspectos específicos
tade de correr e brincar livremente. correspondentes a cada momento: a prepara-
Para os maiores, que já começam a estabe- ção do momento da refeição, o momento de
lecer separações entre brinquedo, jogo e traba- comer, junto à mesa, depois da comida, o des-
lho, e dos quais se começa a exigir mais esforço canso ou o “soninho”, o momento de acordar e
e maior atenção, esse momento representa um de iniciar outras atividades.
momento esperado, em que podem descansar
depois de ter trabalhado e jogar ou brincar com A tarde
seus companheiros e com suas companheiras,
escolhendo a atividade a seu gosto. O período da tarde costuma ser tranqüilo.
Do ponto de vista organizacional, como dis- As crianças vão levantando e costumam estar
semos, é muito recomendável que os centros – relaxadas, após terem descansado.
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Às vezes, a creche não dá a devida impor- quanto mais adequadamente estiverem distri-
tância a esse momento, talvez por estar acostu- buídos os espaços, de acordo com as necessida-
mada a fazer atividades menos planejadas, de des correspondentes às idades, mais fácil será
acordo com o tempo que resta e conforme estão de evitar as esperas que podem ser muito exten-
as crianças pequenas. Porém, trata-se de um sas e pesadas (p. ex., se tiver lavabo acoplado à
período que permite uma relação mais indivi- sala, instalar uma divisória de separação, etc.).
dualizada e tranqüila com as crianças e com os
familiares que começam a vir buscá-las.
Nesse momento, pode-se realizar atividades A organização do espaço
descentralizadas e deixar que joguem com os
joguinhos e os objetos que estão ao seu alcan- Cada escola é diferente em sua estrutura fí-
ce. Às vezes, podem sair ao pátio até o momento sica, o que, naturalmente, não foi decisão dos
da merenda. professores: as medidas, os espaços e as deter-
No jardim da infância, após terem dormido minadas distribuições são fixas. O que é possí-
ou descansado, precisam calçar os sapatos, la- vel é adaptar os espaços às necessidades educa-
var o rosto e, então, passam a realizar as ativi- tivas do centro.
dades previstas para esse momento. Pode-se pro- Se nos fosse perguntado se o espaço condi-
por uma atividade que não seja muito extensa ciona o tipo de intervenção educativa e a rela-
e, à medida que a concluem, comecem a brin- ção que se estabelece na escola, com certeza, a
car nos diferentes “cantinhos” da sala. Depois maioria de nós responderia que, ainda que não
podem sair um pouco para o pátio até a hora seja uma condição determinante, o espaço e a
da merenda. Aos poucos, se a hora da saída tam- sua organização têm grande influência no bem-
bém for flexível, as mães e os pais vão chegan- estar dos profissionais e, ainda mais, das crian-
do e seus filhos podem mostrar-lhes o que fize- ças pequenas. As crianças necessitam de espa-
ram durante o dia ou como colaborar para guar- ços abertos e com o mínimo de condições higi-
dar os joguinhos que foram utilizados. ênicas e físicas (luz, ventilação, amplitude, etc.)
para sentirem-se à vontade. Se o espaço for
Os momentos de transição muito pequeno, pouco iluminado e não-aco-
lhedor provavelmente vai gerar apatia, agressi-
Os momentos de mudança de atividade e os vidade, nervosismo e uma sensação de incômo-
momentos de transição entre um período e ou- do nas crianças.
tro, nessa idade, envolvem muito tempo, no qual É preciso decorar e organizar o espaço de
é preciso trabalhar o domínio dos hábitos mais maneira que fique acolhedor, seguro, amplo e
básicos de autonomia. É preciso planejar com funcional para os deslocamentos. Um espaço
cuidado tais momentos, para que não se tornem acolhedor, harmonioso e funcional, mesmo que
momentos de longa espera e aborrecidos, nos não garanta um comportamento adequado, é
quais facilmente o grupo se descontrola e fica uma condição básica para consegui-lo.
ansioso.
Pode-se recorrer a técnicas diversas ao agru- Espaços e necessidades
par as crianças, como, por exemplo, quando é
preciso que se desloquem e realizem diferentes Ao considerarmos as pessoas que utilizam
atividades: as de três anos podem ir ao banhei- os espaços da escola, devemos lembrar das cri-
ro em grupos, enquanto as demais ficam na sala anças, dos profissionais, do pessoal que traba-
jogando; para buscar o lanche, pode ser por me- lha indiretamente com as crianças, dos pais que
sas, enquanto as outras colocam as toalhinhas trazem seus filhos: cada um tem diferentes ne-
ou distribuem os guardanapos. É evidente que, cessidades, relacionadas com a função que de-
Dica do professor
Neste vídeo você irá aprender como diferenciar o cotidiano da rotina, e também como usar os
momentos de interação professor(a)/criança para desenvolver atitudes positivas da criança em
relação a si mesma e aos outros.

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Exercícios

1) A rotina escolar favorece o desenvolvimento das capacidades das crianças. Todos os dias,
em todas as escolas de educação infantil, deve-se encontrar momentos livres, curtos,
tranquilos, de jogos e de atividades dirigidas. As atividades abaixo que se referem a
momentos curtos são:

A) Passeio e descanso.

B) Canção e fantoches.

C) Jogo livre e conto.

D) Atividades dos cantinhos e de temas de contexto.

E) A chegada e o despertar.

2) A adaptação da criança à escola é sempre uma preocupação para a família, em menor ou


maior proporção. Por isso, a equipe da escola precisa cuidar muito bem da acolhida das
crianças, principalmente das menores. Sabendo que a acolhida é o momento da criança
distanciar-se do familiar que a levou para a jornada escolar, qual das afirmativas abaixo
apresenta cuidados que a professora ou a escola deve ter para tranquilizar a criança e o
familiar?

A) Estar preparada para atender cada criança e cada familiar, na chegada.

B) Eliminar costumes, como por exemplo, gostar de ficar no colo da mãe, na chegada à escola.

C) Organizar a acolhida dos alunos na sala sem a participação dos pais.

D) Deixar o momento de acolhida com duração livre até quando for necessário.

E) Deixar que cada familiar decida o tempo e como deixar as crianças.

3) Na rodinha, a criança se reencontra com o seu grupo, vai se conscientizando sobre o grupo e
aprendem que a escola proporciona experiências que existem fora dela. Sabendo que o
momento da rodinha deve acontecer durante toda a etapa da educação infantil, a professora
precisa sempre cuidar para que ele não seja prolongado e desinteressante. Para que ele não
deixe de ser interessante para a criança, quais atividades abaixo podem ser incluídas nesse
momento?

A) Realizar jogos e passar acontecimentos extraescolares.

B) Estabelecer relações entre pessoas e realizar atividades motoras.

C) Explicar o que vai ser feito durante o dia e apresentar acontecimentos pessoais.

D) Registros de projetos em portifólios e contos.

E) Verificar ausências e desenhar.

4) Quando as crianças já percebem a diferença entre jogo, brinquedo e trabalho (atividades


dirigidas), o momento do jogo, ao ar livre ou no pátio, é muito esperado por elas. No entanto,
algumas apresentam uma agonia ao saber que vai sair da sala. Qual deve ser a atitude da
professor(a) ou da escola ao se deparar com essa agonia a ambientes externos por algumas
crianças?

A) Organizar atividades com o maior número possível de crianças da escola.

B) Trabalhar atividades que exigem esforço e concentração.

C) Estabelecer atividades individuais para essas crianças.

D) Agrupar essas crianças e garantir um monitor para as mesmas nesse momento.

E) Criar espaços acolhedores para dar segurança e proporcionar progressiva autonomia no


deslocamento no ambiente externo.

5) A sequência do momento do "meio dia" vai desde a preparação do almoço até o despertar.
Nesse momento a criança desenvolve sua autonomia e o ideal é que seja na mesma sala ou
em um espaço próprio. Sabendo da importância do momento do almoço, por que não é ideal
colocar grupos diferentes nesse espaço?

A) Porque as crianças podem brigar com crianças de outras turmas.

B) Porque as crianças mais velhas podem tomar o almoço dos mais novos.

C) Porque a criança não vai querer alimentar, e sim brincar com as crianças de outros grupos.

D) Porque a criança precisa estar num ambiente familiar e se sentir segura.


E) Porque a criança atropela passos da sequência desse momento.
Na prática
Vamos conhecer três momentos da rotina de uma turma de crianças de 4 anos. São eles: A
ENTRADA, A RODINHA E A MARCAÇÃO DA PRESENÇA.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

A Ética na Educação Infantil - O Ambiente Sócio-Moral na


Escola

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Fundamentos da educação infantil

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Cenas do cotidiano na educação infantil: desafios da integração


entre cuidado e educação

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