Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apresentação
Bem vindo(a) a esta Unidade de Aprendizagem. Nela trabalharemos os diferentes aspectos e
momentos da jornada escolar que favorecem o desenvolvimento das crianças na educação infantil.
Bons estudos.
O texto nos mostrou alguns momentos da rotina de uma turma de educação infantil,
importantíssimos para a construção da autonomia da criança. Para resolver este Desafio você
deverá citar aspectos importantes desses momentos que contribuam para a formação integral da
criança.
Os momentos são:
-Situações de alimentação
-Situações de limpeza
-Situações de descanso
-Situações de ordem dos pertences pessoais ou do grupo
-Situações de entrada e saída das crianças
Infográfico
Neste infográfico você vai conhecer os momentos mais importantes na rotina e cotidiano da
criança da educação infantil.
Conteúdo do livro
A jornada na escola permite à criança ser cada vez mais autônoma e favorece seu desenvolvimento
integral. Todas as atividades da rotina devem ser cuidadosamente planejadas pelos educadores e
executadas com efetividade. Alguns cuidados e reflexões permitem ao educador qualificar cada vez
mais seu cotidiano.
Acompanhe um trecho da obra Aprender e ensinar na educação infantil de BASSEDAS, HUGUET &
SOLÉ. Este livro serve de base teórica para nossa unidade de aprendizagem.
APRENDER E ENSINAR
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
EULÀLIA BASSEDAS
TERESA HUGUET
ISABEL SOLÉ
2 BASSEDAS, HUGUET & SOLÉ
ISBN 978-85-7307-517-5
CDU 37.0152:372.3/.4
cupação. Portanto, devemos ter um cuidado es- la, ao seu ritmo, sem pressa nem imposições.
pecial, sobretudo com as crianças menores, ao Cada criança escolhe o que quer fazer e estabe-
iniciar qualquer processo de escolarização nes- lece-se um momento de separação mais grada-
sa etapa. tivo do mundo familiar. Progressivamente, à
Nesses momentos, e de maneira clara e tan- medida que a criança sentir-se segura e tran-
gível, a criança vê a relação que há entre a es- qüila na escola, já não necessitará que os fami-
cola (sua educadora) e a família (o pai, a mãe liares fiquem, nem que a ajudem a integrar-se
ou o familiar que a acompanha). É preciso pre- aos jogos da sala.
parar as condições para poder estar tranqüila e
atender a cada criança e familiar quando che- Às vezes, é necessário explicitar algumas ques-
garem. tões de relacionamento... Há certos familiares
Se a entrada for gradual e houver uma cer- que, por terem pouca confiança, não sabem ain-
ta flexibilidade de horário (de 15 a 30 minu- da o que fazer no momento da chegada; então,
tos), evitam-se as aglomerações; os pais e as comportam-se de maneira pouco adequada. Às
mães podem fazer as recomendações que lhes vezes, permanecem muito tempo com a crian-
preocupam (se é preciso tomar algum medica- ça nos braços e não sabem como se despedir, se
mento, se a virão buscar antes, se é preciso que saem precipitadamente ou às escondidas para
a criança se proteja ao ar livre, etc.); e a criança que a criança não chore ou mostre-se inquieta,
verá que há uma boa relação e uma continui- negativa ou desorientada.
dade entre os dois contextos. É preciso explicar para as mães e os pais (na
Convém aguçar as capacidades de observa- reunião de início de curso) os objetivos educa-
ção para conhecer os estilos e as diferentes ma- tivos desse momento e dar a eles algumas estra-
neiras de agir de cada família e para tentar tégias de atuação, para a situação ficar mais
adaptar-se ao seu caráter. A mãe que leva o Er- fácil para todos, o que ajuda a criar segurança
nesto nos braços, porque ainda está meio ador- para a criança. Quando se percebe que isso se
mecido, irá sentir-se mais tranqüila e confiante torna difícil para a família, é preciso conversar
ao ver que seus costumes sejam respeitados, ou com os seus membros e ajudá-los a sentirem-se
seja, se pegarem o menino nos braços quando mais cômodos na escola, especialmente se ve-
o receberem e depois, gradualmente, colocarem- mos que isso provoca desconcerto ou agonia na
no no solo para que possa mover-se livremente. criança.
Quando chega o pai com vontade de jogar um
pouco com Helena e fazer brincadeiras com os Decisões institucionais com relação à acolhi-
outros pequenos, podemos afastar-nos ligeira- da. Em nível de escola, é preciso tomar decisões
mente e deixar que se aproxime mais da sua claras e comuns para os diferentes grupos, fa-
filha e jogue com ela. vorecendo a coerência e a boa qualidade de ação
Quando se recebe as crianças na sala, é con- do centro.
veniente oferecer diferentes possibilidades de Especialmente na creche, às vezes, é preciso
jogo ou atividades tranqüilas (contos, jogos, fazer revezamento de pessoal ou troca de turno
cantinhos, etc.), para que os pequenos possam e não é a educadora que recebe a criança de
incorporar-se livremente à atividade que quei- manhã cedo. Nesse caso, é preciso explicar com
ram. A organização aberta e flexível favorece a antecedência aos pais e às mães e esperar um
participação dos pais nesse momento do dia. pouco antes de começar esses turnos. No caso
Se o espaço estiver organizado em cantinhos em que não seja possível, é preciso preparar um
e as crianças puderem brincar nesses espaços pequeno processo de adaptação de familiares e
quando chegam, facilita sua adaptação à esco- crianças para com essa outra pessoa de referên-
104 BASSEDAS, HUGUET & SOLÉ
cia que deverá dispor de tempo para coordenar- No grupo dos maiores, também é o momento
se e trocar informações com a educadora do de repartir ou de recordar alguma tarefa (bus-
grupo. car os babeiros, organizar a pequena cozinha,
Nos centros de 3 a 12 anos, é preciso decidir regar as plantas, etc.) e de explicar o que será
quanto tempo será dedicdo para a acolhida e feito durante o dia. Isso é especialmente impor-
em que horário será a entrada na escola; onde tante para que participem e entendam mais a
se realizará; quem o fará; como se realizará: ti- vida escolar, para favorecer sua orientação e para
pos de intervenção, tipos de organização da tur- potencializar sua capacidade de antecipar e pre-
ma, informação e orientações aos pais e às mães; ver as diferentes situações.
se será usado algum tipo de instrumento para Embora consideremos um momento inte-
fazer as comunicações escritas com os familia- ressante e aconselhável no decorrer de toda a
res (quadro de notas, caderneta de comunica- etapa, é preciso cuidar para que não seja muito
ções pessoais família-escola, folhas para notas, prolongado e as crianças percam a motivação,
agendas, etc.), quando necessitamos deixar al- nem que se converta em uma atividade rotinei-
guma informação ou comunicação importan- ra e pouco interessante.
te.
Em qualquer caso, são questões que preci- A atividade proposta
samos tratar no projeto do centro e sobre os quais
se precisa chegar a um acordo e tomada de de- É habitual propor, como continuidade, uma
cisões. atividade coletiva, individual ou em pequenos
grupos, de acordo com a idade das crianças, para
O reencontro do grupo e a rodinha trabalhar determinados conteúdos. É o momen-
to em que se propõe atividades que requerem
Quando já chegaram todas as crianças, é o uma certa atenção e concentração e, nas últi-
momento do reencontro com todo o grupo; é o mas turmas da creche, as crianças começam a
momento que muitos professores dedicam para perceber como “de trabalho”. Aqui se deve esta-
fazer a rodinha, para ver se estão todas; em caso belecer algumas combinações necessárias ao
de faltar alguma, verificar o que ocorreu e como desenvolvimento da atividade, as quais devem
pode explicar isso ao grupo. ser entendidas, observadas e cumpridas; essas
Com essas atividades, a criança vai toman- requerem um certo grau de esforço e apresen-
do consciência de grupo, vai conhecendo os tam uma certa dificuldade, sempre resolvidas
companheiros e as companheiras e vê que na com a ajuda necessária.
escola também ocorrem as experiências que Na creche, esse momento deve ser mais fle-
existem fora dela. xível e adaptar-se ao estado de ânimo dos pe-
Dependendo do dia e da atenção que dedi- quenos ou a outros fatores circunstanciais.
camos aos pequenos, esse é o momento para
apresentar um conto infantil, algum aconteci- O momento do pátio e dos jogos ao ar
mento escolar ou pessoal e de estabelecer rela- livre
ções entre fenômenos, situações ou pessoas.
Nesse momento, também podemos retomar e A estada fora da sala não se realiza sempre
compartilhar com o grupo pequenas informa- exatamente na mesma hora e com a mesma
ções ou acontecimentos extra-escolares que os duração. É preciso ser receptivo e flexível para
pais proporcionaram ao trazê-los ou escreveram saber propor cada atividade no momento ade-
na caderneta de comunicação família-escola. quado, quando as crianças mostrarem-se ne-
APRENDER E ENSINAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL 105
gativas por estar em um espaço fechado, com especialmente os de educação infantil e primá-
ruído e com requerimento de atenção; também ria – tomem decisões para evitar grandes aglo-
quando se percebe que o grupo necessita mo- merações de crianças no pátio, como também
ver-se com mais liberdade, gritar ou passear ao a convivência de crianças muito pequenas com
ar livre. outras muito grandes, no mesmo espaço.
Cada grupo sai para o pátio, procurando os
seus cantinhos, jogos e brinquedos preferidos; O momento do meio-dia
aos poucos, começam a dominar aquele espaço
exterior. Convém evitar, sempre que possível, a Esse momento abrange desde a preparação
aglomeração de muitos meninos e meninas no para o almoço até o final do “soninho” ou do
pátio. descanso (para os mais grandinhos). Trata-se
Os turnos, a distribuição dos grupos e, in- de um momento muito importante, no qual
clusive, a possibilidade de reservar um espaço aprendem muitas coisas e desenvolvem a sua
para os menores (como é feito em muitas esco- autonomia. Nessa etapa, convém que o ambi-
las) contribuem para a qualidade desse momen- ente seja na mesma sala ou em um outro espa-
to. ço próprio e isolado.
Mesmo que o ar livre, provavelmente, seja Nas escolas de 3 a 12 anos, não é recomen-
uma atração comum nessas idades, pode ocor- dável que permaneçam todos juntos no almo-
rer que os menores apresentem uma certa ago- ço, com muitos grupos diferentes, uma vez que
nia ao dirigirem-se para fora e, nesse caso, ne- os pequenos necessitam de um ambiente mais
cessitarão de preparação. Isso se dá, sobretudo, familiar, que lhes proporcione tranqüilidade e
no início do ano e com as turmas de maternais; segurança. Esse momento deve estar bem inte-
convém criar espaços acolhedores, para que grado à jornada do dia, para que a criança o
cada grupo brinque tranqüilo, sob a vigilância perceba como uma continuidade das ativida-
de sua educadora. À medida que vão aprenden- des anteriores. No caso de ter ajuda de outros
do e que se tornam mais autônomos nos deslo- profissionais ou de pessoas específicas, a mu-
camentos dentro da escola, sabendo localizar a dança deve ser gradual; é preciso garantir o tem-
sua educadora e aceitando também a atenção po necessário e dividir bem as tarefas que ca-
de outras pessoas, já podem ocupar outros es- bem a cada um. É importante, também, pro-
paços do pátio e não necessitam de um específi- gramar reuniões de coordenação e fazer uma
co para eles. programação, segundo referências apresentadas
As dificuldades de adaptação das crianças no item 3.3. deste capítulo.
maiores da creche, provavelmente, não ultra- É importante prever a seqüência que será
passarão um pequeno processo de adaptação, seguida para poder identificar os conteúdos que
depois do qual elas sairão contentes, com von- devem ser trabalhados e os aspectos específicos
tade de correr e brincar livremente. correspondentes a cada momento: a prepara-
Para os maiores, que já começam a estabe- ção do momento da refeição, o momento de
lecer separações entre brinquedo, jogo e traba- comer, junto à mesa, depois da comida, o des-
lho, e dos quais se começa a exigir mais esforço canso ou o “soninho”, o momento de acordar e
e maior atenção, esse momento representa um de iniciar outras atividades.
momento esperado, em que podem descansar
depois de ter trabalhado e jogar ou brincar com A tarde
seus companheiros e com suas companheiras,
escolhendo a atividade a seu gosto. O período da tarde costuma ser tranqüilo.
Do ponto de vista organizacional, como dis- As crianças vão levantando e costumam estar
semos, é muito recomendável que os centros – relaxadas, após terem descansado.
106 BASSEDAS, HUGUET & SOLÉ
Às vezes, a creche não dá a devida impor- quanto mais adequadamente estiverem distri-
tância a esse momento, talvez por estar acostu- buídos os espaços, de acordo com as necessida-
mada a fazer atividades menos planejadas, de des correspondentes às idades, mais fácil será
acordo com o tempo que resta e conforme estão de evitar as esperas que podem ser muito exten-
as crianças pequenas. Porém, trata-se de um sas e pesadas (p. ex., se tiver lavabo acoplado à
período que permite uma relação mais indivi- sala, instalar uma divisória de separação, etc.).
dualizada e tranqüila com as crianças e com os
familiares que começam a vir buscá-las.
Nesse momento, pode-se realizar atividades A organização do espaço
descentralizadas e deixar que joguem com os
joguinhos e os objetos que estão ao seu alcan- Cada escola é diferente em sua estrutura fí-
ce. Às vezes, podem sair ao pátio até o momento sica, o que, naturalmente, não foi decisão dos
da merenda. professores: as medidas, os espaços e as deter-
No jardim da infância, após terem dormido minadas distribuições são fixas. O que é possí-
ou descansado, precisam calçar os sapatos, la- vel é adaptar os espaços às necessidades educa-
var o rosto e, então, passam a realizar as ativi- tivas do centro.
dades previstas para esse momento. Pode-se pro- Se nos fosse perguntado se o espaço condi-
por uma atividade que não seja muito extensa ciona o tipo de intervenção educativa e a rela-
e, à medida que a concluem, comecem a brin- ção que se estabelece na escola, com certeza, a
car nos diferentes “cantinhos” da sala. Depois maioria de nós responderia que, ainda que não
podem sair um pouco para o pátio até a hora seja uma condição determinante, o espaço e a
da merenda. Aos poucos, se a hora da saída tam- sua organização têm grande influência no bem-
bém for flexível, as mães e os pais vão chegan- estar dos profissionais e, ainda mais, das crian-
do e seus filhos podem mostrar-lhes o que fize- ças pequenas. As crianças necessitam de espa-
ram durante o dia ou como colaborar para guar- ços abertos e com o mínimo de condições higi-
dar os joguinhos que foram utilizados. ênicas e físicas (luz, ventilação, amplitude, etc.)
para sentirem-se à vontade. Se o espaço for
Os momentos de transição muito pequeno, pouco iluminado e não-aco-
lhedor provavelmente vai gerar apatia, agressi-
Os momentos de mudança de atividade e os vidade, nervosismo e uma sensação de incômo-
momentos de transição entre um período e ou- do nas crianças.
tro, nessa idade, envolvem muito tempo, no qual É preciso decorar e organizar o espaço de
é preciso trabalhar o domínio dos hábitos mais maneira que fique acolhedor, seguro, amplo e
básicos de autonomia. É preciso planejar com funcional para os deslocamentos. Um espaço
cuidado tais momentos, para que não se tornem acolhedor, harmonioso e funcional, mesmo que
momentos de longa espera e aborrecidos, nos não garanta um comportamento adequado, é
quais facilmente o grupo se descontrola e fica uma condição básica para consegui-lo.
ansioso.
Pode-se recorrer a técnicas diversas ao agru- Espaços e necessidades
par as crianças, como, por exemplo, quando é
preciso que se desloquem e realizem diferentes Ao considerarmos as pessoas que utilizam
atividades: as de três anos podem ir ao banhei- os espaços da escola, devemos lembrar das cri-
ro em grupos, enquanto as demais ficam na sala anças, dos profissionais, do pessoal que traba-
jogando; para buscar o lanche, pode ser por me- lha indiretamente com as crianças, dos pais que
sas, enquanto as outras colocam as toalhinhas trazem seus filhos: cada um tem diferentes ne-
ou distribuem os guardanapos. É evidente que, cessidades, relacionadas com a função que de-
Dica do professor
Neste vídeo você irá aprender como diferenciar o cotidiano da rotina, e também como usar os
momentos de interação professor(a)/criança para desenvolver atitudes positivas da criança em
relação a si mesma e aos outros.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Exercícios
1) A rotina escolar favorece o desenvolvimento das capacidades das crianças. Todos os dias,
em todas as escolas de educação infantil, deve-se encontrar momentos livres, curtos,
tranquilos, de jogos e de atividades dirigidas. As atividades abaixo que se referem a
momentos curtos são:
A) Passeio e descanso.
B) Canção e fantoches.
E) A chegada e o despertar.
B) Eliminar costumes, como por exemplo, gostar de ficar no colo da mãe, na chegada à escola.
D) Deixar o momento de acolhida com duração livre até quando for necessário.
3) Na rodinha, a criança se reencontra com o seu grupo, vai se conscientizando sobre o grupo e
aprendem que a escola proporciona experiências que existem fora dela. Sabendo que o
momento da rodinha deve acontecer durante toda a etapa da educação infantil, a professora
precisa sempre cuidar para que ele não seja prolongado e desinteressante. Para que ele não
deixe de ser interessante para a criança, quais atividades abaixo podem ser incluídas nesse
momento?
C) Explicar o que vai ser feito durante o dia e apresentar acontecimentos pessoais.
5) A sequência do momento do "meio dia" vai desde a preparação do almoço até o despertar.
Nesse momento a criança desenvolve sua autonomia e o ideal é que seja na mesma sala ou
em um espaço próprio. Sabendo da importância do momento do almoço, por que não é ideal
colocar grupos diferentes nesse espaço?
B) Porque as crianças mais velhas podem tomar o almoço dos mais novos.
C) Porque a criança não vai querer alimentar, e sim brincar com as crianças de outros grupos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.