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Psicologia da Educação

UNIDADE 3
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

UNIDADE 3

Apresentação

Primeiramente queremos mais uma vez dizer a você, aluno de Psicologia da Educação que seja bem
vindo!
Esperamos que as unidades 1 e 2 estudadas anteriormente tenham sido por você bem aproveitadas e
que tenham contribuído de forma significativa para sua formação.
Nas unidades anteriores, estudamos alguns conteúdos que queremos aqui recordar.
A unidade 1 foi dedicada ao estudo dos conceitos de Psicologia, aprendizagem e educação. Estudamos
o percurso histórico da Psicologia da Educação no Brasil e as bases filosóficas dessa área de
conhecimento.
Na unidade 2 você estudou os produtos da educação, são eles os produtos cognitivos, afetivos
e motores. Depois foi trabalhado o conceito de inteligência e o desenvolvimento dos testes de
inteligência, uma vez que estes foram muito utilizados na área de educação. Também estudamos as
contribuições de Gardner e sua teoria das inteligências múltiplas.
Trabalhamos ainda o processo de memória, maturação, desenvolvimento e prontidão, conceitos que
foram relacionados a aprendizagem e desenvolvimento uma vez que as pessoas vivem várias fases ao
longo da vida e que essas fases tem suas características próprias.
Agora que você conhece alguns processos essenciais para sua formação, como inteligência e memória
e que o desenvolvimento ocorre em fases, mas que estas precisam ser respeitadas e que cada aprendiz
tem seu ritmo, podemos iniciar a discussão sobre a influência das experiências anteriores no processo de
aprendizagem.
A unidade 3 que se dedicará inicialmente a estudar as experiências anteriores e sua influência na
aprendizagem e depois a expor sobre adaptação e os problemas de inadaptação escolar.
No decorrer da unidade 3 vamos ainda nos deter a algumas teorias importantes para a Psicologia da
Educação, como a escola behaviorista e a aprendizagem. Depois veremos as contribuições de Skinner e
o condicionamento operante. Ao final da unidade nos dedicaremos as contribuições do neobehaviorismo
para a educação.
Desejamos a você aluno que a unidade 3 seja bastante proveitosa.
Você sabe que o presente guia de estudos deve ser lido na íntegra e que você deve seguir as
recomendações aqui contidas, uma vez que estas são essenciais para o bom aproveitamento na
disciplina.
Também é importante lembrar que as leituras recomendadas no presente guia são obrigatórias, bem
como é obrigatório assistir aos vídeos e visitar os links indicados para você.
Bons estudos!

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Psicologia da Educação

Como mencionamos anteriormente, a unidade 3 vai abordar os conteúdos mencionados a seguir:

ü Experiências anteriores e aprendizagem


ü Inadaptação escolar
ü Escola behaviorista
ü Escola behaviorista e aprendizagem
ü Skinner e o condicionamento operante
ü Neobehaviorismo

No processo de aprendizagem sabemos que vários aspectos são importantes, um deles são as
experiências do aprendiz. Essas experiências podem favorecer ou dificultar o processo de aprendizagem.
Em meados dos anos de 1960-70, surge o modelo da aprendizagem por descoberta (APD). Essa teoria
vem retirar o aluno do lugar de sujeito passivo no processo de ensino aprendizagem e colocar ele em um
lugar diferente, passando a ser ativo no processo. Isso porque a aprendizagem por descoberta trata de
uma aprendizagem ativa, que requer por parte do aluno exploração e descobertas para que ocorra uma
verdadeira compreensão do que está sendo estudado. De acordo com Bruner, é mais importante o aluno
adquirir a capacidade de descobrir o conhecimento de maneira autônoma do que memorizar o que foi
estudado. Nessa perspectiva, qual será o papel das experiências anteriores?

O aluno é um ser histórico, possui uma família, condições sócio-econômicas e uma


cultura que precisa ser considerada no processo educacional. Importante também
lembrar que ele possui experiências que são trazidas para a escola porque fazem parte
da história dele.

Vamos estudar como a experiência anterior do aluno pode influencia o processo de aprendizagem.

EXPERIÊNCIA ANTERIOR E APRENDIZAGEM

Se observarmos uma criança, veremos que ela geralmente tem uma curiosidade e necessidade de explorar
o contexto em volta dela. Vamos observar também que tentam explicar os objetos e situações com que
se depara partindo do que é familiar a ela. Em outras palavras, podemos dizer que ela tem seus próprios
referenciais.
Então podemos nos perguntar, como a experiência anterior interfere na aprendizagem?
Lembramos que as experiências não são apenas escolares, ou melhor, de educação formal, mas também
sociais e afetivas.
O ser humano vai aprendendo por meio de suas experiências devido a sua capacidade
de reflexão e aprendizagem. As experiências passadas possibilitam ao ser humano
entender o presente e antever alguns acontecimentos usando o que aprendeu com suas
experiências.

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Podemos dizer que as experiências sociais estão ligadas ao contexto de vida, enquanto as experiências
da educação formal, ou seja, da escola, vai tentar formar o que não foi desenvolvido nas experiências
sociais.

O desafio para a escola consiste, em aproximar a educação formal do contexto do aluno como forma
de tornar essa aprendizagem significativa para ele. Quando a educação formal consegue alcançar essa
aproximação, considera o conhecimento prévio da realidade do aluno e, ao mesmo tempo, consegue
incentivá-lo a participar e se interessar pela educação formal.

Essa aproximação também favorece para que o aluno se sinta fazendo parte do contexto da escola, bem
como combate os sentimentos de inferioridade que o aluno pode ter por estar muito distante da realidade
que é apresentada pela escola.

Importante lembrar que a aprendizagem tem além dos produtos cognitivos e motores,
os produtos afetivos, como vimos na unidade 2. Então é necessário que a escola ajude
o aluno a criar vínculos entre o que está estudando na escola e suas experiências de
vida.

Por outro lado, é importante está atendo ao modo como o aluno está vivenciando a escola e o processo de
educação formal para que este possa se adaptar sem grandes dificuldades a vida escolar.

Com o objetivo de facilitar o aprendizado desse conteúdo, sugerimos que você aluno
assista ao vídeo indicado abaixo. O vídeo que foi produzido pela TV Paulo Freire, tem
em torno de 20 minutos.

O vídeo mostra a Professora Janira Siqueira Camargo, que é mestre em Educação, expondo suas ideias
sobre os processos cognitivos da aprendizagem de jovens e adultos. O vídeo expõe as relações entre as
experiências vividas pelo educando e o conhecimento que é produzido na escola.

Apesar da prof. Janira se referir ao Proeja – Programa de Educação de Jovens e Adultos apresenta
elementos importantes para a educação como um todo.

Ela ainda expõe a compreensão de Vygotisky sobre o processo de aprendizagem.

Temos certeza que esse vídeo vai contribuir muito para sua compreensão, também de questões relacionadas
a inadaptação escolar, que abordaremos a seguir.

INADAPTAÇÃO ESCOLAR

Sabemos que na vida escolar, como um todo temos questões importantes para discutir, mas nesse
momento vamos nos deter as questões relacionadas a adaptação e inadaptação escolar.

As crianças estão começando na escola cada vez mais cedo e a temática da adaptação tem sido muito
trabalhada pelas escolas. Na atualidade observamos uma preocupação maior por parte da escola em
favorecer a adaptação do aluno a escola.

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O processo de adaptação escolar começa quando a criança sai de casa, ou seja, tem relação como a
maneira que a criança é encaminhada para a escola, mas também depende de como a escola se preparou
para acolher e integrar essa criança ao contexto escolar.

Ao ingressar na escola, no início da vida escolar, ou quando a criança muda de escola, ela se depara com
um ambiente desconhecido, com adultos e crianças desconhecidas e faz um esforço para se adaptar ao
novo ambiente e pessoas.

A temática de adaptação envolve todos que fazem parte da comunidade escolar, ou seja, coordenadores,
professores, funcionários, pais e alunos. A escola reconhecendo que a adaptação envolve todos esses
atores, deve planejar o período de ingresso dos alunos ou o início do ano letivo.

A escola precisa criar estratégias para facilitar a adaptação dos alunos de acordo com as idades e fases
de desenvolvimento que eles se encontram. As questões relativas a adaptação precisam ser pensadas
em todas as séries, incluindo a adaptação ao conteúdo que deve ser trabalhado, bem como ao sistema de
avaliação e horários. Desse modo, podemos dizer que a adaptação escolar precisa ser realizada pensando
na escola como um todo.

Sabemos que algumas crianças reagem com choro e demonstram outros comportamentos que estão
relacionados a insegurança diante da escola, principalmente no ingresso ou início do ano letivo e, por
vezes também, no retorno de um período de recesso ou férias. As famílias também ficam inseguras quanto
ao acolhimento que será dado ao aluno. É necessário que a escola compreenda esse momento e crie
estratégias de enfrentamento para que as famílias e os alunos se sintam acolhidos, compreendidos nas
suas angústias e atendidos nas suas necessidades.

As pessoas são diferentes e essas diferenças precisam ser consideredas no processo de adaptação
escolar. As famílias e alunos trazem suas peculiaridades e as reações são diferentes diante da adaptação,
então cabe a escola ter um olhar atento sobre os alunos e famílias para facilitar esse momento.

É necessária uma observação cuidadosa e escuta atenta sobre os alunos e as famílias para entender
como está ocorrendo a adaptação, independente da idade dele. Embora a escola se planeje e avalie sua
preparação para a adaptação, nem todos enfrentarão a situação da mesma forma, então os problemas de
inadaptação possivelmente ocorrerão.

Queremos indicar a você aluno a leitura do texto Acolhimento e Adaptação, disponível


na web no Portal de Educação da Prefeitura de São Bernardo do Campo. Esse material
indicado é de leitura obrigatória para o desenvolvimento da disciplina, ele irá esclarecer
como pode ser conduzido esse processo de adaptação e sugere estratégias junto aos
alunos e famílias.

Como iniciamos a falar anteriormente os problemas de inadaptação escolar irão surgir e precisam
ser enfrentados. Discutimos a pouco que a escola deve planejar e executar um trabalho para facilitar
o processo de adaptação, considerando todos os envolvidos no processo. Do mesmo modo, todos os
envolvidos no processo devem ser considerados quando tratamos da inadaptação escolar.
Quando o aluno está com dificuldades na adaptação escolar, a instituição precisa considerar que essa
dificuldade pode estar ocorrendo porque a escola não está conseguindo ser um espaço interessante para
a criança, adolescente, jovem ou adulto. Isso pode ocorrer porque a instituição não está considerando
as exigências do educando dos dias atuais, ou que algum dos envolvidos no processo precisa rever seus

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posicionamentos, como professores e funcionários. A instituição precisa ainda avaliar seu projeto e se as
estratégias pedagógicas estão adequadas aos alunos que recebe.

A inadaptação pode ter relação com questões de ordem da maturação e ou prontidão do aluno, conceitos
discutidos na unidade 2.

As questões ligadas aos conceitos de inteligência, também vistos na unidade 2, podem interferir na
adaptação, pois é possível que a escola esteja dando maior grau de importância a alguns tipos de
inteligência e deixando outras em segundo plano.

Outro aspecto importante são as experiências vividas pelo aluno, como visto no início dessa unidade.
Essas experiências podem não ser favoráveis ao processo de aprendizagem e nesse caso irão dificultar a
adaptação a escola.

Importante lembrar que nos casos de desistência ou evasão escolar a instituição


também está implicada. É importante pensar o que pode ser feito pela escola visando
minimizar esses índices para que eles diminuam e as pessoas permaneçam mais tempo
na escola.

Os alunos de camadas sociais com menores recursos econômicos têm experiências que precisam ser
consideradas pela escola, para criar atividades compensatórias, no sentido de ajudá-los a desenvolver
habilidades que não foram desenvolvidas no cotidiano. Esses alunos geralmente possuem uma grande
capacidade de resolver questões do dia a dia, bem como possuem grande inventividade, características
não valorizadas pela escola que criou seus programas com base no aluno de uma camada social que tem
outro perfil, como é o caso da classe média.

A escola precisa então se aproximar e valorizar a cultura dos alunos. Quando tratamos a temática da
inadaptação escolar, inicialmente pensamos na inadaptação dos alunos a escola, mas é imprescindível
pensar na inadaptação da escola ao aluno, ou seja, a inadaptação as características e necessidades do
aluno proveniente de vários ambientes geográficos e camadas sociais.

A instituição de ensino precisa conhecer a realidade do aluno e valorizar suas experiências, como dito
anteriormente, para favorecer sua adaptação a escola e seu processo de aprendizagem.

Sabemos que existem várias concepções de aprendizagem e entender essas concepções certamente irá
ajudar você aluno a enfrentar as problemáticas da educação.

Vamos estudar a seguir a escola behaviorista, que foi e ainda é muito presente nos processos educativos.

ESCOLA BEHAVIORISTA
A Psicologia pode ser definida de várias formas, se tomarmos como ponto de análise seu objeto de
estudo. Os behavioristas consideram que a psicologia é a ciência do comportamento, em outras palavras
podemos dizer que os psicólogos estudam o comportamento.

O behaviorismo foi fundado por Watson, psicólogo americano que criticava o


subjetivismo e a técnica de introspecção utilizada pela Psicologia. Ele acreditava que o
ambiente era responsável por moldar o comportamento das pessoas.
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Para os behavioristas aprendizagem significa modificação de comportamento ou mesmo aquisição de
novas reações. Modificações e aquisições que são conseguidas por meio do processo de condicionamento.

Importante entender o que estamos chamando de condicionamento.

O condicionamento clássico foi descoberto por Pavlov, fisiologista russo, no início do século XX. Esse
estudioso fez experimentos com cães e descobriu o que denominou reflexo condicionado.
Com seus experimentos, Pavlov descobriu que para criar um reflexo condicionado é necessário apresentar
dois estímulos ao mesmo tempo, emparelhar esses estímulos ou associá-los, apresentando um e depois o
outro. Ele também descobriu em seus estudos que um reflexo condicionado pode ser extinto.
Outras pessoas se dedicaram ao estudo do condicionamento realizando experimentos principalmente com
crianças e o termo reflexo condicionado foi substituído por resposta condicionada (RC) na década de 1920.
A expressão resposta condicionada abrange outras respostas, ou seja, mostra que não só os reflexos
podem ser condicionados, mas também respostas de outra natureza, como por exemplo, as respostas
emocionais.
Como mencionado anteriormente, vários experimentos foram realizados, mas em destaque temos o nome
de Watson. Esse estudioso fez experimentos com seres humanos tendo sido muito famoso um estudo
com bebes, onde ele criou a resposta condicionada de medo associando um rato branco a um som forte.
Emparelhando os estímulos de rato branco e som, instalou-se no bebe o medo de rato branco. Esse medo
depois foi generalizado para outros animais pequenos e objetos peludos.
O estímulo é generalizado porque depois que ele é associado a uma resposta, estímulos semelhantes são
capazes de eliciar a mesma resposta.
Refletindo sobre as questões de educação, podemos nos perguntar: Será que o condicionamento para ter
medo de alguma matéria, ou melhor, disciplina, pode ser generalizado para as demais?
De acordo com os estudiosos isso pode ocorrer e explicaria várias situações da vida adulta. Watson
acreditava que muitos medos dos adultos haviam sido adquiridos por condicionamento na infância.
De acordo com os estudos de Pavlov, uma resposta condicionada pode ser extinta, contudo para isso o
estímulo deve ser apresentado repetidas vezes. Essa repetição torna difícil extinguir o condicionamento
do medo porque nesse caso a pessoa vai evitar o estímulo que causa medo.
Podemos concluir então que para Watson, a aprendizagem é resultante de um processo de condicionamento.
Para você entender melhor esses conteúdos, recomendamos que você leia, na íntegra, o capítulo 6 do
livro Pontos de Psicologia Escolar, escrito por Célia Silva Guimarães Barros. Esse capítulo explora a
escola behaviorista e a aprendizagem, explica com clareza os experimentos realizados por Pavlov, bem
como apresenta a escola behaviorista. O livro encontra-se disponível na biblioteca virtual.
Vamos agora nos dedicar ao estudo da escola behaviorista e a aprendizagem.

ESCOLA BEHAVIORISTA E APRENDIZAGEM

Como mencionado anteriormente, para Watson aprendemos por meio de condicionamento. Então
dando continuidade ao estudo da escola behaviorista é importante dizer que as teorias behaviorista de
aprendizagem muito influenciaram o ensino por transmissão, largamente praticado nas escolas. Esse

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ensino tem o professor como transmissor de ideias, entendidas como estímulos, enquanto o aluno tem
um papel passivo no processo, devendo ele guardar e reproduzir as informações recebidas do professor.
O professor então recorre a reforçar os comportamentos dos alunos para alcançar o que é desejado em
termos de aprendizado.

Nessa perspectiva behaviorista, o aluno é passivo no processo de aprendizagem, reproduzindo


informações e tarefas, sem desenvolver a criticidade e a criatividade. Como é muito dependente do
professor, o aluno pode ainda tornar-se apático. Importante destacar ainda que, nessa perspectiva de
ensino, esse aluno não é ensinado a pensar.

O professor é quem controla o processo de ensino-aprendizagem, ele também


distribui as recompensas e as punições. Desse professor será ainda exigido que
determine com precisão o que vai ensinar, o tempo necessário para trabalhar o
conteúdo, e a definição dos objetivos comportamentais que serão alcançados.

Outro estudioso que se destacou no behaviorismo foi Skinner, de quem falaremos mais adiante. Mas
nesse momento é importante mencionar que ele defendia a concepção de uma aprendizagem sem erros.

O que seria essa aprendizagem sem erros? A concepção de que o erro deve ser evitado e punido, caso
aconteça, bem como deve ser exigida nova resposta do aprendiz.

Ainda encontramos resquícios mascarados dessa pedagogia transmissiva na atualidade, embora os


neobehavioristas tenham desenvolvidos estudos com perspectivas diferentes, como serão mostradas
adiante.

Skinner e Bandura são os dois grandes representantes do behaviorismo. Skinner fundou o behaviorismo
radical e teve suas ideias bastante difundidas no sistema de ensino norte-americano a partir da
década de 1950. Bandura é considerado o pai da teoria social cognitiva e é considerado da escola
neobehaviorista.

Vamos a seguir expor as ideias de Skinner e posteriormente as de Bandura.

SKINNER E O CONDICIONAMENTO OPERANTE

Os behavioristas consideram que o objetivo de estudo da psicologia é o comportamento, pois este pode
ser observado, diferentemente do que ocorre com o pensamento e com os sentimentos que não podem
ser observados.
O ambiente tem um papel preponderante sobre os comportamentos.
Pavlov ao estudar o condicionamento clássico, não explicou a aprendizagem de comportamentos
guiados pela vontade. O condicionamento operante lidava com comportamentos guiados pela
consequência, quer dizer pelas expectativas que pode ser uma recompensa ou punição. Lida com
comportamentos aprendidos.
Skinner fez experimentos com ratos em situação de privação de alimento e estes recebiam alimento
quanto acionavam uma alavanca. Ele observou que quanto maior a fome, mais rapidamente a alavanca
era acionada. Com isso concluiu que os ratos aprenderam o comportamento de acionar a alavanca.

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O alimento era um reforço ao comportamento de pressionar a alavanca, reforço primário porque está
ligado a sobrevivência, da mesma forma que água e afeto são reforços primários.
Importante esclarecer que nem todo reforço está ligado a sobrevivência, são os reforços secundários,
como o dinheiro, a atenção e o elogio.
Os reforços podem ser positivos, são aqueles que aumentam a possibilidade de um comportamento
acontecer ou se repetir, mas também podem ser negativos, aqueles que vão aumentar as chances do
comportamento ser extinto porque a pessoa quer evitar a consequência. A extinção do comportamento
pode ocorrer retirando o reforçador ou por meio da punição.
Skinner acreditava que a educação era uma forma de alcançar o desenvolvimento completo do ser
humano então se dedicou ao estudo do processo de ensino aprendizagem. A aprendizagem operante é
consequência do estabelecimento de uma relação entre um estímulo e uma atividade.
O desenvolvimento de um novo comportamento complexo era chamado por Skinner de modelagem.
De acordo com ele para a modelagem de um comportamento complexo, esse deveria ser dividido em
comportamentos simples que pudessem ser realizado em etapas sucessivas pelo aluno. Esse aluno,
por sua vez, receberia um reforço positivo ao final de cada etapa para que o comportamento fosse
modelado.
O professor deveria ter reforçadores eficientes para conseguir sucesso no processo de modelagem.
Esses reforçadores eficientes precisavam ser identificados pelo professor lembrando que haveria
diferença nesses reforços de uma pessoa para outra.

Para Skinner era mais indicado reforçar positivamente um comportamento que


anulasse o comportamento indesejado do que usar a punição ou o castigo para
modelar um comportamento. Ele acreditava que os comportamentos indesejados
poderiam voltar com a retirada do reforço negativo. Então de acordo com esse autor, a
punição e o castigo não são instrutivos.

A unidade 3 de seu livro texto, da página 57 até o início da página 64 deve ser lida por você aluno. O
livro vai expor a teoria de Skinner e suas ideias sobre aprendizagem. Na página 63 o texto explica sobre
a máquina de ensinar, que foi criada por Skinner e chegou a ser produzida e utilizada em sala de aula
em escolas ao final dos anos de 1950.
No entanto, não podemos estudar o behaviorismo sem mencionar a contribuição de Bandura.
Vimos que para Skinner é necessário que haja uma busca por comportamentos e consequências diretas,
que são os reforços para que o comportamento seja condicionado. Nesse processo o ambiente é super
importante.
Bandura, por sua vez, atribui maior ênfase a interação social do que ao ambiente. Estamos falando
da teoria da aprendizagem social de Bandura. Esse autor é considerado um neobahaviorista e sua
abordagem não está muito distante da perspectiva congnitivo-construtivista de ensino-aprendizagem.
A teoria sócio-cognitiva de Bandura acredita que o aluno aprende em determinado contexto ou situação
e parte do que ele aprende é resultado da imitação, modelagem ou aprendizagem observacional.
De acordo com esse autor, as crianças são ativas no processo de aprendizagem e codificam e mantém
comportamentos que são realizados pelos modelos sociais, como professores, outros adultos e grupo,
não havendo a necessidade de reforçadores diretos. Em outras palavras podemos dizer que as pessoas

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podem aprender sem executar um comportamento, aprendem pela observação de um modelo social.

Nessa perspectiva a aprendizagem é uma atividade de processamento de informação


que permite condutas e acontecimentos ou eventos ambientais serem transformados
em representações simbólicas que servirão como guias de ação. Não se trata de um
processo de simples imitação ou de identificação do modelo observado.

Bandura reconhece que a premiação ou castigo possa facilitar o desempenho do aluno, mas considera
que o processo não requer o premio nem o castigo. Mesmo que as aprendizagens sejam reforçadas, elas
pressupõem experiências prévias de observação.

Embora a teoria de Bandura tenha trazido inovações as ideias do behaviorismo de Skinner, nela o aluno
continua tendo um papel passivo no processo de ensino aprendizagem.

Você aluno pode ler um pouco mais sobre a teoria de Bandura na página 64 de
seu livro texto. E ainda recomendamos ainda que você visite o link e faça a leitura
do texto Bandura e a aprendizagem social, no Portal Educação. Essa leitura vai
enriquecer sua compreensão sobre a teoria do referido autor.

Recomendamos também outra leitura; trata-se de um texto intitulado Teorias de


aprendizagem e o ensino/aprendizagem das ciências: da instrução à aprendizagem,
de autoria de Clara Vasconcelos, João Félix Praia e Leandro S. de Almeida, disponível
na base de dados Scielo. O texto faz uma explanação interessante estabelecendo
relação entre o ensino-aprendizagem e as teorias behavioristas e neobehavioristas.
Leia a introdução, as páginas 12 e 13.

Como estamos chegando ao final da unidade, vamos fazer uma retrospectiva do que foi estudado na
disciplina na unidade 3.

Para Resumir

Iniciamos com a uma reflexão sobre como as experiências anteriores podem interferir no processo de
ensino aprendizagem.

Em seguida, estudamos a inadaptação escolar e vimos estratégias que podem favorecer o processo de
adaptação.

Então passamos a estudar a escola behaviorista e a aprendizagem. Vimos conceitos importantes,


condicionamento clássico e condicionamento operante.

Ao final da unidade, trabalhamos com as contribuições de Skinner e de Bandura, com sua teoria da
aprendizagem social.

Finalizar a unidade 3 significa que você cumpriu três quartos da disciplina Psicologia da Educação.

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Palavras do Professor

Queremos ressaltar a importância de fazer todas as leituras aqui indicadas para seu bom
aproveitamento na disciplina. Você aluno deve ainda realizar as atividades no ambiente virtual da
disciplina.
Desejamos que após a realização das atividades e das leituras, você tenha o domínio dos conteúdos
estudados.
Para finalizar queremos apresentar os conteúdos que farão parte da unidade 4. Nela daremos
continuidade aos estudos sobre as teorias comportamentais de aprendizagem, estudaremos ainda as
contribuições da Psicologia da Gestalt e das teorias de Piaget e de Vygotsky. Esses dois últimos autores
muito contribuíram para a educação e são bastante conhecidos, principalmente Piaget.
Aguardamos você na unidade 4 e esperamos que continue realizando todas as leituras e atividades
recomendadas.
Até lá.

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