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Não há uma determinação em responder tal questão, mas, o que nos motiva
colher dados a respeito da pergunta é tão somente, a partir das aulas de História da
Psicologia, que obtivemos no curso de psicologia da Universidade de Vassouras,
desvendar algumas questões que possam nortear nosso percurso no aprendizado
dessa disciplina.
Assim, como fosse uma iniciação, podemos dizer que ao estudar história da
psicologia, muitas questões ficam a pulular em nossa mente de estudante curioso e
menos atento e mais questionador.
Tais questões são elas a nos mover em uma direção contrária a admitir
psicologia como uma ciência, vez em que a ideia de ciência ainda nos contamina
como uma prática repetitiva e carregada de objetividade.
Tal objetividade, de algum modo, não se vê na psicologia, uma vez que ela
não se organiza de forma a formular leis universais que deem conta de forma
integral do comportamento humano.
Em meu primeiro contato com o curso de psicologia da Faculdade de
Vassouras no Estado do Rio de Janeiro, mesmo já graduado em outra disciplina, e
após um bom tempo longe do ambiente acadêmico, senti-me, a princípio o calouro
mais animado e suspeito por tal animação.
Digo suspeito por conservar em mim, o forte desejo de há muito guardado em
meu coração de estudar psicologia. Assim, tal sentimento me tomou de assalto e, o
estresse natural que nos impulsiona a nossas realizações me tomou por completo.
Lembro que minha primeira aula foi de história da psicologia e, minha
professora, aparentemente, assim eu presumi uma catedrática das antigas,
certamente, historiadora da melhor estirpe.
Por isso, dedico a primeira parte de nosso escrito a ela, por sua dedicação e
comprometimento em nos mostrar um pouco da história da psicologia a partir do
livro “História da Psicologia Moderna” de Schultz& Schultz.
O estudo se inicia quando nossa professora procura nos mostrar a
importância de se estudar a História da Psicologia, dizendo que o conhecimento
histórico organiza o contexto em que as diversas escolas psicológicas transitaram a
1
estabelecer um significado ao que parece ser um caos, colocando o passado em
perspectiva para explicar o presente.
Parece-nos que passado e presente são a chave a nos conduzir entender que
a distinção da psicologia das suas raízes filosóficas não se relaciona tanto com os
tipos de perguntas sobre a natureza humana, mas, com os métodos para responder
tais perguntas.
São as abordagens e técnicas empregadas que distinguem a antiga filosofia
da psicologia moderna e marcam o surgimento da psicologia como uma área de
estudo própria, fundamentalmente científica.
Certo estou de que nesse momento devo abrir um adendo para explicar a
mim, de certo modo, o que ainda me faço questionar sobre a cientificidade da
psicologia nos moldes do que a ciência pode se exprimir objetivamente, ou mesmo,
subjetivamente.
Ainda me indagando, vejo que o episódio último para a transformação da
psicologia em ciência, de certa forma, prima por um acontecimento mais significativo
para transformá-la, que foi a criação do primeiro laboratório de psicologia na
universidade de Leipzig, na Alemanha, por Wilhelm Wundt 1, em 1879.
Acredito que não somente este fato contido em um laboratório desencadeou a
cientificidade da psicologia, mas também, as Influências sob as quais a psicologia se
desenvolveu, e que não se deu apenas sob influências internas, mas sofreu
influências externas que deram forma à sua natureza e direção.
As ideias predominantemente da ciência e cultura da época, o Zeitgeist 2, o
que se pode chamar de clima intelectual da época, além das forças sociais,
econômicas e políticas existentes.
Com o azimute determinado, as possibilidades pareciam se descortinar em
muitas vertentes teóricas para explicar o desenvolvimento da ciência psicológica.
Pode-se dizer que as teorias Personalista e Naturalista, ambas, corroboraram
para uma ciência psicológica, ou seja, para o desenvolvimento histórico da
psicologia científica.
Na visão personalista, o progresso e as mudanças na história científica são
correlatos às ideias de um único indivíduo. Já na concepção naturalista, o progresso
1
Wilhelm Maximilian Wundt (Neckarau, 16 de agosto de 1832 — Großbothen, 31 de agosto de 1920) foi um médico, filósofo e
psicólogo alemão. É considerado um dos fundadores da psicologia experimental junto com Ernst Heinrich Weber (1795-1878) e
Gustav Theodor Fechner (1801-1889).
2
Termo alemão que significa 'espírito do tempo'; o espírito de uma época; o nível cultural, o sentimento, o pensamento, a
atmosfera (fig.) ou tudo aquilo que caracteriza um dado período. (Dicionário AULETE digital)
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e as mudanças na história científica são atribuídos ao Zeitgeist, fato que torna a
cultura receptiva a algumas ideias, mas não a outras.
Não sei se é óbvio admitir tais fatos que possivelmente venham a
contextualizar a história da psicologia, mas, ainda em mim, de certa forma, fico
preso a questões que não são claras para minha compreensão, e por isso vou mais
adiante.
Penso que o Zeitgeist é mais do que um conceito romântico usado pelos
alemães, creio que as questões sociais advindas de uma ideia de espírito da época,
ou mesmo aspectos intelectuais, tudo isso, relaciona-se a um pretensiosismo
cultural.
Não quero dizer que existia uma arrogância ou mesmo prepotência entre os
iniciados a busca da cientificidade da psicologia, mas, de certo modo, uma corrida
para alcançar tal objetivo, e nem sempre as corridas intelectuais são tão intelectuais.
Nesse universo multifacetado, quando a aprovação das ambições sociais,
disso dependia a ciência, pode-se dizer que tal ciência apregoava, tão somente, um
homem contextualizado em uma verdade biopolítica unicamente.
Nesse meu percurso de ir adiante, pensei em minhas aulas, e procurei
compor, com os conhecimentos de que nos foi organizado, a ideia de uma
construção ideológico-filosófica a respeito de como se organizou a história da
psicologia como ciência.
Tal arranjo nos parece mais didático e puramente institucionalizado do que
objetivamente direcionado a uma prática de pensar criticamente se a psicologia é
realmente uma ciência.
Então, vou descrever os fatos estudados, para em seguida, procurar pensar
na questão do curso, que foi de certa forma, organizar os fatos, e nos apresentar a
psicologia efetivamente como uma ciência.
Ainda não contesto o que aprendi, mas, muita duvida pairam em minha
mente, e por isso vou seguir algumas intuições, para depois, falarmos nesse assunto
que me toma, e me traz questões inacabadas.
Assim, vamos aos fatos do processo institucionalizado de conhecimentos que
nos conduz a estabelecer a psicologia como uma ciência. Lembrando que são
minhas questões, e próprias de um estudante, leigo e principiante.
No início de nossos estudos, percebemos que os filósofos foram precursores
do interesse pela mente humana, e esse fascínio despertou questões que se
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puseram no transcorrer dos séculos a dominar as muitas teorias filosóficas
nascentes.
É pensando nesse processo histórico que, evidentemente, acendeu o estopim
do desenvolvimento humano a busca de respostas, e que tais respostas se davam
por conta, não mais axiomática, nem mesmo dogmáticas, mas, a busca do
esclarecimento pelo esclarecimento.
Era o desejo de saber. Todo desejo que se pronunciava do ensejo natural de
questionar o mundo ao qual o ser está inserido; sim, o desejo de saber que se
confunde com a humanidade do homem, ou mesmo, o que o tornou humano. Não se
sabe quando mas, em um dado momento se manifestou e, mão mais parou.
Essa curiosidade natural que nos impulsiona ao saber como e por quê. Não
aquilo que nos instrumentaliza para atuar sobre a natureza, mas, o simples prazer
de conhecer, esse dom natural que é tão velho quanto à humanidade. Não sei ao
certo se posso falar em dom natural, sem defini-lo, mas, o que importa é o ensejo
natural a busca do conhecimento.
Esse ímpeto que nos moveu e move no transcurso da história, é o mesmo
que sinto para escrever estas palavras, em uma forma talvez, reproduzir e
contextualizar sob uma ótica própria que me direciona, cujo prazer de me responder,
define a mim, e me impulsiona falar do inicio filosófico da psicologia.
Assim, antes de dar aza as minhas elucubrações, é certo falar um pouco dos
que, ao questionar o mundo, questionaram a si próprios, e ao fazê-lo, deixaram as
pistas que nos intriga e nos faz ir adiante à busca de novas respostas que possam
saciar nossa pretensa intenção de tudo saber.
Por isso, posso dar azo, a mim, e iniciar meu intento, que é mostrar um pouco
dos que preconizaram o surgimento das ideias iniciais a psicologia que
inegavelmente já havia em nosso natural desejo de saber.
Vou à Pré História, e me parece positivo saber o que se conta antes mesmo
da história se tornar história. É que alguns são adeptos da ideia de que a história se
deu por conta da escrita, e nos faz acreditar que somente a partir da criação da
escrita foi possível fazer história.
Não sei se é conveniente pensar somente assim, mas, creio que podemos ir
adiante e, perceber, que outros, acreditam que a história pode ser remontada a partir
de fragmentos das escritas rupestres, ferramentas e utensílios deixados nos muitos
sítios arqueológicos.
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Ao pensar nessa ideia da história antes da história, descubro que a pré-
história pode ser dividida em dois períodos distintos, mas, com informações
importantes que me direcionaram a uma visão singular e empolgante para mim.
Descobri os períodos Paleolítico (até 10.000 a.C.), e o período Neolítico
(10.000 – 4.000 a.C.), e sei que são informações discutíveis, mas, o que nos importa
no momento é entender que tais períodos deixaram marcas arqueológicas
inegáveis, a partir delas podemos relatar algumas considerações importantes.
Saber do período Paleolítico, que segundo alguns, ele pode ser caracterizado
pelo uso da pedra lascada, na construção de utensílios manipulável pelo ser
humano. Já o período Neolítico, caracterizou-se pelo uso da pedra polida, e mesmo,
a transformação do ambiente para atender as necessidades de sobrevivência, como
a produção de alimentos e utensílios mais elaborados.
Ora, é a partir desse conhecimento, e dos artefatos deixados pelos nossos
ancestrais, que de certa forma podemos falar da capacidade de desenvolvimento
cognitivo e mesmo, as fases cognitivas que se encontravam os humanos em seus
primórdios.
Acredito que poderíamos pensar em uma psicologia paleontológica, ou
mesmo a psicopaleontologia, e nela desenvolver estudos a respeito das fases
cognitivas dos indivíduos que antecederam, e mesmo, os posteriores ao advento da
escrita.
De forma simples, pode-se pensar em Piaget (1896 – 1980), e a partir do
pensamento de Steven Mithen (1960 -?), perceber que há muito a se pensar do
homem da pré-história, quando se considera a produção de seus artefatos e sua
capacidade cognitiva para produzi-los.
Como se observa, há mais na história da psicologia do que se possa
imaginar, e quando se imagina, existe muito que se pensar quando desprovido do
preciosismo científico e, de seu enquadramento social.
Bem, não vou ficar ruminando questões que no momento não nos interessa,
vamos adiante, e perceber que após a criação da escrita, a história de tudo o que se
possa imaginar, ou do variado conhecimento que se pode produzir ganhou mundo a
fora.
O ser humano passou a perceber os variados contextos em que a história se
desenrolava, e pode se confrontar com uma variedade de formas diferentes de
abordar um fato, ou mesmo, as muitas formas diferentes de observa-lo.
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A maneira como observar um fato, de certa forma, pode-se dizer, está
atrelada ao ponto de vista de seu observador e, não raro, guarda estrita relação com
o poder que tal conhecimento pode desencadear.
Sabendo que tal poder vai nortear a vida humana, vamos considerá-lo, mas
não vamos especular sobre ele, e imaginar que esta a tudo atrelado, só não vai
fazer parte de nossas discussões adiante. Assim espero.
Dito isso, podemos falar um pouco dos filósofos e das ideias que deles
emanaram os profícuos pensamentos que originaram as questões sobre a mente
humana e sua relação com meio social e a si mesmo. A subjetividade.
Por isso, tivemos a curiosidade de buscar a simples informação que nos
mostrasse, em princípio, a origem da terminologia “psicologia”. E assim encontramos
no século XVI, sugerido pelo filósofo escolástico alemão, Rudolfo Goclénio 3, em
1590, quando este cunhou o termo psicologia.
Mesmo não tendo se dedicado aos assuntos da alma humana, Rudolfo vai
contribuir para o campo da “Ontologia”, mas, deixa-nos a ideia de psicologia, que é
falar da perfeição do homem, de sua alma, e de sua origem.
Assim, ao falar de alma, que nos remete a Aristóteles (séc.IVa.C.) e a origem
etimológica da palavra psicologia; (psiché – alma e logos – razão) o que nos remete
a noção de alma, e os estudos aristotélicos “Acerca da Alma”. Podemos pensar na
razão da alma, ou mesmo, na alma e sua razão.
É justamente esta alma vestida do homem a 6estuda-la mediante a
especulação, a intuição e a generalização, que a psicologia vai se desvincular de
suas raízes da filosofia, e para ganhar status de ciência, vai se associar às ciências
físicas e biológicas, mantendo a prerrogativa científica de objetividade, rigor e
controle. – Isso é uma especulação, devo lembrar!
Ao falar em lembrar, temos que um fato histórico vai marcar a psicologia
como ciência, que é a fundação do primeiro laboratório de Psicologia experimental
no ano de 1879 na Universidade de Leipzig na Alemanha.
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Rudolph Göckel der Ältere, latinizado como Rudolf Goclenius, em português Rodolfo Goclenio
(1547 - 1628) foi um filósofo escolástico alemão, lógica, metafísica e ética na Universidade de
Marburg. Que viveu de 1 de março de 1547 a 8 de junho de 1628. Sua maior contribuição a ciência foi
a invenção do termo " psicologia "em 1590. Gockel fundamentou ampla contribuições significativas
para o campo da ontologia. Ele estudou as ideias de Aristóteles , tais como: Tanto a introdução
de ontologia e metafísica. Várias das ideias de Gockel foram publicados e seguidas
por filósofos posteriores.(https://pt.wikipedia.org/wiki/Rudolph_G%C3%B6ckel_der_%C3%84ltere)
em:03/12/2019.
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Wundt ao criar a psicologia experimental, objetivou conhecer os elementos
mais simples da consciência, sejam as sensações, e para isso, adotou o método de
introspeção controlada, que tinha por princípio; observadores treinados a descrever
as suas experiências conscientes acerca do tamanho, intensidade e duração de
vários estímulos físicos.
Após Wundt, e mesmo contemporâneos a ele, muito houve a contribuir para a
psicologia como ciência. Assim, de permeio ao desenvolvimento social, e mesmo
aos fatos marcantes das transformações sociocultural e econômicas que marcaram
o mundo moderno, as escolas de pensamento surgiram para transformar a
psicologia nascente.
Dentre as escolas de pensamento que povoaram nosso universo científico,
vamos destacar algumas, que são: o Estruturalismo; o Funcionalismo; o
Associacionismo; o Behaviorismo; a Gestalt, e a Psicanálise.
Tais escolas guardam relação significativa com as concepções filosóficas que
as originou, assim, é justo falarmos um pouco dessas escolas sob a perspectiva
filosófica, considerando o dicionário de filosofia da Oxford.
Assim, o Estruturalismo, pode-se dizer, é um movimento intelectual sediado
na França que atingiu seu apogeu na década de 1960. Ele é caracterizado pela
crença de que os fenômenos da vida humana não são inteligíveis, e somente se
considerados em suas inter-relações.
Dessas, vamos iniciar falando das três mais importantes, que no final do
século XIX, foram elas que impulsionaram a construção da Psicologia como ciência.
A primeira foi o Estruturalismo, que teve como principal expoente o seguidor
de Wundt; o psicólogo britânico Edward Bradford Titchener (1867 – 1927), que
pretendia analisar a consciência nas suas partes constituintes para assim determinar
sua estrutura.
O Funcionalismo de William James (1820 – 1903), filósofo e psicólogo
americano, e o primeiro intelectual a oferecer curso de psicologia nos Estados
Unidos, procurou investigar a utilidade, ou mesmo, a função dos processos mentais
para o organismo nas suas permanentes tentativas de se adaptar ao meio ambiente.
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Podemos dizer que ele objetivava estudar a consciência, utilizando-se para
isso da observação introspectiva, e de técnicas para obtenção de dados, como a
pesquisa fisiológica, testes mentais, questionários e descrição objetiva do
comportamento.
Também temos o Associacionismo, preconizado por Edward Lee Thorndike
( 1874 – 1949 ), psicólogo americano, e discípulo de William James, que elaborou
uma teoria objetiva e mecanicista da aprendizagem, na qual, centraliza-se no
comportamento manifesto. Ele se destaca também na pesquisa do desenvolvimento
da psicologia animal.
Assim, pode-se dizer que Thorndike objetivava estudar o comportamento
aprendido, e sua metodologia consistia em estabelecer conexões e ou associações
entre situações e respostas. Ele estabeleceu o principio da “Lei do Efeito” que
sugere que ao recompensar um comportamento ele tende a se repetir.
Outro importante personagem foi Ivan Petrovich Pavlov (1849 – 1936),
fisiologista e médico russo, ele criou a teoria do “Reflexo Condicionado”; um reflexo
natural, a partir de um estímulo, pode continuar a ocorres mesmo substituindo o
estímulo original. Ou seja, pode-se condicionar tal reflexo a partir da substituição do
estímulo original.
Essas escolas, muito contribuíram para o século XIX, e mesmo, para o início
do século XX, quando algumas foram substituídas por outras, ou delas derivaram. O
certo é que a psicologia em franca expansão deu margem a novas ideias que vamos
ver na sequência.
A primeira delas, pode-se dizer foi o Behaviorismo, palavra que do termo
inglês, refere-se à comportamento. Daí o Comportamentalismo pode ser entendido
como a teoria comportamental, ou mesmo a análise experimental do
comportamento.
O Behaviorismo, ou mesmo, o Comportamentalismo, tem como expoente o
psicólogo estadunidense John Broadus Watson (1878 – 1958), como fundador do
“Comportamentalismo”, e podemos dizer que ele rompe com a Psicologia
introspectiva com o propósito de firmar o status de ciência à Psicologia, ao propor o
comportamento como objeto mensurável, observável, e passível de reprodução.
Watson tem por objetivo o estudo do comportamento observável, e por isso
vai se valer do método experimental para dizer que o comportamento é o conjunto
de respostas objetivamente observáveis ativadas por um conjunto complexo de
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estímulos que podem ser provenientes do meio físico ou social em que o organismo
está inserido.
Para ele, a previsibilidade do comportamento está na relação função da
resposta dependente de determinada situação, ou seja, se conhecemos o estímulo
podemos prever a resposta, ou mesmo, o inverso desse processo. Dessa forma, o
comportamento é previsível.
Devemos lembrar que a vida psíquica atrelada ao comportamento é uma
forma muito reduzida de se ver o indivíduo em sua plenitude psicológica, assim,
essa visão reducionista vai ser contestada por outras escolas de pensamento, e
entre elas vamos ter a Gestalt e a Psicanálise.
Considerada a psicologia da forma, a Gestalt nasceu na Alemanha em
oposição às escolas americanas, e tinha como proposta a ideia de que o homem
deveria ser pensado em sua totalidade.
Pode-se dizer que muitos pensaram a Gestalt, entre eles, podemos citar
Immanuel Kant, que segundo (Schultz & Schultz,2017), “ao percebermos um objeto,
encontramos os estados mentais que parecem compostos por partes e pedaços; tal
ideia, assemelha-se à proposta dos elementos sensoriais defendida pelos empiristas
ingleses e associacionistas.
Devemos ressaltar que os empiristas, tendo como fiel representante o teórico
inglês John Loke (1632 – 1704), que defendia a ideia de “Tabula Rasa”, em que o
conhecimento é limitado às experiências vivenciadas, e que as aprendizagens se
dão por tentativa e erro.
Mas, também podemos falar de Francis Bacon (1561 – 1626) e o escocês
David Hume (1711 – 1776), ambos foram importantes, sendo aquele o que disse
“saber é poder”, e este, o que discutiu o princípio da causalidade.
Para explicar a ideia dos associacionistas, podemos dizer que são
antecessores ao comportamentalismo e behaviorismo, foi inspirada na filosofia
empirista e positivista, e acreditava que o ambiente constrói as características
humanas e privilegia a experiencia como fonte de conhecimento e formação de
hábitos de comportamento.
Voltando a psicologia da forma, temos em Max Wertheimer (1880 – 1943),
Kurt Koffka (1886 – 1941) e Wolfgang Kohler (1887 – 1967), fieis representantes da
Gestalt; postulavam que para entender as partes de uma forma, necessário se faz
que antes devemos entender o todo que a compõe.
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O objeto de estudo deles era a percepção e pensamento como totalidade.
Para isso se valiam do método introspectivo e experimental. Pensavam a atividade
humana como não sendo o somatório de sensações e estímulos, mas, o resultado
de organização determinada pelo mundo exterior e integrada na totalidade
psicológica do indivíduo.
Fechando o século XX, a psicanálise veio propor algo tão inusitado, que
revolucionou tudo que antes se pensava em psicologia e comportamento humano.
Com o advento do inconsciente, Freud (1856 – 1939), vai dizer que é impossível
compreender os processos patológicos se somente admitir a existência do
consciente.
É a partir do entendimento do inconsciente como zona constituída por
pulsões, tendências e desejos fundamentalmente constituídos de caráter afetivo-
sexual, e que não é passível de conhecimento direto, como ocorre com o
consciente, que vamos compreender os processos misteriosos e obscuros do
psiquismo.
O interesse de Freud era o estudo das perturbações psicológicas ou
comportamentos patológicos, e assim acessar as causas dos transtornos. Seu
objetivo era estudar o inconsciente, e para realizar esta tarefa, utilizou-se do método
analítico através da associação livre que consistia em solicitar ao paciente contar
tudo que lhe viesse à mente.
Ainda falando da psicanálise, pode-se complementar dizendo que ela é
importante teoria sobre o desenvolvimento da personalidade. Propôs que causas e
funcionamentos das perturbações psicológicas remontam à conflitos localizados nos
primeiros anos de vida.
Sem dúvidas a psicanálise e seus paradigmas ainda são motivos de muita
discussão no meio acadêmico, mas, a despeito disso, as contribuições dela e da
Gestalt, até a Segunda Guerra Mundial, o Behaviorismo dominava principalmente os
fronts Norte-americanos.
Depois da guerra, e a partir das necessidades criadas por ela, a Psicologia
Aplicada se expande em novas vertentes, como a Psicologia Clínica; a Avaliação
Psicológica; a Psicologia Educacional, e assim, esse movimento deu origem às
múltiplas abordagens teóricas à psicologia.
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Nesse ínterim, as ciências psicológicas ganham novos terrenos, e no
Behaviorismo vamos ter abordagens considerada Radical de Burrhus Frederic
Skinner (1904 – 1990), e o Neobehaviorismo de Albert Bandura (1925 - ?).
Ainda falando dos avanços na ciência psicológica, a Fenomenologia de Martin
Heidegger (1889 – 1976) e seu existencialismo; também temos Friederich Salomon
Perls (1893 – 1970), mais conhecido por Fritz Perls, ambos de orientação da
Gestalt.
Não menos importantes, quando se fala em psicanálise, vamos ter a
Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung (1875 – 1961); a psicologia de Melanie
Klein (1882 – 1960), e a psicanálise de Jacques Lacan (1901 – 1981).
Não fosse o fascínio que a mente causou aos gregos, poderíamos parar por
aqui; mas, as perspectivas científicas em psicologia seguiram seu curso, e nos anos
de 1960, vamos encontrar a Psicologia-Socio-Histórica de Lev Semyonovich
Vygotsky (1896 – 1934), e a Psicologia Humanista de Carl Rogers (1902 – 1987).
Já nos anos de 1970, Edward John Mostyn Bowlby vai pensar a teoria do
apego, a Psicologia Cognitiva em seu processamento da informação. Nas décadas
de 1980 e 1990, vamos ter o advento das Neurociências da Neuropsicologia.
Após esse breve relato, em que pudemos observar as variadas vertentes da
ciência da psicologia; percebe-se um continuo aperfeiçoamento instrumental, de
técnicas e de métodos de estudo com o proposito de se obter precisão e
objetividade, elementos característicos das ciências.
Se atentarmos com mais rigor à história da psicologia, certamente, vamos
observar que em 140 anos a Psicologia não se firmou como disciplina que pudesse
unificar pensamentos, a despeito de ter procurado, aceitado, e rejeitado diferentes
definições.
O que se observa é que cada escola de pensamento aderiu sua própria
orientação teórica e metodológica, abordando o estudo da natureza humana a partir
de diferentes técnicas. Não houve em síntese, o que as unificasse como uma ciência
psicológica, e em nenhum momento, observou-se respostas a todas as perguntas.
Então, passo a me perguntar, posso considerar a Psicologia como uma
ciência?
Quando faço tal questionamento, percebo que a diversidade de teorias, ou
mesmo escolas de pensamento, guardam em si uma psicologia que é resultado de
uma ciência que tem por objeto o ser humano em toda a sua complexidade.
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Pensando no aspecto da complexidade humana, vejo-me a pensar em Edgar
Morin (1921 - ?), e sua teoria da complexidade, quando nos fala da “Era da
incerteza”; de Albert Einstein (1858 – 1947), e sua relatividade; de Max Planck, e
sua mecânica quântica.
Tais teorias, diz Morin, forçaram a humanidade rever conceitos antigos. A
teoria quântica derrubou certezas da física ao substitui-las pela noção de
probabilidade. A relatividade pôs em xeque os conceitos de espaço e tempo, Niels
Bohr (1885 – 1962), em sua termodinâmica trata partículas físicas como
corpúsculos, ou mesmo, como ondas.
Diante de tudo isso, o que parecia incerto e relativo, vem à teoria do caos, e
nos fala de ordem em sistemas caóticos; o que me remete a Morin, quando ele
propõe os sete princípios-guia da complexidade.
São eles: o principio sistêmico, diz que o todo é mais do que a soma das
partes; o hologramático, o todo está em cada parte; ciclo retroativo, a causa age
sobre o efeito e vice-versa; ciclo recorrente, produtos também originam aquilo que
os produziu; auto-eco-organização, o homem se recria em trocas com o ambiente;
dialógico, associação de noções contraditórias; por fim, reintrodução do conhecido
em todo conhecimento.
Então, penso eu: tantas informações; constantes rearranjos teóricos;
epistemologias; conceitos e definições. Talvez seja producente falar de Thomas
Samuel Kuhn (1922 – 1996), quando diz que o estágio mais avançado do
desenvolvimento de uma ciência é quando deixa de ser uma escola de pensamento
e seus membros chegam a um consenso acerca de questões teóricas e
metodológicas.
Dito isso, deixo uma questão para ser pensada e verificada. Como podemos
caracterizar a Psicologia? Será ela uma soft ciência? O que de fato podemos
afirmar, ou mesmo se podemos afirmar alguma coisa?
Com tais reflexões, penso que algumas questões podem nos ajudar a pensar
sobre minha proposta anterior, e mesmo, nos conduzir a algum lugar. Ademais,
estamos estudando e, de certa forma, que venha mais conhecimentos.
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Parte 02
Algumas questões a considerar
O que é Determinismo.
O que é Reducionismo.
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elementos ou fenômenos. Para entender o universo físico, basta reduzi-lo às partes
mais simples, como moléculas e átomos.
Assim, uma ideia reducionista tende a explicar fenômenos complexos,
reduzindo-os a suas partes mais simples para explica-los.
O que é Empirismo.
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Importância do observador humano nas ciências que se apoiam na
observação.
15
Conceito de LIMIAR DIFERENCIAL.
16
Conceito de voluntarismo de Wundt.
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complexo de sentimentos elementares e, se fosse possível, destacá-los na grade
tridimensional, as emoções poderiam ser reduzidas a esses elementos mentais.
(Teoria Tridimensional do sentimento: a explicação de Wundt para os estados do
sentimento baseada em três dimensões: prazer/desprazer, tensão/relaxamento e
excitação/depressão). A primeira dimensão, (prazer/desprazer), é considerada a
partir de qualquer padrão sonoro produzido. A segunda dimensão (tensão
/relaxamento) decorre de uma leve tensão ao antecipar cada som sucessivo,
seguida do alívio após o clique que antecede o som. A última dimensão,
(excitação /depressão), verificou-se que após aumentar o intervalo dos cliques,
observou-se uma leve excitação, e ao diminuir os intervalos, percebeu-se certa
calma e depressão.
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assim como a lembrança de uma experiência passada. Os sentimentos, que seriam
elementos da emoção, presentes em experiências como o amor, o ódio ou a tristeza.
O pesquisador atribuiu aos elementos mentais a dotação de atributos distintivos, que
são: Qualidade - como frio ou a cor vermelha, são atributos que os distingue de
quaisquer outros elementos. Intensidade – atributo que confere à força; fraqueza;
sonoridade ou brilho de uma sensação. Duração - é o curso da sensação ao longo
do tempo. Nitidez – refere-se à função da atenção na experiência consciente; uma
experiência no foco da nossa atenção é mais nítida do que uma fora do foco de
nossa atenção.
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unidades responsáveis pela herança - as gêmulas -, Galton percebeu que a teoria
da herança de Darwin poderia receber tratamento laboratorial e cálculo
matemático/estatístico, uma vez que indicava a existência de unidades materiais
passíveis de verificação empírica. A partir desse momento, eugenia passou a indicar
as pretensões galtonianas de desenvolver uma ciência genuína sobre a
hereditariedade humana que pudesse, através de instrumentação matemática e
biológica, identificar os melhores membros - como se fazia com cavalos, porcos,
cães ou qualquer animal -, portadores das melhores características, e estimular a
sua reprodução, bem como encontrar os que representavam características
degenerativas e, da mesma forma, evitar que se reproduzissem (Stepan, 1991).
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40% remontava a eventos de sua infância e adolescência. Esta pode ser
considerada uma das primeiras demonstrações de influência das experiências
infantis na personalidade adulta.
Talvez de maior importância do que os resultados, seu método
experimental de estudo de associações, tenha tido maior destaque. Sua invenção do
teste de associação de palavras marcou a primeira tentativa de submeter à
associação à pesquisa de laboratório. Wilhelm Wundt adaptou a técnica, limitando a
resposta a uma única palavra, e a usou para pesquisas em seu laboratório de
Leipzig. O analista Carl Jung aperfeiçoou-a para seus próprios estudos de
associação de palavras.
Como pudemos perceber, a psicologia recebeu influência das mais variadas
camadas do conhecimento humano, e seguiu seu caminho de aperfeiçoamento nos
variados contextos científicos.
Dentre os muitos momentos da história da psicologia, houve um,
especificamente o Behaviorismo, o que me chamou atenção e, de certa forma, foi o
estudo que mais exigiu de mim.
Digo isso, porque para melhorar minha nota, necessitei escrever sobre os
eminentes precursores do Behaviorismo, o que me fez entender um pouco mais
dessa disciplina intrigante em seus conceitos.
Bem, vamos ao texto que fala sobre os notáveis: Pavlov, Watson e Skinner.
Espero que gostem e que seja de serventia o que pesquisei.
Parte 03
21
consulta a alguns artigos científicos encontrados na web, de forma a compor nossas
observações. Assim, verificamos que para Watson o comportamento pode ser
medido, treinado e mudado; Watson e Pavlov corroboram o condicionamento
respondente e se qualificam dentro do behaviorismo clássico ou metodológico. Já
Skinner, enquadra-se no behaviorismo radical por inserir em sua abordagem a ideia
de que somos resultado de interações que mantemos com nosso ambiente, e os
estímulos podem ser reforçados no processo de obtenção das respostas desejadas;
e não menos importante é verificar a visão de Watson, quando diz que o individuo é
totalmente moldável pelas influências que nos cercam. Encerramos nosso trabalho
fazendo um breve retrospecto à psicologia como ciência, e relacionamos algumas
áreas da sociedade em que o Behaviorismo se mostra influente, e atuante, integrado
nos mais variados segmentos sociais da psicologia cognitiva e do comportamento.
Antes de tudo, convém explicar, que as considerações aqui apresentadas,
referem-se a algumas reflexões empíricas e pessoais, e tem por objetivo verificar,
tão somente, contribuições das teorias Behavioristas para a Psicologia, a partir das
concepções científicas dos pensadores mais proeminentes do behaviorismo. Sejam:
Pavlov, Watson, e Skinner.
O que vamos verificar parte do âmbito contextual das atividades desses
pesquisadores, ou seja, as teorias e os métodos de investigação psicológica; O
Behaviorismo.
Para tal intento, vamos nos reportar à Rússia, para encontrar um fisiologista
preocupado com os estudos da reflexologia, Ivan Petrovich Pavlov (1849 – 1936), o
criador do conceito de reflexo condicionado, que estabeleceu uma forma mensurável
do fenômeno psicológico, e as terminologias: estímulo, resposta, e ambiente; todas,
como forma de delimitar seu objeto de estudo.
Assim, esse pesquisador passa a ser nosso primeiro objeto de reflexão. Logo
após, vamos nos ater ao personagem que de certa forma se inteirou dos estudos de
Pavlov, o estadunidense John Broadus Watson, psicólogo, que em 1913 editou seu
manifesto behaviorista, e disse: “precisamos fazer e começar a trabalhar na
psicologia fazendo do comportamento, e não da consciência, o ponto objetivo de
nosso ataque”. (Watson – 1913).
Também, seguindo o behaviorismo nascente de Watson e Pavlov, vamos
verificar em Burrhus Frederic Skinner (1904 – 1990), segundo ele: “Os homens
22
agem sobre o mundo, modificam-no e, por sua vez, são modificados pelas
consequências de suas ações”. ( Skinner, 1957).
A partir da concepção filosófica de cada personagem, tentaremos perceber
as implicações de seus trabalhos para a Psicologia nascente de Wilhelm Maximilian
Wundt (1832 – 1920), considerado um dos fundadores da psicologia experimental.
Com o avanço das ciências físicas e biológicas no correr do século XIX, a
experimentação e os métodos objetivos de investigação contribuíram para o
surgimento das bases empíricas das abordagens cognitivo-comportamentais.
Nesse período, o desenvolvimento da Física nos permitiu maior compreensão
da matéria, e a Biologia, adiantou-se na descoberta da etiologia de determinadas
doenças orgânicas e seu tratamento.
Nesse ínterim, Darwin defende a teoria da evolução das espécies; uma
continuidade entre a espécie humana e a de outros animais, no que, essa última,
incentivou à investigação do comportamento animal para o entendimento do
comportamento humano.
Tal fato conduziu alguns pesquisadores ao estudo do condicionamento, e
começaram aplicar os métodos objetivos da fisiologia aos problemas da Psicologia.
Ivan Pavlov4 foi um desses pesquisadores; realizou vários experimentos com
cães, o que deu origem à teoria dos reflexos condicionados.
Sua teoria se expressou no fato de ser uma conexão nervosa temporária,
entre variados estímulos provenientes do ambiente e, uma atividade determinada do
organismo animal.
Em seu experimento, havia intencionalmente o desejo de eliciar respostas
condicionadas aos cães, objetos de seu estudo, e com isso, surgiu o paradigma de
condicionamento clássico ou pavloviano, de cujas implicações serviram para
compreensão de fenômenos psicopatológicos.
Tais experimentos, nas palavras de Pavlov, relacionavam-se às secreções
observadas por ele, nos cães, provindas de alguma forma de estimulação não
fisiológica conhecida como secreções psíquicas.
Nesse entendimento, Pavlov diz que:
4
Ivan Petrovich Pavlov foi um fisiologista russo conhecido principalmente pelo seu trabalho no
condicionamento clássico. Foi premiado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1904, por suas descobertas
sobre os processos digestivos de animais. Ivan Pavlov foi prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 1904-
Wikipédia.
23
[...] são as propriedades dos objetos exteriores,
sem importância para a função das glândulas salivares e,
inclusive completamente ocasionais, as que excitam o
animal. As propriedades luminosas, acústicas e, inclusive,
as puramente olfativas dos objetos considerados não
exercem, por si mesmas, quando pertencem a outros
objetos, nenhuma influência sobre as glândulas salivares;
essas, por sua vez, não mantêm nenhuma relação
funcional com essas propriedades. ( Pavlov,1904).
24
REFLEXO CONDICIONADO. ( Junior,Lopes & Cirino,
2018).
De outra forma, podemos dizer que os cães naturalmente salivam por comida,
assim, o pesquisador chamou a relação estímulo não condicionado (comida) e
resposta não condicionada (salivação), de reflexo não condicionado.
Conclui-se então, que o condicionamento clássico é entendido como
processo de aprendizagem, em que, um estímulo decorrente do ambiente (estímulo
externo), e um estímulo natural ( que ocorre naturalmente), desenvolve-se em um
contexto associativo.
Para melhor entendimento, o condicionamento clássico, ou pavloviano, ou
mesmo respondente, todos, diz respeito ao desenvolvimento dos seres, em que, a
mudança de alguns comportamentos se dá a partir do binômio estímulo-resposta
que incide sobre o sistema nervoso central dos seres vivos.
No condicionamento clássico, ou pavloviano, percebe-se que ao retirar a
comida (estimulo incondicionado); o som associado a entrega do alimento, que
antes era estimulo neutro, após o condicionamento passa a ser um estimulo
condicionado, provocando uma resposta condicionada.
Para sistematizar a dito acima, podemos demonstrar os elementos do
Condicionamento Clássico. Veja:
25
com um estímulo não condicionado.
A resposta apreendida ou
Resposta condicionada RC – adquirida a um estímulo que
salivação originalmente não provoca resposta
(ou seja, um estímulo condicionado).
26
postulação de Watson ganhou corpo a partir dos estudos pavlovianos sobre o
comportamento reflexo.
Sob esse entendimento de Watson, o behaviorismo possibilitou à Psicologia
um objeto mensurável e observável, passível de ser reproduzido em várias
instancias, permitindo-a, a princípio, o status de ciência.
Digo a princípio, uma vez que Watson pensa a Psicologia de forma muito
própria, veja:
[...] O interesse de Watson era o estudo do
comportamento. Ele propõe que a Psicologia seja uma
ciência empírica e que leve a generalizações amplas
sobre o comportamento humano, mantendo-se a
uniformidade do procedimento experimental, para que os
experimentos dos psicólogos possam, assim como o dos
físicos e químicos, ser replicados em qualquer laboratório.
[...] ( Cançado, Soares&Cirino, 2013:207).
27
O behaviorismo radical de Skinner 6 vai reorganizar esse paradigma, e de
alguma forma, introduz os fatores internos, o que amplia as possibilidades de estudo
de uma ciência do comportamento.
A essa ciência, os fenômenos não diretamente observáveis, o pesquisador vai
nomeá-los de eventos privados e os considerar como comportamentos; fato
considerado radical, uma vez que tais elementos fora desprezados pelo
comportamentalismo.
Essa inovação teórica não abre margem à introspecção, pois admite somente
o estudo do pensamento e sentimentos como manifestações exteriores.
Tais manifestações podem ser entendidas por circunstancias objetivamente
apreensíveis e circunscritas ao indivíduo, quando manifesta algum estado ao se
pronunciar verbalmente.
Condição essa que evita sucumbir ao subjetivismo, uma vez que as causas
residem nas relações funcionais do relato de um determinado estado e os fatores
ambientais que o desencadeou, ou mesmo, a qual o organismo está submetido.
Seja o estado de tristeza decorrente da morte de um ente querido.
6
Burrhus Frederic Skinner foi um autor e psicólogo norte-americano. Conduziu trabalhos pioneiros em
psicologia experimental e foi o propositor do behaviorismo radical, abordagem que busca entender o
comportamento em função das inter-relações entre a filogenética, o ambiente e a história de vida do suposto
individuo. Em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Burrhus_Frederic_Skinner - 03/03/2019
28
sobre o estar com sede; um estado interno e inacessível. Assim pensavam os
radicais.
O Behaviorismo pelo que se pode observar foi uma proposta de estudo do
comportamento, em um momento da história das ciências, em destaque a
Psicologia, quando houve a necessidade de se formular um objeto de estudo que
tornasse a Psicologia; uma disciplina, com prerrogativas de ciência.
Tal desejo iniciou-se a partir de dois pontos de vista distintos; o funcionalismo
de William James7 e o estruturalismo de Edward B. Titchener 8. Ambos, apesar de
divergentes conceitualmente, aproximavam-se em considerar a consciência como
objeto de estudo da Psicologia.
Nesse período, outro pensador, Edward Lee Thorndike 9, de algum modo,
também contribuiu para uma nova maneira de pensar e se trabalhar a psicologia: o
Behaviorismo.
Assim, Thorndike e Pavlov, proporcionaram à Watson, inicialmente,
estabelecer a partir do “Manifesto behaviorista” os princípios de uma ciência do
comportamento.
O comportamentalismo, ou Behaviorismo, termo oriundo nos meios
acadêmicos dos Estados Unidos da América, e criado por Watson, caracteriza sua
ideia de um behaviorismo metodológico, e concentra a ideia de que o
comportamento pode ser medido, treinado e mudado.
Para Pavlov, assim como Watson, ambos partilham de um behaviorismo
batizado de clássico ou metodológico, quando pensam em condicionamento
respondente. Já o behaviorismo radical de Skinner, pensa o condicionamento
operante.
7
William James (Nova Iorque, 11 de janeiro de 1842 – Tamworth, 26 de agosto de 1910) foi um filósofo e
psicólogo americano e o primeiro intelectual a oferecer um curso de psicologia nos Estados Unidos. James foi
um dos principais pensadores do final do século XIX e é considerado por muitos como um dos filósofos mais
influentes da história dos Estados Unidos enquanto outros o rotularam de "pai da psicologia americana". Em:
07/03/2019 https://pt.wikipedia.org/wiki/William_James
8
Edward Bradford Titchener (1867-1927) foi um psicólogo estruturalista britânico. Estudou
em Leipzig, Alemanha com o mestre Wundt. Voltou para o Reino Unido e tentou divulgar a nova psicologia,
mas esta não foi aceita pelos demais filósofos da época. Isso o levou aos Estados Unidos onde alunos de todo o
país vinham ouvir e estudar sua nova psicologia. Em: 08/03/2019 -
https://pt.wikipedia.org/wiki/Edward_Titchener
9
Edward Lee Thorndike (* Williamsburg, Estados Unidos, 31 de Agosto de 1874 - + Montrose, Estados Unidos,9
de Agosto de 1949) foi um psicólogo americano e esteve na origem do surgimento do condicionamento
operante
29
Ambos pensam assim: No condicionamento respondente ou clássico, temos o
fisiologista russo, em que, seu experimento introduz um estímulo neutro antes do
reflexo; concentra-se em comportamentos involuntários, ou mesmo, automáticos.
No condicionamento operante, do psicólogo americano, temos a introdução
de reforço ou punição, depois de determinado comportamento; concentra-se no
fortalecimento ou enfraquecimento de comportamentos voluntários.
Assim, de forma clara, podemos verificar o que diferencia uma abordagem da
outra, de forma objetiva, podemos ter que no condicionamento operante, o aluno, é
recompensado com incentivos, já no clássico ou respondente, não existe
recompensas.
Seja operante ou respondente, o certo é que tais vertentes do pensamento
behaviorista, de algum modo, contribuíram sobremaneira para a Psicologia se
estabelecer como ciência.
Ao fazer um retrospecto à Wilhelm Wundt (1832-1920), e a Psicologia como
ciência, esse pai da psicologia só o foi por um fato simples: a fundação de uma
escola de pensamento que consiste em um ato deliberado e intencional, e que
envolve características e habilidades pessoais diferentes das exigidas na produção
de contribuições científicas extraordinárias. (Schultz & Schultz, 2017).
O Behaviorismo foi extraordinário ao propor um estudo do comportamento, e
esse estudo originou tantos outros no contexto da psicologia, como a Medicina
Comportamental; A Terapia Cognitivo Comportamental; também temos influência na
educação e administração, publicidade, psicologia clínica e adestramento de
animais.
Como se pode observar, as aplicações são muitas, do pensamento
behaviorista, e é certo que muitas outras se seguirão a essas, pois, as abordagens
behavioristas tendem com o tempo se reformular, o que de algum modo constitui
sua característica mais marcante.
Assim, concluímos nossas observações, e acreditamos ter contribuído para
tornar o Behaviorismo mais conhecido, e certamente ter proporcionado um pouco
mais de conhecimento sobre as contribuições do Behaviorismo para a Psicologia.
Não cerramos aqui nosso entendimento a respeito do behaviorismo, mas,
esperamos que outras contribuições possam a essas se sucederem; somando-se a
nossa humilde contribuição ao conhecimento humano.
30
Dito isso, posso dizer que outra disciplina a me entusiasmar, sem dúvidas foi
a psicanálise freudiana. Ela me encanta pelo fato de ser tão única, e compor o
advento do inconsciente.
O fato do homem não ser senhor de si, nem mesmo em sua casa, é mais do
que motivo para me ater a muitos questionamentos a busca de entender, não só o
contexto de vida de Freud, mas, a vasta cultura que ele detinha e, muito lhe foi
profícua na composição de suas teorias.
Por isso, ao fazer a disciplina de psicanálise, resolvi apresentar um trabalho
que falasse um pouco do pensamento freudiano, apresentando a psicanálise como
um sistema único e exclusivo de Freud. Vamos a ele?
Parte 04
Freud
31
historicamente sobre o aparecimento da Psicanálise, com dados biográficos de
Freud e conceitos fundamentais da teoria psicanalítica.
Assim, subsidiados das informações desses estudiosos, e do que
assimilamos dos conhecimentos propostos em sala de aula, dedicamo-nos a
comentar brevemente alguns fatos sobre Freud, para depois elencarmos os
principais conceitos que inauguram a Psicanálise, e não menos importante, os
sistemas de personalidade, para, e por fim, tecer considerações a respeito da
Psicanálise como método de tratamento.
O ambiente cultural em que emerge a Psicanálise é rico e variado. Nesse
mundo ávido de respostas às muitas questões que pululavam a mente humana, a
revolução copernicana vai deslocar o homem do centro do universo; a teoria
darwinista vai descender a espécie humana dos macacos, e a Psicanálise vai fazer
o inconsciente prevalecer à consciência; nas palavras de Freud: o homem não é
mais “senhor em sua própria casa” (FREUD, 1917).
Nesse universo cultural, e com tantos acontecimentos importantes se
desenrolando, uma parcela seleta de humanos vai se privilegiar por serem
detentores multifacetados dos variados conhecimentos da psicologia nascente.
São esses conhecimentos, e alguns demandados da psicanálise, que trouxe à
cultura a perspectiva investigativa dos processos psíquicos inconscientes
pertinentes às variadas contingências humanas; com isso, o tratamento do
sofrimento psicológico humano.
Nesse universo, a Psicanálise vai se desenvolver como algo que, de certa
forma, desestabiliza o que aparentemente se encontra estável, revelando um
homem não harmônico e insatisfeito no contexto da civilização.
No correr desta civilização surge o fundador da Psicanálise, Sigmund Freud
(1856 – 1939), e em si, a convergência das várias tendências da cultura europeia
dos séculos XVIII ao XX, já que parte de sua obra foi publicada no século passado.
Justamente essa obra de grande relevância para os anais da Psicologia, e
filha de Sigmund Freud, nascido em Freiberg, (atual Pribor, na República Tcheca), e
que teve seus derradeiros dias findados em Londres no mês de setembro do ano de
1939.
Tal figura, a qual muitos não atribui genialidade, muito menos a capacidade
de gerar uma teoria a partir do nada, vai falar das “forças motivadoras do
32
inconsciente, os conflitos entre essas forças e o efeito desses conflitos no
comportamento”. (SCHULTZ & SCHULTZ, 2017).
É de fundamental importância; isso nos revela o criador da Psicanálise,
quando percebemos em seus escritos a preocupação em impor limites claros a
elementos fundamentais à psicanálise, de forma a delimitar os objetos dessa
disciplina.
Ouvimos com frequência a afirmação de que as ciências devem ser
estruturadas em conceitos básicos, claros, e bem definidos. De fato, nenhuma
ciência, nem mesmo a mais exata, começa com tais definições. O verdadeiro início
da atividade científica consiste antes na descrição dos fenômenos, passando então
a seu agrupamento, sua classificação e sua correlação. Mesmo na fase de descrição
não é possível evitar que se apliquem certas ideias abstratas [...]. Tais ideias [...] são
ainda mais indispensável à medida que o material se torna mais elaborado. Devem,
inicialmente, possuir necessariamente certo grau de indefinição; não pode haver
dúvida quanto a qualquer delimitação nítida de seu conteúdo. (FREUD, 1915a) .
Ao considerar a fala de Freud, somado a seus variados contextos, percebe-se
certo conflito ente psicanálise e ciência física, mas também, uma psicanálise que se
produz em suas incertezas, e ao mesmo tempo em um contínuo refazer.
Nesse continuum, um verdadeiro processo construtivo e renovativo das
concepções freudianas, vamos perceber que sua teoria se encontra
indissociavelmente mesclada à trajetória pessoal do fundador da psicanálise.
Justamente esse fundador que construiu sua base teórica, em parte, das suas
experiências pessoais, mas também, desde o início, suas reflexões compuseram
elevado grau de abstração, em um contexto distanciado da experiência empírica.
Tal contexto, Freud vai designar como “Metapsicologia”; a dimensão mais
teórica da teoria. Entretanto, as noções e hipóteses metapsicológicas são forjadas e
articuladas de forma a erguer modelos que corroboram o entendimento de
fenômenos psíquicos a contextualizar a clínica e a vida quotidiana.
No afã de construir suas teorias, o neurologista vai observar tais fenômenos
em seus pacientes, amigos e familiares, e talvez, primeiramente, em si mesmo. E
tais observações, a partir de análises de sua própria vida psíquica, vai consolidar
alguma formulação teórica em vias de elaboração.
Nesse processo criativo, o ávido pesquisador austríaco, escreve no ano de
1900, um dos principais livros de sua extensa obra, “A interpretação dos Sonhos”,
33
que pela primeira vez, traz a público, um amplo modelo sobre a estrutura e o
funcionamento da psique humana em geral.
O mesmo vale para o célebre conceito do complexo de Édipo, o qual
contextualiza conteúdos referentes à sexualidade infantil, e faz menção à tragédia
grega de Sófocles que conta a história de Édipo-Rei, sobre o destino do rei de
Tebas.
Nesse ano, Freud vai esboçar boa parte do alicerce fundamental da
psicanálise, o que atualmente é motivo de muitas discussões, mas, é certo, que
pesquisadores buscam levar a sério estas teorias freudianas que são verdadeiras
peculiaridades epistemológicas da psicanálise. Assim falam.
Tal alicerce, construído a partir das experiências pessoais e das relações
médicas com pacientes, é fruto do seu amadurecimento; Freud vai propor as noções
de inconsciente, sua pedra angular; repressão, sexualidade infantil; também vai
relacionar sintomas neuróticos e fenômenos da vida psíquica, e não menos
importante, diretrizes básicas do tratamento psicanalítico.
São conceitos que, de algum modo, nos remete ao homem concebido por
Freud, como aquele clivado, em permanente conflito interno, incapaz de se
conhecer, ou mesmo, reconhecer-se. Nas palavras de Freud, o “Eu” que não é
senhor nem mesmo em sua própria casa.
Nesse entendimento, pode-se dizer que Freud elaborou, reavaliou, e ampliou
as ideias que lhes eram pertinentes às teorias criadas e, somente a ele e seus afins,
estariam qualificados a julgar o valor científico de seu trabalho. Por isso, pode-se
dizer que a psicanálise é sem dúvidas o sistema freudiano; somente dele.
Pode-se dizer que a teoria freudiana guarda relação direta e indissociável à
trajetória pessoal de seu fundador. Amiúde, o arcabouço conceitual da Psicanálise,
bem como, a pertinência à prática clínica, situa-se no contexto das raízes
experienciadas e vividas por Freud.
Em sua prática das elaborações e reflexões teóricas, vamos observar desde o
início de sua obra um elevado grau de abstração que se encontra distanciado das
experiências empíricas, e nomeado como “METAPSICOLOGIA”.
34
pontos de vista. A dimensão tópica refere-se aos lugares
ou instâncias que compõem o aparelho psíquico
(topos=lugar); a dinâmica diz respeito ao jogo de forças
em conflito; e a economia refere-se à distribuição e
modalidade das quantidades de energia psíquica em
circulação no aparelho. (VILELA e outros, 2013, p.425).
35
Em um segundo trabalho, ele vai propor os conceitos de id, ego, e superego.
O id corresponderia à noção inicial de inconsciente, a parte mais primitiva e menos
acessível da personalidade. Nela, os instintos do sexo e da agressividade.
Ao contrario da paixão insistente e irracional do id, o ego vai servir de
mediador e facilitador da interação entre o id e as circunstâncias do mundo externo.
O id é o que se pode chamar de o representante da razão ou racionalidade.
Outro aspecto dessa estrutura da personalidade além do id e do ego é o que
se desenvolve desde o inicio da vida humana, quando a criança assimila as regras
sociais e dos seus cuidadores, dentro de um contexto de recompensas e punições.
Tal aspecto é o superego. Ele representa de certa forma a moralidade.
Assim, podemos dizer que essas são as três estruturas da personalidade
definida por Freud, e grosso modo, esses sistemas de personalidade podem ser
resumidos assim: o Id é o instinto tudo que desejamos fazer; o Superego é o
responsável por nos enquadrar às normas sociais, e o Ego teria como função manter
o equilíbrio do aparelho psíquico.
Após essas considerações, ainda que muito primitivo tenha sido nosso relato
a cerca dos sistemas de personalidade proposto por Freud, certamente que nos
permitiu compreender genericamente essas relações, assim, podemos ir adiante,
relacionar alguns aspectos dos mecanismos de defesa, para então, finalizar nosso
intento, apresentando algumas considerações a respeito da Psicanálise como um
método de tratamento.
Quando falamos em mecanismos de defesa, temos que destacar a
ansiedade, e, de certa forma, considerá-la como um alerta das ameaças contra o
ego. Assim, Freud vai considerar três tipos de ansiedade, a saber:
A ansiedade objetiva, que aflora a partir do medo dos perigos reais, e as
outras duas, derivam da ansiedade objetiva; em que a neurótica decorre do
reconhecimento dos perigos potenciais inerentes à satisfação dos instintos do id, e a
ansiedade moral surge do medo da consciência.
Segundo Schultz & Schultz (2017), as pessoas com menos virtudes
apresentam menos ansiedade moral.
Tais ansiedades, sejam quais forem, tencionam e motivam o indivíduo a
tomar alguma atitude para reduzir esse estado, o que segundo teoriza Freud, é o
ego a desenvolver um sistema de proteção que será nomeado por mecanismos de
defesa.
36
A seguir vamos nomear e descrever o que cada um representa dentro desse
processo de defesa, considerando-os como a representação de negações
inconscientes, distorções da realidade, e de certa forma, originários do processo de
proteção ao ego contra a ansiedade.
Abaixo descrevemos os mecanismos de defesa freudianos em Schultz &
Schultz (2017), descritos na tabela 13.2, no livro História da Psicologia Moderna.
Repressão: É negar que possa existir algo provocador da ansiedade,
procurando eliminar inconscientemente, ideias, afetos e desejos perturbadores que
provocam desconforto.
Projeção: São pensamentos inaceitáveis ou indesejados que consiste em
atribuir a outra pessoa um desejo próprio, ou atribuir à outra pessoa algo que
justifique a própria ação.
Regressão: É o retorno a uma condição de comportamento dependente e
infantil, característico de um período mais seguro, fugindo de uma condição
frustrante da vida.
Racionalização: Dar nova interpretação ao comportamento, com a intenção
de fugir da culpa, de forma a afastar o sofrimento decorrente de ações impulsivas.
Formação reativa: É uma articulação do indivíduo com o propósito de
camuflar e proteger seus desejo ou sensibilidades. Um impulso do id, oposto ao que
impulsiona a pessoa.
Negação: Nega-se a existência de um fato externo traumático.
Sublimação: É uma alteração dos impulsos do id, de forma a manter
comportamentos socialmente aceitos.
Deslocamento: Transferência de impulsos do id de uma ameaça para um
alvo substituto, quando por alguma razão, o primeiro não seja possível ou
disponível.
Após as referidas descrições, em que, de certa forma, nos foi permitido
conhecer um pouco dos mecanismos de defesa freudianos, passamos a ponderar
algumas considerações a respeito da Psicanálise como um método de tratamento.
Quando Freud (1895) percebeu em seus pacientes, distúrbios de natureza
histérica decorrentes de sentimentos reprimidos e originários das experiências
sexuais perturbadoras, concluiu serem transtornos ligados à sexualidade.
A partir desse entendimento ele formulou a hipótese de que a ansiedade se
manifestava como consequência da energia da libido, no que, essa energia
37
reprimida, expressava-se por meio de vários sintomas, de modo inconsciente,
característicos de um mecanismo de defesa psicológica.
Decorre assim, que a psicanálise surge como objetivo de tratamento dos
processos mentais inconscientes e atenção ao desequilíbrio mental, considerando-a
como um método terapêutico às doenças de natureza psicológica sem motivação
orgânica.
O tratamento desses processos mentais vai se conduzir a partir de práticas
clinicas de Josef Breuer10 (1842 – 1925) e de Sigmund Freud, momento em que
ocorrem a valorização, aperfeiçoamento da técnica e o reconhecimento público e
científico.
Nesse contexto, Freud vai dizer que a Psicanálise se caracteriza por ser um
tratamento a partir de método terapêutico dos distúrbios psíquicos, em que, há uma
investigação do inconsciente.
Para se efetivar tal investigação, Freud vai se basear na teoria de Breuer
(1895), no pensamento filosófico de Platão (428/27 – 347 a.C.), em Arthur
Schopenhauer (1788 – 1860), e no que já comentamos, na sua experiência
profissional, e mesmo, pessoal.
Essa experiência, e o trato com seus pacientes, vai individualizar Freud nas
práticas de sua psicanálise, quando pensamos nela como um novo paradigma às
desordens da psique humana.
Tais práticas buscam empreender dentro do comportamento humano e a
partir das relações entre os tipos de personalidade, os métodos de terapia
psicanalítica no intuito de encontrar maneira para resolver os conflitos psicológicos
do ser humano.
No processo dessas práticas, pode-se dizer que o psicanalista necessita
conhecer os pressupostos teóricos psicanalíticos, escutar o paciente, perceber seu
mundo, o auxiliar no processo de adaptação e inserção social, tudo isso, para que o
paciente possa viver e conviver com autonomia e dignidade.
Assim, o processo de tratamento vai se valer da inspiração de Freud, quando
busca na Grécia, uma fatia de sua cultura, e encontra na alma platônica a
correspondência do Id, do Superego e do Ego, com elementos fisiológicos da mente.
10
Josef Breuer foi um médico e fisiologista austríaco, cujas obras lançaram as bases da psicanálise. em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Josef_Breuer - 31/05/2019
38
Nessa equivalência, o princípio do prazer, cuja função é descarga das
tensões biológicas, estará atrelada ao Id. Já a razão e o existir terá uma designação
no Ego. Por fim, a moral é o que o se pode chamar de parcela punitiva, e vai se
fundar no Superego.
São essas concepções competentes ao analista que o induzirá, de certa
forma, no contexto do processo de recuperação do psiquismo, a um desejo ético de
devolver ao indivíduo a estabilização e normalidade psíquica.
No desenvolvimento dessa prática terapêutica, far-se-á necessário que o
paciente em tratamento adquira ou readquira sua maturidade, para que possa
compreender sua consciência, sendo ela, a que se reveste de três camadas distintas
a exercer funções específicas no processo.
Como dito anteriormente, soma-se a isso, o entendimento de que o Ego
quando pressionado pelo Superego procura negar os instintos do Id, mesmo ciente
de suas atribuições, o que faz a repressão agir camuflada como um sintoma
neurótico; a ansiedade, o embaraço, ou mesmo o esquecimento, tudo isso, vai
manifestar uma neurose ou alguma forma de psicose. (MAY,1996).
A primeira camada, o Id, cobiçoso e ganancioso, do esquema platônico,
segundo Cobra (2003), vai guardar em si a reserva dos desejos e impulsos de
origem genética; e terá como função, a reprodução e preservação da vida.
Já o Ego procura lidar com a complexidade, e mesmo, racionalizar em favor
do Id, sendo governado pelo princípio da realidade. Tal governo o faz satisfazer o Id
sem transgredir o Superego.
Esse, considerado a terceira camada mental, vai responder pela vigilância
moral, e atuar de forma inconsciente, fazendo a censura dos impulsos que a
sociedade e a cultura atribuem ao Id. De certa forma, ele impede que o indivíduo
satisfaça plenamente seus instintos e desejos.
Pode-se dizer que nesse contexto, o Superego é o interditor que acessa a
consciência sob a forma da moral, de processos da educação social, e manifesta-se
por um conjunto de embargos e deveres, procurando um Eu ideal, constituindo-se
órgão repressor a busca da virtude. (COBRA, 2003).
É justamente nessa dinâmica que Freud vai se notabilizar e, tornar-se imortal.
Ele procurou interpretar os traumas, e apontar alternativas terapêuticas em um
contexto de pesquisa em torno dos conteúdos recalcados, das resistências,
39
mecanismos de defesa, e possibilidades de superação psicológica por meio da
análise, transformando-a em um método de tratamento.
E para fundamentar todo o mecanismo de tratamento psicanalítico, pode-se
dizer que duas obras de Freud foram de fundamental importância para as bases da
fundação da psicanálise. São elas: “O livro dos Sonhos” (1900/1930) e “Três
Ensaios” (1901/1942).
No primeiro, temos os conceitos de inconsciente, e no segundo, o conceito de
pulsão. Ambos fundamentam a teoria psicanalítica; sem eles, não há como entender
a articulação entre linguagem e sexualidade. (JORGE, 2010).
A psicanálise de Freud objetivou tratar processos mentais inconscientes e se
ocupar do desequilíbrio mental, caracterizando-se como método terapêutico para
tratar as doenças de natureza psicológicas sem motivação orgânica.
A pesquisa nos mostrou que o sistema de Sigmund Freud, revela a
Psicanálise em sua estrutura teórica e prática, e somente a seus seguidores e
adeptos estão qualificados para tecer julgamento e valor científico do seu trabalho.
Tal sistema vai explorar as forças motivadoras do inconsciente, os conflitos
entre essas forças e os efeitos desses conflitos no comportamento humano.
É justamente nessa dinâmica do comportamento humano que Freud vai se
notabilizar e, tornar-se imortal. Ele procurou interpretar os traumas, e apontar
alternativas terapêuticas em um contexto de pesquisa em torno dos conteúdos
recalcados; das resistências; mecanismos de defesa e, possibilidades de superação
psicológica por meio da análise, transformando-a em um método de tratamento aos
conflitos psicológicos.
Esperamos que as considerações apresentadas em nossa humilde
contribuição tenham revelado pequenos aspectos da grande obra do criador da
Psicanálise, e suscitado novas propostas de pesquisa, uma vez que, o que
desejamos foi tão somente apresentar considerações tópicas a respeito da
psicanálise freudiana.
Parte 05
40
Após entender o sistema de Sigmund Freud, como o que revela a Psicanálise
em sua estrutura teórica e prática, e somente a seus seguidores e adeptos estão
qualificados para tecer julgamento e valor científico do seu trabalho, podemos
pensar em outro estudo que nos remete em parte, ao que percebemos e sentimos,
vivemos e interagimos no mundo que chamamos de real.
São temas oriundos da disciplina de processos perceptivos básicos, e que, de
modo geral, pode nos situar no entendimento do que seja percepção e realidade.
Para falar sobre esses processos, procurei, a partir de algumas questões nos
situar no contexto do que podemos entender sobre o tema, e assim, formatei
algumas perguntas como forma de nortear nosso entendimento.
Percepção / Sensação
41
padrões convencionais e em função das expectativas dominantes nos quadros da
comunidade cultural.
Pode-se dizer que o processo de visão é composto: pelo estímulo físico; pelo
olho, como a estrutura de captação; pelas vias de condução e finaliza no sistema de
interpretação, isto é, no ato de conscientização da presença de determinado
estímulo.
Ver é transitar no mais alto grau de visibilidade do mundo. A experiência
visual carrega o cérebro com uma diversidade rica e dinâmica de dados a serem
armazenados no cérebro, associando-se aos demais sentidos para serem utilizados
nos diferentes momentos da vida, possibilitando a existência de diferentes modos de
representação mental e de pensar e agir no mundo.
A esse pensar e agir, temos que todo ato perceptivo, em certo grau, é um
empreendimento social, e está circunscrito a modelos e esquemas culturalmente
aprovados e sancionados.
Sentimos o mundo, mas, o percebemos de acordo com padrões
convencionados socialmente e em função das expectativas dominantes nos quadros
da comunidade cultural. (BRUNER E. POSTMAN).
42
encéfalo). No córtex cerebral, em regiões específicas, ocorre o conhecimento sobre
o mundo externo e sobre o nosso próprio corpo. Detectamos o estímulo,
convertemos a energia em sinais eletroquímicos, e os transmitimos ao Sistema
Nervoso Central.
Sentidos Químicos
Sentidos Cutâneos
43
Terra conforme as pessoas movimentam-se sozinhas ou em veículos. Ajudam as
pessoas a manter uma postura ereta e ajustar a postura durante os movimentos.
Receptores da audição
44
apropriado”; (Young,1961) considera uma “busca dos determinantes(todos os
determinantes) da atividade humana e animal”; (Kimble & Garmezy, 1963), vai falar
de uma “propriedade básica dos motivos é a energização do comportamento”; Para
(Lieury & Fenouillet, 2000), [...] a motivação é o conjunto de mecanismos biológicos
que possibilitam o desencadear da ação, da orientação( para uma meta ou, ao
contrário, para se afastar dela) e, enfim, da intensidade e da persistência: quanto
mais motivada a pessoa está, mais persistente e maior é a atividade”. Assim,
quando falamos em motivação, algumas palavras parecem mais presentes nas
definições, como: objetivo, determinação, energização, persistência, e muitas outras
pude observar. Então, vou apreciar a definição de (VERNON,1973), que diz ser a
motivação, “uma espécie de força interna que emerge, regula e sustenta todas as
nossas ações mais importantes”. E finalizo, dizendo que motivação são fatores
internos e externos ao ser, que buscam regular as necessidades homeostáticas do
ser biológico e psicológico.
Pirâmide de Maslow.
45
sociais; as de estima; as de autorrealização. Pensando nessas hierarquias, as
necessidades fisiológicas são as necessidades básicas de qualquer ser humano; as
de segurança, refere-se a complexo contexto de segurança, que abarca desde a
própria segurança, em todos os níveis, até a segurança da família. As necessidades
sociais se referem a nossa necessidade de pertencimento a um grupo social, ou
mesmo a muitos grupos sociais. Por fim, temos a necessidade de
autorreconhecimento, e mais ainda a necessidade de ser reconhecido pelo outro, o
que de certa forma nos causa certo controle de nossa vida. Um detalhe que merece
ser sinalizado é que a subjetividade humana, certamente, é um fator não
considerado nessa teoria, e uma das razões que a faz muito contestada por variados
teóricos da psicologia.
46
pode-se dizer que existem emoções inatas, e elas caracterizam o que chamamos de
medo, raiva, tristeza, ou mesmo a alegria.
De que forma as diferentes culturas podem influenciar na construção dos
sentimentos?
47
R: Para diferenciar emoção de sentimento, vamos recorrer a (SMIRNOV,
1969), quando diz que as emoções correspondem mais à satisfação de
necessidades orgânicas, relacionadas com as sensações, enquanto os sentimentos
correspondem a necessidades culturais e espirituais, as quais aparecem durante o
desenvolvimento da humanidade.
48
Antes de se falar da influência da família, ou mesmo da escola, e o que estas
duas instituições tem a contribuir na construção da consciência social, no fazer das
atividades humanas, e mesmo, na construção do pensamento e ações humanas;
vamos considera-las em seus contextos históricos sociais?
Primeiramente, vamos tomar o conceito de família apropriado por (LANE,
2006, p. 38,39), quando diz ser a instituição considerada “natural e universal”, uma
vez que garante a sobrevivência do indivíduo no contexto reprodutivo.
Para (NARVAZ E KOLLER, 2006, p.49), a família não é algo biológico, natural
ou dado, mas, produto de formas históricas de organização entre humanos. O que
nos permite falar das diferentes formas de organização familiar ao longo da história.
A instituição familiar é, em qualquer sociedade moderna, regida por leis,
normas e costumes que definem direitos e deveres dos seus membros e, portanto,
os papéis de marido e mulher, de pai, mãe filhos deverão reproduzir as relações de
poder da sociedade em que vivem. LANE, 2006, p. 40,41).
A partir dessa consideração, podemos dizer que uma das formas de
organização familiar centrada no homem como figura masculina, foi a família
patriarcal. Nem sempre foi assim, em (ENGELS, 1884/1964; MURARO, 1997),
sinalizam que em algum momento da história humana, as primeiras sociedades
eram coletivas.
Pode-se dizer, nesse contexto, que eram tribais, nômades e matrilineares.
Predominantemente, organizavam-se em torno da figura da mãe, e por desconhecer
a participação do homem na reprodução, firmava-se a partir da descendência
feminina.
Homens e mulheres, nessa conjuntura, tinham papeis sexuais e sociais não
rígidos, e as relações sexuais não eram monogâmicas. Todos os membros da
família tinham participação ativa nas obrigações de sobrevivência, especialmente, a
mulher, cabia-lhe cuidar das crianças. (NARVAZ E KOLLER, 2006).
Segundo as autoras anteriormente mencionadas, quando conhecida a
participação do homem na reprodução, e o estabelecimento da instituição privada,
as relações sexuais passam a ser monogâmica, instituindo-se assim, o controle do
corpo e da sexualidade da mulher.
Nesse pensamento, pode-se dizer que surge o advento do patriarcado, como
nova ordem social, estabelecendo-se o controle do homem sobre as mulheres, e a
descendência patrilinear.
49
A concepção de família instaura-se sob a égide patriarcal, consolida-se como
instituição na Antiga Roma, e conforme (LANE, 2006, p. 38,39), a família configura-
se como instituição considerada “natural e universal”, uma vez que garante a
sobrevivência do indivíduo no contexto reprodutivo.
Como instituição natural e universal, pode-se dizer que, na condição social,
ela é regida por leis, normas e costumes; tal regência organiza e tutela seus
indivíduos em direitos e deveres, estabelecendo relações de poder, hierarquizando
seus membros na estrutura patriarcal, e assim, historicamente, a organização
familiar decorre da necessidade de preservação da propriedade e dos bens.
Nesse sentido, somos determinados a agir de acordo com o que as pessoas
que nos cercam julgam e atestam ser adequado.
Cabe resaltar o quão importante são os grupos, as instituições aos quais os
indivíduos estão inseridos, ao sentimento de pertencimento e o quanto isso
transforma o ser humano e também o quanto a linguagem tem poder para mexer e
influenciar e assim tornar o homem um sujeito protagonista da sua própria história
ou não.
Com o surgimento da linguagem, aquela mesma, das primeiras fala das
crianças, e com ela o processo de alfabetização/letramento, nós nos deparamos
com a Escola e Família, instituições bem definidas no processo de transformação
social do indivíduo.
Pensando a família como instituição, a escola também assim se faz, uma vez
que garante reprodução de conhecimentos e valores sociais necessários à
perpetuação das relações de poder, transfigurados na harmoniosa cultura herdada
das gerações anteriores.
Assim, não há, segundo (LANE, 2016), uma preocupação com a autoridade a
ser preservada, uma vez que a família já consolidou essa autoridade. A Escola vai
garantir o individualismo e a competição. Seu intuito é persistir em revelar o que é
intelectual e o que é braçal. Aquele que manda, e aquele que executa.
A partir desse intento, o poder é mesmo revelado nos atos de aprovação e
reprovação, e esse padrão selecionista consolida o papel da escola na construção e
ou formação social dos valores éticos, morais, religiosos, mantendo-se a ideologia
dominante, conforme as palavras de (LANE, 2016), a descrição correta do mundo.
Assim, a escola marca seu papel estruturante na formação da consciência
social. Entretanto, deve-se pensar que desde o primeiro momento da vida, o
50
indivíduo está inserido num contexto histórico marcado por regras, leis, padrões de
vida. E que essas “ Normas/Leis” é o que caracterizam os papeis sociais.
Os pais são legítimos representantes desses papéis sociais. São eles que, de
certa forma perpetuam as relações de poder familiar, pois, em cada grupo existem
suas regras e normas, e para que um indivíduo se encaixe a um grupo, ele precisa
que no mínimo suas práticas e ações sejam de acordo com as normas do grupo.
O sujeito pode ser livre, mas de acordo com o que a sociedade quer desde
que não ponha em risco a ordem da sociedade. Silvia Lane fala sobre a Identidade
Social, diante de uma diversidade de identidades, o indivíduo vai se descobrindo
como um indivíduo diferente, distinto dos outros.
É uma distinção entre muitos da espécie humana, o indivíduo passa a ter
suas características próprias em confronto com as outras pessoas, ele tem sua
identidade social que o diferencia.
O que de fato representa a identidade social, definida pelo conjunto de
papéis que os indivíduos desempenham, atendem basicamente, à manutenção das
relações sociais.
A questão é: “identidade social” e “papéis” exercem uma mediação ideológica,
ou seja, criam uma ilusão; de que os papéis são “naturais e necessários” e que a
identidade é consequência de “opções livres” que fazemos no nosso conviver social,
quando, de fato, são as condições sociais decorrentes da produção da vida material
que determinam os papéis e a nossa identidade social. (LANE, 2006, p. 22).
É diante dessa questão que Silvia Lane fala da importância de levantar o
problema da “Consciência de Si”, que ao invés do indivíduo apenas reproduzir o
esperado pelos grupos que os cercam e ser julgado bem ajustado, este indivíduo o
questiona a sua história de vida, sabendo de onde veio, encontrando as razões
históricas da sociedade, do grupo social, procurando saber o porquê de poucos que
dominam e muitos são dominados através da exploração da força de trabalho.
Assim, somente questionando os papéis quanto a sua determinação e suas
funções históricas, dessa forma é que o indivíduo consegue ser um agente de
mudança social, pois quando um sujeito tem consciência de Si, é mais fácil chegar à
consciência social.
Outro aspecto importante mostra Silvia Lane, é a questão da linguagem
inserida em todas as atividades sociais: artes, religião, modas, tecnologias,
educação, formas de lazer, etc., mostra-se como instrumento e produto social e
51
histórico, se articula com significados objetivos, abstratos, metafóricos, além dos
neologismos e gírias de cada época “Não somente como forma de meio de
comunicação, a linguagem está nos rituais, sinais, gestos e etc. Ela surge para
transmitir ao outro o resultado, os detalhes de uma atividade ou da relação entre
uma ação e uma consequência”.
A linguagem tem o poder de manipulação, meio de comunicação e influência.
O agir, o pensar e o falar estão muito ligados, o problema é que em muitas situações
as pessoas separam essas coisas. Falam sem pensar, pensam e não agem, falam,
mas não agem e por aí vai.
E para que não haja alienação e nem a lavagem cerebral, Silvia Lane fala
que: A contramedida do poder da palavra se encontra na própria natureza do
significado: é ampliá-lo, é questioná-lo, é pensar sobre ele e não, simplesmente, agir
em resposta a uma palavra.
Entre a palavra e a ação deverá sempre existir o pensamento para não
sermos dominados por aqueles que detêm o poder da palavra. (LANE, 2006, p. 32).
Quando o individuo é capaz de confrontar as representações sociais com suas
experiências e suas ações, e com as de outros do seu grupo social, é que este
indivíduo será capaz de perceber o que é ideológico nas representações e ações
consequentes.
De outra forma, pensar a realidade e os significados atribuídos a ela,
questionando de forma a desenvolver ações diferenciadas, isto é, novas formas de
agir, que por sua vez serão objeto do seu pensar, é que o permitirá desenvolver a
consciência de si mesmo, de seu grupo social e de sua classe como produtos
históricos da sociedade, cabendo a este ser agente da sua história pessoal e social,
decidindo manter ou transformar a sociedade.
REFERÊNCIA:
52
Estudo Dirigido P2 – Psicologia Social
53
liberal, e cujo lema filosófico vai se concretizar como liberal dentro da concepção de
ser humano indivíduo. A conduta desse indivíduo tipifica o individualismo, e mesmo
o egocentrismo, ambos, vão gerar relações de competitividade entre os indivíduos, e
contextualizar seu dogma que preconiza uma competição promotora do progresso.
Tal competição se dá por processo natural de eliminação dos fracos e prevalência
dos fortes; na verdade, um será sempre excluído, uma vez que a filosofia liberal não
comporta solidariedade.
Por outro lado, podemos pensar no paradigma comunitário-solidário,
certamente, poderemos ter concepções diferenciadas de ser humano, de ética, de
comportamento e práticas sociais. Inicialmente, já sinalizamos para um ser humano
visto como pessoa, e mesmo que, diferentes concepções; possamos ter de pessoa,
identificamos a que preconiza a existência de um em dependência do outro, essa é
a relação, uma coisa não pode ser, sem a outra. Para fechar entendimento, ficamos
com Marx, quando diz: ser humano a soma total de suas relações. Quanto a essa
relação ética podemos falar do solidarismo, mas com reservas; também tem o
personalismo, e muitos outros poderiam encaixar aqui, mas, a uma dimensão
valorativa podemos falar de comunitarismo, como o que possa expressar o melhor
conceito de comunidade, e entender a sociedade composta por pessoas com vez e
voz. Elas se comportam e se relacionam a partir de solidariedade, partilha, e
cooperação; relações igualitárias e fraternas as identificam, somando-se a isso,
temos uma participação simétrica a partir de ações e diálogos comunicativos.
Por fim, e não menos importante, é falar do paradigma coletivista-totalitário.
Nessa perspectiva, o ser humano é pedaço de um todo sem personalidade, pois não
há interesse nele, e sim, o todo representativo que pode ser um grupo, o estado, a
organização, ou mesmo um partido. Tal condição identifica e formula uma ética
totalitária, nessa ética, temos um social à coisificação, e o comportamento se traduz
na massificação, no anonimato, em que processos burocráticos vão transformar
pessoas em coisas vendáveis a organizações que estão acima de tudo e todos
subordinados a máquinas sobre seres humanos.
54
R: Quando falamos em psicologia social e seu desenvolvimento, temos na
França a filosofia positivista que condicionou a evolução posterior das ciências
sociais. Algumas ideias teóricas resultaram em importância para a formação da
psicologia social nesse período, e podemos relacionar a sociologia de Émile
Durkheim, em cujo conceito de representação coletiva correlacionamos como
antecedente da teoria das representações sociais; também temos os trabalhos de
Gabriel Tarde sobre a imitação, que exerceram grande influência na psicologia
social do início do século XX, e os estudos de Gustave Le Bron, sobre a psicologia
das massas. O positivismo, de certa forma, ao estabelecer os três estágios do
pensamento, seja: teológico, metafísico e positivo, sendo o último o precursor para
adoção do método científico, e consequentemente estabelecer a psicologia como
disciplina científica.
Na Alemanha, o positivismo influenciou sobremaneira o desenvolvimento das
ciências sociais, e a psicologia como disciplina científica muito esteve vinculada à
fisiologia e psicofísica. Nesse permeio, a mente como objeto de estudo da psicologia
e a perspectiva analítica e a utilização da introspecção e do método experimental,
foram bases para a fundação da psicologia experimental de Wundt. A Psicologia dos
povos; pode-se dizer; também se mostrou profícua quanto à pretensão de ser
definidora do objeto da psicologia social. Vale resaltar que Dilthey também contribuiu
com suas ideias que encontraram continuidade na psicologia social. Outras ideias
foram marcadas pelo pensamento marxista, quanto à análise psicossociológica dos
processos mentais e da ação social. Outra importante contribuição à psicologia
social foi a perspectiva dialética hegeliana vista por Marx.
Ainda falando de contribuições à psicologia social, a teoria social britânica é
importante referencial, quando falamos das teorias evolucionistas e sua influencia as
ciências sociais. Por outro lado, Spencer, de forma indireta, falando dos instintos,
influenciou Mc Dougall em sua psicologia social.
Outro ambiente profícuo à psicologia social foi os Estados Unidos; mesmo
ocorrido pouco depois que na Europa, seu desenvolvimento se deu em rápida
expansão. Inicialmente podemos relacionar as ideias de Tarde a inspiração
americana em produzir psicologia social. O pragmatismo de Peirce, James, Dewey e
Mead, mesmo que segundo a ótica de cada um, muito contribuiu para o
desenvolvimento da psicologia social sociológica americana. Assim, o pragmatismo
55
foi a primeira filosofia tipicamente americana que deu origem à psicologia
funcionalista e à sociologia.
56
crise da psicologia social a partir dos anos 60 foi a busca, por um lado, do
atendimento da necessidade de intervenção social para a melhoria das condições de
vida das sociedades, e por outro, a tendência de contrariedade ao rigor da
metodologia experimental de laboratório. Este dilema colocava, de um lado, a
psicologia social norte-americana que tinha a preocupação de reproduzir o modo de
fazer ciência das ciências naturais, mas que a partir do final da década de 60,
também buscava responder as necessidades de relevância em suas pesquisas; e
em uma posição distinta, uma outra maneira de pensar a psicologia social, que se
configurava a partir de críticas ao modelo positivista de ciência e que passou a
sustentar como uma de suas preocupações a busca da relevância social. Se por um
lado, ambas as teorias buscavam responder à questão da relevância, por outro, a
resposta apresentada por estas abordagens é bastante diferente. A psicologia social
norte-americana via essa questão a partir do uso dos conhecimentos da psicologia
para a solução de problemas sociais, o que se denominou de tecnologia social. Em
discussão no Brasil, esta questão será vista de forma controversa; se para
Rodrigues a psicologia social é uma ciência básica que permitiria a solução de
problemas sociais, para Lane, tal concepção poderia transformar o psicólogo em
agente de adaptação.
57
que motivou estudiosos a busca de respostas para as crescentes tensões sociais
desencadeadas no contexto das relações pessoais. Assim, uma nova psicologia
social se ensaia a partir de uma posição mais crítica em relação à realidade social,
buscando superação das limitações conceituais de social, e aprofundando seu
conhecimento a respeito da natureza social do fenômeno psíquico.
58
R: Se considerarmos o momento em que legalmente deixa de existir a
escravidão no Brasil, e aí, iniciou-se grandes lutas para se garantir direitos sociais,
constitucionais, ao povo negro; certamente, que as políticas públicas de afirmação,
bem como, as ações afirmativas, todas, são importantes. "Ações afirmativas são
medidas especiais e temporárias, tomadas pelo Estado e/ou pela iniciativa privada,
espontânea ou compulsoriamente, com o objetivo de eliminar desigualdades
historicamente acumuladas, garantindo a igualdade de oportunidade e tratamento,
bem como compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização, por
motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero e outros". (Ministério da Justiça, 1996,
GTI População Negra). Creio que muito ainda falta para curar a ferida da injustiça e
do descaso para com o povo negro, mas o nosso empenho em garantir essa falta
está, não só nas lei, mas, e principalmente, na conduta de todos a favor da isonomia
social.
59
da história, determinada biologicamente; também o período compreendido
entre 1930 e 1960, caracterizado pelo impacto da obra de Gilberto Freyre, em que o
conceito de raça aparece como determinante cultural e posteriormente foi marcado
pela crítica ao mito da “democracia racial”; ainda a isso, um momento que se inicia
no fim da década de 1970, sob influência de estudos de desigualdades raciais, da
abertura política e do processo de redemocratização do país, quando os
movimentos sociais negros, através de seus atores, ativistas e intelectuais,
produzem a ideia de raça como constructo social e pautam uma agenda política
redefinindo o debate racial, e na qual a Psicologia passa a discutir o negro não mais
como “objeto da ciência”, mas sim como agente produtor de sua própria história.
Como se percebe, a psicologia tem muito a ver, quando seu objeto é constituinte da
única raça que existe no mundo nosso, que é a raça humana.
RESUMO
60
Ao considerar o Liberalismo, temos em John Locke (1632-1704) como
signatário, nos dando a conhecer a Divisão entre Público e Privado, o que pode
ser entendido no modelo da Pólis Greco-Romana.
Ainda temos a Divisão dos Poderes, no entendimento de que o Estado
nasce de um acordo tácito (livremente firmado) entre indivíduos autônomos para
garantir seus interesses. Ao Estado caberiam tão somente regular as relações entre
indivíduos para que nenhum tivesse seus direitos violados pelos demais.
Para realizar tal intento, a separação de poderes era fundamental limitar o
alcance e a força destes poderes que estariam subordinados salvaguardar os
direitos individuais, dentre os quais; a liberdade e a propriedade.
Tais poderes: o Executivo, o Legislativo, e o Judiciário, a valorização das
tradições locais, experiências particulares, a ênfase na jurisprudência, tudo isso,
parte do espírito do Liberalismo Clássico, comporia as ideias políticas que criariam
terreno fértil para desenvolvimento de uma sociedade individualista e atomizada.
A esse pensamento, que nos remete a gestão de uma sociedade
individualista e atomizada, nos cabe revelar que nesse contexto, a atomização
social e a individualização extrema antecedem os movimentos de massa: “A
verdade é que as massas surgiram dos fragmentos da sociedade atomizada, cuja
estrutura competitiva e concomitante solidão do indivíduo eram controladas apenas
quando se pertencia a uma classe” (FRICKMANN, 2009, p. 10 apud ARENDT, 1989,
p. 366).
Por fim, temos o Liberalismo Político versos o Liberalismo Econômico; nesse
contexto, o Estado Liberal vai acarretar o Neoliberalismo (Welfare State 11); o
Liberalismo Econômico ( Final do século XVIII – Início do XIX), no qual, pode-se
compreender a regulação da sociedade pelo mercado.
O outro vértice, composto pelo Romantismo, de algum modo vai referenciar
a passagem da liberdade negativa (não interferência) à liberdade positiva
(autonomia-empoderamento). A esse respeito podemos observar na literatura de
José de Alencar, na obra, “Senhora”, Aurélia Camargo e a mulher que “compra”.
Nesse vértice, entende-se a criação de uma individualidade, ou mesmo,
personalidade; não definida pelo isolamento ou privacidade nem mesmo identidade
11
Estado de bem-estar social, Estado-providência ou Estado social é um tipo de organização política, econômica e sócio-
cultural que coloca o Estado como agente da promoção social e organizador da economia. Nesta orientação, o Estado é o
agente regulamentador de toda a vida e saúde social, política e econômica do país, em parceria com sindicatos e empresas
privadas, em níveis diferentes de acordo com o país em questão. Cabe, ao Estado do bem-estar social, garantir serviços
públicos e proteção à população. (Em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_de_bem-estar_social) 18/09/2019 às 11:20
61
social, mas, por uma transcendência que confere integração às coletividades e
tradições.
Dessa forma, o Romantismo passa da simples noção de liberdade negativa,
para liberdade positiva, a busca de uma defesa das paixões, dos impulsos, em favor
da liberdade ao se revelar a não conservação dos papeis sociais e suas
convenções.
Dito isso, o Romantismo foi mais uma coisa de eleitos; a marginalidade era
sua força, e ao mesmo tempo o que o destinava em uma sociedade de concepções
liberais e que se organizava sob a égide do regime disciplinar.
Quando falamos do Regime Disciplinar, vamos observar Foucault e o
panóptico12; as tecnologias do poder, e o poder que atrai e repele. Como teórico
desse contexto, Tocqueville (1805-1859) sinaliza a democracia na América,
revelando-nos o estudo da individualização como maciço investimento em si mesmo,
e uma busca de autonomia em relação à coletividade.
De tudo visto, podemos dizer que ao polo do Liberalismo romântico temos
que a concepção de Stuart Mill.
A natureza humana não é máquina que se possa construir conforme um
modelo qualquer, regulando-se para executar exatamente a tarefa que se lhe
prescrever, mas uma árvore, que precisa crescer e desenvolver-se de todos os
lados, de acordo com a tendência de forças interiores que o fazem um ser vivo
(Stuart Mill, p. 67).
62
valorização da individualidade; no outro vértice, o Liberalismo disciplinador; nele
encontramos Skinner que analisa o ordenamento do Estado; e na confluência do
Romantismo com Stuart Mill, temos Rogers sinalizando projeto de vida que permita
o desabrochar das virtualidades e das tendências espontâneas ao desenvolvimento
individual.
63
principalmente, como ele se torna agente da história; como ele pode transformar a
sociedade em que vive.
3. Defina identidade social e consciência de si mesmo.
R: Pode-se definir a identidade social como sendo o que nos define como
pessoas, compreendendo o conjunto de papéis que desempenhamos; o fato de viver
em grupos nos permite o confronto entre as pessoas e cada um vai construindo o
seu “eu” neste processo de interação, através de constatações de diferenças e
semelhanças entre nós e os outros. Assim, é nesse processo que desenvolvemos a
individualidade, a nossa identidade social e a consciência de si mesmo.
4. De que modo o sistema educacional, a família, e o trabalho,
reproduz as relações de dominação social?
R: As relações de poder perpetuam a dominação social. Na família, a
instituição familiar é, em qualquer sociedade moderna, regida por leis, normas e
costumes que definem direitos e deveres dos seus membros e, portanto, os papéis
sociais deverão reproduzir as relações de poder da sociedade em que vivemos. A
escola, diferentemente da família, atua no processo de reprodução das relações
sociais; pois agora não é tanto a autoridade o que tem de ser valorizada, pois esta já
foi garantida através da família, mas sim o individualismo e a competição. Sabendo-
se que escola e família, são produtoras da mão de obra para o sistema de
sobrevivência, e que a escola diferenciará essa mão de obra em pensante e braçal,
tal formatação, nos permite entender como o trabalho que modifica a natureza, ao
produzir a subexistência do Homem, também produz o homem. O mesmo inserido
na produção dos bens materiais que, além de atender a subexistência social, visa o
lucro e o aumento do capital e para tanto deve, necessariamente, explorar a força de
trabalho de muitos. É no processo de acumulação de bens que o capital se apodera
dos meios de produção, fazendo com que a mercadoria não seja apenas o produto
fabricado, mas também a força de trabalho, e as próprias relações sociais
decorrentes; em outras palavras, os homens se tornam mercadorias. Assim, Família,
Escola e Trabalho, são instituições que reproduzem em si as relações de poder,
perpetuando-as nos contextos sociais.
5. Qual o significado do trabalho como atividade social realizada
pelo homem numa sociedade capitalista?
R: O trabalho como atividade social está relacionado ao ato de produzir
subsistência. Ao pensar esse trabalho em uma sociedade capitalista, temos que o
64
trabalho que modifica a natureza, ao produzir a subexistência do Homem, também
produz o homem, e a necessidade de cooperação entre eles para produzirem seus
meios de sobrevivência. Portanto, a análise do que significa o trabalho deverá se
basear nas condições atuais da nossa sociedade Capitalista, o que significa que a
produção dos bens materiais, além de atender a subexistência social, visa o lucro e
o aumento do capital e para tanto deve, necessariamente, explorar a força de
trabalho de muitos. É no processo de acumulação de bens que o capital se apodera
dos meios de produção, fazendo com que a mercadoria não seja apenas o produto
fabricado, mas também a força de trabalho, e as próprias relações sociais
decorrentes, são alteradas; os homens se tornam mercadorias, e a relação homem e
capital, tornam-se relações de poder do capital sobre a força de trabalho. Assim, em
uma sociedade capitalista i trabalho significa mais uma mercadoria nessas relações.
Segundo FIGUEIREDO
65
todas estas decorrências estavam previstas por Locke, mas todas pertencem ao
mais genuíno espírito do liberalismo clássico, no qual o empirismo epistemológico
e o respeito ao espaço privado são as duas faces do mesmos apego ao particular,
ao individual. Foram essas as ideias políticas que criaram o terreno favorável
para o pleno desenvolvimento de uma sociedade individualista e atomizada.
Segundo COIMBRA
66
9. Comente o que Cecília Coimbra explica sobre Deleuze, a respeito dos
direitos humanos serem desde sua gênese ter servido para levar aos
subalternizados a ilusão de participação?
REFERÊNCIAS:
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LANE, Silvia T. Maurer O que é psicologia social / Silvia T. Maurer Lane. —
São Paulo : Brasiliense, 2006. — (Coleção primeiros passos; 39)
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5. O reflexo condicionado e não condicionado proposto por Pavlov.
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R: A finalidade da psicologia seria prever e controlar o comportamento.
Deveria se limitar aos dados das ciências naturais, ao que fosse passível de
observação. Limitar-se ao estudo objetivo do comportamento, utilizando-se de
métodos objetivos rígidos de investigação. (p.220 – Os métodos do Behaviorismo)
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13. A eliminação da introspecção pelo sujeito humano no laboratório
de Watson
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R: Os princípios de organização perceptual da Gestalt são: Proximidade,
figuras próximas tendem a serem percebidas juntas; Preenchimento, tendência em
completar figuras incompletas; Continuidade, tendência em seguir direção
especifica para conectar elementos num contínuo; Semelhança, figuras similares
tende a serem vistas juntas; Simplicidade, tendência a ver figuras de boa qualidade
mesmo sob condição de estímulos. (p. 268 – Os princípios da Gestalt...)
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a) Como o desenvolvimento humano é atualmente compreendido dentro do
ciclo vital?
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R: A Psicologia do desenvolvimento é o estudo das mudanças emocionais e
comportamentais relacionadas a cada idade ou etapa da vida. Essas mudanças
envolvem as habilidades motoras, habilidades em solução de problemas,
entendimento conceitual, aquisição de linguagem, entendimento da moral e
formação da identidade. Assim, o estudo do desenvolvimento humano busca
compreender os diferentes períodos da vida; o desenvolvimento de cada pessoa
está sujeito a influências internas e externas, envolvendo a família, a escola, a
cidade, a condição socioeconômica, a etnicidade e a cultura de um modo geral.
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R: A principal diferença entre o Blues puerperal e a Depressão é o tempo.
Enquanto Baby Blues costuma durar aproximadamente 15 dias, causado apenas
pelas alterações hormonais, a Depressão Pós-Parto não passa e são raros os
momentos de felicidade. Baby Blues não é um princípio de Depressão ou uma
chance de desenvolvê-la. “Alguns fatores podem influenciar na Depressão Pós-
Parto, dentre eles doenças psiquiátricas prévias, falta de suporte familiar,
dificuldades físicas e emocionais durante a gestação ou alguma doença no bebê”.
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estruturas intelectuais mais complexas da criança, acabando por interferir na sua
capacidade para o progresso da aprendizagem.
R: Freud ao declarar tal condição, deixa claro seu pensamento de que a boca
é o veículo pelo qual a criança luta por sua sobrevivência física e afetiva, uma vez
que pela boca ela, não só prova o mundo, como também o experiência, sendo o seio
materno o primeiro objeto de ligação infantil. É pelo seio que a criança vai saciar as
necessidades físicas, mas também, é no ato de sugar que o prazer se manifesta.
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REFERENCIAS:
VILELA, ANA MARIA JACÓ, História da psicologia: rumos e percursos. 3ª. Ed.
Rio de Janeiro : Nau, 2013.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FREUD-SIGMUND. A Interpretação do Sonhos (J.O.A. Abreu, trad) Em J.
Salomão (org) Edição standard brasileira de obras completas de Sigmund Freud (vol
XXIII) Rio de janeiro: Imago (original publicado em 1940)
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