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REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA: Schultz, D. P. e Schultz, S. E. (2019).

História da
Psicologia Moderna. (Tradução da 11a. Edição: Priscilla Rodrigues Lopes, revisão técnica
Maria Fernanda costa Waeny). São Paulo: Cengage Learning. Capítulo 4: A nova
psicologia (pp. 65-87) e Capítulo 5: Estruturalismo (pp. 88-101).
Brasília 28 de julho de 2022
Prezado Dr. Wundt,

Para mim é um verdadeiro honor o fato de poder escrever para o senhor, quem é

considerado o fundador da Psicologia como disciplina acadêmica formal.

Sua contribuição para a historiografia foi tão importante que pode se afirmar que a

História da Psicologia “pós-wundtiana” está formada pela contestação de vários científicos

ao seu ponto de vista. É assim como, embora houvesse um debate sobre quem foi o

fundador da psicologia moderna, entre o senhor e o Dr. Fechner, sua contribuição na

promoção da experimentação sistemática posicionou lhe como o fundador final

É incrível como sua determinação na fundação de uma nova ciência independente

levou-lhe a estabelecer o primeiro laboratório de Psicologia Experimental na Alemanha em

1879. De fato, seu papel na promoção do conhecimento levou-lhe a ministrar um curso de

Psicologia Fisiológica no ano de 1867, o qual concluiria sendo material para a produção do

livro “Princípios da psicologia fisiológica”, mesmo no qual terminaria estabelecendo à

psicologia como uma ciência de laboratório independente.

É importante destacar sua contribuição acadêmica para a psicologia no lançamento

da revista “Psychological Studies” e da expansão de sua escola através de seus alunos,

quem traduziram seus livros a diferentes línguas. Ao mesmo, tempo a publicação, nos anos

de 1900 e 1920, do seu projeto chamado “Psicologia cultura” teve um impacto que levou a

dividir a Psicologia em duas ciências: a experimental e a social.


Suas teorias foram importantes no desenvolvimento do estudo, do qual o senhor

considerava como o objeto de estudo da Psicologia, a consciência. Nesse sentido, mesmo

que fosse invalidada sua noção sobre a impossibilidade do estudo dos processos cognitivos

através da experimentação cientifica, é interessante sua proposta do estudo dos processos

do pensamento superiores a partir de outras disciplinas como a sociologia, a antropologia e

a psicologia social.

As suas contribuições significaram inovações nas perspectivas sobre a mente e os

elementos da consciência. Por exemplo, sua ideia sobre o papel ativo da consciência na

organização do seu conteúdo, deu passo ao conceito de “Voluntarismo”. O qual foi um

conceito que ia contra o estabelecido pelos empiristas e os associacionistas; e demostra o

seu caráter e tenacidade na defesa de seus ideais.

Da mesma maneira, sua distinção entre a experiência em imediata e mediata faz

sentido ao momento de realçar a importância de estudar unicamente a experiência imediata

de uma pessoa, entendida como a interpretação pessoal dos indivíduos respeito de um

acontecimento. Isso é devido a que também descrevia a Psicologia como uma ciência da

experiência consciente cujo método de observação devia ser a introspecção.

O método da introspecção, que foi um método que já existia no tempo de Sócrates,

foi usada também em outras disciplinas como a fisiologia, a física e outros tipos de

pesquisa. No entanto, sua inovação em aplicar o controle experimental sobre as condições

na aplicação da introspecção interna é importante assim que enfatiza ao observador e sua

própria experiência consciente.


Além disso, o senhor propôs treinar rigidamente aos observadores com o objetivo

de que realizassem corretamente suas percepções internas, assim como também reduziria o

intervalo entre o ato de observar e relatar a experiência imediata. Nesse sentido, sua

descrição introspectiva baseava-se em uma análise quantitativa.

Porém, eu gostaria de perguntar o seguinte: tal vez o senhor considerou se a

proposta de treinar aos observadores, para que eles realizassem corretamente suas

percepções internas, poderia resultar invasiva na experiência das pessoas?

Por outro lado, outra contribuição sua que persiste é a diferenciação entre sensações

e sentimentos como formas básicas da experiência consciente. Não obstante, foi além do

esperado e propôs também a teoria tridimensional do sentimento com base nas suas

próprias experiências de observação introspectiva. Dessa forma conseguiu definir as três

dimensões independentes do sentimento: prazer/ desprazer, tensão/relaxamento e

excitação/depressão.

Embora seja verdade que sua posição estava sujeita a críticas, especialmente no

referente ao método da percepção interna e a suas tendências políticas sobre a guerra; seus

estudos deram início a um novo domínio da ciência. Eu concordo com a afirmação de

Schultz e Schultz, sobre que o senhor proporcionou a Psicologia das ferramentas para o

começo de uma ciência moderna.

Finalmente, agradeço seu tempo no recebimento desta carta. Aguardo sua resposta
da minha pergunta.

Atenciosamente,

Valeria Rosales
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA: Schultz, D. P. e Schultz, S. E. (2019). História da
Psicologia Moderna. (Tradução da 11a. Edição: Priscilla Rodrigues Lopes, revisão técnica
Maria Fernanda costa Waeny). São Paulo: Cengage Learning. Capítulo 4: A nova
psicologia (pp. 65-87) e Capítulo 5: Estruturalismo (pp. 88-101).

Brasília, 28 de julho de 2022

Prezado Dr. Titchener,

Primeiro, queria agradecer o senhor pelo recebimento da minha carta. É


verdadeiramente incrível ter a oportunidade de falar com quem foi aluno do Dr. Wundt e
que além disso, terminou estabelecendo sua abordagem própria da Psicologia a qual
chamou de estruturalismo.

Sua contribuição para a historiografia da psicologia foi a criação de uma perspectiva


diferente a do seu professor, Wundt. O qual considero admirável porque terminou
descartando a doutrina da apercepção de Wundt, para concentrar-se nos conteúdos mentais
e na conexão mecânica mediante o processo da associação. Também implementou seu
próprio laboratório no qual conduziu pesquisas, fez artigos acadêmicos, traduções e
publicou mais de 60 trabalhos científicos.

Mesmo que tenha sido comparado várias vezes com o seu professor em termos das
personalidades autocráticas e dominadoras que os dois tinham, seus estudos e a alteração do
sistema da psicologia ao leva-lo da Alemanha para os Estados Unidos, fizeram do senhor
um dos personagens mais admirados.

Ao igual que Wundt, o senhor encarregou-se de difundir o conhecimento ao ponto


de ter influenciado as dissertações dos estudantes aos quais orientou, criando assim o
estruturalismo que tempo depois chamou como a única psicologia científica. Assim como
também seus livros foram traduzidos para diversos idiomas e tornar-se em um dos melhores
professores de Cornell.

Apesar de não concordar com suas tendências “misóginas” ao não permitir a


participação das mulheres em suas reuniões de psicólogos experimentalistas, reconheço seu
apoio na formação de muitas mulheres que não tinham permitido participar em programas
de doutorados. O qual traduz-se também em ajuda à psicologia, pois muitas mulheres foram
contratadas como professoras, a qual era uma ideia avançada para a época.

Um conceito relevante promovido por o senhor foi a importância da experiência


consciente como objeto de estudo da psicologia e dependente do indivíduo. Nesse aspecto,
segundo o senhor, a experiência tornou-se no único enfoque adequado para a pesquisa
psicológica. É assim que baseado na experiência consciente, alertou sobre o que chamou de
“erro de estímulo” que acontecia quando o observador não fazia distinção entre seus
conhecimentos adquiridos no passado em relação ao objeto e a experiência imediata e
direta.

Ao igual que Wundt, empregou a introspecção com observadores treinados para


descrever os elementos no seu estado consciente, mas o que resulta interessante é que a
diferencia do Dr. Wundt, seu interesse estava em analisar a experiência consciente
baseando-se nos componentes, ás partes no lugar do todo. Da mesma maneira as
observações feitas eram necessariamente subjetivas ou qualitativas.

Como sua pesquisa baseava-se não estudo da consciência, outro de seus grandes
aportes para a Psicologia foi a definição dos três estados elementares da consciência: as
sensações, as imagens e os afetos. Nessa linha, também diferenciou as sensações e as
imagens tem atributos tais como: qualidade, intensidade, duração e clareza. Sendo assim
necessário esclarecer, os estados afetivos tinham apenas três atributos: qualidade,
intensidade e duração. Nessa linha, negou a teoria tridimensional de Wundt já que desde
seu ponto de vista o afeto estava presente em apenas uma dimensão: prazer/desprazer.

Muitos experimentos já foram feitos em nome da ciência, mas achei o seu


totalmente diferente e interessante, especialmente pela influência nos seus alunos e a
aceitação deles. O experimento da introspecção através das experiências dos alunos com o
tubo engolido neles para estudar a sensibilidade de seus órgãos, poderia hoje em dia ser
considerado como uma forma de violação dos Direitos Humanos.

O experimento, que consistia em, além de engolir o tubo nos estudantes, despejar
água quente e fria pelos tubos para eles relatar suas sensações; desde a minha perspectiva
podia resultar muito invasivo porque os alunos tinham até que relatar seus sentimentos ao
momento de ir para o banheiro. Outro dos experimentos do senhor, também relacionados
com a introspecção, envolveu casais aos quais pedia-se de anotar suas sensações e
sentimentos durante a relação sexual assim como amarrar dispositivos de medição em seus
corpos.

De fato, naquela época, ninguém conhecia sobre os experimentos até que foi
divulgado por uma das suas alunas; e, o laboratório de psicologia ficou com a reputação de
ser um local imoral. Nesse sentido, o laboratório tornou-se em um lugar considerado como
inseguro, que inclusive foi interditado o acesso das alunas depois de escurecer.

Outras críticas dos seus métodos também saíram à luz, posto que no caso dos
observadores, muitos deles foram treinados para usar uma linguagem diferenciada, que
nunca se concretizou e causou várias discordâncias entre os observadores. Do mesmo jeito,
seu sistema estruturalista foi categorizado como artificial e estéril por analisar os processos
conscientes através de elementos básicos.

No entanto, seu método introspectivo continuou sendo empregado e teve


contribuições para a psicologia cognitiva, assim como também sua definição concreta do
objeto de estudo da psicologia da experiência consciente e seus métodos conseguiram
atender a tradição cientifica da época.

Pelo qual, considero que a genialidade do senhor o fazem um dos melhores


expoentes da Psicologia e por isso agradeço seus aportes.

Atenciosamente,

Valeria Rosales

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