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Meu corpo,

presente do
Senhor
“Graças te dou, visto que por modo assombrosamente
maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis,
e a minha alma o sabe muito bem”

Salmo 139:14

Infelizmente a cada ano que passa os dados de violência sexual só


aumentam. Atualmente em nosso país o Ministério da Família aponta que 300
crianças são abusadas por dia em nosso país. Uma a cada cinco crianças já
sofreram algum tipo de abuso sexual.
Essa realidade pode sim comprometer vários aspectos na vida adulta
dessas crianças, como o casamento, identidade sexual, vida sexual,
relacionamento social e até mesmo a vida religiosa e espiritual.

Toda e qualquer criança sem conhecimento está vulnerável. Isso


independe de classe social e idade. A única maneira de proteger essas
crianças é através da educação sexual.

Podemos usar ferramentas práticas e lúdicas pautadas no conhecimento


pedagógico e, sobretudo, bíblico.

Nosso objetivo é conscientizar as crianças da nossa igreja e capacitar os


líderes do departamento infantil para ensiná-las a se protegerem.

Para que essa capacitação ocorra precisaremos sempre estarmos juntos,


trocando experiência e conhecimento.

É preciso, também, levarmos ao conhecimento dos pais nossa proposta e


mostrarmos de maneira prática o que queremos ensinar as crianças. Sem
esconder absolutamente nada deles.

Usaremos vários recursos para alcançar nossas crianças: dinâmicas,


matérias em EVA, fantoches, música e leitura de livros.

Nossa ideia é colocar em prática esse projeto em outubro de 2022,


comemorando o mês da criança. As lições serão apresentadas aos domingos
à noite, culto com maior número de crianças, podendo assim ser dada uma
melhor continuidade e gerar expectativa em nossos pequenos.

Berçário
0 a 2 anos
Pode parecer estranho oferecer educação sexual às crianças do berçário.
Essa estranheza ocorre porque confundimos sexo com sexualidade.

A educação sexual vai muito além de explicar o que é sexo. O grande


intuito é fazer com que a criança ame seu corpo da maneiro que Deus criou e
aprenda a cuidar e protegê-lo.

Sexualidade é um privilégio exclusivo do ser humano. Deus nos fez


únicos. É a energia que nos leva a busca de prazer em todas as áreas da
vida, seja profissional, amorosa, familiar, espiritual, etc. É ela que nos
motiva a encontrar o amor, a realizar os nossos sonhos, a desejar ter
amigos, a acordar todos os dias para trabalhar, a brincar com nossos filhos
e muitas outras coisas.

Ela não pode ser separada de nenhum outro aspecto da nossa vida, pois ela
esta ligada ao modo como pensamos, sentimos, agimos e interagimos.

Agora podemos concluir: Todo ser humano tem sexualidade, embora nem
todos façam sexo. Ou seja, uma pessoa pode, sim, desenvolver a sua
sexualidade sem necessariamente praticar nada relacionado ao ato sexual. É
isso que acontece com as CRIANÇAS!

Assim, a maneira como trocamos a fralda de uma criança, como nos


referimos as suas excretas e como a tocamos pode sim interferir na sua
sexualidade.

Nessa etapa do berçário podemos trabalhar músicas, como ex. Minhoco e


Minhoca.

Devemos ensinar a respeitar o corpo dos amigos.

Podemos fazer cartazes com atitudes positivas e negativas de crianças


em forma de gravuras, como crianças brincando, batendo, fazendo carinho e
mordendo, por exemplo.

Material para uso:

- meias grandes e coloridas

- olhinhos de plástico
- luva

- material impresso para os cartazes

- cartolinas ( preta e branca)

3 a 5 anos
Nessa fase podemos usar livros, como ex. Kiko e a mão; e Pipo e Fifi. Para
tornar mais interessante seria bom criarmos os bonecos.

Músicas: Minhoco e minhoca e a música da mão. Essas duas músicas


tratam do respeito ao corpo do outro e também ensinam o nome correto das
partes íntimas. Outro aspecto bastante importante abordado na música da
mão é o conceito de rede de proteção.

A dinâmica do contorno do corpo já pode ser trabalhada explorando


vários aspectos. Sempre lembrando as crianças que nossa origem vem do
Senhor e que Ele nos criou com todo amor, por isso precisamos nos amar e
amar nosso próximo.

• Opção 1:

• Peça a criança para deitar no papel

• Faça o contorno do corpo dela com uma caneta de hidrocor de ponta


grossa (uma criança pode ajudar)

• Em seguida, peça para cada criança desenhar uma parte do corpo

• Se a criança apresentar alguma resistência para desenhar as partes


íntimas, pergunte o porquê, mas sem pressioná-la

• À medida que cada parte do corpo for sendo desenhada, podemos ir


conversando sobre a função e a importância de cada uma delas, quem
pode tocar nessas partes e como devem ser tocadas

• Após concluir o desenho do corpo, vocês podem confeccionar roupas


para o desenho (pode utilizar cartolina, papel crepom, A4, etc.).

• Usem a criatividade e imaginação

• Opção 2:

• Depois de feito o contorno do corpo da criança, escreva em uma folha


separada o nome das partes do corpo que serão desenhadas, recorte
os nomes e coloque em um pote

• Faça um sorteio, no qual cada participante tire um nome de cada vez e


desenhe no contorno a parte do corpo que tirou.

Pontos que podem ser trabalhados nessa dinâmica:

• A importância de cada parte do corpo


• Quebrar a vergonha de falar sobre partes íntimas

• Apresentar como proteger as partes íntimas

• Apresentar a criança o quanto todo o seu corpo é especial e como


Deus pensou em cada detalhe

• Ao confeccionar e colar as roupas no desenho, explique porque as


partes íntimas são protegidas com roupas especiais (calcinha e cueca)

• Apresente os conceitos de intimidade, privacidade e consentimento

• Aponte quais pessoas podem tocar no corpo das crianças e em que


circunstâncias podem tocá-la

Dicas Importantes:

• Não faça da dinâmica uma aula sobre o corpo ou anatomia. Seja leve,
descontraído e divertido

• Dê espaço para a criança se expressar por palavras, por meio de cada


desenho. A fala da criança é um fator importante na dinâmica

• Não interrompa ou corrija a criança por ter feito algum desenho ou


corte “da forma errada”. Após a criança terminar cada parte você
pode dar sugestões

• Ouça atentamente a criança e dialogue com ela, sempre num tom de


brincadeira

• Se surgir algo mais sério durante a dinâmica (ex. a criança disser que
não gosta de tal parte do seu corpo ou que fulano toca em suas partes
íntimas) não reaja negativamente ou com espanto. Aproveite esse
momento para uma escuta ativa, acolhimento e instrução.

• Depois chame a criança para continuar a conversa de forma privada

Outra dinâmica que já pode ser aplicada para essa idade é a do toque bom
e toque ruim com cartaz mostrando as regras de proteção. Para que haja
maior interação o uso das plaquinhas é bastante oportuno.

Podemos também usar os bonequinhos para ensinar o nome das partes


íntimas, como também para as crianças colocarem um sinal de proibido nas
partes do corpo que não podem ser tocadas por qualquer pessoa.
Material para uso:

- palito de churrasco para fazer o Kiko, Pipo e Fifi

- luva de tecido colorida para fazer a mão

- docinho de brinquedo (ver história)

- meias (Minhoco e Minhoca) e olhinhos de plástico

- luva de hospital (música da mão)

- material impresso para a música da mão

- folha grande para a dinâmica do contorno

- plaquinhas com palito de picolé ou churrasco para a dinâmica do toque bom


e ruim

- bonequinho e bonequinha em EVA para as crianças colocarem sinalização


6 a 8 anos
Nessa fase as crianças já têm uma percepção bem mais clara entre as
diferenças entre meninos e meninas. Já percebem que o comportamento é
diferente, os gostos, maneira de vestir-se. Por esses motivos podemos ser
mais claros quanto às diferenças físicas.

As dinâmicas aplicadas na sala de 3 a 5 anos podem ser aplicadas nessa


sala também.

Porém, precisamos estar preparados para perguntas mais complexas.


Podem surgir perguntas sobre o nascimento, como foram parar na barriga,
menstruação, ereção... Por isso devemos buscar conhecimento para saber
responder essas questões.

Uma dinâmica muito importante para essa faixa etária é a do desenho.


Criamos na sala um momento bem tranquilo e especial (podemos usar uma
música bem relaxante). Iniciamos falando da importância de cada um deles
para Deus, que Deus sonhou com a vida deles e então começamos a falar do
corpo físico. Nesse momento podemos falar de alguma parte do corpo, como
por exemplo, olhos (pedimos para fecharem, depois abrirem).

Em seguida, pedimos para cada um se isolar e fazer um desenho que


represente um momento feliz e depois um momento triste. Se a criança
disser que não tem momento triste, respeitamos.

Como leitura, alguns livros com histórias mais complexas já podem ser
usados. Como exemplo, o Tênis e a sandália; Fique ligado!; e A cheirosinha e
o cheirosão.

No livro A cheirosinha e o cheirosão podemos aproveitar a abordagem do


livro sobre higiene e tratar também da educação ao usarmos os banheiros.

É imprescindível fazer a leitura prévia do material, usar entonação


durante a história e usar algum material visual. Esses livros citados trazem
muito conteúdo para ser trabalhado durante a leitura. É mais atrativo para
a criança levarmos um material elaborado para efetuarem as atividades, de
preferência colorido, parecido com os modelos dos livros.

Outro tema bastante importante que também podemos abordar com as


crianças dessa sala por elas normalmente já terem bastante contato com
internet e redes sociais é sobre o cuidados que elas devem ter com vídeos,
fotos e exposição em redes sociais.
Material para uso:

- folha grande para a dinâmica do contorno

- plaquinhas com palito de picolé ou churrasco para a dinâmica do toque bom


e ruim

- bonequinho e bonequinha em EVA para as crianças colocarem sinalização

- criar os bonequinhos das histórias, em papel ou EVA.

9 a 12 anos
Aqui muitas crianças já podem ter bastante conhecimento e outras não
saberem absolutamente nada, então precisamos ser bem cuidadosos com
nosso vocabulário e estarmos prontos para perguntas mais complexas e fora
do propósito bíblico, como homossexualidade, por exemplo.

Indicamos três leituras para essa faixa etária: Menino e menina; Quando
a gente cresce; e Misturinha.

Essas leituras também acompanham atividades que eles podem fazer, são
atividades de listar, responder o que aprendeu e encontrar palavras.

Se percebermos no primeiro momento que as crianças desse grupo não


apresentaram interesse pelas atividades escritas, sugerimos abrir espaço
para uma roda de conversa.

Nessa fase já podemos fazer a dinâmica sobre abuso sexual, sempre de


forma divertida, para que as crianças não se assustem. A nossa intenção é
deixá-las seguras e não assustadas.

Outros temas que já devem ser abordados nessa faixa etária:


menstruação (o que é e como lidar com essa mudança), higiene íntima (como
usar banheiros coletivos de modo educado, novos odores nessa idade e o que
fazer), tipos de parto, danças com cunho sexual e posts na internet. Nessa
idade já podemos falar com clareza sobre esses assuntos.

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