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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE ANGICOS
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

GUSTAVO DOUGLAS BEZERRA SILVA

PLANO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO PARA A ESCOLA


MUNICIPAL SEBASTIANA ALVES NÔGA LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE
CERRO CORÁ-RN

ANGICOS-RN
2022
GUSTAVO DOUGLAS BEZERRA SILVA

PLANO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO PARA A ESCOLA


MUNICIPAL SEBASTIANA ALVES NÔGA LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE
CERRO CORÁ-RN

Trabalho Final de Graduação apresentado a


Universidade Federal Rural do Semi-Árido
como requisito para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Arthur Dantas Gomes de Araújo,


Profº. Dr.

ANGICOS-RN
2022
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responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis
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sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

S586p Silva, Gustavo Douglas Bezerra.


Plano de prevenção e combate a incêndio para a
Escola Municipal Sebastiana Alves Nôga localizada
no município de Cerro Corá-RN / Gustavo Douglas
Bezerra Silva. - 2022.
65 f. : il.

Orientador: Arthur Dantas Gomes de Araújo.


Monografia (graduação) - Universidade Federal
Rural do Semi-árido, Curso de Engenharia Civil,
2022.

1. Ocorrências. 2. Sistemas de prevenção. 3.


Fogo. 4. Instruções Técnicas. 5. Edificação. I.
Araújo, Arthur Dantas Gomes de, orient. II.
Título.

Ficha catalográfica elaborada por sistema gerador automáto em conformidade


com AACR2 e os dados fornecidos pelo) autor(a).
Biblioteca Campus Angicos
Bibliotecário: Helder Romero Maia Duarte
CRB: 15/673

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto
de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas
da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação
e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de
Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
GUSTAVO DOUGLAS BEZERRA SILVA

PLANO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO PARA A ESCOLA


MUNICIPAL SEBASTIANA ALVES NÔGA LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE
CERRO CORÁ-RN

Trabalho Final de Graduação apresentado a


Universidade Federal Rural do Semi-Árido
como requisito para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil.

Defendida em: 15 / 06 / 2022.


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe, meus avós,


minha noiva e em especial ao meu filho Ravi
Vicente. Amo muito todos vocês.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, pelo dom da vida, pela saúde, por toda força e coragem
concebidas a mim durante toda essa jornada.
A minha mãe, Maria Aparecida Bezerra, que sempre está comigo em todos os
momentos, que me apoiou do início ao fim de toda graduação. Muito obrigado por tudo, essa
conquista também é sua.
Aos meus avós, Raimundo Vicente (in memoriam) e Hilda Cesário. Sou grato por todo
o apoio que sempre me deram e todo amor que sempre tiveram por mim, obrigado por sempre
estarem presentes em minha vida.
A minha noiva, Isadora Shirlayne, que sempre me apoiou nos momentos mais difíceis,
agradeço por todo amor, compreensão, paciência e incentivo prestados a mim. Obrigado por
compartilhar dos meus sonhos, ainda vamos conquistar muitas coisas juntos.
A todos os familiares que de certa forma contribuíram para que esse sonho se
concretizasse.
Aos meus amigos, Fernando Lucas e João Pedro, a qual dividiram toda essa jornada
junto comigo, uma amizade que se tornou irmandade. Sou muito grato a vocês por toda ajuda,
conhecimento e companheirismo durante todo esse tempo.
Aos meus colegas de graduação, que dividiram o peso do curso comigo e fizeram dessa
caminhada mais leve, onde formei amizade que levarei para toda vida.
A professora, Andreia Saraiva, por todo ensinamento repassado durante a graduação e
por ter começado esse trabalho junto comigo, sendo peça fundamental para sua realização.
Ao meu orientador, Arthur Dantas, por ter concordado em me auxiliar na realização
deste trabalho e por todos ensinamentos repassados durante esse período, meu muito obrigado.
A UFERSA e todos os seus colaboradores, por todo auxílio prestado durante a
graduação.
RESUMO

Os sistemas de prevenção e combate a incêndio e pânico são considerados um dos


principais componentes para prevenir e controlar a ocorrência de um sinistro. Avaliar a
necessidade da implantação desses sistemas em escolas é de suma importância, tendo em vista
a carência que essas edificações ainda possuem quanto a proteção contra incêndio. Diante disso,
o presente trabalho objetivou a elaboração de um Plano de Prevenção e Combate a Incêndio
(PPCI) para a Escola Municipal Sebastiana Alves Nôga, localizada no município de Cerro
Corá/RN. O trabalho se deu por meio de uma análise criteriosa na literatura pertinente em leis,
normas, decretos, regulamentações e instruções técnicas do Corpo de Bombeiros Militar do Rio
Grande do Norte (CBMRN). Foi realizada a descrição da edificação com a verificação da sua
situação atual e procedeu-se com a elaboração do projeto. Foram aplicadas todas as normas,
leis e instruções técnicas necessárias para a concepção do PPCI, conforme recomendação do
CBMRN, resultando na classificação da edificação e elaboração das propostas. Ao final da
análise de documentos, caracterização e levantamento das informações sobre a edificação, foi
obtido o PPCI contendo as medidas de segurança e combate a incêndio: saídas de emergência,
extintores de incêndios, iluminação de emergência, sinalização de emergência, brigada de
incêndio, hidrantes, conjunto elevatório e reservatório para atender a reserva técnica de incêndio
necessária para o funcionamento e abastecimento dos hidrantes no caso da ocorrência de um
sinistro. Os resultados apresentados enfatizam a necessidade de medidas protetivas de combate
a incêndio, garantindo assim a segurança do público que frequenta o local.

Palavras-chave: Edificação. Fogo. Instruções Técnicas. Ocorrências. Sistemas de Prevenção.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Triângulo e tetraedro do fogo............................................................................15


Figura 2 – Curva de evolução do incêndio celulósico........................................................19
Figura 3 – Antiga Fachada da Escola Municipal................................................................27
Figura 4 – Fachada da Escola Municipal após a reforma...................................................28
Figura 5 – Localização da cidade de Cerro Corá/RN no mapa do estado...........................28
Figura 6 – Locação da edificação.......................................................................................29
Figura 7 – Detalhamento de iluminação de emergência.....................................................43
Figura 8 – Detalhamento isométrico do sistema hidrantes.................................................51
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Normas relacionadas a prevenção de incêndio..................................................21


Quadro 2 – Instruções técnicas normativas.........................................................................23
Quadro 3 – Ocorrências registradas de incêndios entre os anos de 2017 a 2021..................25
Quadro 4 – Áreas das edificações........................................................................................32
Quadro 5 – Classificação das edificações e áreas de risco quanto a ocupação.....................34
Quadro 6 – Classificação das edificações quanto a altura...................................................34

Quadro 7 – Classificações das edificações e áreas de riscos quanto à carga de incêndio.....35


Quadro 8 – Exigências para edificações existentes.............................................................35
Quadro 9 – Verificação das exigências básicas...................................................................36
Quadro 10 – Dados para dimensionamento das saídas de emergência...................................38
Quadro 11 – Cálculo da população........................................................................................39
Quadro 12 – Dimensionamento de rampas............................................................................40
Quadro 13 – Distância máxima de caminhamento................................................................41
Quadro 14 – Capacidade extintora e distribuição para o risco classe A.................................41
Quadro 15 – Capacidade extintora e distribuição para o risco classe B..................................41
Quadro 16 – Composição da brigada de incêndio por pavimento ou compartimento............44
Quadro 17 – Proposta de sinalizações básicas.......................................................................46
Quadro 18 – Aplicabilidade dos tipos de sistemas e volume de reserva de incêndio mínima.48
Quadro 19 – Tipos de sistemas de proteção por hidrantes ou mangotinhos...........................49
Quadro 20 – Fator “C” de Hazen-Williams...........................................................................50
Quadro 21 – Peças usadas no dimensionamento...................................................................53
Quadro 22 – Dimensionamento dos hidrantes.......................................................................54
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


CAU Conselho de Arquitetura e Urbanismo
CBMRN Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte
CESIP Código Estadual de Segurança Contra Incêndio e Pênico
CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
CTP Centro de Produções Técnicas
DN Diâmetro Nominal
FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento e Educação
IFSTA International Fire Service Training Association
GMG Grupo Moto Gerador
ISB Instituto Sprinkler Brasil
IT Instrução Técnica
NBR Norma Brasileira
NFPA National Fire Protection Association
NR Norma Regulamentadora
OMS Organização Mundial da Saúde
PPCI Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 13

2.1 Objetivo geral .................................................................................................................... 13

2.2 Objetivos específicos ......................................................................................................... 13

3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 14

3.1 O fogo ................................................................................................................................. 14

3.2 Formas de propagação do fogo........................................................................................ 15

3.3 Métodos de extinção do fogo ............................................................................................ 15

3.4 Incêndio ............................................................................................................................. 16

3.4.1 Conceitos de incêndio...................................................................................................... 16

3.4.2 Principais causas de incêndio .......................................................................................... 16

3.4.3 Fatores que influenciam o incêndio ................................................................................. 17

3.4.4 Classes de incêndio .......................................................................................................... 18

3.4.5 Medidas de segurança contra incêndio ............................................................................ 19

3.4.6 Proteção passiva .............................................................................................................. 19

3.4.7 Proteção ativa .................................................................................................................. 20

3.5 Normas e legislações sobre incêndios .............................................................................. 20

3.6 Segurança contra incêndios nas escolas ......................................................................... 23

3.7 Projeto de Proteção Contra Incêndio - PPCI ................................................................. 25

4 METODOLOGIA................................................................................................................ 27

4.1 Descrição do Estudo ......................................................................................................... 27

4.2 Descrição do Local ............................................................................................................ 27

4.3 Pesquisa Bibliográfica ...................................................................................................... 29

4.4 Coleta de Dados ................................................................................................................ 29

4.5 Normas e instruções técnicas ........................................................................................... 30


4.6 Análise dos dados .............................................................................................................. 31

5 RESULTADOS .................................................................................................................... 32

5.1 Cálculo da área das edificações ....................................................................................... 32

5.2 Cálculo da altura das edificações .................................................................................... 33

5.3 Classificação das edificações ............................................................................................ 33

5.4 Classificação quanto a ocupação ..................................................................................... 33

5.4.1 Classificação quanto a altura ........................................................................................... 34

5.4.2 Classificação quanto a carga de incêndio ........................................................................ 34

5.5 Determinação das medidas de segurança necessárias ................................................... 35

5.6 Projeto de proteção contra incêndio – detalhamento das propostas de adaptação .... 37

5.6.1 Saídas de emergência....................................................................................................... 37

5.6.2 Detalhamento das propostas de extintores de incêndio ................................................... 40

5.6.3 Detalhamento para proposta de iluminação de emergência ............................................ 42

5.6.4 Proposta de Brigada de Incêndio ..................................................................................... 43

5.6.5 Sistema de alarme de incêndio ........................................................................................ 44

5.6.6 Sinalização de emergência............................................................................................... 45

5.6.7 Hidrantes .......................................................................................................................... 47

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 56

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 57
11

1 INTRODUÇÃO

A prevenção e combate a incêndio destaca-se como sendo uma das medidas mais
importantes para controlar e prevenir acidentes e grandes tragédias provocadas pelo fogo.
Diante disso, tal assunto é de suma importância para contribuir com a redução dos sinistros,
preservar o patrimônio e a integridade física de seus ocupantes (SCHMIDT, 2017).
No Brasil, são vários os relatos de incêndios que atingiram grandes proporções e que
ganharam repercussão mundial. Na década de 70, a cidade de São Paulo foi palco de duas
grandes tragédias que ficaram marcadas na história do país: em 1972, o incêndio do edifício
Andraus, com 16 vítimas fatais e cerca de 336 feridos; em 1974, o incêndio do edifício Joelma,
resultou na morte de 169 pessoas deixando cerca de 320 feridos (FERNANDES, 2020). As
falhas encontradas que contribuíram para a ocorrência dos sinistros, provocaram um alerta na
opinião pública a respeito dos sistemas de prevenção e combate a incêndio.
O ano de 2013 ficou marcado por um dos maiores incêndios ocorridos no Brasil, o caso
da Boate Kiss, localizada na cidade de Santa Maria/RS, resultou na morte de 242 pessoas e
deixou cerca de 680 feridos. Esse desastre ganhou repercussão internacional e contribuiu para
diversas mudanças nas normas e legislações do país (VILELA, 2021).
Nas edificações escolares não se tem estatísticas oficiais sobre ocorrência de incêndios.
Entretanto, é de conhecimento público, diversos acontecimentos que causaram grandes perdas
humanas e materiais. De acordo com o Instituto Sprinkler Brasil – ISB, que monitora
diariamente notícias sobre “incêndios estruturais” no Brasil, em estabelecimentos educacionais
ocorreram 585 registros de incêndios, entre os anos 2012 a 2021 (INSTITUTO SPRINKLER
BRASIL, 2022).
De acordo com Silva (2020), buscar o equilíbrio entre qualidade, conforto e segurança
é de fundamental importância para o funcionamento de qualquer edificação, não pensando
apenas em sua estrutura, mas, também, nos mecanismos de defesas visando prevenir ações
perigosas como a de um incêndio, que pode ocasionar perdas humanas e patrimoniais.
Dessa forma, é importante analisar a problemática das escolas do Brasil, que muitas
vezes não estão preparadas para casos de sinistro, muitas delas são antigas e não possuem
infraestrutura adequada, sem conformidades com as normas vigentes, além da existência de
falhas em manutenção das instalações e falta de preparo dos seus ocupantes para lidar com o
risco (MARINHO, 2021).
Em decorrência dos danos que um incêndio pode provocar, viu-se a necessidade de criar
medidas de prevenção e combate ao fogo, por meio de incremento de novos equipamentos e
12

técnicas, assim como, criação de novas normas e legislações, que são atualizadas
frequentemente. Essas legislações variam de acordo com cada estado brasileiro, sendo
compostas principalmente por Normas Técnicas, Leis, Portarias e resoluções do corpo de
bombeiros, servindo como itens obrigatórios e que devem ser seguidos na elaboração dos
projetos de prevenção e combate a incêndio. Essa documentação apresenta detalhadamente os
equipamentos necessários para cada tipo de construção, o que deve ser feito no momento da
ocorrência do sinistro, assim como todas as observações e cuidados que precisam ser tomados
na elaboração do projeto (SCHMMIDT, 2017).
A lei federal nº 13.425, de 30 de março de 2017, estabelece as diretrizes gerais
sobre medidas de prevenção e combate a incêndio e desastres em estabelecimentos,
edificações e áreas de reunião de público. De acordo com a referida lei, passou a ser de
exigência federal o Projeto de Combate a Incêndio. No mesmo ano, em 07 de agosto, foi
instituído no Rio Grande do Norte a Lei Complementar nº 601 do Código Estadual de Segurança
Contra Incêndio e Pânico (CESIP), e no ano seguinte o Corpo de Bombeiros Militar do Rio
Grande do Norte (CBMRN) publicou 44 instruções técnicas relacionadas à lei complementar.
Diante das informações apresentadas, este trabalho aborda a análise de uma edificação
Escolar, localizada no município de Cerro Corá/RN, para elaboração de um Plano de Prevenção
e Combate a Incêndio. Identificando os possíveis riscos em que a edificação possa estar exposta
e propondo medidas de segurança contra incêndio baseadas nas Normas e Instruções Técnicas
do CBMRN.
13

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo na Escola Municipal


Sebastiana Alves Nôga situada na cidade de Cerro Corá/RN, visando a elaboração de um Plano
de Prevenção e Combate a Incêndio – PPCI, baseado nas normas e regulamentações vigentes.

2.2 Objetivos específicos

 Analisar o projeto arquitetônico;


 Identificar os possíveis riscos e/ou falhas nos quais a edificação possa estar
exposta;
 Propor medidas de segurança e combate a incêndio;
 Propor, na sua ausência, um Plano de Proteção e Combate a Incêndio.
14

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 O fogo

No contexto histórico da civilização, é notório a grande parcela de contribuição que o


fogo possui para os avanços da humanidade. Por outro lado, torna-se destaque como sendo
responsável por diversos desastres humanos e patrimoniais ocorridos na história (PEREIRA,
2020).
A NBR 13860/1997 define fogo como sendo um processo de combustão caracterizado
pela emissão de luz e calor. Para Brentano (2007), o fogo pode ser definido como uma reação
química denominada combustão, que é uma oxidação rápida entre o material combustível,
sólido, líquido ou gasoso, e o oxigênio do ar, provocada por uma fonte de calor que gera luz e
calor.
Para que haja fogo é necessário a ocorrência simultânea dos seguintes elementos:
combustível, comburente, calor e reação em cadeia. O quarto elemento é responsável pela
formação do quadrado ou tetraedro do fogo, substituindo o antigo triângulo do fogo, tendo em
vista que a reação em cadeia passa a ser considerada no momento em que a ocorrência foge do
controle (Figura 1).

Figura 1: Triângulo e tetraedro do fogo.

Fonte: Manual de prevenção e combate a incêndio (2005).

O combustível é todo material que queima, seja sólido, líquido ou gasoso, os sólidos e
líquidos transformam-se primeiramente em gás pelo calor e depois inflamam. O comburente é
o elemento responsável por ativar e conservar a combustão, sendo combinado com os gases ou
vapores inflamáveis dos combustíveis, formando uma mistura inflamável. O calor é uma forma
de energia, sendo responsável por iniciar, manter e incentivar a propagação do fogo; a reação
15

em cadeia e transferência de calor de uma molécula do material em combustão para outra


molécula intacta, que ao ser aquecida entra em combustão, esse processo vai se repetindo até
que todo material esteja em combustão (BRENTANO, 2007).

3.2 Formas de propagação do fogo

De acordo com Flores et al. (2016), para que ocorra a transferência de calor entre objetos
de maior para os de menor temperatura, e assim se atinja o equilíbrio térmico, é necessário que
o mais frio dos objetos absorva calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do
outro. Essa transferência pode ocorrer por meio dos seguintes processos:
 Condução: a transferência de calor acontece através do contato direto entre um corpo
e outro, o calor é transmitido de molécula a molécula de um corpo continuo, por um
material condutor que por toda sua dimensão pode aquecer.
 Convecção: ocorre entre uma superfície sólida e um liquido ou um gás, que estão
em movimento, ou seja, ocorre pelo movimento ascendente das massas de fluido.
Caso não haja movimento do fluido, a transferência acontece unicamente por
condução. Quanto mais rápido for o movimento do fluido, maior será a transferência
de calor.
 Irradiação: Ocorre quando o calor é transmitido por ondas de energia que se
deslocam através do espaço.

3.3 Métodos de extinção do fogo

Como foi visto anteriormente, a condição essencial para o surgimento do fogo é a união
dos elementos combustível, comburente, calor e reação em cadeia. Diante disso, Flores et al.
(2016) reforça que sua extinção ou controle se dá quando se elimina um ou mais elementos que
compõem o fogo (tetraedro de fogo), ou seja, é necessário que um dos lados do tetraedro seja
quebrado. Ainda segundo o autor, essa quebra pode ser feita através dos seguintes métodos:
 Resfriamento: consiste em retirar ou diminuir a temperatura do combustível que está
sendo queimado, reduzindo o calor e consequentemente a liberação dos gases
inflamáveis. É o método de combate a incêndio mais utilizado.
16

 Abafamento: consiste na retirada do fornecimento do comburente da reação, esse


processo vai evitar que o oxigênio no ar se misture com os gases gerados pelo
combustível e forme uma mistura inflamável.
 Isolamento: consiste na retirada do material combustível que ainda não queimou ou
mesmo sua separação do combustível que ainda queima. Assim a combustão será
encerrada por falta do que consumir.
 Quebra da reação química em cadeia: consiste na interrupção da reação em cadeia,
inserindo substâncias que inibem a capacidade reativa do comburente com o
combustível. Isso é feito através da utilização de sustâncias que, ao sofrerem a ação
do calor, vai reagir sobre a área das chamas interrompendo a “reação em cadeia”,
realizando uma extinção química das chamas.

3.4 Incêndio

3.4.1 Conceitos de incêndio

A NBR 13860 (ABNT, 1997), define incêndio como sendo o fogo fora de controle. A
ISO 8421-1, afirma que o incêndio é a combustão rápida disseminando-se de forma
descontrolada no tempo e no espaço. Dessa forma, de acordo com Seito et al. (2008), as
definições apresentadas anteriormente deixam explicito que o incêndio não é medido pelo
tamanho do fogo.
Já de acordo com a Instrução Técnica nº 03/2018 do CBMRN, que aborda a
terminologia de segurança contra incêndio, define o incêndio como sendo fogo sem controle,
intenso, o qual causa danos e prejuízos à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio.

3.4.2 Principais causas de incêndio

Um incêndio pode ser ocasionado por diversos motivos, geralmente, são causados por
conta de comportamentos perigosos, assim como por falta de planejamento, falta de
conhecimento dos requisitos técnicos na execução de determinada atividade ou por descuidos
na manutenção do sistema no geral (PEREIRA, 2020).
De maneira geral, as causas de incêndio podem ser classificadas em três Grupos
(FERIGOLO, 1977):
17

 Causas humanas: São aquelas que estão diretamente ligadas a ação do homem;
 Causas naturais: São aquelas causadas pelos fenômenos naturais, ou seja, não
dependem da vontade do homem;
 Causas acidentais: São aquelas variáveis que ocorrem devido as falhas ocasionais;

3.4.3 Fatores que influenciam o incêndio

De acordo com Seito et al. (2008), é impossível existir dois incêndios iguais, pois são
diversos os fatores que auxiliam para o seu início e desenvolvimento, dentre os quais destacam-
se: forma geométrica e dimensões do local e a distribuição dos materiais combustíveis nesse
espaço, superfície especifica dos materiais combustíveis envolvidos, quantidade do material
combustível incorporado ou temporário, características de queima dos materiais envolvidos,
local em que o incêndio foi iniciado no ambiente, condições climáticas (temperatura e umidade
relativa), aberturas de ventilação do ambiente, abertura entre ambientes para propagação do
incêndio, projeto arquitetônico do ambiente e/ou edifício, medidas existentes de prevenção de
incêndio e medidas de proteção contra incêndio instaladas.
Ainda segundo o autor, um incêndio geralmente tem seu início bem pequeno, seu
crescimento vai depender do primeiro item ignizado, das características do comportamento ao
fogo dos materiais que estão próximo a este item e da sua distribuição no ambiente.
A Figura 2 mostra a evolução do incêndio celulósico na edificação, nela pode ser
observado a presença de três fases. primeiramente vem a fase de crescimento lento do incêndio,
possuindo em média de cinco a vinte minutos até a ignação, logo após vem a segunda fase,
quando a temperatura do ambiente começa a aumentar e as chamas começam a crescer, a
terceira fase é quando a temperatura do ambiente e das chamas começam a diminuir
gradativamente, após o consumo do material combustível (SEITO, et. al 2008).
18

Figura 2: Curva de evolução do incêndio celulósico.

Fonte: Seito et al. (2008).


3.4.4 Classes de incêndio

De maneira geral, os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles


envolvidos e com a situação em que os mesmos se encontram. Tal classificação é necessária
para determinar a necessidade do agente extintor adequado. A classificação apresentada a seguir
foi elaborada pela National Fire Protection Association – NFPA (Associação Nacional de
Proteção a Incêndios/EUA), vale salientar que essa classificação também é adotada pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas/BR – ABNT e Corpo de Bombeiros/BR.
 Classe A: Incêndios ocorridos em materiais fibrosos ou combustíveis sólidos,
(madeira, papel, tecido e borracha). A forma de extinção recomendada é o
resfriamento.
 Classe B: Incêndios que ocorrem em combustíveis líquidos ou gases inflamáveis
(gasolina, óleo, querosene, etc.). A extinção se dá através do abafamento ou
isolamento.
 Classe C: incêndios em materiais e equipamentos energizados (motores,
transformadores, geradores, etc.). Na extinção usar agentes extintores que não
conduzem eletricidade, ficando vedado a água e o gás carbônico.
 Classe D: Incêndios que envolvem os metais combustíveis. O melhor método de
extinção é por abafamento, com o uso de extintores de pó químico seco especial.
19

 Classe K: Incêndios envolvendo óleo vegetal e gordura animal, no estado sólido ou


líquido. O melhor método de extinção é por abafamento (nunca se deve usar água).
 Classe E: Incêndio envolvendo material radioativo e químico em grandes
proporções, sendo necessário equipamentos e equipes treinadas.

3.4.5 Medidas de segurança contra incêndio

De acordo com Negrisolo et al. (2019), para se extinguir ou conter incêndios e


possibilitar o escape de pessoas é necessário dispor de medidas de segurança contra incêndio.
Brentano (2007), destaca as proteções passiva e ativa como sendo os dois aspectos que devem
ser levados em consideração para segurança de uma instalação. Ambas além de servir de
suporte no combate a incêndio, atuam em conjunto para salvar vidas e proteger o patrimônio.

3.4.6 Proteção passiva

Segundo a NBR 14432 (ABNT,2001), a proteção passiva é todo conjunto de formas de


proteção que faz parte do sistema construtivo da edificação e que reage de forma passiva ao
desenvolvimento do incêndio, buscando evitar o crescimento e propagação do mesmo, garantir
a resistência ao fogo, facilitar a saída dos usuários e a entrada no edifício para as ações de
combate a incêndio. São exemplos de proteção passiva:
 Afastamento entre edificações;
 Segurança estrutural das edificações;
 Compartimentações horizontais e verticais;
 Saídas de emergência;
 Sistema de controle e detecção da fumaça de incêndio;
 Sistema de detecção de calor;
 Instalação de sistema DRR-disjuntor referencial residual;
 Controle dos materiais de revestimento e acabamento;
 Controle das possíveis fontes de incêndio;
 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas;
 Central de gás;
20

 Acesso de viaturas do corpo de bombeiros junto à edificação;


 Brigada de incêndio.
As medidas de proteção passiva, de acordo com Negrisolo et al. (2019), possuem uma
menor chance de apresentar falhas, e necessitam de pouca ou nenhuma manutenção, porem
quando ausentes ou dimensionadas de maneira incorreta possuem maior dificuldade de ajustes.

3.4.7 Proteção ativa

Segundo a NBR 14432 (ABNT,2001), a proteção ativa são os tipos de proteção que
precisam ser ativadas manualmente ou automaticamente em resposta ao fogo, composta
basicamente das instalações prediais de proteção contra incêndio. Podem-se citar como
exemplo:
 Sistemas de detecção e de alarme de incêndio;
 Sistema de sinalização de emergência;
 Sistema de iluminação de emergência;
 Sistema de extintores de incêndio;
 Sistema de hidrantes ou de mangotinhos;
 Sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”);
 Sistema de espuma mecânica para combate em alguns tipos de riscos;
 Sistema fixo de gases limpos ou CO2 para combate a incêndios em alguns tipos de
riscos.

3.5 Normas e legislações sobre incêndios

Por muitos anos a legislação brasileira não dava devida atenção no que diz respeito a
segurança contra incêndio. O referido assunto só começou a se tornar relevante após duas
grandes tragédias nacionais: os incêndios nos edifícios Andraus (no ano de 1972 com dezesseis
mortos) e Joelma (em 1974 com cento e oitenta e nove mortos), ambos na cidade de São Paulo.
Essas tragédias evidenciaram as consequências da ausência de segurança contra incêndio nos
projetos arquitetônicos (SEITO et al., 2008).
Após essas e outras diversas tragédias, viu-se a necessidade da criação de normas e
regulamentações brasileiras sobre o assunto, que foram sendo revisadas e atualizadas até chegar
21

nas que estão sendo utilizadas na atualidade, buscando uma padronização contra incêndios no
país. O Quadro 1 apresenta algumas dessas normatizações:

Quadro 1: Normas relacionadas a prevenção de incêndio.

Instituição Normas
NBR 5410 - Sistema Elétrico

NBR 5419 - Proteção Contra Descargas Elétricas Atmosféricas

NBR 9077 - Saídas de Emergência em Edificações

NBR 9441 - Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio

NBR 10897 - Proteção contra Incêndio por Chuveiro Automático

NBR 10898 - Sistemas de Iluminação de Emergência

NBR 11742 - Porta Corta-fogo para Saída de Emergência

NBR 12615 - Sistema de Combate a Incêndio por Espuma

NBR 12692 - Inspeção, Manutenção e Recarga em Extintores de Incêndio

NBR 12693 - Sistemas de Proteção por Extintores de Incêndio


ABNT NBR 13434 - Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico - Formas,
Dimensões e cores
NBR 13435 - Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico

NBR 13437 - Símbolos Gráficos para Sinalização contra Incêndio e Pânico

NBR 13523 - Instalações Prediais de Gás Liquefeito de Petróleo

NBR 13714 - Instalação Hidráulica Contra Incêndio, sob comando


NBR 13714 - Instalações Hidráulicas contra Incêndio, sob comando, por Hidrantes
e Mangotinhos
NBR 13932 - Instalações Internas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) - Projeto e
Execução
NBR 14039 - Instalações Elétricas de Alta Tensão

NBR 14276 - Programa de brigada de incêndio

NBR 14349 - União para mangueira de incêndio - Requisitos e métodos de ensaio

MTE NR 23 - Proteção Contra Incêndio para Locais de Trabalho


Fonte: Autoria própria (2022).

Um grande exemplo de progresso a nível nacional que pode ser destacado, foi a criação
da Lei Federal nº 13.425, de 30 de março de 2017, conhecida como Lei Boate Kiss (seu nome
faz referência à tragédia que aconteceu no ano de 2013 na cidade de Santa Maria, Rio Grande
do Sul), a mesma foi criada com o objetivo de tornar mais rígidas as exigências sobre segurança,
prevenção e proteção contra incêndios em estabelecimentos de reunião de público.
22

A nível estadual, o corpo de bombeiros de cada estado fica responsável pela elaboração
de leis complementares, portarias e instruções técnicas que exponham sobre os dispositivos
legais tratados de forma ampla pela lei federal (GOMES, 2014, p. 28).
O estado do Rio Grande do Norte só passou a ter uma atualização expressiva do Código
de Segurança Contra Incêndio no ano de 2017, isso foi possível com o surgimento da Lei
complementar nº 601 de 07/08/2017, o novo Código Estadual de Segurança Contra Incêndio e
Pânico (CESIP). Porém, mesmo com essa atualização, a parte técnica de parâmetros de proteção
contra incêndio permaneceu com diversas lacunas sobre o tema, essas falhas só foram sanadas
no ano de 2018, através da publicação de 44 Instruções Técnicas (ITs) do CBMRN. (RIO
GRANDE DO NORTE, 2018).
As Instruções Técnicas do CBMRN têm por objetivo disciplinar a aplicação das
exigências técnicas e medidas de segurança de prevenção de incêndio e pânico, como ato
administrativo, nos termos da legislação em vigor. Essas Instruções Técnicas, assim como
outras informações, ficam disponíveis no sistema online do Portal de Prevenção do CBMRN.
As Instruções Técnicas que estão em vigor até o presente estudo, são as constantes no
Quadro 2.

Quadro 2: Instruções técnicas normativas.


Nº Descrição Nº Descrição
Procedimentos administrativos (3
IT 01 IT 23 Sistema de chuveiros automáticos
partes)
Conceitos básicos de segurança contra Sistema de chuveiros automáticos para áreas
IT 02 IT 24
incêndio de depósito
Terminologia de segurança contra Segurança contra incêndio para líquidos
IT 03 IT 25
incêndio combustíveis e inflamáveis (4 partes)
Símbolos gráficos para projetos
IT 04 IT 26 Sistema fixo de gases para combate a incêndio
segurança contra incêndio
IT 05 Segurança contra incêndio - Urbanística IT 27 Armazenamento em silos
Manipulação, armazenamento,
Acesso de viatura na edificação e áreas
IT 06 IT 28 comercialização e utilização de gás liquefeito
de risco
de petróleo (GLP)
Separação entre edificações (isolamento Comercialização, distribuição e utilização de
IT 07 IT 29
de risco) gás natural
Resistência ao fogo dos elementos de
IT 08 IT 30 Fogos de artifício
construção
Compartimentação horizontal e Segurança contra incêndio para heliponto e
IT 09 IT 31
compartimentação vertical heliporto
Controle de materiais de acabamento e Produtos perigosos em edificações e áreas de
IT 10 IT 32
de revestimento risco no manuseio de produtos perigosos

IT 11 Saídas de emergência IT 33 Cobertura de sapé, piaçava e similares

Centros esportivos e de exibição –


IT 12 IT 34 Hidrante urbano
requisitos de segurança contra incêndio
23

IT 13 Pressurização de escada de segurança IT 35 Túnel rodoviário


Carga de incêndio nas edificações e
IT 14 IT 36 Pátio de contêiner
áreas de risco
IT 15 Controle de fumaça (8 partes) IT 37 Subestação elétrica
Segurança contra incêndio em cozinha
IT 16 Plano de emergência contra incêndio IT 38
profissional
Estabelecimentos destinados à restrição de
IT 17 Brigada de incêndio IT 39
liberdade
Edificações históricas, museus e instituições
IT 18 Iluminação de emergência IT 40
culturais com acervos museológicos
Sistema de detecção e alarme de Inspeção visual em instalações elétricas de
IT 19 IT 41
incêndio baixa tensão
IT 20 Sinalização de emergência IT 42 Processo Técnico Simplificado (PTS)

Sistema de proteção por extintores de Adaptação às normas de segurança contra


IT 21 IT 43
incêndio incêndio – edificações existentes

Sistemas de hidrantes e de mangotinhos


IT 22 IT 44 Proteção ao meio ambiente
para combate a incêndio
Fonte: CBMRN (2018).

3.6 Segurança contra incêndios nas escolas

De acordo com o Centro de Produções Técnicas – CTP (2013), os riscos de incêndio em


uma edificação escolar, depende diretamente da quantidade de fontes possíveis de ignições e
cargas de elementos combustíveis presentes nos ambientes, além dos riscos dessa ignação
acontecer, seja acidentalmente ou através da ação humana. Quanto mais pessoas no mesmo
ambiente, maior será o risco, tendo em vista que as próprias pessoas podem contribuir com o
princípio de incêndio
Ainda de acordo com CTP (2013), as instalações de uma escola podem ser divididas em
três grandes ambientes:
 Áreas comuns: pátios, corredores e estacionamentos. Nesses locais, podem haver
acúmulo de poeiras ou outros tipos de sujeiras, falhas e descuidos em consertos ou
manutenções que utilizam matérias como solda, maçaricos, tintas e etc. capazes de
gerar uma combustão. Outro importante fator nesses ambientes é o acúmulo de
materiais que possuem grande cargas de combustão, como papel, plástico e madeira;
 Salas de aulas e ambientes didáticos como laboratórios e bibliotecas: mau uso ou
negligência no uso de aparelhos elétricos ou eletrônicos, uso de matérias de alta
combustão, em aulas ou exercícios, como produtos químicos, madeira e papel;
24

 Áreas de serviço (escritórios, cozinha, almoxarifado e depósitos): falhas e acidentes


elétricos causados por curto-circuito e sobrecargas em equipamentos, além do
agrupamento de diversos produtos inflamáveis em locais onde não possua segurança
para abriga-lo.
O instituto Sprinkler Brasil – ISB, monitora diariamente, desde o ano de 2012, as
notícias sobre incêndios estruturais ocorridos no Brasil, que poderiam ter sido contornados
através da utilização de sprinklers. De acordo com o instituto, os números apurados representam
menos do que 3% da quantidade real de ocorrências.
O ISB disponibiliza em seu site uma ferramenta denominada Mapa de Incêndios, que
possui estatísticas de incêndios noticiados pela imprensa em todo território nacional, tal
ferramenta possui o número de ocorrências que vai de janeiro de 2017 até dezembro de 2021.
No Quadro 3 pode-se observar a quantidade de ocorrências de incêndios registrados em cada
ano do período mencionado, destaca-se também que das 5.509 ocorrências, 224 foram em
ocupações do tipo Educacional e Cultural Física.

Quadro 3: Ocorrências registradas de incêndios entre os anos de 2017 a 2021.

Ano Educacional e Cultural


Ocorrência de Incêndio
Física

2017 677 43
2018 529 27
2019 882 43
2020 1.132 34
2021 2.289 77
TOTAL 5.509 224
Fonte: Instituto Sprinkler Brasil (2022).

Dentre os incêndios ocorridos em ocupação Educacional durante esse período, dois


foram registrados no Estado do Rio Grande do Norte. O primeiro aconteceu em junho de 2017
na Escola Municipal Profº. Mereci Gomes dos Santos, localizada no bairro do Alecrim, zona
leste de Natal, o sinistro foi supostamente causado por fogos de artifícios que atingiram a fiação
elétrica da escola, não houve feridos, apenas danos estruturais na edificação (Jornal Tribuna do
Norte). O segundo aconteceu em julho de 2019 no Centro Educacional Venera Dantas, no
distrito de Mangabeira em Macaíba, o sinistro atingiu o dormitório da escola, incendiando
colchões, camas e ventilador, ninguém ficou ferido (G1 RN, 2019).
25

3.7 Projeto de Proteção Contra Incêndio - PPCI


O projeto de prevenção e combate a incêndio – PPCI, trata-se da elaboração de
documentos técnicos relacionados a projetos de sistemas de proteção e prevenção com o
objetivo de proteger a vida, o patrimônio e elaborar estratégias de evacuação, conscientização
e realização de treinamentos de combate a incêndio. O PPCI pode ser elaborado por
profissionais habilitados (Engenheiros Civis e Arquitetos) e registrados no Conselho Regional
de Engenharia e Agronomia – CREA e Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU,
respectivamente. Sua aprovação e fiscalização fica por conta do Corpo de Bombeiros de cada
estado, através de vistorias e conceção de alvarás. É obrigatório para todas as edificações
existentes e para aquelas em construção ou reformas (GOMES, 2014).
De acordo com a Instrução Técnica nº 02/2018 do CBMRN, os objetivos da prevenção
de incêndio são:
 Proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de incêndio;
 Dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e ao
patrimônio;
 Proporcionar meios de controle e extinção do incêndio;
 Dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros;
 Proporcionar a continuidade dos serviços nas edificações e áreas de risco.
Ainda de acordo com a Instrução Técnica, para alcançar os objetivos citados
anteriormente é necessário:
 Controle da natureza e da quantidade dos materiais combustíveis constituintes e
contidos no edifício;
 Dimensionamento da compartimentação interna, da resistência ao fogo de seus
elementos e do distanciamento entre edifícios;
 Dimensionamento da proteção e da resistência ao fogo da estrutura do edifício;
 Dimensionamento dos sistemas de detecção e alarme de incêndio e/ou dos sistemas
de chuveiros automáticos de extinção de incêndio e/ou dos equipamentos manuais
para combate;
 Dimensionamento das rotas de escape e dos dispositivos para controle do
movimento da fumaça;
 Controle das fontes de ignição e riscos de incêndio;
 Acesso aos equipamentos de combate a incêndio;
26

 Treinamento do pessoal habilitado a combater um princípio de incêndio e coordenar


o abandono seguro da população de um edifício;
 Gerenciamento e manutenção dos sistemas de proteção contra incêndio instalado;
 Controle dos danos ao meio ambiente decorrentes de um incêndio.
27

4 METODOLOGIA

4.1 Descrição do Estudo

Este trabalho trata-se foi realizado em uma edificação pública escolar, situada no
Município de Cerro Corá/RN. Para sua realização foi utilizado uma abordagem quali-
quantitativa de caráter exploratório/descritivo, visando a elaboração de um plano de prevenção
e combate a incêndio obedecendo às normas técnicas contra incêndio do Corpo de Bombeiros
Militar do Rio Grande do Norte e Associação Brasileira de Normas Técnicas.

4.2 Descrição do Local

A Escola Municipal Sebastiana Alves Nôga foi crida no ano de 1989, a instituição de
oferece apenas Ensino Fundamental do 1º ao 9º ano, possuindo um total de 19 turmas,
funcionando nos turnos matutino e vespertino, atendendo atualmente a um total de 428 alunos.
Atualmente a edificação está passando por uma reforma, e as aulas estão acontecendo em outros
locais da cidade. Na Figura 5 pode-se observar a imagem da antiga fachada da escola, já a
Figura 6 mostra como a mesma ficará após sua reforma.

Figura 3: Antiga Fachada da Escola Municipal.

Fonte: Google Maps (2015).


28

Figura 4: Fachada da Escola Municipal após a reforma.

Fonte: Prefeitura Municipal de Cerro Cora/RN (2022).

A edificação está localizada na cidade de Cerro Corá/RN (FIGURA 5), seu terreno
possui aproximadamente 2.357,10 m² de área (Figura 7). A escola possui 3 entradas de acesso,
uma dá acesso diretamente para o ginásio e as outras duas dão acesso ao interior da escola,
todas através da Rua Gracindo Deitado. Sua infraestrutura compreende em duas construções:
bloco de salas de e ginásio Poliesportivo. O bloco de salas possui 953,25 m² de área construída,
contendo salas de aulas, diretoria, secretaria, sala de reuniões, biblioteca, sala de informática,
corredores, cozinha, refeitório, despensa, almoxarifado e banheiros. O ginásio poliesportivo
possui uma área construída de 771,02 m², contendo quadra, arquibancada e palco.

Figura 5: Localização da cidade de Cerro Corá/RN no mapa do estado.

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2021).


29

Figura 6: Locação da edificação.

Fonte: Prefeitura Municipal de Cerro Corá/RN (2022).

4.3 Pesquisa Bibliográfica

Para o desenvolvimento deste trabalho primeiramente definiu-se o objeto de estudo,


posteriormente foi necessária uma revisão bibliográfica em normas, regulamentos, legislações,
portarias e trabalhos científicos, buscando incrementar teoricamente o estudo com bibliografias
que abordam o tema sobre proteção contra incêndios nas edificações. Em seguida foi feita uma
seleção das bibliografias que mais se enquadrou com o objeto de estudo, dentre as quais
destacaram-se as instruções técnicas do CBMRN e as normas da ABNT.

4.4 Coleta de Dados

Para obtenção dos dados referentes a edificação estudada, foi necessário a realização de
visitas técnicas ao local. Durante essas visitas foram constatadas as seguintes situações:
 Verificação da situação atual da escola e do ginásio. A escola estava passando por
uma reforma para melhorias em toda sua estrutura, além de adequações para
acessibilidade. Devido a isso, as aulas estavam sendo realizadas em outro local do
município;
 Verificação da existência de projeto arquitetônico, nesta etapa foi constatado a
existência apenas do projeto arquitetônico da reforma que estava acontecendo na
edificação, tal projeto foi disponibilizado pela prefeitura do município. O projeto
30

arquitetônico do ginásio foi obtido através do site do Fundo Nacional de


Desenvolvimento da Educação – FNDE;
 Verificação da localização dos reservatórios e conferência das dimensões;
 Levantamento da população da edificação (quantidade de alunos e funcionários),
informação foi repassada pela secretária da escola;
 Verificação da capacidade máxima de cada ambiente fazendo uso da Quadro de
ocupação da Instrução Técnica do CBMRN.
Importante destacar que devido a pandemia da Covid-19, durante a realização das visitas
técnicas foram obedecidas todas as orientações da Organização Mundial da Saúde – OMS, além
dos decretos e leis estaduais e municipais. As medidas de biossegurança adotadas foram:
 utilização de máscara conforme orientação da autoridade sanitária, de forma a cobrir
a boca e o nariz;
 lavagem das mãos com água e sabão ou higienização com álcool em gel 70%;
 evitar cumprimentar com apertos de mãos;
 respeitar o distanciamento de pelo menos 1,5m entre pessoas presentes no local;
 não compartilhamento de objetos.

4.5 Normas e instruções técnicas

As normas técnicas regulamentadoras e as instruções técnicas utilizadas na elaboração


da proposta deste PPCI foram:

• NBR 10.898 – Iluminação de Emergência;

• NBR 12.693 – Sistema de proteção por extintores de incêndio;

• NBR 14.276 – Brigada de incêndio;

• IT nº 01 - Procedimentos Administrativos;

• IT nº 07 - Separação entre Edificações (Isolamento de Risco);

• IT nº 11 - Saídas de Emergência;

• IT nº 12 - Centros Esportivos e de Exibição – Requisitos de Segurança contra


Incêndio;

• IT nº 14 - Carga de Incêndio nas Edificações e Áreas de Risco;

• IT nº 18 - Iluminação de Emergência;
31

• IT nº 19 - Sistema de detecção e alarme de incêndio;

• IT nº 20 - Sinalização de emergência;

• IT nº 21 - Sistema de proteção por extintores de incêndio;

• IT nº 22 - Sistema de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio;

• IT nº 43 - Adaptação às normas de segurança contra incêndio – Edificações


existentes;

4.6 Análise dos dados

De posse dos dados coletados, primeiramente foi realizada a análise do projeto


arquitetônico com o intuito de quantificar as áreas e alturas da edificação e consequentemente
dar prosseguimento a elaboração do PPCI seguindo o que recomenda as Instruções Técnicas do
CBMRN.
Devido a inexistência de projeto contendo toda a edificação escolar juntamente com
ginásio de esportes, para obtenção da área aproximada do lote em que as edificações estão
situadas, foi necessário a utilização de uma imagem feita por drone, essa imagem foi fornecida
pela prefeitura da cidade. As imagens da antiga fachada da edificação foram obtidas através da
ferramenta Google Maps, já a imagem de como a fachada a edificação ficará após sua reforma,
foi obtida através do projeto de reforma disponibilizado pela prefeitura.
Para a análise do projeto arquitetônico e elaboração da proposta do PPCI, foi utilizado
um software de desenho em cad. Para o dimensionamento das medidas preventivas, foram
utilizadas as Instruções Técnicas normativas do CBMRN, os cálculos necessários foram
elaborados por meio de planilha eletrônica.
32

5 RESULTADOS

5.1 Cálculo da área das edificações

De acordo com a IT nº 01/2018 do CBMRN, para fins de aplicação das exigências das
medidas de segurança contra incêndio e pânico, no cálculo da área, podem ser excluídas as
seguintes áreas da edificação:

a. telheiros, com laterais abertas, destinados à proteção de utensílios, caixas


d’água, tanques e outras instalações desde que não tenham área superior
a 10 metros quadrados;
b. platibandas e beirais de telhado até 3 metros de projeção;
c. passagens cobertas, com largura máxima de 3 metros, com laterais
abertas, destinadas apenas à circulação de pessoas ou mercadorias;
d. reservatórios de água;
e. piscinas, banheiros, vestiários e assemelhados, no tocante a sistemas
hidráulicos, alarme de incêndio e compartimentação. (CBMRN, 2018).

Dessa forma, através da análise dos projetos arquitetônicos das edificações, foi realizada
a quantificação das áreas que seriam utilizadas no cálculo e excluídas aquelas que, de acordo
com a IT citada anteriormente, poderiam ser desconsideradas. O resultado obtido pode ser
observado no Quadro 4.

Quadro 4: Áreas das edificações.


Área
Passagens Área de cálculo
Edificação Construída Molhada
Cobertas Ac (m²) = Acon - Am - Apc
Acon (m²) Am (m²) Apc (m²)
Escola 953,25 32,71 80,06 840,48
Ginásio
771,02 - - 771,02
Poliesportivo
Área Total 1.724,27 32,71 82,04 1.611,50
Fonte: Autoria própria (2022).

De acordo com o Quadro anterior, foi possível definir a área de cálculo de cada
edificação. Para a escola foram excluídas as áreas molhadas dos banheiros e passagens cobertas
existentes, resultando em 840,48m². O ginásio poliesportivo não possuía nenhuma área a ser
desconsiderada, logo a área de cálculo a ser utilizada é igual a 771,02 m². Assim, a área cálculo
total a ser considerada, somando as duas edificações, é igual a 1.611,50 m².
33

5.2 Cálculo da altura das edificações

A altura da edificação, de acordo com CBMRN, é a medida, em metros do piso mais


baixo ocupado ao piso do último pavimento. Além disso, a IT 01/2018 ressalva que não são
considerados os seguintes elementos:

a. os subsolos destinados exclusivamente a estacionamento de veículos,


vestiários e instalações sanitárias, áreas técnicas sem aproveitamento para
quaisquer atividades ou permanência humana;
b. pavimentos superiores destinados, exclusivamente, a áticos, casas de
máquinas, barriletes, reservatórios de água e assemelhados;
c. mezaninos cuja área não ultrapasse a 1/3 (um terço) da área do pavimento
onde se situa;
d. o pavimento superior da unidade duplex do último piso de edificação de
uso residencial. (CBMRN, 2018).

Com base no que é proposto na IT 01/2018, foi possível saber quais valores de alturas
das edificações deveriam ser considerados, dessa forma, para a edificação escolar foi
considerado 3,5 m. O ginásio poliesportivo foi considerado 9,69 m (distância do piso ao
telhado).

5.3 Classificação das edificações

Para saber quais tipos de dispositivos de proteção e combate a incêndio que as


edificações devem receber é preciso classifica-las de acordo com sua ocupação, altura e carga
de incêndio. Essa classificação é feita de acordo com as Quadros do anexo único da nº IT
01/2018 do CBMRN.

5.4 Classificação quanto a ocupação

Quanto a sua ocupação, de acordo com a tabela do anexo único da IT nº 01/2018 do


CBMRN é importante destacar que, por serem edificações distintas (edificação escolar e ginásio
de esportes), é necessário classifica-las de acordo com o uso que cada uma possui. Dessa forma,
a edificação escolar enquadra-se no Grupo E (Educacional e cultura física), divisão E-1 (Escola
em geral). O ginásio poliesportivo classifica-se no Grupo-F (Local de Reunião de Público),
divisão F-3 (Centro esportivo e de exibição), conforme pode ser observado no Quadro 5.
34

Quadro 5: Classificação das edificações e áreas de risco quanto a ocupação.


Grupo Ocupação/Uso Divisão Descrição Exemplos

Escolas de primeiro, segundo e terceiro


Educacional e
E-1 Escola em geral graus, cursos supletivos e pré-universitário e
E cultura física
assemelhados.

Arenas em geral, estádios, ginásios, piscinas,


Local de
Centro esportivo e de rodeios, autódromos, sambódromos, pista de
F Reunião de F-3
exibição patinação e assemelhados. Todos com
Público
arquibancadas
Fonte: Adaptado da IT nº 01/2018 do CBMRN (2018).

5.4.1 Classificação quanto a altura

A classificação quanto a altura é feita de acordo com o Quadro 2 do anexo único da IT


nº 01/2018 do CBMRN, dessa forma, foi constatado que ambas as edificações fazem parte do
tipo I – Edificações Térreas (Quadro 6), pois não possuem pavimentos superiores e assim são
considerados edificações de pavimentos únicos, desconsiderando-se a altura do reservatório de
água.

Quadro 6 – Classificação das edificações quanto a altura.


Tipo Denominação Altura
I Edificação Térrea Um pavimento
II Edificação Baixa H ≤ 6,00 m
III Edificação de Baixa-Média Altura 6,00 m < H ≤ 12,00 m
IV Edificação de Média Altura 12,00 m < H ≤ 23,00 m
V Edificação Mediamente Alta 23,00 m < H ≤ 30,00 m
VI Edificação Alta Acima de 30,00 m
Fonte: Adaptado da IT nº 01/2018 do CBMRN (2018).

5.4.2 Classificação quanto a carga de incêndio

A classificação quanto a carga de incêndio foi realizada de acordo com a IT nº 14/2018


do CBMRN. Vale salientar que, para classificar as edificações estudadas, foi utilizado o método
de cálculo probabilístico, que se baseia em resultados estatísticos do tipo de atividade exercida
35

nas edificações em estudo. Dessa forma, de acordo com a IT as edificações possuem as


seguintes cargas de incêndio: 300 MJ/m² para a Escola e 150 MJ/m² para a Quadra de Esportes.
De acordo com as cargas de incêndio obtidas anteriormente, é possível classificar as
edificações, quanto aos seus riscos, por meio da IT 01/2018 do CBMRN. Com isso, pode-se
observar que ambas as edificações em análise estão classificadas no grau de risco de incêndio
baixo com sua carga de incêndio até 300 MJ/m², como pode ser observado no Quadro 7.

Quadro 7: Classificações das edificações e áreas de riscos quanto à carga de incêndio.


Risco Carga de Incêndio MJ/m²
Baixo Até 300MJ/m²
Médio Entre 300 e 1.200MJ/m²
Alto Acima de 1.200MJ/m²
Fonte: Adaptado da IT nº 01/2018 do CBMRN (2018).

5.5 Determinação das medidas de segurança necessárias

O Quadro 8 foi retirada da IT 01/2018 do CBMRN, a mesma descreve o que deve ser
feito para que sejam atendidas as medidas de segurança contra incêndios necessárias em
edificações existentes.

Quadro 8: Exigências para edificações existentes


Período de existência da Área Construída ≤ 750 m² Área Construída > 750 m²
edificação e áreas de risco e Altura ≤ 12 m e Altura > 12 m
Exigências da Tabela 5 e
Conforme IT 43, que versa sobre
Qualquer período anterior à adaptações conforme IT 43, que
adaptação em edificações
vigência da portaria 346/18 versa sobre a adaptação em
existentes.
edificações existentes.
NOTAS GERAIS:
a – Os riscos específicos devem atender as IT respectivas e às regulamentações do SAT;
b – As instalações elétricas e o sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) devem estar em
conformidade com as normas técnicas oficiais.
Fonte: Adaptado da IT nº 01/2018 do CBMRN (2018).

Dessa forma, como as edificações estudadas foram construídas antes da data da


publicação da Portaria 346/2018, podem ser adaptadas e atendidas pela IT nº 43/2018. Com
isso, a avaliação referente aos sistemas de proteção e combate a incêndio necessários nas
36

edificações do presente estudo, foram feitas de acordo com as exigências básicas contidas na
referida instrução técnica.
Segundo a IT nº 43/2018, as exigências básicas para edificações com área superior a
750 m² ou altura superior a 12 m, independente da data de construção e de regularização, são:

a. extintores de incêndio;
b. iluminação de emergência;
c. sinalização de emergência;
d. alarme de incêndio;
e. instalações elétricas em conformidade com as normas técnicas;
f. brigada de incêndio ou profissional, quando exigido, conforme IT 17;
g. hidrantes;
h. saída de emergência;
i. selagem de shafts e dutos de instalações, para edificações com altura
superior a 12 m;
j. controle de material de acabamento e revestimento para ocupações do
grupo B, F-3, F-5, F-6, F-7, F-11, H-2, H-3 e H-5. (CBMRN, 2018).

Para identificação in loco da existência das medidas citadas anteriormente, e


posteriormente traçar as adaptações necessárias, foi elaborada o quadro apresentado a seguir
(QUADRO 9):

Quadro 9: Verificação das exigências básicas.


Verificação das exigências básicas
Escola Ginásio
Tipo de Proteção
Existe? Existe?
Sim Não N/A Sim Não N/A
Extintores de
X X
incêndio
Iluminação de
X X
emergência
Sinalização de
X X
emergência
Alarme de incêndio X X
Instalações elétricas X X
Brigada de incêndio X X
Hidrantes X X
Saída de emergência X X
Selagem de shafts X X
Controle de material X X
(N/A) - não se aplica.
Fonte: Autoria própria (2022).

Vale salientar que para o ginásio poliesportivo, não foi feita a análise de material de
acabamento e revestimento, pois seria necessária uma análise em laboratório, através de ensaios
37

para a determinação do índice de propagação superficial de chama pelo método do painel


radiante e densidade crítica de fluxo de energia térmica, item que para esse estudo não foi
considerado como objetivo principal. Outro ponto é com relação as instalações elétricas, que
apesar de sua existência, não foram analisadas as suas condições, pois não foi considerado como
objetivo principal deste trabalho.
Para definir o que seria feito para atender as exigências básicas citadas anteriormente,
as principais normas utilizadas foram:
 IT nº 11/2018 – Saídas de emergência;
 IT nº 17/2018 – Brigada de incêndio;
 IT nº 18/2018 – Iluminação de emergência;
 IT nº 19/2018 – Sistema de detecção e alarme de incêndio;
 IT nº 20/2018 – Sinalização de emergência;
 IT nº 21/2018 – Sistema de proteção por extintores de incêndio;
 IT nº 22/2018 – Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio;
 NBR 14.276 – Brigada de incêndio.

5.6 Projeto de proteção contra incêndio – detalhamento das propostas de adaptação

Após a realização das visitas para coleta das informações necessárias e verificação das
exigências básicas, constatou-se a inexistência de um plano de combate a incêndio nas
edificações estudadas. Dessa forma, viu-se a necessidade da elaboração um projeto de
prevenção e combate a incêndio de acordo com o item 6 da Instrução Técnica nº 43/2018
visando o cumprimento das exigências contidas na referida IT.

5.6.1 Saídas de emergência

A IT nº 11/2018 do CBMRN, é a instrução técnica responsável por estabelecer os


requisitos mínimos para o dimensionamento das saídas de emergência, com o intuito de
possibilitar a evacuação segura da população em caso de incêndio ou pânico e permitir que as
guarnições de bombeiros tenham acesso a edificação para combate ao fogo e retirada de
pessoas.
Inicialmente foi necessário calcular a população das edificações, de acordo com a IT nº
11/2018 este cálculo é realizado através da Equação 1.
38

(1)
=

Em que:
N - Número de unidades de passagem, arredondado para número inteiro imediatamente
superior;
P - População, conforme Quadro 10;
C – Capacidade da unidade de passagem, conforme Quadro 10.

Quadro 10: Dados para dimensionamento das saídas de emergência.


Ocupação Capacidade de Unidade de Passagem (UP)
População
Grupo Divisão Acessos/Descargas Escadas/Rampas Portas
D D-1 Uma pessoa por 7,0 m² de área 100 75 100
Uma pessoa por 1,50 m² de área
E E-1 100 75 100
de sala de aula
Duas pessoas por m² quadrado
F-3 100 75 100
F de área (1:0,5 m²)
F-8 Uma pessoa por m² de área 100 75 100
Fonte: Adaptado da IT nº 11/2018 do CBMRN (2018).

Os cálculos foram realizados considerando as seguintes ocupações:


 salas de aulas (E-1) – uma pessoa por 1,5 m² de área, com Unidade de Passagem
(UP) igual a 100 pessoas/UP/minuto;
 salas administrativas (D-1) - uma pessoa por 7,0 m² de área, com UP igual a 100
pessoas/UP/minuto;
 refeitório (F-8) - uma pessoa por 1,0 m² de área, com UP igual a 100
pessoas/UP/minuto;
 quadra de esportes (F-3) - uma pessoa por 0,5 m² de área, com UP igual a 100
pessoas/UP/minuto;
Importante destacar que para calcular a população é preciso, primeiramente, dividir a
área do local pelo valor obtido no Quadro 10. Esse cálculo pode ser obtido através da Equação
2.

Á (2)
.=
8
39

Para facilitar, foi elaborada uma planilha eletrônica, como apresentado no Quadro 11
que mostra os resultados obtidos no cálculo da população.

Quadro 11: Cálculo da população.


Local Área (m²) Coeficiente (m²) População
Salas de aulas 429,27 1,5 287
Salas administrativas 61,2 7 9
Biblioteca 43,6 3 15
Refeitório 63,13 1 64
Quadra de esportes 771,02 0,5 1.542
Total 1.917
Fonte: Autoria própria (2022).

Dessa forma, observou-se que a população total das edificações é 1.917 pessoas, esse
resultado é aplicado na Equação 3, para obtenção do número de unidades de passagem:

1917 (3)
= = = 19,17
100

O valor encontrado anteriormente deve sofrer um arredondamento para o primeiro


número inteiro superior, logo o Número de Unidade de Passagens obtido é igual a 20. A IT nº
11/2018 fixa 1 UP em 0,55 m, com isso devemos multiplicar o valor encontrado anteriormente
pelo valor correspondente em UP (20 x 0,55), dessa forma a largura das saídas de emergência
devem ser de no mínimo 11,00 metros.
Nas edificações existem 4 saídas, duas são para acesso a escola, uma dá acesso a quadra
e a última fica localizada no muro ao lado da quadra. Vale salientar que essa última foi criada
apenas para ser utilizada em casos de emergência. Fazendo o somatório das saídas já existentes
temos 10,60 m de largura, valor inferior ao resultado mínimo, com isso, é necessário realizar
mudanças que podem ser na largura das passagens existentes, acrescentar outra saída de
emergência ou limitar a quantidade de pessoas nas edificações.
Dessa forma, propõe-se aumentar a largura da entrada que dá acesso a quadra de
esportes, atualmente com 1,90 m, sendo necessário adequar para uma largura de no mínimo
2,40m.
Outro fator que precisa ser analisado são as distâncias a serem percorridas para se atingir
um local de relativa segurança. De acordo com a IT nº 11/2018, tendo em vista à vida humana
decorrente do fogo e da fumaça, é necessário considerar um aumento de risco quando só for
40

possível fuga em apenas um sentido, redução dos riscos se fizer uso de proteção por chuveiros
automáticos, detectores ou controle de fumaça além da redução de risco pela facilidade de saída
em edificações térreas.
Dessa forma, segundo acordo com a IT nº 11/2018, para edificações que possuem mais de uma
saída de emergência e não possuem sistema de chuveiros automáticos e de detecção automática de
fumaça, a distância máxima a ser é de 50m, dessa forma, constatou-se que todos os pontos considerados
para esse cálculo, nas edificações estudadas, não ultrapassam o máximo permitido.
Com relação as escadas e rampas, com a reforma que está ocorrendo na edificação escolar, foi
projetada a existência de uma escada contendo quatro degraus e uma rampa, ambas na parte externa que
dá acesso as salas de aula. Nesse caso, foi necessário a verificar se estavam obedecendo a norma NBR
950/2020. Para a largura da escada a norma afirma que a largura mínima é igual a 1,20 m, já com relação
as dimensões dos pisos e espelhos propõe-se as seguintes condições:

6.8.2 As dimensões dos pisos e espelhos devem ser constantes em toda a


escada ou degraus isolados. Para o dimensionamento devem ser atendidas
as seguintes condições:
a) 0,63 m ≤ p + 2e ≤ 0,65 m,
b) pisos (p): 0,28 m ≤ p ≤ 0,32 m e
c) espelhos (e): 0,16 m ≤ e ≤ 0,18 m. (CBMRN, 2018).

Nas rampas a NBR 950/2020 afirma que a largura livre mínima em rotas acessíveis é de
1,50 m, sendo o mínimo admissível de 1,20 m, além disso toda rampa deve possuir corrimão
de duas alturas em cada lado. A inclinação deve ser de acordo com os limites estabelecidos no
Quadro 12, na edificação deste estudo a rampa possui uma inclinação de 8,33%.

Quadro 12: Dimensionamento de rampas.


Desníveis máximos de cada Inclinação admissível em cada Número máximo de segmentos
segmento de rapa h (m) segmento de rampa i (%) de rampa
1,50 5,00 (1:20) Sem limite
1,00 5,00 (1:20) < i ≤ 6,25 (1:16) Sem limite
0,80 6,25 (1:16) < i ≤ 8,33 (1:12) 15
Fonte: Adaptado da NBR 950/2020 (2020).

5.6.2 Detalhamento das propostas de extintores de incêndio

Um dos principais dispositivos para combater princípios de incêndio e evitar sua


propagação são os extintores de incêndio. A IT nº 21/2018 do CBMRN estabelece as
orientações para dimensionar esses dispositivos e orienta quais os procedimentos para que o
41

mesmo seja utilizado de maneira correta, além disso, indica como devem ser distribuídos no
estabelecimento.
A distância máxima de caminhamento entre os extintores é definida através do Quadro
13, retirada da IT nº 21/2018 do CBMRN, de acordo com a Quadro, nas edificações analisadas
essa distância deve ser de 25 metros, tendo em vista que ambas possuem grau de risco baixo.

Quadro 13: Distância máxima de caminhamento.


A. RISCO BAIXO 25 m
B. RISCO MÉDIO 20 m
C. RISCO ALTO 15m
Fonte: Adaptado da IT nº 21/2018 do CBMRN (2018).

A Instrução Técnica estabelece ainda que deve ser instalado no mínimo um extintor de incêndio
a no máximo 5 m da entrada principal da edificação e das escadas nos demais pavimentos. Com relação
a capacidade mínima extintora que cada extintor deve ter, de acordo com sua classe de risco (A, B ou
C), pode ser determinada através da NBR 12693/2013. Os Quadros 14 e 15 demonstram quais
recomendações de distância máxima deverão ser seguidas para as capacidades extintoras Classe A e
Classe B respectivamente.

Quadro 14: Capacidade extintora e distribuição para o risco classe A.


Capacidade extintora Distância máxima a ser
Classe de risco
mínima percorrida (m)
Baixo 2-A 25
Médio 3-A 20
Alto 4-A* 15
(*) Pode ser substituído por 2 extintores com carga d’água 2-A.
Fonte: Adaptado da NBR 12693/2013 (2013).

Quadro 15: Capacidade extintora e distribuição para o risco classe B.


Capacidade extintora Distância máxima a ser
Classe de risco
mínima percorrida (m)
Baixo 20-B 15
Médio 40-B 15
Alto 80-B 15
Fonte: Adaptado da NBR 12693/2013 (2013).

A NBR afirma ainda, que os extintores do tipo classe C, que envolve os equipamentos elétricos
devem ser distribuídos baseado na proteção do risco principal da edificação ou da área de risco,
acompanhando a mesma distribuição do risco classe A ou B.
Dessa forma, será necessário a instalação de 7 extintores portáteis, sendo 5 na edificação escolar
e 2 na quadra de esportes. Todos os extintores serão do tipo PQS com agente extintor ABC, possuindo
42

a capacidade extintora de 2-A:20B-C. importante destacar, que os extintores devem estar lacrados, com
a pressão adequada para uso, além de possuir selo de conformidade concedida por órgão credenciado
pelo Sistema Brasileiro de Certificação (Inmetro).

5.6.3 Detalhamento para proposta de iluminação de emergência

A iluminação de emergência é um dos dispositivos essenciais para permitir uma evacuação


segura e ordenada. A IT nº 18/2018 do CBMRN e a NBR 10.898 estabelecem as orientações mínimas
necessárias para projeto e funções a que se destina o sistema de iluminação de emergência em
edificações e áreas de risco.
De acordo com a IT é permitida a utilização de três sistemas para iluminação de emergência:
grupo motogerador (GMG), sistema centralizado com baterias (com baterias de no mínimo quatro anos)
e conjunto de blocos autônomos (com bateria de chumbo-ácido selada ou níquel-cádmio, isenta de
manutenção). Dentre os três sistemas apresentados anteriormente, o mais utilizado são as luminárias
autônomas devido a sua eficiência e praticidade.
Nas edificações deste estudo, optou-se por utilizar o sistema de blocos autônomos para
iluminação de emergência. Sua distribuição é feita ao longo de toda edificação, devendo atender a
recomendação de distância entre os pontos de iluminação, sendo instaladas a uma distância de no
máximo 15 metros entre os pontos de iluminação e 7,5 metros entre o ponto de iluminação e a parede.
Além disso, devem possuir um nível de iluminamento mínimo de 3 lux (em locais planos) e 5 lux (em
locais com desníveis ou obstáculos), atendendo o que é exigido na IT nº 18/2018 e NBR 10.898.
Dessa forma, propõe-se a instalação de 31 luminárias de emergência dispostas da seguinte
forma:
 15 luminárias para aclaramento de salas e áreas internas, todas com 5 lux devido a presença
de obstáculos nessas áreas;
 11 luminárias para aclaramento dos corredores e rotas de fuga, sendo uma possuindo 5 lux
por ser localizada próximo a escada, as demais com 3 lux;
 6 luminárias de balizamento, sendo duas nas saídas da edificação escolar e 4 na quadra de
esportes, todas com 3 lux.
As luminárias devem ser instaladas a uma altura mínima de 2,5 metros do piso,
consequentemente a distância máxima entre dois pontos de iluminação não podem ultrapassar 10 metros,
assim como a distância máxima entre o ponto de iluminação e a parede não pode ultrapassar 5 metros.
As baterias para o sistema de iluminação devem ser de chumbo-ácido selada ou níquel-cádmio, isenta
de manutenção, conforme IT nº 18/2018. Além disso, as luminárias devem obedecer aos requisitos
destacados no item 4.7 da NBR 10.898. A Figura 6 demonstra o detalhamento das luminárias de
emergência.
43

Figura 7: Detalhamento de iluminação de emergência.

Fontes: Silva (2021).

5.6.4 Proposta de Brigada de Incêndio

Brigada de incêndio é exigida para edificações, eventos temporários e áreas de risco, faz
parte da brigada de incêndio pessoas (que podem ser voluntárias ou não), treinadas e
capacitadas para atuar na prevenção, abandono da edificação, combate a um princípio de
sinistro além de prestar os primeiros socorros em uma área preestabelecida.
A IT nº 17/2018 e a NBR 14.276 abordam as orientações necessárias para o
dimensionamento da brigada de incêndio. De acordo com a IT, os brigadistas devem atender ao
maior número possível de critérios básicos propostos, são eles: permanecer na edificação em
seu turno de trabalho, ter experiência como brigadista, ter preparo físico e boa saúde, conhecer
as instalações (dando preferências a funcionários de utilidades, de instalação e manutenções em
geral), ter responsabilidade legal e ser alfabetizado.
O dimensionamento da Brigada de Incêndio é realizado seguindo os critérios
apresentados a seguir:
 Ocupação;
 Grau de risco;
 População fixa do local.

Dessa maneira, a IT sugere o uso das informações obtidas no Quadro 16 para definir
quantos brigadistas serão necessários na edificação.
44

Quadro 16: Composição da brigada de incêndio por pavimento ou compartimento.


População fixa por pavimento ou
Grau
compartimento Nível de
Grupo Divisão Descrição de
Até Acima treinamento
Risco Até 2 Até 4 Até 6 Até 8
10 de 10
Escola em
E E-1 Baixo 1 2 3 4 4 (nota 5) Intermediário
geral
Nota 5: Quando a população fixa de um pavimento, compartimento ou setor for maior que 10 pessoas, será
acrescido mais um brigadista para cada grupo de até 20 pessoas para risco baixo, mais um brigadista para cada
grupo de até 15 pessoas para risco médio e mais um brigadista para cada grupo de até 10 pessoas para risco alto.
Fonte: Adaptado da 3IT nº 17/2018 do CBMRN (2018).

Sendo a edificação analisada do tipo E-1 com grau de risco baixo, com população fixa
considerada neste cálculo será 47 funcionários (informação repassada pela secretária da escola),
obedecendo o que descreve a nota 5 da Quadro anterior a quantidade de brigadista necessário
será igual a:
 População fixa igual a 10 pessoas: 4 brigadistas (Quadro 16);
 Para população fixa acima de 20 pessoas: 37 (população total) – 10 = 27 pessoas
 Número de brigadistas: 4 (população fixa até 10 pessoas) + 27/20 (população fixa
acima de 10 = 5,35 Brigadistas
O resultado anterior, de acordo com a IT, deve ser arredondado para um número inteiro
ligeiramente acima, dessa forma temos que a quantidade de brigadistas necessários na
edificação escolar é igual a 6, sendo: um coordenador geral, um líder de brigada e os demais
brigadistas (todos devem passar por treinamento intermediário).
Para a quadra de esportes, pertencente ao grupo F-3, a IT nº 17/2018 recomenda que os
funcionários a serviço do evento (população fixa) geralmente não estão permanentes junto ao
público, dessa forma é permitida a contratação de brigadistas ou bombeiro civil, desde que
atendam o que está disposto a IT.

5.6.5 Sistema de alarme de incêndio

A IT nº 19/2018 do CBMRN é a responsável por estabelecer os requisitos mínimos


necessários para o dimensionamento dos sistemas de detecção e alarme de incêndio. De acordo
com a IT, todo sistema deve conter duas fontes de alimentação, a principal será a própria rede
do sistema elétrico da edificação, já a auxiliar pode ser por baterias, nobreak ou gerador
45

devendo possuir uma autonomia mínima de 24 horas em regime de supervisão e 15 minutos no


regime de alarme.
Ainda de acordo com a IT, a distância máxima a ser percorrida por uma pessoa a
qualquer, de qualquer ponto da área protegida até o acionador manual mais próximo, não pode
ultrapassar 30 metros. Os acionadores manuais devem ser alocados preferencialmente junto aos
hidrantes, devendo conter a indicação de funcionamento (cor verde) e alarme (cor vermelha),
quando a central do sistema for do tipo convencional, a localização do acionamento também
deverá ser indicada na central.
Para as edificações analisadas, não é necessário a utilização de detectores de fumaça,
por se tratar de edificações térreas, dessa forma só é necessário acionadores manuais e central
de alarme. Portanto, recomenda-se a instalação de acionadores manuais próximos aos hidrantes
de incêndio, devendo obedecer a distância máxima percorrida ao acionador manual mais
próximo (no máximo 30 metros), a central de alarme optou-se por ser instalada na sala da
secretaria.

5.6.6 Sinalização de emergência

A IT nº 20/2018 do CBMRN estabelece os critérios e condições elegíveis que devem


conter o sistema de sinalização de emergência nas edificações e áreas de risco. De acordo com
a IT, as sinalizações de emergência têm por objetivo reduzir o risco de ocorrência de incêndio,
alertando quanto aos riscos existentes na edificação e garantindo as ações adequadas a serem
tomadas em situações de risco, atuando como agente facilitador para encontrar equipamentos
de combate, rotas e saídas de emergência para abandono seguro da edificação em caso de
ocorrência de sinistro.
De acordo com a IT, as sinalizações de emergência dividem-se em dois grupos:
sinalização básica e sinalização complementar. A sinalização básica é o conjunto mínimo que
deve existir na edificação (proibição, alerta, equipamentos, orientação e salvamento). A
sinalização complementar são faixas de cores, símbolos ou mensagens que complementam as
sinalizações básica (como indicação de rotas de saída, indicação de obstáculos e riscos no uso
dessas rotas, demarcação de áreas no piso, etc.).
Dessa forma, as sinalizações básicas propostas para as edificações analisadas neste
estudo, estão dispostas no Quadro 17, cada sinalização contém as características e
recomendações propostas pela IT nº 20/2018.
46

Quadro 17: Proposta de sinalizações básicas.


Sinalização de orientação e salvamento

Código Símbolo Significado Forma e cor Aplicação

Indicações de sentido
(esquerda ou direitas) de
uma saída de
S1 emergência,
especialmente para ser
fixado em colunas
Dimensões mínimas:
L = 1,5 h

Símbolo: retangular
S2 Saída de Fundo: verde Indicações de sentido
Emergência Pictograma: (esquerda ou direita) de
fotoluminescente uma saída de
emergência. Dimensões
mínimas: L = 2,0H
S4

Indicação do sentido de
uma sída por rampa ou
direção vertical (subindo
S7
ou descendo)

Símbolo: retangular
Indicação do sentido de
S11 Escada de Fundo: verde
fuga no interior das
Emergência Pictograma:
escadas.
fotoluminescente

Símbolo: retangular
Fundo: verde
Mensagem “SAÍDA”
S12 Saída de Indicação da saída de
Pictograma:
Emergência emergência.
fotoluminescente,
com altura de letra
sempre ≥ 50 mm

Equipamentos de combate a incêndio e alarme

Código Símbolo Significado Forma e cor Aplicação

Símbolo: quadrado
Indicação do local de
E1 Alarme Fundo: vermelho
acionamento do alarme
Sonoro Pictograma:
de incêndio
fotoluminescente
47

Comando
E2 manual de Ponto de acionamento de
alarme alarme de incêndio.
Devendo sempre vir com
mensagem escrita,
designando o
Comando equipamento acionado
E3 manual de por aquele ponto.
bomba

Indicação da localização
E5 Extintor de
dos extintores de
incêndio
incêndio.

Indicação do abrigo da
Abrigo de
E7 mangueira de incêndio
mangueira de
com ou sem hidrante no
hidrante
seu interior

E8 Hidrante de Indicação da localização


incêndio dos hidrantes.

Sinalização de
Símbolo: quadrado Usado para indicar a
solo para
(1,00 m x 1,00 m) localização dos
equipamentos
E17 Fundo: vermelho equipamentos de
de combate a
(0,70 m x 0,70 m) combate a incêndio e
incêndio
Borda: amarela alarmes, para evitar sua
(hidrante e
(largura: 0,15 m) obstrução.
extintores)
Fonte: Adaptado da IT nº 20/2018 do CBMRN (2018).

5.6.7 Hidrantes

A IT nº 22/2018 do CBMRN é responsável por estabelecer as diretrizes para o


dimensionamento, instalação, manutenção aceitação e manuseio dos sistemas de hidrantes e/ou
mangotinhos. De acordo com a IT, o projeto de um sistema de hidrantes e mangotinhos é
48

determinado conforme a aplicabilidade do sistema, estabelecido de acordo com o Quadro 18, a


depender da área construída da edificação.

Quadro 18: Aplicabilidade dos tipos de sistemas e volume de reserva de incêndio mínima (m³).
CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCO
B-1, B-2 | C-2 (acima
de 300 MJ/m² até
A-2, A-3 | C-1 | D-1
1000 MJ/m²) C-3 |
(até 300 MJ/m²),
D-1 (acima de 300 C-2 (acima
D-2, D-3 (até 300
MJ/m²), D-3 (acima de 1000
MJ/m²), D-4 (até
Área das de 300 MJ/m²), D-4 MJ/m²) | I-2
300 MJ/m²) | E-1,
edificações e (acima de 300 (acima de
E-2, E-3, E-4, E-5, G-5 | I-3 | J-
áreas de risco MJ/m²) | F-1 (acima 800 MJ/m²) |
E-6 | F-1 (até 300 4 | L-2, L-3
de 300 MJ/m²), F-5, J-3 (acima de
MJ/m²), F-2, F-3,
F-6, F-7, F-9, F-10 | 800 MJ/m²) |
F-4, F-8 | G-1, G-2,
H-4 | I-2 (acima de L-1 | M-1, M-
G-3, G-4 | H-1, H-
300 MJ/m² até 800 5
2, H-3, H-5, H-6 |
MJ/m²) | J-2, J-3
I-1 | J-1, J-2 | M-3
(acima de 300 MJ/m²
até 800 MJ/m²)
Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4
Até 2.500 m²
RTI 5 m³ RTI 8 m³ RTI 12 m³ RTI 28 m³
Fonte: Adaptado da IT nº 22/2018 do CBMRN (2018).

A instrução técnica recomenda utilizar como parâmetros a carga de incêndio e a


classificação da edificação, dessa forma como se trata de duas edificações distintas, foi
escolhida a situação mais desfavorável para o cálculo, utilizando a carga de incêndio da
edificação escolar (300 MJ/m²) e somando as áreas construídas das duas edificação (como visto
na Quadro 2 a soma das áreas é igual a 1.724,27 m²), com isso foi escolhido o enquadramento
do tipo 2, que para edificações com área construída de até 2.500 m², define a Reserva Técnica
de Incêndio – RTI mínima igual a 8 m³, ou seja, 8.000 litros.
O Quadro 19 traz algumas especificações sobre o sistema a ser utilizado, esses dados
serão necessários para os cálculos realizados em sequência.

Quadro 19: Tipos de sistemas de proteção por hidrantes ou mangotinhos.


Mangueira de incêndio Vazão mínima na Pressão
Esguicho Número válvula do mínima no
Tipo regulável Comprimento de hidrante mais hidrante mais
DN (mm)
(DN) (m) expedições desfavorável desfavorável
(l/min) (mca)
2 40 40 30 simples 150 30
Fonte: Adaptado da IT nº 22/2018 do CBMRN (2018).
49

Do Quadro anterior foram extraídas as seguintes informações:


 Esguicho regulável: Diâmetro Nominal DN-40;
 Comprimento real da mangueira: 30 m (sendo 2 lances de 15 m) com DN-40;
 Hidrante com expedição simples, possuindo uma vazão mínima na válvula mais
desfavorável: 150 l/min;
 Pressão residual mínima no hidrante mais desfavorável: 30,00 mca.
Dessa forma, optou-se pela instalação de um reservatório elevado (ficando 4m acima do
piso) com capacidade de 8 m³ de água, possuindo sistema independente dos demais que já
existem na edificação. Esse reservatório alimentará um total de 3 hidrantes dispostos nas
edificações, sendo 2 para a escola e 1 para a quadra de esportes.
Outro ponto a destacar é com relação a pressão mínima exigida pela IT (como visto
anteriormente, 30 mca), para atender a essa pressão é necessário a instalação de um sistema de
recalque funcionando através de bombeamento. Para saber qual bomba atenderia a pressão
mínima, foi necessário realizar o cálculo da altura manométrica.
Dessa forma, para calcular a altura manométrica foi necessário saber as perdas de carga
que acontecem no sistema. Para esse cálculo, a IT nº 22/2018 do CBMRN indica utilizar as
Equações 4 e 5 (fórmula de Hazen-Williams), apresentadas abaixo.

ℎ = × (4)
= 605 × !",#$ × %",#$
× &%',#( × 10' (5)

Em que:
ℎ – É a perda de carga, em metros de coluna d’água;
– É o comprimento total, sendo a soma dos comprimentos da tubulação e dos comprimentos
equivalentes das conexões;
– É a perda de carga por atrito, em metros por metros;
! – É a vazão, em litros por minuto;
– é o fator de Hazen-Willians (Quadro 20);
& – É o diâmetro interno do tubo em milímetros.
50

Quadro 20: Fator “C” de Hazen-Williams.


Tipo de Tubo Fator “C”
Ferro fundido ou dúctil sem revestimento interno 100
Aço preto (sistema de tubo seco 100
Aço preto (sistema de tubo molhado) 120
Galvanizado 120
Plástico 150
Ferro fundido ou dúctil com revestimento interno de
140
cimento
Cobre 150
Nota: os valores de “C” de Hazen Willians são válidos para tubos novos
Fonte: Adaptado da IT nº 22/2018 do CBMRN (2018).

A IT recomenda que para o dimensionamento dos sistemas que possuem mais de um


hidrante, deve-se considerar o uso simultâneo dos dois mais desfavoráveis (aqueles que
proporciona a menor pressão dinâmica na saída do hidrante), considerando-se no mínimo, em
cada jato de água, as vazões obtidas conforme o Quadro 20 apresentado anteriormente.
Obedecendo o que foi descrito anteriormente, nas edificações analisadas, observou-se
que o hidrante mais desfavorável é o que está localizado a 5 metros da entrada principal da
escola (Hid-01), já o segundo mais desfavorável está localizado no refeitório (Hid-02). Dessa
forma o dimensionamento foi realizado com base nesses dois hidrantes.
Primeiramente é necessário descobrir qual a pressão no hidrante 1 até o ponto “A” (H1-
A), logo após é realizado o cálculo da pressão do hidrante próximo ao mais desfavorável (H2)
até o ponto “A” (H2-A), de acordo com a IT nº 22/2018, a diferença entre essas duas pressões
não pode ser maior que 0,5 mca. O terceiro passo é encontrar a pressão do ponto “A” até a saída
da bomba (A-BI), posteriormente calcula-se a pressão da entrada da bomba até a saída do
reservatório de incêndio (BI-RI). Além disso, foram verificadas se as velocidades máximas de
sucção e recalque estavam dentro do limite estabelecido pela IT (sendo o máximo de acordo
com a IT: 3m/s para sucção e 5m/s para recalque).
A Figura 7, apresenta o esquema em projeção isométrica dos hidrantes e caixa d’água,
que serviu como base para auxiliar no cálculo das perdas de cargas.
51

Figura 8: Detalhamento isométrico do sistema hidrantes.

Fonte: Autoria própria (2022).

As equações utilizadas para o dimensionamento foram as seguintes:


 A Equação 6 foi utilizada no cálculo da perda de carga na válvula do Hidrante 1
( *+,-. )

0 (6)
*+,-. =/ ×
22
52

Em que:
*+,-. - Perda de carga na válvula do hidrante 1, em mca;
/ - Coeficiente de singularidade da válvula de ângulo aberta (igual a 5);
- Velocidade, em m/s;
2 – Gravidade (9,81 m/s²).

 A Equação 7 foi utilizada no cálculo da perda de carga na tubulação do Hidrante 1


até o ponto “A” ( 345 )

345 = 345 × (7)

Em que:
345 – Perda de carga total na tubulação, em mca;
345 – Perda de carga por atrito (calculada através da fórmula de Hazen-Willians), em m/m;
– Perda de carga distribuída + Perda de carga localizada.

 Pressão no Ponto “A” foi calculada através da Equação 8

6 = 30 + *+,-. + 345 ±: (8)

Em que:
6 – Pressão no ponto A, em mca;
30 – Pressão mínima no hidrante (Quadro 18), em mca;
*+,-. – Perda de carga na válvula do hidrante 1, em mca;

345 – Perda de carga total na tubulação, em mca;


: – Desnível entre o hidrante H1 e o ponto A.
Para o cálculo da pressão do hidrante próximo ao mais desfavorável (H2) até o ponto
“A” (H2-A), foi utilizado as mesmas equações apresentadas anteriormente mudando apenas
suas nomenclaturas.
 O cálculo da pressão na saída da bomba (A-BI) foi realizado utilizando a Equação
9. Para esse cálculo somam-se as vazões dos trechos H1-A e H2-B encontrando
assim a vazão total, logo após calcula-se a pressão na bomba utilizando a seguinte
equação:
53

6%;< = " × (9)

Em que:
6%;< –Pressão na saída da bomba, em mca;
" – Perda de carga por atrito (fórmula de Hazen-Willians) usando a vazão total, em m/m;
– Perda de carga distribuída + Perda de carga localizada.
 A Equação 10 foi usada no cálculo da pressão na entrada da bomba (BI-RI)

;<%=< = " × (10)

Em que:
;<%=< –Pressão na bomba, em mca;
" – Perda de carga por atrito (fórmula de Hazen-Willians) usando a vazão total, em m/m;
– Perda de carga distribuída + Perda de carga localizada.
O Quadro 21 mostra as peças utilizadas para o cálculo da perda de carga localizada, em
cada trecho.

Quadro 21: Peças usadas no dimensionamento.

Trecho Peças Qtd Comp. Eq.


Joelho de 90° 3 1,3
H1-A (Recalque) Tê de passagem lateral 1 4,3
Tê de passagem bilateral 1 4,3
H2-A (Recalque) Joelho de 90° 2 1,3
Joelho de 90° 3 1,3
Tê de passagem lateral 2 4,3
A-BI (Recalque)
Registro de gaveta 1 0,4

Válvula de retenção 1 8,1

Joelho de 90° 2 1,3


BI-RI (Sucção) Tê de passagem lateral 1 4,3

Registro de gaveta 1 0,4


Fonte: Autoria própria (2022).
54

No Quadro 22 é possível observar os resultados obtidos com os cálculos.

Quadro 22: Dimensionamento dos hidrantes.


Vazão P válvula Perda de carga (tubulação) J val H v Pressão
Trecho
l/m mca D (mm) L real L virtual L total J unit J total mca m (m/s) mca

H1-A 150 30,00 63 27,86 12,5 40,36 0,016 0,64 0,16 1,30 0,802 31,94
H2-A 150 30,00 63 14,27 2,6 16,87 0,016 0,27 0,16 1,30 0,802 31,57
A-BI 300 31,57 63 11,30 21 32,30 0,057 1,84 - 0,00 1,604 33,40

BI-RI 300 33,40 63 5,42 7,7 13,12 0,057 0,75 - -4,00 1,604 30,15
Fonte: Autoria própria (2022).

Dessa forma, a altura manométrica encontrada foi igual a 30,15 mca, com esse resultado
podemos determinar qual a potência da bomba necessária para atender ao sistema de hidrantes
da edificação, essa determinação é feita usando a Equação 11.

1000 × ! × :>+? (11)


=
75 × @

Em que:
– Potência absorvida pela bomba, em CV;
! – Vazão, em litros/min;
:>+? – Altura manométrica, em mca;
@ – Rendimento do conjunto moto-bomba (será considerado um rendimento de 60%).
Substituindo os valores na equação, obtemos:

1000 × 0,005 × 30,15


= = 3,35 =4 ( C D )
75 × 0,60

Ao consultar o catálogo da bomba (ANEXO A), inserindo os dados encontrados


anteriormente (altura manométrica e vazão, foram determinados os seguintes valores
 Potência da bomba: 5
 Altura manométrica máxima: 32 mca
 Diâmetro do rotor: 145 mm
 Vazão máxima: 19,1 m³/h
 F:= requerido da bomba: 1,8
55

A Instrução Técnica recomenda que o NPSH disponível deverá ser maior que o NPSH
requerido pela bomba de incêndio, dessa forma foi realizada essa verificação através da
Equação 12. O resultado atendeu ao que estabelece a IT.

F:= < F:H (12)


F:= < + + I − ℎK4LçãO ± :K

Em que:
+ – Pressão atmosférica, em mca (no cálculo foi utilizado 9,59 m);
I – Pressão de vapor da água, em metros (depende da temperatura, para 20°C, usa-se
0,236m);
ℎK4LçãO – Perda de carga total na sucção;
:K – Altura estática na sucção, em metros (pode ser positiva ou negativa, dependendo se a
bomba se encontra acima ou abaixo do nível de fundo do reservatório).
Substituindo os valores na equação, temos:

1,80 < 9,59 + 0,236 − 0,75 + 4


1,80 < 13,08 → QR!

De acordo com a IT nº 22/2018 do CBMRN, todos os sistemas devem possuir


dispositivo de recalque, possuindo o mesmo diâmetro da tubulação principal, com engates
compatíveis aos utilizados pelo corpo de bombeiros. Esse dispositivo deve ser do tipo coluna,
e onde houver impossibilidade técnica o mesmo pode ser instalado no passeio público.
Para a edificação analisada, o dispositivo de recalque será instalado no passeio público,
na fachada principal da escola, atendendo a todos os quesitos descritos na Instrução Técnica do
CBMRN.
56

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As edificações analisadas não possuem sistemas de prevenção e combate a incêndio,


com os requisitos mínimos exigidos pelas instruções técnicas do CBMRN e legislações
vigentes. Este cenário torna-se, nas situações atuais, de grande risco à própria integridade física
dos seus ocupantes em caso de ocorrência de sinistro.
A ausência dos requisitos mínimos de prevenção contra incêndio, pode estar associado
a idade do estabelecimento, que na época em que foi construído não havia a obrigatoriedade da
implementação destes sistemas. Situação comum em diversas escolas do Brasil.
Com a verificação do projeto arquitetônico e a realização de visitas ao local foram
identificados os riscos em que as edificações estavam expostas, dessa forma, as medidas de
segurança necessárias foram: saídas de emergência, iluminação de emergência, sinalização de
emergência, brigada de incêndio, alarme de incêndio, extintores e hidrantes.
As rampas e escadas existentes também foram analisadas, constatando que as mesmas
se encontram em conformidade às exigências da norma NBR 950/2020.
Nas edificações foi constatado a necessidade da instalação de três hidrantes, sendo dois
na escola e um na quadra de esportes. Através do dimensionamento da reserva técnica de
incêndio, foi constatado a necessidade da instalação de um reservatório para uso exclusivo dos
sistemas de hidrantes, sendo necessário a instalação de uma bomba para atender as pressões
mínimas estabelecidas na instrução técnica.
Em virtude dos fatos mencionados, os resultados demonstram as edificações como
ineficiente com relação aos dispositivos de prevenção e combate a incêndio. Dessa forma, é de
grande importância a implantação dos sistemas dimensionados na elaboração deste trabalho,
para que se possa garantir a segurança das pessoas que frequentam o local. É importante
destacar que apenas o PPCI não é suficiente para evitar uma tragédia provocada pelo fogo, é
necessário também que sejam realizados treinamentos com funcionários e alunos para que todos
saibam como utilizar os equipamentos de proteção caso um incêndio aconteça.
Diante do exposto, é possível afirmar que o trabalho alcançou todos os objetivos
específicos propostos. Além disso, foi elaborado o Plano de Prevenção e Combate a incêndio
para as edificações, atendendo ao objetivo principal deste trabalho. O PPCI pode ser consultado
através do Apêndice A.
Fica como sugestão para trabalhos futuros, analisar os custos para instalação dos
sistemas de prevenção contra incêndio na edificação, assim como, a análise das instalações
elétricas e controle dos materiais de revestimento/acabamento.
57

REFERÊNCIAS

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estruturas contra descargas atmosféricas. Rio de Janeiro, 2005. 48 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6135/2001: Chuveiros


automáticos para extinção de incêndio. Rio de Janeiro, 2001. 6 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050/2004: Acessibilidade


a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2013. 105 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9077/2001: Saídas de


emergência em edifícios. Rio de Janeiro, 2001. 38 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10898/2013: Sistema de


iluminação de emergência. Rio de Janeiro, 2013. 36 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12693: Sistemas de


proteção por extintor de incêndio. Rio de Janeiro, 2013. 22 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13860. Glossário de


termos relacionados com a segurança contra incêndio. Rio de Janeiro, 1997. 10p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13714/2000: Sistemas de


hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio. Rio de Janeiro, 2000. 25 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14276: Brigada de


incêndio. Rio de Janeiro. 2006. 37 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14432: Exigência de


resistência ao fogo de elementos construtivos das edificações. Procedimento. Rio de
Janeiro. 2000. 14 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16820/2020: Sinalização de


emergência – Projeto, requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro. 2021. 51 p.

BRENTANO, Telmo. Instalações hidráulicas de combate a incêndios nas


edificações. 4. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2011.

FERIGOLO, Francisco Celestino. Prevenção de incêndio. Porto Alegre: Sulina, 1977.

FERNANDES, Vitor. Os maiores incêndios do Brasil: veja a lista com as 15


tragédias que chocaram os brasileiros e entraram para a história. Ofos Disponível
em: <https://ofos.com.br/maiores-incendios-do-brasil/> . Acesso em: 23 fev. 2022.

GOMES, Taís. Projeto de prevenção e combate a incêndio. 2014. 94 f. TCC


(Graduação) – Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Maria,
Santa Maria, 2014.
58

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Mapa Estatístico


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INSTITUTO SPRINKLER BRASIL (Brasil). Estatística. Disponível em:


https://sprinklerbrasil.org.br/instituto-sprinkler-brasil/estatisticas/. Acesso em: 10 mar. 2022.

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MARINHO, Manuella Ferreira. Manual prático para projeto e manutenção de instalações


de combate a incêndio em escolas no Rio Grande do Norte. 2021. Trabalho de Conclusão
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Escola Estadual de Ensino Médio Prefeito Joaquim Lacerda Leite de São José
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RIO GRANDE DO NORTE. Lei Complementar nº 601, de 07 de agosto de 2017, institui o


Código Estadual de Segurança Contra Incêndio e Pânico - CESIP. Diário Oficial do Estado
do Rio Grande do Norte. Natal, 2017. 14p.

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 01/2018 – Procedimentos administrativos (Parte 1) – Procedimentos gerais e
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RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 02/2018 – Conceitos básicos de segurança contra incêndio. Rio Grande do Norte.
2018.

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 03/2018 – Termologia de Segurança contra Incêndio. Rio Grande do Norte. 2018.

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 06/2018 – Acesso de viaturas na edificação e áreas de risco. Rio Grande do Norte.
2018.

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 07/2018 – Separação entre edificações (isolamento de risco). Rio Grande do
Norte. 2018.

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 09/2018 – Compartimentação horizontal e vertical. Rio Grande do Norte. 2018.

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 11/2018 – Saídas de emergência. Rio Grande do Norte. 2018.
59

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 12/2018 – Centros esportivos e de exibição – Requisitos de segurança contra
incêndio. Rio Grande do Norte. 2018.

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 14/2018 – Carga de incêndio nas áreas de risco. Rio Grande do Norte. 2018.

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 17/2018 – Brigadas e bombeiro civil. Rio Grande do Norte. 2018. 90

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 18/2018 – Iluminação de emergência. Rio Grande do Norte. 2018.

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 11/2018 – Saídas de emergência. Rio Grande do Norte. 2018.

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 19/2018 – Sistema de detecção e alarme de incêndio. Rio Grande do Norte. 2018.

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 20/2018 – Sinalização de emergência. Rio Grande do Norte. 2018.

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 21/2018 – Sistema de proteção por extintores de incêndio. Rio Grande do Norte.
2018.

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 22/2018 – Sistema de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio. Rio
Grande do Norte. 2018.

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 23/2018 – Sistema de chuveiros automáticos. Rio Grande do Norte. 2018.

RIO GRANDE DO NORTE. Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte. Instrução
Técnica nº 43/2018 – Edificações existentes. Rio Grande do Norte. 2018.

SEITO, Alexandre Itiu et al. A Segurança Contra Incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto
Editora, 2008.

SCHMIDT, Jonatan Silveira. Plano de Prevenção e Combate a incêndios: Estudo de Caso


em um Centro Cultural na Cidade de Porto Lucena. 2017. Projeto de Trabalho de
Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2017.

VILELA, Pedro Rafael. Incêndio na boate Kiss completa oito anos sem julgamento dos
réus. Agência Brasil. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2021-
01/incendio-na-boate-kiss-completa-oito-anos-sem-julgamento-dos-reus. Acesso em: 19 mai.
2022.
60

APÊNDICE A – PLANO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO DE UMA


ESCOLA MUNICIPAL.
Sinalização de Orientação e Salvamento
TABELA -Sinalização de Equipamentos Código Símbolo Significado Forma e cor Aplicação

Indicação do sentido
(esquerda ou direita) de
uma saída de emergência,
Símbolo: quadrado especialmente para ser
Fundo: vermelho Indicação do local de instalação S1 fixado em colunas

Pictograma:
fotoluminescente
E1 Alarme sonoro do alarme de incêndio Dimensões mínimas:

L= 1,5 H

Indicação do sentido
Ponto de acionamento de alarme (esquerda ou direita) de
uma saída de emergência
de incêndio ou bomba de incêndio S2
E2
Dimensões mínimas:

Detalhe ALARME
DE Comando manual de Deve vir sempre acompanhado de uma
L= 2,0 H

Sinalização de Extintores INCÊNDIO Símbolo: quadrado


alarme ou bomba de Fundo: vermelho mensagem escrita, designando o
incêndio Pictograma: equipamento acionado por aquele ponto
E3 fotoluminescente
S3
Indicação de uma saída de
emergência a ser afixada
acima da porta, para
BOMBA indicar o seu acesso
TIPO EXTINTOR DE
INCÊNDIO
Saída de Símbolo: retangular
Fundo: Verde
emergência Pictograma:
Indicação de localização dos extinotres Fotoluminescente

E5 Extintor de Incêndio de incêndio


S4
TIPO EXTINTOR

a) indicação do

Altura máxima 1,60 m


sentido do acesso a
Indicação do abrigo da mangueira uma saída que não

20 cm
esteja aparente;
de incêndio com ou sem hidrante b) indicação do

E7 Abrigo de mangueira e
sentido de uma

Distânca Miníma 1,00 m


PROIBIDO
no seu interior c)
saída por rampas;
indicação do
DEPOSITAR
MATERIAL hidrante S6 sentido da saída na
direção vertical
(subindo ou
descendo).

Indicação da localização do hidrante NOTA: A seta


indicativa deve ser
quando instalado fora do abrigo posicionada de

Piso Acabado Piso Acabado Piso Acabado


E8 Hidrante de incêndio de mangueiras
acordo com o
sentido a ser
sinalizado
S7
Vista Lateral Vista Frontal Vista Lateral Vista Frontal
Sinalização de solo Símbolo: quadrado (1m Usado para indicar a localização dos
para equipamentos de x 1m) Fundo: vermelha equipamentos de combate a incêndio e
E17 combate a incêndio (0.70m x 0.70m) Borda alarma, para evitar sua obstrução
Indicação do sentido fuga
(hidrantes e extintores : amarela (largura = Escada de Símbolo: retangular
no interior das escadas.
Indica direita ou esquerda,
S11 Fundo: Verde
0.15m) emergência Pictograma:
descendo ou subindo.
O desenho indicativo deve
Fotoluminescente
ser posicionamento de

Opção 2 Opção 2 acordo com o sentido a


ser sinalizado.

Símbolo: retangular
OU Fundo: verde
OU Indicação da saída de
Opção 1 Opção 1 Saída de
Mensagem: "SAÍDA"
ou Mensagem
emergência,
com ou sem
S12 emergência "SAÍDA" e pictograma complementação do
e/ ou seta direcional: pictograma
SAÍDA fotoluminescente, com fotoluminescente (seta ou
altura de letra sempre imagem, ou ambos)
>= 50 mm

ALTURA 1,80 m
Altura Miníma 1,80 m

Altura Miníma 1,80 m

A sinalização apropriada deve ser instalada em local Sinalização de Alarme Sonoro (sirene) e
visível e a uma altura mínima de 1,80 m, medida do
piso acabado à base da sinalização, próxima ao risco
Comando Manual de Alarme de Incêndio
isolado ou distribuída ao longo da área de risco SEM ESCALA
generalizado. Conforme Item 5.1.2 NBR13434-1

DETALHE 06 LEGENDA
INSTALAÇÃO DE SINALIZAÇÃO SIMBOLO DESCRIÇÃO

Piso Acabado EXTINTOR PORTÁTIL DE PÓ QUÍMICO SECO


(PQS ABC) - CAPACIDADE EXTINTORA 2-A:20-BC
ACIMA DA PORTA NA PAREDE NO TETO
PONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA (BLOCO
AUTÔNOMO)

PONTO DE ILUMINAÇÃO DE BALIZAMENTO


DETALHE - SIRENE E ACIONADOR MANUAL (BOTOEIRA)
RESERVA TÉCNICA DE INCÊNDIO
OBS.: AS BOTOEIRAS DEVERÃO POSSUIR LEDS DE VARREDURA NA COR VERDE E QUANDO
ACIONADAS NA COR VERMELHA.
NIPLE DUPLO
CANALIZAÇÃO DE INCÊNDIO, EM AÇO CARBONO
Ø 2 .1/2"
VÁLVULA ANGULAR 45° DETALHE - SINALIZAÇÃO DE SAÍDA SOLDADO, SEM COSTURA.
Ø 2 .1/2"
NIPLE DUPLO SEM ESCALA
Ø 2 .1/2"
HIDRANTE DE PAREDE NO INTERIOR DO ABRIGO
18

TÊ VÁLVULA ANGULAR 45°


Ø 2 .1/2" Ø 2 .1/2"
ACIONADOR MANUAL/BOTOEIRA DE DETECÇÃO DE
18

ALARME
50
ARMÁRIO COM PÉS
50 ARMÁRIO DE EMBUTIR
PARA MANGUEIRA DE INCÊNDIO
AVISADOR SONORO MECÂNICO/ ELETRÔNICO,
PARA 2 MANGUEIRAS DE INCÊNDIO
TUBULAÇÃO APARENTE

NIPLE DUPLO NIPLE DUPLO TAMPÃO


Ø 2 .1/2"
VÁLVULA ANGULAR 45°
Ø 2 .1/2"
Ø 2 .1/2" CENTRAL DE ALARME
TÊ VÁLVULA ANGULAR 45°
Ø 2 .1/2" Ø 2 .1/2" Ø 2 .1/2"

JOELHO
17

Ø 2 .1/2" BATERIAS DO SISTEMA DE DETECÇÃO DE ALARME


TAMPÃO
120

INCÊNDIO
70

Ø 2 .1/2" INCÊNDIO
ROTA DE FUGA - SAÍDA FINAL
70

TAMPÃO
Ø 2 .1/2"
ARMÁRIO DE SOBREPOR
PARA 2 MANGUEIRAS DE INCÊNDIO INCÊNDIO
TUBULAÇÃO APARENTE

REGISTRO DE RECALQUE COM VÁLVULA DE


RETENÇÃO
120

120

ARMÁRIO DE EMBUTIR
INCÊNDIO
PARA 2 MANGUEIRAS DE INCÊNDIO ALARME
XX - CÓDIGO INDICANDO O TIPO DA PLACA
DE
XX
70

INCÊNDIO
TUBULAÇÃO EMBUTIDA

PISO ACABADO
xx/xx xx/xx - DIMENSÕES EM MILÍMETRO
ELEVAÇÃO

0,90m - 1,35m
10

PISO ACABADO PISO ACABADO

Detalhe
Detalhe
ELEVAÇÃO

Detalhe Hidrante e Armário com pés


ELEVAÇÃO

Hidrante de Parede- Sobrepor Hidrante de Parede - Embutir UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
UFERSA/RN
CURSO:
Engenharia Civil
DISCIPLINA:
Trabalho Final de Graduação
Sinalização de Hidrante de Parede PROFº ORIENTADOR:

SEM ESCALA DETALHE - HIDRANTE DE RECALQUE Arthur Dantas Gomes de Araújo


PROJETO: FOLHA:
Plano de Combate a Incêndio
Escola Municipal Sebastiana Alves Nôga 01
PROJETISTA: DATA: ESCALA:
Gustavo Douglas Bezerra Silva Jun/2022 Indicada
S12

3.00
240/120

5.80
2.30

S2 S2
2.40

240/120 240/120
S12 RAMPA
240/120 S
i=15%

ARQUIBANCADA E17
1m/1m

RAMPA
i=15%
DEPÓSITO
A = 3.85m²

DEPÓSITO

DEPÓSITO
+ 0.21 E5

A = 4.89m²

A = 4.82m²
200/200
RESERVATÓRIO

+ 0.26

+ 0.26
DE ÁGUA
SALA DE SALA DE 5.000 L
AULA 07 AULA 06
A = 44.06m² A = 44.47m² S6
+ 0.285 + 0.30 LAVANDERIA 240/120
A = 11.01m²
+ 0.21

COZINHA
A = 31.89m²
+ 0.24
i=8,33%
SOBE

CISTERNA

S2 E5
240/120 200/200
E5
CIRCULAÇÃO E17 200/200
2.80

2.90
1m/1m
A = 45.88m²
+ 0.24 H-02
E17
S12 D:65mm
1m/1m
240/120
E8 W.C.
200/200 ADAPTADO

PALCO
i=8,33%
SOBE

S1
E1/E2 RTI
240/120 QUADRA COBERTA
200/200
REFEITÓRIO 8.000L
A = 63.13m²

Bomba Elétrica
+ 0.24
SALA DE
BIBLIOTECA AULA 05 POPULAÇÃO: 29 PESSOAS
A = 43.60m² A = 41.22m²
+ 0.28 + 0.24
CIRCULAÇÃO
+

+ + + + + + +

+
+
A = 39.89m² HORTA
+ 0.24
S2
240/120
S1
240/120

TUBO AÇO GALVANIZADO ENTERRADO Ø65mm TUBO AÇO GALVANIZADO ENTERRADO Ø65mm
TUBO AÇO GALVANIZADO ENTERRADO Ø65mm

TUBO AÇO GALVANIZADO ENTERRADO Ø65mm


2.14
WC MASC.
A = 11.64m²
+ 0.24
SOBE
i=5%

S7
240/120

Acesso
cadeirante SALA DE SALA DE SECRETARIA BANCO
AULA 03 AULA 04 A = 24.27m² ALAMBRADO
A = 43.99m² A = 45.47m² + 0.22
+ 0.365 + 0.365
E17
S1 1m/1m
240/120 E5
200/200 ARQUIBANCADA
SOBE
i=5%

S1

1.20
SOBE H-03 E8
WC FEM. i=8,33% D:65mm 200/200
240/120
E1/E2 E8 E17 A = 13.23m²
PATAMAR
S1
200/200
200/200 H-01 1m/1m +0.06
+ 0.24 240/120
D:65mm
2.30
SOBE
TUBO AÇO GALVANIZADO ENTERRADO Ø65mm
CIRCULAÇÃO

E5 i=8,33% 2.30
E1/E2
A = 14.55m²

200/200 + 0.24
200/200
+ 0.365

Acesso HALL DE PATAMAR - 0.59


2.80

2.90

SOBE ENTRADA -0.19


SOBE
i=5% A = 49.34m² +-0.445
i=8,33%
.30 .30 .30
.30 .30 .30

+ 0.365
S12 1.22
HALL
A = 2.15m²

Rua 240/120 S1 E5 E17 A = 3.40m²


+ 0.00
S4
+ 0.22
WC

200/200 1m/1m + 0.365


240/120
2.24 240/120 CIRCULAÇÃO
A = 46.28m² E5
2.02

S11 - 0.445 - 0.445 200/200


DIRETORIA 240/120
S1
LEGENDA
A = 2.15m²

HIDRANTE DE E17 S1
1.20
+ 0.22

RECALQUE
WC

240/120 1m/1m 240/120


A = 10.57m²
+ 0.22
Calçada
+ 0.185
SIMBOLO DESCRIÇÃO
SALA DE
AULA 01 EXTINTOR PORTÁTIL DE PÓ QUÍMICO SECO
A = 44.45m² SALA DE
+ 0.365 AULA 02 SALA DE (PQS ABC) - CAPACIDADE EXTINTORA 2-A:20-BC
A = 45.39m² SALA DE SALA DE SALA DE
AULA 10 AULA 11
+ 0.365
SALA DOS DEPÓSITO AULA 08 AULA 09 A = 26.37m² PONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA (BLOCO
A = 12.21m² A = 31.39m² A = 31.21m² A = 31.25m²
- 0.445
PROFESSORES - 0.445 - 0.445 - 0.445 - 0.445 AUTÔNOMO)
A = 26.36m²
+ 0.365
PONTO DE ILUMINAÇÃO DE BALIZAMENTO

RESERVA TÉCNICA DE INCÊNDIO

CANALIZAÇÃO DE INCÊNDIO, EM AÇO CARBONO


SOLDADO, SEM COSTURA.

HIDRANTE DE PAREDE NO INTERIOR DO ABRIGO


O
S

PLANTA BAIXA PPCI - ESCOLA E GINÁSIO ACIONADOR MANUAL/BOTOEIRA DE DETECÇÃO DE


ESCALA 1:100
ALARME
N
L

AVISADOR SONORO MECÂNICO/ ELETRÔNICO,

CENTRAL DE ALARME

BATERIAS DO SISTEMA DE DETECÇÃO DE ALARME

ROTA DE FUGA - SAÍDA FINAL

REGISTRO DE RECALQUE COM VÁLVULA DE


RETENÇÃO

XX - CÓDIGO INDICANDO O TIPO DA PLACA


XX
xx/xx xx/xx - DIMENSÕES EM MILÍMETRO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO


UFERSA/RN
CURSO:
Engenharia Civil
DISCIPLINA:
Trabalho Final de Graduação
PROFº ORIENTADOR:

Arthur Dantas Gomes de Araújo


PROJETO: FOLHA:
Plano de Combate a Incêndio
Escola Municipal Sebastiana Alves Nôga 02
PROJETISTA: DATA: ESCALA:
Gustavo Douglas Bezerra Silva Jun/2022 Indicada
RESERVATÓRIO
DE ÁGUA
5.000 L TELHADO EM TELHA
METÁLICA
I = 25%
TELHADO EM TELHA
CERAMICA
I = 25%

RTI
8.000L

HORTA
TELHADO EM TELHA

TELHADO EM TELHA

TELHADO EM TELHA
CERAMICA

CERAMICA

METÁLICA
I = 25%

I = 25%

I = 25%

TELHADO EM TELHA
CERAMICA
I = 25%
SOBE
i=5%
SOBE
i=5%

SOBE
i=8,33%
PATAMAR
+0.06

SOBE
i=8,33%

- 0.59
SOBE +-0.445
i=8,33%
+ 0.185
Calçada

Rua
+ 0.00
TELHADO EM TELHA
CERAMICA
I = 25% TELHADO EM TELHA
CERAMICA
I = 25%
LEGENDA
TELHADO EM TELHA SIMBOLO DESCRIÇÃO
CERAMICA
I = 25% EXTINTOR PORTÁTIL DE PÓ QUÍMICO SECO
(PQS ABC) - CAPACIDADE EXTINTORA 2-A:20-BC

PONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA (BLOCO


AUTÔNOMO)

PONTO DE ILUMINAÇÃO DE BALIZAMENTO

RESERVA TÉCNICA DE INCÊNDIO

O
S
PLANTA DE COBERTURA CANALIZAÇÃO DE INCÊNDIO, EM AÇO CARBONO
ESCALA 1:100 SOLDADO, SEM COSTURA.
N
L

HIDRANTE DE PAREDE NO INTERIOR DO ABRIGO

ACIONADOR MANUAL/BOTOEIRA DE DETECÇÃO DE


ALARME

AVISADOR SONORO MECÂNICO/ ELETRÔNICO,

CENTRAL DE ALARME

BATERIAS DO SISTEMA DE DETECÇÃO DE ALARME

ROTA DE FUGA - SAÍDA FINAL

Escola Municipal Sebastiana Alves Nôga REGISTRO DE RECALQUE COM VÁLVULA DE


RETENÇÃO

do XX - CÓDIGO INDICANDO O TIPO DA PLACA


ita XX
De
indo xx/xx xx/xx - DIMENSÕES EM MILÍMETRO
rac
aG
Ru

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO


UFERSA/RN
CURSO:
Engenharia Civil
DISCIPLINA:
Trabalho Final de Graduação
N
PROFº ORIENTADOR:

Arthur Dantas Gomes de Araújo


LEGENDA COORDENADAS O
L
PLANTA DE LOCALIZAÇÃO PROJETO: FOLHA:
Plano de Combate a Incêndio
LOCALIZAÇÃO - ESCOLA
LATITUDE
6º2'55.45"S
LONGITUDE
36º21'5.50"O
S
SEM ESCALA
Escola Municipal Sebastiana Alves Nôga 03
PROJETISTA: DATA: ESCALA:
Gustavo Douglas Bezerra Silva Jun/2022 Indicada
RTI NIPLE DUPLO
Ø 2 .1/2"
VÁLVULA ANGULAR 45°

8.000L Ø 2 .1/2"
NIPLE DUPLO
Ø 2 .1/2"

18
TÊ VÁLVULA ANGULAR 45°
Ø 2 .1/2" Ø 2 .1/2"

18
50
ARMÁRIO COM PÉS
50 ARMÁRIO DE EMBUTIR
PARA MANGUEIRA DE INCÊNDIO
PARA 2 MANGUEIRAS DE INCÊNDIO

TUBULAÇÃO APARENTE
NIPLE DUPLO NIPLE DUPLO
Ø 2 .1/2"
TAMPÃO
Ø 2 .1/2"
VÁLVULA ANGULAR 45° TÊ VÁLVULA ANGULAR 45° Ø 2 .1/2"
Ø 2 .1/2" Ø 2 .1/2" Ø 2 .1/2"

RG JOELHO

17
Ø 2 .1/2"

TAMPÃO

120
INCÊNDIO

70
Ø 2 .1/2" INCÊNDIO

70
TAMPÃO
Ø 2 .1/2"
ARMÁRIO DE SOBREPOR
PARA 2 MANGUEIRAS DE INCÊNDIO

TUBULAÇÃO APARENTE
120

120
ARMÁRIO DE EMBUTIR
INCÊNDIO
PARA 2 MANGUEIRAS DE INCÊNDIO

4.00

70

TUBULAÇÃO EMBUTIDA
PISO ACABADO

ELEVAÇÃO

10
PISO ACABADO PISO ACABADO

Detalhe
Detalhe Detalhe
ELEVAÇÃO ELEVAÇÃO
Hidrante e Armário com pés
Hidrante de Parede- Sobrepor Hidrante de Parede - Embutir

0.45
RG
0.70
VR
1.12 RG 0.70

+
+

+
+

+
+

TU

+
+
+
+

+
+

+
+
+

VR
0.45 0.30 BO
H-02

O H-03
Sinalização de Hidrante de Parede
2.14 GA SEM ESCALA
1.58 LV
ANI
5 mm ZA
1.30 Ø6 DO 1.30
O EN
AD TE
E RR 7.07 RR
E NT AD
O 1.50
DO Ø6
5.20
NIZA 7.57
5m
m
A
ALV 1.00
G
O

BO INCÊNDIO

TU

5 mm PONTO "A"
Ø6
O
RAD
R
NTE
E
A DO
IZ 6.84
AN
LV
GA
A ÇO
O
TUB

TU
BO DETALHE - HIDRANTE DE RECALQUE

O
GA
LV
AN
IZA
DO 6.66
EN
TE
RR
AD
O
Ø6
LEGENDA
5m
m SIMBOLO DESCRIÇÃO

EXTINTOR PORTÁTIL DE PÓ QUÍMICO SECO


(PQS ABC) - CAPACIDADE EXTINTORA 2-A:20-BC

PONTO DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA (BLOCO


AUTÔNOMO)

PONTO DE ILUMINAÇÃO DE BALIZAMENTO

5 mm
Ø6 RESERVA TÉCNICA DE INCÊNDIO
O
RAD CANALIZAÇÃO DE INCÊNDIO, EM AÇO CARBONO
T ER SOLDADO, SEM COSTURA.
EN
A DO 12.86
HIDRANTE DE PAREDE NO INTERIOR DO ABRIGO

IZ
AN ACIONADOR MANUAL/BOTOEIRA DE DETECÇÃO DE

H-01 LV ALARME
GA
MAIS O AVISADOR SONORO MECÂNICO/ ELETRÔNICO,

DESFAVORÁVEL U BO CENTRAL DE ALARME
T
BATERIAS DO SISTEMA DE DETECÇÃO DE ALARME
1.30
ROTA DE FUGA - SAÍDA FINAL

REGISTRO DE RECALQUE COM VÁLVULA DE


RETENÇÃO

XX - CÓDIGO INDICANDO O TIPO DA PLACA


XX
xx/xx xx/xx - DIMENSÕES EM MILÍMETRO
4.08

ISOMÉTRICO - SISTEMA DE HIDRANTES UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO


SEM ESCALA
2.83 UFERSA/RN
CURSO:
Engenharia Civil
HIDRANTE DE DISCIPLINA:
Trabalho Final de Graduação
RECALQUE
PROFº ORIENTADOR:

Arthur Dantas Gomes de Araújo


PROJETO: FOLHA:
Plano de Combate a Incêndio
Escola Municipal Sebastiana Alves Nôga 04
PROJETISTA: DATA: ESCALA:
Gustavo Douglas Bezerra Silva Jun/2022 Indicada
65

ANEXO A

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