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PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
MOSSORÓ/RN
2019
JULIANA CARLA FRUTUOSO DE SOUZA
MOSSORÓ/RN
2019
© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira
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que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n°
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ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a)
sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.
O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto
de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas
da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação
e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de
Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
JULIANA CARLA FRUTUOSO DE SOUZA
MOSSORÓ/RN
2019
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado força e coragem para tornar esse sonho possível, e por se ter feito
presente nos momentos mais turbulentos dessa jornada, me comprovando que tudo é possível
ao que crê.
Aos meus pais, por todo o amor, acolhimento, incentivo e investimentos a mim dedicados, e
por serem meu porto seguro nas horas das adversidades. Obrigada por terem sempre me
mostrado a importância da educação e conseguido ter feito como principal pilar da minha
criação a busca pelo conhecimento.
Aos meus irmãos, Jéssica e Thiago, por todos os momentos vividos e compartilhados até aqui,
agradeço também pelo presente que me deram, através dos filhos de vocês, que é poder ser
tia.
Aos meus sobrinhos, Mariah e Asafe, por me alegrarem com a presença de vocês e me
fazerem sentir feliz apenas de olhar para o sorrindo de cada um, e assim tornarem meu dia
melhor não importando as circunstâncias.
À toda minha família, por acreditarem ser possível esse sonho e pela contribuição direta ou
indireta para a realização do mesmo, agradeço em especial a Elizete, pelas horas dedicadas à
minha criação e por todo amor e carinho me dado, essa conquista também é sua!
Ao meu primo, Felipe, o qual tenho como irmão, por todos os momentos vividos e por ser o
melhor ouvinte dos meus problemas e histórias, por ter me incentivado a continuar trilhando
esse caminho mesmo quando eu dizia não mais aguentar. Você é um exemplo de
determinação e dedicação, e para sempre, meu melhor amigo.
Aos meus amigos, que sem dúvida alguma tornaram essa jornada mais alegre, divertida e
fácil, agradeço por tudo que vivemos juntos, em especial aos momentos engraçados, que nos
rende muitas risadas ainda hoje quando nos reunimos, agradeço a todos vocês, Cláudia,
Maryane, Gabriel e Boniex, com todo meu coração!
À Alpe Engenharia, por todo o conhecimento e aprendizado passados e despertarem em mim
o desejo de ser sempre a melhor versão de mim mesma, por todos momentos inesquecíveis
vividos ao lado de cada alpinista, e por terem me proporcionado a melhor experiência por
mim vivida dentro da Universidade.
Aos meus professores orientadores, Prof.ª Mayara e Prof. Me. Rosendo por terem aceitado o
convite de me guiarem rumo ao final desse ciclo que se encerra.
Aos professores e professoras que tive a oportunidade de ter durante toda a minha formação, o
trabalho de vocês transforma vidas e realidades, parabéns!
Ao universo, por ter me dado a oportunidade de poder contar com pessoas maravilhosas em
minha vida, aqui citadas, como também as não citadas, e que me ajudaram direta ou
indiretamente na construção e conquista desse sonho, e por conspirar a meu favor mesmo
quando tudo parecia que não daria certo.
RESUMO
With the development of studies related to fire safety, there is a growing concern to know not
only the causes, but also the effects of fire action. Civil engineering seeks to design buildings
that guarantee the good use, comfort and safety for the user, so it is relevant to study the
sizing of structural elements capable of supporting the fire performance on them resulting
from an accident, reducing risk of ruins and ensuring that they withstand the time required for
evacuation of people present in the fire local. The use of steel structures in construction has
advantages such as ease of construction and consequent speed of execution, and are often
associated with lightweight structures, however, steel proves to be a sensitive material when
exposed to high temperatures. In order to avoid damage to metal parts in a fire situation,
construction methods are employed that rely on the application of passive protection materials
in order to protect and alleviate the effects of fire on the parts, thus ensuring proper protection
of the element. The present work aims to develop a worksheet of sizing of metallic structural
elements subject to fire situation, in search of the optimum thickness of the material layer
used in the protection of parts subjected to flexion-compression and flexion actions, using
Excel software thus saving costs with the application of protective material avoiding its waste.
It was observed the influence of the rigidity of the profiles in the determination of the
necessity of the use of passive protection, and in more rigid profiles this protection was
dispensed, it was also analyzed that parts that present critical temperature near the steel
temperature, have low values for reducing coefficient of yield strength of the steel, thus
reducing its resistance, and it was also possible to verify that the choice of the protective
material to be used had influence on the choice of the profile, because during the same
simulation the profile was rejected for the choice of projected mortar, and approved when the
protection has been replaced for plasterboard.
% – Porcentagem
°C – Grau Celsius
m – Metro
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnica
AISC - American Institute of Steel Construction
FLA - Flambagem local da alma
FLM - Flambagem local da mesa
ISO - International Organization for Standardization
NBR - Norma Brasileira Regulamentadora
SCI - Segurança Contra Incêndio
SFPO – Steel Fire Protection Optimization
TRRF - Tempo Requerido de Resistência ao Fogo
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
1.1 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO ...................................................................... 14
1.2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 15
1.2.1 Geral............................................................................................................... 15
1.2.2 Específicos ..................................................................................................... 15
2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 16
2.1 O INCÊNDIO ........................................................................................................ 16
2.1.1 Modelo de incêndio natural ............................................................................. 19
2.1.2 Modelo de incêndio-padrão ............................................................................. 19
2.2 PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO ...................................... 21
2.2.1 Segurança à vida ............................................................................................. 21
2.2.2 Segurança da edificação .................................................................................. 22
2.3 TEMPO REQUERIDO DE RESISTÊNCIA AO FOGO - TRRF............................ 23
2.3.1 Método tabular................................................................................................ 24
2.3.2 Método equivalente......................................................................................... 25
2.4 O EFEITO DAS ALTAS TEMPERATURAS ........................................................ 26
2.4.1 Desempenho do aço sob incêndio ................................................................... 27
2.5 AÇÕES E SEGURANÇA EM ESTRUTURAS ..................................................... 29
2.5.1 Estados Limites .............................................................................................. 29
2.5.2 Ações.............................................................................................................. 30
2.5.3 Combinações de ações .................................................................................... 31
2.6 MATERIAIS DE REVESTIMENTO TÉRMICO UTILIZADOS COMO
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO ................................................................................ 34
2.6.1 Materiais Projetados ....................................................................................... 38
2.6.1.1 Argamassa projetada ................................................................................... 38
2.6.1.2 Fibra projetada ............................................................................................ 39
2.6.1.3 Argamassa projetada à base de Vermiculita ................................................. 39
2.6.2 Materiais Rígidos ............................................................................................ 39
2.6.2.1 Placa de gesso acartonado ........................................................................... 39
2.6.2.2 Placas de lã de rocha ................................................................................... 40
2.6.3 Tintas Intumescentes....................................................................................... 40
3. METODOLOGIA DA IMPLEMENTAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO E
VERIFICAÇÃO DE ELEMENTOS METÁLICOS EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO . 41
3.1 NBR 8800:2008 – PROJETO DE ESTRUTURAS DE AÇO E DE ESTRUTURAS
MISTAS DE AÇO E CONCRETO DE EDIFÍCIOS ......................................................... 41
3.1.1 Dimensionamento à compressão ..................................................................... 41
3.1.1.1 Flambagem local e global ............................................................................ 42
3.1.2 Dimensionamento à flexão .............................................................................. 47
3.1.2.1 Momento fletor resistente de cálculo para vigas de alma não-esbelta ........... 48
3.1.2.2 Momento fletor resistente de cálculo para vigas de alma esbelta .................. 49
3.2 NBR 14323:2013 – DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE AÇO E DE
ESTRUTURAS MISTAS AÇO-CONCRETO DE EDIFÍCIOS EM SITUAÇÃO DE
INCÊNDIO ...................................................................................................................... 50
3.3 PERFIS UTILIZADOS .......................................................................................... 55
3.4 OTIMIZAÇÃO ...................................................................................................... 55
3.5 VERIFICAÇÕES ................................................................................................... 56
3.6 STEEL FIRE PROTECTION OPTIMIZATION....................................................... 57
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 60
4.1 VALIDAÇÃO DA PLANILHA STEEL FIRE PROTECTION OPTIMIZATION
PARA AÇÕES DE FLEXÃO E COMPRESSÃO ............................................................. 60
4.1.1 Simulações em pilares..................................................................................... 64
4.1.2 Simulações em vigas ....................................................................................... 72
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 80
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 82
13
1. INTRODUÇÃO
decorrência de um incêndio, bem como, a definição dos parâmetros que irão determinar a
melhor solução para que seja garantida a segurança estrutural.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Geral
1.2.2 Específicos
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 O INCÊNDIO
De acordo com Ferigolo (1977, p. 11) “para fazermos uma prevenção de incêndio
adequada é necessário primeiro colocarmos o fogo sob todos os seus aspetos: sua
constituição, suas causas, seus efeitos e, principalmente, dominá-lo”. O fogo é o produto de
uma reação química denominada de combustão, caracterizada pela liberação de luz e calor.
Para Ferigolo (1977, p. 20), as causas de um incêndio podem ser classificadas em três
grupos:
Causas naturais: que não dependem da ação humana. Ex.: raios, calor solar,
vulcões, combustão espontânea, etc.
De acordo com Seito et al. (2008), não é possível ocorrer dois incêndios iguais, pois
muitos são os fatores que concorrem para o seu início e desenvolvimento, podendo-se citar:
tempo. É através dessa curva que se obtém os parâmetros para o dimensionamento das
estruturas (ALBUQUERQUE, 2012).
Tendo em vista que o modelo de incêndio natural é bastante complexo de ser obtido e
pouco usual, convencionou-se adotar um modelo simplificado para a determinação da curva
temperatura-tempo. Conhecida como curva de incêndio-padrão (Figura 5), tem como
característica principal, sempre considerar a temperatura crescente com o tempo. Destaca-se
assim que essa curva não corresponde à situação real de incêndio é apenas um modelo prático
para efeito de projeto (ALBUQUERQUE, 2012).
A ABNT NBR 14432:2001, tendo como base a ISO 834 (1999), estabelece a equação (1)
para a determinação da temperatura dos gases para instante de tempo estabelecido.
(Eq. 1)
Em que:
t = tempo [min];
As tendências da engenharia atual são de conferir ainda mais segurança aos usuários
de seus produtos (VASCONCELOS, 2009). Visando o conforto e a certeza de utilizar-se um
ambiente mais seguro, seja no âmbito de trabalho ou habitacional, e assim, proporcionar uma
maior tranquilidade aos mesmos.
De acordo com Bonitese (2007 apud PURKISS, 1996), a segurança contra incêndio é
definida como a aplicação dos princípios científicos de engenharia para os efeitos do fogo,
com finalidade de minimizar as perdas relacionadas a vida e à propriedade, por meio da
quantificação dos riscos e perigos envolvidos, na busca da solução ideal para a aplicação de
medidas preventivas ou ativas.
alertar a população para possíveis situações de incêndio, proporcionar saídas com escape
suficientes e permitir que a fumaça ou fogo não afete os ocupantes durante a evacuação para
local que não apresente perigo.
O método tabular, de forma empírica determina o TRRF de acordo com esse método,
o tempo requerido poderia ser calculado utilizando-se formulações e conceitos científicos
rigorosos, porém, se tornaria um processo bastante trabalhoso e necessário a avaliação para
cada edifício, levando em consideração as particularidades do mesmo.
Altura da edificação
Classe Classe P2 Classe P3 Classe P4 Classe
Ocupação/uso
P1 h ≤ 6m< h ≤ 12m< h ≤ 23m <h ≤ P5 h >
6m 12m 23m 30m 30m
Residencial 30 30 60 90 120
Hotel 30 60(30) 60 90 120
Supermercado 60(30) 60(30) 60 90 120
Escritório 30 60(30) 60 90 120
Shopping 60(30) 60(30) 60 90 120
Escola 30 30 60 90 120
Hospital 30 60 60 90 120
Igrejas 60(30) 60 60 90 120
Fonte: Adaptado da ABNT NBR 14432 (2001).
25
O isolamento dos elementos possui relação direta com o tempo de resistência ao fogo
requerido pelas normas de incêndio. Dentre outros fatores, a proteção do aço irá depender, das
dimensões das peças na qual será aplicada. A taxa de aumento da temperatura de um elemento
de aço, além do tipo de proteção empregada, depende de sua massa e área de superfície. O
fator de massividade é o que representa essa taxa de aquecimento para determinada seção,
para elementos sem proteção é expresso pela razão entre a área de sua superfície por unidade
de comprimento exposta às chamas (Am) e sua massa por unidade de comprimento (que está
diretamente relacionada com seu volume por unidade de comprimento, Vm). Dessa forma,
como pode ser observado na Figura 9, barras que apresentam baixo fator de massividade irão
aquecer-se a taxas mais baixas.
Figura 9 – Tempo médio para alguns tipos de elementos de seção I atingirem 550°C
Compreende-se por estado limite o momento a partir do qual a estrutura não fornece o
desempenho adequado à finalidade empregada (VASCONVELOS, 2009). As finalidades são
definidas basicamente por Estados Limites Últimos (ELU) e Estados Limites de Serviço
(ELS).
necessárias quanto aos coeficientes que precisam ser adotados para cada situação de
carregamento e/ou material.
Por ELS, compreende-se os estados que por ocorrência, repetição ou duração, causam
efeitos na estrutura que não atendem as condições específicas para o uso da construção
(VASCONCELOS, 2009). São utilizados como indicadores do comprometimento da
durabilidade da estrutura. Com os ELS, é possível considerar as deformações limites dos
elementos e realizar as verificações da estrutura em sua situação de serviço. Embora o estado
limite de serviço não comprometa as estruturas, pode trazer para o usuário desconforto
durante a utilização das mesmas.
2.5.2 Ações
As ações são as causadoras dos esforços ou deformações das estruturas. Elas são
responsáveis por obter uma maior atenção dos engenheiros na elaboração de um projeto
estrutural. Essa é uma fase do projeto que requer bastante estudo e análise, é de
responsabilidade do profissional identificar o tipo de ambiente, e então, juntamente com a
normalização brasileira (em caso de ausência de considerações não abordada no país, recorrer
a normas estrangeiras), definir os carregamentos atuantes na estrutura, garantindo a realização
de um dimensionamento seguro e confortável ao usuário. De maneira prática, as deformações
impostas são interpretadas como ações indiretas e as forças atuantes como ações diretas
(VASCONCELOS, 2009).
As ações a serem consideradas são tratadas da seguinte forma pela NBR 8681:2008
(Eq. 2)
(Eq. 3)
(Eq. 4)
Em que:
Edificações onde as ações variáveis decorrentes do uso e ocupação superam 5 kN/m² 1,15
Edificações onde as ações variáveis decorrentes do uso e ocupação não superem 5 kN/m² 1,20
O material deve ainda apresentar durabilidade compatível com a vida útil da estrutura,
não havendo a necessidade de manutenção, entretanto, podendo possibilitar pequenos reparos
manuais, assegurando a adequada aderência. Não pode ser higroscópico, garantindo assim que
o aço não receba umidade, e se faz necessário a utilização de “primers” ou algum outro
35
produto anticorrosivo nas estruturas internas para que o processo de corrosão não seja
agravado.
Na Figura 10 temos um gráfico que nos mostra como funciona a proteção térmica
aplicadas nos elementos submetidos a situação de incêndio.
Muitos são os sistemas de proteção passiva utilizados nos processos de proteção contra
incêndio em estruturas de aço, a Tabela 4 apresenta um comparativo entre as vantagens e
desvantagens de alguns desses sistemas.
37
São produtos com baixo custo de aquisição e que apresentam bom isolamento térmico
as altas temperaturas, conservando a integridade da estrutura durante a evolução do incêndio.
O cimento Portland ou gesso constituem o aglutinante básico desses materiais, que são
aplicados por projeção à baixa pressão. Trabalham de forma monolítica com a estrutura após
sua secagem, acompanhando seus movimentos, sem que ocorra fissuras ou desprendimento
(PANNONI, 2007).
São produtos que possuem alto conteúdo de aglomerantes e quando misturados com
água, resultam uma massa fluida podendo ser facilmente bombeada. O resultado é uma
superfície rugosa (Figura 12), recomendada para elementos que se encontrem acima de forros
ou para ambientes menos exigentes esteticamente (VARGAS E SILVA, 2003).
São placas que contém fibra de vidro, e, em alguns casos, vermiculita incorporada.
Durante o aquecimento, o gesso da placa perde moléculas de água de hidratação, ajudando a
manter baixa a temperatura do aço. Possui ainda uma malha de fibra de vidro, responsável por
manter o conjunto estruturado quando exposto às elevadas temperaturas do incêndio. Por
motivos estéticos, as placas são mantidas visíveis.
40
Podem ser rígidos ou flexíveis, feitos de materiais fibrosos e aglomerados pela adição
de resinas termo-endurecíveis. Tem o basalto como matéria-prima básica para a confecção de
suas placas e fixadas com pinos de aço soldados à estrutura metálica.
(Eq. 5)
Em que:
χ representa a instabilidade global da peça;
Q representa a instabilidade local;
Ag representa a área da seção transversal bruta da haste;
fc é a tensão resistente à compressão simples
42
Diz-se que um perfil metálico sofre flambagem local quando as placas que formam um
determinado perfil sujeito a compressão, apresenta deslocamentos laterais em forma de
ondulações.
(Eq. 6)
Em que: Qs é a parcela definida pela análise das placas não enrijecidas, definidas pela Tabela
5;
Qa é definida pelas análises das placas enrijecidas, determinadas pelas seguintes
expressões:
(Eq. 7)
Em que: Aef é a área efetiva da placa, definida pela seguinte equação 08:
(Eq. 8)
(Eq. 9)
Limites Qs ≤ 1
MR250 AR350
A flambagem global por outro lado, irá relacionar a variação da resistência de uma
peça submetida à compressão, em função de seu índice de esbeltez, analisando-se dessa forma
o comprimento de flambagem. Esse valor será determinado pela multiplicação entre o
comprimento da peça e o parâmetro de flambagem, representado pela letra k (Figura 16).
46
(Eq. 10)
Em que:
Q é o parâmetro relacionado a flambagem local;
fy é a resistência ao escoamento do aço;
47
Ne é a força axial de flambagem, sendo definido como o menor valor obtido entre o
comparativo das fórmulas a seguir:
(Eq. 13)
(Eq. 15)
(Eq. 16)
I: inércia da peça
k: parâmetro de flambagem;
L: comprimento do perfil;
Cw: constante de empenamento
G: módulo de elasticidade transversal do aço;
J: inércia a torção.
(Eq. 17)
Em que:
Em perfis submetidos a flexão a esbeltez é definida pela relação entre a altura da alma e
sua espessura.
(Eq. 18)
(Eq. 19)
(Eq. 20)
(Eq. 21)
(Eq. 22)
(Eq. 23)
Se ≤ (Eq. 24)
49
Se ≤ ≤ (Eq. 25)
Onde
(Eq. 27)
(Eq. 28)
(Eq. 29)
Se ≤ (Eq. 30)
Se ≤ ≤ (Eq. 31)
(Eq. 33)
50
(Eq. 34)
(Eq. 35)
Se ≤ (Eq. 36)
Se ≤ ≤ (Eq. 37)
(Eq. 39)
(Eq. 40)
(Eq. 41)
Em que:
fi : é o fator de redução associado à compressão;
k: fator de redução da resistência ao escoamento do aço das seções não sujeitas a
flambagem local;
ky: fator de redução da resistência ao escoamento do aço das seções sujeitas a
flambagem local;
fy : resistência ao escoamento do aço.
Ag : área bruta;
Af : área efetiva, onde a equação foi mostrada no item 3.1.1.1
(Eq. 42)
Com
) (Eq. 43)
(Eq. 44)
Para peças submetidas a flexão redução dos parâmetros estabelecidos para elementos
em temperatura ambiente:
(Eq. 45)
(Eq. 46)
52
Com esses parâmetros estabelecidos, foi possível calcular a temperatura crítica da peça
de aço e realizar a análise da temperatura e verificação de segurança da seguinte condição:
𝜃𝑎 ≤ 𝜃𝑐𝑟
Em que:
𝜃𝑎 é a temperatura do aço;
𝜃𝑐𝑟 é a temperatura crítica.
(Eq. 47)
Em que:
𝜃1 é a temperatura menor no intervalo encontrado;
𝜃2 é a temperatura maior no intervalo;
K, 𝜃1 é o fator de redução referente a temperatura menos elevada;
K, 𝜃2 é o fator de redução referente a temperatura mais elevada.
1000 0,030
1100 0,020
1200 0,000
Fonte: Adaptado da ABNT NBR 14323 (2013).
Tabela 7 – Fator de redução para a resistência ao escoamento de seções não sujeitas à
flambagem local
20 1,000 1,000
100 1,000 1,000
200 1,000 0,900
300 1,000 0,800
400 1,000 0,700
500 0,780 0,600
600 0,470 0,310
700 0,230 0,130
800 0,110 0,090
900 0,060 0,068
1000 0,040 0,045
1100 0,020 0,023
1200 0,000 0,000
Fonte: Adaptado da ABNT NBR 14323 (2013).
(Eq. 48)
Em que:
ksh é o fator de correção para efeitos de sombreamento;
u/Ag é o fator de massividade para elementos estruturais de aço sem revestimento contra
o fogo;
u é o perímetro exposto ao incêndio do elemento estrutural de aço;
Ag é a área bruta da seção transversal do elemento estrutural de aço;
ρa é a massa específica do aço;
ca é o calor específico do aço;
54
(Eq. 49)
Em que:
(u/Ag)b: é o valor do fator de massividade, definido como a relação entre o perímetro exposto
ao incêndio de uma caixa hipotética que envolve o perfil e a área da seção transversal do
perfil;
(u/Ag) é o fator de massividade para elementos estruturais de aço sem revestimento contra o
fogo.
(Eq. 50)
Em que:
um/Ag é o fator de massividade para elementos estruturais envolvidos por material de
revestimento contra fogo;
um é o perímetro efetivo do material de revestimento contra fogo;
cm é o calor específico do material de revestimento contra fogo;
tm é a espessura do material de revestimento contra fogo;
𝜃𝑎,t é a temperatura no aço, no tempo t;
𝜃g,t é a temperatura dos gases, no tempo t;
ρm é a massa específica do material de revestimento contra fogo;
λm é a condutividade térmica do material de revestimento contra fogo.
55
3.5 VERIFICAÇÕES
- Se ≥ 0,2
- Se < 0,2
Nas abas “Pilares” e “Vigas”, pode-se ter o acesso aos locais onde se poderá colocar os
dados de entrado e consequentemente analisar-se os dados de saída, e na aba “Relatório” o
usuário tem a opção de gerar um documento contendo todas as informações e parâmetro
utilizados no dimensionamento e verificação das peças submetidas a situação de incêndio.
Figura 21 – Aba pilares
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
com área superior a 1500 m² e altura compreendida entre o ponto que caracteriza a saída
situada no nível de descarga do prédio e o piso do último pavimento ser inferior a 6 m.
Tabela 8 – Comparação entre os resultados obtidos pela planilha Steel Fire Protection
Optimization (SFPO) e Martins
Como demostrado na tabela acima, para ambas as análises, pode-se constatar que o
perfil escolhido não está sujeito a flambagens local na mesa e alma, uma vez que os cálculos
determinaram os valores dos coeficientes Qa e Qs como sendo igual a 1,00. Dessa forma, o
procedimento de verificação para a situação de incêndio, dar-se-á por meio da determinação
do fator de redução da resistência ao escoamento de seções não sujeitas a flambagem local,
(ky,).
Analisando agora o perfil que apresenta a maior rigidez dentre os perfis laminados
disponíveis na planilha, verificou-se que o perfil laminado W610x174,0 por possuir grande
rigidez provoca um aumento na temperatura crítica, e suas propriedades geométricas causam
uma diminuição na temperatura do aço, se comparado ao perfil W 150x13,0 verificado
anteriormente, para um mesmo TRRF de 30 minutos. Esse aumento da temperatura crítica
torna-se bastante significativo a ponto de ser superior a temperatura do aço, não se fazendo
necessário a utilização de proteção passiva no perfil. Por outro lado, o perfil em questão ainda
não é capaz de resistir aos esforços de flexão solicitados no eixo de menor inércia, tornando-o
não seguro para ser adotado nessa verificação.
68
O perfil soldado CS 350x89,0 atende aos critérios dos domínios de tempo, temperatura
e esforços, além de ser aprovado quando a verificação dos efeitos combinados. A proteção
utilizada para esse perfil foi a argamassa projetada, sendo adotada a espessura mínima como
suficiente para assegurar a proteção do perfil.
Tabela 9 – Resultados obtidos pela planilha Steel Fire Protection Optimization (SFPO) para
simulação em pilares
Para essa simulação foi aplicado um novo valor de carregamento de 150 kN/m, com
uso e ocupação referente a locais de reunião de público com TRRF de 90 minutos e
selecionado um novo perfil. Será analisada agora a influência do tipo de material empregado
como proteção contra incêndio no perfil.
77
Figura 48 - Verificação do perfil soldado CS 600x250 quanto aos esforços solicitantes, TRRF
de 90 minutos e utilização de argamassa projetada como proteção contra incêndio.
Figura 50 – Verificação do perfil soldado CS 600x250 quanto aos esforços solicitantes, TRRF
de 90 minutos e utilização de placa de gesso como proteção contra incêndio
Essa situação demonstra que a escolha do tipo de material empregado como proteção
contra incêndio, possui influência na determinação da escolha do perfil, uma vez que para a
situação de utilização de argamassa projetada seria necessário escolher outro perfil, o que não
ocorre para o uso de placas de gesso, para os mesmos valores de carregamento e TRRF.
Na Tabela 10, podemos observar os resultados das simulações realizadas para perfis
submetidos a flexão em vigas, contendo as verificações para os domínios do tempo,
temperatura e esforços.
CS 250 x
Perfil CS 250 x 66,0 CS 600 x 250 CS 600 x 250
66,0
a 821,98 °C 939,32 °C 1000,43 °C 1000,43 °C
cr 873,10,0 °C 873,10 °C 792,53 °C 792,53 °C
TRRF 30 min 60 min 90 min 90 min
Não
Proteção contra incêndio Necessária Necessária Necessária
necessária
Argamassa Argamassa
Material Utilizado - Placa de Gesso
projetada projetada
Espessura Otimizada - 10 mm 10 mm 25 mm
Esforço de flexão Não resiste Resiste Não resiste Resiste
Cisalhamento Resiste Resiste Não resiste Resiste
Fonte: Autoria própria (2019).
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do estudo das normas regulamentadoras vigentes no Brasil que abordam essa
temática, foi possível implementar o roteiro de cálculo de funcionamento do programa. A
NBR 8800:2008 que trata dos projetos de estrutura de aço e de estruturas mistas de aço e
concreto de edifícios, foi utilizada para obter-se os parâmetros de dimensionamento e
verificações de flambagem local e global que os perfis pudessem estar sujeitos. A NBR
14323:2013 ditou as diretrizes desse trabalho, no que diz respeito ao dimensionamento das
peças metálicas em situação de incêndio, através das equações e fórmulas estabelecidas para
uma correta verificação. Já a NBR 14432:2001 que define os procedimentos e exigências de
resistência ao fogo dos elementos construtivos das edificações, foi responsável por definição
dos TRRF’s adotados para cada situação de projeto.
Foi possível analisar que vários são os aspectos que podem influenciar a escolha de
um perfil que se encontre em situação de incêndio, e que devem ser atendidos uma série de
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critérios para que o mesmo apresente desempenho satisfatório e consiga atender com
segurança aos esforços e ações provenientes da ação do fogo sobre os elementos metálicos.
O estudo e análise desse conteúdo mostra-se bastante relevante, já que essa temática
ainda é pouco considerada nos estudos dos elementos estruturais dentro das universidades. É
importante se ter a preocupação sobre as consequências que um possível evento proveniente
de um incêndio possa ter na estrutura das edificações, para que se possa assegurar a
resistência da mesma e garantir a segurança do usuário.
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REFERÊNCIAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8681. Ações e segurança nas
estruturas - Procedimentos. Rio de Janeiro, 2008.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8800. Projeto de estruturas de aço
e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008.
MENDES, Cristiane Lopes. Estudo teórico sobre perfis formados a frio em situação de
incêndio. São Carlos, 2004. 160 p. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São
Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos.
SEITO, A. I. A segurança contra incêndio no Brasil. 1. ed. São Paulo: Projeto Editora,
2008. 457 p.