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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA


CAMPUS CARAÚBAS

SAVIO GOMES FERNANDES DE MEDEIROS

SISTEMA DE MEDIÇÃO DE VARIÁVEIS ATMOSFÉRICAS USANDO


MICROCONTROLADOR

CARAÚBAS, RN
2018
2

SAVIO GOMES FERNANDES DE MEDEIROS

SISTEMA DE MEDIÇÃO DE VARIÁVEIS ATMOSFÉRICAS USANDO


MICROCONTROLADOR

Monografia apresentada à
Universidade Federal Rural do
Semi-Árido (UFERSA), para
obtenção do título de
Bacharelado em Ciência e
Tecnologia.

Orientador: Dr. Francisco


César de Medeiros Filho–
UFERSA.

CARAÚBAS,RN
2018
© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira
responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis
que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n°
9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva
ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a)
sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

MMEDE MEDEIROS, SAVIO GOMES FERNANDES DE MEDEIROS.


IROSs SISTEMA DE MEDIÇÃO DE VARIÁVEIS ATMOSFÉRICAS
USANDO MICROCONTROLADOR / SAVIO GOMES FERNANDES
DE MEDEIROS MEDEIROS. - 2018.
58 f. : il.

Orientador: Francisco César Medeiros Filho.


Coorientador: José Ailton Leão Barbosa Júnior.
Monografia (graduação) - Universidade Federal
Rural do Semi-árido, Curso de --Selecione um
Curso ou Programa--, 2018.

1. aparelho eletrônico. 2. Observações


climáticas . 3. Temperatura. 4. Radiação solar. 5.
Umidade relativa do ar. I. Medeiros Filho,
Francisco César, orient. II. Leão Barbosa Júnior,
José Ailton , co-orient. III. Título.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto
de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas
da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação
e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de
Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
4

SAVIO GOMES FERNANDES DE MEDEIROS

USO DE MICROCONTROLADORES PARA MEDIÇÃO E ANÁLISE DE VARIÁVEIS


ATMOSFÉRICAS

Monografia apresentada ao Conselho


do Bacharelado em Ciência e
Tecnologia da Universidade Federal
Rural do Semi-Árido, como requisito
para a obtenção do título de Bacharel
em Ciência e Tecnologia.

Orientador: Prof. Dr. Francisco César


de Medeiros Filho

Coorientador(a): Prof. Me. José Ailton


Leão Barbosa Júnior
APROVADO EM: ______/ _______ / ________

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________

Prof.° Dr. Francisco César de Medeiros Filho (UFERSA)

Presidente

_________________________________

Prof. Dr. Mackson Matheus de França Nepomuceno (UERN)

Primeiro Membro

_________________________________

Prof. Me. Juan Rafael Filgueira Guerra (UFERSA)

Segundo Membro

_________________________________

Prof. Me. José Ailton Leão Barbosa Júnior (UFERSA)

Terceiro Membro
5

Agradecimentos

Utilizo deste espaço para agradecer a todos aqueles que diretamente ou


indiretamente contribuíram para este trabalho.

Primeiramente agradeço a Deus por nunca deixar faltar.

Segundo, aos meus pais, Sabiniano Filho e Valdiza Fernandes, que através
dos seus esforços, me ajudaram nesta caminhada.

Ao meu irmão Sabiniano Terceiro, que tem corroborado em vários aspectos


para a conclusão dessa jornada.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Francisco César de Medeiros Filho, que teve
paciência e compreensão para com as dificuldades enfrentadas neste trabalho e fez
de tudo para que o mesmo fosse concluído.

Ao meu coorientador, Prof. Me. José Ailton Leão Barbosa Júnior, que contribuiu
de forma importante para este trabalho.

Ao meu amigo e colega de casa Isac Moura, assim como a Ingrid, pela ajuda
neste trabalho e por sua amizade que sempre me motivou.

Enfim, a todos que colaboraram de forma direta ou indireta para que este
trabalho obtivesse êxito.

“Quem é correto nunca fracassará


e será lembrado para sempre”
(Salmos 112:6)
6

RESUMO

O entendimento e a caracterização do clima, juntamente com as percepções de suas


variações, tem ganhado muito enfoque nos últimos anos, isso evidenciado pelo
aumento de pesquisas e trabalhos publicados sobre o tema. A evolução da eletrônica
vem nos proporcionando ainda mais, a facilidade de obtermos informações
pertinentes, no que se refere a observações climáticas e temporais. Diante disso, o
enfoque deste trabalho, é desenvolver um aparelho eletrônico de baixo custo com o
propósito de apanhar dados referentes a temperatura, umidade relativa do ar e índice
ultravioleta (IUV). Para tanto, foram adquiridos sensores de suas respectivas
funcionalidades, juntamente com uma plataforma de desenvolvimento que nos
assegure uma alta precisão durante seu funcionamento, sendo capaz de coletar cerca
de 4300 pontos de cada variável por dia do local desejado. O equipamento foi
instalado na Universidade Federal Rural do Semi-árido no município de Caraúbas,
onde, até então não existia nenhuma plataforma que fosse capaz de realizar a coleta
desses dados. Para este trabalho, foram coletadas amostras nos dias 3 de setembro
de 2018; 30 de julho e 1 de agosto de 2017. Para isso, sua programação foi feita de
uma forma que nos possibilite a coleta, a transmissão e o acesso aos dados em tempo
real por meio de uma plataforma Internet of Things (IoT) chamada ThingSpeak. Para
a leitura e processamento desses dados, foi utilizado programação em R,
disponibilizando os dados em forma matricial e fazendo análises estatísticas como
coeficiente de correlação de Person e regressão linear entre as variáveis coletadas.

Palavras-Chave: Observações climáticas e temporais, aparelho eletrônico,


temperatura, radiação ultravioleta, umidade relativa do ar.
7

ABSTRACT

The understanding and characterization of the climate, together with the perceptions
of its variations, has gained a lot of focus in recent years, are evidenced by the increase
of research and published works on the theme. The coming of electronics has provided
us even more, a source of information is not relevant, it is not referring to weather and
temporal observations. Therefore, the focus of this work is the development of a low-
cost electronic instrument with the purpose of carrying out measurements on
temperature, relative air and ultraviolet index (UVI). To this end, its vibration sensors
were acquired along with a development platform that ensured high precision during
its operation, being able to collect about 4300 points of each variable per day of the
desired location. The equipment was installed in the Federal Rural Semiarid University
in the municipality of Caraúbas, where, until then, there was no platform capable of
collecting data. For this work, samples were collected on September 3, 2018; July 30
and August 1, 2017. For this, its programming was done in a way that allows us to
collect, transmit and access data in real time through an Internet platform of Things
(IoT) called ThingSpeak. For data input and output, R programming was used,
providing the data in matrix form and making the correlation as a correlation coefficient
of people and linear regression between the variables collected.

Key words: Climatic and temporal observations, electronic apparatus, temperature,


ultraviolet radiation, relative humidity, statistical analyzes.
8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Potencial eritêmico da radiação em função do comprimento de onda......(18)

Figura 2: Valores de irradiação solar em função do horário do dia...........................(19)

Figura 3: Índice Ultravioleta em 31/07/2017.............................................................(20)

Figura 4: Semicondutores p e n................................................................................(22)

Figura 5: Junção pn com camada de camada de depleção.......................................(22)

Figura 6: Diodo de Junção Bipolar............................................................................(23)

Figura 7: Gráfico do comportamento de termistor PTC.............................................(25)

Figura 8: Gráfico do comportamento de termistor NTC.............................................(26)

Figura 9: Capacitor de placas paralelas....................................................................(27)

Figura 10: Exemplo de um microcontrolador PIC.....................................................(29)

Figura 11: Corte Transversal de uma célula fotovoltaica..........................................(31)

Figura 12: pinout NodeMCU....................................................................................(35)

Figura 13: Sensor DHT-22........................................................................................(36)

Figura 14: Painel solar utilizado................................................................................(38)

Figura 15: Diodo 1N4001..........................................................................................(39)

Figura 16: Dimensões encapsulamento DO-41........................................................(39)

Figura 17: Imagem de satélite de cidade de Caraúbas – RN.....................................(40)

Figura 18: Aparelho desde a preparação até a sua atuação a campo.......................(41)

Figura 19: Circuito de ligação dos sensores no aparelho..........................................(42)

Figura 20: Fazendo a medida da corrente do circuito montado.................................(43)

Figura 21: Ligação em série das pilhas.....................................................................(44)


9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Valores típicos de resistividade.................................................................(30)

Tabela 2: Algumas especificações do ESP-8266.....................................................(34)

Tabela 3: Valores obtidos em análises estatísticas entre temperatura e URA..........(51)

Tabela 4: Valores obtidos em análises estatísticas entre URA e IUV........................(53)


10

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Resposta de tensão de saída para IUV.....................................................(37)

Gráfico 2: Temperatura local obtida pelo aparelho elaborado...................................(43)

Gráfico 3: Temperatura local obtida pelo aparelho oficial.........................................(44)

Gráfico 4: Comparação de resultado de UVA...........................................................(45)

Gráfico 5: Comparação de resultado de IUV.............................................................(47)

Gráfico 6: Gráfico de dispersão e de regressão linear entre temperatura e URA......(50)

Gráfico 7: Gráfico de dispersão e de regressão linear entre URA e IUV....................(51)


11

LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1: Equação de parametrização do Índice Ultravioleta................................(17)

Equação 2: Equação da Umidade relativa do ar.......................................................(21)

Equação 3: Equação do termistor do tipo PTC.........................................................(24)

Equação 4: Equação do termistor do tipo NTC.........................................................(25)

Equação 5: Equação da capacitância.......................................................................(26)

Equação 6: Equação do potencial elétrico................................................................(26)

Equação 7: Lei de Gauss para a carga envolvida em um sistema.............................(27)

Equação 8: Lei de Gauss aplicada em placas paralelas...........................................(27)

Equação 9: Equação do parâmetro r........................................................................(32)

Equação 10: Equação do parâmetro s......................................................................(32)

Equação 11: Equação da potência elétrica...............................................................(44)


12

LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

UV – Radiação ultravioleta

UV-A – Radiação ultravioleta A

UV-B – Radiação ultravioleta B

UV-C – Radiação ultravioleta C

IUV – Índice ultravioleta

URA – Umidade relativa do ar

PTC – Coeficiente positivo de temperatura

NTC – Coeficiente negativo de temperatura


13

SUMÁRIO
1 Introdução....................................................................................................... 15

2 Objetivos......................................................................................................... 16

2.1 Objetivos Gerais ................................................................................... 16

2.2 Objetivos Específicos ........................................................................... 16

3 Referencial Teórico......................................................................................... 17

3.1 Índice Ultravioleta ................................................................................. 17

3.2 Umidade atmosférica ........................................................................... 20

3.3 Diodos semicondutores ........................................................................ 21

3.4 Sensores Ópticos ................................................................................. 23

3.5 Termistores ........................................................................................... 24

3.6 Sensor Capacitivo de umidade ............................................................ 26

3.7 Conversão Analógico – Digital ............................................................ 28

3.8 Microcontroladores ............................................................................... 29

3.9 Energia fotovoltaica .............................................................................. 29

3.10 Coeficiente de correlação de Pearson ....................................... 32

4 Materiais e metodologia.................................................................................. 33

4.1 Materiais utilizados ................................................................................ 33


14

4.1.1 Placa de ensaio ou protoboard .................................................. 33

4.1.2 Node-MCU................................................................................. 33

4.1.3 DHT – 22....................................................................................35

4.1.4 UVM – 30A....... ......................................................................... 37

4.1.5 Painel fotovoltaico ..................................................................... 37

4.1.6 Diodo 1N4001.............................................................................38

4.2 Metodologia.......................................................................................... 39

5 Resultados...................................................................................................... 45

5.1 Temperatura.......................................................................................... 45

5.2 Índice ultravioleta (IUV) e umidade relativa do ar (URA) ....................... 46

5.3 Índice IUV x URA .................................................................................. 51

5.4 Análise URA x IUV ................................................................................ 52

6 Conclusões ..................................................................................................... 54

7 Referências .................................................................................................... 56
15

1 INTRODUÇÃO

Desde que o ser humano começou a dominar a agricultura, o mesmo despertou


a vontade de querer obter informações sobre o seu habitat. Ainda que estas, obtidas
através de simples observações, foram bastante úteis nesta era, pois com elas, era
possível prever alguns dos principais fenômenos naturais, como, por exemplo, tempos
de enchentes ou de seca. Desde então a produção e o consumo passaram a ser
realizados de forma mais eficiente, garantindo que não houvesse a falta de alimento
em nenhum período do ano. Para isso, a coleta e a análise de dados tem sido fator
imponente para tal rendimento.

A intensa exploração dos recursos naturais tem levado a civilização humana e


os ecossistemas entrarem em choque. A crise climática é a manifestação mais
proeminente, destrutiva e ameaçadora desse embate (GORE, 2010). Por muitos anos
foram utilizados recursos do planeta, a fim de suprir as necessidades energéticas
humanas, sem se preocupar com os efeitos negativos causados ao meio ambiente,
como o aumento da temperatura global e a redução da camada de ozônio.

A exposição à radiação ionizante UV-A e UV-B do Sol, são as principais causas


de canceres de pele identificadas nos seres humanos (MILLER 2007). Esse fato
juntamente com a problemática do aquecimento global e as consequências da ação
humana sobre as condições de vida na terra, fizeram ainda mais necessáriA a
obtenção de informações cada vez mais precisas sobre o meio ambiente, a fim de
obter soluções referentes a essa problemática que ameaça a vida humana na Terra.

Com o advento do conhecimento científico, foi possível a elaboração de


instrumentos automáticos em estações climatológicas, permitindo a observação das
variações climáticas e o monitoramento contínuo dos fenômenos atmosféricos. Com
isso, uma vasta quantidade de informações sobre o nosso meio veio à tona, tornando
ainda mais eficaz as previsões de tempo.

Microcontroladores em geral, tem-se mostrado muito útil em medições de


dados atmosféricos, por ser uma plataforma de fácil manuseio, ter um baixo custo (por
parte do mesmo e seus sensores) e por ser uma plataforma de código aberto (open
source), que quando são trabalhados em conjunto com sensores, podem obter várias
aplicações em diferentes áreas da ciência.
16

Neste trabalho será apresentado um aparelho capaz de medir variáveis


climatológicas de radiação ultravioleta, temperatura e umidade relativa do ar para
monitoramento destas através da coleta dos dados em tempo real. Também foi
utilizado a programação em R para obter valores de correlação, regressão linear e
outras análises estatísticas. Dessa forma, para um melhor entendimento do leitor, os
conteúdos sequentes foram organizados didaticamente da seguinte forma: no capítulo
2 estão os objetivos do estudo, assim como, no capítulo 3, está o referencial teórico
no qual será abordado os conceitos que aqui estão envolvidos. No capítulo 4 será
mostrado todos os materiais envolvidos para o desenvolvimento do aparelho, que vão
desde os sensores até a programação, e a metodologia aqui utilizada. Já no capítulo
5 será apresentado os resultados dos dados coletados bem como a análise dos
mesmo e, capítulo 6 estarão as conclusões e perspectivas futuras.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral


Obter dados meteorológicos em tempo real utilizando um aparelho construído
com microcontroladores e sensores.

2.2 Objetivos Específicos

• Elaborar um aparelho de baixo custo que possa medir variáveis


meteorológicas.
• Medir a incidência de radiação ultravioleta.
• Auferir informações sobre a Umidade Relativa do Ar.
• Obter dados precisos de temperatura local.
• Analisar os dados obtidos utilizando programação em R.
17

3 REFERENCIAL TEÓRICO

O funcionamento do aparelho envolve várias etapas desde a coleta dos dados até
a elaboração dos resultados, aqui serão abordados os conceitos que abrangem a
parte eletrônica do aparelho, como também as propriedades a serem medidas.

3.1 Índice ultravioleta

A radiação ultravioleta cobre a faixa de comprimento de onda eletromagnética


de 100 – 400nm, sendo dividida em três bandas: UVA (315 a 400nm); UVB (280 a
315nm) e UVC (100 a 280nm). A radiação UVC é totalmente absorvida pelo ozônio
contido na estratosfera, já a UVB, é absorvida 90%, enquanto que a UVA é a menos
afetada por esta mesma camada (OMS, 2002).

O índice de radiação ultravioleta (IUV) é utilizado para descrever o nível dessa


radiação na superfície da terra. Assim, este dado é um importante veículo para a
conscientização do público sobre os riscos a exposição excessiva aos raios solares e
ao mesmo tempo serve para alertar as pessoas perante as precauções necessárias
para uma exposição segura ou até mesmo induzindo-as a reduzir a própria exposição,
evitando causar problemas de saúde como câncer de pele entre outros.

O índice de radiação ultravioleta (IUV) foi proposto por pesquisadores


canadenses do Environment Canada em 1992 a fim de transformar essa informação
voltada para o público leigo. Dois anos depois os Estados Unidos e a Europa
passaram a adotar o (IUV) e em 2001, a Organização Mundial de Saúde padroniza
esse índice, não só como método de cálculo, mas também como os padrões gráficos
de divulgação. A (IUV) trata-se de um valor adimensional dado por:

400𝑛𝑚 (1)
𝐼𝑈𝑉 = 𝑘𝑒𝑟 ∙ ∫ 𝐸𝜆 ∙ 𝑆𝑒𝑟 (𝜆)𝑑𝜆
250𝑛𝑚

onde 𝑆𝑒𝑟 representa o espectro de ação de eritemas na pele humana em função do


comprimento de onda. Cada faixa de comprimento de onda da radiação solar, tem
ação distinta sobre a pele humana. Um gráfico mostrado na figura 1, elaborado por
Kinley em 1967, mostra a eficiência da radiação UV produzir uma reação biológica em
um ser vivo em função de seu comprimento de onda (𝜆). Por esse gráfico, é possível
18

notar que o valor de 𝑆𝑒𝑟 na faixa de 280 a 315nm (na região UVB) é cerca de mil vezes
maior que na região UVA.

Figura 1: Potencial eritêmico da radiação em função do comprimento de onda.

Fonte: OMS, 2002

A variável 𝐸𝜆 , que pode ser representada como uma função da hora do dia,
representa a irradiância solar em W/m², naquele horário do dia. O gráfico da Figura 2
representa o comportamento dessa irradiância média global durante o dia, mostrando
também os horários onde apresenta maior irradiação. A constante 𝑘𝑒𝑟 é usada para
parametrizar o IUV seu valor e sua unidade será 40m²/W, ou seja, a cada 1IUV
representa 40W/m² (OMS, 2002).
19

Figura 2: Valores de irradiação solar em função do horário do dia

Fonte: Fedrizzi, 2003

Além da hora do dia, a localidade geográfica é um dos principais fatores que


determinam o IUV. A Figura 3, mostra que ao se aproximar em direção aos polos Sul
ou Norte geográfico da Terra, constatando uma diminuição do fluxo de radiação, já as
áreas próximas a linha do equador, recebem uma maior quantidade de energia solar.
20

Figura 3: Índice Ultravioleta em 31/07/2017

Fonte: INPE, 2017

A camada de ozônio é responsável por filtrar cerca de 95% da radiação


ultravioleta incidente da Terra, afirma (MILLER 2007), tornando-a uma das principais
e ao mesmo tempo a mais preocupante dos fatores climáticos, pois a sua redução na
atmosfera, constitui uma série de ameaças a vida na terra. Obviamente, com a
diminuição do ozônio, é obtido um índice de radiação ultravioleta ainda maior.

Além desses fatores climáticos, outros fatores temporais também definem o


IUV; condições atmosféricas: se há presença de nuvens; até mesmo o tipo de
superfície na qual é incidida a radiação.

3.2 Umidade Atmosférica

Embora o vapor de água represente somente 2% da massa total da atmosfera,


ele é o componente atmosférico mais importante na determinação do tempo e do clima
(AYOADE, 1996). O vapor de água presente na atmosfera é originado através da
superfície terrestre a partir da evaporação e da transpiração.
21

O índice mais conhecido para descrever as características higrométricas da


atmosfera é a umidade relativa do ar (URA). Por definição, umidade relativa do ar é a
razão entre o conteúdo de vapor na condição atual/real (w) e o conteúdo de vapor na
condição de saturação (ws) para uma determinada temperatura do ar, como mostra a
equação:

𝑤 (2)
𝑈𝑅𝐴 = × 100%
𝑤𝑠

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, URA não indica a real


quantidade de vapor de água presente no ar, e sim indica o quão próximo o ar está
da saturação, ou seja, é um dado estatístico. Segundo (AYOADE, 1996), o valor da
umidade pode variar caso haja alguma mudança na temperatura do ar, mesmo que
não tenha havido nenhum aumento ou diminuição em seu conteúdo de umidade.

3.3 Diodos semicondutores

Para o entendimento do comportamento do Diodo, é necessário,


primeiramente, entender como funciona os materiais semicondutores, pois, são
formados a partir destes.
O semicondutor é um elemento com propriedades entre as do condutor e as
do isolante. Os materiais semicondutores mais utilizados atualmente, são o silício e
o germânio, sendo que entre eles, o mais utilizado é o silício (MALVINO, 2007). Os
melhores semicondutores apresentam 4 elétrons em sua camada de valência.
Existem dois tipos de semicondutores: os do tipo p e os do tipo n, sua
diferença está no seu tipo de dopagem de modo em que seus elétrons livre exceda
o numero de lacunas. Basicamente, os semicondutores do tipo p, são os que o
número de lacunas excede o numero de elétrons, já os semicondutores do tipo n,
são os que o número de elétrons excede o número de lacunas. (MALVINO, 2007)
22

Figura 4: Semicondutores p e n

Fonte: MALVINO, 2007

Podemos visualizar um semicondutor do tipo p ao lado esquerdo da figura 4,


onde cada sinal dentro do círculo é um átomo trivalente, e cada sinal positivo, uma
lacuna em sua órbita de valência. Já ao lado direito da figura 4, podemos observar um
semicondutor do tipo n, para esse, os círculos com sinal positivo, representa um átomo
pentavalente, e os sinais de menos, represente um elétron livre que ele contribui para
o semicondutor (MALVINO, 2007).
Quando feita a junção desses dois tipos de materiais semicondutores,
chamamos de junção pn. A junção pn é a base para todo tipo de invenções na
eletrônica, inclusive de diodos, transistores e circuitos integrados (MALVINO, 2007).

Figura 5: Junção pn com camada de camada de depleção

Fonte: MALVINO, 2007


23

Para diodos de silício, essa barreira de potencial é quebrada com uma tensão
de 0,7V, já para os diodos de germânio, essa tensão é reduzida para 0,3V.
Quando feita uma polarização direta nessa junção, ou seja, o terminal positivo
da fonte ligado ao material do tipo p do diodo, e o terminal negativo, ligado ao tipo n,
o diodo se comporta como um condutor comum, já na polarização reversa, o diodo se
comporta como um circuito aberto.

3.4 Fotodiodo

O fotodiodo é um diodo de junção bipolar construído de forma que seu material


semicondutor esteja em contato com a luz, fazendo com que esta, influencie a
passagem de corrente elétrica por este dispositivo. Diodos, quando são polarizados
de forma reversa, possuem resistência muito elevada. Quando esse componente
eletrônico é passivo de energia luminosa, essa resistência diminui, possuindo variação
na sua corrente, na qual é detectada pelo aparelho medidor, assim, podemos
quantificar a energia que incide sobre o fotodiodo. (THOMAZINI, 2005)

Figura 6 : Diodo de Junção Bipolar

Fonte: Autor

Os materiais usados na fabricação do fotodiodo são semicondutores pn como


o silício e o germânio. Sua sensibilidade luminosa baseia-se no efeito fotoelétrico. A
corrente no sensor de fotodiodo é de dezenas de mA com alta luminosidade e alta
resposta. (THOMAZINI, 2005)
24

3.5 Termistores

Trata-se de resistores termicamente sensíveis, são semicondutores eletrônicos


cuja resistência varia de conforme a temperatura. São extremamente úteis
industrialmente para detecção automática, medição e controle de energia física
(THOMAZINI, 2005).
Existem dois tipos básicos de termistores: os de coeficiente positivo de
temperatura (PTC) e os de coeficiente negativo de temperatura (NTC). O termistor
PTC, possui um comportamento no qual a resistência varia positivamente com a
temperatura, já no outro tipo ocorre o inverso.
A relação entre resistência e temperatura para um sensor do tipo PTC é dada
por uma aproximação dento de um intervalo de temperatura, mostrando-se um
comportamento linear representado na figura 7. A equação 3 representa o
comportamento da resistência desse componente dentro daquele intervalo de
temperatura.

𝑅𝑠 = 𝑅0 [1 + 𝛽(𝑇𝑠 − 𝑇0 )] (3)

Onde 𝑅𝑠 e 𝑅0 são os valores de resistência do sensor e a resistência a


temperatura de referência (25ºC), esse valor varia dependendo do material que é
produzido o sensor. O coeficiente térmico da resistência elétrica do sensor está
representado na equação 3 por 𝛽. 𝑇𝑠 e 𝑇0 são as temperaturas do sensor e a
temperatura de referência.
A figura 7, mostra a curva típica de um termistor PTC. Como podemos perceber,
o gráfico apresenta um comportamento no qual, em seu maior intervalo a resistência
varia positivamente com a temperatura.
25

Figura 7: Gráfico do comportamento de termistor PTC

Fonte: Sensores industriais (THOMAZINI)

Já os termistores do tipo NTC, possuem uma resistência regida por uma


equação diferente, onde em sua totalidade, apresenta um comportamento
exponencial decrescente, mostrado pela figura 8. A equação na qual representa a
resistividade no termistor do tipo NTC, é dada por:

1 1
𝛽( − )
𝑇𝑠 𝑇0
(4)
𝑅𝑠 = 𝑅0 𝑒
26

Figura 8: Gráfico do comportamento de termistor NTC

Fonte: Sensores industriais (THOMAZINI)

Os termistores possuem uma vasta gama de aplicações como por exemplo: na


química, para calorimetria e condutividade térmica de gases; na física, para medição
de vácuo e termômetros; também pode ser utilizado em veículos automotivos, para o
controle de temperatura de motores, entre outras. (THOMAZINI, 2005).

3.6 Sensor capacitivo de umidade

O sensor de umidade possui o funcionamento básico de um capacitor de placas


paralelas, onde a seu meio dielétrico está em contato com o ar. Para entender melhor
esse funcionamento, será abordado os conceitos básicos sobre capacitores.

(HAYT,1983) define de forma mais abrangente, a capacitância (𝐶) entre dois


condutores quaisquer, imersos em um meio dielétrico homogêneo pela expressão:

𝑄 (5)
𝐶=
𝑉
Onde 𝑄 representa a carga total em módulo e 𝑉 a diferença de potencial entre
os dois condutores. Devido ao fato de que essa diferença de potencial depende de
variáveis físicas, é tido:

𝑉 =𝐸∙𝑑 (6)
27

Onde 𝑑 representa a distância entre os dois condutores. Considerando que este


capacitor é formado por duas placas paralelas, e que a distância entre os condutores
é muito menor em relação a sua área, podemos usar a aproximação de um plano
infinito e aplicar a lei de Gauss, na qual relaciona a carga total envolvida com o fluxo
de campo elétrico:

(7)
𝑄 = 𝜀𝑟 ∮𝐸⃗ 𝑑𝐴

Na qual 𝜀𝑟 está relacionado com propriedades do meio dielétrico contido entre


as duas placas. Já que o campo elétrico não varia em relação a área, pode-se colocá-
lo para fora da integral e resolve-la, chegando na expressão:

𝑄 = 𝜀𝑟 𝐸𝐴 (8)

Substituindo a equação (8) e (6) na equação (5) chegamos em uma expressão


na qual a capacitância depende somente da área 𝐴 das placas, da distância e das
propriedades dielétricas do substrato.

Figura 9: Capacitor de placas paralelas

Fonte: Autor
28

Já que conhecemos a distância entre as duas placas e área das mesmas,


podemos então obter variação na capacitância com a variação da permissividade do
meio. Já que o ar possui uma permissividade diferente da água podemos notar a
diferença nessa capacitância, obtendo variação na umidade do meio entre as placas
do capacitor.

3.7 Conversão analógico-digital

O Transdutor (ou sensor) tem como função de converter a variável física em


elétrica. A saída elétrica de um transdutor é uma corrente ou tensão proporcional à
variável física monitorada, por exemplo: uma temperatura que se encontra em 38ºC,
será convertido para 380mV, usando a proporção 1 para 10 (TOCCI, 2011).

Esses dados de corrente serão enviados para o ADC (Analogic-Digital


Conversor), que converte essa entrada analógica em saídas digitais, que consiste de
um número de bits que representa o valor da entrada analógica. (TOCCI, 2011). Em
conversores que atuam com 10 bits, podem representar 1024 valores diferentes.

Um sistema digital é um conjunto de dispositivos feitos para manipular


informação lógica ou quantidades físicas representadas no formato digital, que estas,
pode assumir somente valores discretos. A representação digital da variável de
processo é transmitida do ADC para o sistema digital, que tem como função de
armazenar e processar de acordo com as instruções do programa. (TOCCI, 2011).

A saída digital do computador é conectada ao um DAC (Digital-Analogic


Conversor), que a converte em uma variável analógica proporcional. A conversão D/A
consiste no processo em que o código digital é convertido em tensão ou corrente
proporcional. (TOCCI, 2011).

A resolução (tamanho do degrau) de um conversor D/A, segundo


(TOCCI 2011), é definida como a menor variação na saída analógica como resultado
de mudanças na entrada digital. Em um contador de 4 bits e um fundo de escala de
15V, teremos, 1V por degrau.
29

3.8 Microcontroladores

O microcontrolador trata-se de um circuito integrado (CI) que é capaz de efetuar


processos lógicos com extrema rapidez e precisão. A grande vantagem deste CI é a
sua vasta possibilidade de aplicações, o que o torna adaptável à finalidade desejada,
e que possibilita seu ajuste de acordo com a tarefa que deverá executar. (SOUZA,
2000)
Os microcontroladores foram projetados a fim de que nenhum outro
componente externo seja necessário nas aplicações, uma vez que todos os
componentes essenciais já estão contidos nele. Assim, tem-se um baixo custo de
tempo e espaço na construção de dispositivos.

Figura 10: Exemplo de um microcontrolador PIC

Fonte: Direnc

Em última análise, um microcontrolador trata-se de um computador em um


único chip contendo nele: um processador, memória, temporizadores, dispositivos de
comunicação serial, dentre outros.

3.9 Energia Fotovoltaica

Um efeito de conversão fotovoltaico pode ser obtido em todos os


semicondutores. Os isolantes são inadequados por causa da sua baixa condutividade;
quanto aos metais, são insensíveis à luz por causa de sua elevada concentração de
elétrons (PALZ, 2002). A tabela 1, mostra os valores de resistividade elétrica dos tipos
de materiais.
30

Tabela 1 – Valores típicos de resistividade

Condutor Semicondutor Isolante

ρ≈𝟏𝟎−𝟔 Ω×cm (cobre) ρ≈50Ω×cm (germânio) ρ≈1012 Ω×cm (mica)


ρ≈50x103 Ω×cm (silício)

Fonte: (LOPEZ, 2012).

O efeito fotovoltaico é o surgimento de uma diferença de potencial nas


extremidades de um material semicondutor, que surge com a captação de luz. A célula
fotovoltaica é unidade fundamental do processo de conversão.
O termo usado para designar a radiação solar que incide sobre uma superfície
em determinado instante e local é insolação ou irradiação. Quando a insolação é
descrita como potência, é expressa em função de Watt por metro quadrado (LOPEZ,
2012).
No interior da célula de silício há duas camadas de impurezas: uma é dopada
com um elemento que tende a perder elétrons e outra com um elemento que tende a
absorvê-los. A área de contato entre as camadas é chamada de junção PN. Quando
os dois tipos de semicondutores são inseridos juntamente nesta junção e os
portadores possuem cargas opostas, eles se movimentam na direção um do outro
(LOPEZ, 2012).
31

Figura 11 – Corte Transversal de uma Célula Fotovoltaica.

Fonte: Cresesb, 2014.

De acordo com (Villalva e Gazoli, 2012), o primeiro material utilizado na


fabricação comercial de células fotovoltaicas foi o silício e, até hoje é considerado o
mais utilizado. Em 2014, cerca de 85% de todos os sistemas de energia solar
fotovoltaica instalados em casas e empresas no mundo todo utilizaram alguma
tecnologia baseada em silício.
Um painel é um conjunto de módulos conectados e um arranjo é um grupo de
painéis conectados. Podem ser agrupados em série ou em paralelo para produzir as
correntes e tensões desejadas. Uma célula fotovoltaica de silício cristalizado produz
uma tensão de aproximadamente 0,46 a 0,56 volts e uma densidade de corrente de
aproximadamente 30mA/𝑐𝑚2 . Quanto maior a incidência solar sobre um painel
fotovoltaico, mais eletricidade é gerada, mesmo na sombra ele continua produzindo,
porém em números menores. (LOPEZ, 2012). A corrente de saída do painel é
determinada pela quantidade de área que o mesmo ocupa e da eficiência de uma
única célula do módulo.
32

3.10 Coeficiente de correlação de Pearson

A correlação é uma análise estatística que tem como intuito mensurar o grau
da relação linear entre duas variáveis quantitativas. (MOORE, 2007), ou seja, a
correlação procura entender como uma variável se comporta com a variação de outra,
identificando se existe alguma relação entre a variabilidade de ambas.
O coeficiente de correlação de Pearson exprime o grau de relação entre duas
variáveis quantitativas com valores situados entre -1 e 1. Quando o valor se aproxima
de 1 positivo, significa que as duas variáveis possuem correlação positiva, ou seja, a
segunda variável aumente conforme o aumento da primeira. Já no caso em que esse
valor se aproxima de 1 negativamente, chamamos de correlação negativa. Um
coeficiente de correlação próximo de zero, significa que as variáveis não possuem
correlação e ao se aproximarem dos extremos (1 e -1) significa uma correlação forte.
Dancey, em 2005, apontou para uma classificação em que: r = 0,10 até 0,30 (fraco); r
= 0,40 até 0,6 (moderado); r = 0,70 até 1 (forte).
Seja 𝑥1 , 𝑥2 , … , 𝑥𝑛 o conjunto de medidas de uma variável e 𝑦1 , 𝑦2 , … , 𝑦𝑛 as
medidas da outra variável, o coeficiente de correlação de por:

𝑆𝑥𝑦 (9)
𝑟=
𝑆𝑥 𝑆𝑦

Onde 𝑆𝑥𝑦 é obtido pela equação:

∑(𝑥𝑖 − 𝑥̅𝑖 )(𝑦𝑖 − 𝑦̅)


𝑖 (10)
𝑆𝑥𝑦 =
𝑛−1

As variáveis 𝑆𝑥 e 𝑆𝑦 representam o desvio padrão das variáveis x e y,


respectivamente; 𝑥 e 𝑦 são as médias aritméticas das duas variáveis.
O quadrado do coeficiente de correlação de Pearson é chamado de coeficiente
de determinação ou simplesmente 𝑟 2 . É uma medida da proporção da variabilidade
em uma variável que é explicada pela variabilidade da outra.
33

4 MATERIAIS E METODOLOGIA

Nesse capítulo será abordado todo material utilizado na pesquisa, assim como
suas aplicações nesse estudo, que tem como objetivo de elaborar um aparelho que
colete dados de variáveis atmosféricas.

Todo o material utilizado tanto para a elaboração do aparelho como para a


confecção da cobertura de proteção do sistema está descrito um a um logo abaixo
nas subseções descritas adiante.

4.1 Materiais utilizados

4.1.1 Placa de ensaio (ou protoboard)

Uma protoboard é uma placa com furos e conexões condutoras para montagem
de circuitos elétricos experimentais. A grande vantagem da placa de ensaio na
montagem de circuitos eletrônicos é a facilidade de inserção de componentes sem
necessidade de fazer soldagens.

Os contatos metálicos estão em diferentes sentidos na matriz. A placa de


montagem possui a matriz principal em seu meio e duas linhas superiores e duas
inferiores em cada matriz.

Com tudo, esta placa oferece algumas restrições, comumente as protoboards


que se encontra no mercado, suporta corrente elétrica de até 1 ampere. A capacitância
e resistência dos contatos internos consideravelmente altos, susceptibilidade à
captação de ruídos e interferências, dentre outros fatores

4.1.2 Node - MCU

O Arduino foi a primeira plataforma de desenvolvimento de código aberto (open


source), criada em 2005 por Massimo Banzi, com o intuito de auxiliar no estudo de
eletrônica, para que os estudantes da área possam desenvolver seus protótipos com
o menor custo possível. (SOUSA, 2013).
Essas plataformas de prototipagem possuem entradas de alimentação, pinos
de entrada analógica e digital, a quantidade dessas entradas e saída depende do
modelo de fabricação. Atualmente dezenas de plataformas de prototipagem, que
34

podem apresentar diferentes quantidades de portas digitais e analógicas. Outros


parâmetros como frequência de clock e memória podem variar com o modelo.
A NodeMCU que será nossa ferramenta de pesquisa, é uma placa pouco
conhecida em relação ao Arduíno, essa utiliza uma IDE de programação com a
linguagem de script em LUA, (pouco utilizada por desenvolvedores e programadores).
Possuindo as seguintes características apresentada na tabela 2 a seguir:

Tabela 2: Algumas especificações do ESP-8266

Arquitetura 32 bits
Frequência de Clock 80MHz
RAM 160KB
Flash 16Mb
GPIO 17

Fonte: Datasheet NodeMC

Figura 12: Plataforma NodeMCU

Fonte: GeekTec
35

Como mostra a figura 12, essa plataforma conta com quatro entradas de sinal
digital, uma entrada de sinal analógico, LED, pinos de saída e entrada de alimentação
de 5V e 3,3V e GND. A placa possui o microcontrolador ESP-8266, que também
possui neste, o módulo de Wi-Fi, no qual foi utilizado para mantar a comunicação dos
dados com o aparelho.
O ESP8266 é uma das mais interessantes plataformas existentes. A razão
disso é simples: em uma pequena placa estão disponíveis os circuitos de regulação
de tensão, conectividade USB para programação e conectividade WI-FI,
caracterizando uma placa auto-suficiente para projetos envolvendo IoT.

4.1.3 DHT-22

Conforme a folha de dados (datasheet) do sensor DHT-22, ele se trata de um


sensor de temperatura funcionando juntamente com um sensor capacitivo de umidade
(comentado anteriormente). No que se refere a temperatura, esse sensor opera na
faixa de -40 a +80 graus Celsius, já o sensor de umidade possui uma faixa completa
de operação (0 a 100%).
Além de ser um sensor de pequenas dimensões (representada em mm) como
mostra na figura 13, ele possui uma alta precisão em ambas aplicações. Para a
umidade o equipamento apresenta uma precisão de ±0,1%, já para temperatura, a
taxa de erro pode variar em até 0,5 graus Celsius.

Figura 13: Sensor DHT-22

Fonte: Datasheet DHT-22


36

O sensor um dentre os 4 pinos, que deve ser alimentado com uma tensão entre
3.3 e 6V; outro pino possui a função de enviar o sinal de saída digital para o
microcontrolador (MCU), já os outros devem ser conectados ao GND do MCU.
Esses sensores pertencem a componentes que possuem um bom nível de
estabilidade. O coeficiente de calibração DHT 11 é armazenado no programa de
memória OTP, portanto, quando o sensor interno detecta algo, este módulo lê os
coeficientes do sensor.
Segundo (MATOS, 2013), o sensor DHT22 acoplado ao Arduino é uma forma
eficiente e de baixo custo para coleta de dados de temperatura e umidade. (FAHMI,
2008) utiliza o sensor DHT-11, que possui uma precisão menor e uma taxa de
operação inferior ao DHT-22. O componente é utilizado por ele, para o automatizar o
resfriamento de servidores, obtendo uma redução significativa no consumo de energia
elétrica.

4.1.4 UVM – 30A

O sensor UVM – 30A, trata-se de um sensor, no qual seu funcionamento é


similar a um diodo fotoelétrico (fotodiodo). Este sensor tem a capacidade de medir a
radiação UV, entre as faixas de 280 a 360nm, apresentando uma faixa de operação
muito superior aos demais, além disso, sendo possível captar o sinal de radiação
referente na faixa UVA e UVB integralmente.
Para o uso deste sensor, foi utilizado um gráfico disponibilizado pelo próprio
datasheet do mesmo, este Gráfico 1, representa os valores de IUV referentes a cada
valor de tensão de saída na saída analógica do componente sensível, assim, sendo
necessário uma conversão dentro do próprio algoritmo.
37

Gráfico 1: Resposta de tensão de saída para IUV

Fonte: datasheet UVM-30A

4.1.5 Painel Fotovoltaico

O painel fotovoltaico utilizado nesta pesquisa, trata-se de um painel solar de


silício policristalino, possuindo uma tensão de saída de 7V e potência de 5W. O painel
apresenta dimensões de 12x12cm podendo facilmente ser aplicado em alimentação
de circuitos onde apresenta a tensão especificada. A figura 14 ilustra o painel utilizado.
38

Figura 14: Painel solar utilizado

Fonte: Autor

4.1.6 Diodo 1N4001

O diodo 1N4001 é um diodo da família 1N4000, sua tensão de bloqueio é de


50V, ele é capaz de conduzir uma corrente média de até 1A, suportando picos de
corrente de até 30A. A corrente de fuga máxima nesse diodo é de 50𝜇A quando
submetido a temperatura de 100ºC, sua máxima temperatura de junção é de 180ºC.

Figura 15: Diodo 1N4001

Fonte: Baudaeletrônica. Disponível em:


http://www.baudaeletronica.com.br/Documentos/Diode_1N4001%20to%201N4007.pdf. Acesso em
15/09/2018
39

O diodo é fabricado em pequenas dimensões, visto que possui um


encapsulamento do tipo DO-41, que possui as medidas mostradas na figura 16.

Figura 16: Dimensões encapsulamento DO-41

Fonte: Datasheet 1N4001

4.2 Metodologia da pesquisa

As medições foram feitas no campus da UFERSA no município de Caraúbas,


localizado no interior de Rio Grande do Norte, como mostra a figura 17. As
coordenadas geográficas de onde será posto os sensores influenciam diretamente na
medição, como explicado no referencial teórico. Além das coordenadas, a figura 17
também mostra a altitude de município.
40

Figura 17: Imagem de Satélite da Cidade de Caraúbas - RN

Fonte: Google Earth

O aparelho foi instalado conforme os padrões da Organização Meteorológica


Mundial (OMM, entidade internacional ligada à ONU), que coordena as atividades
operacionais na área das Ciências Atmosféricas, estabelece normas para instalação
dos instrumentos meteorológicos, portanto, o conjunto sensor de temperatura e a
umidade relativa do ar devem ser efetuados a uma altura entre 1,25 a 2,00 m acima
do terreno. Já para o sensor de radiação solar deve ser posto de maneira minimizando
a possibilidade de sombras de sensores ou estruturas da estação meteorológica. Esta
variável não é dependente da altura do instrumento, mas recomenda-se instalação
entre 1,5 m e 2 metros de altura, dada a facilidade de acesso.

O aparelho foi fixado em uma cobertura de isopor de 10mm revestido com


madeira de 1mm de espessura, sendo elaborado em uma protoboard e a ela acoplado
o sensor de radiação ultravioleta UVM-30a (descrito no subtópico de materiais
utilizados), um sensor de temperatura e umidade relativa do ar (DTH-22) e a placa de
desenvolvimento, Node – MCU.
41

Figura 18: Aparelho desde a preparação até a sua atuação a campo.

a) b)

c) d)

Fonte: Própria

A figura 8 logo acima, mostra o aparelho desde a sua confecção até o momento
em que ele foi instalado no campo. Perceba que a figura 18a) mostra a interligação
desses componentes, como foi utilizado os fios jumpers e a protoboard. Já na figura
18b) é mostrado todo o isolamento térmico e a estrutura interna de sustentação. Neste
aparelho, o sensor UVM-30a tem que ficar exposto, como mostrado na figura 18c),
visto que o mesmo tem que se localizar onde sempre tenha acesso a radiação solar
para que faça a captação da mesma, os outros sensores, no entanto, devem estar
protegidos desta, pois a radiação eletromagnética incidente sobre um material, pode
favorecer o aumento da sua temperatura, provocando com isso um efeito estufa local,
e tendo como função resposta uma temperatura que não coincide com a temperatura
ambiente. Já a figura 18d) mostra como o aparelho foi instalado e fixado no campo
onde irá desempenhar sua função.
42

A placa possui entrada de alimentação compatível com uma entrada micro-


USB. Para a alimentação do circuito, foi utilizada uma placa solar de 5 Volts ligada em
uma bateria, pois o aparelho se encontra em local de difícil acesso a rede de energia
elétrica. O intuito deste procedimento foi tornar o aparelho totalmente independente
de alimentação cabeada, pois as fontes de alimentação utilizando rede elétrica ficam
distante do aparelho.

O sinal gerado pelo sensor DTH-22 será recebido pelo microcontrolador através
da entrada D2 (entrada digital), a placa utilizada dispõe saídas de alimentação de
3,3V, a qual foi utilizada para a alimentação elétrica desse sensor. Já para o sensor
UVM-30a, foi utilizado o único pino de entrada analógica disponível na placa e para a
alimentação foi utilizado os mesmos pinos usados para o sensor anterior, A figura (19)
mostra a ligação dos sensores na placa do ESP-8266.

Figura 19: Circuito de ligação dos sensores no aparelho

Fonte: Próprio do Autor

A figura 19 ilustra de forma mais clara como foi feito as ligações dos sensores
na placa: ligações de alimentação e de sinais de entrada.

Para inserir o algoritmo de comando no microcontrolador foi usado o IDE


(Integrated Development Environment) da Arduino o qual trata-se de um ambiente de
programação baseado na linguagem C com diversos recursos, além do depurador e
43

compilador do código, facilitando o desenvolvimento rápido de aplicações lógicas. Já


para que o equipamento envie os dados coletados, foi utilizado o sensor de Wi-Fi ESP-
8266 com o auxílio de um roteador e conexão com internet, garantindo que todos os
12900 dados diários sejam enviados para um site que funciona como uma plataforma
IoT chamado ThingSpeak. O próprio site, disponibiliza uma chave API, para que esta
seja inserida no código.

Uma das características do ThingSpeak é que ele disponibiliza os dados


coletados em uma planilha eletrônica no formato .CSV (valores separados por
vírgula). Dessa forma, foi utilizado o programa Visual Studio desenvolvido pela
Microsoft, o qual é um ambiente de programação que possui suporte para diversas
linguagens. Aqui, foi utilizado o ambiente de programação em R, pois esta, trata-se
de uma linguagem voltada para cálculos estatísticos e gráficos com inúmeros
recursos, tornando o código pequeno e fácil de ser entendido.

Para dimensionar os componentes que alimentam o aparelho, foi feito no


Laboratório de Circuitos Elétricos, Eletrônicos e Digitais da UFERSA, um experimento
para calcular a corrente elétrica que passará pelo condutor de alimentação do mesmo.

No procedimento experimental, o circuito foi alimentado utilizando uma fonte de


tensão INSTRUTHERM FA-3030 regulada para 5V de tensão contínua, como mostra
na figura 20a). A figura 20b) mostra o multímetro conectado em série com o aparelho;
a corrente do circuito foi medida em pleno funcionamento do mesmo.

Figura 20: Fazendo a medida da corrente do circuito montado.

a) b)

Fonte: Autor
44

Como pode ser visto na figura 20b) o multímetro mostra o valor de corrente no
condutor de alimentação de 82,89mA com uma tensão de 5 Volts, assim podemos
realizar um calculo simples para calcular a potência do circuito através da equação
(10):

𝑃 =𝑉×𝑖 (11)

Onde 𝑃 é a potência que o circuito apresenta; 𝑉 é a tensão submetida; e 𝑖 é o


valor obtido da corrente elétrica conforme o experimento. De posse desses valores o
valor da potência foi de 0,414W.

Como o circuito necessita de uma tensão elétrica entre 5 e 9V, para isso foi
utilizado 5 pilhas recarregáveis MULTILASER com tensão de 1,2V, fazendo uma
associação em série entre elas, obtemos uma tensão referente a 6V. como mostra na
figura 21.

Figura 21: Ligação em série de pilhas

Fonte: Autor
45

Para que ocorra o carregamento das pilhas, precisa ser aplicado uma tensão
superior a tensão que elas possuem, para isto, foi utilizado dois painéis fotovoltaicos
com tensão de 7V ligados em paralelo. O teste de carregamento foi realizado
utilizando um multímetro, no qual apresentou um valor significativo de corrente quando
ligado em série entre os terminais do painel e das pilhas, senso mais que suficiente
para realizar o carregamento completo das pilhas.

5 RESULTADOS

Neste capítulo será apresentado os resultados obtidos seguindo a metodologia


abordada no capítulo anterior, a fim de comprovar a eficácia do aparelho proposto
juntamente com análises estatísticas de correlação e regressão linear entre suas
medições realizadas.

5.1 Temperatura

Foram coletados dados referentes a temperatura em relação a hora do dia.


Aqui, foi selecionado os valores que mostra os pontos referentes ao dia 3 de setembro
de 2018.

Gráfico 2: Temperatura local do dia 03 de setembro, obtida pelo aparelho elaborado.

Fonte: Autor
46

Conforme o gráfico 2, há uma diminuição da temperatura entre os horários


22:10 e 22:40. O sensor demonstrou uma precisão de 0.1ºC, conseguindo captar 5
pontos intermediários entre 27ºC e 26,5ºC, também é possível notar que houve uma
grande quantidade de pontos obtidos neste pequeno intervalo de tempo.

Os dados de temperatura mais próximo que tivemos acesso foi captado na


cidade de Apodi – RN, localizado a 44km de Caraúbas, assim não teria como realizar
uma comparação mais precisa desses dados, ainda mais que estes dados, são
coletados somente 24 pontos por dia (um a cada hora). Como o gráfico 3 apresentado
a seguir.

Gráfico 3: Temperatura local obtida pelo aparelho oficial

Fonte: INMET

A pesar dos dados serem adquiridos em localidades diferentes, podemos


observar que os dois gráficos apresentam comportamento decrescente de
temperatura entre as 22:00 e 23:00 e apresentam dados praticamente iguais para este
mesmo horário.

5.2 Índice ultravioleta (IUV) e Umidade Relativa do Ar (URA)

Foram feitas várias análises para averiguar o funcionamento do aparelho. Em


todas elas, as mediadas de Raios UV e Umidade Relativa do Ar apresentaram-se
47

muito bons em relação aos dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) da


base A340 localizada na cidade de Apodi.
O índice de radiação pode ser medido de várias formas, uma delas é de
maneira adimensional e as outras medem através do comprimento de onda, da
frequência ou da energia. Para um melhor entendimento veja gráfico 4 logo abaixo.

Gráfico 4: Figura esquemática que mostra a comparação entre os resultados coletados e os dados
oficiais da base A340 do INMET para Raios IUV.

A figura acima mostra um esquema comparativo onde estão nossos resultados


para IUV e da base A340 do INMET. Os resultados expostos são para os dias 30 de
julho e 01 de agosto do ano de 2017. Perceba que nos gráficos 4a) e 4b), os dados
são adimensionais já no gráfico 4c) os dados são medidos em unidade de energia por
48

metro quadrado. A um primeiro contato pode parecer um pouco inapropriado fazer


uma comparação entre os dados, no entanto, os comportamentos das curvas são
muito semelhantes o que mostra uma boa relação entre elas. Assim em uma análise
mais quantitativa o ponto (a), com índice de radiação 11, o (b) com 4 e o (c) com 0 do
gráfico 4a), foram medidos as 14:00 h, 18:00 h e 21:00 h respectivamente, e estão
correlacionados com os pontos (G), (H) e (I) da figura 3c), onde estes pontos mostram
os valores dos índices no mesmo horário de coleta dos dados do dia 30 de julho.
No gráfico 4b), os dados são referentes ao dia 01 de agosto. Os pontos (d) com
índice de radiação 11, (e) com índice 1 e (f) com índice zero, foram medidos as 14:00
h, 18:00 h e 21:00 h respectivamente, e estão correlacionados com os pontos (J), (L)
e (M) do gráfico 4c) os quais tem as medidas para esses mesmos horários.
Os gráficos 4a) e 4b), apresentam uma queda em suas curvas às 15:00 h. Isso
deve-se ao fato do aparelho medir a radiação que chega nele em tempo real. Dessa
forma, muito provavelmente essa queda seja devido a alguma nebulosidade a qual
ficou provisoriamente impedindo que a radiação chegasse ao aparelho.
Em ambas as comparações os comportamentos das curvas são muito
parecidos. A comprovação aqui, não fica tão bem explícita devido as unidades de
medidas serem diferentes. No entanto, quando analisamos a Umidade Relativa do Ar
(URA) temos uma boa comparação entre os dados produzidos pelo aparelho e os do
INMET. Veja no gráfico 5.
49

Gráfico 5: Figura esquemática que mostra a comparação entre os resultados coletados e os dados
oficiais da base A340 do INMET para Umidade Relativa do Ar.

A figura acima, mostra a comparação entre os dados coletados pelo aparelho


aqui produzido e os da base A340 do INMET com relação a Umidade Relativa do Ar.
Os resultados expostos, assim como os de Radiação UV, são também referentes aos
dias 30 de julho e 01 de agosto do ano de 2017. Os dois gráficos de cima: gráfico 5a)
e 5b), foram gerados com os dados do aparelho, já no gráfico 5c), foi gerada pelo site
oficial do INMET.
No gráfico 5a) tem quatro pontos marcados no mesmo, (a) refere-se às 6:00 h,
(b) às 9:00 h, (c) às 21:00 h e (d) às 23:00h. Esses pontos como podem serem vistos,
são referentes ao dia 30 de julho e possuem valores de 62,7%, 67,8%, 44,8% e 52,7%
50

respectivamente. Quando esses dados são comparados com os pontos (I) = 62%, (J)
= 66%, (L) = 44% e (M) = 52,7%, que são os pontos correspondentes ao INMET em
dia e horários, percebe-se uma aproximação muito grande em valores numéricos,
mostrando que os dados são bastantes confiáveis por comparação, com os oficiais.
Já no gráfico 5b), os dados deste, são referentes ao dia 01 de agosto e os
pontos marcados nele, (e), (f), (g) e (h), são referentes aos horários de 8:00 h, 9:00 h,
17:00 h e 19:00 h, respectivamente. Estes apresentam os seguintes valores
numéricos nesta mesma sequência e ordem: 66%, 65,6%, 35,2% e 43,7%. Ao
comparar esses dados com os pontos correspondentes a eles no gráfico 6 c), ou seja,
com os pontos (N) = 66%, (O) = 66%, (P) = 37% e (Q) = 40% mais uma vez percebe-
se uma ótima aproximação em valores numéricos entre os dados coletados pelo
aparelho aqui produzido e os dados oficiais.
Quando o aparelho foi projetado, a ideia era que a população tivesse um acesso
rápido e fácil dos dados atmosféricos apresentados aqui. Dessa forma é que no código
criado, foi deixado de forma proposital um intervalo de tempo (δt) de coleta de dados
a caráter do programador, ou seja, o intervalo de tempo entre um ponto e outro do
gráfico é controlado. Nos gráficos 4a), 4b), 5a) e 5b), δt está de hora em hora, mas
ele pode ficar com intervalos menores de até 15 segundos (vide gráfico 02).
51

5.3 Análise temperatura x URA

Para uma análise estatística entre temperatura e radiação foram utilizados 100
pontos, ambos coletados ao mesmo instante de tempo, obtendo os valores mostrados
na tabela (3) logo abaixo:

Tabela 3: Valores obtidos em análises estatísticas entre temperatura e URA

Análise Estatística Valor

Coeficiente Angular -2,2563

Coeficiente Linear 133,673

Coeficiente de correlação -0,9781

R-quadrado 0,9568

R-quadrado ajustado 0,9564

Erro Padrão 0,08805

Fonte: Autor
52

O programa elaborado também nos permite tanto a plotagem dos gráficos de


dispersão entre as duas variáveis, como também a reta de regressão linear; ambos
são mostrados em um pequeno intervalo gerado pela programação em R, que nos
dispôs o gráfico (6), mostrando uma reta decrescente de regressão linear.

Gráfico 6: Gráfico de dispersão e de regressão linear entre temperatura e URA

Fonte: Autor

5.4 Análise URA x IUV

Para a análise estatística entre umidade relativa do ar e índice ultravioleta,


foram utilizados 33 pontos de cada variável, obtendo valores mostrados na tabela 3 a
seguir.
53

Tabela 3: Valores obtidos em análises estatísticas entre URA e IUV

Análise Estatística Valor


Coeficiente Angular -2.3255
Coeficiente Linear 41.8342
Coeficiente de correlação -0.8197509
R-quadrado 0.672
R-quadrado ajustado 0.6614
Erro Padrão 2.374
Fonte: Autor

Assim como na análise da subseção anterior, foi plotado o gráfico de dispersão


juntamente com a reta de regressão linear com os 33 pontos adquiridos, mostrado no
gráfico (7) a seguir. Da mesma forma da análise anterior, o comportamento da reta
obtida apresenta uma relação decrescente entre umidade e radiação.

Gráfico 7: Gráfico de dispersão e de regressão linear entre URA e IUV

Fonte: Autor
54

6 CONCLUSÕES

Muitos cientistas têm se dedicado ao estudo de variáveis climatológicas devido


as grandes agressões que o ambiente vem sofrendo e a grande demanda social de
mantimentos alimentícios, na qual a sua produção baseia-se bastante nas condições
ambientais e nas previsões futuras de chuva, temperatura, umidade do ar, etc.
Aqui apresentamos um aparelho que, quando comparados a aparelhos oficiais
de medição, este possui um baixo custo de implementação e que mede, de forma
quantitativa os dados de temperatura, radiação ultravioleta e umidade relativa do ar.
Para isto, foram utilizados sensores de suas respectivas funcionalidades juntamente
com uma placa de desenvolvimento e outros componentes eletrônicos. Este aparelho
é utilizado de forma fixa sobre uma base, mas que também pode ser utilizado de forma
móvel.
Seu teste foi realizado na cidade de Caraúbas, interior do Rio Grande do Norte
e os dados obtidos por ele, foram comparados com os que foram coletados na base
oficial A-340, localizada no município de Apodi – RN.
Em ambos, até às 9:00 h o índice de radiação UV tem intensidade zero. Já a
partir das 10:00 h até às 14:00 h o índice IUV tem crescimento elevado e se mantem
muito alto até o anoitecer, quando então ele volta a ser zero
Quanto aos dados de umidade relativa do ar, as curvas geradas pelos dados
coletados pelo aparelho aqui produzido, praticamente se sobrepõem as curvas oficiais
do INMET. Elas mostram também, que a URA durante a madrugada apresenta valores
altos devido ao orvalho. Outro fato, é que a medida que a radiação UV cresce
exponencialmente a umidade relativa do ar decresce de forma bastante acentuada. A
partir das 16:00 h até às 24:00h a umidade cresce de forma bastante acentuada.
Com relação aos valores de temperatura, conclui-se que o aparelho se mostrou
preciso. Apesar da coleta de dados ter ficado comprometida devido um problema no
site, ainda foi possível realizar a comparação entre ás 22:00h e 23:00h do dia 03/09,
no qual, em ambos, apresentaram comportamento decrescente, com dados
aproximadíssimos.
Na análise de relação entre temperatura e URA, pôde-se notar que há um
decréscimo da umidade em relação ao aumento da temperatura. Na análise entre
umidade relativa do ar e IUV, também pode-se observar o mesmo comportamento.
55

Dessa forma pode-se concluir que o aumento da radiação ultravioleta leva ao aumento
da temperatura.
Assim, após tudo o que foi exposto, percebe-se que os dados deste aparelho
se apresentam aceitáveis, visto sua aproximação com as medidas de aparelhos
oficiais.
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6 REFERÊNCIAS

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