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ANÁLISE TEÓRICO-EXPERIMENTAL DE
ELEMENTOS COMPRIMIDOS DE AÇO: ÊNFASE EM
PERFIS SOLDADOS
Resumo
1 INTRODUÇÃO
1
Mestre em Engenharia de Estruturas - EESC-USP, geraldo@em.ufop.br
2
Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, goncalve@sc.usp.br
comprimento dos perfis e do ensaio à compressão dos perfis I – FC, com três
modelos para cada série, sendo utilizados quatro índices de esbeltez λ diferente.
Os resultados teóricos e experimentais se referem à força normal crítica dos
modelos ensaiados à compressão.
Utiliza-se a nomenclatura PS para representar as séries de perfis I soldados
de aço duplamente simétricos, não relacionadas nas Tabelas do anexo B da norma
NBR 5884: 2000, atendendo uma recomendação da própria norma.
2 ANÁLISE TEÓRICA
posição
deslocada
L/2
v0
L
L/2
x
y
⎡ 1 ⎤
M = Nv 0 ⎢ ⎥ (1)
⎢⎣1 − ( N N e )⎥⎦
Para análise de um modelo de 2ª espécie, pode-se admitir a verificação da
resistência na seção mais solicitada de um elemento comprimido na sua configuração
deformada.
Admitindo que a máxima tensão num elemento comprimido seja igual à tensão
de escoamento do material fy, tem-se a expressão da flexão composta, definida como:
N M
+ = fy (2)
Ag W
⎛ ⎞ ⎛ ⎞
N N ⎜ Ag ⎟ ⎜ 1 ⎟=f
+ ⎜ ⎟⎟ v 0 (3)
⎜ ⎟ y
Ag W ⎜⎝ A g ⎠ ⎝1 − N Ne ⎠
onde:
Ag v0
η= (5)
W
(
η N = 1− N )( 1 − N Ne ) (7)
onde:
N N
N=ρ= = (força normal resistente) (8)
Ag f y Ny
(
ηN = 1 − N ) (1 − N λ 2 ) (9)
onde:
N Ny fy
=ρ =ρ (10)
Ne Ne fe
π2E
fe = (tensão crítica de Euler) (11)
λ2
π 2
E
λp = (índice de esbeltez correspondente a plastificação) (12)
fy
λ
λ= (índice de esbeltez reduzido) (13)
λp
( λ ) ρ − ( 1 + η + λ )ρ + 1 = 0
2 2 2
(14)
ρ=
(λ 2
+ η +1 ± ) (λ 2
+ η +1 ) 2
−4λ 2
(15)
2 λ 2
Deve-se desprezar a maior raiz da equação (15) para obter-se a menor força
normal crítica de compressão. O parâmetro η representa matematicamente a
influência das imperfeições iniciais v0 e os efeitos de tensão residual.
MAQUOI & RONDAL (1978) apresentaram sete (07) proposições para o
parâmetro η. As proposições para η foram obtidas por meio de resultados de ensaios
realizados na Europa, considerando tensões residuais e uma imperfeição inicial
padrão v0 = L / 1000. Propuseram-se inicialmente quatro curvas de resistência à
compressão para diversas “famílias” de perfis de perfis de aço estruturais, “famílias”
estas definidas pela distribuição das tensões residuais.
A partir do parâmetro η pode-se determinar um coeficiente γ, o qual associa a
uma imperfeição geométrica fictícia que considera o tipo da seção transversal e os
eixos considerados.
Dividindo o segundo termo da expressão (5) por y / y, obtém-se:
Ag v0
η= (16)
(y y)W
y
x x
Ag v0
η= (17)
I y
Substituindo r = I A g na expressão (17), obtém-se:
v0
η= (18)
r2 y
L
v0 = (19)
γ
onde γ é um número definido para cada tipo de seção e dos eixos considerados.
L
η= (20)
γ ⎛⎜ r 2 y ⎞⎟
⎝ ⎠
λ
η= (21)
(
γ r y )
Isolando γ na expressão (21), tem-se:
λ
γ= (22)
(
η r y )
Substituindo (12) e (13) na expressão (22) e rearranjando, obtém-se:
λ π( E fy )
γ= (23)
η (r y )
λ − λ0 π ( E fy )
γ= (24)
η (r y)
( )
Substituindo η da expressão (24) por η = α λ − λ 0 , parâmetro utilizado pela
normalização européia - Eurocode 3: 1992, tem-se:
π E fy
γ= (25)
α(r y )
PS 200 x 25 x – x 0,83
x x
y – y 0,46
PS 225 x 29 x – x 0,83
y y – y 0,46
α = α1 + α2 (26)
π E fy
α2 = (27)
1000 ( r y )
A partir das expressões (25), (26) e (27) pode-se estabelecer um parâmetro α*
para determinar o fator de redução da força normal crítica ρ de um perfil de aço
estrutural contendo tensões residuais e uma imperfeição geométrica inicial igual a
L / γ, como:
π E fy ⎛ 1 1 ⎞
α* = α + ⎜⎜ − ⎟
( r y ) ⎝ γ 1000 ⎟⎠
(28)
onde:
α ⇒ coeficiente que representa a contribuição das tensões residuais;
γ ⇒ número correspondente ao denominador da fração que representa uma
imperfeição geométrica inicial (por exemplo: 500, 1000, 2000).
Cabe salientar que o fator γ = 1000 foi adotado para o estabelecimento das
curvas de resistência à compressão das diversas famílias de perfis de aço estrutural.
MAQUOI & RONDAL (1979) recomendam considerar o valor de α da
expressão (28) em função da curva de resistência à compressão correspondente ao
perfil considerado.
Por exemplo, utilizando a norma Eurocode 3: 1992 para a determinação da
resistência à compressão dos perfis I – FC analisados neste trabalho, os valores de α
para as curvas b e c são 0,339 e 0,489, conforme ilustra a Tabela 3.
ρ=
(λ 2
)
+ η +1 − (λ 2
+ η +1 ) 2
−4λ 2
(29)
2 λ 2
Tabela 2 - Valores de α
curva α
a 0,158
b 0,281
c 0,384
d 0,587
Tabela 3 - Valores de α
curva α
a 0,206
b 0,339
c 0,489
d 0,756
y CS
150 134 150 8,0 6,3 152 135,8 152 8,1 6,7
tf 150 x 25
d x x h
t PS
tf 200 184 130 8,0 6,3 202 185,8 132 8,1 6,7
200 x 25
y
b PS
225 209 150 8,0 6,3 227 210,8 152 8,1 6,7
225 x 29
NT = ρ Ag f y (30)
η = α * (λ − λ 0 ) (31)
λ 0 = 0,2 (32)
1 ⎛ kL ⎞ fy
λ= ⎜⎜ ⎟⎟ (33)
π ⎝ r ⎠y E
π E fy ⎛ 1 ⎞
α* = α + ⎜ − 1 ⎟ (34)
( r y ) ⎜⎝ γ 1000 ⎟⎠
Para o cálculo da força normal crítica teórica por meio das curvas b e c da
norma Eurocode 3: 1992, considerando as imperfeições iniciais v0, utiliza-se o
parâmetro α* da expressão (34) com os valores de α apresentados na Tabela 3.
Admitiu-se para a determinação da força normal crítica teórica, o módulo de
elasticidade E = 20500 kN / cm2 e a tensão de escoamento do aço fy = 30 kN / cm2. Os
valores de E e de fy correspondem aos valores médios, aproximados, obtidos a partir
da caracterização do aço, por meio do ensaio à tração de corpos-de-prova retirados
das mesas dos perfis soldados.
A força normal crítica NT é obtida para uma imperfeição inicial v0 / L = 1 / γ
(medida no Laboratório para cada modelo) e a força normal crítica NT* é determinada
para uma imperfeição inicial padrão v0* / L = 1 / 1000.
As Tabelas 6, 7 e 8 apresentam os valores da força normal crítica teórica para
os modelos pertencentes às séries CS 150 x 25, PS 200 x 25 e PS 225 x 29.
Nas Tabelas 6, 7 e 8 as forças críticas (NT)Eb e (NT)Ec são determinadas por
meio das curvas b e c da norma Eurocode 3: 1992, com a imperfeição inicial
v0 / L = 1 / γ para cada modelo, enquanto que as forças (NT*)Eb e (NT*)Ec são obtidas
com a imperfeição inicial padrão v0* / L = 1 / 1000.
3 ANÁLISE EXPERMENTAL
800 mm
230
50
w = 40 ± 2,0 t
Rmin = 25
Figura 3 - Dimensões nominais do corpo-de-prova para o ensaio à tração.
400
350
300
σ (MPa)
250
200
150
100
50
0
0,000 0,003 0,005 0,008 0,010 0,013
ε
A B C
D E F
2,00
1,50
v0 (mm)
1,00
0,50
0,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
L (mm)
y
x
(a) (b)
Figura 9 - Modelo instrumentado com transdutores de deslocamento.
NE
ρ= (36)
Ny
1,2
ρ λ = 41
λ = 50 curva b
1,0
λ = 66 curva c
modelos
λ = 82 média
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2
λ
Figura 10 - Força normal reduzida, perfil CS 150 x 25.Curvas b e c - Eurocode 3.
1,2
λ = 42
ρ λ = 56
1,0 λ = 67 curva b
curva c
λ = 84 modelos
0,8 média
0,6
0,4
0,2
0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2
λ
Figura 11 - Força normal reduzidal, perfil PS 200 x 25. Curvas b e c – Eurocode 3.
1,2
ρ λ = 39 λ = 49
1,0 λ = 61 curva b
curva c
λ = 85 modelos
0,8 média
0,6
0,4
0,2
0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2
λ
Figura 12 - Força normal reduzida, perfil PS 225 x 29. Curvas b e c – Eurocode 3.
5 CONCLUSÕES
6 AGRADECIMENTOS
7 REFERÊNCIAS
MAQUOI, R.; RONDAL, J. (1978). Analytical formulation of the new European buckling
curves. Acier Stahl Steel, n.1, p.23-28.