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Ondas gravitacionais - Exame

Prof.Dr. Riccardo Sturani

Jonas Jorge Diogo Pinheiro da Silva


16 de junho de 2023

Questão 2
Aplicando a decomposição SVT na equação eletromagnética,

∂µ F µν = ∂µ (∂ ν Aµ − ∂ µ Aν ) = 4πJ µ , (1)

e fazendo uso da decomposição não-local de Aµ = (A0 , ai + Āi ) e J µ = (ρ, j i + J¯i ), onde Āi,i = 0 = J¯,ii , a equação (1),
nos leva a:
∂µ ∂ ν (A0 , ai + Āi ) − ∂ µ (Aν , aν + Āν ) = 4π(ρ, j µ + J¯µ ).
 
(2)
Analisando os termos separadamente, identificamos que as derivadas no primeiro termo do lado esquerdo da equação
anterior nos levam a

∂µ ∂ ν A0 = ∂µ ∂ ν A0 − ∂ ν ∂µ A0 (3)
ν 0 ν 0
= ∂ ∂µ A − ∂µ ∂ A (4)
= 0, (5)

∂µ ∂ ν (ai + Āi ) = ∂µ ∂ ν ai + ∂µ ∂ ν Āi ; (6)

e para o segundo termo, temos que

∂µ ∂ µ Aν = ∂µ ∂ µ Aν − ∂µ ∂ µ Aν = 0, (7)

∂µ ∂ µ (aν + Āν ) = ∂µ ∂ µ aν + ∂µ ∂ µ Āν . (8)

Com base nesses últimos resultados e considerando as equações de continuidade ∂µ J¯µ = 0 e ∂µ j µ = 0, podemos
reescrever a equação (2) como:
∂ ν ∂µ ai − ∂µ ∂ ν ai = 4πj i , (9)
que é a equação de onda para os dois graus de liberdade transversais de propagação ai . Portanto, esses dois modos
transversais representam os graus de liberdade radiativos do campo eletromagnético. O terceiro grau de liberdade é o
grau de liberdade de calibre respresentado por a0 ,

∂µ ∂ µ a0 = −4πρ. (10)

O quarto grau de liberdade original é absorvido pelo grau de liberdade de calibre a0 . Esse grau de liberdade de calibre
representa uma redundância matemática na descrição do campo eletromagnético e não possui uma influência física
direta. Portanto, o quarto grau de liberdade é incorporado e está associado ao grau de liberdade de calibre.

Questão 4
(a) Partindo da equação de Friedmann da relatividade geral (sem constante cosmológica),

κ2
H2 = ρ, (11)
3
onde κ2 = 8πG, e a ssumindo a transição de fase entre o universo dominado por energia (ω = −1) e universo dominado
por radiação (ω = 1/3), podemos explicitar a relação entre o fator de escala, a(t), para cada era de universo. Isso é
importante para conseguirmos derivar a amplificação das ondas gravitacionais no universo dominado por radiação.

1
Consideremos que no período de transição a equação da continuidade é satisfeita,

ρ̇ + 3H(1 + ω) = 0, (12)

e consideremos também que, da equação de estado, ω = ω2 /ω1 . Esta última relação nos possibilita estabelecer a
mudança na pressão entre as diferentes fases do universo no período de transição. Ou seja, inferimos que no momento
da transição ρ ∝ a(t)−3(1+ω2 /ω1 ) .
Diferenciando a equação (12) e integrando, obtemos a seguinte relação:
ρf af
ln(ρ) = −3(1 + ω2 /ω1 ) ln(a) . (13)
ρi ai

Os limites assumidos na integração das quantidades ρ e a(t) estabelecem o período de transição. Sendo assim, ρi = ρ1
(fase 1) e ρf = ρ2 (fase 2). Para o fator de escala, ai e af são definidos, respectivamente, como: a1 /a01 e a2 /a02 .
Observe que a01,2 denota o fator de escala inicial para as respectivas fases. Com base nisso, aplicando os limites em
(13) e tomando a exponencial, chegamos a
 2
ρ2 a1 a02
= . (14)
ρ1 a2 a01
Com base na equação (11), podemos expressar a equação (14) em termos da taxa de expansão,

H2 a1 a02
= , (15)
H1 a2 a01

e por outro lado, assumido que as densidades de energia no período de transição são iguais, isso implica que H2 = H1 .
Portanto, o fator de amplificação, A, para o presente contexto, é dado como:
a2
A= . (16)
a1
Essa última equação nos permite obter a amplificação das ondas gravitacionais na fase 2.

(b) Considerando as flutuações quânticas no vácuo de ponto zero como condição inicial, a densidade espectral de
potência da radiação gravitacional é dada por:
2
4G 2 h(f )
P (f ) = f , (17)
πc3 f

onde f é a frequência, G é a constante gravitacional, c é a velocidade da luz e h(f ) é a amplitude da onda gravitacional.
Na fase 2, a amplitude da onda gravitacional é amplificada pela amplificação obtida na resposta (a): h2 (f ) =
a2
a1 1 (f ).
h
Substituindo essa amplificação na expressão da densidade espectral de potência, obtemos:
2 2
4G 2 h2 (f ) 4G 2 a2 h1 (f )
P2 (f ) = f = f . (18)
πc3 f πc3 a1 f
 2
Simplificando, temos: P2 (f ) = aa12 P1 (f ).
Portanto, a densidade espectral de potência da radiação gravitacional que um observador na fase 2 verá, assumindo
 2
flutuações quânticas no vácuo de ponto zero como condição inicial, é amplificada pela razão aa21 em relação à fase
1.

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