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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E


TECNOLÓGICAS
FÍSICA

Experimento da Gota Millikan

Thalisson Doimingos Dias Torres (201911480)


Vinı́cius Oliveira dos Reis Sousa (201911481)

ILHÉUS-BAHIA
2023
Thalisson Doimingos Dias Torres (201911480)
Vinı́cius Oliveira dos Reis Sousa (201911481)

Experimento da Gota Millikan

Relatório apresentado como parte dos critérios de ava-


liação da disciplina CET187 - Laboratório de Mo-
derna. Turma P01. Dia de execução do experimento:
19/07/2023.
Professor: Fernando Remigio Tamariz Luna.

ILHÉUS-BAHIA
2023
Sumário
1 Introdução 3

2 Procedimentos Experimentais 6

3 Resultados e Discussão 9

Referências Bibliográficas 11
Resumo
O experimento criado por Robert A. Millikan foi realizado em 1909. Tal experimento
lhe concedeu o Prêmio Nobel em 1923. Com sua expertise em fı́sica experimental, o apa-
rato desenvolvido por ele era capaz de selecionar gotas muito pequenas de lı́quidos em uma
câmara exposta a um campo elétrico constante, mas que poderia ser modulado de acordo
com o desejo do cientista. Dessa forma, Millikan foi capaz de calcular experimentalmente
a carga elementar do elétron.

1 Introdução
Para a realização do experimento, é necessário primeiro compreender quais forças
atuam na partı́cula de óleo. Existem 3 esquemas de força. O primeiro é quando não há
⃗ = 0, o campo gerado por placas paralelas pode ser descrito pela
campo eletrico ou seja E
seguinte equação.

⃗ =V
E (1)
s


V é a diferença de potencial e s é a ditância entre as placas, o segundo é quando E
⃗ aponta para cima, o que implica que
tem sentido oposto à força da gravidade, ou seja, E
a força elétrica F⃗e é para baixo, F⃗g .

4π 3
F⃗g = m⃗g = a ρ⃗g (2)
3

⃗ tem o mesmo sentido de F⃗g , o que implica que F⃗e é para


O terceiro caso é quando E
cima. Pelo fato da partı́cula estar em um fluido, que neste caso é o ar da nossa atmosfera,
existe uma força que se opõe ao movimento da partı́cula, conhecida como arrasto, F⃗S , e
é determinada pela lei de Stokes.

F⃗s = −6πηa⃗v (3)

3
Existe uma quarta força, a de empuxo, F⃗h , que é oposta à F⃗g .

4π 3
F⃗h = a σ⃗g (4)
3

Um outro ponto importante é que para a realização dos calculos nos precisamos con-
sideras que a gota de millikan tem geometria esferica e portanto um raio a.

Figura 1: Diagrama de Forças, Gota de Millikan

Como a gota estara ionizada, podemos considerando que a carga da gota resulta apenas
de elétrons, e podemos assumir que:

q = ne (5)

O fato das particulas soltas no ar estarem sob a ação de uma força constante, elas tendem
a alcançam uma velocidade terminal de forma rapida, logo:

d
v= (6)
t

onde d é a distancia percorida e t é o tempo de deslocamento. Com esses dados podemos


obter a partir da segunda lei de Newton as seguintes relações para cada uma dos esquemas
de forças:
Para o modelo onde a F⃗e = 0 ou seja queda livre, temos o seguinte somatorio das
forças:

4
4π 3 4π
−F⃗g − F⃗h − F⃗s ⇒ qE − a (ρ − σ)g = 6πaηv0 → − a3 (ρ − σ)g = 6πaηd(t0 )−1 (7)
3 3

Para o caso em que Fe tem mesmo sentido de Fg temos:

4π 3
−F⃗e − F⃗g − F⃗h = F⃗s → aE − (ρ − σ)g = 6πaηv1 (8)
3

Levando em consideração que temos n elétrons e q = nE logo temos que:

   
V 4π 3 1
ne − a (ρ − σ)g = 6πaηd n (9)
s 3 t+

Onde tn+ é o tempo de duração do moviento da particula de óleo. Já no trceiro caso, temos
que F⃗e é oposta a F⃗g e portanto:
   
V 4π 3 1
F⃗e − F⃗g − F⃗h = F⃗s → ne − a (ρ − σ)g = 6πaηd n (10)
s 3 t−

Posteriormente podemos isolar o tempo em cada situação:


Na queda livre iremos ter:

1 2a2 (ρ − σ)g
= −B; B = (11)
t0 9ηd

Quando F⃗e tem mesmo sentido de F⃗g temos:

1 Ve
n
= An − B; A = (12)
t+ 6sπaηd

Quando F⃗e tem sentido oposto a de F⃗g temos:

1 Ve
n
= −An − B; A = (13)
t+ 6sπaηd

5
2 Procedimentos Experimentais

Figura 2: Artefato de Millikan.

O artefato utilizado por Millikan é composto por duas câmaras, nas quais a superior
tem uma entrada para que seja borrifada uma quantidade significativa de óleo, com um
borrifador chamado de atomizador. Ao borrifar o óleo na câmara superior, o atrito é
capaz de ionizar algumas das partı́culas. Quando essas partı́culas estão em queda livre,
algumas delas conseguem passar para a câmara inferior formada por 2 placas de latão
de espessura e aproximadamente 2 pol. de diâmetro, separado por três espaçadores de
cerâmica de 4,7 mm de comprimento, devido a um buraco que existe na placa que as
divide as câmaras. Após passarem por essa fissura, uma menor quantidade de gotas já foi
selecionada, pois muitas não conseguem passar.
Logo após, o cientista que está conduzindo o experimento aciona o campo elétrico, que
é formado pela ligação a uma bateria de 500 V e uma chave reversora, para evitar que
permaneçam carregadas. Quando a chave estiver aberta, as placas são desviadas por um
resistor de 50 megohm. Desta forma, conseguimos controlar o campo elétrico, fazendo com
que ele interaja com as partı́culas. Quando o campo é ligado, essas partı́culas ionizadas
são aceleradas pela força elétrica. Essa força elétrica pode ser mudada de direção, e dessa
forma, consegue-se fazer com que as gotas flutuem, caiam mais rápido ou subam.
Devido ao fato das gotas serem algo muito pequeno, existe um telescópio com uma lente
de distância focal de 10 cm para a observação. O microscópio usado é o (Cento 72925).
Para a iluminação, temos uma lâmpada Mazda de 1017 watts e lentes de condensação.
Por fim, para evitar a convecção correntes dentro do aparelho, um nitro absorvedor de
calor (Corning infravermelho absorvente) é colocado no feixe de iluminação.

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Controlando o campo, o operador consegue descartar a maioria das partı́culas exis-
tentes na câmara inferior, deixando assim apenas uma. Caso esse processo não seja feito,
o experimento se torna muito mais difı́cil, pois o acúmulo de partı́culas atrapalharia a vi-
sualização da partı́cula que está sendo observada. Para a observação da partı́cula, tendo
em vista que é muito pequena, o aparato conta com um telescópio que, por sua vez, tem
uma régua na qual consegue medir seu deslocamento d. O foco da ocular do microscópio
não deve ser alterado durante uma corrida, pois mover a ocular altera a distância efetiva
da escala. Além disso, possui também um cronômetro para calcular a velocidade de seu
deslocamento, permitindo assim calcular a velocidade da partı́cula.
Após o aparato estar completo e com a gota selecionada, podemos fazer os testes com
ela, variando o campo e encontrando os tempos que a partı́cula demora para percorrer
d. Concentrando-se em uma gota que pode ser controlada pelo campo, e manipulando o
sinal do campo elétrico para que esta gota particular seja retida, é possı́vel remover todas
as outras gotas do campo. A velocidade limite é atingida muito rapidamente e a medição
deve ser iniciada perto do topo ou da base da placa. A medição deve ser concluı́da antes da
gota atingir um ponto em sua viagem onde a aplicação do potencial reverso é insuficiente
para salvá-la da queda. Deve-se tomar cuidado para evitar correntes de ar e vibrações na
proximidade do aparelho.
A densidade no ar do óleo usado foi de 0,883 ± 0,003 gm/cm e é importante fazer
as medições o mais rápido possı́vel, pois, conforme a gota evapora, ela vai perdendo sua
massa com o tempo. Assim, depois de quatro ou cinco medições de tn+ , tn− e t0 , a carga
na gota deve ser alterada; isso é feito aproximando um dos janelas uma fonte radioativa
(10 a 100 uC de Co40 serve), elevando a gota até o topo e soltando-a. Ela deve absorver
alguns ı́ons no percurso criado pela fonte de raio X, raramente uma gota coletará qualquer
carga quando o campo estiver ligado. A voltagem da bateria deve ser verificada com um
divisor de resistor de 1 por cento e potenciômetro; a calibração do microscópio deve ser
verificada antes e após as medições; o mesmo vale para a temperatura e pressão do ar,
que são necessárias para uma correção da lei de Stokes. Por fim, a viscosidade deve ser
alterada quando o diâmetro da gota é comparável ao caminho livre médio dessa no meio.
Então η deve ser alterado para:

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 −1
b
η(T ) = η0 (T ) 1 + (14)
aP

Onde η0 é a viscosidade em função da temperatura, b = 6,17 ∗ 106 , P é a pressão em


centı́metros de mercúrio e a o raio da gota que é por volta de 106 m. Para a nossa analise,
pode-se calcular o valor de a0 com η = η0 .

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3 Resultados e Discussão
O laboratorio da UESC não possui estrutura para fazer o procedimento, tendo em vista
este vies, não é possivel fazer o experimento, o que iremos fazer agora é uma abordagem
dos resultados dados no livro Experiments in Modern Physucs Second Edition
Com base nos dados do livro temos os seguintes valores:

d 7,63 ∗ 10−4 m
T 25°C
P 76,01cmHg
ρ′ 882kg/m3
V 500V
s 4,71 ∗ 10−3 m

Tabela 1: Dados experimentais

Onde ρ′ = (ρ − σ)
Utiliando a equação [14] pode-se construir um grafico da viscosidade do ar em função
da temperatura.

Figura 3: Viscosidade do ar em funçõa da temperatura

Os dados obtidos no experimento realizado segue abaixo:

9
Figura 4: Dados de medidas da dinâmica de duas gotas

1 1
Figura 5: Grafico de t+ e t− em função de Z

1
Com esses tempos é possivel montar um grafico do tipo tn
e relaçao a Z onde Z é a
+

reta de numeros inteiros, quando se tira o coeficiente angular deste grafico temos o valor
de 1,60217663 ∗ 10−19 que é a carga do eletron. Dos mı́nimos quadrados da figura 5,
obtemos:
A1 = 0.1533 ± 0.0011 B1 = −0.0380 ± 0.0053
e = (4.90 ± 0.1) ∗ 10−10 esu
A2 = 0.1439 ± 0.0017 B2 = −0.0402 ± 0.0038
e = (4.69 ± 0.1) ∗ 10−10 esu
Onde os valores de e são calculados!
e = 4.803 ∗ 10−10 esu

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Conclusão
O experimento da gota de Millikan foi bem-sucedido em determinar a carga elementar
do elétron com grande precisão, com valor próximo ao aceito atualmente. Através da
observação e análise do movimento das gotas de óleo sob ação de campos elétricos, foi
possı́vel calcular a carga elétrica de cada gota e, a partir disso, identificar o valor da carga
do elétron.

Referências Bibliográficas
[1] Link imagem 2.
[2] Adrian C. Melissinos and Jim Napolitano Melissinos (2003) EXPERIMENTS IN
MODERN PHYSICS Second Edition
[3] Tabela 1, Figura 3, Figura 4 e Figura 5. Adrian C. Melissinos and Jim Napolitano
Melissinos (2003) EXPERIMENTS IN MODERN PHYSICS Second Edition

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