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1. (Um minicurso de momento angular. I.) A definição do vetor momento angular para
uma partı́cula, relativo a uma dada origem O, é
L = r × p, (1)
dL
= τ. (3)
dt
Na expressão acima, τ denota a resultante dos torques sobre a partı́cula. Qual a condição
para que o momento angular seja conservado?
ii) Considere agora que o momento angular da partı́cula é conservado. Quais condições
são impostas sobre a posição e velocidade da partı́cula, quando escritas em coordena-
das cartesianas? Considere, inicialmente, que o vetor L é genérico, isto é, ele possui
componentes diferente de zero em todas as três direções x, y e z.
iii) É possı́vel fazer uma escolha apropriada dos eixos cartesianos, a fim de simplificar as
restrições sobre a posição e velocidade da partı́cula, impostas devido à conservação de
L. Indique uma destas escolhas. A partir desta escolha, podemos construir um sistema
de coordenadas cilı́ndricas, o qual torna as restrições sobre as coordenadas e velocidades
particularmente simples. Faça essa construção, obtendo as equações de restrição para
as coordenadas e velocidades. Dica: Note que o movimento da partı́cula, neste caso, é
restrito a um plano.
iv) Considere agora um sistema de coordenadas esféricas, construı́do a partir do sistema de
coordenadas cilı́ndricas do item anterior. Quais são as equações de restrição neste caso?
v) Ainda no caso do sistema de coordenadas esféricas, qual a forma que a força deve ter
para que o momento angular seja conservado? Dica: Escreva r e F usando o sistema
de coordenadas esféricas.
2. Definimos o centro de gravidade de um sistema de partı́culas como o ponto no qual uma
força gravitacional externa não exerce nenhum torque. Notemos que tal ponto não está,
necessariamente, localizado sobre nenhuma partı́cula do sistema. Além disso, este ponto é
diferente para cada campo gravitacional aplicado. Mostre que este ponto, para um campo
gravitacional uniforme, é o centro de massa do sistema.
3. Mostre que o potencial de interação dado por:
com mi e mj perpendiculares entre si, não satisfaz, de maneira geral, a forma forte da terceira
Lei de Newton.
4. Mostre que as equações de Euler-Lagrange são invariantes por uma transformação de coor-
denadas (transformação de ponto 1 ), a qual é dada por2 :
1
A transformação inversa é:
qk = qk (Q, t), k = 1, ..., n. (6)
A “nova” lagrangiana do sistema é simplesmente:
Em outras palavras, ela é apenas a lagrangiana antiga, escrita substituindo-se as antigas co-
ordenadas q’s pelas novas coordenadas Q’s usando a Eq. 6. Note que apenas os q̇’s dependem
dos Q̇’s. Assim, a “nova” lagrangiana deverá obedecer
d ∂L ∂L
− = 0. (8)
dt ∂ Q̇k ∂Qk
5. Uma conta de massa m desliza sem atrito ao longo de uma haste rı́gida, de massa desprezı́vel,
que gira num plano vertical com velocidade angular constante ω. Mostre que, com uma
escolha adequada da coordenada r, a lagrangiana do sistema é
m 2 mω 2 2
L= ṙ + r − mgr sin ωt. (9)
2 2
Encontre a solução geral da equação de Lagrange para r.
Suponha que o pêndulo possa se movimentar apenas no plano que contém o eixo x (o plano
do papel). Considere também os seguintes itens:
xP (t)
P
O
θ
7. Escreva a lagrangiana para o pêndulo duplo da Figura 3 e encontre suas equações de mo-
vimento. Considere que o pêndulo pode oscilar somente em um plano. Quantos graus de
liberdade o sistema possui?
2
θ1
l1
m1
l2
θ2
m2
θ
l
y ϕ
8. O chamado “pêndulo esférico” é um pêndulo de haste rı́gida que pode se movimentar nas
três direções, de maneira que seu movimento não está mais restrito a um único plano (ver
Figura 4). Quantos graus de liberdade este sistema possui? Escreva a lagrangiana e as
equações de movimento.
m 2 mω 2 2
L = eλt ẋ − x (11)
2 2
3
A quantidade δ i j é a matriz identidade (ou a delta de Kronecker ). Mostre que as equações
de Euler-Lagrange deste sistema levam a
X
q̈k + Γkij q̇i q̇j = 0, (15)
i,j
em que
X1 ∂gil ∂gjl ∂gij
Γkij = g kl
+ − . (16)
2 ∂qi ∂qj ∂ql
l
12. O sistema lagrangiano da questão anterior está, frequentemente, associado ao estudo das
geodésicas de um determinado espaço geométrico chamado de variedade. As geodésicas
de um espaço podem ser vistas como a generalização das retas do espaço euclidiano plano
comum. Neste contexto, a quantidade gij (q) é a chamada métrica do espaço e Γkij é a conexão
associada a esta métrica. Neste caso, os componentes da conexão são chamados de sı́mbolos
de Christoffel. Esta abordagem é muito comum no estudo de relatividade geral: espaços-
tempos curvos são variedades diferenciais e as trajetórias de queda livre – as trajetórias sob
a ação somente do campo gravitacional – são as geodésicas deste espaço curvo. Um exemplo
de espaço-tempo curvo é o de uma estrela esfericamente simétrica, o qual também descreve
o espaço-tempo de um buraco negro esfericamente simétrico. A este espaço damos o nome
de espaço-tempo de Schwarzschild. As equações de movimento das geodésicas deste espaço
podem ser calculadas da seguinte lagrangiana:
f (r) 2 1 r2 r2 sin2 θ 2
L=− ṫ + ṙ2 + θ̇2 + ϕ̇ , (17)
2 2f (r) 2 2
Referências
[1] H. Bateman. On Dissipative Systems and Related Variational Principles. Physical Review,
38(4):815–819, August 1931.