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Princı́pio de Hamilton
Em dois artigos publicados em 1834 e 1835, Hamilton anunciou o princı́pio dinâmico no qual é possı́vel basear toda a mecânica e,
na verdade, a maior parte da fı́sica clássica. O Princı́pio de Hamilton pode ser enunciado como
De todos os caminhos possı́veis nos quais um sistema dinâmico pode se mover de um ponto a outro em um intervalo de tempo
especı́fico, o caminho real seguido é aquele que minimiza a integral de tempo da diferença entre as energias cinéticas a potenciais.
ou seja, em termos de cálculos de variações, tal Princı́pio torna-se
Z t2
δ (T − U ) dt = 0 (1)
t1
A energia cinética de uma partı́cula expressa em coordenadas fixas é uma função somente de x0i e se a partı́cula se move em um
campo de força conservador, a energia potencial é uma função somente de xi . Se definirmos a diferença dessas quantidades como sendo
L ≡ T − U = L (xi , x0i )
Coordenadas Generalizadas
Consideremos um sistema mecânico geral que consiste de uma coleção de n pontos materiais discretos, alguns dos quais podem ser
conectados para formar corpos rı́gidos. Para especificar o estado do sistema em um tempo dado, é necessário utilizar n vetores de raio.
Uma vez que cada vetor de raio consiste em 3 números, 3n quantidades devem ser especificadas para descrever as posições de todas
as partı́culas. Se há m equações de limitação, então 3m − n = s coordenadas são independentes, e o sistema é tido como possuindo s
graus de liberdade.
Podemos escolher quaisquer parâmetros independentes s, enquanto eles especificarem totalmente o estado do sistema. Estas quan-
tidades s não precisam nem ter dimensões de comprimento. Damos o nome de coordenadas generalizadas para qualquer conjunto
de quantidades que especificam o estado de um sistema. Um conjunto de coordenadas generalizadas qj independentes cujo número
iguala o número s de graus de liberdade e não está restrito pelas restrições é chamado de um conjunto apropriado de coordenadas
generalizadas.
Além das coordenadas generalizadas, podemos definir um conjunto de quantidades que consiste nas derivadas de tempo de qj0 :
q10 , q20 , · · · . Em analogia com a nomenclatura para coordenadas retangulares, chamamos qj0 de velocidades generalizadas.
Podemos representar o estado de um sistema por um ponto em um espaço dimensional s, chamado espaço de configuração.
Cada dimensão deste espaço corresponde a uma das coordenadas qj . Podemos representar o histórico de tempo de um sistema por
uma curva no espaço de configuração, cada ponto especificando a configuração do sistema em um instante especı́fico.
É importante perceber que a validade das equações de Lagrange requerem as duas condições a seguir:
1. As forças que agem no sistema (menos as forças de restrição) devem ser deriváveis de um potencial (ou diversos);
2. As equações de restrição devem ser relações que conectam as coordenadas das partı́culas e podem ser funções de tempo.
se as restrições puderem ser expressas como na condição 2, elas são denominadas restrições holonômicas. Se as equações não contiverem
explicitamente o tempo, as restrições são consideradas fixas ou escleronômicas; restrições móveis são reonômicos.
A grande vantagem da formulação de Lagrange da mecânica é que a inclusão explı́cita das forças de restrição é não necessária, ou
seja, a ênfase é colocada na dinâmica do sistema. Em certos casos, entretanto, pode ser recomendado conhecer as forças de restrição.
Vale a pena, portanto, apontar que, nas equações de Lagrange expressas como anteriormente, os multiplicadores indeterminados λk (t)
são relacionados proximamente às forças de restrição. As forças generalizadas de restrição Qj são dadas por
X ∂fk
Qj = λk (6)
∂qj
k
Se a energia potencial U não depender explicitamente das velocidades x0α,i ou do tempo t, então U = U (xα,i ). Desse modo, temos
que U = U (qj ) e ∂U/∂qj0 = 0. De modo que, usando-se esse caso para a formulação de H chegamos que
T + U = E = H = cte (8)
Teorema de Noether
Considere um sistema em um campo externo de força. Se o campo possuir um eixo de simetria, então a lagrangiana do sistema é
invariável com relação às rotações sobre o eixo de simetria. Os principais resultados quanto à relação entre a simetria e a invariância
são atribuı́dos a Emmy Noether, o qual estipula que há sete constantes (ou integrais) de movimento para um sistema fechado: a energia
total, a quantidade de movimento linear (3 componentes) e a quantidade de movimento angular (3 componentes). Essas e somente sete
integrais têm a propriedade de serem aditivas para as partı́culas que compõem o sistema. A tabela a seguir resume essas observações:
Dinâmica Hamiltoniana
Na seção anterior, descobrimos que, se a energia potencial de um sistema é independente da velocidade, então as componentes da
quantidade de movimento linear em coordenadas retangulares são dadas por
∂L
ρi =
∂x0i
por analogia, estendemos este resultado ao caso em que a lagrangiana é expressa em coordenadas generalizadas e definimos as quan-
tidades de movimento generalizadas de acordo com
∂L
ρj ≡ (9)
∂qj0
Ao utilizar a definição de quantidades de movimento generalizados para a definição da hamiltoniana, e fazendo-se a mudança
necessária das variáveis, podemos definir
X
ρj qj0 − L qj , qj0 , t
H (qj , pj , t) = (10)
j
Tomando-se o diferencial da expressão e rearranjando os termos, ao se comparar o resultado obtido com o a expressão geral do
diferencial de H obtemos as equação canônicas de movimento de Hamilton, que são dadas por
∂H
qj0 = (11)
∂ρj
∂H
ρ0j = − (12)
∂qj