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19/10/23, 20:01 Onlist

14 – EFICÁCIA DAS MEDIDAS SÓCIOEDUCATIVAS


Uma medida bem executada, em meio fechado ou aberto, pode produzir novos
cenários a esses adolescentes e até mesmo a suas famílias.

Toda e qualquer medida legal que se estabeleça aos jovens, consoante


mesmo restou determinado normativamente tanto pela Constituição da
República de 1988, quanto pela Lei Federal 8.069, de 13.07.1990 e, também,
sobremodo, material e fundamentalmente, pela Doutrina da Proteção Integral,
deve favorecer a maturidade pessoal (educação), a afetividade (valores
humanos) e a própria humanidade (Direitos Humanos: respeito e
solidariedade) dessas pessoas que se encontram na condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento de suas personalidades.

Tendo por base a Doutrina da Proteção Integral verifica-se que, para atingir a
finalidade da medida socioeducativa, é de extrema importância que se
estabeleça uma proposta socioeducativa, contando com orientação
pedagógica, psicológica e profissionalizante.

As medidas devem trabalhar para o desenvolvimento humano destes


infratores, buscando orientá-los quanto aos seus direitos e deveres perante a
sociedade, ainda, fornecer educação profissionalizante, para que possam
pleitear uma oportunidade de emprego e sejam reinseridos na sociedade de
maneira que se sintam pertencentes a ela.

Na visão da subsecretária da Subsecretaria Promoção dos Direitos da Criança


e do Adolescente da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência
da República (SPDCA/ SEDHE/ PR), Carmen Oliveira (2007, ONG pró
menino), as medidas sócio-educativas fazem parte de toda uma estratégia de
política pública. Se isoladas, esvaziam-se. Devem ser encaradas como uma
alternativa de integrar os adolescentes ao meio comunitário em permanente
construção [...], a escola é prioritária no atendimento socioeducativo. Isto
porque a grande maioria dos adolescentes que cumprem essas medidas
apresenta baixa escolaridade, em um cenário de trabalho cada vez mais
exigente e competitivo.

Neste sentido, temos que o ECA deixa claro a necessidade de escolarização e


profissionalização aos cumpridores de medidas socioeducativas. Muito embora
a determinação seja taxativa, a prática não ocorre como deveria.

Para melhor esclarecimento sobre a eficácia das medidas, consideram-se, as

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medidas em regime fechado, internação, e as medidas em regime meio aberto


ou semi - aberto, advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de
serviços comunitários e liberdade assistida.

Um estudo realizado pela SPDCA, com a participação de gestores estaduais e


Varas da Infância e Adolescência, mostrou que 10.446 adolescentes cumprem
medida de internação no Brasil, a coleta foi realizada entre julho e agosto de
2006. A liberdade assistida é cumprida por 13.114 adolescentes. Em regime de
prestação de serviço comunitário, encontram-se 5.320 adolescentes. Vale à
pena ressaltar, no entanto, que nas Regiões Nordeste, Sul e Norte do Brasil,
poderiam ser somados outros 991 jovens que cumprem tanto prestação de
serviços comunitários quanto liberdade assistida, simultaneamente. (ONG pró
menino).

Quadro que evidencia uma necessidade de regularização das medidas


socioeducativas, para que estes infratores não continuem à margem da
sociedade, e que o cumprimento das medidas não seja apenas fictício.

A eficácia da medida socioeducativa, está diretamente ligada à elaboração de


projetos pedagógicos específicos, que respeitem o tipo de medida imposta a
cada infrator, diferenciando os grupos por idade e separando-os por gravidade
do ato cometido.

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