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Artigo de UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB REVISTA COMCIÊNCIA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS XII ISSN 2595-1890 [Online] – ISSN 1807-0124 [Impresso]
Revisão www.revistacomciencia.com
GUANAMBI, BAHIA

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE MEDIDA RESUMO


SOCIOEDUCATIVA E FORMAÇÃO DE
PROFESSORES O artigo aborda, sucintamente, a política de atendimento
socioeducativo desde a implantação do Sistema Nacional de
BRIEF CONSIDERATIONS ON Atendimento Socioeducativo (Lei 12.594/12) e a
SOCIO-EDUCATIONAL MEASURES AND centralidade da educação na ação socioeducativa. Adota
TEACHER TRAINING como metodologia revisão da literatura e ressalta a diretriz
da escolarização como estruturante do sistema
Jalusa Silva de Arruda1,* / socioeducativo. Conclui pela importância da formação
Otto Vinicius Agra Figueiredo2 inicial e continuada de profissionais da educação básica para
atuação no sistema socioeducativo.
Introduzindo o tema: do paradigma da situação
irregular à doutrina da proteção integral Palavras-chave: Sistema socioeducativo. Medidas socioe-
ducativas. Formação de professores. Educação básica.
Desde sua especialização, a política voltada para o
atendimento de crianças e adolescentes ocupou-se dos
processos educacionais e assistenciais. O Código de Mello
ABSTRACT
Mattos (Decreto n. 17.943-A, de 12 de outubro de 1927),
primeira legislação a tratar especificamente de crianças e The article briefly discusses the policy of socio-educational
adolescentes em nosso país, reforçou a esfera educacional assistance since the implementation of the National System
das ações cabíveis ao menor infrator ou abandonado. Numa of Social-Educacional Service (Law 12.594/12) and the
lógica assistencial e de controle social, para o Código de centrality of education in socio-educational action. It adopts
Mello Mattos o menor abandonado, entre outras situações, as methodology a review of the literature and emphasizes
era aquele que se encontrava em estado habitual de the directing of schooling as structuring of the socio-
vadiagem, mendicidade ou libertinagem; privados educational system. It concludes by the importance of the
habitualmente dos alimentos ou dos cuidados indispensáveis initial and continuous training of professionals of basic edu-
à saúde; excitados para gatunice ou que vivessem em cation to work in the socio-educational system.
companhia de pai, mãe, tutor ou pessoa que se entregasse à
prática de atos contrários à moral e aos bons costumes Keywords: Socio-educational system. Educational
(PEREIRA, 2008; VERONESE, 1999). Nos idos de 1940, measures. Teachers’ training. Basic education.
no autoritarismo do Estado Novo, a política nacional para
Submetido em: 20 de jun. 2018
menores carentes, abandonados e infratores tinha orientação
correcional repressiva baseado em internatos, reformatórios Aceito em: 07 de nov. 2018
ou casas de detenção que rapidamente se estenderam por
todo país (PEREIRA, 2008). A perspectiva de reeducação
era baseada no binômio correção-repressão e desenvolvida
em internatos para adolescentes autores de infração penal e
em escolas agrícolas e escolas de aprendizagem de trabalhos
urbanos (SARAIVA, 2003).

1
Departamento de Educação, campus XV, Universidade do Estado da Bahia,
Valença, Bahia - Brasil.
2
Departamento de Educação, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira
de Santana, Bahia - Brasil.
*
E-mail para correspondência: jsarruda@uneb.br
Rev. ComCiência - dez. 2018, vol. 3, no. 3, p. 68-76 / doi: 10.36112/issn2595-1890.v3i1.p68-76
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Breves considerações sobre medida socioeducativa e formação
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Logo após o golpe militar, da proteção, ressocialização e


ainda em 1964 foi instituída a educação. O caráter social implícito A doutrina da proteção
Fundação Nacional de Bem-Estar do das medidas adotadas aos menores integral rompeu com os pressupostos
Menor, com atuação em todo território tanto no Código de Mello Mattos da doutrina da situação irregular e
nacional e que formulou e implantou a como no Código de Menores era de apresentou um conjunto de regras e
Política Nacional de Bem-Estar do controle social da infância e juventude sistemas articulados em rede com o
Menor. Nos estados brasileiros a pobre e desvalida do país, com forte objetivo de garantir todas as
Política Nacional de Bem-Estar do preocupação com a (re)educação e necessidades de crianças e
Menor foi desempenhada pelas ressocialização, mas não para a adolescentes em primazia absoluta;
Fundações Estaduais de Bem-Estar do emancipação e liberdade, mas sim para crianças e adolescentes deixaram de
Menor, conhecidas pela sigla FEBEM. a reprodução da ordem social vigente. ser menores meros objetos de
A Fundação Nacional de Bem-Estar do Somente com a promulgação intervenção judicial e passaram a
Menor centralizou na União a política da Constituição da República condição de sujeito de direitos,
de atendimento e se tornou o órgão Federativa do Brasil de 1988 e o considerados pessoas em condição
nacional responsável pelo atendimento advento do Estatuto da Criança e do peculiar de desenvolvimento e
a crianças e adolescentes infratores e Adolescente (Lei 8.069, de 13 de julho destinatários de prioridade absoluta
desvalidos. Era, por fim, a concepção de 1990) que a visão sobre crianças e (PEREIRA, 2008; SARAIVA; 2003;
de que o menor era assunto de Estado adolescentes muda no Brasil. No SPOSATO, 2006; VERONESE,
(VERONESE, 1999). cenário da redemocratização do país 1999). Reconheceu-se, com a doutrina
Em 10 de outubro de 1979 foi houve grande mobilização dos da proteção integral, a cidadania
instituída a Lei 6.697, conhecida como movimentos sociais para mudanças contida na infância e na adolescência.
Código de Menores, que considerou o legislativas e fortalecimento de Especificamente quanto a
menor como objeto de tutela do Estado políticas públicas especializadas. O responsabilização pela autoria de ato
e legitimou a intervenção estatal sobre segmento infanto-juvenil foi infracional (toda conduta descrita
aqueles em situação irregular privilegiado e a Assembleia Nacional como crime ou contravenção penal) a
(SARAIVA, 2003). O Código de Constituinte agregou no texto do que Constituição de 1988 estabeleceu a
Menores dispunha sobre a assistência, viria ser a Constituição Federal a inimputabilidade penal aos menores de
proteção e vigilância dos menores e concepção da proteção integral. Ao 18 anos de idade, sujeitos a legislação
apresentou muitas similaridades com instituir um novo paradigma, a especial, quer seja o Estatuto da
situações compreendidas para o menor Constituição de 1988 estabeleceu a Criança e do Adolescente4. Com a
abandonado na vigência do Código de doutrina da proteção integral: promulgação do Estatuto da Criança e
Mello Mattos, neste momento do Adolescente e o estabelecimento da
denominado situação irregular. O Art. 227. É dever da família, da doutrina da proteção integral
Código de Menores não diferenciava sociedade e do Estado assegurar à ocorreram inúmeras modificações
situações de abandono ou negligência criança, ao adolescente e ao jovem, quanto a responsabilização dos
(pela família, Estado ou sociedade) da com absoluta prioridade, o direito à penalmente inimputáveis em razão da
vida, à saúde, à alimentação, à edu-
prática infracional, bem como não idade que cometiam ilícitos penais.
cação, ao lazer, à
adotava medidas diferentes para esses Dentre as principais mudanças
profissionalização, à cultura, à
casos: bastava que os menores se dignidade, ao respeito, à liberdade e destaca-se o estabelecimento da
enquadrassem numa das situações à convivência familiar e aplicação de medidas de proteção às
definidas como sendo irregular para comunitária, além de colocá-los a crianças autoras de ato infracional e de
ensejar, indistintamente, intervenção salvo de toda forma de negligência, medidas socioeducativas aos
estatal sobre suas vidas. Viu-se neste discriminação, exploração,
período uma ampla institucionalização violência, crueldade e opressão3. 4
Antes da Constituição Federal, o Código Penal de
de crianças e adolescentes que tinham 1940 (Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940), após a Reforma Penal ocorrida em 1984
seus direitos violados pela família, 3
A Emenda Constitucional nº 65, de 13 de julho de (Lei n° 7.209, de 11 de julho de 1984) previu no
pelo Estado e pela sociedade em nome 2010 incluiu o jovem como destinatário da doutrina art. 27 a inimputabilidade penal para pessoas
da proteção integral. menores de 18 anos.
Rev. ComCiência - dez. 2018, vol. 3, no. 3, p. 68-76 / doi: 10.36112/issn2595-1890.v3i1.p68-76
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Breves considerações sobre medida socioeducativa e formação
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adolescentes, em substituição à corretas: considerar a medida dano, ou, por outra forma,
institucionalização indiscriminada socioeducativa ausente de caráter san- compense o prejuízo da vítima
vigentes no Código de Mello Mattos e cionatório é equipará-la a medida de (art. 116);
do Código de Menores. proteção, o que não é correto, pois 3) Prestação de serviços à
assim se equipara o adolescente a uma comunidade: que consiste na
O estabelecimento das medidas criança que comete ato infracional; em realização de tarefas gratuitas
socioeducativas e o Sistema Nacional contrapartida, ao considerar a medida de interesse geral junto a
de Atendimento Socioeducativo socioeducativa como meramente entidades assistenciais,
(SINASE) sancionatória, reprovativa e preventiva hospitais, escolas e outros
ao cometimento de ato infracional é estabelecimentos congêneres,
Estabelecidas no Estatuto da comparar o adolescente como adulto, o bem como em programas
Criança e do Adolescente, as medidas que igualmente não está correto. Por comunitários ou
socioeducativas são ações que certo, a medida socioeducativa tem governamentais (art. 117);
constituem respostas legais a natureza híbrida, pois apresenta caráter 4) Liberdade assistida: medida
determinado comportamento sancionatório-punitivo quanto à adotada sempre que se
individual considerado ato infracional, imposição, e pedagógico-educacional afigurar a medida mais
aplicadas pela autoridade competente. quanto à execução (FRASSETO, adequada para o fim de
Adolescentes (pessoa entre 12 anos 2006). Isso quer dizer, noutras acompanhar, auxiliar e
completos e 18 incompletos) são palavras, que ao ter uma medida orientar o adolescente (art.
inimputáveis penalmente, mas estão socioeducativa imposta o adolescente 118);
sujeitos a legislação especial devendo está sendo responsabilizado pela 5) Inserção em regime de
ser responsabilizados pelas infrações autoria de um ato previsto como crime semiliberdade: medida
que virem a praticar sujeitando-se à ou contravenção penal, mas o objetivo restritiva de liberdade, o
aplicação de medidas socioeducativas5. da execução da medida que lhe será regime de semiliberdade pode
Crianças (pessoas de zero a 12 anos imposta repousa na efetivação da ser determinado desde o
incompletos) que venham a cometer garantia de seus direitos e nas ações início, ou como forma de
ato infracional não sofrem quaisquer educacionais e pedagógicas. Cada uma transição para o meio aberto
sanções legais: preservam-se todos os das medidas socioeducativas, desde (art. 120);
seus direitos, cabendo a aplicação de sua definição, metodologia e 6) Internação em
medidas de proteção6. especificidade agregará a combinação estabelecimento educacional:
A natureza jurídica das do caráter reprovatório e educativo constitui medida privativa da
medidas socioeducativas não encontra cumulativamente, como faces de uma liberdade, sujeita aos
consenso na literatura especializada. mesma moeda (FRASSETO, 2006). princípios de brevidade,
Há aqueles que sustentam que a Segundo o art. 112 e seguintes do excepcionalidade e respeito à
medida socioeducativa possui caráter Estatuto da Criança e do Adolescente, condição peculiar de pessoa
sancionatório e punitivo, mas há quem as medidas socioeducativas são: em desenvolvimento (art.
compreenda a medida socioeducativa 1) Advertência: consiste em 121);
tão somente na dimensão educativa. admoestação verbal, reduzida 7) Poderão ainda ter aplicadas
Elucida-se, contudo, que isoladamente a termo e assinada (art. 115); cumulativamente quaisquer
ambas as perspectivas não estão 2) Obrigação de reparar o dano: medidas protetivas previstas
em se tratando de ato no art. 101, dos incisos I a VI.
5
infracional com reflexos
A medida socioeducativa, contudo, poderá ser
aplicada até os 21 anos de idade, segundo o pará-
patrimoniais, a autoridade A medida de advertência é
grafo único do art. 2º, Estatuto da Criança e do competente pode determinar, aplicada e executada pelo próprio juiz,
Adolescente, de modo que poderá ser utilizado o se for o caso, que o durante audiência; a obrigação de
termo jovem conjuntamente com adolescente para
se referir a execução da medida socioeducativa.
adolescente restitua a coisa, reparar o dano – muito pouco aplicada
6
Vide artigos 98 e 101, Estatuto da Criança e do promova o ressarcimento do no Brasil e de aproximação com
Adolescente.
Rev. ComCiência - dez. 2018, vol. 3, no. 3, p. 68-76 / doi: 10.36112/issn2595-1890.v3i1.p68-76
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Breves considerações sobre medida socioeducativa e formação
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práticas restaurativas – cabe ao poder Primeiramente instituído como cos de atendimento ao adolescente a
judiciário executar, em diálogo com as Resolução n. 119 do Conselho quem se tenha atribuído a autoria de
vítimas dos atos infracionais. As Nacional dos Direitos da Criança e do ato infracional, coordenado pela Uni-
medidas socioeducativas de prestação Adolescente (CONANDA), o SINASE ão e integrado pelos sistemas estadu-
de serviços a comunidade e liberdade objetivou implantar normas e ais, distrital e municipais respectivos
assistida são de meio aberto (implicam procedimentos jurídicos e de (vide artigos 1°, § 1°; art. 2°, SI-
restrições de direitos mas sem privação atendimento padronizados aos NASE).
de liberdade) são caracterizadas como adolescentes autores de ato infracional. Fundado na doutrina da
serviço socioassistencial de caráter O SINASE assumiu como “premissa proteção integral, o SINASE instituiu
continuado no Sistema Único da básica a necessidade de se princípios que devem reger a execução
Assistência Social (SUAS) e constituírem parâmetros mais de todas as medidas socioeducativas,
executadas pelo Centro de Referência objetivos e procedimentos mais justos dentre os quais se destaca para este
Especializado da Assistência Social que evitem ou limitem a momento de reflexão o princípio da
(CREAS). A execução das medidas discricionariedade” e reafirmou “a individualização, que aponta para que
restritiva e privativa de liberdade, ou diretriz do Estatuto [da Criança e do seja considerada a idade e capacidade
seja, semiliberdade e internação (esta Adolescente] sobre a natureza do adolescente no cumprimento da
última cumprida integralmente em pedagógica da medida socioeducativa” medida socioeducativa; preceitua, que
privação de liberdade) são de (BRASIL, 2006, p. 13). O SINASE a medida socioeducativa necessita ser
responsabilidade dos estados da propôs parâmetros mínimos para a planejada de modo que sejam
federação. gestão pedagógica, estrutura respeitadas as circunstâncias,
Apesar das garantias previstas arquitetônica e financeira, além de peculiaridades e características
e da determinação de um procedimen- contemplar o monitoramento e a pessoais do adolescente. Para tanto, o
to específico que para apuração do ato avaliação das unidades. Trouxe SINASE determina que todo
infracional, o Estatuto da Criança e do orientações para a interação entre as adolescente inserido nos programas de
Adolescente foi sucinto e apresentou políticas sociais básicas como saúde, execução de medida socioeducativa
conteúdo consideravelmente genérico educação (formal e profissionalizante), em meio aberto, restritiva ou privativa
sobre a forma de executar as medidas assistência etc., bem como para de liberdade tenha um Plano
socioeducativas. A ausência de defini- observância à doutrina da proteção Individual de Atendimento (PIA),
ção de parâmetros e procedimentos integral. instrumento que conterá as metas a
contribuiu para certa discricionarieda- Desde a instituição do SI- serem cumpridas na medida por cada
de relativa a execução das medidas NASE pelo Conselho Nacional dos adolescente e que garantirá a equidade
socioeducativas, o que acabou por Direitos da Criança e do Adolescente e individualização na execução da
tornar terreno fértil para um cenário foram elaboradas propostas legislati- medida. O Plano Individual de
de violações dos direitos humanos de vas para detalhar e complementar o Atendimento deve ser elaborado com a
adolescentes em cumprimento de Estatuto da Criança e do Adolescente equipe que executa a medida
medida socioeducativa, especialmente e, finalmente, em 18 de janeiro de socioeducativa, sua família ou
em privação de liberdade 2012 foi sancionada a Lei 12.594, que responsáveis e o próprio adolescente;
(BRANCHER; AGUINSKY, 2006; instituiu o SINASE, regulamentando a contará com planejamento
TEIXEIRA, 2006). execução das medidas destinadas a pormenorizado das atividades e ações
Na tentativa de conter adolescente que pratique ato infracio- que serão realizadas na execução da
recorrentes violações dos direitos nal. O SINASE tornou-se, portanto, o medida socioeducativa e será adotado
humanos de adolescentes em conjunto ordenado de princípios, re- como parâmetro para a avaliação
cumprimento de medidas gras e critérios que envolvem a execu- periódica da medida. O Plano
socioeducativas e de regulamentar a ção de medidas socioeducativas inclu- Individual de Atendimento é um
execução das medidas que surgiu o indo-se os sistemas estaduais, distrital instrumento pedagógico por excelência
Sistema Nacional de Atendimento e municipais, bem como todos os e as atividades educacionais e
Socioeducativo (SINASE). planos, políticas e programas específi- profissionalizantes são primordiais em

Rev. ComCiência - dez. 2018, vol. 3, no. 3, p. 68-76 / doi: 10.36112/issn2595-1890.v3i1.p68-76


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sua elaboração, compreendidas como não raro são encontrados adolescentes e a execução das medidas
ações elementares no processo precariamente alfabetizados. Esses socioeducativas, como dito
socioeducativo. Especificamente sobre meninos e meninas são, em sua anteriormente, tem essencialmente
o direito a educação, para além do maioria, negros e pobres (ALMEIDA, natureza pedagógica.
direito a matrícula, todo e qualquer 2010; ARRUDA, 2011; BRASIL, Deste modo, para além de
adolescente em cumprimento de 2015; 2018; FACHINETTO, 2008; professores de escolas regulares que
medida socioeducativa tem direito ao GOMES, 2016; LIMA, 2014; dentre poderão ter adolescente em conflito
aprendizado que respeite suas outros). Desde a identificação deste com a lei no corpo discente, as equipes
habilidades, aptidões e potencialidades perfil e com alguns resultados de pes- técnicas de programas de execução de
de modo que a medida socioeducativa quisas pode-se refletir o tema a partir medidas socioeducativas devem contar
possa, efetivamente, contribuir para de distintos caminhos, mas este breve com profissionais da educação que
sua formação cidadã e oferecer trabalho será dedicado a ratificar a irão atuar como professores nas
alternativas quando de sua saída do importância da formação inicial e escolas formais existentes nas
sistema socioeducativo. continuada de profissionais da educa- Unidades de internação (no caso da
Garantir a política pública ção básica para atuação no sistema medida socioeducativa de internação),
educacional e a eficiência do direito socioeducativo, e a necessidade na coordenação pedagógica, como
fundamental à educação no contexto imperiosa dos currículos de formação educadores de medida nos programas
da execução das medidas contemplarem as temáticas afetas ao de atendimento, educadores físicos,
socioeducativas, sobretudo na medida tema em questão. instrutores de oficinas pedagógicas e
socioeducativa de internação profissionalizantes etc.7 É vasta a
(executada integralmente em privação Formação inicial e continuada de possibilidade de atuação de licenciados
de liberdade, recobra-se) é um grande professores e medidas e pedagogos nos programas de
desafio que se estende para além das socioeducativas execução de medidas socioeducativas
salas de aula: passa pela ausência de e imprescindível para o
formação docente, que desconhece as A educação é direito desenvolvimento das ações
especificidades do atendimento fundamental de toda criança e socioeducativas, tanto nas medidas em
socioeducativo; esbarra em adolescente, previsto na Constituição meio aberto como na restritiva e
metodologias tradicionais de ensino Federal, no Estatuto da Criança e do privativa de liberdade. Não por outro
que não consideram as especificidades Adolescente e na normativa motivo o Conselho Nacional de
do perfil de adolescentes que estão no internacional relacionada ao tema. O Educação (CNE) emitiu a Resolução n.
sistema socioeducativo; e carecem de direito a educação visa o pleno 3, de 13 de maio de 2016, instituindo
investimento, investigação e desenvolvimento desses que, as Diretrizes nacionais para o
sistematização de experiências reconhecidos como pessoas na atendimento escolar de adolescentes e
exitosas e exemplares. Soma-se a essas condição peculiar de desenvolvimento, jovens em cumprimento de medidas
questões o perfil de adolescentes e devem ser preparados para o exercício socioeducativas que representam um
jovens de ambos os sexos que estão da cidadania e qualificação para o avanço para a elaboração e condução
nos programas de execução de medida trabalho (art. 53, Estatuto da Criança e de políticas educacionais voltadas para
socioeducativa pelo país, que indicam do Adolescente), respeitada a idade. A público tão específico. Até então as
que boa parte deles e delas quando da garantia dos direitos humanos e dos orientações de cunho mais
entrada no sistema socioeducativo direitos fundamentais independe da especificamente pedagógico estavam
estava fora da escola. Ainda, eventual atribuição de autoria pela circunscritas ao previsto no SINASE e
majoritariamente em resultados de prática de ato infracional; quer dizer, o no Plano Nacional de Atendimento
pesquisas no tema há a identificação adolescente em conflito com a lei
de que existe defasagem escolar e mantém todos os direitos e a proteção 7
Art. 12, SINASE. A composição da equipe técnica
distorção idade/série, especialmente do programa de atendimento deverá ser
integral atinentes ao segmento infanto-
interdisciplinar, compreendendo, no mínimo,
quando se trata de adolescentes na juvenil. A educação é concebida como profissionais das áreas de saúde, educação e
medida socioeducativa de internação, e diretriz no atendimento socioeducativo assistência social, de acordo com as normas de
referência.
Rev. ComCiência - dez. 2018, vol. 3, no. 3, p. 68-76 / doi: 10.36112/issn2595-1890.v3i1.p68-76
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Breves considerações sobre medida socioeducativa e formação
de professores

Socioeducativo com diretrizes e metas adolescentes e jovens em direitos humanos, diversidades ét-
mais gerais no que se refere à cumprimento de medidas nico-racial, de gênero, sexual,
aplicação das medidas socioeducativas socioeducativas. (Grifos dos religiosa, de faixa geracional,
autores). Língua Brasileira de Sinais
como um todo. As diretrizes instituídas
(Libras), educação especial e
pela Resolução n. 3/16 tratam
As Diretrizes nacionais para direitos educacionais de
especificamente do trato pedagógico
o atendimento escolar de adolescentes adolescentes e jovens em
para o atendimento escolar de cumprimento de medidas
e jovens em cumprimento de medidas
adolescentes e jovens que cumprem socioeducativas. (Art. 13, § 2°; art.
socioeducativas estão em plena sinto-
medidas socioeducativas em 14, § 2° e art.15, § 3°, Diretrizes
nia com o preconizado pela Resolução
instituições de atendimento, dentre Curriculares Nacionais para a
n. 2, de 1º de julho de 2015 do Conse- formação inicial em nível superior
outras questões educacionais mais
lho Nacional de Educação, que define e para a formação continuada)
amplas como a questão da formação
as Diretrizes Curriculares Nacionais (Grifo dos autores).
inicial e continuada dos docentes, na
para a formação inicial em nível su-
qual se faz importante um currículo
perior e para a formação continuada. Ambas as diretrizes acima
que contemple conteúdos sobre
Essas diretrizes definem o que se referidas ratificam a importância dos
direitos humanos, bem como a
compreende como cursos de formação direitos educacionais de adolescentes e
obrigatoriedade de componente
inicial para os profissionais do magis- jovens em cumprimento de medidas
curricular obrigatório de Educação em
tério que atuarão na Educação Básica socioeducativas estarem contemplados
Direitos Humanos e de conteúdos
que são: a) cursos de graduação de nos currículos de formação dos
relacionados ao cumprimento de
licenciatura; b) cursos de formação profissionais da educação que atuarão
medidas socioeducativas. No capítulo
pedagógica para graduados não licen- na Educação Básica atendendo esses
que trata dos profissionais que atuam
ciados; e c) cursos de segunda licenci- adolescentes e jovens, seja nas
com adolescentes e jovens em
atura. Esses cursos implicam em for- instituições formais de ensino ou nas
atendimento socioeducativo destacam-
mação em nível superior, preferen- escolas das Unidades de atendimento
se os seguintes artigos:
cialmente de forma presencial pri- socioeducativo. A literatura
Art. 21. Nos cursos de formação mando por elevado padrão acadêmico, especializada aponta que
inicial e continuada desses científico e tecnológico e cultural, e historicamente a educação pensada
profissionais devem ser incluídos ficará a cargo das instituições forma- para uma parte dos adolescentes e
conteúdos sobre direitos doras definirem em seus projetos insti- jovens em conflito com a lei tinha
humanos, direitos das crianças e tucionais as formas de desenvolvi- como referência as Diretrizes
dos adolescentes, bem como sobre mento da formação inicial dos docen- Curriculares Nacionais para a
os processos de escolarização de tes da Educação Básica. Para a presen- Educação de Jovens e Adultos
adolescentes e jovens em
te reflexão chama-se a atenção para o (Resolução n. 1, de 5 de julho de
atendimento socioeducativo.
que está disposto a respeito da estrutu- 2000), sem que, no entanto, estivessem
ra e currículo desses cursos de forma- diretamente contemplados. Por esse e
Art. 22. A Educação em Direitos
Humanos deve ser componente ção. Nas três formas de cursos consta por outros motivos a aprovação da
curricular obrigatório nos cursos a seguinte exigência nos currículos: Resolução n. 2/2015 foi tão importante
de formação inicial e continuada para a promoção dos direitos
destinados a esses profissionais. Os cursos de formação deverão educacionais de adolescentes e jovens
garantir nos currículos conteúdos na medida socioeducativa, em especial
Art. 23. Os cursos de formação de específicos da respectiva área de a internação (FRANCO;
professores devem garantir nos conhecimento ou interdisciplinares,
CARVALHO; PEIXOTO, 2018;
currículos, além dos conteúdos seus fundamentos e metodologias,
ROSA et al, 2017).
específicos da respectiva área de bem como conteúdos relacionados
conhecimento ou interdisciplinares, aos fundamentos da educação, Ainda em diálogo com as
seus fundamentos e metodologias, formação na área de políticas Diretrizes nacionais para o
bem como conteúdos relacionados públicas e gestão da educação, seus atendimento escolar de adolescentes e
aos direitos educacionais de fundamentos e metodologias, jovens em cumprimento de medidas
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Breves considerações sobre medida socioeducativa e formação
de professores

socioeducativas cabe destacar o Plano Outro aspecto a se levar em Apesar das diretrizes
Nacional de Atendimento conta para melhor pensar a garantia do nacionais mencionadas acima
Socioeducativo publicado no ano de acesso de adolescentes e jovens ao apontarem para a formação inicial dos
2013, e a Portaria n. 4 da Secretaria de direito à educação formal e a profissionais, no que se refere
Direitos Humanos, publicada em necessária formação docente é a especificamente à formação dos
janeiro de 2015 que instituiu a Escola complexidade de circunstâncias que professores se verifica ausência de
Nacional de Socioeducação, conhecida caracterizam o contexto educacional formação sólida desses conteúdos e
como Escola do SINASE. desse público. Como ventilado elementos para desenvolvimento de
A Escola do SINASE tem anteriormente, dados nacionais, habilidades. Os currículos dos cursos
como principal objetivo garantir a estaduais e estudos empíricos apontam de formação de professores não têm
formação continuada para os diferentes características comuns como: garantido componentes curriculares
profissionais que atuam direta ou adolescentes e jovens majoritariamente obrigatórios que deem conta de temas
indiretamente no Sistema Nacional de da raça negra (pretos e pardos), de afetos ao sistema socioeducativo, pois,
Atendimento Socioeducativo. Para faixa etária entre 16 e 18 anos, de quando muito, estão ofertados em
tanto, previu a Portaria n. 4/15 que a famílias desfavorecidas disciplinas optativas. Profissionais da
instituiu que deverá haver núcleos economicamente, oriundos de bairros educação têm chegado às unidades de
estaduais que contribuirão para periféricos, no qual a maioria não atendimento socioeducativo e/ou às
consolidação de formações articuladas completou o ensino fundamental e se instituições públicas de ensino sem
e minimamente integradas a nível encontrava afastada da escola quando formação específica, preparo adequado
nacional. No Plano Nacional de da aplicação da medida socioeducativa ou com conhecimentos superficiais a
Atendimento Socioeducativo a (FRANCO; CARVALHO; PEIXOTO, respeito dos temas relacionados ao
referência para a formação voltada 2018). Com isso é possível afirmar que Direito da Criança e do Adolescente,
para o tema direitos humanos, Direito para muitos deles a escola já não Justiça Juvenil e atendimento
da Criança e do Adolescente, representava algo significativo em suas socioeducativo, mesmo sendo
socioeducação e atendimento vidas. Além dos marcadores sociais de profissionais da educação integrantes
socioeducativo foi destacada no marco exclusão como raça e classe, por vezes das equipes básicas que executam
situacional, que identificou a falta de sobre esses adolescentes e jovens recai medidas socioeducativas tanto em
qualificação para a implementação da o estigma de estarem no sistema meio aberto (prestação de serviços a
política de atendimento socioeducativo socioeducativo ou dele serem egressos comunidade e liberdade assistida)
e a fragilidade e desarticulação da (GOFFMANN, 1988). Como efeito como restritiva ou privativa de
formação dos profissionais que atuam deletério do processo de liberdade (semi-liberdade e
no sistema socioeducativo. criminalização, esses adolescentes e internação). Nesta breve reflexão
Especificamente no eixo Gestão do jovens não raro são rotulados como ficam os desafios para a formação
SINASE, o Plano Nacional de irrecuperáveis e não aceitos pelo corpo docente e para efetiva garantia do
Atendimento Socioeducativo ocupou- docente, tornando inevitável a evasão direito a educação para adolescentes e
se da importância do investimento na escolar. jovens em conflito com a lei.
formação dos profissionais que Esse conjunto de fatores A educação na medida
principal e estrategicamente deve ser corrobora a necessidade de perceber socioeducativa, especialmente na
oferecida pelas Escolas do SINASE. adolescentes e jovens em conflito com privação de liberdade, tem como
Deste modo, a qualificação a lei de forma específica; igualmente, é desafio transpor as noções de controle,
profissional e a formação continuada necessário também maior atenção para disciplina e segurança para
dos profissionais que atuam no sistema a formação dos profissionais que efetivamente promover aprendizados
socioeducativo, seja em qualquer atuarão no sistema socioeducativo. que contribuam para uma
nível, são consideradas como socioeducação emancipadora. Formar
fundamentais para plena garantia de Comentários finais profissionais para esta tarefa é uma
direitos de adolescentes que estejam atribuição que está posta a todas as
cumprindo medidas socioeducativas. categorias que atuam no sistema

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