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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

UNIDADE MACAÉ

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

TATIANE SANTOS OLIVEIRA

O SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DE INTERNAÇÃO:


ESTRUTURA, OBJETIVOS E DESAFIOS PELA ÓTICA DA PSICOLOGIA

Macaé
2017
TATIANE SANTOS OLIVEIRA

O SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DE INTERNAÇÃO:

ESTRUTURA, OBJETIVOS E DESAFIOS PELA ÓTICA DA PSICOLOGIA

Trabalho em formato de Artigo Acadêmico para fins de


aprovação na disciplina SDE 0148: Produção Avançada de
Trabalho Acadêmico II.

Oditon Azevedo da Silva Junior


Professor da Disciplina

Macaé
2017
2

O sistema socioeducativo de internação: estrutura, objetivos e desafios pela ótica da


Psicologia

Tatiane Santos Oliveira1

Resumo

Este artigo procurou investigar as divergências entre a teoria e a prática das medidas
socioeducativas de internação e fazer e uma análise psicológica de sua estrutura, objetivos
e desafios, através de um estudo teórico. Entendidos como indivíduos ainda em formação, os
adolescentes que cometem delitos são submetidos a medidas de natureza pedagógica, nas
quais, em teoria, prevalecem a socioeducação. Contudo, na prática, é observável que a
situação em que se encontram os adolescentes infratores atinge a esfera de direitos humanos.
Além disto, constatou-se que o crescente número de internações e as punições mais severas
não tem melhorado substancialmente a inclusão social dos egressos do sistema
socioeducativo. Concluiu-se, portanto, que a visão patologizante e individualizante do
adolescente e do ato infracional é ultrapassada, sendo necessário perceber não mais um jovem
que transgride as regras sociais, mas sim um sujeito no qual a infração é apenas um dentre
tantos outros elementos que o compõem, entendendo suas vulnerabilidades e considerando
sua subjetividade. É preciso pensar em novas propostas que tornem possível a garantia dos
direitos fundamentais do adolescente, além do favorecimento da construção de novos sentidos
para sua vida.

Palavras-chave: Medida socioeducativa. Internação. Adolescentes. Criminalidade.

Introdução

A infração juvenil é hoje, no Brasil, uma questão que envolve diversos fatores e
provoca muitas discussões a respeito de como lidar com adolescentes e crianças que cometem
ato infracional. Entendidos como indivíduos ainda em formação, concebe-se que estes devem
ter um tratamento diferenciado comparado aos adultos que cometem crimes. Por outro lado, o
crescimento da criminalidade entre adolescentes fomenta um discurso popular em apoio a
uma punição mais severa.
1
Graduanda em Psicologia na UNESA - Macaé. E-mail: <tatiane.so@live.com>.
3

Ao analisar os dados alarmantes do último Levantamento Anual do Sistema Nacional


de Atendimento Socioeducativo (SINASE), é possível entender a importância da discussão
deste tema. Um total de 24.628 adolescentes e jovens, de 12 a 21 anos (95% do sexo
masculino), estavam em restrição ou privação de liberdade no país em 2014, o que indica
0,1% da população total de adolescentes naquele ano. Destes, 66% estavam sob medida de
internação, 22% sob medida de internação provisória e 9% em semiliberdade (outros 3%
estavam em atendimento inicial, internação sanção e medida protetiva). Em relação aos atos
infracionais cometidos por esses adolescentes, constatou-se uma maioria de 44,41%
correspondente ao roubo, seguido por 24,24% correspondente ao tráfico de drogas e 9,47%
correspondente ao homicídio. Porém, o número que mais causa preocupação é o de óbitos nas
unidades de internação. Em 2014 foram 48 adolescentes mortos. A categoria “outros” se
apresentou como a maior causa das mortes, com uma taxa de 46%, seguido de conflito
interpessoal (31%), conflito generalizado (13%), suicídio (8%), e morte natural súbita (2%).
Um índice tão alto de mortes sem causa definida pode indicar alguns fatores, como um
descuido com o registro das informações ou intencionalidade na produção incompleta das
mesmas.
É perceptível que a situação em que se encontram os adolescentes infratores atinge a
esfera de direitos, como a dignidade humana, saúde, integridade. A violação destes direitos se
dá, por exemplo, através da superlotação das unidades de internação, considerada hoje o mais
grave dos problemas. Dados de 2013 e 2014 do Relatório da Infância e Juventude emitido
pelo Conselho Nacional do Ministério Público em 2015 demonstram que há superlotação nas
unidades de medida socioeducativa de internação em 17 estados do Brasil. Conforme observa
Ferreira (2012), é compreensível que este quadro apenas ajude a piorar os outros problemas,
como a violência, abusos sexuais, homicídios, uso de drogas e propagação de doenças. Frente
a esta situação, o fracasso do sistema no objetivo de recuperação do interno da criminalidade
não se torna uma surpresa.
Diante dos diversos problemas encontrados nas unidades que recebem os jovens em
conflito com a lei, procurou-se, aqui, investigar se há divergências entre a teoria e a prática
das medidas socioeducativas de internação, através de um estudo teórico com base em
relatórios e levantamentos oficiais do governo e em artigos científicos e livros sobre o tema.
Com isto, este artigo objetivou fomentar uma reflexão a respeito do sistema de medida
socioeducativa de internação, analisando sua estrutura, objetivos e desafios pela ótica da
Psicologia.
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1 Um breve histórico da delinquência juvenil e o advento do ECA

O dilema de como tratar a criminalidade entre adolescentes e crianças que cometem o


ato infracional não é recente. Ao analisar um breve histórico da delinquência juvenil, observa-
se o problema até mesmo no período colonial. Oliveira e Assis (1999) citam Londoño (1991)
para explicar que, apesar da implantação do Código Criminal do Império em 1830, que
propunha que menores de 14 anos que transgredissem as leis fossem internados em casas de
correção, há publicações deste período que registram um grande número de crianças pobres
moradoras de rua, que ao cometer delitos, eram presas em cadeias públicas comuns. Com o
tempo, as leis de proteção ao menor se modificaram e evoluíram. São exemplos: o Instituto
Sete de Setembro de 1913, que foi a primeira instituição a receber o menor infrator,
atendendo tanto infratores quanto crianças carentes; e o Código de Menores de 1927, que
implantou medidas específicas para a faixa etária dos 12 aos 17 anos. Um novo Código de
Menores foi expedido em 1979, porém ainda não separando o menor abandonado do menor
infrator, e foi revogado apenas pelo advento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
em 1990.
Como mostram Oliveira e Assis (1999), ao longo dos anos, foram criados novos
sistemas de atendimento ao menor em conflito com a lei e de proteção à criança carente.
Em 1941 o Instituto Sete de Setembro foi substituído pelo Serviço de Assistência ao Menor
(SAM), que acabou sendo marcado por uma estrutura administrativa ineficiente e
burocrática e uma estrutura física insalubre e precária, além de uma orientação política
corretiva e repressora. Criou-se então, para substituir o SAM, a Fundação Nacional de
Bem Estar do Menor (FUNABEM), em 1964. Baseando-se numa abordagem preventiva e
sócio-terapêutica, a FUNABEM tinha entra seus objetivos as pesquisas de métodos e
princípios que regessem a reintegração do menor à família e à comunidade.
Porém, repetiram-se na FUNABEM os mesmos problemas encontrados no SAM, e a
Fundação foi fechada quando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi
promulgado em 1990, pela lei federal nº 8.069 de 13 de julho daquele ano. Além de figurar
e estabelecer formas de garantir os direitos essenciais das crianças, o ECA surge para
regimentar o atendimento ao menor autor de ato infracional. Com o Estatuto, passa-se a
considerar criança a população de até 12 anos de idade incompletos, e adolescentes aqueles
dos 12 aos 18 anos incompletos – podendo ser considerados, excepcionalmente, jovens de
até 21 anos incompletos. Julgando inimputáveis os menores de 18 anos, o ECA impõe aos
adolescentes em conflito com a lei as medidas socioeducativas, aplicadas conforme as
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circunstâncias e gravidade do ato infracional, e levam em consideração a capacidade do


adolescente em cumpri-las. São elas:

a) advertência: aviso verbal - que será reduzido a termo e assinado;

b) obrigação de reparar o dano - determinação que o adolescente restitua a coisa danificada,


promova o ressarcimento do dano, ou compense o prejuízo da vítima;

c) prestação de serviços à comunidade - realização de tarefas gratuitas de interesse geral,


por no máximo seis meses, em entidades assistenciais, hospitais, escolas e em programas
comunitários ou governamentais;

d) liberdade assistida - designação de pessoa capacitada para acompanhar o caso, a fim de


acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente;

e) semi-liberdade - possibilita a realização de atividades externas, sendo obrigatórias a


escolarização e a profissionalização;

f) internação - privação da liberdade, devendo respeitar a condição peculiar de pessoa em


desenvolvimento. Sua manutenção deve ser reavaliada no máximo a cada seis meses e
não deve exceder três anos.

Como já mencionado, fez parte do recorte de discussão deste artigo apenas as


medidas de privação de liberdade.
Tais medidas são executadas por um sistema integrado que articula as instâncias de
governo a fim de assegurar sua eficiência, o Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (SINASE), estabelecido em 2006. Retificando a natureza pedagógica da
medida socioeducativa, o SINASE é baseado em acordos internacionais de direitos humanos e
tem como uma de suas diretrizes a preferência das medidas socioeducativas em meio aberto,
além considerar a coresponsabilidade da família, da comunidade e do Estado.
Reconhece-se os avanços do ECA em relação ao Código de Menores, principalmente
pela separação das medidas protetivas das medidas socioeducativas. Antes, nos alojamentos
da Fundação de Bem-estar do Menor, a FEBEM (antiga nomenclatura da Fundação CASA,
responsável por executar as medidas socioeducativas no estado de São Paulo), não havia
separação, nem mesmo física, entre os menores abandonados e os menores infratores, como
mostram Scisleski et al. (2015). Os menores que precisavam de proteção compartilhavam o
mesmo espaço e acompanhavam o mesmo processo que aqueles que precisavam de medidas
“corretivas”. Contudo, apesar de as medidas protetivas terem melhorado com a ECA - pois
foram criadas instituições próprias para os menores em risco - as medidas socioeducativas não
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tiveram grande mudança. Para os adolescentes em conflito com a lei, é priorizada a punição,
pois o sistema procura oferecer segurança aos cidadãos de bem.
Scisleski et al. (2015) veem também uma grande diferença entre as estratégias de
gestão das medidas socioeducativas de meio aberto e das medidas socioeducativas de
privação de liberdade: enquanto as medidas socioeducativas em contexto de liberdade são
geridas na esfera da Assistência Social, aquelas que privam o adolescente de sua liberdade
são, comumente, geridas na esfera da Segurança Pública, que administra também o sistema
prisional adulto. Consequentemente, as medidas de privação de liberdade apresentam a
mesma lógica de funcionamento institucional que as prisões.

2 A estrutura do sistema socioeducativo de internação

Voltando aos dados do Levantamento Anual do SINASE de 2014, pode-se entender o


funcionamento atual e a estrutura do sistema. O documento mostra a distribuição nacional
das 476 unidades de restrição e privação de liberdade existentes no país entre todos os
estados brasileiros, espalhadas em 221 municípios. A grande maioria (83%) é voltada
exclusivamente para o atendimento de adolescentes no sexo masculino. Destas unidades,
32% se localizam no estado de São Paulo, e 27% de concentram na soma das UFs MG, RJ,
PR, PE e RS. Assim, o atendimento socioeducativo tem cobertura de aproximadamente 45%
da população total do país. É importante observar que esta distribuição acompanha a
concentração demográfica dentro do território nacional, sendo as UFs mais populosas que
concentram o maior número de unidades.
Neste levantamento também foram verificados dados sobre o lócus institucional da
gestão estadual do atendimento socioeducativo em cada UF. Pode-se notar uma maioria de
órgãos gestores nas áreas de Assistência Social e Cidadania, seguido pela área de Justiça e
Segurança Pública. “Observa-se que em apenas 3 UFs o lócus institucional do atendimento
socioeducativo encontrava-se em secretárias relacionadas diretamente às políticas públicas
para crianças e adolescentes: PE e DF (Criança e Adolescente) e RJ (Educação)” (BRASIL,
2017, p. 40).
Por fim, o levantamento traz informações sobre os recursos humanos nos sistemas
socioeducativos estaduais. No total, em 2014 havia 34.412 profissionais no sistema,
configurando uma média nacional de 1,35 profissionais por adolescente. A categoria
“socioeducador” representava maioria de 49% (16.892) dos profissionais, e quanto à equipe
multidisciplinar, os assistentes sociais representavam 4% (1.318), pedagogos 2% (694),
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advogados 1% (196), e técnicos em enfermagem 1,3% (432). Quanto psicólogos, o


levantamento aponta 1.144 profissionais atuantes, em média 2,40 por unidade. Mas percebe-
se a insuficiência dos outros profissionais de saúde, como Enfermeiros e Médicos, com 140 e
90 profissionais atuantes respectivamente, para o total de 476 unidades. Com isso, entende-se
a violação do direito dos adolescentes aos serviços de saúde.
Almeida (2013) fez visitas a várias unidades da Fundação Casa (SP) – uma delas
destinada a reincidentes graves e gravíssimos – para sua pesquisa, que teve como objetivo
analisar os meios pelos quais a internação como forma de punição produz efeitos nos
adolescentes. No artigo a autora relata a estrutura física das unidades: “[...] grades e muros
altos, grandes cadeados trancando todos os dormitórios, portas pesadas de ferro, entradas e
saídas com acesso controlado, em suma, a instalação física que indicava encarceramento [...]”
(ALMEIDA, 2013, p. 152). Além disso, a pesquisadora relata os vários procedimentos de
segurança realizados para sua entrada nas unidades.

A quantidade de procedimentos de segurança indica que parte importante da


rotina institucional é tomada pela sua execução e, no entanto, isso não foi
mencionado em nenhuma das unidades visitadas como parte do trabalho
realizado. Pelo contrário, sempre que eu utilizava a palavra punição para
descrever meu objeto de pesquisa aos funcionários, estes reagiam com certo
desconforto, como se o termo fosse inapropriado. [...] Assim, tudo o que,
para mim, indicava o caráter repressivo daquela instituição era ignorado
como tal. (ALMEIDA, 2013, p. 153)

Percebe-se então, uma lógica funcional muito parecida com as prisões adultas. E,
mesmo que para os funcionários prevaleça a socioeducação em preterição da punição, para os
jovens internos o sentimento é de encarceramento, privação total de suas liberdades e
constante tensão e desconfiança, tanto para com os funcionários, como entre os próprios
jovens, como mostram os trabalhos de Almeida (2013) e Noguchi e De La Taille (2008). Em
ambas as pesquisas, realizadas em São Paulo, as autoras relatam que nas casas de internação
há um conjunto de regras específicas de conduta formuladas e aplicadas pelos próprios
internos, sem a interferência dos funcionários. Tais regras eram relacionadas à divisão de
tarefas, à higiene, comportamento e, principalmente, ao respeito às visitas dos internos. Se um
jovem infringisse alguma regra, as consequências seriam aplicadas pelos próprios internos,
sem o conhecimento dos funcionários, podendo ser uma conversa, agressões físicas e,
dependendo da gravidade e intencionalidade da infração, a morte. Mas essa não seria uma
prática exclusiva das unidades de internação de São Paulo. Neri (2009), conforme citado por
Almeida (2013), observou a mesma situação nas casas de internação do Rio de Janeiro.
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Entende-se, com isso, que a gestão de segurança das unidades nada auxilia no
processo de socioeducação proposto.

3 As falhas do sistema frente à teoria da medida socioeducativa

Torna-se importante, portanto, verificar se as unidades cumprem as diretrizes do


SINASE e do ECA, que garantem os direitos dos adolescentes institucionalizados. Com este
fim, o Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo (2013), que orienta as diretrizes e
eixos operativos para o SINASE, analisou os dados levantados sobre o sistema dos anos de
2009, 2010, 2011, e 2012, e relatou os problemas observados.
No âmbito do sistema de justiça e segurança, foram relatadas falhas relacionadas à
falta ou insuficiência das equipes interprofissionais, da formação e capacitação dos
operadores do Direito e da Segurança Pública e dos demais operadores do Sistema de Justiça
da Infância e Juventude. Além disso, não houve entendimento sobre a situação de exclusão
social e vulnerabilidade do adolescente, somado ao fato de que os adolescentes não foram
ouvidos em nenhuma das etapas do processo. Também foi relatado que os prazos dos
processos legais não eram cumpridos, além de haver uma insuficiência de Delegacias
Especializadas e uma necessidade de regionalização das Varas da Infância e da Juventude.
Quanto aos recursos humanos, o quadro de pessoal do sistema socioeducativo foi
considerado pouco estruturado, insuficiente e incompleto para o atendimento da demanda.
Foram observadas também: remuneração insuficiente, alta rotatividade de pessoal, falta de
qualificação e capacitação continuada das equipes e carência de suporte em saúde mental para
todos os operadores institucionais, entre outros.
Se tratando das unidades de atendimento socioeducativo de privação de liberdade, o
Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo (2013) destaca as violações constantes aos
direitos dos jovens institucionalizados, materializadas através da superlotação das casas,
instalações físicas inadequadas para a escolarização, lazer, profissionalização, saúde e outras
políticas necessárias, e a alocação dos adolescentes em unidades distantes dos seus
responsáveis e de sua comunidade. Este fator era agravado pela falta de apuração e de
responsabilização dos agentes públicos nesses casos de violações de direitos.
Foi observado, ainda, que em grande parte das unidades o Projeto Político-Pedagógico
(PPP) era inexistente. Isto pode ser considerado um grande problema, já que o PPP estabelece
o regimento interno e os princípios e fundamentos teórico-metodológicos que norteiam as
ações do atendimento. Assim, entende-se que tais unidades não tinham um planejamento
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adequado de atendimento ao interno. Além disso, o Plano Individual de Atendimento (PIA)


tinha implantação insuficiente. Pode-se considerar o PIA fundamental, pois constrói um plano
personalizado de estratégias e ações a serem desenvolvidas com o adolescente e para o
adolescente, garantindo a compreensão de cada um enquanto indivíduo singular, devendo
então, ter um processo socioeducativo singular. E isto deve envolver todas as esferas do
atendimento ao adolescente, como a judicial, pedagógica, de saúde, segurança, família, etc.
Por fim, foi constatada uma insuficiência de programas de acompanhamento do
egresso, especialmente em relação ao meio sociofamiliar. Desta forma, após sua saída da casa
de internação, o adolescente não recebe apoio ou acompanhamento que auxilie na sua
ressocialização.
Leite et al. (2016) discorrem em seu artigo sobre os desafios entre a efetivação da lei
do SINASE e a prática socioeducativa. Para os autores, nos centros de atendimento os
adolescentes são tratados como pessoas não dignas de direitos, sendo a socioeducação um
“espaço de contradição permanente, tensionada entre a defesa da ordem estabelecida e a
garantia de direitos à população infanto-juvenil em cumprimento de medida socioeducativa”
(LEITE et al., 2016, p. 10). Os autores citam, ainda, a reincidência dos adolescentes na prática
dos atos infracionais como um fator que corrobora o não cumprimento dos objetivos das
medidas, e atribuem tal falha à desarticulação entre as políticas sociais, à falta de proteção do
Estado para com as famílias, ao preconceito da sociedade quanto à ressocialização do
adolescente egresso, entre outros.
Com isto, pode-se compreender que os adolescentes em conflito com a lei não tem
sido atendidos segundo a especificidade de seu período de formação, tornando impossível a
modificação da condição de vulnerabilidade em que se encontram, como explicam Costa e
Assis (2006). As autoras criticam o modelo atual de aplicação das medidas socioeducativas,
afirmando que o enfoque socioeducativo não se sobrepôs ao correcional-repressivo e
assistencialista, tornando difícil o alcance de resultados positivos esperados. Entende-se que o
atendimento é fortemente caracterizado pelo foco da punição e pelas concepções
patologizantes acerca da adolescência e do ato infracional.

Considerações Finais

Após o estudo teórico, observou-se que existem diversas falhas no sistema


socioeducativo. O grande número de jovens internados pode indicar que o princípio de dar
preferência às medidas em meio aberto não está sendo cumprido. Porém, pode-se pensar
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também que o aumento da criminalidade entre os adolescentes nos últimos anos foi a causa da
tendência crescente de internação dos mesmos. A sociedade quer a reclusão daqueles que não
se adéquam às suas normas. Mas seriam as internações por si só suficientes para promover a
adequação social e resolver a questão da delinquência juvenil? Segundo o documento oficial
do SINASE, “a elevação do rigor das medidas não tem melhorado substancialmente a
inclusão social dos egressos do sistema socioeducativo” (2006, p. 14). Entende-se, portanto,
que o maior número de internações e as punições mais severas não tem auxiliado no processo
de diminuição da criminalidade. É natural questionar-se, então, por que o sistema continua o
mesmo.
Sobre a questão carcerária, Ferreira (2012) defende que há uma falta de interesse de
muitos governantes a respeito de uma reforma no modelo de gestão e na estrutura do sistema,
pois isso não promove o retorno político almejado. O mesmo se aplica à questão da
criminalidade juvenil. Isto porque a própria população não tem interesse na recuperação dos
detentos/internos, pois estes têm o estigma do criminoso, aquele que não merece uma segunda
chance. Compreende-se assim, que a população, em sua grande parte leiga sobre todos os
processos e fenômenos envolvidos no assunto, indignada e com sentimento de ineficácia no
combate à criminalidade, clama por medidas mais punitivas e mais rígidas. Tais medidas
punitivistas acarretam na não recuperação do detento/interno e no aumento da criminalidade –
somado às desigualdades socioeconômicas – que por sua vez fomentam o anseio por um
sistema punitivista, formando um círculo vicioso, no qual os governantes não tem interesse,
optando por priorizar o discurso eleitoreiro de fácil aceitação, a despeito de propor
verdadeiras mudanças.
Sobre a visão da população sobre o adolescente infrator, Scisleski et al. (2015)
esclarecem que, após a mudança de status do jovem de “menino” à “adolescente em conflito
com a lei”, percebe-se que ele tem, de certa forma, acesso à trabalho, escola, e serviços de
saúde, porém não tem acesso a atividades que possibilitem a saída efetiva da criminalidade,
visto que muitas das oportunidades se inserem, inclusive, na informalidade (“bicos”, sem
carteira assinada), além da dificuldade em escolas aceitarem adolescentes com “esse perfil”.
Entende-se, portanto, que é atribuída aos jovens uma personalidade violenta ou delinquente,
esquecendo-se de seu contexto anterior à prática do ato infracional, onde seus direitos foram
violados. Os mesmos autores fazem uma crítica ao caráter patologizante e individualizante
que é atribuído ao ato infracional cometido pelos jovens. Isto evidencia a dificuldade em
superar a criminalização da pobreza atrelada às noções biológicas/genéticas e individuais
determinantes de envolvimento com o crime. Em seu estudo, os autores encontraram relatos
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que mostram informações a respeito do conhecimento e consciência do jovem em relação à


transgressão cometida, mas não há preocupação com o contexto em que esse jovem está
inserido. Entende-se, assim, que os relatos persistem na culpabilização do jovem e na
individualização dos problemas sociais, enxergando os jovens como pessoas de má índole e
de personalidade voltada para o crime, e ignoram o contexto social violento em que estão
inseridos.
Ainda segundo Scisleski et al. (2015), o próprio ECA corrobora esta visão
patologizante, pois considera como um dos elementos para agravo ou para remissão da
medida uma avaliação da personalidade do adolescente. Portanto, nas decisões jurídicas ainda
se considera a personalidade do adolescente e sua periculosidade perante o restante da
sociedade. Os jovens são percebidos apenas pelo viés da infração cometida e da probabilidade
de reincidir no crime, por isso, pune-se o sujeito em si pelo que ele é e representa, e não
somente por sua ação. Observa-se que o sistema de internação para jovens infratores julga os
próprios jovens como responsáveis pelo caminho de crime que seguem, desconsiderando seu
contexto social. Assim, segue-se uma lógica de perpetuação na via da criminalidade, sem o
cuidado de apresentar outras possibilidades de vida.
Ao fazer uma reflexão a respeito da relação entre subjetividade, sua importância como
característica da pessoa humana e o encarceramento, Mameluque (2006) entende que é
preciso fazer uma leitura da dimensão subjetiva da vivência do aprisionamento, e que deve-se
considerar que a prisão consiste numa violação da intimidade do preso. A autora cita
Carnelutti (1879-1965, apud DOTTI, 1998, apud MAMELUQUE, 2006, p. 626) ao definir
esse aspecto do encarceramento: “O recluso deixa de sentir-se um homem. O signo do homem
é seu nome, e o recluso já não tem nome. A essência do homem é a individualidade, e o
recluso já não tem individualidade”. Compreende-se que a superlotação, promiscuidade,
ociosidade, violência, falta de confiança, ausência da família, sentimentos de autopunição e
culpa, perda da autoestima, sentimento de inferioridade e ausência de esperança recorrentes
nos presídios e unidades de internação do Brasil são fatores que contribuem para a supressão
desta individualidade e para o detrimento da subjetividade, além de cooperar com a
perpetuação do sujeito numa vida criminosa. Assim, o encarceramento introduz marcas na
subjetividade dos egressos, mudando sua forma de pensar e sentir, tornando difícil a volta à
sociedade. Tais dados reforçam a necessidade de um método humanizado nas prisões e nas
unidades de internação, que promova a subjetividade e um projeto de vida para o
encarcerado/interno.
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Schindhelm (2013) discorre em seu artigo sobre a marginalização da infância, e


acredita que as crianças e adolescentes se desenvolvem participando ativamente das
comunidades em que vivem, onde muitas vezes encontram-se em situações de risco e
vulnerabilidade social. Em comunidades de baixa renda e atravessadas por atividades
criminais, é recorrente que crianças realizem pequenos serviços para as figuras de autoridade
locais, além de convivem com armas de fogo, violência doméstica e subempregos de suas
famílias no mercado informal. Percebe-se que para essas crianças, torna-se comum o
abandono da escola e cria-se uma tolerância com pequenos delitos e com condutas que
associam a delinquência e a criminalidade como formas de driblar a pobreza e a exclusão
social. Consequentemente, os jovens emergentes destas comunidades com concentração de
famílias de baixa renda são frequentemente considerados perigosos em potencial, sujeitos que
devem ser evitados. Caracteriza-se então, uma prática de criminalização desses jovens, que
por conta disso vivenciam uma exclusão social e sofrem ações policiais opressoras.
Pode-se entender que tal processo de criminalização das crianças e adolescentes se
baseia numa concepção puramente ambientalista do desenvolvimento humano. Deve-se
apreender que este pensamento determinista e generalista não é útil ou produtivo, pois atribui
uma influência do ambiente no desenvolvimento humano muito maior do que realmente é.
Schindhelm (2013) discorre ainda sobre a forma como naturalizamos e aceitamos a existência
de uma relação indissociável entre pobreza e criminalidade. É comum que a sociedade faça
essa ligação mesmo sem perceber. Desta forma, acaba-se atribuindo identidades inferiores e
depreciadas às crianças e jovens moradores de comunidades consideradas perigosas.
Compreende-se que uma mudança de pensamento quanto a essa naturalização da
relação “probreza x criminalidade” é fundamental para que se crie novas formas de entender a
infância e a adolescência nas comunidades pobres. Entender que cada sujeito é um ser social
em permanente movimento para transformação de si, dos outros, do cenário em seu entorno e
também da sua história social e admitir que podem existir bifurcações ou linhas de fuga nas
produções subjetivas contribui imensamente para a construção de novas configurações
subjetivas. Assim, deve-se perceber não mais um jovem que transgride as regras sociais, mas
sim um sujeito no qual a infração é apenas um dentre tantos outros elementos que o
compõem.
Para Mameluque (2006), a resolução do problema da criminalidade não está no viés da
modificação de leis, do acréscimo de penas e da construção de penitenciárias. A autora
esclarece que é preciso investir em educação, profissionalização, saúde, planejamento
familiar, e promover políticas públicas que solucionem os problemas de uso de drogas e
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desigualdade socioeconômicas. Percebe-se que a ideia de solução com mais prisões busca
uma solução dos efeitos da criminalidade, e não de suas causas. Esta visão encaixa-se com a
de Costa e Assis (2006), que destacam em seu artigo a importância de mudar o pensamento de
sentido de “cura” da delinquência juvenil, sendo necessária sua substituição pela
transformação das condições que afetam a vida do adolescente e pelo investimento em suas
potencialidades.
Percebe-se que Thompson (2002) também concorda que é preciso transformação nas
estruturas socioeconômicas da sociedade, quando este discorre sobre a questão criminal e
penitenciária – que, aqui, pode-se aplicar também à delinquência juvenil:

No momento, esposo o ponto de vista de que a questão penitenciária não tem


solução “em si”, porque não se trata de um problema “em si”, mas parte
integrante de outro maior: a questão criminal, com referência ao qual não
desfruta de qualquer autonomia. A seu turno, a questão criminal também
nada mais é que mero elemento de outro problema mais amplo: o das
estruturas sócio-político-econômicas. Sem mexer nestas, coisa alguma vai
alterar-se em sede criminal e, menos ainda, na área penitenciária.
(THOMPSON, 2002, p.110)

Diante disto, quais os caminhos para as mudanças necessárias? Ferreira (2012)


apresenta em seu artigo exemplos de projetos que conseguiram uma melhoria em relação à
recuperação do condenado. O primeiro exemplo são as Associações de Proteção e Assistência
aos Condenados (APAC), criadas em Minas Gerais, que obtiveram uma porcentagem de
apenas 15% de reincidência entre os egressos de suas unidades, enquanto que os oriundos do
sistema comum alcançam o percentual de 70%. Outro exemplo é o Projeto Grão, do Rio de
Janeiro, que conseguiu fazer com que nenhum dos seus 115 egressos prisionais reinseridos na
sociedade voltasse a cometer crimes. Ao analisar as duas iniciativas, entende-se que a fórmula
do sucesso é simples: valorização humana, ações que realmente reinsiram os egressos
prisionais na sociedade e o mais importante: exercício da subjetividade e elaboração de
projeto de vida com definição de metas. Tais fórmulas seriam viáveis e de grande ajuda
também no âmbito das medidas socioeducativas de meio fechado. Fica claro que existem
ações que são capazes de mudar o quadro da reincidência. É necessário desconstruir o estigma
atrelado ao criminoso e promover a valorização da dignidade humana.
Reforçando a ideia de que é possível uma institucionalização humanizada, Costa e
Assis (2006) salientam em seu artigo a importância do estímulo do potencial de resiliência no
contexto socioeducativo, para que o cumprimento da medida não promova apenas a
desvinculação com o ato infracional, mas também de outros agravos. As autoras explicam que
os fatores de proteção não constituem entidades absolutas capazes de produzir respostas
14

iguais a todos os indivíduos, pois interagem junto a outras variáveis. Compreende-se que a
implementação dos fatores protetivos nas medidas socioeducativas é de extrema importância
para que se alcance o objetivo de reabilitação dos jovens, pois se mostram eficientes na
promoção de sua resiliência. Desta forma, as autoras apresentam três fatores de proteção
importantes para o adolescente se desenvolver o produzir melhores condições de
enfrentamento de adversidades. São eles, Fortalecimento de vínculo, Autonomia e Projeto de
vida:

a) fortalecimento de vínculos – a existência de vínculos emocionais é ausente na realidade de


muitos adolescentes em conflito com a lei. É sabido que a possibilidade de desenvolver
confiança básica em si e no meio demanda qualidade nos vínculos que se possui, pois eles
constituem a base do apoio social, conferindo uma sensação de segurança ao adolescente;

b) autonomia - observa-se uma dificuldade dos adolescentes em assumir posições autônomas


diante das demandas cotidianas, como uso de drogas e comportamento sexual de risco,
podendo o próprio envolvimento com o ato infracional ser um sinal da dificuldade do
adolescente em exercer sua autonomia. Antes de conseguir ser autônomo, o indivíduo
depende mais de dispositivos externos de controle, e após desenvolver sua autonomia, o
adolescente assume a responsabilidade pelas decisões que envolvem seu projeto pessoal e
desenvolvem a capacidade de ponderar sobre a consequência de seus atos. Pode-se
apreender que, com sua autonomia desenvolvida, o adolescente egresso do sistema de
internação tem menos chances de reincidir e de escolher pelo não uso de drogas e pela
continuidade dos estudos, ainda que a situação favoreça o oposto;

c) projeto de vida - a ausência de um projeto de vida pessoal é fruto da vulnerabilidade dos


adolescentes. Os jovens tem dificuldade de projetar-se no futuro, sendo a exposição a
riscos e a falta de confiança na proteção adulta fatores que colaboram com esse obstáculo.
Pode-se compreender que um projeto de vida é um fator protetivo porque promove um
melhor conhecimento da realidade, dos próprios limites e possibilidades, atrelados ao
desejo pessoal. Há diversas atividades que podem promover a elaboração de projetos nos
jovens, como: atividades que envolvam a dimensão do cuidado, do tempo e do desejo, a
partir da rotina ordinária; fortalecimento do senso de identidade pessoal, conferindo maior
nitidez sobre quem se é e o que se deseja; atividades educacionais, de lazer e de formação
profissional, entre outros.

Costa e Assis (2006) concluem que é preciso pensar em novas propostas de


atendimento ao adolescente em conflito com a lei, promovendo uma mudança no processo
15

interventivo. Os fatores protetivos citados tornam possível a garantia dos direitos


fundamentais da criança e do adolescente, além do favorecimento da construção de novos
sentidos para sua vida.
Resta, portanto, pensar o papel do psicólogo nesta construção de um novo modelo
socioeducativo. Como mostra Mameluque (2006), a atuação do psicólogo jurídico ainda é
caracterizada pela elaboração de laudos e pareceres, avaliação sobre comportamentos,
utilização de testes e outros procedimentos que subsidiam decisões judiciais. Com isso,
entende-se que a prática do psicólogo nas instituições não aborda a questão da subjetividade,
focando apenas nas características de personalidade e de comportamento do individuo,
desconsiderando o contexto social envolvido. Deve-se apreender que a Psicologia Jurídica
tem a responsabilidade de responder as demandas do poder judiciário, mas que ela não deve
estagnar-se nesse tipo de relação. Apesar dos desafios que a Psicologia encontra em sua
prática no âmbito jurídico, há métodos capazes de humanizar a reclusão e promover bons
resultados. Compreende-se necessário uma prática psicológica focada no entendimento do
adolescente como um todo, como um ser humano dotado de potencialidades, promovendo,
assim, o desenvolvimento da Psicologia no âmbito jurídico e superando o desafio da
criminalidade juvenil, com grande benefício para a dignidade humana e para toda a sociedade.
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El sistema socioeducativo de internación: estructura, objetivos y desafios según la


Psicologia

Resumen

Este artículo buscó investigar las divergencias entre la teoria y práctica de las medidas
socioeducativas de internación y hacer un analisis psicológico de su estructura, objetivos y
desafios, a través de un estúdio teórico. Vistos como individuos en fase de crecimiento, los
adolescentes que cometen delitos son sometidos a medidas de naturaleza pedagógica, donde
lo que prevalece, en teoria, es la socioeducación. Sin embargo, en la práctica se observa que la
situación en que se encuentran los adolescentes infractores daña la esfera de derechos
humanos. También, se observó que el alto índice de internaciones y penas más severas no ha
mejorado sustancialmente la inclusión social de los individuos del sistema socioeducativo. Se
concluyó, por lo tanto, que la visión patologizante e individualizante del adolescente y del
delito infraccional está sobrepasada, siendo necesario percibir no más un joven que transgrede
las reglas sociales, sino un sujeto en el cual la infracción es sólo uno de tantos otros elementos
que lo componen, comprendiendo su vulnerabilidad y considerando su subjetividad. Es
necesario pensar en nuevas propuestas que sean posibles a la garantia de los derechos
fundamentales del adolescente, y de esa forma favorecer a la construcción de un nuevo
sentido de vida en favor de ellos.

Palabras-clave: Medida socioeducativa. Internación. Adolescentes. Criminalidad.


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