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SUASEMAS CAPACITA

 Módulo I – TRAJETÓRIA E EVOLUÇÃO DAS


MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

Aula 4 - Medidas protetivas e socioeducativas – Estatuto da


Criança e do Adolescente (ECA)
Módulo I – TRAJETÓRIA E EVOLUÇÃO DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

Introdução
A Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente definiram
importantes passos para a política de atendimento a crianças e adolescentes no
Brasil, nas mais diversas situações em que possam ser encontrados, na família ou
fora dela, em conflito com a lei ou não.

Nas fases do desenvolvimento humano mais importantes, que são as da infância e


da juventude, crianças e adolescentes devem ser cercados de todos os cuidados e
ofertas de boas oportunidades para a construção da vida adulta.

O poder público, a sociedade civil, as comunidades e as famílias devem se unir em


rede, a fim de garantir a edificação de uma sociedade mais justa, para a proteção da
criança e do adolescente, durante o período de formação de sua personalidade e
caráter.
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Todas as crianças e adolescentes têm direito a uma vida digna, com respeito,
liberdade, participação na comunidade, prioridade na rede de atendimento à
saúde, garantia de escola formal, além de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) definiu
dois eixos de intervenção, que são as medidas protetivas e as medidas
socioeducativas.

As medidas protetivas definidas no ECA, elencadas no art.101, destinam-se à


salvaguarda de crianças e adolescentes quando houver ameaça ou violação aos
direitos estabelecidos na referida lei. As medidas socioeducativas, elencadas no
art. 112 do ECA, destinam-se, exclusivamente, ao adolescente autor de ato
infracional e devem ser aplicadas observando-se a capacidade desse adolescente
em cumpri-las, dadas as circunstâncias e a gravidade da infração cometida.
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Conceito de Ato infracional:


O Estatuto da Criança e do Adolescente define por ato infracional como “a
conduta descrita como crime ou contravenção penal praticada por criança ou
adolescente”. Contudo, a sanção aplicada ao adolescente autor de ato infracional
não é igual àquela imputada ao maior de 18 anos de idade.

O tratamento do Estado é diferenciado, pois o adolescente que ainda está em


formação de sua personalidade merece cuidados especiais, pois ainda não atingiu
a maturidade plena. A necessidade de atendimento especial funda-se pela
condição peculiar deste, ou seja, a de pessoas em desenvolvimento. Cabe ressaltar
que este atendimento diferenciado não tem a função de descaracterizar o
processo de responsabilização das práticas delituosas.
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Crianças e adolescentes respondem pelos atos infracionais praticados por meio


das medidas protetivas e/ou socioeducativas, dentro de um procedimento legal
específico, garantindo-se o princípio do devido processo legal e da ampla defesa.

Ato infracional será passível de aplicação de medida socioeducativa se cometido


por adolescente, com idade entre os 12 e os 18 anos incompletos. A aplicação da
medida socioeducativa, porém, pode se estender até os 21 anos de idade.
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MEDIDAS PROTETIVAS: Art. 101, ECA


• Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de
responsabilidade;
• Orientação, apoio e acompanhamento temporários;
• Matrícula e frequência obrigatória em estabelecimento oficial de ensino
fundamental;
• Inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao
adolescente;
• Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime
hospitalar ou ambulatorial;
• Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
• Abrigo em entidade;
• Colocação em família substituta.
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MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS: Art. 112, ECA


• Advertência;
• Obrigação de reparar o dano;
• Prestação de Serviços à Comunidade;
• Liberdade Assistida;
• Semiliberdade;
• Internação em estabelecimento educacional;
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Conclusão
O Estatuto da Criança e do Adolescente, em conjunto com a Constituição Federal
de 1988, visam que os direitos sejam resguardados e garantidos às crianças e aos
adolescentes, mas impõem deveres, os quais também devem ser observados.

Longe de ser uma lei que “passa a mão na cabeça” de crianças e adolescentes, o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) apresenta uma proposta de atenção
incondicional a este público, por meio de dois eixos de intervenção, quais sejam,
as medidas protetivas e as medidas socioeducativas.

O objetivo do ECA é que todas as medidas socioeducativas ressaltem a natureza


pedagógica, reeducação, ressocialização, com o intuito de despertar nos
adolescentes os valores sociais para sua formação. Cabe ao Estado promover a
execução das medidas, sempre visando a proteção e garantia ao devido processo
legal.
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Referências:
Constituição da República Federativa de 1988

ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente

Posição oficial: Redução da Maioridade Penal (https://crianca.mppr.mp.br/pagina-2


06.html)

Publicações: ECA nas Escolas (https://crianca.mppr.mp.br/pagina-2041.html)

Cartilha_medidas_socioeducativas_MPMG

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