Você está na página 1de 12

Índice

I. Introdução............................................................................................................................2
1.1.Contextualização................................................................................................................2
II. Objectivos............................................................................................................................3
2.1.Gerais:................................................................................................................................3
2.2.Específicos:........................................................................................................................3
III. PRINCIPAIS CONCEITOS.............................................................................................4
3.1.Principais conceitos do estudo............................................................................................5
IV. METODOLOGIA............................................................................................................6
4.1.Tipo de pesquisa.................................................................................................................6
4.2.Locais e áreas de actividade em estudo..............................................................................6
V. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................7
5.1.Porque é que as crianças de rua existem (causa).................................................................7
5.2.Consequências da existência de meninos da rua.................................................................8
5.2.1Descriminação..................................................................................................................8
5.2.2Roubo...............................................................................................................................8
5.2.3.Falta de nível académico.................................................................................................8
5.2.4.Degradação da saúde.......................................................................................................8
5.2.5.Baixo desenvolvimento económico do país.....................................................................8
5.2.5.Trabalho infantil..............................................................................................................9
5.3.Medidas tomadas................................................................................................................9
VI. ANEXOS.......................................................................................................................10
VII. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................11
VIII. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA................................................................................12
I. Introdução

1.1.Contextualização
A questão das crianças de rua tem sido foco de debates por um conjunto de académicos,
políticos, economistas, trabalhadores sociais e, até mesmo, turistas há mais de 30 anos.
O termo criança de rua foi usado pela primeira vez em 1951 pela Organização das
Nações Unidas para a Ciência, Educação e Cultura (UNESCO) para se referir a crianças
que deambulavam pelas ruas após a Segunda Guerra Mundial na Europa e viria a ser
tomado como assunto de debate e especial atenção em 1979 - Ano Internacional da
Criança -tendo resultado na criação, em 1982, do chamado programa de interacção entre
ONGs (Inter NGO Program) cujo foco é o apoio a crianças e jovens de rua (Panter,
2010).

Para muitos de nós, as crianças de rua existem por opção própria, porque gostam ou são
moluenes ou porque são preguiçosas. Mas quem será que gosta de comer lixo? Quem
gosta de dormir num jardim e cobrir cartolinas? Quem gosta de andar sujo e seminu?

Quem será que aprecia adoecer e não poder ter alguém para lhe assistir? Quem é que
aprecia andar dia e noite pelas ruas da cidade, sob o olhar pejorativo e espezinhado do
mundo? Estas e muitas outras perguntas são esquecidas quando olhamos para as
crianças de rua e aceitamos a sua condição como algo de opção individual.

2
II. Objectivos

2.1.Gerais:
Falar de fenómenos criança da rua na comunidade.

2.2.Específicos:
Conhecer as causas e consequências;

Falar sobre as medidas tomadas.

3
III. PRINCIPAIS CONCEITOS
Nesta secção, escolhi, definir, elaborar e operacionalizar os principais conceitos usados
no estudo e na análise da literatura sobre o fenómeno meninos da rua e seu impacto em
comunidades, com destaque para os cinco termos seguintes:

Criança;
Crianças da rua;
Trabalho infantil;
Fenómeno; e
Impacto.

Trabalho infantil é o trabalho exercido por crianças e adolescentes que estejam abaixo
da idade mínima legal permitida para o trabalho, e pode variar de cada país (OIT, 2006).

Qualquer forma de trabalho que seja cruel ou nociva, como tortura e maus tratos,
escravatura, e outras piores formas de trabalho infantil são também condenáveis, de
acordo com a OIT/ONU. A prática do trabalho infantil é legalmente proibida pelas
normas internacionais de trabalho a nível mundial, mas ainda acontece o exercício das
piores formas de trabalho infantil, principalmente em países pobres e subdesenvolvidos,
e de uma forma geral, quando as crianças e adolescentes são chamados a ajudar no
sustento ou na renda da família.

Teoricamente, o trabalho infantil não apresenta uma definição unívoca e consensual na


literatura consultada pelos investigadores da presente pesquisa, por isso, dos vários
conceitos definidos, operacionalizados e analisados sobre o trabalho infantil, o conceito
apresentado neste relatório enquadra-se nos objectivos e Termos de Referência do
presente estudo, a saber:

Trabalho infantil é toda actividade desenvolvida por criança e adolescente que prejudica
o seu bem-estar e compromete a sua educação, saúde, vida social e o seu
desenvolvimento sustentável físico e mental, a médio e longo prazo (UNICEF, 2004)

Trabalho infantil é toda forma de trabalho executado por crianças e adolescentes abaixo
da idade mínima legal permitida para ter acesso ao emprego, conforme a legislação de
cada país (OIT, 2006).

4
Trabalho infantil é a relação laboral estabelecida entre os cidadãos menores de 18 anos
de idade e o sector de trabalho formal ou informal, sendo remunerável ou não (OIT,
2010).

3.1.Principais conceitos do estudo


O conceito de criança é um aspecto que ainda não é consensual, tal como acontece com
o conceito de trabalho infantil, tendo assim várias interpretações em função da realidade
cultural, social e jurídica, promovendo, deste modo, conflitos com as normas jurídicas
existentes a nível nacional e internacional.

Na maioria dos casos, a idade cronológica da criança não coincide com o critério de
natureza social e cultural para a definição do que é um menor ou criança, e muitas vezes
as definições locais têm implicações e legitimidade da violência contra menores de
idade: crianças ou adolescentes (FDC, 2008). A Convenção sobre os Direitos da Criança
define criança como sendo todo o ser humano menor de 18 anos de idade (OIT, 2010).
E segundo a Constituição da República de Moçambique (CRM, 2004), qualquer pessoa
que ainda não completou 18 anos de idade é criança e tem direito a participar na vida
social.

Criança de rua é um termo para crianças vítimas sem-teto que vivem nas ruas de uma
cidade, vila ou aldeia. A definição de crianças de rua é contestada, mas muitos
profissionais e decisores políticos utilizam conceito da UNICEF, que determina que
pessoas com idade inferior a 18 anos, para quem "a rua" (incluindo habitações
desocupadas) tornou-se casa ou sua fonte de sustento e que estão inadequadamente
protegidas ou supervisionadas (OLIVEIRA, 1989’).

O conceito de fenómeno vem do grego “fainómenon” de “faino” que significa em


sentido originário, mostrar-se, aparecer, tornar-se visível, ou seja, um facto que se torna
perceptível em face do ser humano.

O sociológico Marcel Mauss defende que o fenómeno que ocorre na sociedade deve ser
entendido como fenómeno social total, pelo facto de “as experiências dos actores sociais
não serem redutíveis a uma única dimensão do real, pois as suas implicações ou impacto
distribuem-se pelos diferentes níveis do real” (Marques, 1987).

5
Neste sentido, o conceito de fenómeno tem implicações ou impacto, em simultâneo, em
vários níveis e em diferentes dimensões do problema real estudado, a nível social,
económico, político, legal e cultural.

Impacto, por um lado, segundo o Método do Quadro Lógico (MQL) definido nos
Manuais de Planificação de Projectos Orientados para Objectivos, refere-se às
mudanças positivas e negativas directa ou indirectamente produzidas por um programa
ou um projecto específico de desenvolvimento, a médio e longo prazo (NORAD, 1995).

IV. METODOLOGIA
No processo de recolha de dados, o estudo deste fenómeno foi feito com recurso a
várias técnicas próprias da investigação quantitativa e qualitativa, nomeadamente a
pesquisa bibliográfica para a realização de entrevistas estruturadas e semiestruturadas, e
a observação enlocou no terreno, para o apuramento de evidências relativas aos perfis
sociodemográficos dos inquiridos.

4.1.Tipo de pesquisa
Este é um estudo do tipo longitudinal, transversal e misto, com recurso a técnicas
qualitativas e quantitativas. Embora se assemelhe a um estudo empírico, pela ausência
de dados que evidenciam a dinâmica na evolução do fenómeno ‘’crianças da rua ‘’.

4.2.Locais e áreas de actividade em estudo


A pesquisa é de dimensão provincial, tendo sido escolhidos 2 cidades para efeitos da
cobertura da colecta de dados.

Assim, foram recolhidos dados sobre trabalho meninos da rua nas cidades que passo a
citar: Quelimane e Mocuba.

6
V. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1.Porque é que as crianças de rua existem (causa)


De uma forma geral, as crianças podem ser influenciadas por dois grupos de factores
para a vida de rua, estes são “os factores de pressão e os factores de atracção”
(RIBEIRO, 1987)

Considero factores de pressão, o conjunto de situações no contexto familiar que


motivam as crianças a abandonarem o ambiente familiar para viver na rua. Alguns
exemplos de factores incentivadores são: a violência dos pais, a situação de orfandade
da criança, situações de abandono, situações de pobreza extrema no contexto familiar, a
guerra, calamidades naturais, entre outros.

Estudos científicos procuram abordar os factores de pressão para a vida na rua em


função do contexto em que o fenómeno é analisado. Na maioria dos países em
desenvolvimento, a razão está associada principalmente à situação estrutural da pobreza
extrema, que muitas crianças enfrentam em suas vidas quotidianas (LALOR, 1999).

Associada à pobreza, a violência doméstica, o abuso sexual e trabalho infantil são


também mencionados como aspectos contribuintes nas decisões das crianças em sair de
casa e permanecer nas ruas.

Dada a situação de extrema pobreza que muitas famílias Moçambicanas enfrentam, o


rendimento das crianças se torna uma questão necessária dentro das famílias e suas
comunidades, onde as crianças são obrigadas a fornecer uma contribuição na renda da
família, quer ajudando em actividades agrícolas ou trabalhando em diferentes lugares.
Esta é uma realidade comum no contexto urbano, onde as crianças de rua realizam
actividades de limpeza de carros, carga e transporte de produtos diversos para
vendedores de mercados e turistas, mendicidade e roubos (INCM, 1993).

Os factores de atracção, são todas as situações que atraem as crianças para a vida na rua,
estas condições são muitas vezes externas ao ambiente familiar da criança. Alguns
exemplos destes factores são o espírito de aventura, a vontade de experimentar
ambientes novos, a ambição da liberdade, o desejo de autonomia entre outros
(UNICEF,1989).

7
5.2.Consequências da existência de meninos da rua

5.2.1Descriminação
Fiz notar nessa sessão que na sociedade em que vivemos, as crianças de rua são vítimas
de um conjunto sem fim de estereótipos e categorizações, muitas vezes com atribuições
de nomes derrogatórios. As crianças de rua, se não são vistas como “demónios em
miniatura”, são simplesmente pequenos criminosos, marginais, preguiçosos e
esfomeados que escolheram a vida da rua por gostarem de vida fácil. Estas e muitas
outras posições são comuns para a maioria de nós, como forma de explicar um
problema cuja solução está na vontade individual das crianças.

5.2.2Roubo
O roubo, para muitos destes meninos, aparece como mais uma oportunidade para ganhar
dinheiro e não como uma prática de sobrevivência. Dissemos antes que, umas das
condições para permanecer na rua É ter a capacidade de aproveitar as oportunidades.
Desta forma, o roubo acontece no contexto dessas oportunidades. Pois, aprender as
estratégias de sobrevivência, pela manipulação de oportunidades, para estas crianças,
não se restringe è criação de alternativas que podem ser rotuladas de trabalho.

Pode-se incluir também que as actividades de delinquência que podem surgir por
extensão e, mesmo por obstáculos a consecução das primeiras.

5.2.3.Falta de nível académico


As crianças da rua não frequentam a escola pois, por um lado, os seus abrigos não têm
condições para guardar o material escolar e, também, não têm dinheiro para compra-lo.
Por outro lado, o tempo passado na escola seria um tempo perdido, na medida em que
serviria para ganhar algum dinheiro. Acrescentando que elas não têm que as controle e
as mande para a escola. Para aqueles è quem a vontade de estudar se mantém dirigem-se
aos centros de acolhimento.

5.2.4.Degradação da saúde
As crianças de rua sofrem uma degradação da saúde, por conta se alimentação não
adequada que por sua vez em algum momento provoca a ma nutrição.

8
5.2.5.Baixo desenvolvimento económico do país
Atendendo e considerando que é estudando e empreendendo que se pode alcançar um
nível social adequado ou desejável, os meninos da rua são exempto dessas
oportunidades. Isso em contra partida afecta o país pois só aumenta o índice
populacional e baixo desenvolvimento económico.

5.2.5.Trabalho infantil
O que se pode constatar é que as piores formas de trabalho infantil, mais do que
privarem as crianças da sua educação e do seu desenvolvimento mental e físico,
roubam-lhes a infância. Muitas vezes, as crianças desconhecem os riscos envolvidos na
prática de piores formas de trabalho infantil, a curto e longo prazo.

Por outro lado, os efeitos na saúde são devastadores, uma vez que as crianças são
submetidas a condições de trabalho nocivas à saúde, a curto, médio e longo prazo. Os
efeitos na economia são de tal forma incalculáveis que podem reduzir os esforços do
desenvolvimento e perpetuarem a pobreza.

5.3.Medidas tomadas
O Ministério do Género, Criança e Acção Social lançou no início do mês passado uma
campanha para retirar as crianças que vivem nas ruas.

Trata-se de menores que abandonam a casa dos seus pais ou encarregados de educação,
por vários motivos, incluindo desestruturação familiar, pobreza, influência dos amigos,
perda de progenitores, maus-tratos, entre outros.

Segundo a representante da Direcção do Género, Criança e Acção Social, Isilda


Maibaze, a campanha tem lugar nas segundas, quartas e sextas-feiras, das 06h00 as
18h00 e tem como objectivo retirar crianças da rua, para reabilitação e posterior
reintegração (RIBEIRO, 1987).

9
VI. ANEXOS

10
VII. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho conclui que existem dois factores que influenciam no abandono de lar
para a vida de rua, estes são “os factores de pressão e os factores de atracção. Mas os
que prevalecem mais são de pressão pois considera se factores de pressão, o conjunto de
situações no contexto familiar que motivam as crianças a abandonarem o ambiente
familiar para viver na rua. Alguns exemplos de factores incentivadores são: a violência
dos pais, a situação de orfandade da criança, situações de abandono, situações de
pobreza extrema no contexto familiar, a guerra, calamidades naturais, entre outros

O Este artigo é resultado de um processo de observação directa e diálogos abertos


estabelecidos com um grupo de meninas de rua provenientes de locais diferentes nas
ruas da Zambézia. O foco é reflector sobre as situações fenómeno meninos de rua
enfrentam no seu quotidiano, descrevendo o carácter de invisibilidade a que os meninos
de rua são alvos e como consequência disso elas não recebem atenção por parte dos
diversos programas sociais executados por ONG's e instituições do Governo.

11
VIII. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
OLIVEIRA, C. F. G. (1989). Se essa rua fosse minha: um estudo sobre a trajectória e
vivência dos meninos de rua do Recife. Recife: UNICEF.

Pais, J. M. (1993). Culturas Juvenis. Lisboa: INCM.

RIBEIRO, I. (1987). Sociedade e família no Brasil contemporâneo: de que menor


falamos? In I. Ribeiro e M. L. V. A. Barbosa (Orgs.), Menor e Sociedade Brasileira. São
Paulo: Edições Loyola.

MINISTÉRIO DO TRABALHO (2007), Observatório Sobre o Trabalho Infantil em


Moçambique, Agosto, Maputo, Moçambique.

OIT (2006), Impacto do Trabalho Infantil nas suas Piores Formas, Desempenho Escolar
em Moçambique, Brasil. 34. OIT (2010), As Boas Práticas da Inspecção do Trabalho no
Brasil: A Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Brasília, Brasil.

OIT (2012), Estudo sobre Aplicação das Convenções n⁰138 e n⁰ 182 da OIT e suas
Recomendações na Legislação Nacional dos Países da CPLP: Programa internacional
para eliminação do trabalho infantil (IPEC) Maputo, Moçambique.

OIT (2014), Problemática de Trabalho Infantil: Seminário de Formação em Maputo, 3


a 8 de Maio, Moçambique.

UNICEF (2004), Proteção de Criança: Manual para Parlamento n⁰7, União


Interparlamentar, Suíça. 121 45.

UNICEF e MINISTÉRIO DA MULHER E ACÇÃO SOCIAL (2005), Convenção


sobre os Direitos da Criança, Maputo, Moçambique.

UNICRI (2006), Menores em Conflito com a Lei: Uma Abordagem Integral, Maputo,
Moçambique.

12

Você também pode gostar