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Índice

Introdução...................................................................................................................................................2
Objectivo geral............................................................................................................................................3
Objectivos especificos.................................................................................................................................3
1.2 Metodologia.......................................................................................................................................3
1.3 Princípios de Teoria Monetária..........................................................................................................3
1.3.1 Tipos de Teoria Monetária..........................................................................................................5
1.3.2 Tipos de Moedas e suas Funções..............................................................................................6
1.3.2.1 Tipos de Moeda.......................................................................................................................7
1.3.2.2 Funções da Moeda...................................................................................................................7
1.3.3 Politica Monetária.......................................................................................................................8
1.3.3.1 Objectivos da Política Monetária.............................................................................................8
1.3.3.2 Instrumentos de Política Monetária.........................................................................................9
1.3.3.3 Política Monetária e Estrutura Produtiva da Economia de Moçambique.................................9
1.3.4 Funções Bancos Centrais: da origem à autonomia...................................................................12
1.3.4.1 Funções do Banco Central...................................................................................................13
1.3.4.1.1 Funções clássicas dos bancos centrais.............................................................................13
Conclusão..................................................................................................................................................15
Bibliografia..............................................................................................................................................17
Introdução
Actualmente, diversos países, dentre eles o Moçambique, utilizam o regime de metas para a
inflação como principal guia de condução da política monetária. Seus proponentes advogam que
esse regime resulta em uma melhor – e mais crível maneira de conduzir a política monetária,
levando a um maior nível de transparência e responsabilidade da autoridade monetária, além de
se tornar com o tempo a melhor âncora para as expectativas de inflação. Com relação às
características citadas acima, existem muitas controvérsias quanto aos efeitos da política
monetária sobre a economia, assim como a respeito da forma de actuação da autoridade
monetária e dos objectivos que persegue. Em termos teóricos, os motivos que explicam a
preferência pela liquidez, ou a maneira como se dá o processo inflacionário, ou como são
formadas as expectativas dos agentes, traz consequências directas sobre os resultados dos
modelos quando analisada a condução da política monetária. trabalho encontra-se dividido da
seguinte maneira: a Seção 1 apresenta um modelo caracteristicamente de princípios da teoria
monetaria, ortodoxo de funcionamento da economia, seus principais resultados e, por
conseguinte, sua aceitação por parte do “novo consenso” macroeconómico; além disso, a seção
mostra, também, as funcoes do banco central; a Seção 2 expõe um modelo de exercicios
relacionados a economia capaz de apontar a influência da política monetária sobre o lado real e
nominal da economia, demonstrando que os resultados obtidos para o produto são melhores
quando a autoridade monetária se preocupa em reagir aos desvios do produto em relação a uma
meta para o produto e quando a autoridade monetária

Este trabalho discute a essência da teoria econômica, evidenciando seus aspectos relacionados a
discussões sobre as relações econômicas internacionais, principalmente no que se refere a blocos
regionais. O presente trabalho tem como principal objetivo conhecer os principios da teoria
monetária, quando conduzida por meio de uma regra de manipulação da taxa de juros voltada
exclusivamente para controlar a inflação (em um regime de metas para a inflação), embora
consiga atingir tal objetivo, apresenta um resultado pior se comparada a uma política monetária
que seja implementada, também, para atingir uma meta para o nível do produto. O modelo
proposto enfatiza: o papel das expectativas, o papel da autoridade monetária por meio de sua
função de reação à luz da hipótese de não neutralidade da moeda e a influência da reputação da
autoridade monetária sobre os resultados observados na economia.
Objectivo geral
conhecer os principios da teoria monetária discutir a teoria e a politica monetaria a partir da
abordagem ortodoxa, com enfase na posicao dos economistas brasileiros que formam esta
corrente.

Objectivos especificos
 Identificar tipos de moedas, os instrumentos de política monetária, de um modo genérico,
são as variáveis que o banco central controla diretamente.
 Descrever o processo de criação/destruição de moeda, calcular multiplicadores
monetários e explicitar os seus determinantes.
 Explicitar os objectivos, instrumentos e mecanismos de transmissão das políticas
orçamental, monetária e cambial em economia aberta.

1.2 Metodologia
A pesquisa se caracterizou como um estudo bibliográfico, acompanhado de um estudo de caso. A
abordagem foi qualitativa, visando aprofundar o conhecimento da prática profissional do
orientador escolar no que concerne ao atendimento aos familiares do quadro discente.

A pesquisa bibliográfica, segundo Lakatos e Marconi (2010), visa apresentar uma revisão da
literatura, não apenas repetindo informações já publicadas, mas analisando-as para sugerir novos
estudos acerca da temática investigada.

Conforme Lucion, Frota e Silva (2012) a pesquisa qualitativa constitui no levantamento de


informações sem finalidade de quantificar dados, mas sim de apresentar características,
motivações e a subjectividade no contexto da situação investigada.

1.3 Princípios de Teoria Monetária


A teoria neoclássica é, sem dúvida, a teoria económica de maior influência nos dias correntes.
Suas teses e recomendações não apenas ocupam o mainstream académico, mas também
influenciam a condução da gestão pública da moeda em todo o globo. O presente item versará
brevemente sobre algumas assunções acolhidas pela teoria económica neoclássica a respeito da
natureza da acção humana e do funcionamento da economia e da moeda, procurando identificar
os aspectos que merecem reformulação, a fim de preparar o terreno para uma proposta de
compreensão adequada da moeda nas sociedades contemporâneas.
O modelo económico neoclássico representa a economia como uma rede de trocas de
mercadorias e de serviços entre produtores independentes, organizada segundo a divisão social
do trabalho e dotada de ínsita harmonia, a qual, como uma mão invisível, concatena acções
individuais egoístas num conjunto ordenado e virtuoso. A ideia desequilíbrio é fundamental para
a descrição neoclássica da economia. A ordem e a coesão da rede de trocas são vistas como o
resultado espontâneo de uma série de acções voltadas ao interesse próprio, de tal maneira que a
actuação estatal é potencialmente desestabilizadora do equilíbrio “natural” do mercado. O
parâmetro normativo acolhido pela teoria neoclássica é a busca da maior eficiência.

As variáveis económicas da economia real são consideradas as únicas efectivamente relevantes


para a determinação do nível de actividade económica e para a alocação e a distribuição de bens
económicos em mercado. O sector monetário, a seu turno, caracteriza-se por fluxos de moeda
que mais não fazem do que representar, de maneira neutra, os valores das trocas ocorridas na
economia real. Eventuais distúrbios provenientes de alterações na quantidade de moeda em
circulação apresentam-se apenas em curto prazo; em longo prazo, o nível de actividade
económica tende a se acomodar segundo as variáveis reais. À regulação monetária, por isso,
atribui-se primacialmente a função de corrigir distúrbios monetários em curto prazo, adequando
a oferta de moeda – tipicamente, nos modelos ortodoxos, oferta exógena – às necessidades da
economia real. De maneira corriqueira, as pessoas no seu dia a dia usam a palavra “dinheiro”
para significar riqueza. Se alguém tem muito dinheiro, entendemos que tem muita riqueza ou é
rico.

Para considerarmos um bem como uma moeda, ele precisa desempenhar basicamente três
funções:
 ser meio de troca, ou seja, ser exactamente aquele elemento que vai viabilizar a
ocorrência de milhares de trocas a cada momento;
 servir como unidade de conta, o que implica ser uma medida que as pessoas usam para
estabelecer os preços de seus serviços e bens, e fazer seus cálculos económicos; e
 funcionar como reserva de valor, já que a moeda precisa guardar poder de compra ao
longo tempo, ou seja, de hoje para amanhã.

1.3.1 Tipos de Teoria Monetária


Desta forma, pode se afirmar que a Teoria Quantitativa da Moeda consiste em um conjunto de
proposições interrelacionadas, ou postulados, que embasam a conclusão principal, de que: P = ƒ (
M ). Tais postulados são:
 Proporcionalidade: Estabelece que “P” variará exactamente na mesma proporção que
variar “M”. Esta hipótese implica que os saldos reais demandados pelos agentes, (M / P),
bem como “V” são estáveis. Se (M / P) ou “V” forem instáveis, não se pode dizer que
“M” e “P” variem na mesma proporção. Portanto, disto segue que a Teoria Quantitativa
da Moeda assume estabilidade completa na demanda por saldos reais, M / P, se for para
prognosticar que a oferta monetária e o nível geral de preços variarão nas mesmas
proporções.
 Causalidade: Variações na oferta monetária precedem e causam variações no nível de
preços. A moeda é considerada a variável activa enquanto o nível de preços é
considerado a variável passiva. Os economistas clássicos advogam que o processo de
ajustamento se dá de forma instantânea, enquanto os neoclássicos acreditam que, embora
haja uma relação de causalidade entre “P” e “M”, P = ƒ ( M ), a proporcionalidade
refere–se a uma condição de equilíbrio estabelecido via um de processo ajustamento
dinâmico, e não a uma identidade que se verifica em todos os pontos do tempo. O
processo de ajuste é desfasado. Inicialmente, uma mudança na oferta monetária cria um
desequilíbrio nos saldos demandados, M / P. Este desequilíbrio invoca forças que causam
variações no nível de preços
 Neutralidade: Excepto para períodos transitórios de ajustamento (ponto destacado pelos
neoclássicos), variáveis monetárias não afectam variáveis reais. No longo prazo a moeda
é um véu que não afecta a operação das forças económicas reais. Observe que no curto
prazo variáveis monetárias podem afectar variáveis reais. Mas, tal efeito só se verifica no
período transitório de ajuste. No longo prazo a dicotomia clássica se faz presente.
 Teoria Monetária do Nível de Preços: Estabelece que o nível de preços tende a ser
influenciado predominantemente pela oferta monetária. Assim, a instabilidade no nível de
preços deriva– se, principalmente, dos distúrbios monetários em vez dos não–monetários.
Logo, a inflação/deflação surge do comportamento errático da oferta monetária ao invés
de causas não–monetárias originadas no sector real da economia.
 Exogeneidade do Estoque Nominal de Moeda: Este é o corolário que sustenta a
conclusão monetarista de que P = ƒ ( M ). Se a quantidade ofertada de moeda não for
independente da quantidade demandada, então não se poderia alegar que a oferta
monetária tem papel activo na determinação do nível de preços. A visão de que as
autoridades monetárias controlam a oferta monetária M advém da suposição de que o
multiplicador monetário, “α”, é constante (M = αB). Como as autoridades monetárias
controlam a base monetária, “B”, e o multiplicador monetário, “α”, é constante, então a
oferta monetária é determinada exogenamente pelas autoridades monetárias.

1.3.2 Tipos de Moedas e suas Funções


A moeda é uma invenção social que vem de muito longe na história da humanidade e dela
achamos vestígios na maioria das sociedades, não importando sua forma de constituição e de
organização, sejam elas associadas ou não a um Estado. Ela não poderia ser considerada como
um traço específico nem das sociedades capitalistas modernas e nem da trajectória ocidental da
evolução para a modernidade. Seu estudo necessita por esse motivo desprender-se da concepção
tradicional que a reduz ao seu uso como instrumento económico de trocas mercantis.

Carvalho et al. (2000, p. 2) definem a moeda como sendo “[...], um objecto que responde a uma
necessidade social decorrente da divisão do trabalho”,

Mankiw (2005, p. 628) define moeda como sendo “[...] o conjunto de activos da economia que as
pessoas usam regularmente para comprar bens e serviços de outras pessoas”.

Isso implica, do ponto de vista metodológico, que a natureza da moeda, considerando as


semelhanças que tornam possível falar-se de moeda em sociedades muito distintas, só pode ser
verdadeiramente compreendida e estabelecida a partir de um procedimento científico que
mobilize uma abordagem comparativa e histórica de grande diversidade de experiências
monetárias concretas reinseridas em toda análise ao seu contexto social.
1.3.2.1 Tipos de Moeda
Temos basicamente dois tipos de moeda circulando nas economias. Veja a seguir:
 Moeda-mercadoria: é aquela que toma a forma de uma mercadoria com valor em si.
Mesmo sem ser tem valor, ou seja, é aceita naturalmente. O exemplo clássico desse tipo
de moeda é o ouro, mas existem outras mercadorias que podem ser consideradas moeda-
mercadoria, como, por exemplo, alimentos em época de guerra.
 Moeda de curso forçado: aquela que não tem valor em si mesma. Isto quer dizer que o
meio utilizado para garantir sua circulação é por decreto governamental. Note que a
aceitação desse tipo de moeda depende tanto da força de um decreto governamental como
das expectativas e das convenções de uma sociedade.

A moeda aparece, desta forma, como unidade de contas, meio pelo qual ela constitui uma
primeira forma de representação simbólica unitária da totalidade social. Mas a moeda é também
o que permite a circulação destas dívidas e créditos entre os membros desta sociedade, dando-lhe
por aí um segundo tipo de unidade no decorrer de sua reprodução no tempo, uma unidade
dinâmica. Ela é, então, meio de pagamento de dívidas, que tomam a forma de dívidas
reembolsáveis para o devedor no correr de sua existência ou de rendas transitórias e perpétuas
não reembolsáveis. A moeda que circula na cadeia de pagamentos é que permite que as dívidas
sejam pagas e, portanto, relançadas num ciclo que constitui o coração da reprodução social. Por
ser unidade e meio de pagamento, a moeda é, consequentemente, um elo-chave, um operador de
totalização unificando os sistemas de dívida e os reproduzindo de modo dinâmico. Ela é uma
representação activa da sociedade como um todo, pois participa desde o início de sua construção.

1.3.2.2 Funções da Moeda


Para considerarmos um bem como uma moeda, ele precisa desempenhar basicamente três
funções:
 ser meio de troca, ou seja, ser exactamente aquele elemento que vai viabilizar a
ocorrência de milhares
 de trocas a cada momento; servir como unidade de conta, o que implica ser uma medida
que as pessoas usam para estabelecer os preços de seus serviços e bens, e fazer seus
cálculos económicos; e
 funcionar como reserva de valor já que a moeda precisa guardar poder de compra ao
longo tempo. Guardar poder de compra de hoje para amanhã.

1.3.3 Politica Monetária


Quando estamos falando de política monetária, estamos nos referindo às acções do governo no
sentido de controlar as condições de liquidez da economia. Diante disso, a política monetária
pode ser definida como o controle da oferta de moeda e das taxas de juros, no sentido de que
sejam atingidos os objectivos da política económica global do governo. Alternativamente,
também pode ser definida como a actuação das autoridades monetárias, por meio de
instrumentos de efeitos directos ou induzidos, com o propósito de controlar a liquidez global do
sistema económico.
A política monetária diz respeito à actuação do Banco Central para dimensionar os meios de
pagamento e os níveis das taxas de juros, adequando essas variáveis aos objectivos de
crescimento da produção e do emprego, com estabilidade de preços.
A actuação do Banco Central opera-se pela determinação do volume de reservas obrigatórias dos
bancos, dependendo do comportamento do público e dos banco sem relação às quantidades de
moedas que desejam reter. Uma vez passado em revista as principais teorias monetárias
entendidas como sendo aquelas que formam a base de sustentação do pensamento de cunho
ortodoxo (bem como as suas respectivas sugestões de politicas), fica agora a evidente a
necessidade de uma definição, ainda que abrangente, do significado de ortodoxia, pelo menos
para efeito dos propósitos deste trabalho.

1.3.3.1 Objectivos da Política Monetária


O objectivo final da política monetária é o bem estar da sociedade. Embora seja difícil discordar
deste objectivo, certamente existe grande divergência entre os economistas de como implementá-
lo na prática. Os monetaristas enfatizam a estabilidade do nível de preços; os economistas
keynesianos preferem o nível de emprego. A controvérsia sobre a curva de Philips terminou
convencendo os economistas keynesianos que no longo prazo a política monetária afecta
somente o nível de preços e não o nível de actividade económica. Todavia, os economistas
keynesianos acreditam que mesmo assim o banco central pode contribuir para que a duração de
uma recessão seja abreviada com uma política monetária mais expansionista. A relação entre o
objectivo final da política monetária e o instrumento do dia a dia no procedimento operacional
do banco central.

1.3.3.2 Instrumentos de Política Monetária


Os três instrumentos tradicionais de política monetária são a taxa de juros no mercado de
reservas bancárias, a taxa de redesconto e as alíquotas das reservas compulsórias sobre os
depósitos do sistema bancário. Os bancos podem, por necessidade do próprio negócio, ter
reservas adicionais, cujo volume varia em função das condições de mercado, como:
a) Operações de Mercado (Open-market): o banco central compra e vende obrigações do
governo (títulos da dıvida publica) ao publico. Se comprar obrigações, entrega dinheiro
e, portanto, esta a aumentar a circulação de moeda. Se vender obrigações, a oferta de
moeda diminui. Há, ainda, que considerar o efeito indirecto do multiplicador da moeda.

b) Reservas Obrigatórias: o banco central influencia a oferta de moeda com reservas


obrigatórias, que são regulamentos do montante mínimo de reservas que os bancos
devem ter contra cada unidade de depósitos. Isto ´e, o banco central determina o valor
mínimo de R do multiplicador de moeda e assim afecta a oferta de moeda.
c) Taxa de Desconto: a taxa de juro dos empréstimos do banco central aos outros bancos.
Uma taxa de desconto mais elevada reduz a procura de empréstimos de bancos junto do
banco central e, assim, reduz as reservas dos bancos. Pelo efeito multiplicador, reduz-se
a capacidade de criar moeda dos bancos. O contrario acontece se a taxa de desconto
baixar.

1.3.3.3 Política Monetária e Estrutura Produtiva da Economia de Moçambique

A actual crise económica evidencia as limitações que a estrutura da economia de Moçambique


impõe à eficácia e consistência da actuação da política monetária no que respeita à expansão do
acesso a capital a baixo custo. O contexto mostra como a conjugação do objectivo principal da
política monetária com o carácter afunilado e poroso da economia não só limita a eficácia da
própria política como leva a que esta alimente as condições estruturais por detrás da sua
inconsistência. A gestão da política monetária em Moçambique tem como principal objectivo o
controlo do nível de preços. Este objectivo é estipulado num contexto em que a maior parte dos
produtos que fazem parte do cabaz básico de consumo são importados, a economia sofre de
défice crónico da balança de transacções correntes e as fontes de receitas de moeda externa da
economia são concentradas e voláteis (cerca de 90% das exportações provêm de nove produtos
primários e de recursos naturais cujos preços no mercado internacional são voláteis). Neste
contexto, o enfoque da política monetária é sobre a gestão de liquidez com vista a garantir o
valor da moeda nacional em relação às principais moedas usadas na importação de bens e
serviços. Assim, as autoridades monetárias definem a direcção da política monetária em função
do nível da taxa de câmbio na economia e/ou o nível de entrada de capitais ou ainda do nível de
stock de reservas internacionais (que representa a capacidade das autoridades de intervir para
influenciar a taxa de câmbio).

Em períodos de apreciação da taxa de câmbio e de aumento do nível de reservas internacionais,


em resultado da entrada maciça de capitais, como, por exemplo, ocorreu entre 2012 e 2014, o
banco central relaxou as suas taxas de juro de referência com vista a expandir o acesso a capital
com baixo custo para a economia. As taxas de referência foram reduzidas em mais de 50%
(Banco de Moçambique, vários). Entretanto, em cerca de um ano (a partir de finais de 2015), a
tendência de redução foi completamente invertida, as taxas de referência aumentaram em cerca
de 200%, portanto para níveis superiores aos de 2011, quando a política monetária estava numa
fase restritiva.

Esta mudança esteve ligada à derrapagem do metical em relação às principais moedas de


comércio internacional em resultado, de entre outros, da queda do influxo de capitais externos,
queda do preço das principais matérias-primas de exportação e aumento do serviço da dívida
externa.
Este cenário teve consequências imediatas sobre o nível de preços e, portanto, sobre a direcção
de intervenção da política monetária. Especificamente:
a) como a política monetária expansionista é limitada e muda de direcção em curtos
espaços de tempo devido ao padrão de acumulação da economia; o que
b) parcialmente explica a formação de expectativas adaptativas e consequente resistência
dos bancos comerciais em responder às taxas de juro de referência em períodos em que
estas reduzem; e
c) como a gestão da política monetária choca com as condições necessárias para melhorar
os problemas da base produtiva interna que estão por detrás do alto nível de dependência
de importações e da instabilidade de preços.

Adicionalmente, a actuação da política monetária combinada com as condições estruturais da


economia de Moçambique (que influenciam a dinâmica fiscal) leva à emergência de um sector
financeiro que, além de resistir em responder à redução de taxas de juro de referência, é
desligado do financiamento do investimento produtivo, tem tendências especulativas e ajuda a
reproduzir a estrutura produtiva que influencia a sua própria natureza. A actividade do sector
financeiro está principalmente virada para o financiamento de infra-estruturas de grandes
projectos, títulos de dívida pública, consumo de bens duráveis e activos imobiliários com preços
especulativos. Portanto, as directrizes do sector financeiro estão viradas para os factores que
consolidam a bolha económica que caracteriza o crescimento da economia de Moçambique.
A actual estrutura da economia de Moçambique torna as políticas macroeconómicas de estímulo
à economia inconsistentes entre si e com os problemas da economia que as mesmas pretendem
resolver. Concretamente, o artigo debruçar-se-á sobre os seguintes pontos: (i) Reforço do
argumento de inconsistência da política monetária. A nossa investigação mostrou este argumento
com base em dados e informação de 2010 a 2013, período em que o banco central mudou a
direcção da política monetária de medidas significativamente restritivas, para medidas
fortemente expansionistas.
A actual crise reverteu novamente o enfoque do banco central para medidas restritivas,
aparentemente ainda mais acentuadas do que as de 2010 e 2011. (ii) Reforço do argumento de
conflituosidade entre os objectivos de política monetária e a estrutura da economia, usando a
discussão básica sobre agregados macroeconómico e dos diferentes canais de transmissão da
política monetária. (iii) Reforço do argumento de inconsistência entre a política monetária e a
política fiscal num contexto de porosidade económica. Como a porosidade influencia a emissão
de títulos de dívida pública do Governo, que por sua vez alimenta as tendências especulativas do
sistema financeiro e actua na direcção oposta à da política monetária, quando esta se expande.
(iv) Introdução do argumento de como a actuação da política monetária protege o sector
financeiro (que já apresenta características monopolistas) em detrimento de sectores dependentes
do crédito do sector financeiro doméstico. Portanto, ambas as políticas fiscais e monetárias
acabam por constranger a oferta de crédito ao sector privado.

1.3.4 Funções Bancos Centrais: da origem à autonomia


Percorreu-se um longo caminho até a conformação dos modernos bancos centrais, com
características e atribuições relativamente similares na grande maioria das economias de
mercado mais complexas. Cada país apresentou processo próprio devido às demandas trazidas
pelas respectivas experiências de desenvolvimento, moldado especialmente pela relação entre
estado e bancos.
A evolução remonta à segunda metade do século XVII, quando o estado concedeu benefícios a
algum banco, público ou privado, buscando facilidades de financiamento. Este foi o caso do
Banco da Inglaterra, fundado em 1694, bem como dos seus congéneres na França, Suécia e
Prússia. Entre os favores estava o monopólio da emissão de moeda, lembrando que, na época,
qualquer banco que recebesse depósitos em metal precioso emitia certificados que funcionavam
como dinheiro.
A partir do papel de banco dos bancos, igualmente natural foi a incumbência do banco central de
fiscalizar e regulamentar o sistema financeiro, para evitar que a segurança trazida pelo
empréstimo de última instância resultasse em comportamento imprudente por parte dos demais
bancos, o chamado risco moral. É válido notar também que a incompatibilidade entre o papel
assumido pelo banco central e a actividade comercial propriamente dita que ainda mantinha foi
decisiva para torná-lo público. Dentre as funções atuais do banco central, a mais discutida
certamente é a da gestão da política monetária. Entretanto, esse papel só passou a ser relevante
muito recentemente, pois no final do século XIX as atenções continuavam voltadas para outras
questões, como a conveniência do monopólio público da emissão de moeda. O padrão-ouro, que
vigorou até 1914, e o sistema de paridade com o dólar vigente no pós-guerra tornavam o espaço
de actuação da política monetária limitado. No primeiro caso, a quantidade de moeda da
economia era dada pelo fluxo líquido de ouro para o país; no segundo, o agregado monetário
respondia à aquisição líquida de divisas requerida para manter a paridade com a moeda
americana. Neste último caso, havia mais espaço para a actuação da política monetária, por causa
da baixa mobilidade do capital.

Após o fim da paridade entre o ouro e o dólar no início da década de setenta, a gestão da política
monetária ganhou relevo diante do maior espaço à discricionariedade. Vale lembrar que no
mesmo período a economia mundial apresentava fraco desempenho, graças à presença do
fenómeno conhecido como estagflação, o que depunha contra o activismo da política económica
de inspiração keynesiana, em voga desde os anos trinta, particularmente nas décadas de
cinquenta e sessenta. Outros países desenvolvidos e em desenvolvimento na Europa, Ásia e
América do Sul conferiram maior autonomia aos bancos centrais por meio do simples ajuste dos
procedimentos operacionais da política monetária ou de modificações na legislação dos
respectivos bancos centrais.

1.3.4.1 Funções do Banco Central


Uma das funções do banco central é ser banco dos bancos , e uma das maneiras que o banco
central empresta dinheiro ao sistema bancário é através do redesconto. O Banco Central é o
órgão responsável pela política monetária que tem como objectivo regular o montante de moeda
e de crédito, e as taxas de juros, de forma compatível com o nível de actividade económica. O
Banco Central deve procurar manter a liquidez da economia, atendendo às necessidades de
transacções do sistema económico. Podemos destacar as funções do Banco Central:
 banco dos bancos;
 banco do governo;
 controle e regulamentação da oferta de moeda;
 controle dos capitais estrangeiros e das operações com moedas estrangeiras;
 fiscalização das instituições estrangeiras; e
 executor da política monetária.

1.3.4.1.1 Funções clássicas dos bancos centrais


Em geral, um banco central cumpre algumas funções consideradas clássicas. Apesar de
interdependentes, nem todas são, necessariamente, desempenhadas pelo banco central. São elas:
 monopólio de emissão;
 superintendente do sistema financeiro;
 executor da política monetária;
 executor da política cambial;
 depositário das reservas internacionais;
 assessor económico do governo.

Salientar que o Banco Central é o órgão responsável pela política monetária que tem como
objectivo regular o montante de moeda e de crédito, e as taxas de juros, de forma compatível
com o nível de actividade económica. Para exercer suas macro funções, o Banco Central utiliza
os instrumentos de política monetária, sendo também a instituição responsável pela emissão de
moeda.
Conclusão
Os desenvolvimentos propostos ao longo do tempo para teoria quantitativa da moeda surgiram
da necessidade de adapta-la ao cenário económico em constante mutação, alem de servir como
alicerce para a compreensão de alguns fenómenos económicos, como e o caso da inflação.
Mesmo não sendo seguida na integra pelos economistas ortodoxos, como a sua recomendação de
uma politica focada em metas monetárias, a versão monetarista da foi aquela que mais contribuiu
para a formação do pensamento do grupo de economistas que neste trabalho foi denominado de
ortodoxos, isto e, aqueles que defendem um Banco Central envolvido com uma meta nominal.
Ideias como a neutralidade da moeda no longo prazo e a associação directa entre moeda e preços,
que tanto influencia os economistas, são provenientes dos ensinamentos desta corrente. Um
equívoco corriqueiro e de funestas consequências a respeito da moeda consiste em tomá-la por
mera representação neutra das trocas de mercadorias e de serviços que ocorrem na economia
real. Buscar a natureza do dinheiro em moedas e notas que atuam como meio de troca equivale a
despi-lo de tudo o que lhe é essencial, numa postura que ignora o papel crucial da moeda em boa
parte das conquistas e das misérias humanas. A intermediação monetária de trocas é inconcebível
sem a ideia de unidades abstractas de valor, pois precisamente tais unidades constituem o objecto
da transferência de um agente económico a outro, por ocasião das trocas monetárias. Da mesma
maneira, a reserva monetária de valor não pode sequer ser cogitada sem o conceito de uma
unidade abstracta de valor económico cuja existência se prorroga no tempo.

O sistema monetário não se resume, contudo, a um punhado de relações técnicas entre órgãos
públicos e instituições financeiras. Para a compreensão adequada de seu funcionamento, é
preciso levar em consideração a existência de agudos conflitos sociais a respeito da produção de
moeda. As mudanças e evoluções que a moeda apresentou foram de essencial importância para
as mudanças em nosso ambiente económico. Pensando como consumidor, foi graça a essa
evolução que hoje há maior conforto ao realizar uma compra ou pagamento, que pode ser feito
até mesmo dentro de casa, por meio da evolução da informática, que a cada dia surpreende mais.
O sistema monetário vem constantemente sendo aprimorando, podendo formular novas possíveis
formas de meios de pagamento, para facilitar ainda mais a vida no cotidiano dos consumidores e
as relações comerciais entre as empresas dos diferentes segmentos produtivos e distantes
mercados.
Bibliografia
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