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A opinião da sociedade relativamente ao

impacto das tecnologias nas crianças de faixa


etária compreendida entre os 2 e os 6 anos de
idade

Unidade Curricular: Sociologia da Comunicação


Docente: Paulo Falcão Alves

Discentes:
Catarina Palma, nº51854
Inês Figueiras, nº50822
Miguel Lourenço, nº51902
Pedro Faisca, nº51801
Índice

Índice
Resumo………………………………………………………………………………………………………………………………….3

Introdução……………………………………………………………………………………………………………………………..4

História do desenvolvimento da tecnologia e o seu impacto na sociedade…………………………….5

O impacto da tecnologia no desenvolvimento cognitivo e social das crianças………………………..7

Papel da tecnologia na aprendizagem das crianças………………………………………………………………..8

Influência da tecnologia na saúde física e mental das crianças……………………………………………….9

Análise do inquérito……………………………………………………………………………………………………………..10

Conclusão…………………………………………………………………………………………………………………………….13

Bibliografia……………………………………………………………………………………………………………………………14

Anexos………………………………………………………………………………………………………………………………….15

12
Resumo
O nosso trabalho debruça-se sobre a pesquisa do impacto das novas tecnologias
nas crianças de faixa etária dos 2 aos 6 anos de idade.

Para conseguirmos chegar a pontos mais específicos começamos por pesquisar,


globalmente, a história das novas tecnologias e saber como tinham surgido.
Posteriormente, e depois de uma pesquisa mais profunda, achámos por bem recorrer um
pouco ao passado da sociedade e saber quais eram os princípios para a educação das
crianças, fazendo uma comparação aos dias de hoje e ao tipo de educação a que a
sociedade atual apela.

As novas tecnologias têm benefícios, mas também contras e com o objetivo de


sabermos qual o seu desenvolvimento e ameaças, fortalecemos vários tópicos para
chegarmos a uma resposta, dos quais constam o papel destas na aprendizagem das
crianças e a sua influência na saúde física e mental.

Para completar o estudo realizamos um inquérito com cinco perguntas de


escolha múltipla, onde tentamos ser o mais diretos possíveis para perceber a opinião da
sociedade sobre esta realidade que, cada vez mais, se acentua. O inquérito vai ser
analisado ao pormenor através de fontes que o comprovem.

Palavras-chave: Sociologia, Comunicação, Tecnologias, Educação, Sociedade,


Crianças;

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Introdução

No âmbito da unidade curricular de Sociologia da Comunicação é proposto


como trabalho, a análise da Opinião da Sociedade Relativamente ao Impacto das
Tecnologias nas Crianças de Faixa Etária compreendida entre os 2 e os 6 anos de idade.
Este propõe uma abordagem sociológica implícita em vários tópicos relacionados com o
tema em questão.

Escolhemos este tema, essencialmente, por ser um tópico, diversificado, atual,


estimulante e de máximo interesse para a sociedade, uma vez que representa um dos
grandes problemas que temos presente nos dias de hoje.

Abordaremos objetos específicos do tema em questão, utilizando a história da


tecnologia como ponto de partida, de modo a justificar alguns tópicos tratados.
Seguidamente iremos fazer referência à educação das crianças fazendo assim uma
analogia entre o passado e o presente, finalmente, de modo a contextualizar, iremos
fazer referência a vários autores comparando assim as suas opiniões com as da
sociedade.

Portanto o que se pretende é calcular e compreender, consoante as repostas


realizadas ao questionário, através de artigos, notícias, citações de livros e trabalhos,
quais os problemas, e posteriores consequências, existentes no uso excessivo de
tecnologias por parte das crianças.

Objetivando, através da elaboração deste trabalho, queremos analisar questões


alistadas ao uso excessivo da tecnologia, e as suas posteriores consequências,
relacionando-as com a opinião da sociedade.

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História do desenvolvimento da tecnologia e o seu impacto na
sociedade

O Homem sempre teve necessidade de comunicar e de expressar os seus


pensamentos e ideias em sociedade. Nos dias que correm, a forma e possibilidades de
comunicação não são problema, devido à existência das novas tecnologias.

Com o intuito de abordar um pouco este tema e, posteriormente, saber qual a


opinião da sociedade sobre o impacto destas nas crianças de faixa etária dos 2-6 anos,
vamos recorrer à história das novas tecnologias para nos «encontrarmos» mais perto
desta realidade, e de sabermos como surgiram.

A Revolução Tecnológica ou Terceira Revolução Industrial, momento que gerou


um grande desenvolvimento técnico-científico e impulsionou mudanças notáveis na
vida humana e do trabalho, foi um marco muito importante na sociedade «digital».
Posto isto, nos dias de hoje, são muitas as mudanças que se notam em vários setores da
sociedade. Mesmo as instituições sociais aderem à modernidade das novas tecnologias,
como por exemplo as escolas, o que liga, ainda mais, as crianças a este sistema.

Desde a pré-história que o homem faz uso das tecnologias recorrendo a


utensílios e ferramentas, «símbolos iconográficos nos quais mostrou como viviam,
caçavam, pescavam e como eram os seus rituais e as suas danças» 1. Este momento não
foi conseguido de um momento para o outro, teve alguns contras, mas devido a estas
conseguiu criar uma vida melhor e mais dinâmica. No período Paleolítico e Neolítico
foram muitos os avanços que o homem conheceu, começando nos grupos organizados
que se moviam de um lado para o outro e acabando no começo da agricultura e
domesticação de animais.

Ligadas ao conceito de novas tecnologias estão a teoria (theoreo) e a técnica


(techné). Estas duas definições foram criadas pelos gregos entre os séculos VI e IV
a.C., na Grécia. Theoreo significava, então, ver com os olhos do espírito e examinar
sem recorrer à experiência; enquanto que techné, para os gregos, tinha a ver com um
leque de conhecimentos e de habilidades profissionais. Desde esta altura que o
conhecimento técnico estava ligado ao trabalho relacionado com habilidades mecânicas,

1
KENSKI, 2003; MARCONDES FILHO, 1998, 1994.

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o que se pode ligar às tecnologias hoje em dia. Assim, na Grécia Antiga, a tecnologia é
o conhecimento científico (teoria=theoreo) convertido em técnica
(experiência/habilidade=techné).

Com o passar do tempo, foram muitas as mudanças e melhorias que as novas


tecnologias adotaram. Os conceitos de distância e espaço ganharam especial
importância e tecnologias como redes eletrónicas e o telefone são exemplos disso. A
partir de aqui as novas tecnologias são sinónimo de comunicação, a rádio que carrega o
áudio, a televisão imagem e áudio, e ainda documentos que são portadores de texto,
imagem e áudio. Como defende Kenski, «A tecnologia digital rompe com a narrativa
contínua e sequencial das imagens e textos escritos e apresenta-se como um fenómeno
descontínuo. A sua temporalidade e espacialidade, expressa em imagens e textos nas
telas, estão diretamente relacionadas ao momento da sua apresentação. Verticais,
descontínuas, móveis e imediatas, as imagens e textos digitalizados a partir da
conversão da informação em bytes, têm o seu próprio tempo, o seu próprio espaço: o
tempo e o espaço fenoménicos da exposição. Elas representam um outro tempo, um
outro momento, revolucionário, na maneira humana de pensar e compreender.»2.

A internet foi, sucessivamente, uma meta conseguida. A partir desta fonte


acessível de pesquisa conseguia-se aceder a plataformas online, como a bibliotecas,
fóruns, chamadas por vídeo, como é feito hoje em dia.

Num mundo onde, cada vez mais, a comunicação e a informação estão de mão
dada, são muitas as tecnologias que surgem. Desde tablets a telemóveis e televisões
mais avançadas, o acesso a estas é muito fácil pois toda a sociedade consegue chegar a
elas. No passado esta não era uma realidade esperada quando a tecnologia era vista
como algo de «especialista», ao contrário de hoje que os objetos tecnológicos são bens
necessários dentro dos lares da sociedade atual.

Ao invés de uma qualidade de vida melhor e de uma mais fácil comunicação e


acessibilidade, a falta de privacidade e segurança são dois fatores que as novas
tecnologias acarretam. Ainda assim, as crianças, cada vez mais novas, conseguem
chegar mais perto destas e usufruir, não sendo sempre algo positivo.

2
KENSKI, Vani Moreira. Novas Tecnologias: O redimensionamento do espaço e do tempo e os Impactos
no Trabalho Docente. XX Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, 1997, pág. 8.

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O impacto da tecnologia no desenvolvimento cognitivo e social
das crianças

O desenvolvimento cognitivo de um individuo está diretamente relacionado com


a forma como este interage com o mundo. No caso do desenvolvimento do pensamento
e da linguagem, é-nos possível destacar o processo de aprendizagem, definindo-o como
um fenómeno resultante da comunicação entre o sujeito e o mundo.

Nos dias de hoje, a utilização de aparelhos tecnológicos por crianças é um


fenómeno que ocorre cada vez mais precocemente, seja um computador, um telemóvel
ou uma playstation o que para muitos indivíduos é um facto que pode afetar tanto o seu
desenvolvimento cognitivo3 como o social. As crianças atualmente deixam de ter
relações de amizade reais e passam a substitui-las por amizades virtuais, preferindo
assim passar o seu tempo a jogar ou a ver televisão do que a divertirem-se na rua com
outras crianças da sua idade. É possível então afirmar que cada vez mais se substitui a
interação social e o exercício físico - como por exemplo os jogos de rua – pela
passividade e conformismo das novas tecnologias.

Mesmo em crianças de faixa etária compreendida entre os dois e os seis anos de


idade, as normas e hábitos frequentes de linguagem e de interação são substituídas pela
tecnologia, como por exemplo, o uso regular de tablets e telemóveis leva à utilização de
um tipo de linguagem falada e escrita destintos daqueles que são aprendidos nas escolas
o que, de certa forma, fará com que não redijam da forma correta, podendo utilizar
abreviações ou o calão falado no seu dia-a-dia.

O uso infinito das tecnologias arruína a interação e convívio em família e


consequentemente cria dificuldades às crianças no que respeita ao desenvolvimento da
sua cognição no sector escolar. A inexistência de um padrão de natureza emocional e a
falta de um equilíbrio entre o aspeto cognitivo e afetivo comprometem inevitavelmente
o desempenho escolar das crianças. Segundo o jornal «The Future of da Children», o
uso excessivo de computadores leva as crianças a sentirem-se com menos controle sobre
as suas vidas.

3
Conjunto interdisciplinar que estuda e descreve a estrutura e o funcionamento da mente e do
conhecimento humanos.

12
Papel da tecnologia na aprendizagem da criança

Apesar de existirem consequências negativas no que se refere ao uso da


tecnologia no quotidiano das crianças, as mesmas ao apresentarem maior contato com
computadores tendem a ser mais inteligentes, dessa forma, no caso da habilidade de
relato verbal, estão cada vez mais fluentes, uma vez que, tanto o uso de mensagens
instantâneas como o uso de playstation estimulam e aumentam o vocabulário das
crianças. Para reforçar essa ideia, uma pesquisa realizada em 2005 pelo blog Techdirt
confirmou que as crianças da geração atual são, na verdade, melhores escritoras que as
da geração passada, pois usam um vocabulário mais amplo.

Em contrapartida do que grande parte da sociedade julga, a tecnologia pode ser


uma mais valia no que respeita ao ensino das crianças, tanto nas escolas como em casa,
desde que esse uso seja de forma ponderada para que assim evite influências negativas
no seu desenvolvimento. Segundo um estudo realizado por Kenski4 : As tecnologias, em
todos os tempos, alteraram as formas de retentiva e lembrança, funções usuais com que
os homens armazenam e movimentam as suas memórias humanas e os seus
conhecimentos. Atualmente, as novas tecnologias de comunicação não alteram apenas
as formas de armazenamento e acesso a memórias humanas, como também, mudam o
próprio sentido do que é a memória. Através de imagens, sons e movimentos
apresentados virtualmente em filmes, vídeos e em mais equipamentos eletrónicos de
comunicação, é possível a fixação de imagens, o armazenamento de vivências,
sentimentos, aprendizagens e lembranças que não necessariamente foram vivenciadas
pelos seus espectadores.

Um dos grandes problemas do uso excessivo das tecnologias é o armazenamento


da memória das pessoas, pois todas as informações, recordações e vivências serão
zeladas em cartões de memória, discos ou pen’s e pouco será guardado na mente
humana o que consequentemente, fará com que as crianças, quando atingirem a idade
adulta, não tenham capacidade de armazenamento eficiente.

Influência da tecnologia na saúde física e mental das crianças

4
KENSKI, Vani Moreira é professora na Universidade de São Paulo, licenciada em Pedagogia e Geografia.

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Com o desenvolvimento das novas tecnologias e com o surgimento de novos
objetos tecnológicos, a realidade que temos presente é que, as crianças substituem as
brincadeiras clássicas, nomeadamente jogos de rua, por jogos de computadores e
tablets.

O sedentarismo assistido hoje em dia, é bastante contraditório ao que acontecia


anteriormente. No passado, a atividade física era um fator vulgar nas brincadeiras entre
crianças, nos dias de hoje o tipo de brincadeiras que têm apenas lhes exigem estar
sentadas. De acordo com Macedo Garmes e Moura, «Hoje elas [as crianças] estão
imersas ao mundo virtual e tecnológico, sendo esta a principal causa do sedentarismo
infantil»5. Deste modo, a obesidade infantil é um fator que tem vindo a aumentar cada
vez mais como podemos testemunhar consoante a pesquisa da Universidade de Alberta
que mostrou, em números, como a tecnologia pode fazer com que as crianças fiquem
mais obesas. Segundo o estudo, o acesso a um aparelho aumenta em 1,47 vezes as
chances de a criança ser obesa em comparação com uma criança sem tecnologia.
Crianças com três dispositivos foram diagnosticadas com 2,57 vezes mais chances de
estarem acima do peso.

Devido ao excesso de tempo passado em frente ao ecrã, as crianças já não dão


tanta importância à socialização, o que origina a um posterior desequilíbrio mental. O
isolamento social, a ansiedade, a depressão e afastamento afetivo, são fenómenos
provenientes a excessiva adesão à utilização das tecnologias. De acordo com Mattoso
«Em pleno século XXI onde a tecnologia está cada dia mais avançada, as pessoas
adquirem doenças e problemas psicológicos frequentemente»6.

Habituadas a esta realidade digital e virtual, as crianças descartam as atividades


tradicionais transformando o seu tempo livre. Consequentemente a esta realidade, as
crianças definem os video jogos, os computadores, tablets e a televisão como o seu
porto de abrigo e desvalorizam as relações pessoais.

Análise do inquérito

5
GARMES, A.; MOURA, M.; «Obesidade infantil: a doença do milénio», Cienciaetec.
6
MATOSSO, R.; «Tecnologia e Sedentarismo», Saladatextual, 2010.

12
Para nos ajudar a fundamentar a ideia de que a utilização das tecnologias, como
os computadores ou telemóveis, por parte de crianças com uma faixa etária entre os 2 e
os 6 anos de idade pode ser prejudicial para as mesmas, realizámos um inquérito online
para ficarmos a saber qual a opinião das pessoas sobre este tema. Como tal, dividimos o
inquérito por diversas perguntas acompanhadas com várias opções de resposta. No total
obtivemos 90 respostas às 5 questões colocadas, sendo que 73% foram dadas por
pessoas do sexo masculino e 27% por pessoas do sexo feminino.

Deste modo, o inquérito começa com a pergunta: «Hoje em dia, cada vez mais
as tecnologias são usadas para entreter as crianças mais novas devido à falta de tempo
dos pais ou de outro familiar. Concorda?». Decidimos começar com esta questão, visto
que um dos maiores problemas familiares atuais é o facto de os pais não terem tempo
para estar, falar e conviver com os seus filhos devido aos seus horários de trabalho não
serem compatíveis com as horas que os filhos estão em casa ou devido à acumulação de
stress que depois resulta na falta de paciência para ter esses momentos mais intimistas
com os filhos. O conhecido psicólogo inglês Steve Biddulph, em entrevista ao Jornal
Diário de São Paulo e que é famoso pelos seus livros «Os segredos das crianças felizes»
e «Criando crianças» afirmou que «temos hoje a geração com a maior falta de pais que
já houve na história (…). Há pais que não dão atenção, não brincam, não beijam, não
tem afeto pelos filhos. Simplesmente criam. Essa relação é desastrosa, porque os filhos
crescem sem ânimo, motivação e afeto pelo outro. Esses filhos têm dificuldades na
escola, não têm interesse por cursos superiores. Se um pai lê uma história para o filho na
hora de dormir ou leva e vais buscar as crianças à escola e brinca com elas, as pesquisas
demonstram que isso vai melhorar as condições de vida dos filhos». Posto isto, muitos
pais para substituírem o entretenimento familiar que não conseguem dar, acabam por
trocar esse entretenimento por um entretenimento digital, ou seja, acabam por oferecer
aos filhos consolas, jogos, telemóveis e computadores para que estes estejam ocupados
e não os incomodem.

Aquando da resposta à primeira pergunta do questionário, 74,4% concordou com


a afirmação de que «Hoje em dia, cada vez mais as tecnologias são usadas para entreter
as crianças mais novas devido à falta de tempo dos pais ou de outro familiar», enquanto
os restantes 25,6% discordou. Ao analisar tais dados, percebemos que mais da maioria
das pessoas que responderam acham que os filhos estão presos a estas tecnologias por
incentivo dos próprios pais que lhes oferecem as mesmas para ocuparem o tempo que

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não conseguem passar com os filhos, devido ou ao seu horário de trabalho ou ao stress e
falta de paciência para cuidar, educar e passar tempo com eles.

Com o excessivo uso das tecnologias por parte das crianças é de esperar que no
seu futuro sofram alterações, tanto a nível físico como psicológico. Chega a ser abusiva
a maneira como as crianças, desde tão novas, usam os dispositivos tecnológicos e sabem
usa-los com bastante eficácia, mas por vezes outra atividades mais simples e
necessárias, como vestir ou atarem os sapatos não as sabem realizar. A AVG
Technologies tem realizado vários estudos intitulados AVG Digital Diaries, onde
analisam de que forma a tecnologia tem afetado a vida familiar ao longo dos anos. Nas
crianças entre os 3 e os 5 anos de idade foi notável que 66% das crianças analisadas
sabem jogar computador mas apenas 14% dos mesmos sabe atar os sapatos. Como tal,
esta incapacidade de desenvolvimento no que às atividades básicas diz respeito levou-
nos a questionar as pessoas se na sua opinião o futuro pessoal das crianças pode sofrer
alterações devido a este uso da tecnologia, pergunta que obteve 94,4% de respostas
afirmativas. Esta grande percentagem reflete o pensamento da sociedade atual sobre as
gerações futuras e a preocupação de que estas não se desenvolvam o suficiente para
exercer tarefas básicas, como por exemplo, tarefas domésticas, ganhando assim o hábito
do comodismo e da preguiça.

Posto isto, quisemos perceber melhor quais as características mais visíveis que
se podem vir a desenvolver nos jovens do futuro, colocando como opções de resposta à
pergunta as seguintes opções, com a possibilidade de escolher mais que uma opção:
egoísmo, ganância, isolamento infantil, não pragmatismo ou outro. Num total de 165
escolhas, a resposta com mais escolha foi a que se refere ao isolamento infantil com 82
votos, sendo seguida pela opção «egoísmo» que teve 33 escolhas e depois «ganância»
que teve 21 escolhas. A finalizar com 17 escolhas ficou a opção «outro» e com 12
escolhas a opção «não pragmatismo». Segundo Natália de Paiva, graduada em
psicologia na Faculdade Integral Diferencial no Brasil, e Jonathan Costa, graduado em
psicologia na Faculdade Santo Agostinho no Brasil, todas estas características
explicam-se pelo facto de «as crianças substituírem as amizades reais pelas virtuais e
preferem se divertirem aderindo ao mundo virtual (jogos eletrónicos e redes sociais) em
detrimento de jogar bola ou correr, ou seja, brincadeiras tradicionais nas quais envolvem
exercícios físicos e a interação social com outras crianças».

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Assim, na pergunta seguinte perguntámos no nosso questionário se concordavam
que as atividades na rua deviam ser substituídas por esta educação «digital», questão na
qual obtivemos 73,3% de respostas «não» e apenas 26,7% de respostas «sim». As
respostas negativas podem-se explicar por terem sido respondidas por uma faixa etária
já mais velha e que teve uma educação diferente, distante destas novas tendências,
enquanto as respostas positivas encontramos justificação por terem sido respondidas por
uma faixa etária mais jovem e que está habituada a utilizar intensivamente a nova
tecnologia, não vendo nestas os problemas que outros veem.

Por fim, colocámos uma questão de resposta aberta que nos permitiu perceber
mais a fundo o que a sociedade atual pensa sobre este assunto e por isso perguntámos se
acham possível num mundo em que as novas tecnologias reinam, haver a esperança de
que a educação das crianças na faixa etária dos 2 aos 6 anos possa ser como antes, mais
baseada em jogos com a família, brinquedos e atividades com outras crianças na rua em
vez de computadores e tablets. Nesta pergunta obtivemos as mais variadíssimas
respostas, mas as que se destacaram mais revelavam que tudo depende da educação que
os pais dão aos filhos, ou seja, se os pais transmitirem aos filhos a importância que é
brincar e conviver com outras crianças e aprenderem as tarefas básicas como atar os
sapatos, vestirem-se, etc e não lhes colocarem ao alcance tão precocemente as novas
tecnologias, os filhos não irão ganhar vicio nem importância pelas mesmas. Portanto, a
sociedade acaba por colocar um pouco a culpa desta tendência nos próprios pais por
estes disponibilizarem as tecnologias tão cedo aos seus filhos e não lhes ensinarem a
divertirem-se com outras coisas.

Conclusão

12
Após a realização deste estudo sobre a opinião da sociedade atual em relação a
como o uso de tecnologias por crianças entre os 2 e os 6 anos de idade pode ser
prejudicial para as mesmas, percebemos que aos olhos da sociedade atual a principal
culpa por esta utilização abusiva de tecnologias pelas crianças deve-se em grande parte
aos próprios pais que disponibilizam o acesso às mesmas bastante cedo.

Porém, não só aos olhos do comum humano tal é visível, mas também é uma
opinião partilhada pelos psicólogos e sociólogos que estudam os comportamentos das
crianças e os hábitos das mesmas. São vários os estudos que comprovam que esta
utilização tão precoce pode ser bastante prejudicial não só ao presente do jovem, como
também ao seu futuro. Isolamento, ganância e egoísmo são algumas das características
mais verificadas no comportamento da juventude atual e vários são os estudos que
apontam as tecnologias como a principal culpada para tal situação.

Até que onde irá crescer esta tendência? Esta é a nova questão que nos surge
após a realização deste trabalho, pois se no futuro apenas tivermos uma sociedade
viciada e agarrada às tecnologias, tudo o que é natural e real irá perder a sua essência e
teremos uma sociedade controlada pelas máquinas, visto que desde crianças começam
logo a ser instruídos para utilizarem computadores, tablets e telemóveis em idade muito
tenra. Será normal que com 2, 3, 4, 5 ou 6 anos uma criança já saiba usar um destes
aparelhos melhor que o seu pai ou mãe? E que saiba fazer isso melhor do que atar os
sapatos? São questões que só futuramente terão consequências concretas, ou seja,
quando estas crianças do mundo atual forem os adultos do futuro.

Bibliografia

12
http://www.tecmundo.com.br/estilo-de-vida/32723-ate-que-ponto-a-tecnologia-faz-mal-
na-infancia-.htm

http://www.cnedu.pt/content/antigo/files/pub/EducacaoCriancas/5-Relatorio.pdf

http://www.latec.ufrj.br/educaonline/index.php?
option=com_content&view=article&id=183:vani-kenski&catid=40:quem-e-
quem&Itemid=93

http://vamospsicologar.blogspot.pt/2011/05/impacto-da-tecnologia-para-o.html

http://observador.pt/especiais/estamos-a-criar-criancas-totos-de-uma-imaturidade-
inacreditavel/
http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0839.pdf
http://www.tecmundo.com.br/estilo-de-vida/32723-ate-que-ponto-a-tecnologia-faz-mal-
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http://lifestyle.sapo.pt/familia/noticias-familia/artigos/nao-sabem-atar-os-sapatos-mas-
sabem-mexer-num-computador-revela-estudo
http://colegiointegrado.net/temos-hoje-a-geracao-com-a-maior-falta-de-pais-que-ja-
houve-na-historia-steve-biddulph/
https://books.google.pt/books?hl=pt-
PT&lr=&id=i7uhwQM_PyEC&oi=fnd&pg=PA11&dq=o+desenvolvimento+das+novas
+tecnologias&ots=hN_y8Hi6sa&sig=ozXTBdsMmgNBOhyorWhBhnRa_WI&redir_es
c=y#v=onepage&q=o%20desenvolvimento%20das%20novas%20tecnologias&f=false
http://www.portalanpedsul.com.br/admin/uploads/2004/Poster/Poster/
04_53_48_AS_NOVAS_TECNOLOGIAS_E_A_EDUCACAO.pdf

Anexos

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