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“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
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salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
REDES SOCIAIS E TIC’S
PROF.ª ESP. DANIELA SIKORSKI
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Olá, seja bem-vindo e bem-vindo para mais uma disciplina do Curso de Serviço Social.
Nesta disciplina você terá a oportunidade de conhecer e se aprofundar nas influências
das novas tecnologias na sociedade e também nas organizações.
Vamos perceber a mediação das novas tecnologias em diferentes contextos, tanto
na formação profissional quanto na atuação em diferentes espaços sócio-ocupacionais.
Como trabalhar com as novas mídias? Como elas podem contribuir para facilitar a atuação
profissional?
Na sociedade da informação na qual estamos inseridos é necessário que o Assistente
Social esteja atento e apto para fazer uso das tecnologias de maneira que sua atuação venha
ao encontro das finalidades e objetivos profissionais.
Nossos estudos estão subdivididos a princípio em três grandes blocos didáticos. O primeiro
deles consiste em compreender a evolução das tecnologias; o que é e como se apresenta
a quarta Revolução Industrial; conceitos e reflexões sobre o ciberespaço, cibercultura,
cyberbullying; a importância de se conhecer a sociedade da informação e seus impactos
no mundo do trabalho, no qual nós assistentes sociais também estamos inseridos e por fim
uma análise sobre a temática do acesso digital e sociedade da informação.
Num segundo bloco didático você terá a oportunidade de estudar sobre as Políticas
Informacionais no Brasil; descobrir e se aprofundar sobre as tecnologias sociais e suas
interfaces com as políticas públicas; conhecer a relação entre a tecnologia em saúde e o
serviço social, relacionando as possíveis contribuições do Serviço Social; veremos ainda a
influência das novas tecnologias na formação e atuação do Assistente Social no Século XXI e
a inserção das Tic’s nos Espaços de trabalho do Assistente Social e como as tecnologias da
informação e comunicação podem ser utilizadas como ferramentas de trabalho do Assistente
Social.
E por fim, no nosso último bloco veremos algumas boas práticas no uso das redes sociais
e TICs no Serviço social; a cultura midiática e o Serviço Social; nos aprofundaremos sobre os
processos de comunicação levando em consideração inclusive as ferramentas digitais e para
fechar com chave de ouro a nossa discussão estará pautada no empreendedorismo social.
Gostou? Vejam quantas oportunidades de crescimento se abrem a partir deste momento,
aproveite!
Grande abraço.
AULA 1
EVOLUÇÃO DAS TECNOLOGIAS –
BREVES CONSIDERAÇÕES
Prezado(a) aluno e aluna, como está? Vamos juntos iniciar uma nova jornada, rumo a
novos conhecimentos!
Nesta primeira aula vamos refletir como se deu a evolução das tecnologias e como elas
impactam a vida cotidiana dos seres humanos. É importante que conforme você siga com a
aula, procure relacionar o conteúdo com a profissão, pois o Assistente Social também está
inserido e faz uso de diferentes tecnologias. Está preparado(a), vamos em frente?
Na grande maioria das vezes, quando falamos em tecnologia nos vem à mente rapidamente
algum aparelho com internet (celulares, tablets, smart tv etc.), e você não está errado(a), pois
é difícil nos imaginarmos sem a tecnologia e todas as comodidades que ela nos proporciona.
Mas você sabe dizer por que isso acontece?
Isso ocorre em decorrência da percepção da realidade que temos hoje, um novo momento,
um cotidiano conectado, uma cultura conectada, fruto de uma evolução histórica, seguindo
sempre a necessidade do ser humano. É próprio do ser humano buscar sempre mais.
Boa parte de nós que nascemos antes dos anos 2000 pode acompanhar a rápida evolução
dos computadores, celulares, o surgimento e popularização da internet e não foi uma evolução
pequena, foi uma grande re-evolução ligada às tecnologias digitais, você testemunhou e
viveu esta evolução.
Para os que nascem hoje o “antes” desconectado simplesmente não existe e, por vezes,
é muito difícil se imaginar, muito se ouve que as crianças “já nascem conectadas”, mas
pouco paramos para refletir o significado desta concepção, a força do processo evolutivo
que existe por trás desta colocação.
Não significa apenas a evolução das tecnologias em si, mas também uma transformação
das relações sociais, relações comerciais/econômicas, trabalhistas, culturais, familiares,
influenciando inclusive na linguagem, no vocabulário, entre outros.
A partir desta apresentação inicial vamos discutir alguns aspectos da evolução das
tecnologias, no sentido amplo, de forma que possa levá-lo futuramente relacionar este
processo com o Serviço Social.
Para isso iniciaremos com os diferentes conceitos de tecnologias a partir de diferentes
autores, iniciamos com a apresentação de Pinochet:
Pois bem, se a tecnologia é/será boa ou ruim, vai depender do uso que se faz dela.
Por exemplo: ela pode ser utilizada na área da saúde para promover a criação de novos
equipamentos, novas medicações, novos tratamentos. Pode ser utilizada na indústria para
melhorar e aperfeiçoar processos e a qualidade dos produtos. Mas também podemos citar
alguns exemplos não tão positivos, por exemplo: criação de armamentos de guerra, violação
de dados pessoais, violência cibernética etc.
Tudo dependerá da maneira como ela é utilizada, por quem é utilizada e com qual
intencionalidade.
O problema não está na tecnologia em si, mas no uso social que se faz
dela. Este entendimento considera a incidência de determinado padrão de
organização das relações sociais que absorve as inovações tecnológicas
no sentido de alcançar as finalidades e projetos hegemônicos neste tipo
de sociedade (VELOSO, 2011, p.11).
Para saber mais sobre as invenções que revolucionaram a humanidade e que deram
início a tantas outras invenções, acesse o link a seguir e amplie seus conhecimentos!
Fonte: ESCOLA EDUCAÇÃO. Evolução da Tecnologia e suas mudanças na sociedade.
Disponível em: <https://escolaeducacao.com.br/evolucao-da-tecnologia/>. Acesso em:
10 ago. 2020.
Neste momento você pode estar se perguntando, mas do que trata especificamente as
TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação)? Considerando a citação acima acerca
da TI, agregamos a questão da comunicação, pois desde os primórdios o ser humano tem
a necessidade de se comunicar e ao longo dos tempos foi aperfeiçoando as maneiras e
formas de fazê-lo.
A comunicação tem início a partir de desenhos rupestres e em seguida através da escrita,
a partir de então cada vez mais o ser humano foi se fazendo uso de ferramentas para se
fazer compreender, transmitir e receber mensagens/informação.
O final do século XIX é um marco no que diz respeito à utilização de aparatos tecnológicos
que amplia e expande a comunicação, isto se deve à invenção do telégrafo e do telefone.
Mais tarde, no início do século XX, a comunicação fica facilitada pela invenção do rádio e
da televisão inaugurando o que se convencionou chamar de comunicação em massa. Já
na década de 1970, com a produção em larga escala do computador pessoal (PC) e da
utilização da ARPANET no âmbito acadêmico, é que o termo Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs) começa a ser popularizado.
Anote isso
Definir as Tic’s é ao mesmo tempo simples e complexo, pois ela não se encerra em si,
pois é a soma de vários determinantes, pelo impacto que provoca, pois além de abranger
hardwares e softwares (citado acima), ela engloba todo um sistema de telecomunicações,
inclui todo um sistema de gestão das informações e dados que levam a um conjunto de
ações que envolve: acessar, produzir, armazenar, transmitir e divulgar informações, ou seja,
é muito mais complexo que se imagina.
Por analogia, utilizamos o termo TIC para designar a utilização de aparatos tecnológicos
a fim de potencializar e facilitar a comunicação. Você deve se lembrar da nossa afirmação
anterior de que a percepção do homem ocorre de modo linear. Pois bem, seguindo esta
linha de raciocínio, atualmente está cada vez mais em uso o termo novas tecnologias da
informação e comunicação (NTIC). E o que isso significa? Nada mais que a ênfase nas
novidades e inovações do setor tecnológico, resultante de um avanço exponencial das TICs. A
constante evolução das TICs e a crescente influência dos recursos tecnológicos em diversas
áreas trazem consequências para a sociedade.
Esta identidade coletiva apresentada pelo autor acima citado denomina-se sociedade da
informação, a qual abordaremos nas próximas aulas, não deixe de acompanhar.
Estamos apenas começando, não fique de fora e acompanhe as próximas aulas, aguardo
você!
Anote isso
Quanto mais avança a tecnologia, mais respeitado será o Ser que mantiver humano!
Marco Aurélio Ferreira
AULA 2
QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Iniciamos a nossa segunda aula com uma pergunta: você sabia que estamos vivenciando
uma Quarta Revolução Industrial? Por mais estranho que isso possa parecer dizemos a
você que sim, estamos vivendo uma revolução, não como aquela que ouvimos na escola,
com guerras, mobilizações etc. Mas que igualmente está provocando grandes mudanças
na humanidade.
Neste início de aula é importante que você compreenda a diferença entre evolução e
revolução.
Anote isso
Conforme apresentado acima, quando a humanidade passa por uma revolução, há uma
mudança de pensamento, de ação, incorporação de novos conhecimentos, modelos são
alterados e um novo contexto surge apontando para novos caminhos, os quais não voltam
ao seu estado primeiro.
As mudanças pelas quais estamos passando impactam diretamente nas relações sociais
estabelecidas, em diferentes âmbitos: familiares, culturais, sociais, econômicos e de trabalho.
Sobre as mudanças nas relações sociais de trabalho é que falaremos a seguir e saiba que
ela está diretamente ligada a você que se encontra no processo de formação profissional,
pois tais mudanças impactam diretamente à formação de novas habilidades e competências
para o exercício das profissões não somente do Serviço Social, mas de todas as demais
profissões. Tanto para atender às expectativas do mercado de trabalho, quanto para preparar
os novos profissionais para estar preparados para inovação.
Uma vez que “o emprego crescerá em ocupações e cargos criativos e cognitivos e diminuirá
em trabalhos repetitivos e rotineiros” (FIGUEIREDO, 2019 apud REIS, 2019, p.7). Para isso
serão necessárias novas habilidades e muitas qualificações profissionais.
No que tange às tecnologias sabe-se que tudo está mudando muito rapidamente, de forma
até espantosa e na mesma velocidade o mundo do trabalho está sendo impactado. Já estamos
sentindo as alterações, de formas nunca vistas antes na história da humanidade, num ritmo
vertiginoso relacionado às novas tecnologias. Pois vivemos num mundo interconectado.
Esta figura nos auxilia na contextualização histórica, nos dá a ideia de como a sociedade
passou por revoluções que provocaram grandes mudanças. Para que você compreenda a
revolução que passamos nos dias atuais é importante retomar brevemente as 3 primeiras.
A Primeira Revolução Industrial, por volta de 1760, também a mais conhecida, está
relacionada à questão da mecanização, a força hidráulica e a máquina à vapor. Lembrando
que naquele momento estes foram considerados a melhor tecnologia na época. Quais as
mudanças provocadas pela Primeira Revolução Industrial?
Esta revolução marcou o início da era moderna, trazendo novas tecnologias, mexendo
nas estruturas da economia e de toda estrutura da sociedade, provocando migração do
campo para a cidade, obrigando as pessoas a buscarem capacitação para atenderem as
necessidades do novo mercado, esta revolução também acabou provocando um aumento
desordenado das cidades, provocando desigualdades e agravamento da questão social.
No que diz respeito à Segunda Revolução Industrial, está ligado, como vimos na figura
anterior à produção em massa, linha de montagem e eletricidade. Ligada diretamente à
questão da ciência e sua relação com a produção. Ao pensar em linha de montagem podemos
relacionar diretamente aos princípios científicos nos processos de gestão, em especial à
padronização dos processos, a fim de ser ter uma produção de qualidade e em larga escala.
Aumenta-se também o consumo. O que a Segunda Revolução Industrial deixou de legado?
Tida como um marco na ciência e produção foi neste período que muitas outras invenções
apareceram, tais como o avião, os motores à gasolina, energia elétrica, rádio, telefone entre
outros. Que tanto influenciaram a forma de viver e se comunicar das pessoas. O método
científico avança, contribuindo muito para o desenvolvimento mundial.
Passamos para a Terceira Revolução Industrial com início na década de 1950 que está
relacionada à computação e informática “constitui uma importante mudança na teoria da
informação e no poder de dos dados, depois desta revolução digital o ser humano e quase
todas as coisas começaram a assumir a metáfora da máquina” (PHILBECK, 2019, p. 34).
Basicamente tudo e todas as coisas estão relacionadas ao digital. Transição do analógico
para o digital, influenciando nos novos modelos de negócios.
E a Quarta Revolução Industrial? É um desdobramento da revolução digital.
Integração das tecnologias e das suas interfaces, interação do mundo físico com o mundo
digital. Mundo real interagindo diretamente com o mundo virtual.
Todas as áreas e setores são atingidos por esta Revolução de forma ampla e irrestrita
provocando um novo modelo mental, uma nova forma de agir, pensar e se comportar.
Impactando tanto nossa vida pessoal quanto nossa vida profissional.
No que diz respeito à formação profissional é possível afirmar que até algum tempo não se
pensava em discutir tecnologias no Serviço Social, atualmente grande parte das Instituições
de Ensino Superior já incorporaram em sua grade esta formação, inclusive no Serviço Social,
isso comprova os novos rumos da profissão e do que o mercado espera dos profissionais
Evidentemente que você não terá todas as competências, mas considerando a profissão que
você escolheu (Serviço Social), algumas farão mais diferença que outras pense nisso! Como
estamos no início da Quarta Revolução Industrial devemos estar atentos nas mudanças que
já estão sendo provocadas e com isso você consiga sobressair e galgar possibilidades que
lhe permitam inovar, pois muitas ocupações tradicionais estão sendo alteradas, e algumas
até mesmo estão desaparecendo, novas necessidades vêm surgindo.
Nesse contexto vale a pena a reflexão:
Fica evidente que a humanidade está passando por transformações onde devemos estar
sempre atentos para que não sejamos dominados pelas tecnologias, mas que consigamos
desenvolver habilidades e competências para dominá-las, usando-as a nosso favor com
consciência e conhecimento, pois
Ao olharmos o cenário educacional do Brasil podemos perceber que temos muito a avançar,
uma vez que a desigualdade e exclusão social são gritantes, o que representa um grande
desafio. Pois além de estamos integrados com as máquinas devemos estar integrados uns
com os outros, reduzindo a exclusão digital e social. De forma coletiva e não individual, as
mudanças não podem se dar de forma isolada, pois muitos dos problemas sociais não são
isolados, eles se manifestam na coletividade do social.
Vejam a citação a seguir:
A presença ativa e constante das AIs (inteligências artificiais) que permeiam nosso cotidiano
é prova disso. Você já parou para pensar como já nos tornamos digitalmente dependentes de
muitas delas? Seja nos aplicativos bancários, de alimentação, compra, lazer e entretenimento,
redes sociais de interação e relacionamento etc.
A dica de ouro para você que está começando essa jornada de estudo acerca das novas
tecnologias é primeiramente: conhecer a si mesmo para que consiga conhecer e compreender
as tecnologias que o rodeiam, o que quer delas, o que fazer com elas e porque precisa delas.
Considerando que as tecnologias devem existir para facilitar a vida humana, contribuindo
para resolução de problemas que permeiam a sociedade. Para tanto precisamos compreender
as demandas existentes e este é um desafio, mas também uma oportunidade.
Para tanto algumas imposições devem (deveriam) ser consideradas no que diz respeito
à criação e uso das diferentes tecnologias e da Quarta Revolução Industrial:
Espero que tenha ficado mais claro para você o quanto as novas tecnologias se aproximam
do Serviço Social no século XXI perceba que mesmo falando em tecnologias o tempo todo,
o ser humano sempre esteve presente em nossas discussões, pois é para ele que elas
existem. Os valores humanos e éticos devem ser refletidos em cada nova criação tecnológica.
Investimentos em sustentabilidade, educação, diversidade e igualdade de gênero, promovendo
a inclusão social e digital. Retomar princípios por hora esquecidos, apurar a criatividade,
fortalecer a educação e aprendizagem permanente, focar no diálogo interdisciplinar, onde a
competitividade deve ser um ponto de convergência e crescimento.
Não há como voltar ao que éramos antes e nem devemos querer, o que temos em nossas
mãos é a possibilidade de contribuirmos um mundo diferente mediado pelo uso (bom uso)
das novas tecnologias. Buscarmos soluções, testar ideias e inovar.
Grande abraço e até a próxima aula!
AULA 3
CIBERESPAÇO, CIBERCULTURA,
CYBERBULLYING
Seja bem-vindo e bem-vinda para mais uma aula! Aos poucos vamos desvelando e
desmitificando a questão das novas tecnologias e ao mesmo tempo situando a sua relação
com o Serviço Social e a necessidade de estar enxergando a necessidade de se ter uma
formação completa e atualizada.
Depois das primeiras aulas onde pudemos contextualizar o momento pelo qual estamos
passando no que diz respeito aos avanços tecnológicos e os seus impactos, na aula de hoje
apresentaremos algumas terminologias recentes que surgiram e que procuram explicar a
realidade, a “nova realidade”.
Conheceremos os significados de Ciberespaço, Cibercultura, Ciberbulling, de uma forma ou
de outra, direta ou indiretamente somos impactados por estes conceitos em nosso cotidiano.
3.1 Ciberespaço
A primeira pergunta que não quer calar: você já ouviu o termo CIBERESPAÇO? Acredito
que boa parte de vocês sim, alguns não, mas certamente todos estão inseridos nele!
Não se sinta constrangido(a) se você nunca ouviu falar em ciberespaço, afinal estamos
em meio a Quarta Revolução Industrial, lembra? Embora a terminologia tenha surgido faz
muito tempo, agora ela está se popularizando. E como tudo na vida sabemos que a única
coisa permanente na vida é a mudança e em virtude do uso das tecnologias em diferentes
espaços e circunstâncias o termo tem sido cada vez mais popularizado.
Ao autor William Gibson é atribuído a criação do termo ciberespaço ao utilizá-lo pela
primeira vez no ano de 1984 em seu livro, um romance científico chamado Neromancer,
onde se referia ao ciberespaço enquanto o “universo das redes digitais” (LÉVY, 1999, p. 92),
ou seja, um espaço virtual, um local com ligação de base de dados. Em sua versão brasileira
Alex Antunes, apresenta no prefácio da obra Neuromacer a seguinte apresentação para o
termo ciberespaço: “um lugar para onde se vai com a mente, catapultada pela tecnologia,
enquanto o corpo fica para trás” (ANTUNES, 2003, p. 6).
Lévy, um entusiasta das tecnologias, em seu livro Cibercultura apresenta a definição de
ciberespaço como:
A partir deste momento o conceito de ciberespaço vai se tornando mais claro, pois vamos
conseguindo relacioná-lo com nosso cotidiano e tudo o que nos rodeia e possui relação
com a rede, formada pelos equipamentos tecnológicos pelas informações que circulam por
meio destes equipamentos, bem como pelas pessoas que se utilizam ou produzem estas
informações.
O ciberespaço consiste no espaço onde existe a circulação de ideias e todas as informações
que além de gerar avanços também servem como palco para discussões, ou seja, a rede se
apresenta como um espaço onde todos nós podemos atuar, adicionar, modificar e disseminar
conteúdos.
Anote isso
Ciberespaço consiste nas redes digitais onde se pode atuar, adicionar, modificar e
disseminar conteúdos!
O exposto acerca do ciberespaço nos conecta com o que propõe Lemos (2003, p. 12):
“hipertexto mundial interativo, onde cada um pode adicionar, retirar e modificar partes dessa
estrutura telemática, como um texto vivo, um organismo auto-organizante”.
Fique atento(a) e conectado(a), pois o ciberespaço se apresenta nos dias atuais como
um espaço global virtual que em muito potencializa e as ações produzidas no mundo real, ou
seja, podemos perceber que as do virtual simula e até mesmo imita o mundo real, alterando
a forma como nos comunicamos, nos conhecemos e até mesmo sentimos.
Um local tido por muitos ainda como imaginário, contudo, ao reproduzir as relações reais,
trazem consigo características do real, como: por muitos anos as transações bancárias
só eram possíveis se você fosse diretamente à agência bancária, no caixa físico, com um
atendente também humano, em seguida, passamos a utilizar os caixas eletrônicos, onde
poderíamos realizar diferentes operações e se precisássemos poderíamos pedir ajuda a
outro humano, que ali estava para nos ajudar a lidar com a máquina. Mas nos dias atuais
fazemos as transações bancárias?
Pois bem, eu, por exemplo, faço tudo pelo aplicativo da minha operadora bancária, sem
sair de casa, sem falar com nenhum outro humano e muito menos retirar senhas e enfrentar
filas, tudo isso sem levantar do sofá, desde que eu esteja conectado na internet. Aliás, há
muito me dei conta que passo semanas sem encostar numa nota de dinheiro, pois todos
os pagamentos são online.
Ficou claro para você que as ações antes presenciais agora se dão de forma virtual? O
que acontecia no mundo real migrou para o mundo virtual, porém não deixou de existir.
Outro exemplo muito claro sobre o que venha a contemplar o ciberespaço, diz respeito às
relações sociais que antes só poderiam acontecer fora deste espaço, agora também se dão
por meio das tecnologias. Nas palavras de Monteiro (2007, s/n), “esse universo não é irreal
ou imaginário, existe de fato, e o faz em um plano essencialmente diferente dos espaços
conhecidos”.
E ainda temos que considerar o que nos apresenta Costa e Souza (2006, p. 87), “vemos
a tela, mas não visualizamos a quantidade de informações, de comandos, expressões e
códigos que estão por trás” é tudo tão próximo e tão distante.
E para você que nasceu a partir dos anos 2000 e que acredita que o mundo sempre foi
conectado, e que a internet sempre foi acessível. Possivelmente muitos de nós explicaremos
o mundo para os nossos filhos e netos da seguinte maneira:
Uma das coisas que nossos netos irão achar muito estranho sobre
nós é que distinguimos o digital do real, o virtual do real. No futuro,
isso se tornará literalmente impossível. A distinção entre ciberespaço
e o que não é ciberespaço se tornará inimaginável. Quando escrevi
Neuromancer, em 1984, ciberespaço já existia para algumas pessoas,
mas eles não gastavam todo seu tempo lá. Então, ciberespaço estava
lá, e nós estávamos aqui. Agora, ciberespaço está aqui para muitos de
nós, e lá tem se tornado qualquer estado de relativa desconectividade.
Lá é onde eles não têm Wi-Fi (GIBSON, 2007 apud SNYDER, 2009, p. 24).
Podemos dizer que vivemos o digital e somos o digital, inclusive cotidianamente fazemos
o digital; isso já faz parte de nós, veja você que escolheu um curso EaD. A distinção entre
digital e não digital, entre real e virtual não faz mais sentido, logo, precisamos entender
e criar formas de nos apropriarmos da melhor maneira possível das ferramentas que o
computador e suas redes disponibilizam, para que possamos fazer bom uso delas. “A partir
das telas dos computadores, que servem de plataforma e via de acesso ao ciberespaço, é
possível experimentar formas de viver e conviver nesse novo espaço” (NICOLACI DA COSTA;
PIMENTEL, 2011, p. 7).
Você já parou para pensar no quanto a realidade virtual, as ações que você desempenha
no ciberespaço, interferem em sua vida real? Você já reparou que a ausência das limitações
do espaço físico trazida pela cultura digital possibilita, entre outras coisas, a vivência de
muitas experiências que antigamente só eram possíveis em um mundo físico concreto?
Temos muito no que pensar, não é mesmo?
3.2 Cibercultura
Desde a nossa primeira aula, estamos falando de mudanças na vida humana e as formas
de se relacionar e viver; bem como a influência das tecnologias em nosso meio.
Essa mudança digital está provocando também uma mudança cultural. Mas antes de
falarmos da mudança de cultura ligada às tecnologias vamos ver o conceito amplo da
palavra cultura:
Ainda nos apropriando do termo cultura, é necessário compreender que todos os indivíduos
possuem cultura, própria do espaço e relações que vive e estabelece, não havendo um
conceito único. Talvez o conceito mais abrangente do ponto de vista sociológico, seja o
apresentado por TYLOR “cultura é aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença,
arte, moral, direito, costume e outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como
membro da sociedade” (1871 apud DIAS 2005, p. 51).
Em uma de suas sínteses Dias (2005) apresenta um conjunto de traços os quais podemos
compreender melhor as características da cultura:
Quadro 1- Cultura e suas características. Fonte: Adaptado de (DIAS, 2005, p. 52, 56-57)
pode isso? Basta pensar em outros países diferentes do Brasil, onde hábitos, costumes,
valores e crenças são muito diferentes do nosso.
Os hábitos dos seres humanos são adquiridos e modificados a partir dos modelos com os
quais têm contato com a sociedade na qual convive e interage. Neste contexto é explicado
diferentes hábitos e comportamentos, gostos e preferências, atitudes diferenciadas diante
dos mesmos fenômenos.
Lembrando ainda que tais modelos são alterados com o tempo não sendo estática ou
permanente, ela se reestrutura ao longo da história onde sempre surgem novas formas
de mediação entre os indivíduos e seu ambiente. Uma forma importante de mediação na
atualidade é o uso de ferramentas, neste caso, as tecnologias.
Anote isso
Considerando a reflexão proposta fica evidente que o ser humano é influenciado pelo meio
social e num mundo cada dia mais digital é possível pensar que em meio a tanta tecnologia
estamos vivenciando uma era digital – uma cultural digital: Cibercultura.
Somado a exposição de Lemos (2008) temos ainda a contribuição de Rüdiger “as tecnologias
de comunicação contemporâneas promovem a cibercultura porque potencializam, em vez
de inibir, as situações lúdicas, comunitárias e imagináveis da vida social” (2011, p. 190).
Mesmo com as reflexões propostas até aqui no que tange à Cibercultura é importante
nos atermos ao senso e entendimento crítico e ampliado acerca do termo. Não podemos
ter uma ideia simplista:
Anote isso
3.3 Cyberbullying
Dentro do universo tecnológico podemos nos deparar com inúmeras situações, você se
lembra que na primeira aula pontuei a questão sobre as tecnologias serem boas ou ruins?
Agrego aqui mais um elemento, as tecnologias são como o fogo, se utilizado de forma correta,
cozinha, aquece, protege, se usado de maneira incorreta, queima, devasta e pode até matar.
Pois bem, vou trazer brevemente para você um ponto bastante preocupante que ocorre
nas internet: o cyberbullying.
Vamos por partes para compreender melhor o conceito, primeiramente vamos compreender
o que significa bullying:
Para ficar mais claro o cyberbullying consiste em um tipo de violência/agressão praticada por
meio do ciberespaço, amparado pelas tecnologias da informação e comunicação (ferramentas
tecnológicas), “um tipo de bullying que utiliza a tecnologia” (SHARIFF, 2011, p. 59), além de
se configurar num problema social que acaba por violar os direitos humanos. Contudo,
o cyberbullying é, de modo geral, um bullying que acontece no ciberespaço (virtualmente)
próprio da cibercultura.
Vale a pena reforçar que o “cyberbullying é um tema relativamente novo na literatura e
envolve o uso das tecnologias digitais por crianças e adolescentes com o intuito de promover
constrangimento moral ou psicológico” (MAIDEL, 2009, p. 14).
É fundamental descrever o cenário em que o cyberbullying ocorre ele pode se dar por
meio de violações de senhas, roubo de dados pessoais, piadas, utilização de informações
pessoais, fotos em redes sociais, e-mails entre outros, sem autorização ou conhecimento,
com o intuito de desacreditar sua imagem perante um grupo ou sociedade. Além do mais o
cyberbullying pode se manifestar de diversas maneiras, tais como injúria, difamação, ofensa,
falsa identidade, calúnia, ameaça, racismo, constrangimento ilegal e incitação ao suicídio
(MAIDEL, 2009).
Muitos alegam que são apenas brincadeiras que não tinham a intenção de ferir, magoar
ou zombar, porém, uma brincadeira só é brincadeira quando as duas partes se divertem,
caso contrário é agressão, violência.
Segundo Hinduja e Patchin (2009 apud WENDT; LISBOA, 2014) o cyberbullying é um
processo no qual alguém executa, proativa e repetidamente, atitudes como piadas acerca
de uma pessoa em contextos virtuais, ou quando um indivíduo “assedia” alguém através de
e-mails ou mensagens de texto, ou ainda por meio de postagem de tópicos sobre assuntos
que a vítima não aprecia.
Pois bem, esta nova cultura também reconhecida como era digital, começou a se organizar,
pesquisar e se preparar para buscar soluções, contudo, o virtual (manipulado por pessoas
reais) se altera com muita rapidez, encontrando novas maneiras de gerar novos tipos de
cyberbullying. Isso demonstra a importância da formação, educação e reflexões sobre o
comportamento humano.
Uma vez que nos dias atuais o cyberbullying é muito frequente entre adolescente e crianças
que ainda são seres em formação, merecem atenção, proteção e orientação, no que diz
respeito às relações humanas (reais e virtuais), bem como o uso das novas tecnologias. Mas
não podemos esquecer também que esta prática abusiva também é praticada por adultos.
Não existe somente um responsável pelo combate à violência virtual cabe a família, escola,
entidades e organizações (públicas, privadas e terceiro setor) o combate através da orientação
e formação quanto esta prática. Estamos numa nova cultura, a cibercultura.
[...] a Intel Security desenvolveu uma pesquisa que mostra como crianças e adolescentes
lidam com esse problema. O estudo foi realizado no Brasil com 507 crianças e
adolescentes de idades entre 8 e 16 anos, e mostra que a maioria (66%) já presenciou
casos de agressões nas mídias sociais. Cerca de 21% afirmaram que já sofreram
cyberbullying e grande parte das vítimas tem entre 13 e 16 anos.
Entre as atividades realizadas em redes sociais por 24% dos entrevistados da pesquisa,
que são consideradas cyberbullying, 14% das crianças admitiram falar mal de uma
pessoa para outra, 13% afirmaram tirar sarro da aparência de alguém, 7% marcaram
pessoas em fotos vexatórias, 3% ameaçaram alguém, 3% assumiram zombar da
sexualidade de outra pessoa, 2% disseram já terem postado intencionalmente sobre
eventos em que um colega foi excluído, entre outros casos.
As crianças entrevistadas justificaram o comportamento com três principais motivos:
defesa, porque a pessoa afetada as tratou mal (36%); por simplesmente não gostar
da pessoa (24%); e para acompanhar outras pessoas que já estavam praticando o
cyberbullying.
Fonte: CANALTECH. Pesquisa da Intel revela dados sobre cyberbullying no Brasil. 28
de Julho de 2015. Disponível em: https://canaltech.com.br/comportamento/pesquisa-
da-intel-revela-dados-sobre-cyberbullying-no-brasil-46105/. Acesso em 10 ago. 2020.
E o Serviço Social diante desta questão do cyberbullying? Como a profissão deve encarar,
analisar e atuar diante dessa expressão da questão social? A partir de estudos anteriores
foi possível conhecer a gênese da profissão, sabendo que ela traz como marca a questão
social, fruto da contradição capital X trabalho.
A relevância do Serviço Social deve ser considerada na atuação junto as diferentes expressões
da questão social e nos dias atuais consideramos o bullying e também o cyberbullying como
uma dessas expressões. Ambos se configuram como ato/ação de violência, que na maioria
das vezes nasce nas relações escolares entre crianças, adolescente e jovens como foi visto
há pouco. Nossa atuação profissional consistirá no trabalho interdisciplinar para combater,
prevenir e reduzir este problema social.
Logo, o/a assistente social deve pautar sua atuação no sentido ainda de viabilizar o
acesso e ampliação dos direitos, exercício da cidadania. Desenvolvendo trabalhos em grupos
e individuais considerando o contexto existente. Buscar indicadores acerca do bullying e
cyberbullying consiste em uma das maneiras de compreender o movimento da sociedade,
a fim de propor ações efetivas e eficazes.
AULA 4
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO –
MUNDO DO TRABALHO
Seja bem-vindo, caro aluno, para mais uma aula! Quem nunca ouviu de alguém: “Meu
celular faz tudo, serve até para fazer ligações!”? É para se pensar e repensar sobre como
nossas vidas são impactadas pelas tecnologias em suas diferentes configurações:
Todos nós vivemos hoje com o celular na mão, olhando 80 vezes por
hora para a tela do aparelho. É comum ficarmos deprimidos se não
recebemos uma modificação qualquer sobre qualquer coisa. Ficamos
em pânico se, por acaso, não encontramos a rede wi-fi, ou se acaba a
bateria do aparelho. Provavelmente, começaremos a ficar aflitos, vamos
sair e comprar uma bateria, se é que já não temos uma bateria reserva.
E não é só o jovem, todos nós estamos assim (OLIVEIRA, 2019, p.163)
Neste início de aula vale ressaltar que assim como a cultura não é única, estática e
imutável, a sociedade também passa por constantes transformações! Você já pensou quais
e quantas transformações ocorreram desde quando você nasceu?
Do ponto de vista econômico, político, religioso, social! Quantos novos produtos foram
criados, inovações de produtos, serviços, tecnologias. Quantas alterações no campo das
relações pessoais, interpessoais, profissionais e comunicacionais.
A seguir confira uma breve apresentação que consta no Livro Verde da Sociedade da
Informação:
Nunca as informações chegaram tão rápido e em tão grande volume a todos nós. Logo,
essa sociedade da informação com a qual nos deparamos hoje consiste numa “sociedade
em que as principais atividades estão integradas pelas novas tecnologias da informação e
comunicação e a informação circula em redes eletrônicas” (NEVES, 2007, p. 60) e que se
encontra em constante modificação, nada é permanente por muito tempo.
O que nos remete ao que apresenta os autores Coutinho e Lisboa (2011, p. 6) “a ideia
subjacente ao conceito de Sociedade da Informação é o de uma sociedade inserida num
processo de mudança constante, fruto dos avanços na ciência e na tecnologia”.
do consumo, pois gera impactos sociais com desdobramentos em muitas áreas do ser
humano, por exemplo:
Se você assiste uma propaganda de algum produto que lhe agrada e lhe desperta o
interesse, você logo pensa em possuí-lo, tê-lo para si. Torna-se uma “necessidade”.
Se você possui capital (dinheiro) para adquirir o produto, tudo bem. Mas quais as
consequências que podem ocorrer caso você não tenha o capital necessário?
Uma criança da periferia e outra de condomínio de luxo assistem à mesma propaganda
de um novo vídeo game ou celular…. ambas receberão este produto, fruto do seu desejo
provocado pela mídia? Quais os desdobramentos sociais, econômicos, emocionais,
entre outros que isso pode causar?
Mesmo que o crescente acesso à informação e ao conhecimento por meio das tecnologias
tenha se tornado mais acessível por meio da internet, sabe-se através de pesquisas que
este acesso tem-se tornado cada vez maior entre os segmentos sociais de menor renda.
Precisamos compreender com clareza isso, pois ao mesmo tempo em que o acesso deve
ser sem dúvida possibilitado promovendo a inclusão digital, como ficam as exposições dos
conteúdos mercadológicos e capitalistas para essas pessoas?
A comunicação e o acesso à informação é um direito. Porém, como ficam os demais
direitos? Vamos falar mais sobre estes pontos nas próximas aulas.
Pois se faz importante apontar que nos dando conta ou não as Tecnologias da Informação
e Comunicação estão mais presentes em nossa vida do que podemos imaginar. O fato de não
nos apropriarmos de todas as tecnologias, ou pelo menos, aquelas mais diretamente ligadas
ao nosso cotidiano (pessoal e profissional) pode nos colocar num cenário de desvantagem
nesta cultura da informação. Não é possível negar que estamos na era da informação e do
conhecimento, dito muitas vezes até aqui e que ainda será dito várias vezes até o final das
aulas dessa disciplina.
As buscas por chegar a conceito único acerca da sociedade da informação há tempos vem
sendo apresentado por diferentes autores, muitas reflexões são oportunizadas e publicadas,
porém vale ressaltar que ainda estamos em meio a tantas mudanças tecnológicas. Mas
alguns consensos são percebidos, sobretudo quanto as possibilidades e desafios trazidos
pelo aumento crescente dos meios informáticos pela sociedade. Como por exemplo, afirma
Veloso:
Um grande fator é que além de aprender nesta sociedade conectada, é que temos a
sensação que todas as nossas ações estão relacionadas a um aplicativo (app) em nosso
smartphone. Em muitas vezes nos afastamos do senso crítico e pensamento complexo, e
isso é preocupante, perdendo a capacidade de questionar. Uma maneira de manter o cérebro
em um terreno confortável, buscando informação de maneira rápida e fácil, não em nossa
mente, mas sim em algum tipo de aplicativo. Porém grande parte dos aplicativos possuem
uma intencionalidade na sua formatação e execução.
Quanto ao uso dos aplicativos que nos colocam na zona de conforto e nos levam a
ações cada dia mais acomodada, veja o seguinte exemplo:
“Isso causa na pessoa uma série de comportamentos. Um bom exemplo é o uso do
Waze. Acessamos esse aplicativo para percorrer um trajeto de oito quadras, porque
entendemos que o Waze faz o melhor caminho, o caminho mais rápido, o caminho
mais eficiente. Mas, para andar essas oito quadras, descobrimos que vamos dar uma
volta muito maior. E por que ele faz isso? Talvez alguns achem: ‘Ah! É um erro. Esse
aplicativo ainda não está tão perfeito’. Não é por isso não. O Waze tem que ser pago,
então, ele vai criar um algoritmo que nos aproxima dos anunciantes dele.
Você já deve ter percebido que, quando colocamos o endereço, o Waze nos dá o local,
a quilometragem e, no momento em que falamos ‘Vamos lá’, ele sutilmente aumenta o
trajeto 2, 3 quilômetros em média. Você diz: ‘Ele está me tirando do trânsito’. Na verdade,
ele está levando você para mais perto dos anunciantes. E quem são os anunciantes
do Waze? Posto de gasolina, concessionária...
Quando percebemos isso, sentimos certo incômodo, uma certa raiva. E aí decidimos:
‘Não vou mais usar o Waze, vou usar o Google Maps’. Esquecendo que o dono do
Waze é o Google...
A questão não é a importância de todo esse conhecimento. Esse conhecimento é ótimo.
A questão é que não podemos parar de olhar para a frente, olhar para a realidade. Não
podemos delegar tudo à ferramenta, mas estamos começando a achar essa entrega
sedutora.
Fonte: Oliveira, 2019, p. 170-171.
Vamos a partir do exposto acima, pensar como você enquanto futuro Assistente Social
tem um papel considerando esta sociedade da informação? Quais são e serão os desafios a
serem enfrentados? Um novo perfil de trabalhador tem se formado, exigindo cada vez mais
[...] será essencial identificar o papel que essas novas tecnologias podem
desempenhar no processo de desenvolvimento educacional e, isso posto,
resolver como utilizá-las de forma a facilitar uma efetiva aceleração do
processo em direção a educação para todos, ao longo da vida, com
qualidade e garantia de diversidade. As novas tecnologias de informação
e comunicação tornam-se, hoje, parte de um vasto instrumental
historicamente mobilizado para a educação e aprendizagem.
Este primeiro dado traz uma informação significativa, refletindo a educação brasileira, não
só dos dias atuais, mas aquela dispensada ao longo de anos. Trata também do acesso à
formação, o que impacta no mercado de trabalho e no cotidiano das pessoas. Os aplicativos
e redes sociais são criadas de forma que sejam manipuladas intuitivamente, o que não pede
muito esforço mental e crítico do ser humano, o que acaba por manter seus usuários na
condição de passivo.
O incentivo à leitura ainda é um ponto crítico, pois a leitura adequada leva à reflexão e
esta à criticidade acerca daquilo que é lido.
Um segundo dado a ser considerado nesta discussão que não pode ser descartado:
Mesmo com todo o avanço de inclusão escolar, garantido por lei, no Brasil temos muitas
crianças e adolescentes fora da escola, não descartamos ainda que em muitos locais se
encontra a formação de baixa qualidade e um processo de ensino e aprendizagem com
métodos tradicionais que não contemplam a necessidade das novas tecnologias na educação.
A inclusão das novas tecnologias na educação é necessária para a formação de pessoas
voltada para realidade, considerando seu contexto e exigências. Para isso é necessário a
formação continuada de educadores desde a educação básica até o ensino superior. É
preciso romper com paradigmas construídos ao longo do tempo.
A partir das reflexões até então realizadas, apresentarei o terceiro dado:
Pois bem caro aluno a partir de todo o exposto, para falarmos do mundo do trabalho,
precisamos pensar com clareza sobre a sociedade da informação na qual estamos vivendo
e experienciamos cotidianamente.
A mudança perpassa pela educação, e esta mudança se faz urgente, devendo se adequar
às novas exigências do século XXI, pois
Desta maneira apresentado, caro aluno, fica claro que considerando todas as transformações
provocadas na sociedades os avanços devem promover além da modernidade, a inclusão.
Mas, será que é isso mesmo que está acontecendo nesta sociedade da informação?
Pois,
São questionamentos que devemos ter em mente não só como cidadãos, mas como
futuros assistentes sociais também. Outro fator a ser considerado meu caro futuro Assistente
Social, diz respeito aos idosos que num crescente aumento da expectativa de vida, tem se
mostrado ao mesmo tempo um desafio, uma oportunidade para aqueles profissionais que
desejam se especializar e fazer a diferença, vamos entender por quê? Isso diz respeito às
mudanças demográficas e você não pode desconsiderar esta questão.
Segundo o McKinsey Global Institute, por volta de 2030 haverá 300 milhões
de pessoas com idades acima de 65 anos a mais do que havia em 2014.
E, à medida que as pessoas envelhecem, suas necessidades e padrões
de consumo mudam. Isso significa que haverá enorme demanda por uma
série de ocupações, incluindo as de médicos, enfermeiros, assistentes
de enfermagem, cuidadores pessoais, assessores de saúde doméstica
e técnicos em saúde - ocupações demandadas que as instituições de
ensino não estão fazendo muito para atender (MCMILLEN, 2019, p. 94).
Essas questões aqui apresentadas denotam que em meio a tantos avanços não podemos
perder de vista o futuro próximo, enxergar as possibilidades, exercitar as múltiplas possibilidades
que se apresentam para isso é preciso de profissionais antenados aos indicadores sociais e
econômicos. Considerando que enquanto Assistentes Sociais temos muito a contribuir com
inúmeros problemas atuais e na busca por soluções e respostas, não podemos ficar de fora.
Os Assistentes Sociais possuem uma formação generalista, capaz de fazer uma leitura
de realidade considerando todos os seus aspectos e nuances, somos profissionais críticos
e propositivos que se soubermos aproveitar as oportunidades, daremos vez e voz a muitos
questionamentos da sociedade. Esta é uma disciplina que possibilita pensar “fora da caixa”,
pensar o potencial social da profissão e do quanto ela é indispensável para a sociedade,
mas é necessário um profissional atualizado, sem perder as convicções e compromissos
ético-políticos.
Mesmo que todos estejamos inseridos nesta sociedade da informação, nem todos
usufruímos dela, nem todos possuem acesso às redes digitais.
Esses questionamentos precisam permear toda a nossa disciplina, considerando a sua
formação profissional.
Para fecharmos esta aula alguns apontamentos da relação entre a sociedade da informação
e o mercado de trabalho. Esta sociedade em constante transformação provoca no mesmo
ritmo transformações no mercado de trabalho inserido num sistema capitalista de produção
que não pode ser desconsiderado, como estar preparado para o mercado, o que ele espera
dos profissionais e futuros profissionais?
Vejam quantas questões nos são exigidas nesta sociedade. Por fim deixo à você um
quadro reflexivo acerca do que especialistas apontam como as novas necessidades do
mercado de trabalho, vejam que elas transcendem os conhecimentos técnicos (obrigação
do profissional especializado), olhe para o quadro e procure também fazer uma autoanálise,
aperfeiçoando pontos que possui e desenvolvendo aqueles que julga precisar:
AULA 5
ACESSO DIGITAL E SOCIEDADE DA
INFORMAÇÃO
Seja bem-vindo, caro aluno, para mais uma aula! Na sociedade contemporânea podemos
verificar uma tendência mundial para a aplicação de tecnologias e inovações tecnológicas
em diversas áreas e não poderia ser diferente no Serviço Social. E você é um exemplo nessa
nova realidade.
Se um dos objetivos da formação profissional de Assistentes Social consiste em preparar
os profissionais críticos, capazes de analisar e refletir criticamente os aspectos de forma
macro e micro da sociedade, não se pode pensar o Serviço Social e sua prática investigativa e
interventiva isolado das práticas culturais, econômicas e sociais desenvolvidas no ciberespaço,
Fique atento
“A exclusão, no caso da internet, não se manifesta apenas pela falta de acesso (como
seria o caso da eletricidade e do saneamento básico), mas nas consequências sociais,
econômicas e culturais da distribuição desigual do acesso”.
Fonte: (BUZATO, 2007, p. 37).
Mas aqui eu te provoco a refletir: para você o que significa inclusão digital (ID)? Para isso,
já no início, peço a sua atenção para o exposto a seguir:
Fique atento
Quem fala em inclusão, no entanto, fala, na maior parte dos casos, do lugar de incluído,
isto é, fala como alguém que se entende como pertencente a um contexto estável e
homogêneo no qual o objetivo ou ideal que aqueles termos desgastados descrevem
teria sido plenamente alcançado, alguém que já definiu aquilo que é tem ou faz como
bom e necessário para todos e que está disposto a trazer para esse mesmo espaço
idílico e perfeitamente regulado o outro, o excluído, que por influência do destino, da
natureza, da tradição, de seus próprios hábitos, da sua própria ignorância, ou de alguma
fatalidade histórica, não atingiu o estágio ou condição de igual.
Fonte: (BUZATO, 2007, p. 23)
Fique atento para que não caiamos numa hipocrisia, como cotidianamente vemos. O
discurso muitas vezes se dá do ponto de vista do incluído, a partir daquilo que imaginamos
como o outro vive/sobrevive, ou ainda do ponto de vista do “nosso imaginário” acerca de
como o outro sente a realidade.
Ou seja, as diferentes dimensões devem ser vistas e encaradas de forma correlacionadas,
pois somos seres múltiplos, complexos e relacionais, como podemos perceber a seguir:
Contudo, vale ressaltar para os fins de estudo dessa aula (e todo o conjunto de conteúdos
dessa disciplina) que acesso não equivale à inclusão, pois de acordo com Buzato (2007),
a inclusão digital está vinculada à inclusão social, isso fica mais evidente quando o autor
aponta que “a exclusão, no caso da internet, não se manifesta apenas pela falta de acesso
(como seria o caso da eletricidade e do saneamento básico), mas nas consequências sociais,
econômicas e culturais da distribuição desigual do acesso” (BUZATO, 2007, p. 37).
Seguindo esse raciocínio, vamos avançando no entendimento acerca do entendimento
sobre o que vem a ser a inclusão digital, os requisitos estabelecidos para que uma pessoa seja
considerada incluída digitalmente. Neste assunto, Rondelli (2003) aponta que a alfabetização
digital faz parte do processo de inclusão digital, onde a aprendizagem e alfabetização digital
compõem o rol de necessidades do indivíduo para que possa, dessa maneira, interagir no
ciberespaço, consumindo, interagindo e também produzindo conteúdo.
Ou seja, inclusão digital não significa somente a oferta de computadores e outros
aparelhos (esse é apenas o primeiro passo), pois sem a inteligência, sabedoria, habilidades
e competências mínimas no que tange à inclusão digital, é inútil.
Não se trata apenas de usar/manusear e sim como e com que finalidade o fazer, sendo
assim compreendemos que o que fará significativa relevância é o seu modo de ser e agir
na cibercultura/ cultura digital. Para isso,
Ter acesso não implica necessariamente que a pessoa saiba utilizar os recursos de
maneira adequada, considerando sua realidade, seu contexto, seus conhecimentos prévios.
Como incluir digitalmente a população se não conseguimos garantir nem mesmo o acesso
à tecnologia digital?
Fique atento
De acordo com Veloso (2011, p. 23), “alguns dados disponíveis permitem verificar a
existência de uma distribuição marcadamente desigual dos recursos tecnológicos, cuja
tendência geral consiste na reprodução dos principais traços de nossa organização social”.
Para isso o Estado e as políticas públicas também se fazem necessárias e podem fazer a
diferença, atendendo as demandas, viabilizando o acesso às Tecnologias da Informação e
Comunicação, promovendo a inclusão digital.
E no século XXI,
Pois bem, a partir do apresentado acima fica claro que o acesso à tecnologia não garante
inclusão. Outro elemento significativo é que cada pessoa precisa interagir de maneira crítica
com os conteúdos/informações.
Fique atento
Chegando na etapa final da nossa aula não posso deixar de instigar você mais uma
vez, a partir de todo o exposto, o que significa então inclusão digital? Você sabe quais são
os requisitos para considerar alguém incluído digitalmente? Segundo o critério utilizado
pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Geográfica (IBGE), é considerada digitalmente incluída
toda pessoa que tenha acessado a internet pelo menos uma vez nos últimos três meses
anteriores à pesquisa censitária. Este conceito mostra-se frágil quando pensamos inclusão
como sinônimo de incorporação e integração.
Você poderá ver o exposto acima e muitas outras informações na sugestão a seguir, onde
apresentamos o resultado da PNAD – Pesquisa Nacional de Domicílios Contínua, relacionadas
às TICs – Tecnologias da Informação e Comunicação. Acesse e navegue com bastante
atenção!
Você enquanto futuro Assistente Social deve estar sempre alerta quanto aos indicadores
digitais apresentados por fontes seguras, por exemplo, os fornecidos pelo IBGE – Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística. Por quê?
Porque os indicadores nos auxiliam profissionalmente no entendimento da realidade
brasileira, onde pode através de filtros e delimitações fazermos análises comparativas com
a realidade específica onde estamos inseridos profissionalmente. Evita achismos.
Finalizamos nossa aula frisando a necessidade de se buscar a integração das tecnologias
de informação e comunicação no trabalho do Assistente Social. Necessitando além dos
conhecimentos específicos da profissão, ampliar os conhecimentos acerca da sociedade
da informação, comporta pelo ciberespaço e a cibercultura. Você é prova viva de que a
sociedade da informação trouxe avanços e também desafios, uma vez que fez a opção pela
Educação à Distância, cada um de vocês pelos próprios motivos.
Você que está passando por esta experiência de aluno na modalidade a distância e digo
uma coisa: você está em vantagem perante muitos. Espero que você esteja gostando dos
temas propostos nessa disciplina e mais que isso, que esteja percebendo a aplicação prática
deles em seu fazer profissional! Até a próxima aula!
AULA 6
POLÍTICAS INFORMACIONAIS NO
BRASIL
Seja bem-vindo, caro aluno, para mais uma aula! Nessa aula que você inicia agora faremos
um breve apanhado acerca das políticas informacionais no Brasil, abordando a sua relação
com a profissão de Serviço Social diante de todos os avanços e desafios do cotidiano.
Ao falarmos sobre as políticas informacionais não podemos compreender que elas dizem
respeito somente a ações imediatista ou alguns programas pontuais. Precisamos olhar para
os direitos de acesso, dos princípios da democracia brasileira, bem como o que prevê as leis
nacionais, uma vez que no Brasil existe a premissa do livre acesso às redes de informações,
diferente de outros países.
Fique atento
Quadro 3: Breve contextualização sobre as Políticas de Informação. Fonte: Ferreira et al. (2012, apud GOMES, s/p) adaptado.
Quadro 4: Breve contextualização sobre as Políticas de Informação pós II Guerra Mundial. Fonte: (TERRA, 2008) adaptado.
Membros – hoje são 193 países – na busca de soluções para os problemas que
desafiam nossas sociedades. Atua nas seguintes áreas de mandato: Educação, Ciências
Naturais, Ciências Humanas e Sociais, Cultura e Comunicação e Informação.
No Brasil a representação da UNESCO foi estabelecida em 1964 e seu Escritório,
em Brasília, iniciou as atividades em 1972, tendo como prioridades a defesa de uma
educação de qualidade para todos e a promoção do desenvolvimento humano e social.
Ainda desenvolve projetos de cooperação técnica em parceria com o governo – União,
estados e municípios –, a sociedade civil e a iniciativa privada, além de auxiliar na
formulação de políticas públicas que estejam em sintonia com as metas acordadas
entre os Estados Membros da Organização.
Fonte: UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
a Cultura. Disponível: https://nacoesunidas.org/agencia/unesco/#:~:text=A%20
Organiza%C3%A7%C3%A3o%20das%20Na%C3%A7%C3%B5es%20Unidas,os%20
Estados%2DMembros%20%E2%80%93%20hoje%20s%C3%A3o . Acesso em: 14 ago.
2020, adaptado.
Quando o acesso à informação surge pela primeira vez no Brasil de maneira oficial? Foi
somente a partir da redemocratização, onde com a promulgação da Constituição Federal
de 1988, em seu artigo 5º parágrafo XIV, aponta:
Logo, considerando que o Brasil vinha de uma Ditadura onde sabemos de todas as
restrições, cercamentos e proibições, com a democracia no país tem-se nesse direito um
princípio fundamental, num contexto de época que a internet estava surgindo de maneira mais
acessível (não da maneira como vemos hoje é claro!), os movimentos sociais clamavam e
reivindicavam todo tipo de informações públicas junto ao Estado, pois durante muito tempo
isso não foi possível.
Esta luta reivindicatória fez com que no ano de 2011, fosse criada a Lei de Acesso à
Informação (LAI) - Lei n. 12.527, de 18 de novembro, com objetivo claro de combate à
corrupção e transparência pública.
Não deixe de acessar a Lei de Acesso da Informação na íntegra, veja quantas informações
e direitos garantidos e que muitas vezes não paramos para nos informar:
Acesso: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm
Com a LAI, o Serviço Social tem uma ferramenta a mais no desenvolvimento de suas
atribuições, sobretudo, no que diz respeito às políticas públicas, bem como junto aos conselhos
gestores.
A Lei possibilita que qualquer cidadão possa buscar informações públicas, para que seus
direitos sejam garantidos. Você sabia que o acesso às informações sobre órgãos e entidades
públicas é um direito fundamental do cidadão?
Para que fique claro o que venham a ser as Políticas Informacionais e sua relevância para
a sociedade, convido você a observar a reflexão apresentada por Guerra e Massensini (2012):
O Serviço Social deve considerar o seu compromisso com o cidadão, levando informações
que possibilitem o cidadão ter conhecimento sobre seus direitos, zelar para que todos tenham
a informação clara e correta daquilo que está previsto. Para isso deve considerar o exposto
pelos autores acima, pois para acessar recursos digitais, a pessoa deve minimamente ser
letrada digitalmente, como o Assistente Social pode contribuir para a inclusão dos cidadãos
nos espaços digitais para que os cidadãos sejam capazes de acessar os serviços eletrônicos
disponível pelo Estado?
Pense nisso
Enfim, são questões que precisam ser pensadas, pois se o profissional de serviço social
não se apropria das informações, como poderá auxiliar o usuário e falar sobre o acesso aos
serviços.
No que diz respeito à relação do Serviço Social com as políticas informacionais, tem-se que:
Fique atento!
Para encerrar você deve ter clareza que a Política de Informação:
[...] consiste em um conjunto de regras formais e informais que
diretamente, restringindo, impulsionando ou de outra maneira, formam
fluxos de informação. Assim, a política de informação inclui, entre outros
aspectos, a privatização e distribuição da informação governamental,
liberdade de acesso à informação, proteção da privacidade individual,
sem esquecer também dos direitos de propriedade intelectual (JARDIM;
SILVA; NHARRELUGA, 2009, p. 456).
Você já parou para pensar que o portal de informações disposto pelo Estado, através
de suas prefeituras e demais órgãos públicos possibilitam ao cidadão além do seu
compromisso com a transparência, o acesso a serviços públicos, como Emissão de
atestados, segunda via de contas de água e luz; emissão de boletos como IPVA/IPTU
agendamento para emissão de documentos etc.
Agora vamos pensar juntos, você provavelmente já se utilizou de algum destes serviços
eletrônicos e certamente não possui muitas dificuldades, mas será que esta destreza
no manuseio é comum para todos os cidadãos? Certamente que não, neste sentido o
Serviço Social poderá contribuir com ações que visem o acesso à informação, inclusão
e tenha sua cidadania digital garantida.
Estudante. Fonte:https://cdn.pixabay.com/photo/2019/07/02/07/38/student-4311732_1280.jpg
AULA 7
TECNOLOGIAS SOCIAIS E
INTERFACES COM AS POLÍTICAS
PÚBLICAS
Olá! A cada aula que passa você estabelece maiores conexões acerca das tecnologias e
sua relação com o Serviço Social.
O objetivo desta aula é apresentar a você o conceito das Tecnologias Sociais e suas
interfaces com as Políticas Públicas e Sociais brasileiras. Possibilitando a você a reflexão
crítica e conexões atualizadas acerca da atuação profissional.
Anote isso
De tanto ver a gente banaliza o olhar — vê... não vendo. Experimente ver, pela primeira
vez, o que você vê todo dia sem ver. Parece fácil, mas não é: o que nos cerca, o que
nos é Familiar, já não desperta curiosidade. [...] Nossos olhos se gastam no dia a dia,
opacos. ... é por aí que se instala no coração o monstro da indiferença. Otto Lara
Resende (1992).
Anote isso
Uma mente que se abre a uma nova ideia, nunca mais volta ao seu tamanho original
(Albert Einstein)
Vamos aos pontos ampliando nosso conhecimento e assim, encontrando respostas para
perguntas já existentes e a partir de tais respostas criar novas perguntas. Esse movimento
dialético move e transforma o mundo em que vivemos.
Assim, para iniciar a explanação sobre o que entende-se por tecnologia social é importante
retomar e também fazer alguns alinhamentos:
De acordo com o ITS Brasil (ITS: Instituto de Tecnologia Social), tecnologias sociais se
refere ao
Anote isso
Muitos estudiosos sobre a questão das tecnologias sociais apontam que ela não consiste
num modelo pronto e acabado, e que através da busca por soluções para os problemas
sociais visam promover a cidadania, a inclusão social, a acessibilidade, além de educação,
participação e cultura. Ou seja: mudança e transformação social.
Quais os benefícios possíveis de serem alcançados pelo investimento na criação de
tecnologias sociais? Que áreas (dimensões) ela envolve? Veja a seguir:
Não deixe de visitar o link indicado, nele você conseguirá perceber as diversas
possibilidades das tecnologias sociais e como, a partir do conteúdo apresentado
conseguirá compreender as diferentes formas de promover transformação social.
A Tecnologia Social e os ODS: O impacto social e ambiental da Tecnologia.
Disponível em: <https://www.iberdrola.com/compromisso-social/tecnologias-sociais>
Anote isso
“Há um casamento que ainda não foi feito no Brasil: entre o saber acadêmico e
o saber popular. O saber popular nasce da experiência sofrida, dos mil jeitos de
sobreviver com poucos recursos. O saber acadêmico nasce do estudo, bebendo
de muitas fontes. Quando esses dois saberes se unirem, seremos invencíveis”.
Leonardo Boff (2011).
A partir do apresentado acima, acerca dos objetivos das Tecnologias Sociais e como se
organizam, acompanhe os exemplos de alguns projetos que estão no rol das TS, de repente
tem algum desses próximos a sua cidade:
Quadro 6: Exemplos das Tecnologias Sociais no Brasil. Fonte: Adaptado de (MACIEL; FERNANDES, 2011).
Assim como estas Tecnologias Sociais existem tantas outras espalhadas por todo o
Brasil, procure em seu município, se existem iniciativas com estas características. Estes
exemplos permitem compreender como as diferentes tecnologias podem ser utilizadas a
favor da inclusão social e econômica, tanto no meio urbano quanto no meio rural.
Com um olhar que visa a transformação social, envolvendo pessoas e até famílias inteiras
em projetos de geração de renda, visando a superação da condição de vulnerabilidade e
desproteção social:
Esta pauta deve ser considerada cada vez com mais urgência em nosso país. Precisamos
fomentar iniciativas capazes de gerar propostas e respostas inovadoras diante dos problemas
da sociedade. É urgente a formação de profissionais capazes de olhar e analisar as tão
conhecidas demandas sociais e em conjunto com a comunidade propor projetos de impacto
social. Utilizar as tecnologias a favor do homem, inovar e ser disruptivo.
O assistente social é o profissional que precisa ver. Acreditamos que ele, necessariamente,
tem que ver o que ninguém vê. Nosso receio é que, em meio ao cotidiano, o profissional
perca a visão e passe apenas a ver sem enxergar, sem curiosidade e sem criticidade.
Consideramos que há uma linha muito tênue entre a visão crítica e a indiferença. Em
meio aos olhares atentos, procurando sempre ver, identificamos algumas curiosidades,
em relação às TS e sua conexão com o Serviço Social (SILVA, 2013, p. 54).
AULA 8
TECNOLOGIA EM SAÚDE
E O SERVIÇO SOCIAL –
CONTRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS
Nos estudos realizados pelo autor acima, é possível compreender que a tecnologia tem
um valor a ser considerado, no que diz respeito a sua criação, desenvolvimento e utilização,
que pode ser tanto positiva quanto negativa, o que depende se ela é boa ou não é a sua
intencionalidade de uso. A tecnologia pode ser criada para salvar vidas (vacinas, transportes,
medicações) ou para destruir vidas (armas, venenos).
No que tange à saúde,
Muito bem, espero que você tenha começado a estabelecer a importância de ser ter
tecnologias atualizadas no cuidado e zelo pela vida e a importância da humanização. O
conhecimento técnico-profissional e a humanização (atenção e acolhimento). O domínio
da tecnologia em saúde somado ao acolhimento e humanização tende a ser o caminho de
sucesso da humanidade. Para Merhy (1999), as tecnologias estão classificadas em leves,
leveduras e duras (MANGINI, KOCOUREK e SILVEIRA, 2018, p. 74).
Na área da saúde as tecnologias ganham sentido de todo o esforço humano. No que
tange a classificação das tecnologias em saúde: leves, leveduras e duras entende-se:
Anote isso
Por trabalho morto, o autor entende, com base em Marx, o trabalho cristalizado, isto é,
o produto de um processo de trabalho, que um dia foi trabalho em ação, mas tornou-
se trabalho consolidado, a exemplo das máquinas. O trabalho vivo é o trabalho em
ato, momento de criação, de construção de algo novo, sempre posto em movimento
(MANGINI, KOCOUREK; SILVEIRA, 2018, p. 75).
É necessário que você que está neste processo formativo uma análise crítica acerca
das tecnologias, ampliando a sua capacidade analítica, não se deixando dominar e nem
a utilizando de forma opressora. Ela é fruto da evolução humana, desde os homens das
cavernas até os dias atuais, as vemos diariamente em renovação.
Do ponto de vista profissional e também do ponto de vista da cidadania como você analisa
o uso das tecnologias em saúde? Elas são apropriadas?
Você já parou para pensar sobre o emprego das tecnologias nas políticas de saúde? Já
parou para fazer esta reflexão? Se não fez, este é o momento que você tem para analisar
como são realizados os cadastros nos serviços de saúde (UBS, Hospitais, clínicas, secretarias
de saúde...), quais os processos de coletas e análise de exames? Em que as tecnologias
contribuem na saúde do cidadão? Como se dá o processo de faturamento dos atendimentos?
As tecnologias devem emancipar e não tornar o homem escravo do sistema, de maneira
autoritária. As tecnologias devem ser aplicadas e democratizadas.
Neste contexto, falamos agora sobre o trabalho profissional desenvolvido pelo Assistente
Social junto ao SUS (Sistema Único de Saúde), ressaltando que a profissão dentre todos os
seus princípios e objetivos visa fortalecer e emancipar o indivíduo.
O fortalecimento “implica no questionamento da lei, da distribuição desigual da renda
e do poder e na denúncia da desigualdade” (FALEIROS, 1999, p. 61), contemplando ainda
a busca pelo rompimento de relações de dominação, as ações que visam a emancipação
devem estar respaldadas nos direitos preconizados na Constituição Federal de 1988.
Em saúde a centralidade do atendimento está focado na pessoa, no usuário. Não cabe
mais o modelo centralizado na prática médica. Onde o saber soberano está no profissional
da medicina e as tecnologias diretamente ligadas a ele.
A saúde entendida como bem estar bio-psico-social-espiritual contempla a ação multi/
interdisciplinar, ou seja, deve ser prestada e ofertada considerando a relevância de profissionais
de diferentes áreas. Considerando ainda que fatores sociais também contribuem para o fator
doença. Além de tudo considera-se que a Política de Saúde deve contemplar as ações de
prevenção e não centralizar medicina curativa, como em tempos antigos.
Quais as consequências de um modelo médico-hegemônico? Quando se centra apenas
no conhecimento soberano do modelo médico-hegemônico percebe-se claramente a:
Fica evidente nos dias atuais que este modelo não é mais possível de ser admitido em
pleno século XXI e sim um modelo de saúde centrado no usuário é o mais considerado,
inclusive pela Política Nacional de Saúde.
A Saúde compreendida como “produto das condições objetivas de existência e resultado
das condições de vida biológica, social, econômica, cultural; particularmente das relações
que os homens estabelecem entre si e com a natureza, por meio do trabalho” (PAIM, 2008,
p. 625).
O que devem considerar as tecnologias em saúde, quando falamos na questão do acesso
à saúde enquanto direito?
A partir das reflexões apresentadas nesta aula, fica bastante evidenciado que as tecnologias
contribuem com os processos de atenção à saúde, desta maneira nós, assistentes sociais,
devemos ficar atentos às tecnologias ligadas à esta área, no que tange às especificidades
da profissão, neste sentido é preciso compreender a:
Não podemos nos esquecer de que o ambiente é o local onde a pessoa se encontra com
as coisas ao seu redor e que exercem nela influências, afetando-a de várias maneiras. É
necessário compreender as condições impostas como passíveis de interferência e atentar
para não culpar os indivíduos quando tais condições forem insalubres e interferirem em seu
estilo de vida.
O conhecimento adquirido aqui será fundamental para a compreensão das demais aulas
e disciplinas, além de permitir uma visão mais ampliada e crítica sobre a organização dos
serviços de saúde no Brasil, contexto no qual o gestor de tecnologia hospitalar irá atuar.
Assim terminamos a nossa aula de hoje! Espero que você possa ter compreendido, melhor
e um pouco mais, sobre o nosso sistema público de saúde, seus avanços e desafios e todas
as tecnologias que a envolve.
Muitos desafios ainda temos pela frente e aos poucos vamos construindo a identidade
profissional. Bons estudos! E continue firme no propósito.
AULA 09
A INFLUÊNCIA DAS NOVAS
TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO E
ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL
NO SÉCULO XXI
Olá! Nessa aula temática que organizamos especialmente para você falaremos sobre como
as novas ferramentas de tecnologias da informação influenciam o processo de formação do
Assistente Social no contexto da realidade do mundo digital em que as organizações estão
inseridas no campo profissional dos espaços sócio ocupacionais.
Discutiremos sobre a importância da informação para a elaboração de estratégias e o
seu na intervenção profissional do Assistente Social na defesa intransigente dos direitos
Como o cenário global tem sido pautado pela transformação tecnológica, a discussão
sobre ética profissional neste contexto deve ser sublinhada nas mais diversas esferas, visto
ser fundamental para as decisões mais assertivas frente ao que está posto de desafio aos
profissionais e às instituições sociais.
Que este tema possa te instigar e o motivar para mergulhar no maravilhoso mundo da
tecnologia como ferramenta importante para o cenário profissional, sendo assim lhe convido
a arregaçar suas mangas e se lançar nesse aprendizado.
E de início convido você a fazer uma reflexão: É possível, no mundo atual, viver sem
informações?
Com certeza sua resposta é negativa, pois todos vão concordar que realmente, não é
possível viver hoje em dia sem informações disponíveis e isso não está apenas relacionado
à sua atuação profissional. Informação é algo que faz parte da nossa rotina, das coisas mais
simples, como preparar uma receita de bolo ou nos remete as mais complexas decisões
com base em indicadores produzidos pela inteligência artificial.
Pessoas que detém informação podem ser consideradas poderosas. Instituições que
sabem utilizá-la conseguem desenvolver estratégias competitivas para se posicionar no
mercado. Países que a controlam podem se sobressair em relação às nações menores ou
mais fracas. Note que, no contexto atual, a Informação é vista e reconhecida como um bem
patrimonial.
Ela possui valor, assim como uma estrutura física que uma instituição possui.
Anote isso
Toda essa construção tem nos impulsionado a buscar coisas novas, a inovar cotidianamente.
Portanto, o processo de aprendizagem nesse contexto nos leva ao desenvolvimento como
pessoa e como profissional. Essa realidade é confirmada em Possoli (2012):
Temos um longo caminho pela frente, espero que você esteja atento a todas as oportunidades
que você tem nas mãos!
Um grande abraço e até a próxima aula.
SILVA, Márcio Antunes da. Assistente social e tecnologias da informação. Serviço Social
em Revista, v. 6, n.1, Londrina: UEL, 2003. Disponível em: <http://www.ssrevista.uel.
br/> . Acesso em: 25 jul. 2020.
SOUZA, P. C. Sociedade da Informação e Serviço Social : uma nova estratégia de
intervenção? Disponível em <http://www.uel.br/cesa/sersocial/principalgeral.html> .
Acesso em: 10 ago. 2020.
AULA 10
INSERÇÃO DAS TECNOLOGIAS DA
INFORMAÇÃO NO TRABALHO DO
ASSISTENTE SOCIAL
Anote isso
Estamos diante de uma nova perspectiva enquanto categoria profissional, um novo contexto
social pede também um novo direcionamento de atuação, pois as demandas mudam, exigindo
inovação sempre com um embasamento crítico.
O Serviço Social vai se afirmando neste contexto social, investindo sempre das discussões
coletivas de análise da realidade, buscando capacitação permanente e um olhar bastante
assertivo, por este motivo:
É necessário um novo olhar para a realidade, pois as políticas informacionais cada vez
mais presentes nas organizações requer um profissional apto a lidar com elas, o desempenho
profissional também está atrelado ao uso correto e proveitoso das TIC’s, pois
Anote isso
Essa perspectiva de atuação profissional tem evoluído, de modo que tem direcionado
ações que contribuem para o exercício da cidadania através da implementação de sistemas
tecnológicos no âmbito da administração pública.
[...] esse recurso (TI] pode oferecer uma importante contribuição para
o (a) profissional em sua tarefa de articular as diversas mediações no
seu campo de atuação. Ou seja, mais do que um instrumento a ser
utilizado no exercício profissional, as TI podem ser também entendidas
como um elemento que potencializa outras dimensões já previamente
existentes. A apropriação desse recurso pode permitir a otimização de
competências e habilidades na atuação junto às expressões da questão
social nas diferentes políticas sociais (VELOSO, 2011, p. 21).
É preciso enxergar todo o potencial que as tecnologias podem trazer ao exercício profissional,
usá-la a nosso favor. Promover debates, reflexões e estudos que visem encontrar e identificar
as possibilidades de impactos que as TIC’s podem trazer à profissão é preciso gerar um maior
engajamento dos profissionais no que tange a compreensão das TIC’s enquanto poderosa
ferramenta para fazer circular as informações junto aos usuários e organizações. Informação
é poder!
Ainda de acordo com Renato Veloso (2011):
Assim destaca-se a relevante tarefa do Serviço Social ao criar estratégias que incorpore às
políticas informacionais e seus recursos das tecnologias de informação como ferramentas
para auxiliar sua práxis no âmbito das políticas sociais possibilitando formas inovadoras
de participação democrática e da gestão da informação, com efetiva democratização das
informações.
De tudo que foi visto até agora pode-se observar que dentre as inúmeras questões
contemporâneas que impactam a formação profissional do Serviço Social encontra-se aquelas
que indicam possibilidades de uso das inovações tecnológicas e os desafios para o exercício
profissional e para a consolidação do projeto ético-político profissional.
Anote isso
Vamos lá!! Comece a projetar a sua carreira profissional nesta nova era da informação e
observe que você é o protagonista desta cena.
A proposta aqui trazida neste processo de aprendizagem, vem identificar as potencialidades
da Tecnologia da Informação para o trabalho do Assistente Social que pode ser incorporado
pelos profissionais à medida que se disponha de alguns requisitos que remetam em primeira
instância a formação profissional sob diversas dimensões.
O exercício profissional do assistente social se constitui em dupla perspectiva: investigação/
intervenção:
Neste sentido, o uso das TICs podem contribuir em quais aspectos? Elas podem contribuir
AULA 11
AS TIC’S ENQUANTO FERRAMENTA
DE TRABALHO DO ASSISTENTE
SOCIAL
Anote isso
Por que falamos das TIC’s enquanto ferramenta instrumento do Assistente Social? É
através dos instrumentos que experenciamos a teoria social, pois não aplicamos a teoria à
prática, a primeira fundamenta a segunda. O instrumento serve ara reconhecer a realidade
é necessário conhecê-las para pode intervir junto a ela.
Fica claro para você aluno, o potencial estratégico que as TICs podem assumir na práxis
profissional? Elas podem contribuir para o planejamento, avaliação, monitoramento de
indicadores e dados, armazenamento de registros, viabilização de reuniões, atendimentos,
encontros remotos, e tem-se a certeza que
Tais mudanças visam contribuir para a independência e maior abertura para ações
mediatas, planejadas, mas isso só ocorrerá se o profissional tiver domínio das ferramentas
tecnológicas, caso contrário, se tornará refém da mesma.
[...] tomá-las [as TICs] como uma mediação, significa entendê-las como
um meio a ser utilizado para alcançar finalidades específicas, como
uma forma de se implementar determinado projeto, o qual, por sua
Vejam que, aos poucos a resistência, vai dando lugar ao entendimento dos benefícios das
tecnologias no cotidiano e fazer profissional. Esse medo essa resistência vai dando lugar à
valorização das TICs à medida em que mais profissionais vão se apropriando do seu uso e
percebendo seus benefícios.
Vamos pensar no ano de 2020, quando em tempo de uma grande pandemia, muitos
profissionais, precisaram se apropriar do uso das ferramentas tecnológicas para o
desenvolvimento do seu trabalho. Para alguns foi muito difícil, pois por longo tempo
acreditavam que a única maneira de fazer Serviço Social era presencialmente (não que não
tenhamos esta profunda característica que nos identifica).
A questão que deve ser levantada é: esta é a única e exclusiva maneira de fazer Serviço
Social, presencialmente? Durante o ano de 2020 isso caiu por terra, pois, muitas ações
que antes eram presenciais (reunião de conselhos, grupos, eventos, formação) passaram a
ser feitas de maneira remota, online. E neste movimento aligeirado de adaptação, quantos
profissionais adoeceram ou ficaram mais estressados pela dificuldade em manusear a
tecnologia, do que com a demanda de trabalho em si… eu por exemplo conheço vários!
Veja a seguir um trecho de uma reportagem publicada no informativo: CFESS Manifesta
do dia 23/03/2020, onde perceberá que mesmo resistente ao atendimento remoto ou uso
Certamente após a pandemia as TICs ganham novo significado na vida dos Assistentes
Sociais. Em alguns espaços sócio-ocupacionais os atendimentos aos usuários ocorreram
por chamada de vídeo, whatsapp, meet etc. Isso quer dizer que a qualidade e compromisso
ético-político foi esquecido? Claro que não. Mas muitos profissionais foram obrigados a
enxergar nas possibilidades disponíveis a única ferramenta para continuar atendendo as
necessidades apresentadas pelos usuários.
Anote isso
Para finalizarmos esta aula trazemos a contribuição de Atanazio (2019) que aponta:
Haja vista que a tecnologia de modo geral não venha como processo
de substituição é necessário então, compreendê-la como processo de
atribuição profissional, onde se tem uma ferramenta que apresenta como
um instrumental de trabalho e que influencia nas ações profissionais,
positivamente de maneira auxiliadora, tornando o cotidiano do Assistente
Social mais límpido (Lagares, Carmona e Serrano, 2011) (ATANAZIO,
2019, p. 33).
Não podemos mais negarmos que o estudo e a aceitação das ferramentas tecnológicas
como potencial agregador no desenvolvimento das ações do Assistente Social.
Vamos considerar os benefícios, vamos trazer o profissional de Serviço Social para o
centro e apresentar esta nova roupagem profissional. Profissionais com formação generalista,
conectada e ainda mais comprometida com o projeto ético-político. Assim apontamos as
contribuições e as novas discussões acerca das tecnologias da Informação.
De antemão sinalizo, se você tem alguma dificuldade com o manuseio das TICs aproveite
a sua formação profissional para agregar conhecimento, praticar, explorar a infinidade de
possibilidades de ferramentas disponíveis no ciberespaço, não espere alguém pedir, não
espere se deparar com a situação onde deverá aprender rapidamente, se antecipe, saia na
frente, seja um profissional diferenciado.
Alguns elementos podem ser grandes aliados dos profissionais no momento da atuação
profissional. Elementos que auxiliam o profissional no desenvolvimento de suas atividades e
que somados aos princípios teóricos do profissional garantem uma prática coerente e ética.
Compreenda que todas as profissões existentes fazem uso de tecnologias que auxiliam na
Espero que você tenha conseguido perceber a importância das TICs no trabalho do
Assistente Social, considerando que o processo de formação profissional é propício para
realizarmos tais reflexões.
Conto com você na próxima aula.
AULA 12
BOAS PRÁTICAS NO USO DAS
REDES SOCIAIS E TICS NO
SERVIÇO SOCIAL
Olá, esta é uma aula diferente, onde compartilharemos com você boas práticas na utilização
das redes sociais e tecnologias da informação e comunicação.
Podendo assumir a característica de Negócio Social, Empreendedorismo SOcial, Tecnologia
Social - independente do nome a causa é a mesma: SOCIAL.
Conheça algumas ideias práticas para empreendedorismo social relacionado a diferentes
áreas, e pode inspirar você nos trabalhos realizados no futuro:
Instituto Iniciativa que tem como mentora e principal líder a pedagoga Cybele
Chapada Oliveira, é uma organização focada em ajudar a melhorar a qualidade
da educação pública. A entidade faz isso oferecendo, principalmente,
apoio à formação continuada de professores e gestores de escolas.
Além disso, auxilia a criação de redes colaborativas voltada a
fortalecer o ensino formal e políticas públicas de educação.
www.institutochapada.org.br
Ateliê Bicudinho- Negócio de impacto socioambiental que tem a missão de utilizar
do-brejo a arte como ferramenta para promover conservação da natureza
e qualidade de vida. Trabalha principalmente na confecção de
peças de cerâmica únicas, que remetem a temas da biodiversidade
brasileira e do mundo dos animais. Parte do lucro dos produtos do
ateliê é revertido para a manutenção da Reserva Bicudinho-do-brejo,
localizada em Guaratuba (Paraná).
Badu Design Negócio social que leva aos consumidores produtos de
papelaria, presentes e organização feitos à mão por mulheres em
vulnerabilidade social, utilizando resíduo têxtil. Atualmente cerca
de 170 mil toneladas de resíduos têxteis são descartados no meio
ambiente e somente 36 mil toneladas são reaproveitadas. O restante
é direcionado para aterros e outros locais impróprios. A Badu Design
contribui para mudar este panorama, transformando o resíduo em
produtos, tornando-o fonte de renda e empoderando mulheres.
Vamos imaginar que você já está formado e precisa mobilizar um grupo ou uma
comunidade em prol de algo que beneficie a todos, por onde começar? O que fazer?
Primeiramente, sempre importante ouvir as dores (necessidades) daqueles que estão
em contato direto com a realidade, em seguida promover a discussão e participação sobre
quais são as prioridades.
Em seguida colocar as mãos na massa propriamente dito. A seguir trazemos possibilidades
de ações que pode auxiliar você na condução das ideias:
Outra ideia que pode ser viabilizada junto às comunidades e pode contar com um grande
suporte das TIC’s para sua viabilização são negócios sociais ligados à moda sustentável.
Você já ouviu falar?
Brechó do Barulho As vendas, além do espaço físico, podem ser feitas via redes
sociais e os pedidos entregues em estações de metrô.
Fonte: Elaborado pela Autora
Se você está com mil ideias na cabeça este é o momento de começar a interagir.
Comece a dar asas aos seus conhecimentos. Para ajudar você a compreender como
as redes sociais podem contribuir com projetos sociais e iniciativas empreendedoras,
separei alguns materiais que poderão te auxiliar:
1) Divulgação x Projetos Sociais
Link: <https://www.pressmanager.com.br/divulgacao-x-projetos-sociais/>
2) Rede social é focada em ações sociais e meio ambiente - Com formato similar
ao Orkut e Facebook o objetivo do BigChain.org é estimular as pessoas a interagir seja
em relação ao meio ambiente ou a educação infantil
Link: <https://olhardigital.com.br/noticia/rede-social-e-focada-em-acoes-sociais-e-meio-
ambiente/12731>
3) Presença digital: redes sociais para ONGs - Estar presente nas redes sociais
vem se tornando uma grande necessidade
Link: <https://blog.trackmob.com.br/presenca-digital-redes-sociais-para-ongs/>
4) 6 Dicas para sua ONG bombar nas redes sociais:
Link: <https://nossacausa.com/sua-ong-nas-redes-sociais/>
Além de tudo o que foi apresentado temos ainda algumas ações que geram impacto
positivo, gostaria de falar sobre os projetos ligados à àrea do cooperativismo. Atualmente,
muitas cooperativas têm sido apresentadas nas redes sociais, outras têm feito uso positivo
das tecnologias da informação e comunicação para alavancarem suas ações.
É importante que você tenha em mente a gama de possibilidades de trabalho que você
dispõe. No que tange ao cooperativismo você pode estabelecer parcerias para que as
cooperativas saiam do papel, além disso, esta é uma ferramenta que instiga a participação
social, estimula o empreendedorismo social promovendo o desenvolvimento local.
Muitas vezes ouvimos falar de cooperativas formadas por adultos, ligadas a diferentes
causas sociais. Mas você já ouviu falar das cooperativas mirins?
Por exemplo: o Instituto Sicoob viabiliza a formação de cooperativas mirins por todo o
Brasil, através do seu:
Espero que tenha gostado e se inspirado! Um grande abraço e até a próxima aula.
AULA 13
CULTURA MIDIÁTICA E O SERVIÇO
SOCIAL
Olá, querido aluno e aluna, preparados para mais uma aula? Você já conseguiu perceber
a importância do estudo das tecnologias e como elas se relacionam com o Serviço Social?
Espero que sim.
Nesta aula vamos estudar um pouco mais sobre a questão da convivência necessária
acerca da cultura midiática e o Serviço Social, sobretudo considerando o fazer profissional
nos dias atuais, à luz do Código de Ética Profissional do/a Assistente Social.
Pois no “contexto das transformações tecnológicas da informação e, ao mesmo tempo,
analisar os paradigmas impostos midiaticamente que permeiam o pensar e o agir dos
[assistente sociais] na contemporaneidade” (ARRAIS, 2009, p. 344). Neste sentido se faz
necessário a compreensão que o profissional precisa cada vez mais estar antenado quanto
às exigências do contexto no qual está inserido (social, cultural, econômico, etc.) a partir
do domínio destas informações os Assistentes Sociais, poderão “[...] potencializar suas
competências e atribuições e vir progressivamente a fazer uso da denominação de agentes
transformadores de informação” (ARRAIS, 2009, p. 344).
Muito se engana o profissional que julga não ser necessário o domínio e o conhecimento
aprofundado das Tecnologias da Informação e Comunicação, bem como o profissional que
não considera a comunicação enquanto ferramenta essencial na relação com o usuários
e seu empregador. Este tipo de pensamento é completamente excludente e muitas vezes
preconceituoso, indo na mão contrária do Projeto Ético Político e Código de Ética do/a
Assistente Social.
Sendo assim, é preciso pensar na interlocução do Serviço Social com esta cultura midiática,
a palavra interlocução pressupõe interação, contato entre uma ou mais pessoas, entre um
ou mais profissionais. Por isso é importante ter em mente que a interdisciplinaridade é
fundamental para um processo de comunicação que contemple a informação.
O profissional de Serviço Social tem à sua disposição uma série de possibilidades de
uso de diferentes mídias, e
midiática e tecnológica, deve ter a intenção de despertar a visão crítica e reflexiva, tanto
do profissional, quanto do usuário.
Como os Assistentes Sociais podem atuar como agentes de socialização de informações?
Sobre este assunto temos no seio da profissional consensos e dissensos. De uma maneira
ou outra um ponto é comum: é mais do que hora de colocarmos em pauta a discussão
sobre o papel e as contribuições dos assistentes sociais, enquanto categoria profissional,
no que tange às transformações tecnológicas da informação.
Sendo assim, é importante trazer à tona a reflexão aberta e aprofundada sobre o assunto
no coletivo profissional, pois é necessário
A partir do exposto acima, cito outro princípio fundamental previsto no Código de Ética:
“III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade,
com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras” (CFESS,
2012, p. 23). Acerca deste princípio e considerando o histórico da atuação profissional vemos
que os Assistentes Sociais, acabam por assumir “uma postura de intérpretes sociais dos
direitos” (ARRIAS, 2009, p. 350).
Mas o que isso significa professora? Como posso compreender a relação deste princípio
com o Serviço Social e a Cultura Midiática? Vamos lá, preste atenção:
O acesso aos direitos por parte do cidadão se dá a partir do conhecimento que este tem
sobre os mesmos. Ou seja, os direitos sociais necessitam ser compartilhados, socializados,
esclarecidos a todo e qualquer cidadão. É necessário uma comunicação, clara e fluída
quanto ao acesso a serviços e como acessá-los.
Anote isso
Para melhor compreensão vamos pensar na prática como isso pode acontecer? Como
você, caro aluno/a, se mantém informado? Quais recursos você lança mão para atualização
pessoal e profissional? Que ferramenta midiática você consome e que lhe permite adquirir
e interpretar dados e informações?
As informações são lançadas no ciberespaço, numa velocidade absurda, de forma
constante, uma diferença claramente percebida. Multiplataformas que permite que se escolha
a mídia, e que informação consumir. Contudo, você já se questionou quanto a veracidade e
confiabilidade das notícias e informações que consome diariamente?
Veloso (2005, p. 8) aponta que:
Anote isso
Veja que nós Assistentes Sociais diariamente estamos nos comunicando com alguém, seja
um usuário e sua família, seja numa reunião, seja com profissionais das instituições onde
atuamos, todo momento interagimos, ouvindo ou falando sobre algum assunto. Temos um
compromisso e uma responsabilidade ética e política em nossa atuação profissional. Por isso
precisamos desse entendimento, sermos capazes de analisar os processos comunicacionais
nos quais estamos envolvidos. Uma capacidade analítica que deve ser incansavelmente
estimulada, para não se deixar manipular.
Como tornam consciência e compreender o letramento midiático?
Figura: Três estágios que levam à capacitação midiática. Fonte: Adaptado de Fimon (2013, p. 19)
O nosso caráter educativo que perpassa pelo uso das tecnologias e inserido numa cultura
midiática visa contribuir para a formação de cidadãos conscientes de sua atuação na
sociedade. Buscar em nossas ações profissionais atividades que visem também o letramento
midiático, o que se objetiva com isso? Acompanhe a figura a seguir:
Figura: Seis razões para ensinar o Letramento Midiático. Fonte: adaptado de (BLAKE, 2011, p. 3)
Estas são razões sérias que devem ser consideradas visando preparar todos os cidadãos
para um cultura consciente, de paz e cidadania. A educação transforma vidas e pessoas. Gera
empoderamento e autonomia. Em todos os nossos processos comunicacionais deveríamos
ter em mente a relação Cultura Midiática versus Letramento Midiático (educação midiática).
Não falamos somente sobre o uso das redes sociais, mas tudo o que circula no ciberespaço,
mídias impressas, televisão, rádio. Todos os equipamentos e plataformas devem ser utilizadas
para o bem comum e coletivo e não como uma ferramenta de poder e manipulação da
opinião e valores controversos.
A partir de hoje comece a analisar a sua relação com as mídias disponíveis e as quais
você tem acesso, procure compreendê-las criticamente, veja o quanto é influenciado por ela e
quanto você também influencia. Nossa cultura é marcadamente digital e foi se transformando
ao longo destes últimos 20 anos.
Vamos considerar aqui oito elementos que contribuem para nossa compreensão da cultura
midiática e a necessidade de ações conscientes transformadoras, ressaltando que quando
falamos em mídia, não nos referimos somente a vídeos. Mídia é um termo para tudo o que
comunica (FIMON, 2013).
Perceba que a nossa atuação se dá de maneira articulada, não existe uma fórmula mágica
para atuação, mas temos à disposição as diretrizes muito bem fundamentadas um projeto
ético político que apresenta o compromisso profissional.
Sendo assim, esta aula nos apresentou a complexidade, completude e relevância do
Assistente Social, junto a questões tão emergentes e atuais.
Espero que tenha gostado e aprendido, um grande abraço!
AULA 14
COMUNICAÇÃO
DICA para acompanhar a aula: se veja formado/a, se imagine já um/a Assistente Social,
um profissional e que de repente é chamado para atuar numa grande instituição, além do
atendimento aos usuários, você também é responsável por uma equipe de profissionais,
você é um gestor/a!
Muitas vezes ao se descuidar da comunicação, os assistentes sociais acabando deixando
passar despercebidos os conflitos que acontecem, os desentendimentos, desmotivação
e falhas. Fatos que naturalmente acontecem, mas que não precisa que aconteçam com
frequência.
É questão de comunicar-se melhor, de um pouco de planejamento, de incentivar as pessoas
à nossa volta, de reunir-se para refletir sobre as dificuldades, e motivar para que haja um
envolvimento da equipe e também dos usuários.
É próprio da natureza humana estar sempre “rachando lenha e nunca parar de afiar o
machado”, como diz o provérbio, ou seja, vivemos preocupados com as urgências da vida,
ficando sempre na defensiva. É importante compreender os processos de comunicação como
parte integrante do seu cotidiano de trabalho. Compreendendo a comunicação enquanto
direito, pois
Todo cidadão tem o direito de acesso à informação, por meio de uma comunicação, clara
e segura.
Falando mais claramente é preciso estar preparado caso o profissional não tenha clareza
dos processos comunicacionais e domínio da oratória, poderá enfrentar alguns problemas
em seu cotidiano, acarretando inclusive em desgaste pessoal, baixa produtividade, sensação
de que “eu não sirvo para isso”!, por exemplo.
O jeito é afiar a ferramenta, ou seja, se capacitar permanentemente. Aprender e praticar
habilidades comunicação, interpretação, análise crítica. Para isso vamos refletir sobre elas.
A começar por saber se comunicar.
É costume acharmos que se alguma coisa está clara para nós, está também para os
outros. Você pode achar que a orientação que você está dando, que a instrução que está
passando ou que as coisas que você está dizendo e que para você estão muito claras, muito
explicadas, também estão para os outros.
Na maioria das vezes as pessoas não entenderam ou não estão entendendo. Então, é
necessário verificar o que as pessoas entenderam, fazendo perguntas assim: Bom, e quando
vamos começar o serviço? Onde é mesmo que vocês vão executar o conserto? Como pensam
em fazer isto? Pelas respostas você vai certificar-se do que realmente as pessoas entenderam.
O que fazer? Primeiro: quando é você que inicia a comunicação, pense sobre o que vai
transmitir, para transmitir, só o que é necessário, o que é verdadeiro, o que é de utilidade,
com as palavras apropriadas.
Segundo: quando você é informado (e, principalmente, quando fica em dúvida, desconfiado
em relação aquilo de que está tomando conhecimento!), investigue de onde veio a informação,
solicite mais detalhes, mais dados. Assim é possível ficar sabendo exatamente o que foi
informado e como foi.
Anote isso
Saber avaliar as notícias que chegam até às mãos do assistente social, é fundamental.
1- Evite conflito, confusão dissabor. Não fique supondo que o que está claro e explicadinho
para você, está também claro e explicadinho para os outros.
2- Quando puder, evite intermediários na comunicação (aquele recado que fulano deve
dar a alguém, que por sua vez deve repassar a outra pessoa...) comunique-se por escrito,
use o telefone, o email, o faz, vá conversar pessoalmente.
Comunicar eficazmente é fundamental na tarefa de liderar.
Importante é o receptor.
Quando comunicamos sempre achamos que nos fazemos entender. Acontece que a
comunicação é para que o receptor entenda.
Receptor é a pessoa com quem falamos é quem está nos ouvindo. No caso do líder os
receptores são os membros da equipe. Para comunicar bem você deve levar em muita
consideração o receptor. Como? Eis algumas orientações:
1- Ouça. Ouvir não é fácil. Conforme a ciência, ouvir provoca aumento das batidas do
coração e subida da temperatura interna do organismo.
2- Pare o que está fazendo, pare de andar, de escrever, de operar... e olhe para o receptor,
enquanto este lhe dirige a palavra.
3- Veja à sua frente o receptor e não o “seu” subordinado, o “seu” chefe, “aquele cara
chato”, “aquele molecão”.
Veja, sem preconceitos, o receptor. Porque se você em vez de ver ali o receptor, vê ali o
“seu” subordinado ou “aquele molecão” pode querer não dar importância ao que está dizendo.
Se você vê o “seu” chefe pode ficar tenso e inibido, o que impede de ouvir com atenção; se
você vê “aquele cara chato” pode irritar-se e de propósito não querer prestar atenção. Assim,
o receptor não está sendo levado a sério e você não está se comunicando bem.
4- Considere se o lugar e o momento são apropriados a uma conversa útil, às vezes é
interessante esperar outra oportunidade; é importante buscar um local confortável, sem
ruído, para um diálogo proveitoso.
5- Coloque-se (imaginariamente) no lugar do receptor para perceber como ele está se
sentindo no momento, no que acredita, no que pensa, a fim de entendê-lo e estabelecer
com ele melhor comunicação.
6- Fale de um jeito que o entendam, usando palavras apropriadas, de acordo com a
capacidade de entender o outro.
7- Observe como o receptor faz gestos, como está a expressão do rosto dele, porque
através desses sinais do corpo também se comunica.
Alguém diz: - Estou com um problema! (seu rosto aparenta calma, sua fala é sossegada:
o problema talvez seja pequeno).
Outro diz: - Estou com um problema! (seu rosto está branco, sua fala é trêmula, os olhos
estalados: o problema provavelmente é grave).
8- Crie situação para que perguntem, peçam esclarecimentos, de modo que você tenha
certeza de que o comunicado foi mesmo entendido.
9- Seja paciente.
10- Acredite que vale a pena gastar tempo para estabelecer boa comunicação.
Antes mesmo que a turma concluísse já o chefe veio julgando que não ia dar certo, porque
na sua empresa... e a Nanci, querendo dizer algo à amiga, julgava que ela poderia aborrecer-
se, julgava sem mais nem menos um comportamento que a amiga poderia ter ou não.
Para que a comunicação aconteça, não pode haver barreira ou bloqueios e sim abertura
entre quem fala e quem ouve.
Formas inadequadas de expressar-se, tanto de quem fala como de quem ouve, em vez
de abrir, bloqueiam o fluxo das comunicações.
Anote isso
Pense nos recursos a serem colocados à disposição para que o pessoal possa executar
a orientação: equipamentos, ajudantes, qual o local, quando, quanto tempo, tecnologias
disponíveis que podem facilitar a sua comunicação.
Durante:
Ao dar orientações, quer verbalmente, quer por escrito, ou outra ferramenta seja:
• Claro: dê uma orientação de cada vez, para não confundir.
• Completo: fale de uma vez tudo o que o pessoal tem de fazer, evitando ficar dando
ordens de “picadinho”. Cada hora, mais uma coisinha... Daqui a pouco mais um detalhe!
• E mais: faça perguntas ou incentive que façam perguntas, se esclareçam, para verificar
como a orientação foi compreendida.
E nunca finaliza com ameaças: “E se não fizerem assim como estou mandando, vocês
vão se ver comigo...”
Depois:
Acompanhar a execução. Caso a orientação não esteja sendo realizada de acordo com o
esperado, verifique por quê retomando a orientação, não deixando que o erro ocorra ou que
alguém saia com alguma informação equivocada, por falta de um diálogo franco e aberto.
O prejuízo que essa atitude causa não compensa.
Tendo a equipe executado a orientação, reconheça o desempenho; principalmente quando
se trata de tarefas duras, desagradáveis, mas que a turma executou a contento.
Veja: cada uma está interligada. Para que a fábrica produza. Vendas precisa informar o que
e quanto vendeu. Para que financeiro realize os pagamentos é preciso que seja comunicada
sobre o que o pessoal gastou e assim por diante.
Deve estar claro que, como um organismo (e por isso também as empresas são chamadas
de organização), as partes que o compõem se entendam, se ajudem, cooperem do mesmo
modo como partes de nosso organismo (pulmão, coração, fígado e estômago) trabalham
em conjunto para o nosso bem-estar para a nossa saúde.
Então, como realizar isto?
Através das reportagens que são as conversas, os telefonemas, as comunicações internas
por escrito, as planilhas, os gráficos, as fichas, os relatórios etc.
Tudo isso serve para;
1- Informar e ser informado.
2- Garantir a coordenação das atividades.
3- Prever problemas e ter soluções preparadas.
4- Fazer que as decisões sejam acertadas.
5- Mostrar como todos estão se empenhado.
AULA 15
FERRAMENTAS DIGITAIS
Quadro 9: Ferramentas digitais que podem te ajudar na elaboração do seu seminário. Fonte: Elaborado e adaptado pela autora.
Ambiente Virtual de Atividade (AVA): um ótimo exemplo é este que você mesmo utiliza
aqui no curso, como este existem tantos outros, visam mediar e interagir no processo de
ensino e aprendizagem. São ambientes virtuais que permitem a conexão entre duas ou mais
pessoas com uma finalidade, um objetivo definido. Os
Quadro 10: Ações que podem ser realizadas nos AVA. Fonte: Elaborado pela autora.
Mesmo que alguns não compreendam desta maneira, o ambiente virtual de aprendizagem
é um ambiente coletivo e cooperativo. É necessário compreender os conceitos trazidos nas
primeiras aulas, sobre como o ciberespaço pode viabilizar as relações humanas, neste caso
possibilitando as interações em prol da educação.
Por que existem dificuldades na interação entre pessoas via AVA? Pelo fato de sermos
fruto de uma formação educacional tradicional presencial. Estamos reaprendendo a aprender
mediatizados pela tecnologia.
Você sabe o que significa a sigla SRS? Pois bem, é o que popularmente chamamos de
redes sociais. E o que se entende por redes sociais?
As Redes Sociais são “estruturas fundadas por instituições e sujeitos que têm valores e
objetivos afins voltados para o compartilhamento de informação em dispositivos tecnológicos”
(KOMESU; ARROYO, 2016, p. 177).
[...] ainda que os SRS (sites de redes sociais) e aplicativos sociais como o
Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp não tenham sido criados com
propósitos educacionais, seus potenciais como espaços de ensinagem
se revelam ao analisarmos suas possibilidades de socialização, interação
e comunicação (FINARDI; PORCINO, 2016, p. 95).
Perceba que as autoras citadas acima usam um termo um pouco diferente: ensinagem.
Com isso elas se referem ao processo de ensino-aprendizagem de uma maneira muito
pertinente.
Neste aspecto eu já peço que, se você faz uso de uma ou mais redes sociais citadas a
pouco, procure fazer uma breve autoavaliação: como você utiliza as redes sociais? Com qual
frequência utiliza? Qual a finalidade?
Já refletiu?
Muito bem, agora eu peço que novamente você as olhe como uma ferramenta potencial a
ser utilizada profissionalmente! Mas não utilizada como muitas empresas de propaganda ou
anúncios. Mas como uma ferramenta que pode contribuir como instrumento de disseminação
da informação, conhecimento e inclusão.
Observe e analise as redes sociais como potencial instrumento profissional do ponto de
vista do Serviço Social. Como podemos nos valer das redes sociais a fim de dar voz, vez,
informar, ensinar, compartilhar informações sobre direitos, acesso a serviços e promover
participação?
Neste sentido, é que as autoras Finardi e Porcino (2016) trazem o termo ensinagem para
o meio das redes sociais. Junto a elas trago mais uma contribuição, bastante direcionada
a nossa profissão:
Neste contexto que contempla os conhecimentos disseminados por Paulo Freire, patrono
da educação, retomamos a ensinagem como fundamento e a dialética como métodos onde
não há apenas um receptor do conhecimento ou das mensagens, mas alguém que recebe
a mensagem, compreende, processa e é capaz também de produzir novos conhecimentos.
A “ensinagem” visa formar cidadãos autônomos, conscientes, críticos. As redes sociais
possuem uma força muito intensa sobre nossas vidas. Devemos zelar com atenção e cuidado.
Ao mesmo tempo em que podemos em posse da informação usá-la a nosso favor.
Para o uso adequado das redes sociais nas organizações onde trabalha, o Assistente Social
deve seguir as orientações institucionais, saber se esta possui um setor de comunicação e
caso não tenha deve juntamente com o corpo diretivo organizar um plano de ação, traçando
as devidas estratégias.
O quê queremos transmitir? Por que queremos transmitir? Para quem queremos transmitir?
Quem irá postar? Quem fará a organização dos conteúdos? Terá algum custo?
São alguns pontos que devem ser levados em consideração não somente pelos aspectos
técnicos, mas também pelas questões éticas, políticas e organizacionais. Pois a partir do
momento em que estamos inseridos nos espaços sócio institucionais e ao fazermos uso
de contas organizacionais, não nos manifestamos de maneira individual e sim coletiva.
Como posso utilizar o Facebook como ferramenta de disseminação da informação, de
maneira a contribuir com a coletividade? Por ser uma plataforma com grande número
de usuários é possível que o Assistente Social também aproveite para se comunicar
institucionalmente com os usuários dos serviços. Para tanto deve montar uma conta da
instituição, pois como citado anteriormente, o profissional não falará em nome próprio (para
isso ele deve utilizar sua conta pessoal).
O Facebook possui ampla abrangência e uma ferramenta capaz de disseminar informações
diversas, vamos verificar no quadro a seguir algumas operações possíveis de serem realizadas:
Essas são apenas algumas funcionalidades desta rede social. Algumas delas também são
passíveis de serem executadas pelo Instagram. Que possui também algumas funcionalidades
específicas.
Queridos alunos, certamente as redes sociais não substituem o atendimento presencial, elas
são apenas um reforço, uma ferramenta que pode ser utilizada como apoio nos processos
de comunicação junto aos usuários e comunidade.
Atualmente muito dos usuários possuem acesso às redes sociais, este perfil mudou, logo
muito se engana que o uso das Redes Sociais é um privilégio de uma determinada classe
social. As tecnologias estão permeando por diferentes camadas.
Basta observar os diferentes aplicativos criados pelo próprio governo federal para a liberação
de benefícios sociais, onde o usuário necessita de um aparelho de celular e acesso à Internet.
Este é um momento para se refletir, pois as possibilidades de interação com o usuário é
infinita, o novo profissional de Serviço Social precisa estar antenado as ferramentas que as
tecnologias permitem. Usá-las a favor da cidadania, da disseminação da informação correta,
gerar engajamento e compromisso com o conhecimento.
Foi em 2011 que a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou publicamente
que o acesso à internet deve ser enxergado como um direito humano. De acordo com
ela, a rede mundial de computadores “permite que indivíduos busquem, encontrem e
compartilhem informações de todos os tipos, de uma forma instantânea e barata”, além
de “impulsionar o desenvolvimento econômico, social e político das nações, contribuindo
para o progresso da humanidade como um todo”.
Hoje em dia, todo mundo sabe que a web é uma poderosa ferramenta para exercer a
democracia e garantir seus direitos como cidadão. Redes sociais e outras plataformas
digitais vêm sendo usadas há tempos para dar voz àqueles que nunca puderam
falar, disseminar culturas alternativas, tornar a educação mais acessível e servir
como ponto de encontro para discussões construtivas. A internet também se provou
o melhor meio de expressar suas ideias e opiniões, e é justamente por isso que ela vem
sofrendo tantas tentativas de censura ao longo dos últimos tempos, especialmente
em países politicamente conturbados [...]
Fonte: TECMUNDO. Como as comunidades carentes estão usando a tecnologia a seu
favor? Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/tecnologia/102284-comunidades-
carentes-usando-tecnologia-favor.htm>.
AULA 16
EMPREENDEDORISMO
Seja bem-vindo(a)! Chegamos ao fim de mais uma disciplina esta é a nossa última aula,
então aproveite para vislumbrar novas possibilidades e a contribuição das tecnologias para
o Serviço Social.
Esta disciplina é bastante provocativa, nos permite experimentar, fazer escolhas, tomar
decisões, realmente o nosso intuito é sair da zona de conforto e se conectar com o mundo
digital.
Falaremos sobre empreendedorismo e empreendedorismo social, onde empreender possui
íntima relação com a busca por oportunidades que sejam inovadoras e que devem estar
relacionadas com as necessidades das pessoas.
Vamos ainda desvelar o entendimento do que é ser empreendedor. Veremos que ser
empreendedor não tem nada a ver com alguém com dom divino ou então aquele que é
dotado de muita sorte. Este pensamento não existe mais, pois de acordo com Dornelas
(2002, p.20), “[...] qualquer pessoa pode aprender o que é ser um empreendedor de sucesso”!
O empreendedorismo é o ato praticado por aquele que deseja empreender.
Problemas novos nos pedem novas soluções! Nos pedem criatividade, inovação, ousadia
e coragem. No campo profissional é válido ressaltar que o mercado de trabalho pede cada
vez mais profissionais ágeis para atuar nesta realidade competitiva, isso obviamente abrange
o Serviço Social onde busca-se assistentes sociais capazes de buscar dados, analisar e
propor soluções.
E não é só buscar – analisar – propor! O diferencial encontra-se na capacidade do
profissional ser capaz de implantar, ou seja, colocar em prática suas ideias obtendo assim
um impacto positivo na realidade social onde está inserido profissionalmente.
De acordo com Sarkar (2008, p. 14),
E, ainda, temos a contribuição de Dolabela (2006, p. 26) que afirma que “[...] só pode ser
chamado de empreendedor aquele que gera valor positivo para a coletividade, incluída aqui,
evidentemente, toda a natureza”.
Um profissional empreendedor tem sido considerado uma virtude relevante para a decisão
de contratação ou não do candidato. Ser capaz de empreender faz parte da estratégia de
gestão das organizações mais modernas.
De acordo com Dolabela (2006, p. 54), “[...] o empreendedor é um insatisfeito que transforma
seu inconformismo em descobertas e propostas positivas para si mesmo e para os outros.
O empreendedor nunca para de aprender e de criar”.
O termo empreendedorismo, qual a sua origem e como foi se transformando ao longo
dos tempos.
Temos, ainda, a contribuição de Cho (2006, p. 36) que diz que empreendedorismo é “[...]
um conjunto de práticas institucionais que combinam a busca por objetivos financeiros e a
promoção de valores substantivos”.
Segundo Dornellas (2008), o empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos
que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. O empreeendedor
Anote isso
ORGANIZAÇÃO DEFINIÇÃO
LEITE (2003) O empreendedor social é uma das espécies do gênero dos
Empreendedores. São empreendedores com uma missão social,
que é sempre central e explícita.
ASHOKA; MCKINSEY Os empreendedores sociais possuem características distintas
(2001) dos empreendedores de negócios. Eles criam valores sociais
através da inovação à força de recursos financeiros em prol
do desenvolvimento social, econômico e comunitário. Alguns
dos fundamentos básicos do empreendedorismo social estão
diretamente ligados ao empreendedor social, destaca-se a
sinceridade, paixão pelo que faz, clareza, confiança pessoal,
valores centralizados, boa vontade de planejamento, sonhar e
uma habilidade para o improviso.
MELO NETO; FROES Quando falamos de empreendedorismo social estamos buscando
(2002) um novo paradigma. O objetivo não é mais o negócio do negócio
[...] trata-se, sim, do negócio do social que tem na sociedade
civil o seu principal foco de atuação e na parceria envolvendo
comunidade, governo e setor privado a sua estratégia.
PÁDUA;ROUERE Constituem a contribuição efetiva de empreendedores
(2002) sociais inovadores, cujo protagonismo na área social produz
desenvolvimento sustentável, qualidade de vida e mudança de
paradigma de atuação em benefício de comunidades menos
privilegiadas.
Quadro 12 – Conceitos diversos sobre empreendedorismo social – visão nacional. Fonte: Oliveira (2004).
Então, você conseguiu identificar alguém com as descrições acima? Como você compreende
a relevância de empreendedores sociais para a sociedade brasileira?
Depois de tudo o que acabamos de estudar, vale a pena citar a reflexão apresentada no
site www.destinonegocio.com, sob o título de “Empreendedorismo social: como promover
mudanças na sociedade”, que traz alguns pontos válidos para todas as pessoas e, sobretudo,
para você sujeito em formação profissional, futuro assistente social. A citação a seguir visa
provocar em você a necessidade de entendermos que o assistente social é e deve ser um
empreendedor e de provocar o empreendedorismo social nas realidades onde estivermos
inseridos:
Para contribuir ainda mais para este entendimento elaboramos um quadro comparativo
e com características entre empreendedorismo privado, responsabilidade social empresarial
e empreendedorismo social. O quadro é uma das formas didáticas de em termos elementos
novos e sistematizar nossas informações:
Quadro 13 - Características do empreendedorismo social, responsabilidade social empresarial e empreendedorismo privado. Fonte: adaptado de Melo Neto e Froes (2002).
Vamos neste momento conhecer um pouco sobre o perfil da pessoa que é um empreendedor
social, quais os conhecimentos, habilidades, competências e posturas que formam este
empreendedor:
Quadro 15- Exemplos de Negócios Sociais no Brasil. Fonte: Rede Asta (http://www.redeasta.com.br); Saúde Criança; (http://www.saudecrianca.org.br); CDI (http://www.cdi.
org.br); Grupo Primavera (http://www.gprimavera.org.br); Banco Palmas (http://www.bancopalmas.org.br); GEEKIE: http://www.geekie.com.br/; Sementes de Paz (http://www.
sementesdepaz.com.br )
Após o que acabamos de ver na tabela acima podemos perceber que é possível iniciar e
dar seguimento a muitas ações em favor do desenvolvimento social do nosso país.
Para Santos (1983, p.32), “a ação empreendedora (entrepreneurship) compreende: iniciativa,
inovação, gosto por mudanças, liderança, flexibilidade, oportunismo, dedicação, controle,
seleção e uso da competência”.
Como foi a leitura até aqui? Foi possível vislumbrar a relevância para o assistente social
compreender o que é o empreendedorismo e o empreendedorismo social? De como podemos
identificar potencialidades em cada usuário, grupos de trabalhos e comunidades?
Muito bem, chegamos ao final desta aula, como você foi até aqui? A aula trouxe novos
conhecimentos?
Encerrando nossa reflexão deixo a seguinte análise: as organizações estão buscando a
cada dia mais, profissionais positivos e carismáticos, capazes de ir além do conhecimento
técnico-operacional. Busca-se profissionais capazes de interagir com os usuários, instruindo,
indagando, demonstrando preocupação e comprometimento.
Lembre-se sempre que os usuários julgam sua experiência com o assistente social pelo
modo como foram tratadas enquanto pessoa e não pelo modo como foram tratados por
seus problemas.
Logo você pode pensar: mas o tempo é curto e os problemas são muitos!!!! Em seu campo
de estágio você realmente pode constatar que a demanda do Serviço Social é muitas vezes
numerosa e urgente, contudo, o que apresentamos nesta aula, sobretudo, no que diz respeito
ao empreendedorismo social, mostrou que é possível.
E a cada dia fica muito mais claro que existem muitos profissionais que buscam desculpa
para sua inércia e fracasso; os profissionais de sucesso procuram trabalhar as suas dificuldades
e superar a condição opressora e “limitadora”.
O empreendedorismo em sua essência busca descobrir maneiras de se conseguir o que
se quer, ao invés de viver procurando desculpas e culpados para as dificuldades diárias. Pois
a maneira como enfrentamos e lidamos com nossas dificuldades e problemas (pessoais e
profissionais) é uma escolha nossa! Pense nisso!
Um grande abraço e até a próxima.
CONCLUSÃO
Agora que chegamos ao final desta jornada gostaria que você fizesse um balanço sobre
como foram seus estudos. Foi possível compreender a relevância das tecnologias da
informação e comunicação no cotidiano profissional?
Que o entendimento das TICs não se tratam de modismos e sim que nossa sociedade
está em plena e constante transformação, exigindo profissionais cada vez mais capacitados
e habilitados para o exercício profissional, independente da formação técnica?
Mesmo que estejamos vivendo em uma cultura digital, moramos em um país marcado
pela exclusão social e também digital, e que enquanto profissionais temos a capacidade e
expertise para promover a inclusão social e digital, a partir da nossa intervenção profissional….
você já pensou nisso?
Para recapitular saiba que trabalhamos muito ao longo desta disciplina, pois ao longo
do caminho tivemos a oportunidade de compreender a evolução das tecnologias; o que é e
como se apresenta a quarta Revolução Industrial; conceitos e reflexões sobre o ciberespaço,
cibercultura, cyberbullying; a importância de se conhecer a sociedade da informação e seus
impactos no mundo do trabalho no qual nós assistentes sociais também estamos inseridos
e por fim uma análise sobre a temática do acesso digital e sociedade da informação.
Num segundo momento tivemos a oportunidade de estudar sobre as Políticas Informacionais
no Brasil; descobrindo e se aprofundando sobre as tecnologias sociais e suas interfaces com
as políticas públicas; conhecendo a relação entre a tecnologia em saúde e o serviço social
relacionando as possíveis contribuições do Serviço Social; vimos ainda a influência das
novas tecnologias na formação e atuação do Assistente Social no Século XXI e a inserção
das Tic’s nos Espaços de trabalho do Assistente Social e como as tecnologias da informação
e comunicação podem ser utilizadas como ferramentas de trabalho do Assistente Social.
Por fim pudemos conhecer ações práticas no uso das redes sociais e TICs no Serviço
Social e a importância da compreensão desta cultura midiática para o Serviço Social; nos
aprofundamos acerca dos processos de comunicação levando em consideração inclusive
as ferramentas digitais mais utilizadas. Fechamos com chave de ouro discutindo elementos
sobre empreendedorismo social.
Muitas oportunidades nos foram ofertadas, pois esta disciplina pretendeu além de tudo
despertar em você o seu potencial criativo e como as TICs podem e devem contribuir para
o desenvolvimento humano e a transformação social.
Desejo a você todo sucesso!
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