Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESTUDANTES ON-LINE:
AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
2020
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
OBJETIVOS DO CURSO
1. Identificar e conceituar letramento digital, as mídias digitais e o uso da tecnologia na
atualidade;
5. Avaliar os conhecimentos obtidos para criar propostas de integração das mídias digitais
com as práticas pedagógicas.
CONTEÚDO DO MÓDULO
INTRODUÇÃO
Está por todos os lados, não há como escapar e
como ignorar: torna-se cada vez mais fundamental a
utilização de tecnologia e mídias diversas no contexto
educacional – assim como em qualquer outro. A des-
peito das problemáticas de acesso e da intensificação
das desigualdades entre territórios e comunidades
devido à possibilidade de apropriação deste ferra-
mental - que tocaremos em momento próximo -o que a sociedade nos revela é que estar co-
nectado é ação quase que obrigatória, para se sentir parte, fazer parte e interferir no todo,
seja ele pequeno, médio ou grande.
Desde o surgimento das primeiras máquinas - que trouxeram mudanças nas formas da
sociedade agir, pensar e, principalmente, comunicar e relacionar - não há mais como dar um
passo para trás. A cultura, enquanto conceito sociológico que engloba toda expressão artísti-
ca, literária, musical, de crenças, costumes, religiosidades, leis, rituais e linguagem falada e
escrita, já está intrincada pelas mídias e a tecnologia. Da mesma maneira, não podemos pen-
sar em um currículo pedagógico que se distancie de aspectos culturais e do contexto de vida
dos estudantes. Dessa feita, estabelece-se o desafio: como utilizar as mídias e tecnologias a
favor da aprendizagem dos estudantes?
Mas a questão vai além. Como muito bem proposto por Seymour Papert, não basta co-
locar essas novas máquinas para continuar fazendo o mesmo papel de outras, que estão
caindo em desuso e – muito menos – para ocupar o
papel do professor. Quando relacionamos Tecnologi-
as de Informação e Comunicação com Educação, o
desafio que se apresenta é: como utilizá-las como no-
vos meios de expressão, como novas ferramentas que
propiciem ao estudante a criação de coisas?
3
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
INDICAÇÃO DE LEITURA
4
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
VEJA TAMBÉM
HAREL, Idit. PAPERT, Seymour; (org.). Situating Constructionism. INCAE Centro Latinoa-
mericano para la Competitividad y el Desarrollo Sostenible, Digital Nations, MIT Media Lab.
Alajuela (Costa Rica) : INCAE, 2002. Disponível em http://web.media.mit.edu/~calla/
web_comunidad/Reading-En/situating_constructionism.pdf (em inglês)
5
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
6
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
7
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
8
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
VÍDEO
LONGA-METRAGEM (CINEMA)
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (A.I. - Artificial Intelligence)
Direção: Steven Spielberg, EUA,2001
9
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
COCO, Pina Arnoldi. A ficção na TV. In: OLINTO, Heidrun Krieger e SCHØLLHAMER
(org.) Literatura e mídia. Rio de Janeiro: Ed. Puc-Rio; São Paulo: Loyola, 2002.
BORELLI, Silvia Helena Simões. Popular, massivo, erudito, articulações, exclusões in:
Ação, suspense, emoção: Literatura e cultura de massa no Brasil. São Paulo: Editora Es-
tação Liberdade, 1996.
BOSI, Eclea. Cultura de massa e cultura popular: leituras operárias. Petrópolis: Vozes,
1996.
COHN, Gabriel Televisão, consciência e indústria cultural. In: COHN, Gabriel (org.). Comu-
nicação e Indústria Cultural. São Paulo: T. A. Queiroz; 1987.
Mas não paramos por aí, após a consolidação das mídias já citadas, tivemos o advento
das chamadas mídias digitais, o que causou uma mudança na nomenclatura das mídias ante-
riores, conhecidas agora como mídias tradicionais, off-line, analógicas, entre outros.
As mídias digitais têm duas características consequentes: utilizam a internet como meio
de distribuição e permitem uma interação, ou seja, a mensagem é recebida e pode ser res-
pondida pelo receptor, que sairia da passividade costumeira com as mídias analógicas.
Daí advém então os termos: Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e Tecnolo-
gias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC).
10
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
VEJA OS VÍDEOS
11
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
12
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
Reconhecida a facilidade que o nosso exemplo do projetor traz para nossas vidas como
professores, mas, sem deixar de lado as perguntas que estamos usando como fio condutor
do nosso capítulo, voltamos a falar de Seymour Papert, já citado por aqui.
13
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
14
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
15
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
16
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
17
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
18
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
Ou seja, mais uma vez teremos uma concentração do conhecimento adquirido durante
o isolamento social pelos estudantes das escolas privadas, que representam a minoria dos
matriculados no sistema de ensino no país.
A internet inaugurou toda uma gama de infi-
nitas possibilidades, que transformou a sociedade
em praticamente todos os seus aspectos.
A comunicação, interação, pesquisa, notícias
– falsas ou verdadeiras – alcance das informações,
novas profissões, relacionamentos, enfim, tudo
passou a ter na internet novas maneiras de existir.
19
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
Sabemos – mas frequentemente ignoramos – o fato de que não são todos que têm
acesso a este novo mundo de possibilidades.
Vide, por exemplo, os milhões de brasileiros invisíveis que emergiram neste momento
de cadastro para recebimento do Benefício Emergencial do governo, pessoas sem acesso à
internet, às informações e sem CPF ativo.
As crianças e os jovens, assim como os invisíveis, tam-
bém utilizarão as oportunidades que o mundo on-line en-
gendra segundo fatores contextuais e sociais, seja na cons-
trução da sociabilidade, na participação da vida política, na
inserção em atividades econômicas, entre outros.
Além das oportunidades, tais fatores também moldam a exposição destas crianças e
jovens aos riscos, que também são múltiplos e diversos.
Sendo assim, as condições de acesso à internet dependem da infraestrutura, da plurali-
dade dos dispositivos disponíveis e da mediação adequada dos responsáveis.
Para nos aprofundarmos nesta questão, cabe analisar algumas informações sobre o as-
sunto.
Usaremos como referência o estudo feito pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil
(CGI), intitulado TIC KIDS ONLINE BRASIL Pesquisa Sobre o Uso da Internet por Crianças e
Adolescentes no Brasil
IMPORTANTE CONHECER
20
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
21
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
Figura 1: Crianças e adolescentes que acessaram a internet nos últimos três meses (2018) Total de crianças e
adolescen- tes de 9
a 17 anos (%)
Olhando mais de perto a cidade de São Paulo, o estudo do Núcleo de Informação e Co-
ordenação do Ponto BR – NIC.br e o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br preparam o
documento “Desigualdades digitais no espaço urbano: Um estudo sobre o acesso e o uso da
Internet na cidade de São Paulo”, publicado no ano de 2019.
IMPORTANTE CONHECER
22
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
Quando analisamos as diferentes regiões da cidade de São Paulo, assim como o docu-
mento supracitado o faz no capítulo intitulado Dinâmicas intraurbanas e desigualdades terri-
toriais: elementos para o debate sobre inclusão digital na cidade de São Paulo, percebemos
que os mais diversos indicadores – percentual da área de favelas e de loteamentos irregula-
res, equipamentos de cultura públicos e privados, árvores em via pública, distribuição por
faixas de renda, ensino superior completo, empregos formais, taxa de mortalidade por cau-
sas externas – demonstram as disparidades entre o centro expandido e a zona Oeste, com o
restante da cidade, principalmente as regiões mais distantes das Zonas Leste e Sul (na Figura
2, Leste 2 e Sul 2).
23
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
Figura 3 – Proporção de domicílios com banda larga superior a 4MPBS (2016 e 2017) por região da cidade
Figura 4 – Exclusão digital: infraestrutura; % domicílios que declaram ter Banda Larga superior a 4 MBPS em
São Paulo em função da classe socioeconômica, 2012 comparado a 2017.
24
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
Em outro capítulo – Inclusão, tecnologias e dinâmicas territoriais: uma análise das desi-
gualdades digitais na cidade de São Paulo – após o cruzamento de indicadores referentes à
exclusão digital e exclusão social, a conclusão é que: Cidade Tiradentes, Itaim Paulista, Jaça-
nã/Tremembé, São Mateus e São Miguel são as subprefeituras que apresentam a maior taxa
de alta exclusão, seja social, seja digital, ao passo que Lapa, Pinheiros, Santo Amaro, Sé e Vila
Mariana são aquelas que correspondem ao oposto (baixa exclusão social e digital).
De acordo com o Censo 2010 (IBGE), a proporção da população paulistana que reside
nas regiões abarcadas nestes dois grupos é muito semelhante: 15% da população paulistana
no primeiro grupo e 14% para o outro grupo.
Contudo, o que sobressai na análise é que o
grupo de Lapa, Pinheiros, Santo Amaro, Sé e Vila Ma-
riana concentra 37% do total de rendimentos dos do-
micílios da cidade com uma renda per capita 6 vezes
maior, enquanto o primeiro responde a apenas 17%.
25
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
26
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
ASSISTA AO VÍDEO
Os resultados do uso de mídias digitais podem ser positivos ou negativos, como tam-
bém já bem sabemos, contudo, esta característica também está intimamente atrelada às
questões como renda, grau de instrução e gênero; sendo assim, pesquisadores concluem que
o acesso potencial (não efetivo) pode ampliar, ainda mais, as desigualdades tradicionais já
existentes, ao apresentar novos riscos (HELSPER in NIC.BR, 2019, pág. 23).
Podemos alinhar que, da mesma forma, caminham os esforços de pesquisa na área de
educação: mais do que averiguarmos se as escolas possuem acesso à internet, se utilizam
tais aparatos e tecnologias, cabe aprofundarmos e refletirmos sobre os resultados que esta
introdução tem gerado no processo de aprendizagem dos estudantes.
Sendo assim, após este primeiro módulo de conceituação e ressignificação, partimos
para o próximo Módulo trazendo a sala de aula como o palco onde os atores/estudantes cri-
am e recriam suas histórias, tendo como meios de expressão variadas tecnologias.
27
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
REFERÊNCIAS
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base.
Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2017. Disponível em http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf Acesso em 05 maio 2020.
CGI—COMITÊ GESTOR DA INTERNET DO BRASIL CGI.BR. TIC Kids Online Brasil 2018. São Paulo : Nú-
cleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (ed). 2019. Livro eletrônico. 6000Kb. PDF. 352p. Dis-
ponível em https://cetic.br/media/docs/publicacoes/216370220191105/
tic_kids_online_2018_livro_eletronico.pdf Acesso em 30 abr 2020.
NIC.BR NÚCLEO DE INFORMAÇÃO E COORDENAÇÃO DO PONTO BR. Desigualdades digitais no espaço
urbano: um estudo sobre o acesso e o uso da Internet na cidade de São Paulo. São Paulo: Comitê
Gestor da Internet no Brasil, 2019. Livro Eletrônico. 5800Kb, 176p. Disponível em https://cetic.br/
media/docs/publicacoes/7/11454920191028-desigualdades_digitais_no_espaco_urbano.pdf Acesso
em 30 abr 2020.
KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: Um novo ritmo da informação. 8. ed. Campinas: Papirus,
2012. p. 15-25.
MIRANDA, D. S. Reflexões sobre educação, cultura e tecnologias. In: Cultura, educação e tecnologias
em debate / Organização de Fernando Almeida; Gustavo Torrezan; Luciana Lima; Rosana Elisa Catel-
li; Realização PUC-SP; CETIC.br; NIC.br; CGI.br; Serviço Social do Comércio. – São Paulo: Sesc São
Paulo, 2019. Disponível em https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/uploads/
BibliotecaTable/9c7154528b820891e2a3c20a3a49bca9/328/15582121151504695058.pdf. Acesso
em 02 maio 2020.
RESNICK, M. Lifelong Kindergarten: Cultivating Creativity through Projects, Passion, Peers and Play.
Prefácio de Ken Robinson. Cambridge, MA: MIT Press, 2017.
SANTANELLA, L. Novos Desafios da Comunicação. Lumina - Facom/UFJF - v.4, n.1, p.1-10, jan/jun
2001. Disponível em http://www.ufjf.br/facom/files/2013/03/R5-Lucia.pdf . Acesso em 03 maio
2020.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Ed. Hucitec,
1996.
SOUSA, J., FINO, C. N. As TIC abrindo caminho a um novo paradigma educacional. In: Revista Educa-
ção & Cultura Contemporânea, 5 (10), 11-26 1º Semestre 2008. Rio de Janeiro: Universidade Estácio
de Sá, 2008. Disponível em http://www3.uma.pt/jesussousa/
Publicacoes/57AsTICabrindocaminhoaumnovoparadigmaeducacional.pdf Acesso em 05 maio 2020.
28
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
29
ESTUDANTES ON-LINE: AS MÍDIAS A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO
Mitchel Resnick, LEGO Papert Professor of Learning Research, MIT Media Lab By Joi Ito - Flickr: Mitchel Res-
nick, Wikimedia Commons CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=16923091—14a
Mostra de Ciências—Escola Nova Canaã—Prefeitura de Boa Vista (RR) Foto Eduardo Andrade—https://
www.boavista.rr.gov.br/comum/code/MostrarImagem.php?C=MTg5MDQ%2C - 18b, 26a
Ridisegnata con LibreLogo a partire da un'idea di S. Papert Wikimedia Commons CC BY-SA 4.0—14b
Seymour Papert. ak_mardini - https://www.flickr.com/photos/mardinix/152833938/ CC BY-SA 2.0—05
30