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Técnica e tecnologia
Conteúdo organizado por Natasha Young Buesa em 2022 do livro
Convergências entre Currículo e Tecnologias, publicado em 2019 por Siderly
do Carmo Dahle de Almeida.
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer a origem das técnicas e tecnologias com a origem da civilização.
• Compreender a diferença entre os termos técnica e tecnologia.
• Entender qual o vínculo existente entre tecnologia, educação e currículo.
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Introdução
‘Sociedade da Informação e do Conhecimento’, ‘Tecnologias da Informação e
Comunicação’ (TIC), ‘Tecnologias Digitais’, ‘Aprendizagem’, ‘Currículo’, ‘Práticas
Pedagógicas’, e tantas outras… Como juntar todas essas expressões no pensar sobre
a educação contemporânea?
Qual a relevância das tecnologias da informação para o processo de ensino e
aprendizagem moderno? Será que essa inserção alterou a forma de ‘fazer’ educação?
Conhecemos as respostas a essas perguntas, visto que as tecnologias, quando
articuladas ao currículo escolar levam consigo a promessa de transformações
significativas e positivas, superando a forma de ensino tradicional, no qual docentes
são os transmissores únicos da informação, o centro do ‘fazer educação’ e os discentes
são sujeitos passivos, recebedores desse saber pronto e expositivo.
Com essa relação a aprendizagem ganha outra roupagem, vislumbra outras
possibilidades e a prática pedagógica se transforma em fomentadora de
conhecimentos significativos. (Tezani, 2017)
Reforçaremos a ideia de que as tecnologias digitais nos auxiliam, atualmente, a
transformar o processo pedagógico em algo mais dinâmico e proveitoso.
A habilidade cerebral e o fato de andar sobre suas próprias pernas deram ao ser
humano a capacidade de sobreviver, e ao ter as mãos livres foi capaz de produzir as
primeiras ferramentas e objetos úteis para seu uso e que lhe permitiram enfrentar as
adversidades da natureza.
Além dessas habilidades, a capacidade de agregação social lhe permitiu conviver em
sociedade, superando a fragilidade biológica, criando vestimentas, armas, habitação,
utensílios e outros elementos e objetos que lhe ajudavam a sobreviver e a se
desenvolver.
Em grupos nômades, esses seres primitivos iam criando objetos de pedra, idealizando
técnicas de caça e de pesca e dominando o fogo. Mais adiante, ao conviver em aldeias
passaram a ser capazes de construir vivendas e ferramentas de cerâmica e de metal e
assim iam se desenvolvendo, criando, inovando e descobrindo novas ferramentas e
assim iam ampliando cada vez mais as suas perspectivas de sobrevivência.
À medida em que foram fomentando a agricultura, os seres humanos aumentaram o
uso da roda, do arado e dos moinhos, desenvolveram a metalurgia, criaram os sistemas
de irrigação e a utilização dos animais domésticos. O aperfeiçoamento da agricultura
propiciou a construção de obras públicas e a fundação das cidades. Aos poucos,
foram desenvolvendo diferentes maneiras de obter energia elétrica e diversificando
suas forças produtivas até o surgimento de grandes indústrias, chegando, no contexto
civilizatório atual. (Tezani, 2017)
Técnica e tecnologia • 5/15
Saiba Mais
Para conhecer um pouco mais sobre as tecnologias primitivas e a
evolução ao longo do tempo leia os seguintes textos e veja os vídeos
indicados:
1. Rodrigues, P. E. Tecnologias na pré-história. https://www.infoescola.
com/historia/tecnologias-na-pre-historia/ acessado em 09 de junho
de 2022
2. Hayne, L. A; & Wyse, A. T de S. (2018) Análise da evolução da
tecnologia: uma contribuição para o ensino da ciência e tecnologia.
https://periodicos.utfpr.edu.br/rbect/article/download/5947/pdf
acessado em 09 de junho de 2022
3. Vídeo da profª Cíntia. A evolução tecnológica. https://www.
youtube.com/watch?v=eK1vUVsXYM8 acessado em 09 de junho
de 2022.
4. Vídeo do Projeto dias. Evolução das tecnologias na educação.
https://www.youtube.com/watch?v=tcLLTsP3wlo acessado em 09
de junho de 2022.
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Parece estranho falar sobre isso, mas o pior é que não faz tanto tempo assim. Mas,
vamos em frente.
Da mesma maneira que ocorreu com os ‘homens das cavernas’, essa relação entre
poder e técnica se agravou a ponto de a inovação tecnológica dar ainda mais poder
e chances de dominar e de acumular riquezas a quem as tem.
A tecnologia não diz respeito apenas a máquinas, também tem a ver com a inteligência,
e a linguagem reflete a tecnologia da inteligência, pois gera a construção humana que
permite a comunicação entre as pessoas, e que se transforma a todo instante. Temos
ainda as TICs, que se associam à tecnologia da inteligência, que não se apresentam em
apenas um suporte (formato, meio), e que são capazes de causar respostas emocionais,
prender a nossa atenção e nos influenciar, como a televisão e os computadores
pessoais, para citar alguns dos mais convencionais apenas. (Tezani, 2017)
Técnica e tecnologia • 8/15
Já faz alguns anos que ouvimos falar sobre o uso das tecnologias no processo educativo,
afinal, atualmente elas estão tão presentes que nem nos lembramos ou percebemos
que as estamos utilizando, e muito menos nos lembramos de como era nossa vida antes
delas. Porém, nesse caso, são as tecnologias digitais de informação e comunicação
(TDICs) que surgiram juntamente com a internet. São tecnologias bem mais modernas
do que aquelas surgidas no início da civilização, não é verdade?
Diga-me a verdade… você consegue hoje em dia ficar sem acessar seu e-mail, seu
WhatsApp, seu Facebook, seu Instagram, ou algum outro desses aplicativos ou
ferramentas digitais por 24h? Provavelmente, a resposta obtida seja que não. Vale
ressaltar que, hoje, podemos resolver quase todas as nossas pendências e necessidades
por meio de um aparelho celular, como pagar uma conta, comprar qualquer coisa,
inclusive em outro país, diga-se de passagem, saber o que está acontecendo no Brasil
e no mundo, e inclusive … telefonar.
Com tantos benefícios e facilidades, por qual motivo nós ainda não conseguimos
associar, efetivamente, a tecnologia e o currículo escolar? O que está faltando? Será
que estamos exigindo demais das tecnologias? Será que mesmo com tanta tecnologia
a base de tudo está no conteúdo e na forma como é transmitido? Após mais de 20
anos de existência da internet, será que a educação mudou efetivamente? (Almeida,
2019)
Nos dias atuais, as instituições educacionais (não todas, mas muitas delas) contam
com diversos recursos tecnológicos como projetores (datashow por exemplo),
computadores, tablets, celulares, internet, mídias sociais, ambientes virtuais, além das
várias opções de hardware e software, algumas pensadas especificamente para a
educação, outras vieram de outras aplicações e foram adaptadas para a escola, porém,
todas fazem muita diferença na qualidade das aulas ministradas.
Técnica e tecnologia • 9/15
Em Resumo
Estudamos, nesta aula, que em tempos remotos, para garantir a sua sobrevivência,
os seres humanos usavam a astúcia para controlar os elementos da natureza, que
poderiam ser utilizados para sua defesa ou mesmo para o ataque, caso fosse preciso.
Atualmente, o ser humano recorre a uma série de recursos, mais ou menos tecnológicos
para sua sobrevivência, e quanto mais existe o domínio sobre eles, mais esse ser humano
sobressai. Aprendemos que a técnica corresponde à habilidade do ser humano para
executar alguma coisa, que está ligada ao ‘fazer’, e que por outro lado, a tecnologia é
o resultado das técnicas, as engloba, e inclui ainda os conhecimentos e tudo que o ser
humano for capaz de criar e desenvolver. Também estudamos que o vínculo entre as
tecnologias e a educação ocorre quando existe, de fato, um uso que gere conhecimento
significativo na escola, não sendo apenas uma representação de uma prática tradicional
com cara moderna, como o uso do computador apenas para digitar as respostas de uma
atividade. E assim como aconteceu no passado, que novas necessidades foram surgindo
e com isso foram criadas novas ‘tecnologias’, o mesmo ocorre nos dias atuais e continuará
acontecendo, portanto, cabe a nós, docentes e demais agentes das instituições de ensino
nos adaptarmos a essa nova realidade.
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Na ponta da língua
Referências Bibliográficas
Almeida, Siderly do Carmo Dahle de. (2019). Convergências entre currículo e
tecnologias. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes.
Tezani, Thaís. (2017) Tecnologias da Informação e comunicação no ensino. São Paulo:
Pearson Education.
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LIVRO DE REFERÊNCIA:
Imagens: Shutterstock
currículo
As tecnologias digitais de
informação e comunicação e o
PRINCÍPIOS DO PROJETO DE CURRÍCULO (PRINCIPLES OF CURRICULUM DESIGN) - EDU500 - 3.2
As tecnologias digitais de informação e comunicação e o currículo • 2/16
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender como ocorre a inserção das tecnologias nos currículos.
• Conhecer alguns programas de inclusão de tecnologia nos currículos.
As tecnologias digitais de informação e comunicação e o currículo • 3/16
Introdução
Estamos estudando, e vivenciando, que as tecnologias da informação e comunicação
transformaram as formas de se relacionar, e claro, de se comunicar, dos seres humanos.
A possibilidade de uso dos telefones móveis, o rápido e fácil acesso às informações
(hoje em nossas mãos, literalmente), a digitalização cada vez mais crescente de
documentos, substituindo os arquivos físicos em papel, o acesso à literatura digital e
a automação de ações cotidianas, como transferir dinheiro, fazer compras, passar por
uma teleconsulta, são exemplos que deixam clara a passagem do século XX para o
século XXI, período que ficará gravado como de passagem do mundo analógico para
o digital.
Nos dias atuais, as redes sociais são fundamentais para a transmissão e divulgação
rápida de informações, encurtando (ou eliminando) as distâncias (ainda que não
sejam físicas) e modificando sobremaneira os modos de ser e de agir. (Wunsch, 2018)
Diante desse contexto, as instituições de ensino e seus agentes não poderiam ficar de
fora. Portanto, vamos estudar as influências e benefícios das tecnologias no processo
educativo, mas principalmente nos currículos.
Vejamos primeiro como ocorreu o processo de inserção das tecnologias digitais de
informação e comunicação no currículo escolar.
A inserção das TICs no currículo escolar no Brasil ocorreu antes do boom no uso
da internet como conhecemos hoje. Foi no início da década de 1980, atendendo
às recomendações advindas dos encontros realizados pelo Ministério da Educação
(MEC), no Projeto Educom.
Nele, surgiu a ideia de distribuir em 5 instituições de ensino superior públicas,
centros de informática em educação. São elas: a Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e
a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
As tecnologias digitais de informação e comunicação e o currículo • 4/16
Castells (2005, como citado em Tezani 2017), a respeito do uso das novas tecnologias
de telecomunicações de 1980 a 1990, explica que elas passaram por 3 estágios:
○ a automação de tarefas;
○ as experiências de usos; e
○ a reconfiguração das aplicações.
No caso dos dois primeiros estágios, o processo baseou-se no ‘aprender usando’, e
no terceiro no ‘aprender fazendo’, o que causou uma reconfiguração das redes e a
descoberta de novas formas de aplicação e uso. (Tezani, 2017)
Continuando com nossa trajetória da inserção das TICs no currículo, um docente
do Massachusetts Institute of Technology (MIT) chamado Seymour Papert, que
tinha trabalhado com Jean Piaget, organizou um movimento que procurava realizar
transformações significativas nas práticas pedagógicas, usando computadores
para o ensino.
Antes, porém, em 1967, junto com Marvin Minsky, um especialista em inteligência
artificial (IA), desenvolveu a linguagem de programação chamada Logo, que
possibilitava que o usuário executasse seus programas de forma lúdica e fácil.
Do ponto de vista da educação, o Logo era simples, porque apresentava características
que permitiam aos usuários de diversas áreas e níveis de escolaridade, usá-lo. Do
ponto de vista da computação, era uma linguagem complexa, porque apresentava
características de 3 paradigmas computacionais diferentes: o procedural, o orientado
a objetos e o funcional. Porém, o Logo é mais conhecido pelo primeiro paradigma,
o procedural, especialmente o Logo Gráfico, caracterizado pela presença de uma
tartaruga no cursor, que se deslocava pela tela com alguns comandos.
Esse comando da tartaruga auxiliava os alunos no aprendizado de importantes
conceitos matemáticos ligados à geometria, que ficaram conhecidos como ‘geometria
da tartaruga’. Vale ressaltar que essa abordagem, denominada ‘construcionista’
(fundamentada no construtivismo de Piaget), visava causar uma intensa mudança no
processo de ensino e aprendizagem.
As tecnologias digitais de informação e comunicação e o currículo • 6/16
Saiba Mais
Para conhecer um pouco mais sobre a Geometria da Tartaruga, leia os
seguintes textos:
Atractor. (2010) No rastro da tartaruga. https://www.atractor.pt/
publicacoes/270.pdf acessado em 09 de junho de 2022.
Motta, M. S & Miranda, D. F. de. (2008) Geometria da Tartaruga.
http://www1.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_
ARQUI20140528143213.pdf acessado em 09 de junho de 2022
A partir de então, foram surgindo diversos programas dos governos federal, estadual
e municipal, e estímulos das instituições privadas de ensino que fomentaram a inserção
das tecnologias de informação e comunicação nos currículos, atraindo a atenção
dos estudantes de todos os níveis de ensino, mas preocupando-se, também com a
formação e preparo dos professores para essa nova realidade. (Almeida, 2019)
Saiba Mais
Para conhecer um pouco mais sobre os projetos do Ministério da
Educação acesse o portal: https://www.gov.br/mec/pt-br acessado em
09 de junho de 2022
Para compreender melhor as dificuldades enfrentadas na tentativa de
conectar tecnologia e currículo, assista ao seguinte vídeo:
Mário Sérgio Cortela. (2010). Paradigmas da Tecnologia na Educação.
https://www.youtube.com/watch?v=VJbouCuoJKk acessado em 09 de
junho de 2022
Em Resumo
Pudemos aprender, ao longo desta aula, que a inserção das TICs no currículo escolar
brasileiro ocorreu antes do boom no uso da internet como conhecemos hoje em dia, mais
precisamente, no início da década de 1980, atendendo às recomendações advindas dos
encontros realizados pelo Ministério da Educação (MEC), no Projeto Educom. Também
acompanhamos algumas estratégias que foram sendo implementadas ao longo do
tempo. No entanto, ainda percebe-se que para que exista, realmente um verdadeiro
vínculo entre tecnologia e educação é necessário criarmos, a cada dia, possibilidades
de ensino significativo, e não apenas empregar recursos tecnológicos para transmitir os
conteúdos de uma forma ‘digital’, sem inovação, sem novas metodologias, sem motivar
os estudantes do século XXI que são hiperativos e que precisam de novos tipos de
motivação.
As tecnologias digitais de informação e comunicação e o currículo • 11/16
Na ponta da língua
Referências Bibliográficas
Almeida, Siderly do Carmo Dahle de. (2019). Convergências entre currículo e
tecnologias. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes.
Tezani, Thaís. (2017) Tecnologias da Informação e comunicação no ensino. São Paulo:
Pearson Education.
Wunsch, Luana Priscila. (2018) Tecnologias na Educação: conceitos e práticas. Curitiba:
InterSaberes.
As tecnologias digitais de informação e comunicação e o currículo • 15/16
a) B - C - A - D
b) C - B - D - A
c) A - C - D - B
d) B - D - A - C
LIVRO DE REFERÊNCIA:
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educacionais
e comunicação nas abordagens
As tecnologias digitais de informação
PRINCÍPIOS DO PROJETO DE CURRÍCULO (PRINCIPLES OF CURRICULUM DESIGN) - EDU500 - 3.3
Capturando valor através da transformação digital • 2/16
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender em que consiste o Instrucionismo.
• Conhecer a abordagem Construcionista.
• Entender o que aborda o Conectivismo.
Capturando valor através da transformação digital • 3/16
Introdução
Ao longo desta Unidade, estamos conversando sobre a associação que deve
ocorrer, a cada dia, entre a tecnologia e os conteúdos inseridos nos currículos.
Também percorremos o trajeto dos projetos educacionais inseridos pelo governo
no Brasil e observamos que muito ainda precisa ser feito para que tenhamos, de
fato, a verdadeira educação tecnológica. Convenhamos que não basta que as escolas
recebam equipamentos, internet e que criem laboratórios de informática se não
houver pessoas (docentes, mas outros agentes educacionais também) que saibam
usar ou dar o suporte para o uso dessas tecnologias, de forma que deixem de ser
apenas recursos e passem a criar efetiva aprendizagem significativa.
Vivemos em um mundo e em um momento no qual estamos e continuaremos
vivenciando uma imensa ampliação dos meios de comunicação, que está modificando
a forma como apreendemos a realidade, e no que se refere à escola, modificando
a forma como ensinamos e como aprendemos. Antigamente as pessoas precisavam
ouvir os relatos dos viajantes para conhecer o mundo em terras distantes, atualmente
podemos conhecer o mundo na palma de nossas mãos, podemos inclusive ‘entrar’
remotamente em muitos dos lugares do mundo sem estarmos presencialmente lá.
Não é mais possível conceber o mundo sem as TICs, que fazem parte de nossas vidas
e que transformaram o comportamento das pessoas, que muitas vezes passaram a
depender completamente dessas novas tecnologias para viver.
Trazendo essa conversa novamente para a educação, a escola é o local que vai fazer
com que seus usuários (discentes e demais agentes) se apropriem desses meios e
os usem de forma reflexiva, desenvolvendo uma consciência crítica, fortalecendo a
identidade das pessoas e de seus grupos sociais.
Como já verificamos, a tecnologia está em constante evolução, o que faz com que
precisemos estar estudando e nos aprimorando constantemente também, e sendo
assim, é necessária uma reflexão sobre as formas de ensino tradicionais, para que se
abram às inovações e se insiram no contexto tecnológico moderno, que não tem mais
volta.
Capturando valor através da transformação digital • 4/16
O Instrucionismo
Vários autores afirmam que aliar as práticas pedagógicas com a utilização das TICs
envolve o instrucionismo. Almeida (2005 como citado em Almeida, 2019) explica
que para o instrucionismo, o aprender associado ao uso de tecnologias implica
em apreender informações em ordem crescente de complexidade, que vão sendo
assimiladas pela repetição.
Skinner, um psicólogo norte-americano que viveu entre 1904 e 1990, passou a vida
estudando o comportamento humano, tentando entender suas reações perante os
estímulos que recebiam. Foi ele que fundou o behaviorismo, uma corrente que ao
longo do século XX dominou o campo da psicologia. Em 1968, Skinner publicou a obra
‘Tecnologia do Ensino’ na qual defendia que os estudantes seriam capazes de aprender
sozinhos com o uso de um material didático criado para essa finalidade, com respostas
que serviriam de estímulo à medida que construíam novos conhecimentos. Essa
organização foi chamada de ‘máquinas de aprendizagem’ ou ‘instrução programada’.
Assim, com esses ensinamentos, a forma como dividimos os conteúdos nos dias atuais,
dos mais simples aos mais complexos, baseia-se nos estudos de Skinner.
No instrucionismo, o software é o detentor das informações transmitidas, que funciona
como um material de instrução ao apresentar o conteúdo de forma clara, precisa
e objetiva, usando recursos sensoriais e multimídias como sons, gráficos, desenhos,
animações, imagens, textos, entre outros, e o estudante vai recebendo aquelas
informações no seu ritmo e conforme suas necessidades, favorecendo a construção
do seu conhecimento. (Almeida, 2019)
Capturando valor através da transformação digital • 6/16
Saiba Mais
Para conhecer um pouco mais sobre Skinner e a ideia base do
Behaviorismo, leia os seguintes textos:
Ferrari, Márcio. (2008) B. F. Skinner, o cientista do comportamento e
do aprendizado. https://novaescola.org.br/conteudo/1917/b-f-skinner-
o-cientista-do-comportamento-e-do-aprendizado acessado em 10 de
junho de 2022.
Santana, Ana Lucia. Behaviorismo. https://www.infoescola.com/
psicologia/behaviorismo/ acessado em 10 de junho de 2022.
O Construcionismo
Fonte: Valente (1993) & Almeida (1996) como citado em Almeida, 2019
Tendo como base esse ciclo, para que ocorra a construção do conhecimento o sujeito
precisa articular os novos saberes a partir de sua descrição, colocando-os em prática
(no processo de execução), refletindo sobre eles, associando essas novas informações
com as previamente adquiridas pelos sujeitos, até a depuração de um novo saber, em
um ciclo contínuo de autonomia do estudante, sempre terminando e iniciando novas
buscas.
Nesse contexto, os estudantes deixam de ser meros espectadores e passam a ser
pesquisadores de seu próprio saber, sendo responsáveis por seu aprendizado, de
forma autônoma e dinâmica, estimulando sua criatividade, com o professor como seu
parceiro e motivador. (Almeida, 2019)
Capturando valor através da transformação digital • 8/16
O Conectivismo
6. é uma habilidade essencial ser capaz de enxergar as conexões que ocorrem entre
as ideias, as áreas e os conceitos;
7. a ‘circulação’ das atividades é a intenção plena do aprendizado conectivista;
8. a tomada de decisão sobre o que aprender e o que significa esse saber
apreendido está sempre em alteração, visto que a cada dia essas informações
podem sofrer transformações, conforme as necessidades do ambiente no qual
estamos inseridos, ou seja, são mutáveis.
Assim, entendemos que as comunidades que surgem nas redes existem em função
da construção, da desconstrução e da reconstrução permanente do saber a todo
momento, e este pode ser modificado, ampliado ou sintetizado conforme as distintas
necessidades.
Vamos ressaltar agora algumas das ferramentas mais utilizadas atualmente para o
compartilhamento de conteúdos e informações nas redes sociais e comunidades
colaborativas on-line:
● Wikipedia: talvez a mais famosa, é uma enciclopédia virtual que apresenta
diversos conteúdos. É construída de forma colaborativa por diversos profissionais
de diferentes áreas do saber, porém não é considerada uma fonte confiável para o
desenvolvimento de pesquisas porque não apresenta fundamentação científica,
visto ser aberta e poder ser editada por qualquer pessoa;
● Wiki: é a base que permitiu o desenvolvimento da Wikipedia, e que permite
que diferentes pessoas editem um mesmo documento na internet;
● Weblog (ou blog): originalmente apresentou um formato de um diário on-line,
e era usado para as pessoas exporem o seu dia a dia, publicando preferências,
planos e rotinas. Atualmente, empresas usam os Weblogs para contatar possíveis
clientes;
● Fotolog: é parecido com o Weblog, porém é usado para a exposição de fotos e
imagens.
● Redes sociais: são as ferramentas mais usadas nos dias atuais. Só para citar
algumas:
1. Facebook: criado em 2004, interliga as páginas de perfil de seus usuários.
Essas páginas contêm informações, imagens, vídeos e mensagens.
Capturando valor através da transformação digital • 10/16
Em Resumo
Saiba Mais
Quer conhecer mais sobre o compartilhamento de informações e
conteúdos nas redes sociais e comunidades colaborativas on-line? Então
leia os seguintes textos:
Ávila, R. E.; Spinelli, O. M.; Ferreira, A. S. S. B. S.; Soñez, C.; Samar, M.
E.; & Junior, R. S. F. (2011) Colaboração docente online na educação
universitária. SciELO - Brasil - Colaboração docente online na educação
universitária Colaboração docente online na educação universitária
acessado em 10 de junho de 2022.
Mussoi, E. M.; Flores, M. L. P.; & Behar, A. A. (2007). Comunidades
Virtuais – Um Novo Espaço De Aprendizagem. https://www.academia.
edu/80306023/Comunidades_Virtuais_Um_Novo_Espa%C3%A7o_
De_Aprendizagem acessado em 10 de junho de 2022.
Capturando valor através da transformação digital • 12/16
Na ponta da língua
Referências Bibliográficas
Almeida, Siderly do Carmo Dahle de. (2019). Convergências entre currículo e
tecnologias. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes.
Tezani, Thaís. (2017) Tecnologias da Informação e comunicação no ensino. São Paulo:
Pearson Education.
LIVRO DE REFERÊNCIA:
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educação escolar
Os impactos da tecnologia na
PRINCÍPIOS DO PROJETO DE CURRÍCULO (PRINCIPLES OF CURRICULUM DESIGN) - EDU500 - 3.4
Os impactos da tecnologia na educação escolar • 2/16
Objetivos de Aprendizagem
Introdução
Um dos principais desafios da educação moderna é atingir as necessidades pessoais
e sociais dos estudantes, dos professores, dos gestores e demais responsáveis pelo
processo educativo, e essa tarefa não está sendo fácil, visto que as necessidades são
muitas, as desigualdades existentes também são muitas, e muitas vezes adotar uma
mesma postura, escolher um padrão, não é cabível em função dessas diferenças.
Em uma sociedade repleta de informações que vêm de todos os meios, é fundamental
refletir sobre como as novas tecnologias de informação e comunicação (NTICs) estão
impactando nessas necessidades e gerando outras, novas.
Sendo a escola um dos mais importantes espaços promovedores e disseminadores de
conhecimento, claro que não poderia ficar alheia aos recursos digitais. Parece-me que
vale a pena entendermos essa noção de ‘novas’ tecnologias. Basta relembrarmos que
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394 de 1996), estudada por
nós, já citava a questão tecnológica, portanto, atualmente traz-se uma nova roupagem
para as novas metodologias e tecnologias usadas em sala de aula. (Wunsch, 2018)
Como estudado, sabemos que o uso das TICs em sala de aula vem mudando a forma
como aprendemos e como ensinamos. E a medida que novas necessidades surgem,
novas modificações serão necessárias, de forma a sempre buscarmos o conhecimento
significativo.
Ao inserir as TICs em nosso cotidiano escolar, aprendemos a lidar com a diversidade,
com a abrangência e com a rapidez de acesso que temos às informações, e ainda
com as novas formas de comunicar e interagir fomentando novas maneiras de
produzir conhecimento.
O propósito é criar uma rede de saberes que favoreça a democratização do acesso
às informações, a troca de conhecimentos e experiências, a compreensão e reflexão
crítica da realidade e o desenvolvimento humano, social, cultural e educacional, na
tentativa de criar uma sociedade mais justa e igualitária.
Os impactos da tecnologia na educação escolar • 4/16
Web Currículo
Almeida e Valente (2012, como citado em Almeida, 2019) explicam que o web
currículo pode ser entendido como a relação existente entre linguagens e sistemas de
signos diferentes, que são usados para midiatizar as práticas sociais fomentadas pelas
TICs. Essa integração forma uma totalidade que se transforma reciprocamente. O web
currículo é uma construção conceitual na qual as tecnologias digitais são entendidas
como linguagens que estruturam os modos de pensar, fazer, agir, comunicar, se
relacionar com o mundo e representar o saber. Com ele, há uma expansão dos tempos
e espaços educativos, envolvendo a busca, a organização, a interpretação, a escolha
de informações, a reflexão crítica sobre elas, o compartilhamento de experiências e a
produção de novos conhecimentos. (Tezani, 2017)
Vale ressaltar que o que define a qualidade da aprendizagem não são os recursos
existentes nas instituições, mas os profissionais que estão envolvidos nesse processo
e o seu compromisso, a gestão, as interações e o projeto pedagógico estipulado.
Saiba Mais
Para aprofundar seus estudos sobre o web currículo, acesse o seguinte
texto e aproveite. Tem muita novidade a esse respeito. Seja curioso e
procure inovar em suas práticas.
Arquer. O que é o webcurrículo. O impacto do uso das tecnologias no
aprendizado. O que é o webcurrículo. O impacto do uso das tecnologias
no aprendizado. – + Informações (arquer.com.br) acessado em 10 de
junho de 2022.
Os impactos da tecnologia na educação escolar • 6/16
Principalmente realizado no ensino superior, foi ganhando espaço nos outros níveis
de ensino. É necessário compreender que nos dias atuais a sala de aula já não se
encontra exclusivamente nos espaços físicos, entre as paredes de uma escola. Portanto,
é preciso redesenhar as fronteiras do ensino.
Essa linha de ensino permite que as instituições ofereçam estudos e serviços on-line,
para uma sociedade mais dinâmica e conectada.
Os impactos da tecnologia na educação escolar • 9/16
Em Resumo
Aprendemos, nesta aula, que não tem sido fácil tentar inserir as TICs nas instituições
de ensino, visto que muitos são os obstáculos que precisam ser superados com relação
à infraestrutura e recursos, mas também muitas são as dificuldades que os professores
sentem para realizar essa inserção. Há que se transformar o processo de ensino e
aprendizagem e isso requer coragem e ousadia. Também vimos que a educação inovadora
e integral precisa inserir conhecimentos integradores, desenvolver a autoestima e o
autoconhecimento dos estudantes, fomentar o empreendedorismo, a criatividade e a
iniciativa e desenvolver alunos-cidadãos. Aprendemos que no ensino presencial, muitas
vezes, apesar de o professor acreditar nas potencialidades dos recursos tecnológicos,
não os utiliza ou não sabe utilizá-los além de meramente para a apresentação de seus
conteúdos, como quando usam o datashow em suas aulas expositivas. No caso do
ensino remoto, os ambientes virtuais de aprendizagem possibilitam que os participantes
façam perguntas, discutam temas, e se beneficiem do apoio e orientação recebidos
virtualmente. Ferramentas de planejamento, de aplicação e de avaliação também são
usadas nesta modalidade. Já no que se refere ao ensino híbrido, vimos que parte das
aulas ocorre de maneira presencial e parte remota, e dessa forma o aluno vai ditando
seu próprio ritmo, porém, sem estar completamente ‘por sua conta’.
Saiba Mais
Caso tenha ficado curioso e queira conhecer um pouco mais sobre o
modalidade de ensino remoto, leia os seguintes textos:
Carvalho, Rafael. (2016). O que é e como funciona o blended learning?
https://www.edools.com/blended-learning/ acessado em 28 de
fevereiro de 2023.
Iberdrola. ‘Blended learning’: como funciona a aprendizagem
semipresencial? https://www.iberdrola.com/talentos/o-que-e-
blended-learning acessado em 28 de fevereiro de 2023.
Os impactos da tecnologia na educação escolar • 11/16
Na ponta da língua
Referências Bibliográficas
Tezani, Thaís. (2017) Tecnologias da Informação e comunicação no ensino. São Paulo:
Pearson Education.
Wunsch, Luana Priscila. (2018) Tecnologias na Educação: conceitos e práticas. Curitiba:
InterSaberes.
Os impactos da tecnologia na educação escolar • 15/16
a) B - A - C
b) C - B - A
c) B - C - A
d) C - A - B
LIVRO DE REFERÊNCIA:
Imagens: Shutterstock
As tecnologias integradas ao
currículo e à formação do docente
PRINCÍPIOS DO PROJETO DE CURRÍCULO (PRINCIPLES OF CURRICULUM DESIGN) - EDU500 - 3.5
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Objetivos de Aprendizagem
• Compreender como se dá o vínculo entre a formação dos professores e a
inserção das tecnologias em suas práticas.
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Introdução
Levando em consideração todas as mudanças que vêm ocorrendo com a inserção das
tecnologias digitais de informação e comunicação no ensino, é necessário que todos
os atores do processo educativo sejam envolvidos, portanto, não poderíamos deixar
de lado os docentes.
Essas transformações fazem com que seja imperativo progredir nas políticas de
implementação dessas tecnologias ao currículo, interligando-as às diferentes instâncias
do processo. Vale ressaltar que todos os níveis da educação, Educação Básica, Educação
Superior e Educação Profissional precisam estar envolvidos e dispostos a realizar essa
mudança.
A efetiva transformação, com a inserção tecnológica ao currículo ocorrendo de fato,
vai além da mera incorporação das tecnologias. Devem ser oferecidas oportunidades
para que os professores se familiarizem com as TICs, de modo que seja possível inseri-
las em suas práticas cotidianas. Dessa forma, com essas competências, serão capazes
de analisar por quê, para quê, com o quê, como e quando integrar esse novo
conhecimento em suas práticas pedagógicas.
Então, vamos conhecer um pouco melhor sobre as características desse processo de
incorporação das NTICs no trabalho dos docentes.
Saiba Mais
Escola 2.0 foi um seriado jovem brasileiro, produzido e exibido pela
TV Cultura, entre 25 de setembro de 2010 e 4 de novembro de 2011,
semanalmente, mesclando temáticas educativas com teledramaturgia
do dia-a-dia dos adolescentes. É interessante assistir alguns capítulos
por apresentar tanto cenários cheios de tecnologias quanto um prédio
de uma escola tradicional, mostrando que elementos antagônicos
podem ser complementares. A série também mostra que os alunos não
precisam ter uma disciplina específica no currículo para usar tecnologia
no aprendizado. Amplie seus conhecimentos e acesse o endereço
eletrônico da TV Cultura.
https://tvcultura.com.br/busca/?q=escola+2.0 acessado em 28 de
fevereiro de 2023.
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Vale ainda destacar que alguns docentes que optaram pelo uso das tecnologias
em suas práticas reclamam da baixa qualidade da internet e dos programas, das
dificuldades de acesso, dos equipamentos, entre outros, porque existe um fetiche
de que as tecnologias são a solução para todos os problemas no processo de ensino
e aprendizagem. A questão é que parte dos problemas não está nos programas,
mas nas equipes que fazem esses programas ou que compram esses programas, que
muitas vezes não estão diretamente ligadas à prática pedagógica, no dia a dia. Alguns
softwares de baixa qualidade são adquiridos por escolas sem que tenham, de fato,
um bom resultado.
Talvez uma maneira de sanar esse problema seria que as equipes de produção de
softwares tivessem entre seus integrantes, educadores. Porém, para que isso seja
possível, seria necessário que os professores tivessem em suas formações essas
competências, para que pudessem ser agentes, produtores, operadores e críticos dessa
nova educação mediada por tecnologias eletrônicas de informação e comunicação.
(Tezani, 2017)
Em Resumo
Aprendemos, nesta aula, que os docentes, de maneira geral, enxergam com bons olhos
a inserção das tecnologias nas práticas educativas, visto que permitem uma melhor
interatividade entre professores e alunos (e entre os alunos), oferecem conhecimentos
diversificados, com aulas mais agradáveis e interessantes, extrapolando as paredes
da escola, possibilitando a socialização do saber e a inclusão de estudantes e alunos.
Porém, é nítido que existem certas dificuldades enfrentadas por eles que precisam ser
superadas e que se referem a problemas com infraestrutura ou falta de recursos nas
escolas, falta de informações que embasem suas práticas de maneira mais certeira,
falta de conhecimento sobre o uso de alguns recursos e metodologias, dentre outras.
Aprendemos que no dia a dia escolar, professores e alunos podem assumir o papel de
contador de história, e de mediador, no caso do professor, de pesquisador, no caso do
aluno, e de colaborador no caso do docente e também do estudante.
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Aplicação na Prática
Pense se a escola onde trabalha (ou na qual estuda ou estudou caso não
seja professor) passou por alguma reforma ou atualização nos últimos
anos de forma a inserir novos recursos e tecnologias no currículo. Faça
suas anotações aqui e procure refletir e compartilhar com seus colegas.
Pode usar o fórum da semana 4 que está para começar.
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Na ponta da língua
Referências Bibliográficas
Almeida, Siderly do Carmo Dahle de. (2019). Convergências entre currículo e
tecnologias. [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes.
Tezani, Thaís. (2017) Tecnologias da Informação e comunicação no ensino. São Paulo:
Pearson Education.
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