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Direito Administrativo

Conteúdo: Servidores Públicos

1. Introdução:
- Servidor público é uma espécie de agente público.

2. Agentes públicos:
- São as pessoas que desempenham qualquer natureza de função estatal, desde
que tenham recebido alguma espécie de investidura para desempenhar tais
atribuições.
- Requisito objetivo: prestar qualquer atividade de natureza estatal.
- Requisito subjetivo: receber investidura.
- Espécies: agentes políticos, servidores estatais, particulares em colaboração
com o Estado.
- Classificação:

Agentes
políticos Servidores
públicos

Servidores Empregados
Agente público
estatais públicos

Particulares em Servidores
colaboração temporários
com o Estado

2.1. Agentes políticos:


- São os agentes públicos que exercem um “múnus” público diferenciado,
relacionado à soberania popular e à tutela dos direitos fundamentais.
- Ministros de Estado: não são agentes políticos.
- Magistrados, membros do MP, defensores: agentes políticos (ideia
preponderante).
- CABM discorda e JSCF os classifica como servidores especiais.
- JSCF, btw, caracteriza os agentes políticos como aqueles que desenham os
destinos fundamentais do Estado e que criam as estratégias políticas por eles
consideradas necessárias e convenientes para que o Estado atinja os seus fins.

2.2. Servidores estatais:


- São as pessoas físicas que prestam serviço ao Estado, mediante regime
estatutário ou vínculo empregatício, recebendo remuneração paga pelos cofres
públicos.
 Servidores públicos: ocupam os chamados cargos públicos e prestam
atividades para a administração em um regime estatutário. Há um
estatuto (lei) próprio que prevê os direitos e deveres para aquela
categoria.
o Quando nomeados, eles ingressam numa situação jurídica
previamente definida, à qual se submetem com o ato da posse; não
há possibilidade de qualquer modificação das normas vigentes por
meio de contrato, pois são normas de ordem pública.
 Empregados públicos: Aquelas que desempenham atividade estatal sob
o regime da CLT.
o Embora sujeitos à CLT, submetem-se a todas as normas
constitucionais referentes a requisitos para a investidura,
acumulação de cargos, vencimentos, etc.

Consolidação
Código: inova o
de Leis: não traz
ordenamento
inovação
jurídico.
normativa.
o Na esfera federal, o regime de emprego público está disciplinado
pela Lei n. 9.962/00.
o Segundo essa lei, fica vedada a aplicação do regime celetista para
os cargos em comissão, para os servidores regidos pela Lei n. 8.112/90;
exige-se o concurso público (de provas ou provas e títulos).
o A Lei n. 9.962/2000 ainda dá aos empregados públicos certa
estabilidade ao prever:
Art. 3o O contrato de trabalho por prazo indeterminado somente
será rescindido por ato unilateral da Administração pública nas
seguintes hipóteses:

I – prática de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da


Consolidação das Leis do Trabalho – CLT;

II – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

III – necessidade de redução de quadro de pessoal, por excesso de


despesa, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 169
da Constituição Federal;

IV – insuficiência de desempenho, apurada em procedimento no


qual se assegurem pelo menos um recurso hierárquico dotado de
efeito suspensivo, que será apreciado em trinta dias, e o prévio
conhecimento dos padrões mínimos exigidos para continuidade
da relação de emprego, obrigatoriamente estabelecidos de
acordo com as peculiaridades das atividades exercidas.
o A Lei n. 9.962/2000 permite a transformação de cargos em
empregos, o que só poderá alcançar os cargos efetivos que estejam
VAGOS.

 Servidores temporários: são as pessoas contratados por tempo


determinado para atender à necessidade transitória de excepcional o
interesse público da ADM, exercendo suas atividades sem estarem
vinculada a cargo ou emprego público.
o Exige-se concurso? Não, o concurso público é imprescindível para
cargos e emprego público.

Concurso Processo
público: seletivo:
composto de prova não tem prova, há
e/ou prova de títulos critérios objetivos.
o Na esfera federal, a contratação temporária está disciplinada pela
Lei n. 8.745/93.
2.3. Particulares em colaboração com o Estado:
- São os sujeitos alheios à intimidade do aparelho estatal, que exercem função
pública de caráter episódico, ou seja, eles não possuem um vínculo de
estabilidade com o Estado. Ex.: mesário, conscrito, jurado, concessionário,
permissionário.

- Di Pietro: pessoas físicas que prestam serviços ao Estado, sem vínculo


empregatício, com ou sem remuneração.

- Espécies de particulares em colaboração com o Estado:

 Por meio de delegação de serviço (concessionários, permissionários, os


que exercem serviços notariais e de registro): a remuneração que
recebem não é paga pelos cofres públicos, mas pelos terceiros usuários
do serviço.
 Os requisitados (ex.: jurados)
 Os contratados para prestação do serviço público.
 “Spont propria” (gestores em caso de calamidade pública, médicos se
fronteiras)

- Obs1: e o voluntário? É uma espécie de particular em colaboração com o


Estado que recebeu disciplina legislativa (lei n. 9608/98). Ex.: amigo da escola.
- Obs2: Qualquer agente público para fins penais é funcionário público.

2.4. Militares:
- Abrangem as pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas – Marinha,
Exército e Aeronáutica – e às Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares
dos Estados, DF e dos Territórios, com vínculo estatutário sujeito a regime jurídico
próprio, mediante remuneração paga pelos cofres públicos.

3. Funcionário de fato:
- É aquele que possui um vício em sua investidura, mas a sua situação aparenta
legalidade.
- O ponto marcante dos agentes de fato é que o desempenho da função
pública deriva de situação excepcional, sem prévio enquadramento legal, mas
suscetível de ocorrência no âmbito da Administração, dada a grande variedade
de casos que se originam da dinâmica social.
- Teoria do funcionário de fato: Em razão do princípio da aparência e da boa-fé
reputam-se válidos os atos praticados pelo funcionário de fato, desde que não
sejam viciados por outros motivos.
- Espécies:
 Agentes necessários: os que atuam em casos de emergência
desempenhando atividades excepcionais (gestor em caso de
calamidade pública).
 Agente putativo: são aqueles que desempenham uma atividade pública
na presunção de que há legitimidade, embora não tenha havido
investidura dentro do procedimento legalmente exigido. É o funcionário
de fato em sentido estrito. Obs.: art. 328, CP.
- Decisão da 1ª Turma do STF no RMS n. 25.104: Acresce, ainda, que, se o agente
exerceu a função dentro da Administração, tem ele direito à percepção da
remuneração, mesmo se ilegítima a investidura, não estando obrigado a
devolver os respectivos valores; a não ser assim, a Administração se beneficiaria
de enriquecimento sem causa.

4. Regimes jurídicos funcionais:


- São as formas de regulamentação da atuação das pessoas junto à
administração.
- O regime jurídico deve ser uno. Todavia, o regime jurídico uno alcança tão
somente os servidores permanentes. Para os servidores temporários, continua
subsistente o regime especial.
- Espécies:
 Estatutário (lei 8.112)
o É o conjunto de regras que regulam a relação jurídica funcional
entre o servidor públicos e o Estado.
o As regras estatutárias básicas devem estar contidas em lei.
o Duas características do regime estatutário: pluralidade normativa e
a natureza não contratual.
o Pluralidade: os estatutos funcionais são múltiplos, cada pessoa da
federação, se adota o regime estatutário, deve ter a sua lei
estatutária. Ex.: âmbito federal  lei 8.112/90.
o Natureza não contratual: a conjugação de vontades que conduz à
execução da função pública leva em conta outros fatores
tipicamente de direito público, como o provimento do cargo, a
nomeação, a posse e outros do gênero.
o Litígios entre o Estado e os servidores estatutários são dirimidos
perante a Justiça comum - Justiça Federal, no caso de servidores
federais, e Justiça Estadual, em se tratando de servidores estaduais
e municipais (municipal: súmula 137, STJ).
 Celetista (CLT):
o E aquele constituído das normas que regulam a relação jurídica
entre o Estado e seu servidor trabalhista.
o Características: unicidade normativa e natureza contratual.
o Unicidade normativa: o conjunto integral das normas reguladoras se
encontra em um único diploma legal – a CLT.
o Natureza contratual: o Estado e seu empregado celebram
efetivamente contrato de trabalho nos mesmo moldes adotados
para a disciplina das relações gerais entre capital e trabalho.
o Havendo litígio entre o empregado público e a União, Estados, DF e
Municípios, decorrentes da relação de trabalho, o foro competente
para solucioná-los é a Justiça do Trabalho.
o Lei 9.962: é a aplicação do regime trabalhista comum à relação
entre a Administração e o respectivo servidor.
o A lei 9.962 é federal e, portanto, incide apenas no âmbito da ADM
federal direta, autárquica e fundacional.
o A lei 9.962 ainda prevê a necessidade do concurso público de
provas ou de provas e títulos prevê que o vínculo laboral tem
natureza contratual e se formaliza pela celebração de contrato por
prazo indeterminado.
 Especial (temporário):
o Decorre da seguinte previsão legal:
o Art. 37. IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público; (CF/88)
o Deve-se compreender que a lei reguladora deverá ser a da pessoa
federativa que pretender a inclusão dessa categoria de servidores.
o O constituinte pretendeu caracterizar essa relação funcional como
de natureza contratual.
o Resolução de litígios: será feita pela Justiça comum (seja federal ou
estadual), e não pela trabalhista.
o Características do regime: determinabilidade temporal,
temporariedade da função e excepcionalidade do interesse
público.
o Determinabilidade temporal: os contratos firmados com esses
servidores devem ter sempre prazo determinado.
o Temporariedade da função: a necessidade desses serviços deve ser
sempre temporária. Se a necessidade é permanente, o Estado deve
processar o recrutamento através dos demais regimes.
o Excepcionalidade do interesse público: as situações administrativas
comuns não podem ensejar o chamamento desses servidores.
o No âmbito federal, a lei que regula a contratação de servidores
temporários é a Lei n. 8.745/93.
 Estagiário (híbrido)

5. Organização funcional:
 Cargo: são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem
exercidas por um servidor público. Obs.: cargos  órgãos  entidades.
 Emprego: são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem
preenchidos por agentes sob relação trabalhista. (Lei n. 9962/2000). Obs.:
Cargo em comissão (servidor público): não pode ser emprego público.
 Função: são plexos unitários de atribuições criadas por lei, correspondentes
a encargos de direção, chefia e assessoramento, a serem exercidas por
titular de cargo efetivo, da confiança da autoridade que o preenche.
Deve ser ocupado por servidor. Ex.: coordenador de curso.
Obs.: cargo em comissão/comissionado/de confiança: são cargos
públicos, cuja nomeação e exoneração dependem da confiança,
podem ser ocupados por servidores ou não, ou seja, pessoas estranhas à
administração podem vir a ocupa-lo. São cargos relacionados,
geralmente, à direção, chefia e assessoramento. Ex.: secretário, Ministro
de Estado.
Obs.2: Não pode ser instituído cargo com funções aleatórias ou indefinidas.
Assim, é ilegítimo o “desvio de função”, fato que consiste no exercício, pelo
servidor, de funções relativas a outro cargo, que não o que ocupa
efetivamente.

6. Criação e extinção de cargos:


- Art. 48, X, CF: criação por meio de lei:

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da


República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52,
dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre

X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções


públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b;

- Exceção:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


VI - dispor, mediante decreto, sobre:
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
- Apenas a lei pode ser o instrumento de criação dos cargos, sendo, por
conseguinte, inconstitucional a lei que autorize o Chefe do Executivo a expedir
decretos para tal finalidade.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela


Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

a) organização e funcionamento da administração federal,


quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos;

- Essa reorganização permitida ao Presidente da República tem alguns limites,


assim, um ato administrativo não poderá mudar atribuições dos cargos para os
quais seus titulares se habilitaram por concurso: isso refletiria desvio de finalidade.

- Em relação à iniciativa para propor leis que criem, transformem ou extingam


cargos públicos:

 Executivo: iniciativa privativa do Chefe desse Poder;


 Judiciário: a iniciativa cabe ao Tribunal interessado;
 Legislativo: a criação/transformação/extinção de cargos da Câmara e
do Senado não dependem de lei, seus cargos são criados/t/m através de
resolução.

- A criação de cargos em comissão em número excessivo e desproporcional ao


quantitativo dos cargos efetivos afigura-se flagrantemente inconstitucional.

- Da mesma forma, é inconstitucional a lei que cria cargos em comissão com


atribuições incompatíveis com o regime de livre nomeação e exoneração, isto
é, funções que não sejam de direção, chefia ou assessoramento.
- Os empregos públicos da Administração Direta, autarquias e fundações de
direito público também exigem sua criação por lei, sendo esta de iniciativa do
Chefe do Executivo.

- Já os empregos públicos de pessoas privadas da Administração (EP e SEM),


sejam os efetivos ou em comissão, podem ser criados através dos atos de
organização funcional dessas entidades.

7. Condições de ingresso:
- Aprovação em concurso público.
- Estrangeiro? Sim, se houver previsão legal.
- Qualquer outra previsão além do concurso público deve estar prevista em lei.
Ex.: provas de exercício físico.

8. Formas de provimento
- Provimento é toda a forma de investidura de um servidor em um cargo público,
seja de forma originária ou derivada.

 Provimento autônomo ou originário: nomeação (art. 9º, lei 8.112), que é o


primeiro vínculo do servidor com a ADM.
 Provimento derivado: são aqueles que derivam, ou seja, se relacionam
com o fato de o servidor ter o haver tido algum vínculo anterior com cargo
público. Todas as formas que não a nomeação.

- Nomeação Aproveitamento Promoção 4 RE AVIC.

# Nomeação:

- É aquele em que alguém é preposto no cargo independentemente do fato de


ter, não ter, haver ou não tido algum vínculo com cargo público. O provimento
não guarda qualquer relação com a anterior situação do provido.

- O provimento por nomeação é da alçada do Chefe do Poder Executivo, para


os cargos da Administração Central, e se faz por decreto (art. 84, XXV, CF).
Entretanto, tal competência é delegável aos Ministros.

Obs.: Posse: a nomeação não basta para que se aperfeiçoe a relação entre o
Estado e o nomeado. Cumpre que este tome posse, que é o ato de aceitação
do cargo e um compromisso de bem-servir e deve ser precedida por inspeção
médica. Com a posse ocorre a chamada investidura do servidor. O provimento
diz respeito ao cargo, enquanto a investidura é concernente à pessoa.
# Aproveitamento:

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á


mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e
vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. (Lei n. 8.112)

- É a convocação de um servidor em disponibilidade para uma função


semelhante.

- Por exemplo, há um servidor estável em um cargo que acaba sendo extinto,


para solucionar o problema o servidor fica em disponibilidade.

- Disponibilidade: continua recebendo até que surja um cargo na ADM em que


ele possa desempenhar função semelhante.

- Disponibilidade é o ato pelo qual o Poder Público transfere para a inatividade


remunerada servidor estável cujo cargo venha a ser extinto ou ocupado por
outrem em decorrência de reintegração, sem que o desalojado proviesse de
cargo anterior ao qual pudesse ser reconduzido e sem que existisse outro da
mesma natureza para alocá-lo. A disponibilidade, nos termos da CF, dar-se-á
com proventos proporcionais ao tempo de serviço.

- É uma espécie de provimento derivado por reingresso (aquele em que o


servidor retorna ao serviço ativo do qual estava desligado).

Art. 41. (CF) § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o


servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
em outro cargo

- Servidor estável: 3 anos de efetivo exercício.

- Estabilidade: o impedimento de ser exonerado, salvo:

Art. 41. (CF)

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada


ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho,


na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
- Há ainda uma outra hipótese que pode fazer com que o servidor seja
exonerado. Veja:

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites
estabelecidos em lei complementar.

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não


forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da
lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder
o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes
especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa
objeto da redução de pessoal.

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará


jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano
de serviço.

§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será


considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função
com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.

# Promoção:

- É a forma de provimento em que o servidor ascende no quadro de carreira.


Efetua-se a partir da consideração de critérios de merecimento ou antiguidade.

- É uma forma de provimento derivado vertical (aquele em que o servidor é


guindado para cargo mais elevando).

- Promoção é diferente de progressão, pois progressão não é forma de


provimento.

# Reintegração:
- É o retorno do servidor ao cargo através de decisão judicial ou administrativa
que anulou o ato que o exonerou (pode ter sido sentença judicial, processo
administrativo ou avaliação periódica).

- CABM: é o retorno do servidor ilegalmente desligado de seu cargo ao mesmo,


que dantes ocupava, ou, não sendo possível, ao seu sucedâneo ou equivalente,
com integral reparação dos prejuízos que lhe advieram do ato injurídico que o
atingira. Tal reconhecimento pode vir tanto de decisão administrativa como
judicial.

- É uma espécie de provimento derivado por reingresso.

# Recondução:

- Primeira hipótese:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável,


será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável,
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.

- Segunda hipótese:

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo


anteriormente ocupado e decorrerá de:

I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;

II - reintegração do anterior ocupante.

Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o


servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30.

- Obs.: Se a lei autoriza a recondução em caso de inabilitação, ou seja, quando


o servidor não atendeu as exigências necessárias ao exercício da função, faz
ainda mais sentido que ele tenha o direito a ser reconduzido quando tenha
atendido a tais exigências. Prazo: os três (???) anos do estágio probatório. Antes
de ser estável no 2º pode voltar para o 1º em que se tornou estável.

- É uma espécie de provimento derivado por reingresso.


# Readaptação:

- É a recolocação/reposicionamento do servidor em uma função compatível


com alguma limitação física comprovada por exame oficial.

- É uma forma de provimento derivado horizontal (aquele em que o servidor não


ascende, nem é rebaixado em sua posição funcional.

- A limitação física deve ser constatada pela junta médica.

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de


atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em
inspeção médica.

§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será


aposentado.

# Reversão:

- É o reingresso do servidor APOSENTADO no serviço ativo a pedido ou em razão


de desaparecimento da causa de aposentadoria.

- É uma espécie de provimento derivado por reingresso.


- Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes
os motivos da aposentadoria; ou
II - no interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à
solicitação;
e) haja cargo vago.
§ 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante
de sua transformação.
§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será
considerado para concessão da aposentadoria.
§ 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor
exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.
§ 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da
administração perceberá, em substituição aos proventos da
aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive
com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à
aposentadoria.
§ 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos
calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos
cinco anos no cargo.
§ 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo.

Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70


(setenta) anos de idade.

# Ascensão (forma revogada):

- Passagem de uma carreira para outra sem o respeito ao princípio do concurso


público, importando em uma elevação dentro da mesma instituição.

- Ex.: agente federal  delegado (via concurso interno).

# Transferência (forma revogada):

- passagem de um servidor de um quadro de funcionário para outro quadro


dentro de um mesmo poder.

- Ex.: guarda municipal  técnico administrativo.

Obs.: Súmula 685, STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que


propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público
destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual
anteriormente investido.

Obs.2: Em alguns casos a ADM cria nova carreira com novos cargos e
simplesmente os preenche com servidores trabalhistas ou mesmo estatutários
com carreiras diversas. Tais atos não são admitidos.

Obs.3: Situação diversa, no entanto, é aquela em que nova carreira criada por
lei recebe atribuições anteriormente conferidas a carreira diversa. Nesse caso,
se os integrantes da carreira mais antiga ingressaram por meio de concurso
público, nada impede que se lhes faculte optar pelos cargos da nova carreira.

9. Vacância:
- Qualquer forma que torne um cargo público desocupado.

- JSCF: é o fato administrativo-funcional que indica que determinado cargo


público não está provido, ou, em outras palavras, está sem titular.

- Demissão: resultado de uma falta grave. É punição.


- Exoneração: forma de sair do serviço público de maneira lícita, sem punição.
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
I - exoneração; II - demissão;
III - promoção; IV - ascensão; V - transferência VI - readaptação;
VII - aposentadoria; VIII - posse em outro cargo inacumulável;
IX - falecimento.

Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do


servidor, ou de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em
exercício no prazo estabelecido.

Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função


de confiança dar-se-á:
I - a juízo da autoridade competente;
II - a pedido do próprio servidor.

Regime constitucional
- Acima das regras estatutárias contidas na lei respectiva, sobrepairam os
mandamentos constitucionais pertinentes aos servidores públicos.

Concurso Público
1) Sentido:
- É o procedimento administrativo que tem por fim aferir as aptidões pessoais e
selecionar os melhores candidatos ao provimento de cargos e funções públicas.

- Na aferição pessoal o Estado verifica a capacidade intelectual, física e


psíquica dos interessados.

- O concurso pode ser de provas e provas e títulos.

2) Fundamento:
- É o instrumento que melhor representa o sistema do mérito.

- Baseia-se em três postulados fundamentais:


 Princípio da igualdade: todos os interessados competem em condições
idênticas.
 Princípio da moralidade administrativa: são vedados favorecimentos e
perseguições pessoais, bem como situações de nepotismo.
 Princípio da competição: os candidatos participam de um certame.

3) Alcance da exigência:
Súmula 363, TST: A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia
aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º,
somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada,
em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do
salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS.

- Crítica de JSCF: O desfazimento do vínculo de trabalho deve assegurar ao ex-


servidor todos os direitos trabalhistas, pecuniários ou não.

- A súmula acaba por favorecer o responsável pela contratação legal, eximindo-


o de determinados ônus e lhe permitindo locupletar-se de sua própria torpeza.

4) Inexigibilidade
- Há algumas situações especiais em relação às quais a CF dispensa a
aprovação prévia em concurso público pelo servidor.

- Cargos vitalícios: é inexigível o concurso para a investidura dos integrantes do


quinto constitucional dos Tribunais Judiciários, do Tribunal de Contas e dos
Ministros do STF.

- Cargos efetivos: a dispensa favorece aos ex-combatentes que tenham


efetivamente participado de operações bélicas durante a 2ªGuerra.

- Cargos em comissão: não há a exigência de concurso para o provimento de


cargos em comissão.

- Servidores temporários: o concurso público é inexigível para o recrutamento de


servidores temporários.

5) Inscrição e aprovação
- Inscrição: manifestação de vontade do candidato no sentido de participar da
competição. Não gera ao interessado direito à realização do concurso, de
forma que a ADM pode não realizá-lo, devendo, todavia, devolver aos inscritos
eventuais importâncias pagas a título de inscrição.
- Jurisprudência antiga: a aprovação não gera o direito à nomeação do
candidato aprovado, refletindo mera expectativa de direito.

- Tal entendimento foi modificado e, atualmente, compreende-se que se a ADM


abriu edital com previsão de vagas, presume-se a necessidade de novos
servidores. Assim, fica assegurado a todos os aprovados dentro do referido
número de vagas direito subjetivo à nomeação.

- A ADM não pode atribuir vagas a novos concursados, em detrimento de


aprovados em certame anterior.

- E se o edital não menciona o número de vagas? Pelo menos o primeiro


colocado tem o direito à nomeação. Os candidatos subsequentes poderão
pleitear o seu direito se comprovarem a existência de outros cargos vagos.

- Quando surge a pretensão do candidato em relação ao direito de nomeação?


Surgirá ao fim do prazo de validade do concurso.

- Como se dá a convocação? Através de intimação pessoal, não sendo lícito


transferir para o candidato o encargo de acompanhar diariamente o órgão
oficial de imprensa.

- E se o candidato é aprovado, mas não nomeado, e a ADM contrata servidor


temporário? Nesse caso, o candidato terá o direito subjetivo de ser nomeado,
visto que está comprovada a necessidade da ADM.

- Caso hipotético: o candidato é reprovado, mas depois de um processo judicial


acaba se reconhecendo que o candidato foi reprovado incorretamente. E
agora?

 Em relação à função: o candidato será inserido na ordem classificatória


como se tivesse sido nomeado com o demais. Se tiver ocorrido progressão
funcional, o candidato terá direito a recebe-la, visto que se estivesse em
exercício a teria adquirido.
 Em relação à remuneração: não tem direito a receber a remuneração
relativa ao período em deveria estar em exercício. Todavia, pode pleitear
indenização contra o Estado para a reparação dos prejuízos.

6) Validade:
- O prazo de validade é de dois anos, prorrogável uma vez por igual período.
(art. 37, III, CF).
- Se o concurso foi programado para ter prazo de validade por dois anos, a
prorrogação será de dois anos. Entretanto, se o prazo inicial fixado for de um ano,
por exemplo, prazo de prorrogação será também de um ano.

- Esgotado o prazo do concurso, com ou sem prorrogação, sem que haja novas
vagas, os aprovados não podem pleitear a investidura.

- Esgotado o prazo de validade do concurso é vedado à ADM restabelecer sua


validade a posteriori.

- O fim do prazo de validade não prejudica a investidura do servidor que, antes


desse momento, tenha pleiteado no Judiciário o reconhecimento de algum
direito ofendido pela Administração quando da realização do concurso. Mesmo
que a ação seja julgada após o prazo citado, o Estado será compelido a nomear
o aprovado.

7) Procedência na convocação:
- A questão da precedência na convocação diz respeito ao hábito abusivo
anterior de algumas ADM de convocar candidatos para o provimento de cargos,
mesmo havendo ainda aprovados no concurso anterior.

- Para sanar esse problema, a CF previu:


Art. 37. IV. Durante o prazo improrrogável previsto no edital de
convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de
provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados
para assumir cargo ou emprego, na carreira.

8) Sanção:
- Havendo violação aos princípios da legalidade ou da impessoalidade no curso
da competição, não haverá outra alternativa senão a de considerar nulo o
concurso.

- A autoridade responsável pela ilegalidade também deverá sofrer a necessária


sanção, tudo na forma que a lei estabelecer. (art. 37, § 2º)

9) Resultado do concurso:
- Vista de provas:

 STJ: “é injustificável o comportamento da ADM, fazendo inserir nas


instruções normativas, baixadas através de edital de concurso, a vedação
ao pedido de vista ou à interposição de recurso do resultado da seleção
psicológica”.
 JSCF entende que direito à vista de provas se estende a outros casos, além
do analisado pelo STJ.
 Provas orais: o ideal é que sejam gravadas.

- Revisão de prova:

 STF: “a penalização, nas questões de múltipla escolha, com


penalização consistente no cancelamento de resposta certa para
questão ou questões erradas, é questão de técnica de correção para
tal tipo de provas, não havendo nisso qualquer ilegalidade”.
 O pedido de revisão de provas de múltipla escolha é mais fácil de ser
apreciado pelo Judiciário, diferentemente do que ocorre com as
provas discursivas.
 Nas provas discursivas, geralmente, aceita-se que as bancas podem ter
certo poder discricionário para avaliar. Ademais, o Judiciário não pode
interferir na avaliação, que é privativa da ADM, de forma que poderia
configurar uma ofensa ao princípio da separação de Poderes.

10) Invalidação de concurso:


- Se está contaminado por vícios de legalidade, o concurso público deve ser
invalidado e, se for o caso, novamente realizado sem tais equívocos.

- Se a invalidade ocorre no curso do certame, a ADM pode invalidar o


procedimento sem que esteja assegurado qualquer direito de defesa aos
participantes contra a anulação.

- Se a ilegalidade é constatada após a sua realização, mas antes da investidura


dos aprovados: a invalidação se legitima normalmente pela exclusiva atuação
administrativa.

- E se o candidato já tiver sido nomeado e empossados? Nesse caso, “a


orientação da jurisprudência do STF se firmou no sentido de que a anulação de
concurso público, com a consequente exoneração dos servidores já
empossados, somente é possível com a instauração de processo administrativo
que possibilite o exercício da ampla defesa e direito ao contraditório”.

- Apesar disso, a realidade tem demonstrado a consolidação de situações


jurídicas ilícitas decorres de concurso público.

- Embora provoque certo repúdio, não há como afastar, nesse caso, a teoria do
fato consumado, visto que haveria maior gravame no desfazimento do concurso
do que em sua convalidação.
Acessibilidade
1) Acessibilidade a brasileiros e estrangeiros:
Art. 37. I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como
aos estrangeiros, na forma da lei; (CF)
- A possibilidade de estrangeiros ocuparem cargos, empregos e funções públicas
foi acrescentada à CF pela EC 19/1998, muito em virtude da necessidade das
universidades brasileiras contratarem professores estrangeiros.

- Brasileiros naturalizados podem assumir cargos/empregos/funções.

- No caso dos estrangeiros, todavia, é necessário que o acesso deles se dê na


forma da lei. Assim, o art. 37, I, no que concerne aos estrangeiros é considerado
como uma norma constitucional de eficácia limitada à edição de lei, que
estabelecerá a forma necessária.

2) Reserva de percentual de cargos e empregos aos portadores de


deficiências:
Art. 37. VIII. A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de usa
admissão. (CF)
- Na esfera federal, a Lei 8.112/90 regulou a matéria, no que diz respeito aos
cargos públicos, nos seguintes termos:
Art. 5º. § 2º. Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito
de se inscrever em concurso público para provimento de cargos cujas
atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras;
para tais pessoas serão reservadas até 20% das vagas oferecidas no
concurso.
- O Decreto 3.298/99, no seu art. 37 criou norma reservando um mínimo de 5%
das vagas dos concursos públicos para deficientes, determinando, ainda, que,
se a aplicação do percentual de 5% resultado em número fracionado este
deverá ser elevado até o primeiro número inteiro subsequente.

- Hipótese: só há duas vagas. STF decidiu: nenhuma é reservado para deficiente,


pois o percentual máximo de reserva é de 20%.

- Recomendação: chamar um deficiente a cada cinco não-deficientes


chamados.

- A análise da compatibilidade das atribuições do cargo com a deficiência


apresentada deverá ficar a cargo de junta médica oficial.
Vedação à acumulação de cargos, funções e empregos públicos
- A acumulação de cargos, empregos e funções públicas é exceção, sendo
regra a vedação, e só ocorrerá caso haja compatibilidade de horários.
Art. 37.
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,
quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer
caso o disposto no inciso XI:
a) A de dois cargos de professor;
b) A de um cargo de professor com outro, técnico ou científico;
c) A de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde,
com profissões regulamentadas.
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e
abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder público.
- Cargo técnico ou científico: aquele que exige uma especial formação, exige
que o servidor tenha nível superior.

- Antes da EC 34/2001, a alínea C do inciso XVI contemplava apenas os médicos,


excluindo dentistas, enfermeiros, técnicos em radiologia, etc. A EC 34 modificou
essa situação e permitiu que profissionais da saúde cumulassem dois cargos ou
empregos públicos.

- Há ainda outras hipóteses previstas na CF em que a acumulação remunerada


é lícita:

 A permissão de acumulação para os vereadores, prevista no art. 38, III;


 A permissão para os juízes exercerem o magistério, conforme o art. 95,
parágrafo único, I;
 A permissão para os membros do MP exercerem o magistério, art. 128, § 5º,
II, d.

- A proibição de acumular é a mais ampla possível, abrangendo, salvo as


exceções previstas na CF, qualquer agente público remunerado em qualquer
poder ou esfera da Federação 9 ex.: cargo público municipal + emprego público
estadual).

- O art. 37, XI, proíbe a que os ganhos acumulados através dos dois cargos
excedam o teto remuneratório previsto na CF. O que não impede a acumulação
de cargos, de forma que a solução, nesse caso, será a redução remuneratória
do servidor, de maneira que o teto seja respeitado.
- Há a possibilidade de acumulação remunerada de proventos da
aposentadora com vencimentos de cargo, emprego ou função pública? Não
o art. 37, § 10, da CF vedou essa possibilidade.

- O que acontece quando identificada a acumulação de cargos ilegal? (art.


133, Lei 8.112:)

 Se fica provada a boa-fé do servidor: ele deverá optar por um dos cargos
 Se fica provada a má-fé do servidor: perderá ambos os cargos e restituirá
o que tiver percebido indevidamente.

Sistema de remunerações
- Remuneração: é a soma do vencimento (salário-base) com parcelas variáveis
ou vantagens pessoais (hora-extra, gratificação, abono, etc).

- Subsídio: é a contra-prestação salarial recebida em uma parcela única/valor


unitário.

 CABM: forma remuneratória de certos cargos, por força da qual a


retribuição que lhes concerne se efetua por meio dos pagamentos
mensais de parcelas únicas, ou seja, indivisas e insuscetíveis de
aditamentos ou acréscimos de qualquer espécie.
 Quem recebe subsídio? Ministros de Estado, Secretários Estaduais e
Municipais, Presidente da República e Vice, Prefeito e Vice, Deputados e
Senadores, Ministros do STF e magistrados em geral, membros do MP,
Procuradores de Estado e DF, Defensores, servidores policiais, etc,.
 O subsídio é composto de uma parcela única e não inclui gratificação,
adicional, etc., mas o servidor pago por subsídio poderá receber verbas
indenizatórias.

- Vencimento x remuneração (lei 8112):


Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo
público, com valor fixado em lei.
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das
vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
- Provento: é a prestação pecuniária recebida pelos aposentados.

- Pensão: é a prestação pecuniária recebida pelos dependentes.

- A Lei n. 8.112 assegura que a remuneração e o provento não serão objeto de


arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos
resultante de decisão judicial.
1) Limite de remuneração:
- A CF, no art. 37, XI, estabeleceu um teto para a remuneração e o subsídio dos
ocupantes de c/f/e públicos.

- Tal limite se aplica À ADM direta, autárquica, e fundacional, e abrange os


membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do DF e dos Municípios,
incluindo os detentores de mandato eletivo e demais agentes políticos.

- Este teto vale, ainda, para proventos e pensões.

- Na esfera federal são os subsídios mensais dos Ministros do STF que servem de
teto;

- Municípios: o teto são os subsídios do prefeito.

- Estados:

 Legislativo: subsídios dos Dep. Estaduais;


 Executivo: subsídios do Governador;
 Judiciário: subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça (que está
limitado a 90,25% do subsídios dos ministros do STF).

- O teto remuneratório também se aplica às empresas públicas ou SEM.

2) Vencimentos do Executivo como paradigma para o Legislativo e o


Judiciário
- O art. 37, XII, estatui que os vencimentos dos cargos administrativos do
Legislativo e do Judiciário não poderão ser superiores aos de seus
correspondentes no Executivo.

- Ainda que a CF não o haja dito expressamente, a mesma regra valerá para as
funções e empregos.

Direito de associação sindical dos servidores públicos


- O inciso VI do art. 37 da CF garante ao servidor público o direito à livre
associação sindical, nos mesmo moldes em que é assegurado esse direito aos
trabalhadores em geral.

- Obs.: no caso dos militares existe disposição diametralmente oposta, a eles são
vedadas a sindicalização e a greve.

- Lides entre servidores públicos federais e a ADM pública federal são de


competência da Justiça Federal.
Direito de greve dos servidores públicos
- O inciso VII do art. 37 da CF concede aos servidores públicos o direito de greve.

- O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
ordinária.

- Antes era lei complementar e agora passou a ser lei ordinária (de mais fácil
aprovação).

- Norma de eficácia contida ou limitada?

 Eficácia contida: tem eficácia imediata, conquanto possa o futuro


legislador reduzir o âmbito de incidência normativa.
 Eficácia limitada: o direito subjetivo de greve somente surgirá no mundo
jurídico quando for editada a lei ordinária. JSCF e Di Pietro.

- O STF antes compreendia que a norma a respeito do direito de greve dos


servidores públicos era uma norma de eficácia limitada.

- Atualmente o STF modificou seu entendimento e visualiza a norma do direito de


greve como uma norma de eficácia contida.

- Em um caso concreto, o STF reconheceu o direito de greve e determinou a


aplicação da Lei n. 7.783, que regula o direito de greve dos empregados em
geral.

- Litígios envolvendo o exercício do direito de greve dos servidores públicos


segundo STF devem ser julgados:

 Pelo TRF, se estiver adstrita a uma única região da Justiça Federal;


 Pelo TRF (para servidores federais) ou TJ (servidores municipais ou
estaduais), se estiver adstrita a uma só entidade federativa;
 Pelo STJ, se abranger mais de um ente federativo ou mais de uma região
da Justiça Federal.

Estabilidade e estágio probatório


- Estágio probatório é um dever do servidor que consiste em uma avaliação do
desempenho do cargo, com base nos seguintes fatores: assiduidade, disciplina,
capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade.
- Estabilidade: é um direito do servidor consistindo em verdadeira garantia
constitucional de permanência no serviço público. Só se alcança a estabilidade
após o estágio probatório.

- Problem:

 A lei 8112 prevê que o estágio probatório tem duração de 24 meses.


 A CF prevê que a estabilidade é garantida após três anos de efetivo
exercício:
 Solução: STF – interpretação conforme – são institutos conexos e têm o
prazo comum de três anos.

1) Estabilidade
Art. 41. § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
para essa finalidade. (CF)
- Se durante o período de três a avaliação de desempenho do servidor for
impossibilitada em razão de afastamentos pessoais, esse prazo deverá ser
prorrogado pelo mesmo lapso de tempo em que perdurar o afastamento ou
doença, de modo a permitir a referida avaliação.

- Demissão: é a perda do cargo por falta grave ou como efeito de sentença


penal condenatória, vale dizer, demissão sempre tem caráter punitivo.

- Exoneração: é a perda de cargo público nos demais casos.

2) Estágio probatório
- O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável,
reconduzido ao cargo anteriormente ocupado.

- A exoneração do servidor em decorrência de inabilitação em estágio


probatório deve observar o devido processo legal, contraditório e a ampla
defesa.

- O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de


provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no
órgão em que se encontra lotado.

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