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AGENTES PÚBLICOS
O conceito de agentes públicos pode ser encontrado no art. 2º da Lei 8.429/92 (Lei de
Improbidade Administrativa), assim como no art. 327 do Código Penal. Os dois dispositivos trazem
um conceito amplo de agentes públicos, em que será considerado agente público toda pessoa que
exerça uma função pública, SEJA DE QUE MODO FOR. Seja remunerada ou gratuita, com vínculo
formal ou sem vínculo formal, de forma permanente ou temporária. Qualquer pessoa, que de
qualquer modo, exerça uma função pública, uma função estatal, vai ser considerado agente público
dentro desse conceito amplo.
Entendido este conceito amplo de agente público, a doutrina passa a tratar das espécies de
agentes públicos.
1 ESPÉCIES DE AGENTES PÚBLICOS
A primeira divisão que a doutrina faz é a divisão do conceito de agentes públicos em agentes
públicos de direito e agentes de fato, a depender da existência ou não de vínculo jurídico e válido
com a Administração Pública.
O agente público de direito é aquele que exerce uma função pública em virtude de um vínculo
jurídico formal e válido com o Estado; enquanto o agente de fato exerce, de boa-fé, função pública,
apesar de não possuir vínculo jurídico e válido com o Estado.
A) AGENTE PÚBLICO DE FATO
Os agentes de fato exercem uma função pública, mas não possuem vínculo jurídico e válido
com o Estado.
É importante ressaltar que eles exercem essa função pública com o objetivo de buscar o
interesse público, ou seja, de boa-fé. Por isso, não podem ser confundidos com os usurpadores da
função pública (art. 328, CP), que são aquelas pessoas que exercem função pública, sem vínculo,
de má-fé, ou seja, buscando se beneficiar. O usurpador da função pública comete crime, devendo
responder penalmente, diferente do agente de fato, que está de boa-fé.
O agente de fato pode ser dividido em duas espécies:
. Agente de fato putativo: pessoa que exerce função pública em uma situação de normalidade,
com aparência de agente público, mas que não possui investidura ou sua investidura teve algum
vínculo. Ex.: aprovado em um concurso público nulo. Como tem-se a teoria da aparência e a boa-
fé dos administrados, os atos do agente de fato putativo devem ser convalidados pela
Administração Pública e o Estado responderá pelos danos causados a terceiros.
. Agente de fato necessário: pessoa que exerce função pública em uma situação de necessidade,
em uma situação excepcional. O agente público também exerce uma função pública, de boa-fé,
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buscando o interesse público, mas não em uma situação de normalidade, e sim numa situação
emergencial. Ex.: particular que ajuda em uma enchente. Entende-se que os atos do agente de fato
necessário podem ser convalidados para os terceiros de boa-fé. No entanto, com relação à
responsabilização do Estado em virtude da atuação desse agente de fato necessário, a doutrina
entende que o Estado não responde, pois não há, nesse caso, que se falar em teoria da aparência.
Obs.: ainda que o Estado não responda pela atuação do agente de fato necessário, é possível que
o Estado responda pela omissão que possa ter causado a situação de necessidade.
B) AGENTE PÚBLICO DE DIREITO
São aqueles que exercem função pública com algum tipo de vínculo jurídico e válido com o
Estado. Podem ser divididos em: militares, agentes políticos, particulares em colaboração e
servidores públicos (em sentido estrito).
. Militares: podem ser considerados uma espécie autônoma de agentes públicos de direito ou uma
espécie de servidores públicos. Art. 42 e art. 142, §3º, CR/88.
. Particulares em colaboração (ou honoríficos): exercem, em determinadas situações, a função
pública, mas não perdem o caráter de particular. São espécies de particulares em colaboração:
. Agentes convocados ou designados. Ex.: jurados, mesários nas eleições.
. Agentes voluntários. Ex.: Programa Amigos da escola.
. Agentes delegados, que recebem delegação de serviço público. Ex.: concessionárias e
permissionárias de serviço público, titulares de cartório.
. Agentes credenciados, que firmam uma espécie de convênio com o Estado. Ex.: médico
particulares credenciado ao SUS.
. Agentes políticos: são aqueles agentes que exercem a função política.
Existe divergência na doutrina, mas, considerando a corrente doutrinária ampla, serão
considerados agentes políticos:
. Detentores de mandato eletivo
. Auxiliares do chefe do Executivo (Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Secretários
Municipais)
. Magistrados
. Membros do Ministério Público
Obs.: Defensor Público e Membros do Tribunal de Contas: NÃO SÃO agentes políticos.
Atenção: com relação aos agentes políticos, ponto importante é analisar a Súmula
Vinculante n.º 13. A SV n.º 13 foi editada pelo STF com o intuito de proibir o nepotismo.
Assim, é vedada a nomeação, para cargo em comissão, função de confiança e função
gratificada, de cônjuge, companheiro ou parente até 3º grau, inclusive a nomeação recíproca
(troca de favores). No entanto, vale ressaltar que esta Súmula não se aplica, de acordo com
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o STF, para a nomeação de agentes políticos (Ministros e Secretários), desde que haja
qualificação técnica para o cargo. Assim, é possível a nomeação de cônjuge, companheiro
ou parentes até 3º grau para os cargos de Secretário Municipal, Estadual ou Ministro de
Estado, desde que a pessoa que está sendo nomeada tenha capacidade técnica para o cargo.
. Servidores públicos em sentido amplo (ou agentes administrativos): são aquelas pessoas
que possuem uma relação de trabalho com a Administração Pública, podendo essa relação ser
regida por diferentes regimes jurídicos.
(alguns autores incluem os militares na categoria de servidores públicos estatutários, pois também
se submeterem a um estatuto).
Os servidores públicos vão ser divididos em temporários, celetistas e estatutários, em razão
do regime jurídico que cada uma destas espécies vai seguir. Assim, vamos para a análise de cada
um destes regimes jurídicos.
2 REGIMES JURÍDICOS
Como visto, existem três espécies de servidores públicos: temporários, celetistas e
estatutários. Cada uma destas espécies se submete um regime jurídico diferente.
A) REGIME JURÍDICO TEMPORÁRIO (OU ESPECIAL):
Os servidores temporários estão previstos no art. 37, IX, da CR/88, que trata dos casos de
contratação temporária de excepcional interesse público. Com relação aos servidores temporários,
importante ressaltar:
. Cada ente federativo deve criar sua própria lei que regulamenta o regime jurídico dos servidores
temporários. Na União, o regime temporário está na Lei 8.745/93.
. A contratação temporária sempre vai ser excepcional, nunca a regra.
. Não é necessário o concurso público, mas, para garantir os princípios da Administração Pública,
deve-se realizar um processo seletivo objetivo.
. Os servidores estatutários possuem um vínculo contratual com a Administração, pois assinam um
contrato.
. Justiça competente para processar e julgar litígios entre Administração Pública e servidores
temporários: Justiça Comum (Federal ou Estadual).
B) REGIME JURÍDICO CELETISTA
O servidor celetista ocupa emprego público, é o chamado empregado público. As empresas
privadas integrantes da Administração Indireta, por exemplo, possuem servidores celetistas.
. No regime celetista, o empregado público se submete, em regra, à CLT.
No entanto, importante ressaltar que algumas normas de direito público deverão ser aplicadas
neste regime jurídico celetista, por isso alguns autores o denominam de regime jurídico híbrido.

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Exemplos:
. Concurso público (art. 37, II, CR/88)
. Não acumulação (art. 37, XVI e XVII, CR/88)
. Teto remuneratório (art. 37, XI e §9º, CR/88)
. Vínculo contratual: o empregado público vai ter uma relação contratual com a Administração.
. Justiça competente para dirimir conflitos entre o empregado público e a Administração: Justiça do
Trabalho (art. 114, I, CR/88)
C) REGIME JURÍDICO ESTATUTÁRIO
O regime jurídico estatutário é o regime aplicado aos servidores públicos que ocupam, em
regra, cargos públicos nos entes federativos (U, E, DF e M) e nas pessoas jurídicas de direito
público.
. Cada ente federado tem competência para legislar sobre o estatuto dos seus servidores. Em
âmbito federal, aplica-se a Lei 8.112/90.
. O vínculo entre o servidor e a Administração não é contratual, e sim um vínculo legal.
. Justiça competente para processo e julgamento das causas relativas a servidores estatutários:
Justiça comum.
Obs.: apesar de discussão, o STF já decidiu que o foro competente é a Justiça Comum, e não a
Justiça do Trabalho, dando interpretação ao art. 114, I, da CR/88.
D) REGIME JURÍDICO ÚNICO
A redação atual do art. 39, CR/88, de acordo com o STF, está suspensa, tendo em vista que
houve um vício formal na edição da Emenda Constitucional 19/98. Sendo assim, a redação que
vigora atualmente é a redação original, que está transcrita abaixo do art. 39.
Durante o período em que não se exigia o Regime Jurídico Único, a União editou a Lei
9.962/00, que trata da contratação de servidor celetista para União, autarquia federal e sociedade
de economia mista. Esta lei continua válida para os servidores celetistas que ingressaram nessa
época, visto que a decisão do STF tem efeito ex nunc.
Cuidado com isso na resolução da prova!
E) CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES
- Cargo público: é o lugar dentro da organização funcional da Administração Direta, autárquica e
fundacional. O cargo é ocupado por servidor público estatutário.
- Emprego público: é o lugar dentro das pessoas jurídicas de direito privado que integram a
Administração Pública Indireta. O emprego público é ocupado pelo empregado público.
- Função pública: é a atividade pública exercida pelo agente público.

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Todo cargo ou emprego público precisa ter uma função pública. Por outro lado, é possível o
exercício de função pública sem cargo ou emprego, por exemplo, servidor temporário, agente de
fato necessário, etc.
- Criação e extinção dos cargos públicos:
Os cargos públicos, em regra, devem ser criados e extintos por lei (art. 48, X, CR/88).
Iniciativa de lei para criação de cargos públicos: art. 61, §1º, II, a, CR/88 (Chefe do
Executivo); art. 96, II, b (Presidente do Tribunal); art. 127, §2º (Procurador-Geral do MP).
Obs.: os cargos da Câmara de Deputados e Senado Federal se dá por resolução, ou seja, ato
administrativo (art. 51, IV e art. 52, XIII).
Obs. 2: os empregos públicos não dependem de lei para sua criação, são criados por atos internos
da pessoa jurídica.
Obs. 3: em regra, se o cargo é criado por lei, também vai ser extinto por lei. Mas o art. 84, VI, b,
traz a possibilidade de extinção dos cargos vagos através de Decreto (ato administrativo) do Chefe
do Executivo.
Obs.4: os cargos podem ser transformados, desde que não tenha aumento das despesas, por
Decreto (ato administrativo): art. 84, VI, a.
- Classificação dos cargos:
a) Quanto à posição que ocupam no quadro funcional:
. Cargo de carreira: dividido em classes, possibilitando a progressão na carreira. Ex.:
Delegado Classe I, Delegado Classe II, Delegado Classe III...
. Cargo isolado: cargo único, que não tem divisão de classes, não sendo possível a
progressão funcional. Ex.: Ministro de Estado.
b) Quanto às garantias dos seus ocupantes:
. Cargo vitalício: tem uma garantia maior para o servidor. Depois de reconhecida a
vitaliciedade, só pode perder o cargo por sentença transitada em julgado. São cargos
vitalícios previstos na Constituição: magistrados (art. 95, I), Ministros e Conselheiros do
Tribunal de Contas (art. 73, §3º) e membros do MP (art. 128, §5º, I, a).
O ingresso em um cargo vitalício, em regra, depende de concurso público, como para a
magistratura e Ministério Público, mas pode ocorrer sem a necessidade de concurso, como
no caso do quinto constitucional, ministros do STF, STJ, etc.
Obs.: Súmulas 11 e 36, STF.
. Cargo efetivo: dá uma garantia ao servidor no serviço público, fazendo com que ele só
perca o cargo em 4 situações: sentença judicial transitada em julgado, processo
administrativo garantida ampla defesa, avaliação periódica de desempenho (previstos no art.
41, §1º, CR/88) e excesso no limite de despesas com pessoal (art. 169, §4º, CR/99).
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. Cargo em comissão: cargo de livre nomeação e exoneração (exoneração ad nutum).
Obs.: o art. 37, V, da CR/88, fala que o cargo em comissão e a função de confiança relacionam-se
às atribuições de direção, chefia e assessoramento. O cargo em comissão pode ser ocupado por
qualquer pessoa, tanto uma pessoa que já é servidora pública quanto uma pessoa que não tem
nenhuma relação com a Administração; por outro lado, a função de confiança só pode ser ocupada
por alguém que já ocupa cargo efetivo.
- Acessibilidade aos cargos, empregos e funções públicas: os cargos, empregos e funções públicas
são acessíveis a todos os brasileiros (natos e naturalizados), e também aos estrangeiros, na forma
da lei (art. 37, I, CR/88 e art. 5º, §3º, Lei 8.112/90).
3 NORMAS CONSTITUCIONAIS
A Constituição trata dos agentes públicos, basicamente, dos arts. 37 a 41. Vamos analisar
os principais pontos.
A) CONCURSO PÚBLICO – ART. 37, II E III, CR/88
É a forma pela qual a Administração seleciona os melhores candidatos para integrar cargos
e empregos públicos. A não observância da regra do concurso público pode levar à
responsabilização da autoridade administrativa responsável e à nulidade das nomeações dos
agentes (art. 37, §2º, CR/88).
Apesar de a regra ser a realização de concurso público, existem exceções:
. Art. 37, II, CR/88: cargo em comissão
. Art. 3º, Lei 8.745/93: servidor temporário: não se submete a concurso público, mas a um
processo seletivo objetivo
. Art. 101, p. único; art. 104, p. único; art. 111-A; art. 119, II; art. 123, p. único, da CR/88:
Ministros do STF e Tribunais superiores.
. Art. 73, §§1º e 2º e art. 75, CR/88: ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas
. Art. 94, CR/88: Quinto constitucional
. Art. 198, §4º, CR/88: agentes comunitários de saúde e endemias
. Art. 53, I, ADCT: ex-combatentes da II Guerra Mundial
- O concurso público pode ser de provas ou de provas e títulos. Não pode ser só de títulos, pois iria
ferir o princípio da isonomia. Além disso, os títulos só podem ter caráter classificatório, e não
eliminatório.
Alguns pontos previstos na CR/88 devem ser tratados:
A.1) Prazo de validade: o prazo de validade é o período que a Administração tem para nomear os
aprovados no concurso público. O prazo de validade do concurso público é de até 2 anos,
prorrogável uma vez, por igual período.

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. Início do prazo: o prazo do concurso público se inicia com a homologação do concurso.
. Prorrogação: a prorrogação é uma atuação discricionária da Administração, ou seja, a ela decide
se quer ou não prorrogar.
. Terminado o fim do prazo, a Administração não pode mais nomear outras pessoas aprovadas no
concurso, a não ser que a pessoa tenha ingressado com uma ação judicial, podendo, assim, ser
nomeada ainda que o prazo de validade tenha terminado, visto que o candidato não pode ser
prejudicado pela demora do Poder Judiciário.
Obs.: o art. 37, IV, da CR/88 determina que não é vedada a abertura de novo concurso durante o
prazo de validade de concurso anterior, desde que os aprovados no concurso anterior sejam
nomeados com prioridade. Por outro lado, o art. 12, §2º, da Lei 8.112/90 veda a abertura de novo
concurso público durante o prazo de validade do concurso anterior. Cuidado com o que a prova
está perguntando, se de acordo com a Lei 8.112/90 ou se de acordo com a Constituição.
A.2) Requisitos para participação e aprovação: para que sejam exigidos requisitos para a
investidura de um cargo público, é necessário que uma lei preveja essa possibilidade e que estes
requisitos tenham ligação com função a ser desenvolvida. Ou seja, o edital não pode exigir, por si
só, novos requisitos. Ex.: não é possível a fixação de limite de idade ou de altura para um
determinado concurso se não houver previsão legal (desde que, claro, tenha ligação com o cargo).
A.3) Aprovação e direito à nomeação:
Em regra, a aprovação no concurso público não significa que o candidato tem direito
subjetivo à nomeação, isto porque a aprovação gera apenas a expectativa de direito à nomeação.
No entanto, em determinadas situações, de acordo com a jurisprudência e doutrina, o
candidato aprovado passa a ter direito subjetivo à nomeação. Vejamos:
. quando o candidato é aprovado dentro do número de vagas previsto no edital, visto que a
Administração Pública se vincula ao previsto no edital.
. quando o candidato é preterido na ordem classificatória (Súmula 15, STF).
. quando ocorre uma nomeação precária (temporária) para o mesmo cargo que o candidato
foi aprovado.
Obs. importante: o surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso público não gera,
por si só, o direito subjetivo à nomeação. Só haverá que se falar em direito subjetivo à nomeação
por surgimento de novas vagas ou novo concurso público se ficar comprovado que a Administração
não nomeou os aprovados no concurso anterior de forma imotivada e arbitrária.
B) ESTABILIDADE
A estabilidade está prevista no art. 41 da Constituição, e é a garantia que o titular de cargo
efetivo pode adquirir de permanência no serviço público.
A estabilidade é adquirida com o cumprimento de dois requisitos:
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. Efetivo exercício por três anos da função, que é o período chamado estágio probatório
. Aprovação na avaliação especial de desempenho
Obs.: a Lei 8.112/90 fala no art. 21, que o prazo do estágio probatório é de 2 anos; e fala em 24
meses no art. 20. No entanto, não existe dúvida, de acordo com o STJ, que o prazo do estágio
probatório é de 3 anos.
Obs. 2: passados os três anos de efetivo exercício, se a Administração não realiza a avaliação
especial de desempenho, o servidor adquirirá a estabilidade, de acordo com o STF, pois não pode
ser prejudicado pela inércia da Administração.
Depois que o servidor, ocupante de cargo efetivo, adquire a estabilidade, só poderá perder
o cargo nas seguintes situações:
. sentença judicial transitado em julgado (art. 41, §1º, I, CR/88 e art. 22, Lei 8.112/90)
. processo administrativo disciplinar, garantido ampla defesa (art. 41, §1º, II, CR/88 e art. 22,
Lei 8.112/90)
. reprovação em avaliação periódica de desempenho (art. 41, §1º, III, CR/88)
. excesso de limites de gasto com pessoal (art. 169, §4º, CR/88 e art. 19, Lei Complementar
101/00)
C) REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR PÚBLICO
A remuneração é a contraprestação dada pelo Estado pela prestação do serviço público.
Importante analisar alguns pontos específicos com relação à remuneração:
C.1) Remuneração: remuneração é uma expressão ampla, que abarca a soma do vencimento
básico do cargo e das vantagens pecuniárias daquele cargo.

As
REMUNERAÇÃO = VENCIMENTO + VANTAGENS PECUNIÁRIAS
vantagens, de
acordo com o art. 49 e seguintes da Lei 8.112/90, podem ser de três espécies: gratificações,
adicionais e as indenizações.
Obs.: cuidado com a expressão vencimento e vencimentoS, isso porque vencimentoS (no plural)
vai ser sinônimo de remuneração.
C.2) Subsídio: é o pagamento em parcela única, ou seja, paga através de um valor único
estabelecido em lei, sem receber outras vantagens, gratificações.
Existe exceção no caso das parcelas indenizatórias, que poderão ser acrescidas ao valor do
subsídio, por se tratar de reembolso.
De acordo com o art. 39, §8º, a remuneração de qualquer servidor organizado por carreira pode
ser fixada por subsídio.
Mas apesar desta faculdade de receber por subsídio, ele vai ser obrigatório para algumas carreiras:
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. Art. 39, §4º, CR/88: Membros de poder (Legislativo, Executivo e Judiciário), detentores de
mandato eletivo, Ministros e Secretários de Estado
. Art. 128, §5º, I, c, CR/88: membros do MP
. Art. 135, CR/88: integrantes da Advocacia-Geral da União, Procuradores do Estado e do
DF, e Defensores Públicos
. Art. 73, §3º, CR/88: ministros dos Tribunais de Contas da União
. Art. 144, §9º, CR/88: servidores públicos policiais
C.3) Irredutibilidade: o art. 37, XV, da CR/88, fala que o subsídio e os vencimentos dos cargos e
empregos públicos são irredutíveis. Esta irredutibilidade é uma irredutibilidade nominal, ou seja,
não pode diminuir o valor nominal, por exemplo, não pode diminuir de R$1.000,00 para R$900,00.
Já o art. 37, X, garante ao servidor uma revisão geral anual, através de lei específica, revisão
esta que garante o valor real da remuneração, preservando sua capacidade de compra.
Atenção: de acordo com a Súmula Vinculante n.º 37, não cabe ao juiz aumentar o vencimento do
servidor, pois ele não possui poder legislativo, e isso deve ser feito por lei.
C.4) Salário mínimo: o art. 41, §5º, da Lei 8.112/90 que fala que nenhum servidor receberá
remuneração inferior ao salário mínimo. O vencimento pode ser mais baixo que o salário mínimo,
desde que a remuneração (a soma) seja maior. Súmula Vinculante 16.
C.4) Desconto na remuneração: em regra, não é possível o desconto na remuneração do servidor.
Exceções da Lei 8.112/90:
. Imposição legal ou decisão judicial (art. 45, caput, Lei 8.112/90)
. Consignação em folha em favor de terceiro, com autorização do servidor, a critério da
Administração e com reposição de curtos (art. 45, §1º - atenção, foi alterado em 2015). A
consignação pode ser de, no máximo, 35% da remuneração mensal, com valores reservados para
cartão de crédito.
. Reposição ao erário (art. 46).
Obs.: para o STJ, os valores recebidos a mais, de boa-fé, pelo servidor, não são devolvidos. Se
recebidos de má-fé, o servidor tem o prazo de 30 dias para repor. Se não puder pagar de uma só
vez, é possível o parcelamento.
Obs.2: não pode ser objeto de arresto, sequestro ou penhora, salvo para prestação alimentícia, em
virtude de decisão judicial (art. 48).
D) TETO REMUNERATÓRIO
O teto remuneratório está previsto no art. 37, XI e traz teto geral e teto específicos para os
agentes públicos.
Teto geral: Ministro STF
Tetos específicos:
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. União: Ministro STF
. Estado e DF:. Executivo: Governador
. Legislativo: Deputado Estadual
. Judiciário, membros MP, Procuradores e Defensores Públicos:
Desembargador TJ
. Municípios: Prefeito
Obs. 1: art. 37, §12: Estados e DF podem fixar como limite único o subsídio dos Desembargadores
do TJ.
Obs. 2: o STF deu interpretação conforme a CR, determinando que os magistrados estaduais não
se submetem ao subteto de remuneração previsto no art. 37, XI.
Obs. 3: art. 37, §9º: empresas públicas e sociedade de economia mista não dependentes não
precisam respeitar o teto remuneratório.
Obs. 4: art. 37, §11: as verbas indenizatórias não são contabilizadas para o teto remuneratório, pois
são reembolso.
E) GREVE
O art. 37, inciso VII, da CR/88, determina que o servidor público tem o direito de greve, mas
remete à lei específica a sua regulamentação, ou seja, é uma norma de eficácia limitada. Esta lei
regulamentadora até hoje não foi editada, então, em princípio, não se poderia falar em greve dos
servidores públicos.
No entanto, o STF já decidiu que, enquanto não for editada esta lei regulamentadora da
greve dos servidores, aplica-se, por analogia, a Lei 7.783/89, que é lei de greve dos trabalhadores
em geral.
Ob.: militares: o art. 142, §3º, IV, veda tanto a associação sindical quanto a greve para os militares.
Ou seja, militar não pode realizar greve. Além disso, para o STF, além disso, todos os policias não
podem ter greve, em virtude da importância das funções que exercem.
De acordo com o STF, os dias não trabalhados podem ser descontados do servidor, a não
ser que a greve tenha sido causada por uma atuação ilícita da Administração.
F) DISPONIBILIDADE
No caso em que o cargo público é extinto ou declarado desnecessário, o servidor estável
ficará em disponibilidade, recebendo de forma proporcional ao tempo de serviço, até ser
aproveitado em outro cargo (art. 41, §3º).

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G) ACUMULAÇÃO DE CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO
A Constituição, no art. 37, XVI e XVII, em regra, veda a acumulação de cargo, emprego e
função pública. No entanto, o inciso XVI traz exceções, desde que preenchidos os seguintes
requisitos:
. compatibilidade de horários
. respeito ao teto remuneratório
. a acumulação seja de: . dois cargos de professor
. um cargo de professor com outro técnico ou científico
. dois cargos privativos de profissional da saúde, com profissão
regulamentada
Obs. 1: a acumulação vedada é para acumulação de cargos remunerados. Nada impede que se
acumule cargo remunerado com não remunerado, desde que haja compatibilidade de horários.
Obs. 2: nas hipóteses de acumulação, só é possível acumular 2 fontes remuneratórias, não é
possível acumular, por exemplo, 3 cargos de professor.
Obs.3: outras hipóteses de acumulação (ou vedação de acumulação) na Constituição: art. 38, III;
art. 95, parágrafo único, I; art. 128, §5º; art. 142, §3º, II e III.
Obs. 4: acumulação de aposentadoria: art. 37, §10 e art. 40, §6º, CR/88.
Obs. 5: o art. 132, XII, da Lei 8.112/90 prevê que a acumulação de cargos ensejará a penalidade
de demissão. O processo administrativo disciplinar, com relação à acumulação de cargos, é
diferente das demais infrações funcionais, previsto no art. 133 da Lei 8.112/90:
. Administração concede prazo de 10 dias para que o servidor escolha qual cargo quer pedir
exoneração;
. Se em 10 dias ele faz a opção, presume-se que ele estava de boa-fé;
. Se ele não faz a escolha, Administração inicia processo administrativo sumário;
. Designa comissão formada por 2 servidores estáveis;
. Concede prazo de 5 dias para defesa (até o último dia defesa, o servidor ainda pode optar por um
dos cargos, presumindo-se a sua boa-fé);
. Profere a decisão. Se comprovada a acumulação ilegal, o servidor é demitido de todos os cargos.
H) ACUMULAÇÃO DE CARGO PÚBLICO COM CARGO ELETIVO
O art. 38 trata a possibilidade ou não de se acumular cargo público (emprego público ou
função pública) com cargo eletivo, devendo-se analisar qual é o cargo eletivo.
. Cargo eletivo federal, distrital ou estadual: afasta do cargo público e recebe o subsídio do cargo
eletivo.

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. Prefeito: afasta do cargo público, mas pode optar pela remuneração do cargo público ou pelo
subsídio do cargo eletivo.
. Vereador: se houver compatibilidade de horários, acumula o cargo público e o cargo eletivo,
recebendo as vantagens do cargo e a remuneração do cargo eletivo. Se não houver
compatibilidade de horários, aplica-se a regra do Prefeito.
4 LEI 8.112/90

A) NOMEAÇÃO, POSSE E EXERCÍCIO


A nomeação (art. 9º e ss.) é ato administrativo unilateral, em que a Administração chama a
pessoa para ocupar o cargo público (por concurso, em regra, mas pode ser de livre nomeação).
Com a nomeação, a pessoa ainda não é servidora, pois a investidura só ocorre com a posse (art.
7º).
Ao assinar o termo de posse, a pessoa torna-se servidor público. De acordo com o art. 13,
o prazo máximo para a posse é de 30 dias a contar da publicação do ato de provimento. Se o
nomeado não toma posse, a nomeação fica sem efeito.
Depois de tomar posse, o servidor tem 15 dias para entrar em exercício (art. 15, §1º). Se o
servidor não entra em exercício, ele será exonerado.
B) FORMAS DE PROVIMENTO – ART. 8º
Formas de provimento são as formas de preenchimento de um cargo público. O provimento
pode ser originário, quando o ocupante não possuía nenhuma relação com o cargo ou com o
quadro. Por outro lado, o provimento pode ser derivado, quando o ocupante já possuía vínculos
com a entidade ou com o cargo.
a) Nomeação (art. 9º e ss.): é a forma de provimento originário, em que o servidor passa a ter
contato com a organização.
b) Promoção: é a progressão funcional dentro de uma carreira, por antiguidade ou merecimento,
alternadamente.
c) Readaptação (art. 24): é a mudança de cargo do servidor em virtude de uma limitação física ou
mental.
d) Reversão (art. 25): é o retorno do servidor aposentado. É possível o retorno do servidor
aposentado por invalidez, quando ele melhora (comprovado por junta médica); ou quando ele se
aposenta voluntariamente, mas pede seu retorno, desde que, neste último caso, sejam preenchidos
os requisitos previstos na lei.
Atenção: não é possível o retorno do servidor aposentado compulsoriamente.
e) Aproveitamento (art. 30): é o retorno do servidor estável que estava em disponibilidade.

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f) Reintegração (art. 41, §2º, CR/88 e art. 28, Lei 8.112/90): é o retorno do servidor estável
demitido, quando anulada a sua demissão, com ressarcimento de todas as vantagens não
recebidas.
Obs.: se o servidor não era estável, não ocorre a reintegração. A sua demissão será convertida em
exoneração (visto que a exoneração não tem caráter de penalidade).
g) Recondução (art. 29): é o retorno do servidor estável ao cargo de origem, seja porque foi
reprovado em novo estágio probatório, seja porque estava ocupando um cargo em que houve a
reintegração do ocupante anterior.
C) FORMAS DE VACÂNCIA – ART. 33
São as formas de sair de um cargo público, de se desligar do cargo.
a) exoneração: não é penalidade.
b) demissão: é penalidade.
c) promoção: é forma de provimento e vacância ao mesmo tempo.
d) readaptação: é forma de provimento e vacância ao mesmo tempo.
e) aposentadoria
f) posse em outro cargo inacumulável
g) falecimento
D) REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO
A remoção (art. 36) ocorre quando o servidor público é deslocado dentro do mesmo quadro
da mesma carreira. Existem diferentes espécies de remoção:
. Remoção de ofício: no interesse da Administração. O servidor não tem escolha, tem que ir.
. Remoção a pedido: a critério da Administração. O servidor pede, mas a remoção é uma atuação
discricionária da Administração, que pode conceder ou não.
. Remoção a pedido: independentemente da vontade da Administração. O servidor pede e a
Administração tem que conceder, é uma atuação vinculada. Ocorre quando:
. Remoção de ofício do cônjuge servidor público;
. Motivo de saúde do servidor, cônjuge ou dependente;
. Concurso de remoção.
Já a redistribuição (art. 37) ocorre quando o cargo é deslocado de um local para outro, de
um órgão para o outro, ou até mesmo de uma entidade para outra, desde que no mesmo poder.
E) VANTAGENS PECUNIÁRIAS – ARTS. 49 A 80
A Lei 8.112/90 prevê três formas de vantagens pecuniárias: indenizações, gratificações e
adicionais.

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E.1) Indenizações: formas de reembolso de alguma despesa do servidor em virtude do cargo. São
espécies de indenização:
. Ajuda de custo (art. 53 a 57): indenização quando o servidor tem que se deslocar de sede de
forma permanente, no interesse da Administração. O valor será definido pela Administração, não
pode ultrapassar o valor correspondente a 3 meses de remuneração.
. Diárias (art. 58 e 59): indenização quando o servidor se desloca temporariamente em virtude do
cargo, arcando com a locomoção, hospedagem e alimentação.
. Transporte (art. 60): visa reembolsar o servidor que utiliza seu próprio meio de transporte para
execução do serviço. Vai indenizar o desgaste do veículo.
. Auxílio moradia (art. 60-A a 60-E): indenização paga a determinados servidores (cargo em
comissão ou função de confiança do Grupo DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial ou Ministro
de Estado). Reembolsa-se o valor comprovado de aluguel ou pagamento de hotel, não podendo
ultrapassar 25% do cargo. O art. 60-B traz os requisitos para o recebimento do auxílio moradia
(atenção, alterado em 2014).
E.2) Gratificações: valores pagos em virtude do exercício de alguma função ou de outra situação
do servidor. São espécies de gratificação:
. Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento (art. 62 e 62-A):
gratificação paga em virtude da função exercida.
. Gratificação natalina (art. 63 a 66): valor pago no final do ano, correspondente ao 13º salário
dos empregados celetistas.
. Gratificação por encargo de curso e concurso (art. 76-A): paga ao servidor quando ele
participa da organização de algum curso ou concurso.
E.3) Adicionais: valores pagos em virtude de alguma situação especial:
. Adicional de insalubridade, periculosidade ou atividade penosa (art. 68 a 72): pago aos
servidores que exercem atividade em situação de insalubridade (risco à saúde), periculosidade
(risco à vida) e penosidade (zonas de fronteiras ou locais que a condição de vida justifique o
adicional).
. Adicional por serviço extraordinário (art. 73 e 74): é pago quando o servidor trabalha por horas
a mais do dia, corresponde à hora extra.
. Adicional noturno (art. 75): adicional pago ao servidor que exerce trabalho noturno.
. Adicional de férias (art. 76): pago ao servidor por ocasião das suas férias.
F) LICENÇAS (ARTS. 81 A 92)
As licenças são as hipóteses em que o servidor fica sem trabalhar, e pode ocorrer por
diversos motivos. Com relação a este tema, importante analisar alguns pontos sobre cada licença
e afastamento:
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LICENÇA ARTIGOS PRAZO REMUNERAÇÃO PODE NO SUSPENDE O
ESTÁGIO PRAZO DO
PROBATÓRIO? ESTÁGIO
(Art. 20, §4º) PROBATÓRIO?
(Art. 20, §5º)
Por motivo Art. 83 a) até 60 dias a) primeiros 60 dias com Sim Suspende
de doença na remuneração
família b) até 90 dias b) próximos 90 dias sem
remuneração
Por motivo Art. 84 Sem prazo Sem remuneração Sim Suspende
de
afastamento
do cônjuge

Para serviço Art. 85 Dura o tempo do Sem remuneração Sim Não suspende
militar serviço militar.
Depois de acabar,
tem 30 dias para
voltar ao serviço.
Para Art. 86 a) Da escolha na a) sem remuneração Sim Suspende
atividade convenção
política partidária até a
véspera do b) com remuneração
registro
b) do registro até
10 dias depois das
eleições (não
pode ultrapassar 3
meses)
Para Art. 87 3 meses a cada 5 Com remuneração Não -
capacitação anos de efetivo
serviço
Para tratar de Art. 91 Até 3 anos Sem remuneração Não -
interesses
particulares
Para Art. 92 Dura o tempo do Sem remuneração Não -
desempenho mandato classista
de mandato
classista

G) AFASTAMENTOS (ARTS. 93 A 96-A)


Os afastamentos são situações em que o servidor fica afastado do seu cargo. São elas:
. Afastamento para servir a outro órgão ou entidade (art. 93): o servidor é cedido (“emprestado”)
para outro órgão ou entidade. Com relação à remuneração, o art. 93 faz diferenciação para qual é

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o órgão ou entidade o servidor está sendo cedido, para saber se a remuneração ficará a cargo do
cedente (quem empresta) ou do cessionário (quem recebe o servidor).
No caso de estágio probatório, só pode ocorrer nas hipóteses dos cargos em comissão DAS-4, 5
ou 6, ou de natureza especial.
. Afastamento para exercício de mandato eletivo (art. 94): são as hipóteses em que o servidor
se afasta do cargo para exercer mandato eletivo (art. 38, CR/88). Pode ser concedido no estágio
probatório.
. Afastamento para estudo ou missão no exterior (art. 95 e 96): o servidor se afasta para estudo
ou missão no exterior. Pode ser concedido no estágio probatório.
. Afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país (art.
96-A): afastamento para mestrado, doutorado e pós-doutorado no país. Não pode no estágio
probatório.
H) CONCESSÕES – ART. 97
As concessões são ausências rápidas, sem perder a remuneração. Atenção, o art. foi
alterado em 2014.
I) REGIME DISCIPLINAR
No regime disciplinar deve-se estudar os deveres e proibições do servidor, a acumulação
(que já foi tratada junto às normas constitucionais – art. 37, XVI e XVII, CR/88), as
responsabilidades e as penalidades a que se sujeitam os servidores públicos que cometem alguma
infração funcional.
Importante, chamar a atenção para alguns pontos.
I.1) RESPONSABILIDADES – ART. 121 A 126-A
Quando o servidor comete uma infração, pode acontecer de ele responder nas instâncias
penal, administrativa (Lei 8.112/90) e civil (Lei 8.429/92), de forma independente entre si. A regra,
assim, é o princípio da independência das instâncias.
Ocorre que, de acordo com o art. 126, em determinas situações a absolvição na esfera penal
vai gerar também a absolvição na esfera administrativa: inexistência dos fatos ou negativa de
autoria.
Obs.: se a decisão administrativa ocorrer antes da sentença penal, e esta decisão administrativa
levar à perda do cargo, caso depois o servidor seja absolvido na esfera penal por inexistência do
fato ou negativa de autoria, deve ocorrer a reintegração do servidor.
Deve-se advertir que o Código Penal traz situações em que a sentença penal pode levar à
perda do cargo, função pública ou mandato eletivo: art. 92, I, CP.
I.2) PROIBIÇÕES (ART. 117) E PENALIDADES (ART. 127)

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O art. 117 da Lei 8.112/90 traz as proibições ao servidor público, e cada uma destas
proibições corresponde a uma das penalidades do art. 127 (advertência, suspensão, demissão,
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão, destituição de
função comissionada).
Para facilitar o estudo, importante analisar cada uma das penalidades previstas:
a) ADVERTÊNCIA
- Art. 129 e 131
- Hipóteses: . art. 117, I a VIII
. art. 117, XIX
. art. 129: inobservância do dever funcional, salvo penalidade mais grave
- Forma escrita
- Cancelamento do registro: art. 131: 3 anos
- Competência para aplicação da penalidade: art. 141, III: chefe da repartição ou outra autoridade
- Prescrição da ação disciplinar: art. 14, III: 180 dias de quando o fato se tornou conhecido
b) SUSPENSÃO
- Art. 130 e 131
- Prazo: até 90 dias
- Hipóteses: . Recusa à inspeção médica (prazo: até 15 dias)
. Reincidência na penalidade de advertência
. Art. 117, XVII: cometer a outro servidor atribuição estranha
. Art. 117, XVIII: atividade incompatível com cargo/horário
- Cancelamento do registro: art. 131: 5 anos
- Competência para aplicação da penalidade: art. 141, II e III:
Suspensão de até 30 dias: chefe da repartição ou outra autoridade
Suspensão mais de 30 dias: autoridade inferior às previstas no art. 141, I
- Prescrição da ação disciplinar: art. 14, II: 2 anos de quando o fato se tornou conhecido
- Art. 130, §2º: possibilidade de conversão da penalidade de suspensão por multa (50%), quando
houver conveniência do serviço.
c) DEMISSÃO
- Art. 132
- Competência para aplicação da penalidade: art. 141, I: Presidente da República, Presidente da
Câmara ou Senado, Presidente dos Tribunais, PGR.
- Prescrição da ação disciplinar: art. 14, I: 5 anos de quando o fato se tornou conhecido
Existem três espécies de demissão:

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c.1) Demissão simples: ocorre quando o servidor pode retornar para o serviço público:
Art. 117, X, XII, XIII, XIV, XV e XVI
Art. 132, II, III, V, VI, VII, IX e XII
Obs.: abandono de cargo: art. 138: falta intencional por mais de 30 dias consecutivos.
Obs. 2: inassiduidade habitual: art. 139: ausência injustificada por mais de 60 dias interpolados por
um período de 12 meses.
Obs. 3: a demissão por abandono de cargo e inassiduidade habitual se submetem ao processo
administrativo sumário: art. 140 c/c art. 133.
c.2) Demissão mais impossibilidade de voltar ao serviço público por 5 anos: o servidor não
pode voltar ao serviço público federal por 5 anos (art. 137):
Art. 117, IX e XI.
c.3) Demissão mais impossibilidade de retornar ao serviço público: o servidor não pode mais
voltar ao serviço público (art. 137, p. único):
Art. 132, I, IV, VIII, X e XI.
c.4) Observações:
- Art. 172: o servidor que responde a processo disciplinar não pode ser exonerado ou aposentado
voluntariamente enquanto o processo não for concluído.
- Art. 142, §2º: se a proibição também é crime, leva-se em conta a prescrição penal. De acordo com
o STJ, desde que tenha se iniciado a apuração penal.
- Art. 141, IV: competência para aplicação da penalidade da destituição em comissão: autoridade
que nomeou.
J) DIREITO DE PETIÇÃO – ARTS. 109 A 115
- Pedido de reconsideração: É dirigido para a pessoa que expediu o ato ou que emitiu a primeira
decisão. Prazo: 30 dias (a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, pela decisão
recorrida).
- Recurso (hierárquico próprio): Recurso que será dirigido à autoridade imediatamente superior
a quem expediu o ato ou proferiu a decisão, e, assim, sucessivamente. Prazo: 30 dias (a contar da
publicação ou da ciência, pelo interessado, pela decisão recorrida). O recurso será encaminhado
por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
Obs.: Súmula Vinculante 21: não é possível a exigência de depósito prévio para a admissibilidade
do recurso administrativo.
Obs. 2: de acordo com o art. 64, parágrafo único da Lei 9.784/99, é possível a piora da situação do
recorrente no recurso administrativo, desde que este seja notificado para se manifestar.
- Efeitos: Em regra, o recurso administrativo tem apenas efeito devolutivo, só a juízo da autoridade
é possível conferir o efeito suspensivo.
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- Prescrição do direito de requerer: o art. 110 traz o prazo de prescrição do direito de requerer:
. 5 anos: penalidades de demissão, cassação de aposentadoria e disponibilidade, que
afetem interesses patrimoniais ou créditos resultantes das relações de trabalho.
. 120 dias: nos demais casos, salvo previsto em lei.
Atenção: não confundir o prazo de prescrição de requerer (art. 110) com o os prazos de
prescrição da Administração de aplicar as penalidades (art. 142).
. O pedido de reconsideração e o recurso interrompem o prazo de prescrição.
H) PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – ARTS. 143 A 182
O processo administrativo disciplinar é necessário para que seja garantido contraditório e
ampla defesa na apuração das irregularidades e possível aplicação da sanção cabível. Isto porque
não é possível a aplicação de penalidade sem garantia de contraditório e ampla defesa.
Formas de apuração: sindicância e PAD.
Obs.: art. 144: denúncia: o artigo pede a identificação do denunciante, mas, de acordo com STF,
se os fatos forem plausíveis, a Administração tem o dever de apurar, ainda que seja denúncia
anônima.
H.1) Sindicância:
A sindicância é um processo mais simples, que pode levar a três resultados diferentes:
. arquivamento
. instauração de PAD
. aplicação das penalidades de advertência ou suspensão de até 30 dias
Duração da sindicância: 30 dias, prorrogável por mais 30 dias. Mais 20 dias para decisão
(art. 167).
H.2) Processo administrativo disciplinar (PAD):
O PAD é mais complexo, dividido por 3 fases: instauração, inquérito administrativo e
julgamento.
Duração do PAD: 60 dias, prorrogável por mais 60 dias. Mais 20 dias para decisão (art. 167).
Instauração:
O processo é instaurado com a constituição da comissão, composta por três servidores
estáveis, sendo que o presidente da comissão deve ter o cargo ou escolaridade de nível igual ou
superior que o indiciado.
O art. 149, §2º, traz pessoas que não podem participar da comissão.
Inquérito:
No inquérito administrativo devem ocorrer a instrução (produção de provas), a defesa e o
relatório.

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Obs.: “prova emprestada”: a hipótese de prova emprestada ocorre quando se utiliza no PAD uma
prova produzida em outro processo, judicial ou administrativo, desde que se garanta o contraditório
e ampla defesa nas duas esferas.
Prazos para defesa: . 1 indiciado: 10 dias.
. Mais de 1 indiciado: 20 dias, prazo comum.
. Indiciado desaparecido: 15 dias, do último edital.
Defesa técnica: a defesa com assistência do advogado é facultativa, de acordo com o STF.
Não é obrigatório, salvo alguns casos, a presença do advogado. É o que diz a Súmula Vinculante
n.º 05.
Obs.: com a súmula vinculante n.º 05, a Súmula 343 do STJ ficou sem efeito.
Obs. 2: a presença do defensor dativo (que não é o advogado, e sim um servidor) é obrigatória,
quando o indiciado for revel. Art. 164, §2º.
Obs. 3: efeitos da revelia: não são os mesmos efeitos do processo civil, pois o único efeito no
processo administrativo seria a nomeação do defensor dativo, não se presumindo verdadeiro o
alegado.
Relatório: o relatório é uma opinião da comissão. A comissão não julga, ela apenas relata
tudo o que aconteceu e emite uma opinião de qual seria a penalidade a ser aplicada, ou que não
tem que aplicar penalidade nenhuma.
Julgamento:
Depois de formulado o relatório, a comissão encaminha para a autoridade competente para
julgar.
Quando a autoridade recebe o processo, pode decidir de três maneiras:
. Concorda com o relatório e aplica a penalidade sugerida.
. Não concorda com o relatório e melhora a situação do indiciado, com base nas provas dos
autos.
. Concorda com o relatório e piora a situação do indiciado, com base nas provas dos autos.
Atenção: quando a autoridade piora a situação do indiciado prevista no relatório, não pode-se dizer
que ocorreu reformatio in pejus, visto que o relatório não é uma decisão, mas apenas uma opinião.
O relatório não é vinculante.
Obs. 1: Prazo para decisão: 20 dias.
Obs. 2: tanto o STF quanto o STJ entendem o art. 170 é inconstitucional, não podendo ser aplicado.
Obs. 3: art. 169: se a autoridade competente para julgar percebe que o processo possui um vício
insanável, deve nomear outra comissão.
Obs. 4: art. 147: afastamento preventivo do servidor, com remuneração, por 60 dias, prorrogável
por mais 60 dias.
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Obs. 5: art. 133 e 140: trazem o PAD Sumário, que vai ser aplicado nas seguintes hipóteses:
acumulação de cargos, abandono de cargo e inassiduidade habitual.
Principais diferenças com o PAD normal:
. Comissão: 2 servidores estáveis
. Prazo para defesa: 5 dias
. Prazo para decisão: 5 dias
. Duração: 30 dias, prorrogável por mais 15 dias.
H.3) Revisão administrativa:
Art. 65, Lei 9.784/99
Arts. 174 a 183, Lei 8.112/90
A revisão ocorre quando, por causa de fato novo, a parte pede a revisão da decisão. Pode
pedir a qualquer momento. A revisão pode ser pedida pela parte ou pode ser feita de ofício pela
Administração.
Atenção: art. 182, p. único: não pode piorar a situação do recorrente.
H.4) Prescrição intercorrente:
Como visto, a instauração do PAD interrompe a prescrição (art. 142, §3º). Ocorre que depois
que passa o prazo de duração para o PAD (e para as outras formas de processo administrativo), o
prazo de prescrição começa a contar novamente.
Ex.: instaurada o PAD para aplicação de penalidade de demissão, o prazo de prescrição da
pretensão punitiva se interrompe. De acordo com a lei 8112/90, o PAD terá duração de 60 dias,
prorrogáveis por mais 60 dias, com 20 dias para decisão (140 dias). Depois de 140 dias da
instauração do PAD, o prazo começa a correr novamente.
Prazos de duração dos procedimentos:
. PAD: 140 dias (60 dias, prorrogáveis por mais 60 dias, mais 20 dias para decisão).
. Sindicância: 80 dias (30 dias, prorrogável por mais 30 dias, mais 20 dias para decisão).
. PAD Sumário: 50 dias (30 dias, prorrogável por mais 15 dias, mais 5 dias para decisão).
Depois destes prazos, o prazo de prescrição começa a correr novamente. É o prazo de prescrição
intercorrente.
5 APOSENTADORIA DO SERVIDOR PÚBLICO
Com relação à aposentadoria do servidor público, levaremos em consideração o tratamento
dado pela Constituição, no art. 40.
O art. 40 da CR/88 trata do Regime Próprio do servidor público (RPPS – Regime próprio de
previdência social), que é destinado ao servidor estatutário. É diferente do Regime Geral de
Previdência Social (RGPS), que é aplicado para aqueles que não possuem regime próprio.

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Obs.: os servidores ocupantes de cargo público em comissão e os servidores celetistas se
submetem ao RGPS, e não ao Regime Próprio.
O RPPS tem caráter contributivo e é computado pelo tempo de contribuição (e não pelo
tempo de serviço).
Se a pessoa contribui durante um período no RGPS e outro período no RPPS, soma-se os
dois períodos para fim de aposentadoria. Mas não pode contar os tempos em que simultaneamente
contribui para os dois, neste caso, conta-se apenas um período, pois a contagem simultânea não
é permitida.
A) APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
É concedida em virtude de uma invalidez permanente, que impede o servidor de exercer seu
cargo.
A aposentadoria por invalidez, em regra, é concedida com provento proporcionais ao tempo
de contribuição, salvo as situações previstas no art. 40, I, da CR/88, em que se dará com proventos
integrais.
B) APOSENTADORIA COMPULSÓRIA
Em regra, a aposentadoria por invalidez ocorre quando o servidor faz 70 anos de idade,
neste caso, o servidor não tem escolha, a aposentadoria é compulsória, tanto para homem quanto
para mulher.
É concedida com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, salvo se o servidor já
tinha contribuído o tempo necessário para concessão de aposentadoria com proventos integrais.
Atenção para o fato de que a Constituição foi alterada, incluído a idade de 75 anos para
alguns servidores, desde que regulamentado em lei complementar.
C) APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA
São duas as formas de aposentadoria voluntária: a com proventos proporcionais e a com
proventos integrais. Tanto em um caso quanto o outro, o servidor deve comprovar:
. 10 anos no serviço público
. 5 anos no cargo em que será concedida a aposentadoria
C.1) Proventos integrais
. Homem: 60 anos de idade + 35 anos de contribuição
. Mulher: 55 anos de idade + 30 anos de contribuição
C.2) Proventos proporcionais
. Homem: 65 anos de idade
. Mulher: 60 anos de idade

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Neste caso, não precisa comprovar tempo de contribuição, mas os proventos não serão
proporcionais.
D) OBSERVAÇÕES
Obs.: a aposentadoria é um ato complexo, pois depende a manifestação do órgão do qual o servidor
faz parte e da manifestação de vontade do Tribunal de Contas. Sendo assim, apesar de o servidor
já se afastar quando da declaração do órgão ao qual faz parte, o ato só se conclui quando aprovado
pelo Tribunal de Contas. Por isto, a Súmula Vinculante n.º 03 diz que no caso de apreciação de
concessão de aposentadoria, não é necessária a garantia do contraditório e da ampla defesa, tendo
em vista que, neste caso, a manifestação de vontade do TC não está anulando o ato, mas apenas
complementando ou não o ato.
Obs. 2: abono de permanência: o abono de permanência é dado quando o servidor já completou o
tempo e a idade para aposentadoria com proventos integrais, mas permanece no cargo. Esse
abono será recebido enquanto ele não se aposentar, correspondente ao valor da contribuição
previdenciária do servidor. Assim, ele contribui, mas recebe o valor de contribuição de volta.
Obs. 3: servidores do cargo de magistério: o servidor no cargo de magistério tem uma diminuição
de 5 anos no tempo de contribuição para a aposentadoria com proventos integrais, desde que
comprove que todo o tempo de contribuição tenha se dado em atividade educacional (Súmula 726,
STF) na educação infantil, ensino fundamental ou médio (art. 40, §8º, CR/88).
Obs. 4: valor da contribuição: 11%, independentemente do valor da remuneração.
Obs. 5: o servidor inativo também contribui, tendo em vista que o regime é solidário.
Obs. 6: a Lei 8.112/90 (art. 189) previa a integralidade e a paridade. A integralidade garantia que o
servidor receberia, a título de proventos de aposentadoria, o valor da última remuneração. A
paridade previa que o servidor aposentado teria o mesmo reajusta que o servidor em atividade.
Não é possível nenhum destes dois institutos atualmente.

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LEGISLAÇÃO PERTINENTE:
. Art. 37, I, II, III, IV, V, VI, VII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII,
CR/88
. Art. 37, §§ 9º, 10, 11, 12, CR/88
. Art. 38, CR/88
. Art. 39, CR/88
. Art. 40, CR/88
. Art. 41, CR/88
. Art. 42, CR/88
. Art. 48, X, CR/88
. Art. 51, IV, CR/88
. Art. 52, XIII, CR/88
. Art. 61, §1º, II, a, CR/88
. Art. 73, §§§1º, 2º e 3º CR/88
. Art. 75, CR/88
. Art. 84, VI, “a” e “b”, CR/88
. Art. 94, CR/88
. Art. 95, parágrafo único, I, CR/88
. Art. 96, II, b, CR/88
. Art. 101, p. único, CR/88
. Art. 104, parágrafo único, CR/88
. Art. 111-A, CR/88
. ART. 114, I, CR/88
. Art. 119, II, CR/88
. Art. 123, parágrafo único, CR/88
. Art. 128, §5º, CR/88
. Art. 127, §2º, CR/88
. Art. 135, CR/88
. Art. 142, §3º, CR/88
. Art. 144, §9º, CR/88
. Art. 169, CR/88
. Art. 198, §4º, CR/88
. Art. 53, I, ADCT
. Art. 3º, Lei 8.745/93
. Art. 5º, §3º, Lei 8.112/90
. Art. 12, §2º, Lei 8.112/90
. Art. 41, §5º, Lei 8.112/90
. Art. 45, Lei 8.112/90
. Art. 46, Lei 8.112/90
. Art. 48, Lei 8.112/90
. Art. 132, XII e art. 133, Lei 8.112/90

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. Súmula 15, STF
. Lei complementar 101/00
. Súmula Vinculante n.º 37
. Súmula Vinculante 16
. Súmulas 11 e 36, STF
. Art. 2º, Lei 8.429/92
. Lei 7.783/89
. Art. 327, CP
. Art. 73, §1º, Lei 9.504/97
. Art. 329, CP
. Art. 142, §3º, CR/88
. Súmula Vinculante n.º 13

INFORMATIVOS DE JURISPRUDÊNCIA – AGENTES PÚBLICOS


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
INFORMATIVO 244
Acumulação de Cargo Público
Considerando que a CF/88, nas hipóteses em que admite a acumulação de cargos, empregos ou
funções, veda a percepção remunerada resultante de três posições no serviço público, incluindo-
se aquela decorrente de aposentadoria (...). RE 141.376-RJ, rel. Min. Néri da Silveira,
2.10.2001.(RE-141376)

INFORMATIVO 357
Concurso Público e Escolaridade Exigida em Edital
Com base no entendimento do STF de que a exigência de habilitação para o exercício de cargo
objeto de certame dar-se-á no ato da posse, e não no da inscrição para o concurso, a Turma deu
provimento a recurso extraordinário para restabelecer sentença proferida em primeiro grau, que
concedera segurança impetrada por candidata que, aprovada em concurso público para o cargo de
auxiliar de enfermagem, fora impedida de tomar posse e entrar em exercício em virtude de não
possuir a escolaridade exigida pelo edital no último dia da inscrição para o certame. RE 392976/MG,
rel. Min. Sepúlveda Pertence, 17.10.2004. (RE-392976)

INFORMATIVO 699
ECT: despedida de empregado e motivação - 7
Servidores de empresas públicas e sociedades de economia mista, admitidos por concurso público,
não gozam da estabilidade preconizada no art. 41da CF, mas sua demissão deve ser sempre
motivada. RE 589998/PI, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20.3.2013. (RE-589998)
OAB 2ª FASE DIREITO ADMINISTRATIVO – SUPREMO CONCURSOS
INFORMATIVO 807
Contratação de servidores temporários e competência – 2
A justiça comum é competente para processar e julgar causas em que se discuta a validade de
vínculo jurídico-administrativo entre o poder público e servidores temporários. Rcl 4351 MC-
AgR/PE, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, 11.11.2015. (Rcl-4351
MC-AgR)

INFORMATIVO 775
Posse em cargo público por determinação judicial e dever de indenizar – 2
Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus à
indenização, sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo situação
de arbitrariedade flagrante. RE 724347/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min.
Roberto Barroso, 26.2.2015.

INFORMATIVO 782
Questões de concurso público e controle jurisdicional
Os critérios adotados por banca examinadora de concurso público não podem ser revistos pelo
Poder Judiciário. (...) O Colegiado afirmou ser antiga a jurisprudência do STF no sentido de não
competir ao Poder Judiciário substituir a banca examinadora para reexaminar o conteúdo das
questões e os critérios de correção utilizados, salvo ocorrência de ilegalidade e
inconstitucionalidade. RE 632853/CE, rel. Min. Gilmar Mendes, 23.4.2015. (RE-632853)

INFORMATIVO 791
Concurso público e limite de idade
O limite de idade, quando regularmente fixado em lei e no edital de determinado concurso público,
há de ser comprovado no momento da inscrição no certame. ARE 840592/CE, Min. Roberto
Barroso, 23.6.2015.

INFORMATIVO 803
Concurso público: direito subjetivo à nomeação e surgimento de vagas – 1
O Plenário, por maioria, negou provimento a recurso extraordinário em que se discutia a existência
de direito subjetivo à nomeação de candidatos aprovados fora do número de vagas previstas no
edital de concurso público, no caso de surgimento de novas vagas durante o prazo de validade do
certame. A Corte afirmou que, a partir de 1988, com a promulgação da Constituição da República,
OAB 2ª FASE DIREITO ADMINISTRATIVO – SUPREMO CONCURSOS
o concurso público de provas e títulos teria se consolidado como um primoroso instrumento
democrático para a seleção republicana e impessoal para cargos e empregos públicos. (...) Na linha
da jurisprudência do STF, em relação aos candidatos aprovados dentro do número de vagas
previstas em edital, a Administração poderia, dentro do prazo de validade do processo seletivo,
escolher o momento em que se realizaria a nomeação, mas não poderia dispor sobre a própria
nomeação. Essa última passaria a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa forma,
um dever imposto ao Poder Público. Apesar disso, não se poderia dizer o mesmo daqueles
aprovados fora do número de vagas previstas em edital, ou seja, dentro do cadastro de reserva.
Esses candidatos possuiriam mera expectativa de direito à nomeação, situação que, apenas
excepcionalmente, se convolaria em direito subjetivo. RE 837311/PI, rel. Min. Luiz Fux, 14.10.2015.
(RE-837311)

Concurso público: direito subjetivo à nomeação e surgimento de vagas – 2


O Plenário destacou que incumbiria à Administração, no âmbito de seu espaço de
discricionariedade, avaliar, de forma racional e eficiente, a conveniência e oportunidade de novas
convocações durante a validade do certame. Assim, o surgimento de novas vagas durante o prazo
de validade de concurso não geraria, automaticamente, um direito à nomeação dos candidatos
aprovados fora das vagas do edital, nem mesmo que novo concurso fosse aberto durante a validade
do primeiro. O provimento dos cargos dependeria de análise discricionária da Administração
Pública, moldada pelo crivo de conveniência e oportunidade. A despeito da vacância dos cargos e
da publicação do novo edital durante a validade do concurso, poderiam surgir circunstâncias e
legítimas razões de interesse público que justificassem a inocorrência da nomeação no curto prazo,
de modo a obstaculizar eventual pretensão de reconhecimento do direito subjetivo à nomeação dos
aprovados em colocação além do número de vagas. A referida discricionariedade, porém, seria
aquela consentânea com o Direito Administrativo contemporâneo, ou seja, não seria livre e
irrestrita, mas vinculada a certas premissas. Ou seja, deveria basear-se no dever de boa-fé da
Administração Pública, além de pautar-se por um incondicional respeito aos direitos fundamentais
e aos princípios da eficiência, da impessoalidade, da moralidade e da proteção da confiança, todos
inerentes ao Estado de Direito. Em suma, se seria verdade que a nomeação dos candidatos
aprovados em concurso público, além do número de vagas do edital, estaria sujeita à
discricionariedade da Administração Pública, não menos verdadeiro seria que essa
discricionariedade deveria ser exercida legitimamente. (...) . RE 837311/PI, rel. Min. Luiz Fux,
14.10.2015. (RE-837311)

OAB 2ª FASE DIREITO ADMINISTRATIVO – SUPREMO CONCURSOS


INFORMATIVO 811
Concurso público: direito subjetivo à nomeação e surgimento de vagas – 4
O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o
prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos
candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição
arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada por comportamento tácito ou
expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado
durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato.
Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge nas
seguintes hipóteses: a) quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital;
b) quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação; e c)
quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior,
e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos
termos acima. RE 837311/PI, rel. Min. Luiz Fux, 9.12.2015. (RE-837311)

INFORMATIVO 808
Concurso público e nomeação precária – 2
O candidato que toma posse em concurso público por força de decisão judicial precária assume o
risco de posterior reforma desse julgado que, em razão do efeito “ex tunc”, inviabiliza a aplicação
da teoria do fato consumado em tais hipóteses. RMS 31538/DF, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o
acórdão Min. Marco Aurélio, 17.11.2015.

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


INFORMATIVO 578
O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra redução do valor de vantagem
integrante de proventos ou de remuneração de servidor público renova-se mês a mês. A citada
redução, ao revés da supressão de vantagem, configura relação de trato sucessivo, pois não
equivale à negação do próprio fundo de direito. Assim, o prazo decadencial para se impetrar a ação
mandamental renova-se mês a mês. Precedente citado: AgRg no REsp 1.211.840-MS, Segunda
Turma, DJe 6/2/2015. EREsp 1.164.514-AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em
16/12/2015, DJe 25/2/2016.

É vedada a acumulação de um cargo de professor com outro técnico ou científico quando a jornada
de trabalho semanal ultrapassar o limite máximo de sessenta horas semanais. REsp 1.565.429-
SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 24/11/2015, DJe 4/2/2016.
OAB 2ª FASE DIREITO ADMINISTRATIVO – SUPREMO CONCURSOS
Ainda que o requisito da idade mínima de 18 anos conste em lei e no edital de concurso público, é
possível que o candidato menor de idade aprovado no concurso tome posse no cargo de auxiliar
de biblioteca no caso em que ele, possuindo 17 anos e 10 meses na data da sua posse, já havia
sido emancipado voluntariamente por seus pais há 4 meses. REsp 1.462.659-RS, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 1º/12/2015, DJe 4/2/2016.

INFORMATIVO 494
A nomeação tardia a cargo público em decorrência de decisão judicial não gera direito à
indenização. Com esse entendimento, a Turma, por maioria, negou provimento ao especial em que
promotora de justiça pleiteava reparação no valor do somatório dos vencimentos que teria recebido
caso sua posse se tivesse dado em bom tempo. REsp 949.072-RS, Rel. Min. Castro Meira, julgado
em 27/3/2012.

INFORMATIVO 495
É incabível a restituição ao erário dos valores recebidos de boa-fé pelo servidor público em
decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da Administração Pública. Em
virtude do princípio da legítima confiança, o servidor público, em regra, tem a justa expectativa de
que são legais os valores pagos pela Administração Pública, porque jungida à legalidade estrita.
Assim, diante da ausência da comprovação da má-fé no recebimento dos valores pagos
indevidamente por erro de direito da Administração, a Turma deu provimento ao recurso para
afastar qualquer desconto na remuneração da recorrente, a título de reposição ao erário.
Precedente citado do STJ: EREsp 711.995-RS, DJe 7/8/2008. RMS 18.780-RS, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, julgado em 12/4/2012.

INFORMATIVO 507
A prorrogação do prazo de validade de concurso público é ato discricionário da administração,
sendo vedado ao Poder Judiciário o reexame dos critérios de conveniência e oportunidade
adotados. Precedentes citados: RMS 25.501-RS, DJe 14/9/2009; MS 9909-DF, DJ 30/3/2005.
AgRg no AREsp 128.916-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 23/10/2012.

INFORMATIVO 515
O candidato tem direito a ser comunicado pessoalmente sobre sua nomeação no caso em que o
edital do concurso estabeleça expressamente o seu dever de manter atualizados endereço e
telefone, não sendo suficiente a sua convocação apenas por meio de diário oficial se, tendo sido
OAB 2ª FASE DIREITO ADMINISTRATIVO – SUPREMO CONCURSOS
aprovado em posição consideravelmente fora do número de vagas, decorrer curto espaço de tempo
entre a homologação final do certame e a publicação da nomeação. Nessa situação, a convocação
do candidato apenas por publicação em Diário Oficial configura ofensa aos princípios da
razoabilidade e da publicidade. (...) AgRg no RMS 37.227-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
julgado em 6/12/2012.

INFORMATIVO 519
O servidor público federal tem direito de ser removido a pedido, independentemente do interesse
da Administração, para acompanhar o seu cônjuge empregado de empresa pública federal que foi
deslocado para outra localidade no interesse da Administração. MS 14.195-DF, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, julgado em 13/3/2013.

INFORMATIVO 520
É possível a remarcação de teste de aptidão física em concurso público com o objetivo de
proporcionar a participação de candidata comprovadamente grávida, ainda que o edital não
contenha previsão nesse sentido. Nesse contexto, a gravidez deve ser considerada como motivo
de força maior, apto a possibilitar a remarcação do referido teste, sem que se configure qualquer
ofensa ao princípio constitucional da isonomia. RMS 37.328-AP, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 21/3/2013.

O candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital de concurso público tem direito
subjetivo à nomeação quando o candidato imediatamente anterior na ordem de classificação,
aprovado dentro do número de vagas, for convocado e manifestar desistência.

INFORMATIVOS DE JURISPRUDÊNCIA – PROCESSO ADMINISTRATIVO


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
INFORMATIVO 738
Recurso administrativo e julgamento pela mesma autoridade
A 2ª Turma deu provimento parcial a recurso ordinário em mandado de segurança para, apenas,
declarar nula decisão proferida por Ministro de Estado e determinar que seja realizado novo
julgamento de recurso administrativo interposto pela recorrente. No caso, a autoridade
administrativa que revogara a permissão da impetrante para serviço de retransmissão televisiva
rejeitara pedido de reconsideração formulado pela permissionária. Posteriormente, a aludida
autoridade teria sido alçada ao cargo de Ministro de Estado e, nessa qualidade, julgara o respectivo
recurso administrativo interposto. A Turma concluiu que o recurso administrativo deveria ter sido
OAB 2ª FASE DIREITO ADMINISTRATIVO – SUPREMO CONCURSOS
apreciado por autoridade superior e diferente daquela que o decidira anteriormente, de modo que
seria nula a decisão proferida pela mesma pessoa. Mencionou o art. 18 da Lei 9.784/1999, que
impediria de atuar no processo administrativo o servidor ou a autoridade que tivesse decidido ou
participado como perito, testemunha ou representante, nos casos em que já tivesse atuado. RMS
26029/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 11.3.2014. (RMS-26029)

INFORMATIVO 743
Art. 170 da Lei 8.112/1990: registro de infração prescrita e presunção de inocência
O art. 170 da Lei 8.112/1990 (“Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora
determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor”) é inconstitucional. Essa
a conclusão do Plenário ao conceder mandado de segurança para cassar decisão do Presidente
da República que, embora reconhecendo a prescrição da pretensão punitiva de infração disciplinar
praticada pelo impetrante, determinara a anotação dos fatos apurados em assentamento funcional.
O Tribunal asseverou que, em virtude do reconhecimento da extinção da punibilidade pela
prescrição, obstar-se-ia a imposição de punição administrativo-disciplinar, tendo em conta que a
pretensão punitiva da Administração estaria comprometida de modo direto e imediato. Assim,
afirmou que a anotação dessa ocorrência em ficha funcional violaria o princípio da presunção de
inocência. MS 23262/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 23.4.2014. (MS-23262)

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


INFORMATIVO 523
Não deve ser paralisado o curso de processo administrativo disciplinar apenas em função de
ajuizamento de ação penal destinada a apurar criminalmente os mesmos fatos investigados
administrativamente. As esferas administrativa e penal são independentes, não havendo falar em
suspensão do processo administrativo durante o trâmite do processo penal. Ademais, é
perfeitamente possível que determinados fatos constituam infrações administrativas, mas não
ilícitos penais, permitindo a aplicação de penalidade ao servidor pela Administração, sem que haja
a correspondente aplicação de penalidade na esfera criminal. Vale destacar que é possível a
repercussão do resultado do processo penal na esfera administrativa no caso de absolvição
criminal que negue a existência do fato ou sua autoria, devendo ser revista a pena administrativa
porventura aplicada antes do término do processo penal. MS 18.090-DF, Rel. Min. Humberto
Martins, julgado em 8/5/2013.

Não é obrigatória a intimação do interessado para apresentar alegações finais após o relatório final
de processo administrativo disciplinar. Isso porque não existe previsão legal nesse sentido.
OAB 2ª FASE DIREITO ADMINISTRATIVO – SUPREMO CONCURSOS
Precedentes citados: RMS 33.701-SC, Primeira Turma, DJe 10/6/2011; e MS 13.498-DF, Terceira
Seção, DJe 2/6/2011. MS 18.090-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 8/5/2013.

INFORMATIVO 521
É possível a utilização, em processo administrativo disciplinar, de prova emprestada validamente
produzida em processo criminal, independentemente do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória. Isso porque, em regra, o resultado da sentença proferida no processo criminal não
repercute na instância administrativa, tendo em vista a independência existente entre as instâncias.
Precedentes citados: MS 17.472-DF, Primeira Seção, DJe 22/6/2012; e MS 15.787-DF, Primeira
Seção, DJe 6/8/2012. RMS 33.628-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 2/4/2013.

INFORMATIVO 505
É possível utilizar, em processo administrativo disciplinar, na qualidade de "prova emprestada", a
interceptação telefônica produzida em ação penal, desde que devidamente autorizada pelo juízo
criminal e com observância às diretrizes da Lei n. 9.296/1996. Precedentes citados: MS 13.099-DF,
DJe 22/3/2012; MS 15.823-DF, DJe 18/8/2011; MS 14.598-DF, DJe 11/10/2011; MS 15.786-DF,
DJe 11/5/2011, e AgRg na APn 536-BA, DJ 9/10/2007. MS 14.140-DF, Rel. Min. Laurita Vaz,
julgado em 26/9/2012.
TREINAMENTOS
TREINAMENTO 5 (XVIII EXAME) Tício é servidor público federal há 6 (seis) anos, e, durante todo
esse tempo, sempre teve comportamento exemplar. Um dia, ao ser comunicado, pelo seu chefe
imediato, que não poderia gozar férias no mês de dezembro, uma vez que dois colegas já estariam
de férias no mesmo período, Tício exigiu que fosse aberta uma exceção, por ele ser o servidor mais
antigo. Como a resposta foi negativa, Tício tornou-se agressivo, e, gritando palavrões, passou a
ofender seu chefe até, finalmente, agredir com um soco um dos colegas servidores que presenciava
a cena.
Com base no caso narrado, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.
A) Considerando que Tício não apresentou anteriormente qualquer problema, é possível a
aplicação da penalidade de demissão pelo caso relatado? (Valor: 0,65)
B) Considerando que o ato foi presenciado por diversas testemunhas e pelo próprio chefe imediato
de Tício, é possível dispensar a instauração de processo administrativo disciplinar, instaurando-se
apenas a sindicância? (Valor: 0,60)

OAB 2ª FASE DIREITO ADMINISTRATIVO – SUPREMO CONCURSOS


Padrão de Resposta / Espelho de Correção
A) A resposta é positiva. Nos termos do Art. 132, incisos VI e VII, da Lei nº 8.112/1990, será aplicada
a penalidade de demissão ao servidor, nos casos de insubordinação grave e de ofensa física em
serviço. Não há necessidade de aplicação de outras penalidades antes da aplicação da demissão.
Os artigos 129 e 130 da Lei nº 8.112/1990, determinam, respectivamente, os casos de aplicação
das penalidades de advertência e de suspensão, excluindo, expressamente, os casos que
tipifiquem infração sujeita à penalidade de demissão.
B) A resposta é negativa. Nos termos do Art. 146 da Lei nº 8.112/1990, “sempre que o ilícito
praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta)
dias, de demissão, de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em
comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar”.

TREINAMENTO 6 (XVI EXAME) A Lei nº XX, de março de 2004, instituiu, para os servidores da
autarquia federal ABCD, o ADICIONAL DE CONHECIMENTO E QUALIFICAÇÃO, um acréscimo
remuneratório a ser pago ao servidor que, comprovadamente, realizar curso de aperfeiçoamento
profissional. Com esse incentivo, diversos servidores passaram a se inscrever em cursos e
seminários e a ter deferido o pagamento do referido adicional, mediante apresentação dos
respectivos certificados.
Sobre a hipótese, responda aos itens a seguir.
A) A Administração efetuou, desde janeiro de 2006, enquadramento equivocado dos diplomas e
certificados apresentados por seus servidores, pagando-lhes, por essa razão, um valor superior ao
que lhes seria efetivamente devido. Poderá a Administração, em 2015, rever aqueles atos,
reduzindo o valor do adicional pago aos servidores? (Valor: 0,60)
B) Francisco da Silva, servidor da autarquia, vem percebendo, há 6 (seis) anos o referido adicional,
com base em um curso que, deliberadamente, não concluiu (fato que passou despercebido pela
comissão de avaliação responsável, levada a erro por uma declaração falsa assinada pelo
servidor). A Administração, percebendo o erro, poderá cobrar do servidor a devolução de todas as
parcelas pagas de forma errada? (Valor: 0,65)
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
A) A resposta é negativa. Nos termos expressos do Art. 54 da Lei nº 9.784/1999, "O direito da
Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados". E, em se tratando
de efeitos patrimoniais contínuos, como no exemplo descrito, o prazo de decadência contar-se-á
da percepção do primeiro pagamento.

OAB 2ª FASE DIREITO ADMINISTRATIVO – SUPREMO CONCURSOS


B) A resposta é positiva, uma vez que se demonstre a má-fé do servidor. Nos termos do Art. 54 da
Lei nº 9.784/1999, "O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé". Francisco da Silva, que não concluiu o curso e, mesmo
assim, apresentou declaração a fim de receber o referido adicional, agiu de má-fé e não está
protegido pela fluência do prazo decadencial.

TREINAMENTO 7 (XIII EXAME) João prestou com sucesso concurso público para uma empresa
pública federal e para uma autarquia estadual. Em ambos os casos, entretanto, o concurso público
destinava-se à formação de cadastro de reserva, até porque, tanto na autarquia quanto na empresa
pública, os quadros de pessoal estão completos.
Diante do caso exposto, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal
pertinente, responda aos itens a seguir.
A) Para a criação de novas vagas naqueles entes (empresa pública e autarquia), é necessária a
edição de lei ou é admitida a criação por outras formas, indistintamente? (Valor: 0,65)
B) O cargo e o emprego pretendidos por João estão alcançados pelo teto remuneratório
constitucional? (Valor: 0,60)
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
A) O examinando deve identificar que, em relação ao cargo público na autarquia estadual, é
necessária a edição de lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, conforme interpretação do
artigo 61, § 1º, II, “a” da CRFB, aplicável aos Estados pelo princípio da simetria; em relação ao
emprego público na empresa pública federal, não é necessária a edição de lei, pois as entidades
de direito privado da Administração Indireta estão excluídas da dicção daquele dispositivo
constitucional.
B) O examinando deve identificar que o cargo público na autarquia estadual submete-se ao teto
remuneratório constitucional, na forma do artigo 37, XI, da CRFB. O emprego na empresa pública
federal somente se submete ao teto remuneratório previsto no artigo 37, XI, da CRFB, se a entidade
receber recursos da União para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral, na
forma do artigo 37, § 9º, da CRFB.

TREINAMENTO 8 (XIII EXAME) Após várias denúncias de que o servidor “X”, lotado em um órgão
da Administração Federal direta, vinha faltando ao serviço e fraudando a sua folha de frequência,
“A”, chefe do seu departamento, determina a instauração de processo administrativo disciplinar.
A Comissão nomeada, ao final dos trabalhos de apuração, concluiu que o servidor, de fato, vinha
se ausentando de forma injustificada do serviço uma vez por semana. Contudo, ignorou documento
OAB 2ª FASE DIREITO ADMINISTRATIVO – SUPREMO CONCURSOS
que comprovava que o referido servidor, ao menos em duas ocasiões, fraudou a sua folha de
frequência, razão pela qual opinou pela aplicação da penalidade de suspensão por 5 (cinco) dias.
Diante do exposto, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.
A) Pode ser instaurado processo administrativo disciplinar sem a prévia abertura de sindicância?
(Valor: 0,65)
B) Pode a autoridade competente para aplicação da pena determinar que o referido servidor seja
demitido? (Valor: 0,60)
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
A) A resposta é positiva, pois, conforme previsão constante no artigo 143, da Lei nº 8.112/1990, “A
autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua
apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao
acusado ampla defesa”. Não se exige, portanto, a instauração prévia de sindicância para a abertura
de processo administrativo disciplinar.
B) A resposta também é positiva, pois, nos termos do artigo 168, caput e parágrafo único da Lei nº
8.112/1990, “O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às provas dos
autos” e “Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora
poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
responsabilidade”.

TREINAMENTO 9 (IX EXAME) O Presidente da República, inconformado com o número de


servidores públicos na área da saúde que responde a processo administrativo disciplinar, resolve
colocar tais servidores em disponibilidade e, para tanto, edita decreto extinguindo os respectivos
cargos.
Considerando a hipótese apresentada, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a
fundamentação legal pertinente ao caso, responda aos itens a seguir.
A) A extinção de cargos públicos, por meio de decreto, está juridicamente correta?
Justifique. (Valor: 0,60)
B) É juridicamente correta a decisão do Presidente da República de colocar os servidores em
disponibilidade? (Valor: 0,35)
C) Durante a disponibilidade, os servidores públicos percebem remuneração? (Valor: 0,30)
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
A) A resposta é negativa. Trata-se de matéria a ser disciplinada por lei, na forma do Art. 48, inciso
X, da CRFB.
Espera-se que o examinando desenvolva o tema registrando que seria possível a extinção de
cargos públicos por decreto apenas se estivessem vagos. (Art. 84, inciso VI, “b”, CRFB).
OAB 2ª FASE DIREITO ADMINISTRATIVO – SUPREMO CONCURSOS
B) A opção é inconstitucional, pois o Chefe do Executivo utiliza o instituto da disponibilidade com
desvio de finalidade. O examinando deve deixar claro que a disponibilidade não tem por finalidade
sancionar disciplinarmente servidores públicos.
C) A remuneração será proporcional ao tempo de serviço (Art. 41, §3º, da CRFB).

TREINAMENTO 10 (XII EXAME) José está inscrito em concurso público para o cargo de assistente
administrativo da Administração Pública direta do Estado de Roraima. Após a realização das
provas, ele foi aprovado para a fase final do certame, que previa, além da apresentação de
documentos, exames médicos e psicológicos. A lista dos candidatos aprovados e o prazo para a
apresentação dos documentos pessoais e para a realização dos exames médicos e psicológicos
foram publicados no Diário Oficial do Poder Executivo do Estado de Roraima após 1 (um) ano da
realização das provas; assim como foram veiculados através do site da Internet da Administração
Pública direta do Estado, tal como previsto no respectivo edital do concurso.
Entretanto, José reside em município localizado no interior do Estado de Roraima, onde não circula
o Diário Oficial e que, por questões geográficas, não é provido de Internet. Por tais razões, José
perde os prazos para o cumprimento da apresentação de documentos e dos exames médicos e
psicológicos e só toma conhecimento da situação quando resolve entrar em contato telefônico com
a secretaria do concurso.
Insatisfeito, José procura um advogado para ingressar com um Mandado de Segurança contra a
ausência de intimação específica e pessoal quando de sua aprovação e dos prazos pertinentes à
fase final do concurso.
Na qualidade de advogado de José, indique os argumentos jurídicos a serem utilizados nessa ação
judicial. (Valor: 1,25)
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
A despeito da ausência de norma editalícia prevendo a intimação pessoal e específica do candidato
José, a Administração Pública tem o dever de intimar o candidato, pessoalmente, quando há o
decurso de tempo razoável entre a homologação do resultado e a data da nomeação, em
atendimento aos princípios constitucionais da publicidade e da razoabilidade.
É desarrazoada a exigência de que o impetrante efetue a leitura diária do Diário Oficial do Estado,
por prazo superior a 1 (um) ano, ainda mais quando reside em município em que não há circulação
do DOE e que não dispõe de acesso à Internet.

TREINAMENTO 11 (II EXAME) A Administração de certo estado da federação abre concurso para
preenchimento de 100 (cem) cargos de professores, conforme constante do Edital. Após as provas

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e as impugnações, vindo todos os incidentes a ser resolvidos, dá-se a classificação final, com sua
homologação.
Trinta dias após a referida homologação, a Administração nomeia os 10 (dez) primeiros aprovados,
e contrata, temporariamente, 90 (noventa) candidatos aprovados.
Teriam os noventa candidatos aprovados, em observância à ordem classificatória, direito subjetivo
à nomeação?
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
Espera-se que o examinando identifique o direito subjetivo à nomeação, que decorre da vinculação
da Administração à necessidade de preenchimento das vagas que fundamentou a abertura do
concurso, exceto se houver fato posterior que elimine essa necessidade.

TREINAMENTO 12 (I EXAME) José, nomeado, pela primeira vez, para cargo de provimento efetivo
no serviço público, foi exonerado de ofício, durante o período de estágio probatório, em razão da
extinção de seu cargo. Inconformado, José requereu a revisão de sua exoneração alegando que a
extinção do cargo, durante o estágio probatório, deveria garantir-lhe, pelo menos, a prerrogativa
constitucional da disponibilidade.
Com base na situação hipotética acima apresentada, responda, de forma fundamentada, às
seguintes indagações.
a) José poderia ter sido exonerado de ofício, mesmo durante o período de estágio probatório, ou o
estágio deveria protegê-lo contra a extinção do cargo?
b) José teria direito à prerrogativa da disponibilidade? Em caso de resposta afirmativa, especifique
os termos em que tal prerrogativa ocorreria.
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
Tendo sido extinto o cargo durante o período do estágio probatório, o servidor poderá ser exonerado
de ofício porque ainda não tem a estabilidade. O fato de estar em estágio probatório não protege o
servidor contra a extinção do cargo, conforme estabelecido na Súmula 22 do STF: "O estágio
probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo." Diga-se, ainda, que, como se trata
de provimento originário (o servidor fora "nomeado, pela primeira vez, para cargo efetivo"), não há
que se falar em recondução ao cargo anteriormente ocupado, nos termos do que dispõe o § 2.º do
art. 20 da Lei n.º 8.112/1990, só lhe restando a exoneração.
O servidor não dispõe da prerrogativa constitucional da disponibilidade, que, nos termos do art. 41,
§ 3.º, da CF, só é cabível, em caso de extinção do cargo, para servidor estável.
Observação para a correção: atribuir pontuação integral às respostas em que esteja expresso o
conteúdo do dispositivo legal, ainda que não seja citado, expressamente, o número do artigo.

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TREINAMENTO 13 (XX EXAME) José Maria, aprovado em concurso público para o cargo de
Auditor Fiscal do Ministério da Fazenda, foi convocado a apresentar toda a sua documentação e
os exames médicos necessários até o dia 13 de julho. Após a entrega dos documentos, José Maria
foi colocado em treinamento, e, passadas duas semanas, iniciou o exercício de suas atividades
funcionais, que consistiam no processamento de pedidos de parcelamento de débitos tributários.
Ocorre que, meses depois, a Administração percebeu que José Maria não havia, formalmente, sido
nomeado e nem assinado o termo de posse. Responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.
A) Os atos praticados por José Maria podem gerar efeitos em relação a terceiros? (Valor: 0,75)
B) A Administração pode exigir de José Maria a devolução dos valores por ele percebidos ao longo
do tempo em que não esteve regularmente investido? (Valor: 0,50)
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
A) A resposta é positiva. A situação descrita configura exemplo de atuação de um agente de fato,
isto é, aquele que desempenha atividade pública com base na presunção de legitimidade de sua
situação funcional. Os atos praticados por agentes de fato podem ser convalidados, a fim de se
evitarem prejuízos para a Administração ou a terceiros de boa-fé.
B) A resposta é negativa. Ainda que ilegítima a investidura, o agente de fato tem direito à percepção
de sua remuneração porque agiu de boa-fé e as verbas recebidas tinham caráter alimentar, sob
pena de enriquecimento sem causa da Administração Pública.

TREINAMENTO 14 (XXII EXAME) José prestou concurso público federal mediante a realização de
provas e de exame psicotécnico, etapa integrante do certame e previsto na legislação. Ele logrou
aprovação e foi regularmente investido na vaga existente no Estado Alfa. Sua esposa, Maria, já é
servidora federal estável lotada no mesmo Estado. Logo após a nomeação de José, ela foi removida
para o Estado Beta, no extremo oposto do país, onde terá que passar a residir, no interesse da
Administração. Diante dessa situação hipotética, responda aos itens a seguir.
A) José poderia ser submetido à realização de exame psicotécnico como etapa de concurso
público, ciente de que o cargo exige equilíbrio emocional? (Valor: 0,50)
B) José tem direito de ser removido para outro cargo, no âmbito do mesmo quadro funcional, para
o Estado Beta, com o fim de se juntar a Maria? (Valor: 0,75)
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
A) Sim. O exame psicotécnico pode constituir etapa de concurso público, desde que exista previsão
em lei e no respectivo edital, na forma do Art. 37, inciso I, da CRFB/88 OU da Súmula Vinculante
nº 44 do STF.
B) Sim, porque é cabível a remoção, a pedido, para outra localidade, independentemente do
interesse da Administração para acompanhamento de cônjuge que tenha sido deslocado no
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interesse da Administração, como se extrai do Art. 36, parágrafo único, inciso III, alínea a, da Lei
nº 8.112/90.

TREINAMENTO 15 (XXII EXAME) Enunciado Em fevereiro de 2017, o Estado Alfa fez editar a Lei
nº XYZ, que inovou no ordenamento local ao proibir a nomeação de cônjuge, companheiro ou
parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função
gratificada na respectiva Administração Pública Direta e na Indireta de todos os Poderes locais,
também abrangendo ajustes mediante designações recíprocas. Com isso, a dita lei vedou a prática
do chamado nepotismo. Em razão de tal norma, o governador do Estado Alfa se recusou a nomear
João para o cargo de médico, para o qual este havia sido aprovado em concurso público
regularmente realizado, sob o fundamento de o candidato ser filho de deputado estadual. Diante
dessa situação hipotética, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.
A) Considerando que a Lei nº XYZ inovou no ordenamento local, analise se a prática de nepotismo
era possível antes de seu advento, à luz do ordenamento vigente. (Valor: 0,70)
B) É válida a conduta do governador de recusar a nomeação de João? (Valor: 0,55)
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
A) A resposta é negativa. A vedação ao nepotismo não depende de lei ordinária para a sua
aplicação, que decorre diretamente dos princípios consagrados na CRFB/88, conforme o Art. 37,
caput, da CRFB/88 OU a Súmula Vinculante nº 13, do STF, notadamente os da isonomia,
moralidade e eficiência.
B) A resposta é negativa. A vedação ao nepotismo não se aplica à investidura de servidores por
efeito de aprovação em regular concurso público, sob pena de violar o disposto no Art. 37, inciso
II, da CRFB/88.

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