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AGENTES PÚBLICOS
O conceito de agentes públicos pode ser encontrado no art. 2º da Lei 8.429/92 (Lei de
Improbidade Administrativa), assim como no art. 327 do Código Penal. Os dois dispositivos trazem
um conceito amplo de agentes públicos, em que será considerado agente público toda pessoa que
exerça uma função pública, SEJA DE QUE MODO FOR. Seja remunerada ou gratuita, com vínculo
formal ou sem vínculo formal, de forma permanente ou temporária. Qualquer pessoa, que de
qualquer modo, exerça uma função pública, uma função estatal, vai ser considerado agente público
dentro desse conceito amplo.
Entendido este conceito amplo de agente público, a doutrina passa a tratar das espécies de
agentes públicos.
1 ESPÉCIES DE AGENTES PÚBLICOS
A primeira divisão que a doutrina faz é a divisão do conceito de agentes públicos em agentes
públicos de direito e agentes de fato, a depender da existência ou não de vínculo jurídico e válido
com a Administração Pública.
O agente público de direito é aquele que exerce uma função pública em virtude de um vínculo
jurídico formal e válido com o Estado; enquanto o agente de fato exerce, de boa-fé, função pública,
apesar de não possuir vínculo jurídico e válido com o Estado.
A) AGENTE PÚBLICO DE FATO
Os agentes de fato exercem uma função pública, mas não possuem vínculo jurídico e válido
com o Estado.
É importante ressaltar que eles exercem essa função pública com o objetivo de buscar o
interesse público, ou seja, de boa-fé. Por isso, não podem ser confundidos com os usurpadores da
função pública (art. 328, CP), que são aquelas pessoas que exercem função pública, sem vínculo,
de má-fé, ou seja, buscando se beneficiar. O usurpador da função pública comete crime, devendo
responder penalmente, diferente do agente de fato, que está de boa-fé.
O agente de fato pode ser dividido em duas espécies:
. Agente de fato putativo: pessoa que exerce função pública em uma situação de normalidade,
com aparência de agente público, mas que não possui investidura ou sua investidura teve algum
vínculo. Ex.: aprovado em um concurso público nulo. Como tem-se a teoria da aparência e a boa-
fé dos administrados, os atos do agente de fato putativo devem ser convalidados pela
Administração Pública e o Estado responderá pelos danos causados a terceiros.
. Agente de fato necessário: pessoa que exerce função pública em uma situação de necessidade,
em uma situação excepcional. O agente público também exerce uma função pública, de boa-fé,
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buscando o interesse público, mas não em uma situação de normalidade, e sim numa situação
emergencial. Ex.: particular que ajuda em uma enchente. Entende-se que os atos do agente de fato
necessário podem ser convalidados para os terceiros de boa-fé. No entanto, com relação à
responsabilização do Estado em virtude da atuação desse agente de fato necessário, a doutrina
entende que o Estado não responde, pois não há, nesse caso, que se falar em teoria da aparência.
Obs.: ainda que o Estado não responda pela atuação do agente de fato necessário, é possível que
o Estado responda pela omissão que possa ter causado a situação de necessidade.
B) AGENTE PÚBLICO DE DIREITO
São aqueles que exercem função pública com algum tipo de vínculo jurídico e válido com o
Estado. Podem ser divididos em: militares, agentes políticos, particulares em colaboração e
servidores públicos (em sentido estrito).
. Militares: podem ser considerados uma espécie autônoma de agentes públicos de direito ou uma
espécie de servidores públicos. Art. 42 e art. 142, §3º, CR/88.
. Particulares em colaboração (ou honoríficos): exercem, em determinadas situações, a função
pública, mas não perdem o caráter de particular. São espécies de particulares em colaboração:
. Agentes convocados ou designados. Ex.: jurados, mesários nas eleições.
. Agentes voluntários. Ex.: Programa Amigos da escola.
. Agentes delegados, que recebem delegação de serviço público. Ex.: concessionárias e
permissionárias de serviço público, titulares de cartório.
. Agentes credenciados, que firmam uma espécie de convênio com o Estado. Ex.: médico
particulares credenciado ao SUS.
. Agentes políticos: são aqueles agentes que exercem a função política.
Existe divergência na doutrina, mas, considerando a corrente doutrinária ampla, serão
considerados agentes políticos:
. Detentores de mandato eletivo
. Auxiliares do chefe do Executivo (Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Secretários
Municipais)
. Magistrados
. Membros do Ministério Público
Obs.: Defensor Público e Membros do Tribunal de Contas: NÃO SÃO agentes políticos.
Atenção: com relação aos agentes políticos, ponto importante é analisar a Súmula
Vinculante n.º 13. A SV n.º 13 foi editada pelo STF com o intuito de proibir o nepotismo.
Assim, é vedada a nomeação, para cargo em comissão, função de confiança e função
gratificada, de cônjuge, companheiro ou parente até 3º grau, inclusive a nomeação recíproca
(troca de favores). No entanto, vale ressaltar que esta Súmula não se aplica, de acordo com
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o STF, para a nomeação de agentes políticos (Ministros e Secretários), desde que haja
qualificação técnica para o cargo. Assim, é possível a nomeação de cônjuge, companheiro
ou parentes até 3º grau para os cargos de Secretário Municipal, Estadual ou Ministro de
Estado, desde que a pessoa que está sendo nomeada tenha capacidade técnica para o cargo.
. Servidores públicos em sentido amplo (ou agentes administrativos): são aquelas pessoas
que possuem uma relação de trabalho com a Administração Pública, podendo essa relação ser
regida por diferentes regimes jurídicos.
(alguns autores incluem os militares na categoria de servidores públicos estatutários, pois também
se submeterem a um estatuto).
Os servidores públicos vão ser divididos em temporários, celetistas e estatutários, em razão
do regime jurídico que cada uma destas espécies vai seguir. Assim, vamos para a análise de cada
um destes regimes jurídicos.
2 REGIMES JURÍDICOS
Como visto, existem três espécies de servidores públicos: temporários, celetistas e
estatutários. Cada uma destas espécies se submete um regime jurídico diferente.
A) REGIME JURÍDICO TEMPORÁRIO (OU ESPECIAL):
Os servidores temporários estão previstos no art. 37, IX, da CR/88, que trata dos casos de
contratação temporária de excepcional interesse público. Com relação aos servidores temporários,
importante ressaltar:
. Cada ente federativo deve criar sua própria lei que regulamenta o regime jurídico dos servidores
temporários. Na União, o regime temporário está na Lei 8.745/93.
. A contratação temporária sempre vai ser excepcional, nunca a regra.
. Não é necessário o concurso público, mas, para garantir os princípios da Administração Pública,
deve-se realizar um processo seletivo objetivo.
. Os servidores estatutários possuem um vínculo contratual com a Administração, pois assinam um
contrato.
. Justiça competente para processar e julgar litígios entre Administração Pública e servidores
temporários: Justiça Comum (Federal ou Estadual).
B) REGIME JURÍDICO CELETISTA
O servidor celetista ocupa emprego público, é o chamado empregado público. As empresas
privadas integrantes da Administração Indireta, por exemplo, possuem servidores celetistas.
. No regime celetista, o empregado público se submete, em regra, à CLT.
No entanto, importante ressaltar que algumas normas de direito público deverão ser aplicadas
neste regime jurídico celetista, por isso alguns autores o denominam de regime jurídico híbrido.
As
REMUNERAÇÃO = VENCIMENTO + VANTAGENS PECUNIÁRIAS
vantagens, de
acordo com o art. 49 e seguintes da Lei 8.112/90, podem ser de três espécies: gratificações,
adicionais e as indenizações.
Obs.: cuidado com a expressão vencimento e vencimentoS, isso porque vencimentoS (no plural)
vai ser sinônimo de remuneração.
C.2) Subsídio: é o pagamento em parcela única, ou seja, paga através de um valor único
estabelecido em lei, sem receber outras vantagens, gratificações.
Existe exceção no caso das parcelas indenizatórias, que poderão ser acrescidas ao valor do
subsídio, por se tratar de reembolso.
De acordo com o art. 39, §8º, a remuneração de qualquer servidor organizado por carreira pode
ser fixada por subsídio.
Mas apesar desta faculdade de receber por subsídio, ele vai ser obrigatório para algumas carreiras:
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. Art. 39, §4º, CR/88: Membros de poder (Legislativo, Executivo e Judiciário), detentores de
mandato eletivo, Ministros e Secretários de Estado
. Art. 128, §5º, I, c, CR/88: membros do MP
. Art. 135, CR/88: integrantes da Advocacia-Geral da União, Procuradores do Estado e do
DF, e Defensores Públicos
. Art. 73, §3º, CR/88: ministros dos Tribunais de Contas da União
. Art. 144, §9º, CR/88: servidores públicos policiais
C.3) Irredutibilidade: o art. 37, XV, da CR/88, fala que o subsídio e os vencimentos dos cargos e
empregos públicos são irredutíveis. Esta irredutibilidade é uma irredutibilidade nominal, ou seja,
não pode diminuir o valor nominal, por exemplo, não pode diminuir de R$1.000,00 para R$900,00.
Já o art. 37, X, garante ao servidor uma revisão geral anual, através de lei específica, revisão
esta que garante o valor real da remuneração, preservando sua capacidade de compra.
Atenção: de acordo com a Súmula Vinculante n.º 37, não cabe ao juiz aumentar o vencimento do
servidor, pois ele não possui poder legislativo, e isso deve ser feito por lei.
C.4) Salário mínimo: o art. 41, §5º, da Lei 8.112/90 que fala que nenhum servidor receberá
remuneração inferior ao salário mínimo. O vencimento pode ser mais baixo que o salário mínimo,
desde que a remuneração (a soma) seja maior. Súmula Vinculante 16.
C.4) Desconto na remuneração: em regra, não é possível o desconto na remuneração do servidor.
Exceções da Lei 8.112/90:
. Imposição legal ou decisão judicial (art. 45, caput, Lei 8.112/90)
. Consignação em folha em favor de terceiro, com autorização do servidor, a critério da
Administração e com reposição de curtos (art. 45, §1º - atenção, foi alterado em 2015). A
consignação pode ser de, no máximo, 35% da remuneração mensal, com valores reservados para
cartão de crédito.
. Reposição ao erário (art. 46).
Obs.: para o STJ, os valores recebidos a mais, de boa-fé, pelo servidor, não são devolvidos. Se
recebidos de má-fé, o servidor tem o prazo de 30 dias para repor. Se não puder pagar de uma só
vez, é possível o parcelamento.
Obs.2: não pode ser objeto de arresto, sequestro ou penhora, salvo para prestação alimentícia, em
virtude de decisão judicial (art. 48).
D) TETO REMUNERATÓRIO
O teto remuneratório está previsto no art. 37, XI e traz teto geral e teto específicos para os
agentes públicos.
Teto geral: Ministro STF
Tetos específicos:
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. União: Ministro STF
. Estado e DF:. Executivo: Governador
. Legislativo: Deputado Estadual
. Judiciário, membros MP, Procuradores e Defensores Públicos:
Desembargador TJ
. Municípios: Prefeito
Obs. 1: art. 37, §12: Estados e DF podem fixar como limite único o subsídio dos Desembargadores
do TJ.
Obs. 2: o STF deu interpretação conforme a CR, determinando que os magistrados estaduais não
se submetem ao subteto de remuneração previsto no art. 37, XI.
Obs. 3: art. 37, §9º: empresas públicas e sociedade de economia mista não dependentes não
precisam respeitar o teto remuneratório.
Obs. 4: art. 37, §11: as verbas indenizatórias não são contabilizadas para o teto remuneratório, pois
são reembolso.
E) GREVE
O art. 37, inciso VII, da CR/88, determina que o servidor público tem o direito de greve, mas
remete à lei específica a sua regulamentação, ou seja, é uma norma de eficácia limitada. Esta lei
regulamentadora até hoje não foi editada, então, em princípio, não se poderia falar em greve dos
servidores públicos.
No entanto, o STF já decidiu que, enquanto não for editada esta lei regulamentadora da
greve dos servidores, aplica-se, por analogia, a Lei 7.783/89, que é lei de greve dos trabalhadores
em geral.
Ob.: militares: o art. 142, §3º, IV, veda tanto a associação sindical quanto a greve para os militares.
Ou seja, militar não pode realizar greve. Além disso, para o STF, além disso, todos os policias não
podem ter greve, em virtude da importância das funções que exercem.
De acordo com o STF, os dias não trabalhados podem ser descontados do servidor, a não
ser que a greve tenha sido causada por uma atuação ilícita da Administração.
F) DISPONIBILIDADE
No caso em que o cargo público é extinto ou declarado desnecessário, o servidor estável
ficará em disponibilidade, recebendo de forma proporcional ao tempo de serviço, até ser
aproveitado em outro cargo (art. 41, §3º).
Para serviço Art. 85 Dura o tempo do Sem remuneração Sim Não suspende
militar serviço militar.
Depois de acabar,
tem 30 dias para
voltar ao serviço.
Para Art. 86 a) Da escolha na a) sem remuneração Sim Suspende
atividade convenção
política partidária até a
véspera do b) com remuneração
registro
b) do registro até
10 dias depois das
eleições (não
pode ultrapassar 3
meses)
Para Art. 87 3 meses a cada 5 Com remuneração Não -
capacitação anos de efetivo
serviço
Para tratar de Art. 91 Até 3 anos Sem remuneração Não -
interesses
particulares
Para Art. 92 Dura o tempo do Sem remuneração Não -
desempenho mandato classista
de mandato
classista
INFORMATIVO 357
Concurso Público e Escolaridade Exigida em Edital
Com base no entendimento do STF de que a exigência de habilitação para o exercício de cargo
objeto de certame dar-se-á no ato da posse, e não no da inscrição para o concurso, a Turma deu
provimento a recurso extraordinário para restabelecer sentença proferida em primeiro grau, que
concedera segurança impetrada por candidata que, aprovada em concurso público para o cargo de
auxiliar de enfermagem, fora impedida de tomar posse e entrar em exercício em virtude de não
possuir a escolaridade exigida pelo edital no último dia da inscrição para o certame. RE 392976/MG,
rel. Min. Sepúlveda Pertence, 17.10.2004. (RE-392976)
INFORMATIVO 699
ECT: despedida de empregado e motivação - 7
Servidores de empresas públicas e sociedades de economia mista, admitidos por concurso público,
não gozam da estabilidade preconizada no art. 41da CF, mas sua demissão deve ser sempre
motivada. RE 589998/PI, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20.3.2013. (RE-589998)
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INFORMATIVO 807
Contratação de servidores temporários e competência – 2
A justiça comum é competente para processar e julgar causas em que se discuta a validade de
vínculo jurídico-administrativo entre o poder público e servidores temporários. Rcl 4351 MC-
AgR/PE, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, 11.11.2015. (Rcl-4351
MC-AgR)
INFORMATIVO 775
Posse em cargo público por determinação judicial e dever de indenizar – 2
Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus à
indenização, sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo situação
de arbitrariedade flagrante. RE 724347/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min.
Roberto Barroso, 26.2.2015.
INFORMATIVO 782
Questões de concurso público e controle jurisdicional
Os critérios adotados por banca examinadora de concurso público não podem ser revistos pelo
Poder Judiciário. (...) O Colegiado afirmou ser antiga a jurisprudência do STF no sentido de não
competir ao Poder Judiciário substituir a banca examinadora para reexaminar o conteúdo das
questões e os critérios de correção utilizados, salvo ocorrência de ilegalidade e
inconstitucionalidade. RE 632853/CE, rel. Min. Gilmar Mendes, 23.4.2015. (RE-632853)
INFORMATIVO 791
Concurso público e limite de idade
O limite de idade, quando regularmente fixado em lei e no edital de determinado concurso público,
há de ser comprovado no momento da inscrição no certame. ARE 840592/CE, Min. Roberto
Barroso, 23.6.2015.
INFORMATIVO 803
Concurso público: direito subjetivo à nomeação e surgimento de vagas – 1
O Plenário, por maioria, negou provimento a recurso extraordinário em que se discutia a existência
de direito subjetivo à nomeação de candidatos aprovados fora do número de vagas previstas no
edital de concurso público, no caso de surgimento de novas vagas durante o prazo de validade do
certame. A Corte afirmou que, a partir de 1988, com a promulgação da Constituição da República,
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o concurso público de provas e títulos teria se consolidado como um primoroso instrumento
democrático para a seleção republicana e impessoal para cargos e empregos públicos. (...) Na linha
da jurisprudência do STF, em relação aos candidatos aprovados dentro do número de vagas
previstas em edital, a Administração poderia, dentro do prazo de validade do processo seletivo,
escolher o momento em que se realizaria a nomeação, mas não poderia dispor sobre a própria
nomeação. Essa última passaria a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa forma,
um dever imposto ao Poder Público. Apesar disso, não se poderia dizer o mesmo daqueles
aprovados fora do número de vagas previstas em edital, ou seja, dentro do cadastro de reserva.
Esses candidatos possuiriam mera expectativa de direito à nomeação, situação que, apenas
excepcionalmente, se convolaria em direito subjetivo. RE 837311/PI, rel. Min. Luiz Fux, 14.10.2015.
(RE-837311)
INFORMATIVO 808
Concurso público e nomeação precária – 2
O candidato que toma posse em concurso público por força de decisão judicial precária assume o
risco de posterior reforma desse julgado que, em razão do efeito “ex tunc”, inviabiliza a aplicação
da teoria do fato consumado em tais hipóteses. RMS 31538/DF, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o
acórdão Min. Marco Aurélio, 17.11.2015.
É vedada a acumulação de um cargo de professor com outro técnico ou científico quando a jornada
de trabalho semanal ultrapassar o limite máximo de sessenta horas semanais. REsp 1.565.429-
SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 24/11/2015, DJe 4/2/2016.
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Ainda que o requisito da idade mínima de 18 anos conste em lei e no edital de concurso público, é
possível que o candidato menor de idade aprovado no concurso tome posse no cargo de auxiliar
de biblioteca no caso em que ele, possuindo 17 anos e 10 meses na data da sua posse, já havia
sido emancipado voluntariamente por seus pais há 4 meses. REsp 1.462.659-RS, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 1º/12/2015, DJe 4/2/2016.
INFORMATIVO 494
A nomeação tardia a cargo público em decorrência de decisão judicial não gera direito à
indenização. Com esse entendimento, a Turma, por maioria, negou provimento ao especial em que
promotora de justiça pleiteava reparação no valor do somatório dos vencimentos que teria recebido
caso sua posse se tivesse dado em bom tempo. REsp 949.072-RS, Rel. Min. Castro Meira, julgado
em 27/3/2012.
INFORMATIVO 495
É incabível a restituição ao erário dos valores recebidos de boa-fé pelo servidor público em
decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da Administração Pública. Em
virtude do princípio da legítima confiança, o servidor público, em regra, tem a justa expectativa de
que são legais os valores pagos pela Administração Pública, porque jungida à legalidade estrita.
Assim, diante da ausência da comprovação da má-fé no recebimento dos valores pagos
indevidamente por erro de direito da Administração, a Turma deu provimento ao recurso para
afastar qualquer desconto na remuneração da recorrente, a título de reposição ao erário.
Precedente citado do STJ: EREsp 711.995-RS, DJe 7/8/2008. RMS 18.780-RS, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, julgado em 12/4/2012.
INFORMATIVO 507
A prorrogação do prazo de validade de concurso público é ato discricionário da administração,
sendo vedado ao Poder Judiciário o reexame dos critérios de conveniência e oportunidade
adotados. Precedentes citados: RMS 25.501-RS, DJe 14/9/2009; MS 9909-DF, DJ 30/3/2005.
AgRg no AREsp 128.916-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 23/10/2012.
INFORMATIVO 515
O candidato tem direito a ser comunicado pessoalmente sobre sua nomeação no caso em que o
edital do concurso estabeleça expressamente o seu dever de manter atualizados endereço e
telefone, não sendo suficiente a sua convocação apenas por meio de diário oficial se, tendo sido
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aprovado em posição consideravelmente fora do número de vagas, decorrer curto espaço de tempo
entre a homologação final do certame e a publicação da nomeação. Nessa situação, a convocação
do candidato apenas por publicação em Diário Oficial configura ofensa aos princípios da
razoabilidade e da publicidade. (...) AgRg no RMS 37.227-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
julgado em 6/12/2012.
INFORMATIVO 519
O servidor público federal tem direito de ser removido a pedido, independentemente do interesse
da Administração, para acompanhar o seu cônjuge empregado de empresa pública federal que foi
deslocado para outra localidade no interesse da Administração. MS 14.195-DF, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, julgado em 13/3/2013.
INFORMATIVO 520
É possível a remarcação de teste de aptidão física em concurso público com o objetivo de
proporcionar a participação de candidata comprovadamente grávida, ainda que o edital não
contenha previsão nesse sentido. Nesse contexto, a gravidez deve ser considerada como motivo
de força maior, apto a possibilitar a remarcação do referido teste, sem que se configure qualquer
ofensa ao princípio constitucional da isonomia. RMS 37.328-AP, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 21/3/2013.
O candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital de concurso público tem direito
subjetivo à nomeação quando o candidato imediatamente anterior na ordem de classificação,
aprovado dentro do número de vagas, for convocado e manifestar desistência.
INFORMATIVO 743
Art. 170 da Lei 8.112/1990: registro de infração prescrita e presunção de inocência
O art. 170 da Lei 8.112/1990 (“Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora
determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor”) é inconstitucional. Essa
a conclusão do Plenário ao conceder mandado de segurança para cassar decisão do Presidente
da República que, embora reconhecendo a prescrição da pretensão punitiva de infração disciplinar
praticada pelo impetrante, determinara a anotação dos fatos apurados em assentamento funcional.
O Tribunal asseverou que, em virtude do reconhecimento da extinção da punibilidade pela
prescrição, obstar-se-ia a imposição de punição administrativo-disciplinar, tendo em conta que a
pretensão punitiva da Administração estaria comprometida de modo direto e imediato. Assim,
afirmou que a anotação dessa ocorrência em ficha funcional violaria o princípio da presunção de
inocência. MS 23262/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 23.4.2014. (MS-23262)
Não é obrigatória a intimação do interessado para apresentar alegações finais após o relatório final
de processo administrativo disciplinar. Isso porque não existe previsão legal nesse sentido.
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Precedentes citados: RMS 33.701-SC, Primeira Turma, DJe 10/6/2011; e MS 13.498-DF, Terceira
Seção, DJe 2/6/2011. MS 18.090-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 8/5/2013.
INFORMATIVO 521
É possível a utilização, em processo administrativo disciplinar, de prova emprestada validamente
produzida em processo criminal, independentemente do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória. Isso porque, em regra, o resultado da sentença proferida no processo criminal não
repercute na instância administrativa, tendo em vista a independência existente entre as instâncias.
Precedentes citados: MS 17.472-DF, Primeira Seção, DJe 22/6/2012; e MS 15.787-DF, Primeira
Seção, DJe 6/8/2012. RMS 33.628-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 2/4/2013.
INFORMATIVO 505
É possível utilizar, em processo administrativo disciplinar, na qualidade de "prova emprestada", a
interceptação telefônica produzida em ação penal, desde que devidamente autorizada pelo juízo
criminal e com observância às diretrizes da Lei n. 9.296/1996. Precedentes citados: MS 13.099-DF,
DJe 22/3/2012; MS 15.823-DF, DJe 18/8/2011; MS 14.598-DF, DJe 11/10/2011; MS 15.786-DF,
DJe 11/5/2011, e AgRg na APn 536-BA, DJ 9/10/2007. MS 14.140-DF, Rel. Min. Laurita Vaz,
julgado em 26/9/2012.
TREINAMENTOS
TREINAMENTO 5 (XVIII EXAME) Tício é servidor público federal há 6 (seis) anos, e, durante todo
esse tempo, sempre teve comportamento exemplar. Um dia, ao ser comunicado, pelo seu chefe
imediato, que não poderia gozar férias no mês de dezembro, uma vez que dois colegas já estariam
de férias no mesmo período, Tício exigiu que fosse aberta uma exceção, por ele ser o servidor mais
antigo. Como a resposta foi negativa, Tício tornou-se agressivo, e, gritando palavrões, passou a
ofender seu chefe até, finalmente, agredir com um soco um dos colegas servidores que presenciava
a cena.
Com base no caso narrado, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.
A) Considerando que Tício não apresentou anteriormente qualquer problema, é possível a
aplicação da penalidade de demissão pelo caso relatado? (Valor: 0,65)
B) Considerando que o ato foi presenciado por diversas testemunhas e pelo próprio chefe imediato
de Tício, é possível dispensar a instauração de processo administrativo disciplinar, instaurando-se
apenas a sindicância? (Valor: 0,60)
TREINAMENTO 6 (XVI EXAME) A Lei nº XX, de março de 2004, instituiu, para os servidores da
autarquia federal ABCD, o ADICIONAL DE CONHECIMENTO E QUALIFICAÇÃO, um acréscimo
remuneratório a ser pago ao servidor que, comprovadamente, realizar curso de aperfeiçoamento
profissional. Com esse incentivo, diversos servidores passaram a se inscrever em cursos e
seminários e a ter deferido o pagamento do referido adicional, mediante apresentação dos
respectivos certificados.
Sobre a hipótese, responda aos itens a seguir.
A) A Administração efetuou, desde janeiro de 2006, enquadramento equivocado dos diplomas e
certificados apresentados por seus servidores, pagando-lhes, por essa razão, um valor superior ao
que lhes seria efetivamente devido. Poderá a Administração, em 2015, rever aqueles atos,
reduzindo o valor do adicional pago aos servidores? (Valor: 0,60)
B) Francisco da Silva, servidor da autarquia, vem percebendo, há 6 (seis) anos o referido adicional,
com base em um curso que, deliberadamente, não concluiu (fato que passou despercebido pela
comissão de avaliação responsável, levada a erro por uma declaração falsa assinada pelo
servidor). A Administração, percebendo o erro, poderá cobrar do servidor a devolução de todas as
parcelas pagas de forma errada? (Valor: 0,65)
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
A) A resposta é negativa. Nos termos expressos do Art. 54 da Lei nº 9.784/1999, "O direito da
Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados". E, em se tratando
de efeitos patrimoniais contínuos, como no exemplo descrito, o prazo de decadência contar-se-á
da percepção do primeiro pagamento.
TREINAMENTO 7 (XIII EXAME) João prestou com sucesso concurso público para uma empresa
pública federal e para uma autarquia estadual. Em ambos os casos, entretanto, o concurso público
destinava-se à formação de cadastro de reserva, até porque, tanto na autarquia quanto na empresa
pública, os quadros de pessoal estão completos.
Diante do caso exposto, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal
pertinente, responda aos itens a seguir.
A) Para a criação de novas vagas naqueles entes (empresa pública e autarquia), é necessária a
edição de lei ou é admitida a criação por outras formas, indistintamente? (Valor: 0,65)
B) O cargo e o emprego pretendidos por João estão alcançados pelo teto remuneratório
constitucional? (Valor: 0,60)
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
A) O examinando deve identificar que, em relação ao cargo público na autarquia estadual, é
necessária a edição de lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, conforme interpretação do
artigo 61, § 1º, II, “a” da CRFB, aplicável aos Estados pelo princípio da simetria; em relação ao
emprego público na empresa pública federal, não é necessária a edição de lei, pois as entidades
de direito privado da Administração Indireta estão excluídas da dicção daquele dispositivo
constitucional.
B) O examinando deve identificar que o cargo público na autarquia estadual submete-se ao teto
remuneratório constitucional, na forma do artigo 37, XI, da CRFB. O emprego na empresa pública
federal somente se submete ao teto remuneratório previsto no artigo 37, XI, da CRFB, se a entidade
receber recursos da União para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral, na
forma do artigo 37, § 9º, da CRFB.
TREINAMENTO 8 (XIII EXAME) Após várias denúncias de que o servidor “X”, lotado em um órgão
da Administração Federal direta, vinha faltando ao serviço e fraudando a sua folha de frequência,
“A”, chefe do seu departamento, determina a instauração de processo administrativo disciplinar.
A Comissão nomeada, ao final dos trabalhos de apuração, concluiu que o servidor, de fato, vinha
se ausentando de forma injustificada do serviço uma vez por semana. Contudo, ignorou documento
OAB 2ª FASE DIREITO ADMINISTRATIVO – SUPREMO CONCURSOS
que comprovava que o referido servidor, ao menos em duas ocasiões, fraudou a sua folha de
frequência, razão pela qual opinou pela aplicação da penalidade de suspensão por 5 (cinco) dias.
Diante do exposto, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.
A) Pode ser instaurado processo administrativo disciplinar sem a prévia abertura de sindicância?
(Valor: 0,65)
B) Pode a autoridade competente para aplicação da pena determinar que o referido servidor seja
demitido? (Valor: 0,60)
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
A) A resposta é positiva, pois, conforme previsão constante no artigo 143, da Lei nº 8.112/1990, “A
autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua
apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao
acusado ampla defesa”. Não se exige, portanto, a instauração prévia de sindicância para a abertura
de processo administrativo disciplinar.
B) A resposta também é positiva, pois, nos termos do artigo 168, caput e parágrafo único da Lei nº
8.112/1990, “O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às provas dos
autos” e “Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora
poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
responsabilidade”.
TREINAMENTO 10 (XII EXAME) José está inscrito em concurso público para o cargo de assistente
administrativo da Administração Pública direta do Estado de Roraima. Após a realização das
provas, ele foi aprovado para a fase final do certame, que previa, além da apresentação de
documentos, exames médicos e psicológicos. A lista dos candidatos aprovados e o prazo para a
apresentação dos documentos pessoais e para a realização dos exames médicos e psicológicos
foram publicados no Diário Oficial do Poder Executivo do Estado de Roraima após 1 (um) ano da
realização das provas; assim como foram veiculados através do site da Internet da Administração
Pública direta do Estado, tal como previsto no respectivo edital do concurso.
Entretanto, José reside em município localizado no interior do Estado de Roraima, onde não circula
o Diário Oficial e que, por questões geográficas, não é provido de Internet. Por tais razões, José
perde os prazos para o cumprimento da apresentação de documentos e dos exames médicos e
psicológicos e só toma conhecimento da situação quando resolve entrar em contato telefônico com
a secretaria do concurso.
Insatisfeito, José procura um advogado para ingressar com um Mandado de Segurança contra a
ausência de intimação específica e pessoal quando de sua aprovação e dos prazos pertinentes à
fase final do concurso.
Na qualidade de advogado de José, indique os argumentos jurídicos a serem utilizados nessa ação
judicial. (Valor: 1,25)
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
A despeito da ausência de norma editalícia prevendo a intimação pessoal e específica do candidato
José, a Administração Pública tem o dever de intimar o candidato, pessoalmente, quando há o
decurso de tempo razoável entre a homologação do resultado e a data da nomeação, em
atendimento aos princípios constitucionais da publicidade e da razoabilidade.
É desarrazoada a exigência de que o impetrante efetue a leitura diária do Diário Oficial do Estado,
por prazo superior a 1 (um) ano, ainda mais quando reside em município em que não há circulação
do DOE e que não dispõe de acesso à Internet.
TREINAMENTO 11 (II EXAME) A Administração de certo estado da federação abre concurso para
preenchimento de 100 (cem) cargos de professores, conforme constante do Edital. Após as provas
TREINAMENTO 12 (I EXAME) José, nomeado, pela primeira vez, para cargo de provimento efetivo
no serviço público, foi exonerado de ofício, durante o período de estágio probatório, em razão da
extinção de seu cargo. Inconformado, José requereu a revisão de sua exoneração alegando que a
extinção do cargo, durante o estágio probatório, deveria garantir-lhe, pelo menos, a prerrogativa
constitucional da disponibilidade.
Com base na situação hipotética acima apresentada, responda, de forma fundamentada, às
seguintes indagações.
a) José poderia ter sido exonerado de ofício, mesmo durante o período de estágio probatório, ou o
estágio deveria protegê-lo contra a extinção do cargo?
b) José teria direito à prerrogativa da disponibilidade? Em caso de resposta afirmativa, especifique
os termos em que tal prerrogativa ocorreria.
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
Tendo sido extinto o cargo durante o período do estágio probatório, o servidor poderá ser exonerado
de ofício porque ainda não tem a estabilidade. O fato de estar em estágio probatório não protege o
servidor contra a extinção do cargo, conforme estabelecido na Súmula 22 do STF: "O estágio
probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo." Diga-se, ainda, que, como se trata
de provimento originário (o servidor fora "nomeado, pela primeira vez, para cargo efetivo"), não há
que se falar em recondução ao cargo anteriormente ocupado, nos termos do que dispõe o § 2.º do
art. 20 da Lei n.º 8.112/1990, só lhe restando a exoneração.
O servidor não dispõe da prerrogativa constitucional da disponibilidade, que, nos termos do art. 41,
§ 3.º, da CF, só é cabível, em caso de extinção do cargo, para servidor estável.
Observação para a correção: atribuir pontuação integral às respostas em que esteja expresso o
conteúdo do dispositivo legal, ainda que não seja citado, expressamente, o número do artigo.
TREINAMENTO 14 (XXII EXAME) José prestou concurso público federal mediante a realização de
provas e de exame psicotécnico, etapa integrante do certame e previsto na legislação. Ele logrou
aprovação e foi regularmente investido na vaga existente no Estado Alfa. Sua esposa, Maria, já é
servidora federal estável lotada no mesmo Estado. Logo após a nomeação de José, ela foi removida
para o Estado Beta, no extremo oposto do país, onde terá que passar a residir, no interesse da
Administração. Diante dessa situação hipotética, responda aos itens a seguir.
A) José poderia ser submetido à realização de exame psicotécnico como etapa de concurso
público, ciente de que o cargo exige equilíbrio emocional? (Valor: 0,50)
B) José tem direito de ser removido para outro cargo, no âmbito do mesmo quadro funcional, para
o Estado Beta, com o fim de se juntar a Maria? (Valor: 0,75)
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
A) Sim. O exame psicotécnico pode constituir etapa de concurso público, desde que exista previsão
em lei e no respectivo edital, na forma do Art. 37, inciso I, da CRFB/88 OU da Súmula Vinculante
nº 44 do STF.
B) Sim, porque é cabível a remoção, a pedido, para outra localidade, independentemente do
interesse da Administração para acompanhamento de cônjuge que tenha sido deslocado no
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interesse da Administração, como se extrai do Art. 36, parágrafo único, inciso III, alínea a, da Lei
nº 8.112/90.
TREINAMENTO 15 (XXII EXAME) Enunciado Em fevereiro de 2017, o Estado Alfa fez editar a Lei
nº XYZ, que inovou no ordenamento local ao proibir a nomeação de cônjuge, companheiro ou
parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função
gratificada na respectiva Administração Pública Direta e na Indireta de todos os Poderes locais,
também abrangendo ajustes mediante designações recíprocas. Com isso, a dita lei vedou a prática
do chamado nepotismo. Em razão de tal norma, o governador do Estado Alfa se recusou a nomear
João para o cargo de médico, para o qual este havia sido aprovado em concurso público
regularmente realizado, sob o fundamento de o candidato ser filho de deputado estadual. Diante
dessa situação hipotética, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.
A) Considerando que a Lei nº XYZ inovou no ordenamento local, analise se a prática de nepotismo
era possível antes de seu advento, à luz do ordenamento vigente. (Valor: 0,70)
B) É válida a conduta do governador de recusar a nomeação de João? (Valor: 0,55)
Padrão de Resposta / Espelho de Correção
A) A resposta é negativa. A vedação ao nepotismo não depende de lei ordinária para a sua
aplicação, que decorre diretamente dos princípios consagrados na CRFB/88, conforme o Art. 37,
caput, da CRFB/88 OU a Súmula Vinculante nº 13, do STF, notadamente os da isonomia,
moralidade e eficiência.
B) A resposta é negativa. A vedação ao nepotismo não se aplica à investidura de servidores por
efeito de aprovação em regular concurso público, sob pena de violar o disposto no Art. 37, inciso
II, da CRFB/88.