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MP-CE
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RODADA 1
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#TôDentro
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DIREITO PENAL
PROFA. RUTH ARAÚJO VIANA
01 – QUESTÃO:
a) A lex mitior é a lei posterior, que de qualquer modo favorece o agente, aplicando-se aos
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
b) A lei excepcional e a lei temporária são ultrativas.
c) A lei excepcional e a lei temporária são autorrevogáveis.
d) A lei excepcional e a lei temporária são inconstitucionais.
e) a lei intermediária quando benéfica ao réu deverá ser aplicada mesmo quando não for
a lei vigente ao tempo do fato.
- RESPOSTA: Alternativa D.
- COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Correto. A lex mitior é a lei melhor, a lei mais favorável que de
alguma maneira se aplicada irá beneficiar o acusado.
Assim, ela deve ser aplicada, mesmo quando houver sentença condenatória com
transitada em julgado.
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Alternativa E: Correto. A lei intermédia ou intermediária é a lei que sucedeu à lei
do momento do fato criminoso e antecedeu à lei do julgamento do mesmo fato criminoso.
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
02 – QUESTÃO:
Maria Aparecida comparece na Delegacia de Polícia com mais duas testemunhas oculares
dizendo que o seu vizinho Cláudio a ameaçou com uma arma de fogo tipo revolver e que
este não possui autorização para o porte da arma. Afirmou que, logo após proferir as
ameaças com a arma, ele voltou para sua residência e a guardou. As duas testemunhas
confirmaram a versão de Maria, afirmando que viram a arma e escutaram a ameaça. Ao
final do depoimento Maria representou pelo crime de ameaça contra o vizinho Cláudio e
solicitou providências considerando que este falou categoricamente que ainda naquela
noite “ia meter bala nela”. Sobre essa situação assinale a alternativa correta:
a) Não é possível que a polícia civil adentre o domicílio do Sr. Claudio no período diurno
sem autorização judicial.
b) Será possível que a polícia civil adentre na casa do Sr. Cláudio, no dia dos fatos, a
qualquer hora, mesmo que no período diurno e sem autorização judicial para fins de
apreensão da arma de fogo.
c) O crime de ameaça não pode ser representando informalmente pelas palavras da
vítima sem que este documento seja devidamente formalizado na Delegacia de Polícia.
d) A prisão em flagrante por crime de porte de arma de fogo sem autorização legal ou
regulamentar só pode ser realizada se a autoridade policial apreender a arma de fogo.
e) Nas condições dos fatos será possível aplicar a suspensão condicional do processo ao
Sr. Claúdio.
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
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Art. 5º. (...).
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial.
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Alternativa C: Incorreta. O crime de ameaça não depende de documento
formalizado. O ato de representação por crimes de natureza pública condicionada não
possui formalidades.
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Ameaça
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer
outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou
inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público,
ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por
dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado
ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais
requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
03 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
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EFEITOS DA CONDENAÇÃO
O efeito principal (primário) da condenação é impor ao condena-
1) PRINCIPAIS do uma sanção penal.
(PRIMÁRIOS) Efeito principal (primário) = sanção penal.
A sanção penal divide-se em: a) pena; b) medida de segurança.
2.1) PENAIS
Alguns exemplos: reincidência (art. 63), causa de revogação
do sursis (art. 77, I e § 1º), causa de revogação do livramento
condicional (art. 86), causa de conversão da pena restritiva de
direitos em privativa de liberdade (art. 44, § 5º), impossibilita
a transação penal e concessão de suspensão condicional do
2) SECUNDÁRIOS processo (arts. 76 e 89 da Lei nº 9.099/95) etc.
2.2) EXTRAPENAIS
a) Genéricos: art. 91 do CP;
b) Específicos: art. 92 do CP;
c) Previstos em “leis” especiais (exs: art. 15, III, CF; art. 83 da Lei
de Licitações; art. 181, da Lei de Falências).
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penais permanecerão. Exemplos de situações que não serão afetadas mesmo tendo havido
o indulto3:
Cuidado para não confundir anistia com graça e indulto. Vejamos a seguinte
tabela para fixar:
A anistia, a graça e o indulto são concedidas pelo Poder Legislativo (no primeiro
caso) ou pelo Poder Executivo (nos dois últimos), mas somente geram a extinção da
punibilidade com a decisão judicial;
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- GABARITO DA QUESTÃO: E.
04 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
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curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos
contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra
filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado;
(Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018)
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio
para a prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são
automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
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05 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou
não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a
morte.
Alternativa B: Correto. É o que dispõe o art. 135 do CP. Vide resposta do item a).
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Alternativa C: Incorreto. No crime omissivo impróprio o agente tem o dever
específico de evitar o resultado.
Entre a omissão e o tipo penal não existe subsunção direta, há caso de subsunção
indireta. Vejamos o art. 13, §2º do CP:
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
06 – QUESTÃO:
a) Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
b) Considera-se tentado o crime quando o agente voluntariamente, desiste de prosseguir
na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
c) Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um
terço.
d) A prescrição nos crimes tentados começa a correr a partir do dia em que cessaram os
atos preparatórios.
e) A tentativa é uma norma de extensão causal.
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- RESPOSTA: Alternativa A.
- COMENTÁRIOS:
Crime impossível
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta
do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível
consumar-se o crime.
Tentativa
Art. 14. (...).
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa
com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um
a dois terços.
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II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento
do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes,
previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a
vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver
sido proposta a ação penal.
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
07 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa A.
- COMENTÁRIOS:
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Alternativa A: Correta. Trata-se de Súmula do Superior Tribunal de Justiça:
Se o juiz entender que o réu possui maus antecedentes, ele irá aumentar a pena-
base imposta ao condenado. Trata-se, portanto, de uma circunstância analisada na 1ª fase
da dosimetria e não na 2ª fase.
a) culpabilidade;
b) antecedentes;
c) conduta social;
d) personalidade do agente;
e) motivos do crime;
f) circunstâncias do crime;
g) consequências do crime;
h) comportamento da vítima. (art. 59 do CP).
A condenação por fato anterior ao delito que se julga, mas com trânsito em
julgado posterior, pode ser utilizada como circunstância judicial negativa, a título de
antecedente criminal5.
Reincidência
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo
4 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Folha de antecedentes criminais é um documento válido para
comprovar maus antecedentes ou reincidência. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.
buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/033cc385728c51d97360020ed57776f0>. Acesso em: 02/10/2019
5 STJ. 5ª Turma. HC n. 210.787/RJ, Min. Marco Aurélio Bellizze, DJe 16/9/2013. `Ìi`ÊÜÌ ÊÌ iÊ`iÊÛiÀÃÊvÊ
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crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
6 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Folha de antecedentes criminais é um documento válido para
comprovar maus antecedentes ou reincidência. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.
buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/033cc385728c51d97360020ed57776f0>. Acesso em: 02/10/2019
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08 – QUESTÃO:
Cesar, pessoa maior e capaz, realizar ato libidinoso com Ana, pessoa menor de 14 anos.
Durante a audiência de instrução a defesa requereu a desclassificação do delito de
estrupo de vulnerável para o crime de importunação sexual, requereu o reconhecimento
da ausência de vulnerabilidade da vítima, uma vez que ela já tinha realizado atos sexuais
consentidos preteritamente. Sobre esse fato é possível afirmar:
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
Isso porque o tipo penal do art. 215-A é praticado sem violência ou grave ameaça
e o delito do art. 217-A inclui a presunção absoluta de violência ou grave ameaça, por se
tratar de menor de 14 anos7.
7 STJ. 3ª Seção. AgRg na RvCr 4.969/DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 26/06/2019.
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Alternativa B: Correto. Trata-se de entendimento sumulado do Superior Tribunal
de Justiça:
Não é correto imaginar que o Direito Penal deva se adaptar a todos os inúmeros
costumes de cada uma das microrregiões do país, sob pena de se criar um verdadeiro caos
normativo, com reflexos danosos à ordem e à paz públicas.
8 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Praticar sexo com menor de 14 anos é crime. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/435d6ab1ba16ba7e05e09d9728bc36ca>. Acesso
em: 02/10/2019
9 STJ. 6ª Turma. REsp 897.734-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 3/2/2015 (Info 555). `Ìi`ÊÜÌ ÊÌ iÊ`iÊÛiÀÃÊvÊ
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A exceção de “Romeu e Julieta” trata-se de uma tese defensiva segundo a qual se
o agente praticasse sexo consensual (conjunção carnal ou ato libidinoso) com uma pessoa
menor de 14 anos, não deveria ser condenado se a diferença entre o agente e a vítima não
fosse superior a 5 anos.
A teoria recebe esse nome por inspiração da peça de Willian Shakespeare na qual
Julieta, com 13 anos, mantém relação sexual com Romeu. Assim, Romeu, em tese, teria
praticado estupro de vulnerável.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
09 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
10 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Praticar sexo com menor de 14 anos é crime. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/435d6ab1ba16ba7e05e09d9728bc36ca>. Acesso
em: 02/10/2019 `Ìi`ÊÜÌ ÊÌ iÊ`iÊÛiÀÃÊvÊ
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Alternativa B: Correto. Administrador de Loteria é equiparado a funcionário
público para fins penais porque a Loteria executa atividade típica da Administração Pública
que lhe foi delegada por regime de permissão. STJ. 5ª Turma. AREsp 679.651/RJ, Rel. Min.
Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/09/2018.
Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública.
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego
ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de
atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
11 STJ. 5ª Turma. HC 264.459-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579).
12 STJ. 6ª Turma. REsp 1303748/AC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 25/06/2012. `Ìi`ÊÜÌ ÊÌ iÊ`iÊÛiÀÃÊvÊ
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10 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
Na mesma linha, o STJ (HC 330.170/RS) entende que, embora não seja admissível
que o Tribunal a quo agregue novos dados em recurso exclusivo da defesa, visto que tal
prática implicaria violação do princípio da ne reformatio in pejus, é lícito às instâncias
ordinárias proceder à análise da legalidade dos fundamentos da decisão de primeiro grau
para conferir melhor compreensão da quaestio iuris objeto da sentença impugnada no
recurso, respeitada a extensão cognitiva da sentença impugnada e os limites quantitativo e
qualitativos da pena imposta.
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Alternativa A está incorreta.
Alternativa B: O recurso deve ser interposto no prazo previsto em lei, sob pena de
preclusão temporal. Para fins de verificação da tempestividade do recurso, o que deve ser
levado em consideração é a data em que a petição é protocolada ou em que é entregue ao
escrivão ou diretor da secretaria.
Para o STF (HC 113826), não é extemporâneo recurso interposto antes da publi-
cação do acórdão. Sob o ângulo da oportunidade, a publicação do acórdão impugnado é
elemento neutro, podendo a parte, ciente da decisão proferida, protocolar o recurso. Assim
por exemplo, admite-se a interposição de embargos declaratórios oferecidos antes da pu-
blicação do acórdão embargado e dentro do prazo recursal.
Alternativa B incorreta.
O RESE deve ser utilizado de maneira residual. Em síntese, por mais que a hipótese
de cabimento esteja listada no art.581 do CPP, deve se ter em mente que sua interposição
somente será possível se tal decisão não tiver sido proferida no bojo de uma sentença
condenatória ou absolutória. Isso porque, segundo o art.593, §4º, do CPP, quando cabível a
apelação, não poderá ser usado o RESE, ainda que somente de parte da decisão se recorra.
Nesse sentido, o STJ (REsp 1628262/RS) entende que é cabível recurso em sen-
tido estrito contra decisão que revoga medida cautelar diversa da prisão. Para a Corte, o
ato de revogar prisão preventiva, previsto expressamente no inciso V, do art. 581, do CPP, é
similar ao ato de revogar medida cautelar diversa da prisão, o que permite a interpretação
extensiva do dispositivo e, consequentemente, o manejo do recurso em sentido estrito.
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Portanto, em matéria penal, o Ministério Público não goza da prerrogativa da
contagem dos prazos recursais em dobro. Logo, o prazo para interposição de agravo pelo
Estado-acusador em processo criminal é de 5 dias.
Ademais, a Corte Cidadã frisou que o recurso adesivo do Ministério Público so-
mente poderia ser conhecido caso fosse conhecido também o recurso da defesa. Em outras
palavras, a admissão do recurso defensivo acarretaria ao réu um efeito negativo, qual seja, o
de que o recurso acusatório adesivo também passaria a ser analisado, caracterizando uma
reformatio in pejus indireta.
Com efeito, em matéria criminal, não deve ser conhecido recurso especial adesi-
vo interposto pelo Ministério Público veiculando pedido em desfavor do réu.
Cumpre frisar, por fim, que o STJ entendeu que também não é possível recurso
adesivo, mesmo que seja da defesa.
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
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11 – QUESTÃO:
a) Não há necessidade de autorização judicial prévia para que o advogado tenha acesso
aos autos do inquérito policial, ainda que o sigilo da investigação ocorra em caso de
organização criminosa.
b) Na notícia do crime de cognição imediata, a autoridade policial toma conhecimento do
fato delituoso através da apresentação de indivíduo preso em flagrante.
c) O indiciamento formal após o recebimento da denúncia é causa de constrangimento
ilegal.
d) É necessária a intimação prévia da defesa técnica do investigado para a tomada de
depoimentos orais na fase de inquérito policial.
e) O arquivamento do inquérito policial em razão do reconhecimento de excludente de
punibilidade acarreta apenas coisa julgada formal.
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
Nessa esteira, temos que a persecução penal é composta por uma fase preliminar
investigatória e por uma fase judicial. A fase preliminar, na maior parte das vezes é marcada
pela existência do Inquérito Policial. O inquérito policial figura como principal instrumento
investigatório. Contudo, não se trata do único meio, existindo outras formas, por exemplo,
as investigações feitas pelo MP, pelas CPIS e TCO.
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evitadas condenações sumárias pela opinião pública, com a publicação de informações
prelibatórias, que muitas vezes não se sustentam na fase processual.
Nesse sentido, o STF editou a Súmula Vinculante n° 14, assentando que é direito
do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que,
já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Tem prevalecido o entendimento de que o advogado deve ter acesso aos autos
do procedimento investigatório caso a diligência realizada pela autoridade policial já tenha
sido documentada. Porém, em se tratando de diligências que ainda não foram realizadas
ou que estão em andamento, não há falar em prévia comunicação ao advogado, nem
tampouco ao investigado, na medida em que o sigilo é inerente à própria eficácia da medida
investigatória.
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Espontânea (cognição imediata): é o conhecimento direto dos fatos pela autori-
dade policial ou através de comunicação informal. Ex.: a autoridade tem notícia da infração
através de suas investigações ou pela imprensa;
Alternativa B incorreta.
Por substanciar ato próprio da fase inquisitorial da persecução penal, não possível
o indiciamento, pela autoridade policial, após o oferecimento da denúncia, mesmo que esta
já tenha sido admitida pelo juízo a quo.
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do órgão acusatório. No inquérito, há uma regular mitigação das garantias do contraditório
e da ampla defesa. Com efeito, os elementos de informação colhidos no inquérito não se
prestam, por si sós, a fundamentar uma condenação criminal.
Nessa senda, o STF (Pet 7612/DF) entende que não é necessária a intimação
prévia da defesa técnica do investigado para a tomada de depoimentos orais na fase de
inquérito policial.
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- GABARITO DA QUESTÃO: C.
12 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
Após essa etapa, tem-se a fase de julgamento (iudicium causae / juízo da causa).
Se o acusado foi pronunciado pelo juiz e esta decisão não foi modificada pelas instâncias
superiores (houve a preclusão da decisão de pronúncia), significa que agora o réu será
julgado pelos jurados em sessão plenária do júri. Antes do julgamento propriamente dito,
será necessário que o juiz presidente do Tribunal do Júri tome algumas medidas para
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preparar a sessão. Assim, nesta 2ª fase do procedimento do júri, haverá a preparação para o
julgamento, a organização do júri e a realização da sessão de julgamento.
Desta feita, não há mais espaço para indagações ao Conselho de Sentença sobre
circunstâncias agravantes ou atenuantes, sendo a apreciação destas de competência do juiz
presidente por se tratar preponderantemente de matéria de direito.
Alternativa C: Nos termos do art. 421, § 1º, do CPP, ainda que preclusa a decisão
de pronúncia, havendo circunstância superveniente que altere a classificação do crime, o
juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério Público.
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Alternativa D: De acordo com Leonardo Barreto Alves (2017), o desaforamento
é instituto que implica apenas e tão somente no deslocamento do julgamento da causa
para comarca distinta daquela perante a qual tramitou a primeira fase do procedimento,
de preferência comarca mais próxima, onde não subsistam mais os motivos determinantes.
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Nos termos do §1º do art. 413 do CPP, a fundamentação da pronúncia limitar-se-á
à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de
participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e
especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena.
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
13 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- TEMA: 5. Ação penal. Classificação. Princípios. Condições. A justa causa. Denúncia. Queixa.
Aditamento.
- COMENTÁRIOS:
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Para Nucci (2016), a ação penal é o direito do Estado-acusação ou do ofendido de
ingressar em juízo, solicitando a prestação jurisdicional, representada pela aplicação das
normas de direito penal.
Nas lições de Leonardo Barreto Moreira Alves (2016), para que ocorra o recebi-
mento da denúncia ou da queixa, é imprescindível o preenchimento das condições da ação
penal, que são requisitos mínimos indispensáveis ao julgamento do mérito da causa. Au-
sentes as condições da ação, deve haver a rejeição da peça inicial, nos termos do art. 395,
incisos II e III, do CPP.
Como destaca Renato Brasileiro (2017), diversamente do que ocorre nas hipóte-
ses de ação penal privada personalíssima e exclusivamente privada, em que a desídia do
querelante poderá dar ensejo a perempção (CPP, 60), a inércia do querelante nos casos de
ação penal privada subsidiária da pública não produz a extinção da punibilidade, já que a
ação penal, em sua origem, é de natureza pública. Nesse caso, o Ministério Público retomará
o processo como parte principal.
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(2017), a ação penal secundária ocorre quando em regra tem-se determinada espécie de
ação penal prevista para aquele crime, todavia, presente certas circunstâncias, haverá uma
mudança da espécie de ação penal.
É o que acontece, por exemplo, com os crimes contra a honra, em que, em regra,
a ação penal é de iniciativa privada (CP, art. 145, caput). No entanto, se cometido o crime
contra a honra de injúria racial (CP, art. 140, §3º), a ação penal será pública condicionada
à representação (CP, art. 145, parágrafo único, in fine, com reação determinada pela Lei nº
12.033/90).
Alternativa B incorreta.
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Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios
de prova.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
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14 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa B.
- TEMA: 20. Aspectos processuais das seguintes leis especiais: Lei nº 9.296/96.
- COMENTÁRIOS:
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indivíduos comercializando drogas em praça da cidade; f) escuta ambiental: captação de
uma comunicação, no ambiente dela, feita por terceiro, com o conhecimento de um dos
comunicadores. Ex.: cidadão vítima de concussão que, com o auxílio da polícia, grava o
exato momento em que funcionário público exige vantagem indevida para si em razão de
sua função; g) gravação ambiental: captação no ambienta da comunicação feita por um
dos comunicadores.
Para a Corte, não é necessária a transcrição integral dos diálogos captados por
meio de interceptação telefônica. Basta que sejam transcritos os trechos necessários ao
embasamento da denúncia oferecida e que seja entregue à defesa todo o conteúdo das gra-
vações em mídia eletrônica. No entanto, não haverá, em princípio, qualquer irregularidade
caso o juiz da causa entenda pertinente a degravação de todas as conversas e determine a
sua juntada aos autos.
Para o STJ (REsp 1.795.341-RS), a defesa deve ter acesso à integralidade das con-
versas advindas nos autos de forma emprestada, sendo inadmissível que as autoridades
de persecução façam a seleção dos trechos que ficarão no processo e daqueles que serão
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extraídos. A apresentação de somente parcela dos áudios, cuja filtragem foi feita sem a pre-
sença do defensor, acarreta ofensa ao princípio da paridade de armas e ao direito à prova,
porquanto a pertinência do acervo probatório não pode ser realizada apenas pela acusa-
ção, na medida em que gera vantagem desarrazoada em detrimento da defesa.
Cumpre frisar que, o caso analisado diz respeito à falta de acesso à integralida-
de da interceptação telefônica e não sobre falta de transcrição ou degravação integral das
conversas obtidas. Como visto na alternativa anterior, o entendimento da jurisprudência do
STF e do STJ é o de que não é obrigatória a transcrição integral do conteúdo das intercepta-
ções telefônicas.
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Nessa toada, o STF (HC 110496/RJ) decidiu que não é ilícita a interceptação
telefônica autorizada por magistrado aparentemente competente ao tempo da decisão
e que, posteriormente, venha a ser declarado incompetente. Trata-se da aplicação da
chamada “teoria do juízo aparente”.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
15 – QUESTÃO:
No que se refere aos atos de comunicação processual no processo penal, assinale a opção
correta:
a) A citação por edital é medida de ultima ratio, somente sendo admitida após se esgotarem
todos os meios de localizar o acusado, sob pena de nulidade insanável desde o início do
processo.
b) O defensor constituído deve ser intimado pessoalmente.
c) O juiz poderá determinar a citação por edital se, após completada a citação por hora
certa, o acusado não comparecer.
d) A intimação do acórdão condenatório é feita de forma pessoal.
e) É nula a citação por edital que não transcreve a denúncia ou queixa, ou não resume os
fatos em que se baseia.
- RESPOSTA: Alternativa A.
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- COMENTÁRIOS:
Alternativa A: A citação por edital é espécie de citação ficta, pela qual se presu-
me que o acusado, o qual se encontra em local incerto e não sabido, tomou conhecimento
acerca da existência do processo. O edital é publicado em jornal de grande circulação e na
imprensa oficial, bem como afixado no átrio do fórum.
Desta feita, além das diligências do oficial de justiça, tentando citá-lo em todos os
endereços apresentados nos autos, o juízo e o Ministério Público devem também proceder
a diligências, tais como expedir ofícios a concessionárias de serviços públicos ou órgãos
públicos, etc.
Alternativa B incorreta.
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial
de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora
certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de
11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
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Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado
não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo.
Com efeito, a intimação pessoal a que se refere o art. 392, do CPP só é exigível
quando se tratar de condenação proferida em primeiro grau de jurisdição.
O artigo 365 do CPP aponta como essencial que o edital apresente (i) o nome do
juiz que a determinar; (ii) o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais caracterís-
ticos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo; (iii) o fim para qual
é feita a citação; (iv) o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer e (v) o
prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua
afixação.
Súmula 366 do STF: Não é nula a citação por edital que indica o
dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou
queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
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16 – QUESTÃO:
a) Havendo indícios veementes da proveniência ilícita dos bens, poderá ser determinado
o sequestro, desde que não caiba busca e apreensão.
b) As questões prejudiciais estão relacionadas aos pressupostos processuais e às
condições da ação.
c) O arresto pode incidir sobre bens imóveis em relação aos quais haja indícios veementes
de que tenham sido adquiridos pelo réu com o produto da infração penal.
d) O CPP adota, na solução das questões prejudiciais, o sistema da prejudicialidade
obrigatória.
e) A questão prejudicial perfeita é aquela que pertence ao mesmo ramo do Direito da
questão prejudicada.
- RESPOSTA: Alternativa A.
- COMENTÁRIOS:
Ademais, cumpre frisar que o sequestro só pode ser determinado pelo juiz, seja
de ofício, seja a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou ainda mediante
representação da autoridade policial. Dessa forma, pode ser decretado na fase do inquérito
policial ou ao longo da ação penal.
Cumpre frisar que caberá o sequestro de bens móveis apenas se não couber a
medida de busca e apreensão prevista no art. 240 do CPP (art. 132 do CPP), ou seja, quando
tais bens não forem produto direto do crime, mas sim proventos do mesmo.
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de bigamia, pois o magistrado somente poderá condenar o acusado em virtude da prática
do crime do art.235 do CP se antes reconhecer a validade do primeiro casamento.
Alternativa C: O arresto é medida que recai sobre bem móvel ou imóvel de ori-
gem lícita com fim de garantir futura indenização ao ofendido ou Estado.
Como ensina Nestor Távora (2016), é possível também o arresto de bens móveis
penhoráveis, nos termos em que é facultada a hipoteca legal dos imóveis, se o responsável
não possuir bens imóveis ou os possuir de valor insuficiente. Nesse sentido, considera-se
o arresto de bens móveis uma medida residual. Portanto, também é possível o arresto de
bens móveis penhoráveis no caso de bens imóveis de valor insuficiente.
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a questão prejudicial pertencente a outro ramo do Direito, devendo ser remetida ao juízo
competente;
Alternativa D incorreta.
O CPP cuida das questões prejudiciais heterogêneas nos arts.92 e 93. Enquanto
o art.92 trata das questões prejudiciais heterogêneas relativas ao estado civil das pessoas,
o art.93 versa sobre questões prejudiciais heterogêneas que não guardem relação com o
estado civil das pessoas (ex.: direito patrimonial, empresarial, tributário, etc.).
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
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17 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa D.
- TEMA: 20. Aspectos processuais das seguintes leis especiais: Lei nº 12.850/2013.
- COMENTÁRIOS:
Conforme previsão art. 8º, §1º, da Lei n° 12.850/2013, a ação controlada não exige
prévia autorização judicial.
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Alternativa A está incorreta.
Alternativa B: De acordo com o disposto nos arts. 15, 16 e 17, o delegado de polícia
e o Ministério Público terão acesso, independentemente de autorização judicial, apenas
aos dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal,
a filiação e o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições
financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito.
Como destaca Rios Gonçalves (2018), não se pode confundir acesso aos dados
(nome, número discado, horário da ligação e duração da ligação) com o teor das conversas.
A interceptação das comunicações telefônicas continua com o sigilo preservado por cláusu-
la jurisdicional.
Como ensina Renato Brasileiro (2018), daí a importância daquilo que a doutrina
chama de regra da corroboração, ou seja, que o colaborador traga elementos de informação
e de prova capazes de confirmar suas declarações (v.g., indicação do produto do crime, de
contas bancárias, localização do produto direto ou indireto da infração penal, auxílio para
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identificação de números de telefone a serem grampeados ou na realização de interceptação
ambiental etc.).
A infiltração poderá ser deferida pelo prazo máximo de seis meses, podendo
ser inferior ou ser prorrogada, se necessário, por mais de uma oportunidade, estando as
renovações também sujeitas ao prazo de até seis meses.
De acordo com a Corte Suprema, a Lei nº 12.850/2013 dispõe que, se for feito
durante o inquérito policial, o acordo de colaboração premiada pode ser celebrado entre
o Delegado de Polícia e o investigado, ou seja, a autoridade policial tem legitimidade para
celebrar acordo de colaboração premiada, bastando que haja uma manifestação do MP.
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
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18 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
Sistema instrumental: a finalidade do ato deve prevalecer sobre a forma que ele
é praticado. Se o ato for desobediente a forma, mas alcançar o seu objetivo, este ato poderá
ser validado. É a corrente adotada majoritariamente.
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Inexistência: a violação ao devido processo legal é tão absurda que acarreta
a própria inexistência do ato jurídico. Como exemplo, podemos citar o recebimento da
denúncia sem a subscrição do juiz;
Nulidade relativa: atinge norma que não tutela interesse público, mas sim o
interesse particular da parte. O ato relativamente nulo exige pronunciamento judicial que
decrete a nulidade (e não declare), exigindo esta decretação a comprovação de prejuízo.
Além disso, no caso de nulidade relativa, deverá ser arguida tempestivamente, pois, caso
não haja esta arguição, haverá preclusão e convalidação da mácula. Exemplo: Fflta de
intimação quanto à expedição de carta precatória;
Nesse sentido, o STF editou a Súmula n° 563, assentando que, no processo penal,
a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver
prova de prejuízo para o réu.
Nessa senda, o STF (HC 140780/DF) assentou que a sustentação oral do repre-
sentante do Ministério Público que diverge do parecer juntado ao processo, com posterior
ratificação, não viola a ampla defesa.
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Alternativa C: Em caso analisado pelo STJ (RHC 61754/MS), um investigado não
foi informado do seu direito constitucional de permanecer em silêncio, sendo submetido
pelos policiais que o prenderam a um interrogatório informal dentro do camburão. Diante
disso, requereu a nulidade das provas extraídas dos dados de registro telefônico e dos
interrogatórios informais dos acusados, providenciando-se o seu desentranhamento dos
autos, com o consequente trancamento da ação penal.
Alternativa D: Para o STJ (REsp 1.348.978-SC), não há qualquer vício a ser sanado
nas hipóteses em que, apesar de intimado, o Ministério Público deixa de comparecer à au-
diência e o Magistrado, condutor do processo, formula perguntas às testemunhas sobre os
fatos constantes da denúncia, mormente nas hipóteses em que a defesa não se insurge no
momento oportuno e que não há demonstração de efetivo prejuízo.
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A alternativa D está incorreta.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
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PROFA. RUTH ARAÚJO VIANA
19 – QUESTÃO:
Sobre a remissão da pena pelo trabalho e pelo estudo assinale a alternativa incorreta:
a) Os presos do regime fechado e semiaberto poderão remir tempo de pena tanto pelo
trabalho quanto pelo estudo.
b) O preso condenado ao regime aberto poderá obter remissão de pena pelo estudo.
c) Não é possível a cumulação da remição pelo trabalho e pelo estudo.
d) O preso condenado que sofre acidente, mesmo que impossibilitado de trabalhar ainda
poderá se beneficiar da remição de pena.
e) A remição será declarada pelo juiz da execução, após a oitiva do Ministério Público e da
Defesa.
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
O benefício da remição da pena deverá ser declarado pelo juiz da execução, nos
termos do art. 66, inciso III, alínea “c”, da Lei de Execução Penal.
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de execução da pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011). (...)
§ 6º O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto
e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequên-
cia a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do
tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o
disposto no inciso I do § 1o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.433,
de 2011)
CONSTITUCIONAL.
EXECUÇÃO PENAL. HABEAS CORPUS IMPETRAD EM SUBSTITUIÇÃO A
RECURSO PRÓPRIO. CONDENADO EM REGIME ABERTO. REMIÇÃO
PELO TRABALHO. INADMISSIBILIDADE. HABEAS CORPUS NÃO CO-
NHECIDO.
1. Esta Corte e o Supremo Tribunal Federal pacificaram orientação
no sentido de que não cabe habeas corpus substitutivo do recurso
legalmente previsto para a hipótese, impondo-se o não conhecimen-
to da impetração, salvo quando constatada a existência de flagran-
te ilegalidade no ato judicial impugnado, a justificar a concessão da
ordem, de ofício. 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Jus-
tiça é firme no sentido de que os sentenciados que cumprem pena
em regime aberto não têm direito à remição da pena pelo trabalho,
porquanto, segundo previsão legal (art. 126 da Lei 7.210/84), tal
benefício deve ser deferido apenas aos que se encontrem no regi-
me fechado ou semiaberto. 3. Habeas corpus não conhecido. (HC
359.072/RS, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado
em 16/08/2016, DJe 23/08/2016).
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Art. 126. (...).
§ 4º O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho
ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição. (Incluído
pela Lei nº 12.433, de 2011)
Alternativa E: Correto. De acordo com o art. 126, § 8°, Lei de Execução Penal, a re-
mição será declarada pelo juiz da execução, após a oitiva do Ministério Público e da Defesa:
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
20 – QUESTÃO:
Assinale sobre a remição de pena a alternativa incorreta quanto ao seu cálculo e regras
objetivas:
a) A remição pelo trabalho gera um dia de redução de pena para cada três dias de trabalho.
b) A jornada de trabalho para fins de remição de pena não será inferior a 6h.
c) A jornada de trabalho para fins de remição de pena não será superior a 8h com descanso
nos domingos e feriados.
d) Não obstante a disposição legal de que haverá descanso do trabalho pelo preso nos
domingos e feriados, caso o preso efetivamente trabalhe nesses dias terá o direito à
remição de pena.
e) As horas extras trabalhadas não poderão ser computadas para fins de remissão.
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
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Alternativa B: Correto. A remição pelo trabalho gera 1 dia de redução de pena
para cada 3 (três) dias de trabalho, sendo que essa jornada de trabalho não será inferior a 6
nem superior a 8 horas, nos termos do art. 33 da Lei de Execução Penal:
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem
superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados.
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Alternativa E: Incorreto. As horas excedentes poderão ser somadas para que se-
jam aproveitadas no cálculo da remição. O Superior Tribunal de Justiça admitiu a contagem
de horas excedentes, como se nota do julgado a seguir:
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
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21 – QUESTÃO:
a) O curso profissionalizante não se enquadra como hábil para a remição por estudo.
b) João somente terá direito a remição de pena por estudo se comparecer presencialmente
no curso.
c) João terá direito ao acréscimo de remição de pena caso comprove ter sido aprovado no
exame final do curso.
d) João terá direito a remir um dia de pena a cada 12 horas de estudo desde que divididos
em no mínimo três dias.
e) Em caso de falta grave João poderá perder até metade dos dias remidos por estudos.
- RESPOSTA: Alternativa D.
- COMENTÁRIOS:
Alternativa A: Incorreto. O art. 126, § 1°, inciso I, da Lei de Execução Penal, trata
da remição da pena pelo estudo. Vejamos:
Assim, João faz jus a remição de pena por exercer curso profissionalizante.
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Alternativa C: Incorreto. Não existe essa previsão legal. Somente no caso de
conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, o
tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3:
Alternativa E: Incorreto. Acerca da perda dos dias remidos, salienta o art. 127,
da Lei de Execução Penal:
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um
terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recome-
çando a contagem a partir da data da infração disciplinar.
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AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. LEI DE EXECUÇÃO PE-
NAL. PRÁTICA DE FALTA DISCIPLINAR DE NATUREZA GRAVE. PERDA
DOS DIAS REMIDOS. OBRIGATORIEDADE. AGRAVO A QUE SE NEGA
PROVIMENTO. 1. A prática de falta grave pelo reeducando impõe a
decretação da perda de até 1/3 (um terço) dos dias remidos, deven-
do a expressão “poderá” contida no art. 127 da Lei n.º 7.210/84, com
a redação que lhe foi conferida pela Lei n.º 12.433/11, ser interpreta-
da como verdadeiro poder-dever do Magistrado, ficando no juízo de
discricionariedade do Julgador apenas a fração da perda, que terá
como limite máximo 1/3 (um terço) dos dias remidos. 2. Agravo regi-
mental a que se nega provimento. (STJ - AgRg no REsp: 1424583 PR
2013/0406049-1, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,
Data de Julgamento: 03/06/2014, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publi-
cação: DJe 18/06/2014).
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
22 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa D.
- COMENTÁRIOS:
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Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao
submetido à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso.
§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão re-
colhidos a estabelecimento próprio e adequado à sua condição pes-
soal. (Redação dada pela Lei nº 9.460, de 1997)
De toda sorte, a LEP não difere do texto constitucional, veja-se o teor do art. 5º,
XLVIII:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer na-
tureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acor-
do com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
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Alternativa D: Incorreto. A penitenciária feminina será dotada de seção para
gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores
de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver
presa.
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Não ter integrado organização criminosa.
Fiquem atentos, pois essa é uma alteração legislativa do ano de 2018! Portanto,
tem muita chance de cair na sua prova.
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
PROFA. RUTH ARAÚJO VIANA
23 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
O derradeiro parágrafo do artigo 24-A, da Lei nº 11.340/06 dispõe que o crime sob
estudo não interfere na aplicação de outras sanções cabíveis (sejam cíveis, administrativas
ou processuais).
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preventiva, além de detenção de 3 (três) meses a 2 (dois) anos). Ainda, é possível, inclusive
ser fixada multa pecuniária.13
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
13 Enunciado n. 11 do Conselho Nacional de Justiça – Poderá ser fixada multa pecuniária, no caso de
descumprimento de medida protetiva de urgência. `Ìi`ÊÜÌ ÊÌ iÊ`iÊÛiÀÃÊvÊ
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24 – QUESTÃO:
Ana convive maritalmente com Carlos há 5 anos. Na data de ontem, Carlos, enraivecido
por descobrir que Ana o tinha traído, organizou sua vingança. Assim, no dia posterior
aguardou ela chegar em casa após o trabalho, a pegou desprevenida, momento em que a
amarrou na cama, submetendo-a à sua força e disse que lhe ensinaria uma lição. Assim,
se apoderou de um chicote, a despiu e a amarrou na cama e passou a chicotear as suas
costas, provocando-lhe lesão corporal leve. Neste contexto responda corretamente:
a) Ana precisa representar Carlos criminalmente pelo crime lesão corporal leve para que
seja possível o início das investigações.
b) Ana poderá desistir do processo até o recebimento da denúncia.
c) Carlos responderá pelo crime de lesão corporal leve na sua modalidade qualificada.
d) Carlos poderá ser beneficiado com uma causa de diminuição de pena, pois agiu em
razão de violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima.
e) Caso Ana decida voltar a conviver maritalmente com Carlos este fato colocará um fim
ao processo criminal.
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
A partir daí surge a seguinte indagação, é possível aplicar este dispositivo da Lei
dos Juizados Especiais nos crimes que envolvam violência doméstica e familiar contra a
mulher impondo a natureza condicionada da ação penal de crime de lesão corporal leve
e culposa?
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em casos de lesões corporais leves e/ou culposas praticadas em ambiente doméstico e
familiar é incondicionada, justamente por conta da coação que a mulher sofre depois de
seu primeiro ato perante a autoridade policial e sua necessidade de regressar ao local onde
vive, onde acaba recebendo várias ameaças por parte do agressor e fazem com que ela se
retrate no futuro.
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Assim na prática, por expressa disposição de lei, o delito de lesão corporal quando
for praticado no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher atrairá a figura
qualificada da lesão corporal leve.
Diminuição de pena
Art. 129. (...).
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante
valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em
seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de
um sexto a um terço.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
25 – QUESTÃO:
Durante a sua atuação como Promotor de Justiça, veio ao seu conhecimento que o
Delegado de Polícia decretou o imediato afastamento do lar do agressor em favor da
vítima. Assim, assinale a alternativa correta:
a) Somente será possível essa atuação do Delegado de Polícia caso verificada a existência
de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher em situação de violência
doméstica e familiar, ou de seus dependentes.
b) Somente será possível essa atuação do Delegado de Polícia caso verificada a existência
de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher em situação de
violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes quando o Município não for sede
de comarca.
15 Superior Tribunal de Justiça STJ - AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL: AREsp 1066019 SC 2017/0052117-9 -
Decisão Monocrática `Ìi`ÊÜÌ ÊÌ iÊ`iÊÛiÀÃÊvÊ
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c) Essa medida não é possível legalmente, pois ofende à reserva de jurisdição. .
d) O Delegado, neste caso, terá que comunicar o juiz no prazo de um dia sobre a medida
protetiva de afastamento do lar.
e) O delegado de polícia quando o município não for sede da Comarca caso determine o
afastamento do lar do agressor em caso de violência iminente aos dependentes da vítima
responderá por abuso de autoridade.
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
Fiquem atentos, pois agora o policial também pode determinar essa medida
protetiva de afastamento cautelar do lar contra o agressor quando não houver delegado
disponível no momento da denúncia.
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Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou
à integridade física da mulher em situação de violência doméstica
e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamen-
te afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendi-
da: (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de co-
marca; ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não
houver delegado disponível no momento da denúncia. (Incluído
pela Lei nº 13.827, de 2019)
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será
comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidi-
rá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida
aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitante-
mente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
PROF. MURIEL VASCONCELOS
26 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa D.
- COMENTÁRIOS:
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revisão que, apesar de aprovadas com o quórum de maioria absoluta (ADCT, art. 3º), pos-
suem a mesma hierarquia das demais normas constitucionais; (e) tratados internacionais
de direitos humanos incorporados conforme art. 5º, § 3º da CF.
Nessa toada, o STF (ADI 6121 MC/DF) assentou que é cabível ADI contra decreto
presidencial que, com fundamento no art. 84, VI, “a”, da CF/88, extingue colegiados da Admi-
nistração Pública federal. Isso porque se trata de decreto autônomo, que retira fundamento
de validade diretamente da Constituição Federal e, portanto, é dotado de generalidade e
abstração.
Alternativa B incorreta.
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Cumpre destacar que o STF irá apenas homologar as disposições patrimoniais
que forem combinadas e que estiverem dentro do âmbito da disponibilidade das partes,
não chancelado ou legitimando nenhuma das teses jurídicas defendidas pelas partes no
processo.
Para o STF (ADI 5814 MC-AgR-AgR/RR), não se conta em dobro o prazo recursal
para a Fazenda Pública em processo objetivo, mesmo que seja para interposição de
recurso extraordinário em processo de fiscalização normativa abstrata. Não há, portanto,
nos processos de fiscalização normativa abstrata, a prerrogativa processual dos prazos em
dobro.
Ademais, destacou que existem várias regras aplicáveis aos processos subjetivos
que não incidem em caso de processos objetivos. Assim, o direito processual constitucional
é autônomo, regido por princípios próprios, em que são afastados os interesses meramente
subjetivos.
Alternativa E: O art. 103, CF/88 prevê, como legitimados para propor a ADI e a
ADC: a) o Presidente da República; b) a Mesa do Senado Federal; c) a Mesa da Câmara dos
Deputados; c) Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
d) o Governador de Estado ou do Distrito Federal; e) o Procurador-Geral da República; f) o
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; g) partido político com representação
no Congresso Nacional; h) confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
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Por outro lado, as Mesas das Assembleias Legislativas e da Câmara Legislativa do
Distrito Federal, os governadores, as confederações sindicais e as entidades de classe de
âmbito nacional são considerados legitimados ativos especiais, ou seja, devem demonstrar
pertinência temática entre o conteúdo veiculado na norma impugnada e suas finalidades
ou interesses.
Como podemos observar, os Estados-membros não estão inclusos no rol dos le-
gitimados a agir como sujeitos processuais em sede de controle concentrado de constitu-
cionalidade.
Nessa senda, o STF (ADI 4420 ED-AgR) decidiu que Estado-membro não possui
legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em sede de controle concentrado de
constitucionalidade, ainda que a ADI tenha sido ajuizada pelo respectivo Governador.
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
27 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
- TEMA: 2.1.4. Do Poder Legislativo (Do Congresso Nacional. Das atribuições do Congresso
Nacional. Do processo legislativo. Da fiscalização contábil, financeira e orçamentária).
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- COMENTÁRIOS:
Conforme previsão do art. 62, §10, é vedada a reedição, na mesma sessão legis-
lativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por
decurso de prazo.
Alternativa B: O art. 62, § 1º, da CF/88, lista determinados temas que não podem
ser objeto de medida provisória:
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Para o STF (ADI 4717/DF), é possível a edição de medidas provisórias tratando
sobre matéria ambiental, mas sempre veiculando normas favoráveis ao meio ambiente.
Normas que importem diminuição da proteção ao meio ambiente equilibrado só podem
ser editadas por meio de lei formal, com amplo debate parlamentar e participação da so-
ciedade civil e dos órgão e instituições de proteção ambiental, como forma de assegurar o
direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Conforme previsão do art. 61, § 2º, da CF/88, a iniciativa popular pode ser exercida
pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um
por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos
de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
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proposta de iniciativa popular para emendas ao próprio texto, mas apenas para normas
infraconstitucionais, não há impedimento para que as Constituições Estaduais prevejam a
possibilidade, ampliando a competência constante da Carta Federal.
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
28 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
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O Presidente da República, durante o seu mandato, não pode ser denunciado,
processado ou condenado por infrações penais (crimes/contravenções) que não tenham
relação com seu cargo, ou seja, com as funções por ele desempenhadas. Dessa forma,
não havendo conexão entre o crime praticado e a atividade presidencial, ou se o crime
foi praticado antes do início do mandato, a responsabilização somente ocorrerá após o
encerramento deste.
Em outra senda, se o crime foi praticado in officio (em ofício) ou propter officium
(em razão do ofício), Presidente da República poderá ser responsabilizado pela prática de
infrações penais, mesmo antes do mandato terminar, se o delito cometido tiver relação com
o exercício de suas funções. Portanto, nesse caso, o Presidente poderá ser responsabilizado.
Para a Corte Suprema (Inq 4483 QO/DF), apreciação da denúncia pela Câmara
dos Deputados (juízo político) deve ser feita antes do juízo jurídico que será feito pelo
STF. Assim, não há possibilidade de o STF conhecer e julgar qualquer questão ou matéria
defensiva suscitada pelo Presidente da República antes que a matéria seja examinada
pela Câmara dos Deputados. O juízo político de admissibilidade exercido pela Câmara dos
Deputados precede a análise jurídica pelo STF para conhecer e julgar qualquer questão ou
matéria defensiva suscitada pelo denunciado.
Alternativa C: Não é possível aplicar o art. 86, § 4º, da CF/88 para o Governador ou
Prefeito, considerando que a garantia prevista neste dispositivo é destinada expressamente
ao chefe do Poder Executivo da União (Presidente da República).
Nesse sentido, Marcelo Novelino (2014) assevera que, por se tratar de exceção ao
princípio republicano, esta prerrogativa somente pode ser contemplada pela Constituição
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da República, não podendo ser estendida pelas Constituições estaduais a Governadores e
Prefeitos.
Alternativa E: Em caso analisado pelo STF, uma Constituição Estadual previa que,
antes de os Governadores serem julgados (por crimes comuns ou de responsabilidade), é
necessária a autorização da Assembleia Legislativa (licença prévia) mediante voto de 2/3 de
seus membros.
Essa exigência viola, ainda, a separação dos Poderes, pois estabelece uma
condição não prevista pela CF/88 para o exercício da jurisdição pelo Poder Judiciário.
Outro argumentado levantado foi que, ao prever a necessidade de autorização prévia da
Assembleia Legislativa como condição para que o STJ receba a denúncia ou queixa, o Estado-
membro acaba legislando sobre direito processual penal, matéria que é de competência
privativa da União, nos termos do art. 22, I, da CF/88.
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Por fim, a Corte Suprema entendeu que a previsão da autorização prévia afronta
o princípio da igualdade (art. 5º). Estabelecer essa condição de procedibilidade faz com que
o Governador seja alçado à condição de superior em relação às outras pessoas apenas por
ocupar este cargo.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
29 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa D.
- COMENTÁRIOS:
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Por outro lado, para a eficácia vertical, os direitos fundamentais foram idealizados
para proteger o indivíduo em face do Estado.
Ocorre que, a Carta de 1988 não foi pioneira na abertura (na expansão) do
catálogo de direitos fundamentais no Brasil. Já havia a previsão de norma semelhante nas
Constituições de 1891, de 1934, de 1946 e de 1967.
Alternativa B incorreta.
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Atualmente, ainda fala-se em direitos fundamentais de 5ª dimensão (a paz, axio-
ma da democracia participativa ou, ainda, supremo direito da humanidade) e 6ª dimensão
(direito de acesso à água potável).
Status positivo: situação jurídica na qual o indivíduo pode exigir do Estado uma
atuação, relaciona-se com direitos a prestações – ações concretas para viabilizar a aplicação
de determinados direitos, por exemplo, direito à educação, direito à saúde;
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A alternativa E está incorreta.
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
30 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
Sempre que um direito (em sentido amplo) não puder ser exercido pelo titular
em razão de ainda não ter sido editada norma regulamentadora, este interessado poderá
ingressar com uma ação chamada de mandado de injunção pedindo que o Poder Judiciário
reconheça que o Poder Público está em mora e, então, supra a falta dessa lei ou ato normativo
e possibilite o pleno exercício do direito.
O mandado de injunção, como visto acima, está previsto no art. 5º, LXXI, da CF/88.
Durante muitos anos, não houve lei regulamentando o instituto. O STF, no entanto, afirmou
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que, mesmo sem lei, já era possível impetrar mandado de injunção porque o art. 5º, LXXI, da
CF/88 sempre foi autoaplicável.
Por sua vez, para a corrente concretista, o Poder Judiciário, ao julgar procedente
o mandado de injunção e reconhecer que existe a omissão do Poder Público, deverá editar
a norma que está faltando ou determinar que seja aplicada, ao caso concreto, uma já exis-
tente para outras situações análogas.
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Quanto às pessoas atingidas pela decisão, a corrente concretista pode ser dividi-
da em:
Alternativa B correta.
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especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e
a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na
forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.
Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas
protegidos por mandado de injunção coletivo são os pertencentes,
indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou
determinada por grupo, classe ou categoria.
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A competência será dos Juízes Federais e TRFs quando for órgão, entidade ou
autoridade federal, se não for assunto das demais “Justiças” e desde que não seja autoridade
sujeita à competência do STJ.
Compete ao TSE julgar o recurso interposto pelo autor contra a decisão do TRE
que denegar mandado de injunção (art. 121, § 4º, V).
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
31 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa D.
- COMENTÁRIOS:
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Alternativa A: O poder constituinte derivado constituído, também conhecido
como derivado, instituído, secundário, de segundo grau ou remanescente, é o poder de mo-
dificar a constituição ou de elaborar as constituições estaduais. Tal poder é criado e instituí-
do pelo Poder Constituinte Originário.
Alternativa D: O termo poder constituinte difuso tem sido utilizado pela doutrina
para caracterizar o poder de fato que serve de fundamento para a atuação da mutação
constitucional. Esta é o modo informal e espontâneo, decorrente de fatores sociais, políticos
e econômicos, de modificação da Constituição Federal, alterando seu sentido interpretativo
sem, no entanto, modificar a o seu texto.
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Como ensina Luís Roberto Barroso (2014), essa terceira via já foi denominada por
célebre publicista francês poder constituinte difuso, cuja titularidade remanesce no povo,
mas que acaba sendo exercido por via representativa pelos órgãos do poder constituído, em
sintonia com as demandas e sentimentos sociais, assim como em casos de necessidade de
afirmação de certos direitos fundamentais.
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
32 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
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Alternativa A: De acordo com o princípio do efeito integrador, na resolução dos
problemas jurídico-constitucionais deve dar-se primazia aos critérios ou pontos de vista
que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política.
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Alternativa C: Para o princípio da máxima efetividade, na interpretação da norma
constitucional deve-se dá o sentido que maior reconheça efetividade a norma constitucional.
Nas lições de Nathália Masson (2015), apresenta-se, pois, como um apelo, para
que seja realizada a interpretação dos direitos e garantias fundamentais de modo a alcançar
a maior efetividade possível, de maneira a otimizar a norma e dela extrair todo seu potencial
protetivo.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
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33 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
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MP-CE
Em casos excepcionais, o Poder Legislativo pode exercer o controle repressivo
de constitucionalidade: a) o Congresso Nacional CN pode sustar os atos normativos do Po-
der Executivo que exorbitem o poder regulamentar ou no caso de ultrapassar os limites de
delegação de legislativa; b) sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
dos limites de delegação legislativa; c) em caso de relevância e urgência, o Presidente da
República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional (Poder Legislativo). Entendendo-a inconstitucional (vejam:
as medidas provisórias têm força de lei), o Congresso Nacional estará realizando controle
de constitucionalidade. Trata-se de exceção à regra geral, haja vista que, nessa hipótese, o
controle não é exercido pelo Judiciário, mas pelo Legislativo.
Exemplo clássico de concurso: cláusulas pétreas (art. 60, § 4º). Uma proposta
de emenda capaz de abolir cláusula pétrea é tão grave que sequer pode ser objeto de
deliberação. Apresentada proposta com tal conteúdo, o art. 60, § 4º pode desde logo ser
considerado violado, de modo que o parlamentar que participa do projeto legislativo
respectivo já pode impetrar MS.
Alternativa E: O poder executivo pode negar cumprimento a uma lei que entenda
ser inconstitucional. Trata-se da única hipótese em que o Poder Executivo pode realizar
controle repressivo.
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Nesse sentido, os Tribunais Superiores entendem que o controle de
constitucionalidade da lei ou dos atos normativos é da competência exclusiva do Poder
Judiciário. Os Poderes Executivo e Legislativo, por sua chefia — e isso mesmo tem sido
questionado com o alargamento da legitimação ativa na ação direta de inconstitucionalidade
—, podem tão só determinar aos seus órgãos subordinados que deixem de aplicar
administrativamente as leis ou atos com força de lei que considerem inconstitucionais.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
34 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa B.
- TEMA: 2.1.4. Do Poder Judiciário. (Da Organização do Poder Judiciário da União e dos
Poderes Judiciários dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. Dos princípios do
Estatuto da Magistratura. Das garantias e vedações dos membros do Poder Judiciário. Da
Independência funcional do Poder Judiciário. Da autonomia orçamentária e administrativa
do Poder Judiciário. Do Conselho Nacional de Justiça).
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- COMENTÁRIOS:
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De acordo com o art. 102, I, “d”, compete ao STF processar e julgar, originaria-
mente, o habeas corpus, sendo paciente o Presidente da República, o Vice-Presidente, os
membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros, Procurador-Geral da República,
os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica (ressalvado o disposto no art. 52,
I), os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de
missão diplomática de caráter permanente.
Com efeito, a competência para julgar habeas corpus de chefe de missão diplo-
mática permanente, caso seja paciente, é do STF.
Conforme previsão do art. 125, § 2º, cabe aos Estados a instituição de representa-
ção de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da
Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. Com
efeito, não pode se atribuir a legitimação para apenas um único órgão.
Para que o RE seja admitido, deve ser demonstrada a relevância social, econômica,
jurídica ou política. Ademais, para que haja a transcendência, a questão tem de ultrapassar,
transcender o interesse subjetivo das partes.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PROF. ERICK PESSOA
35 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa B.
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- COMENTÁRIOS:
Como bem aponta Maria Sylvia Zanella Di Pietro: é oportuno lembrar, ainda,
que a Lei nº 9.784/99, nos artigos 18 a 21, contém normas sobre impedimento e suspeição,
que se inserem também como aplicação do princípio da impessoalidade e do princípio da
moralidade (v. item 7.11.2.3). Do mesmo modo que nas ações judiciais existem hipóteses
de impedimento e suspeição do Juiz, também no processo administrativo essas hipóteses
criam presunção de parcialidade da autoridade que decidir sem declarar a existência das
causas de impedimento ou suspeição.
Entende a Corte Suprema que não é possível criar, por meio de interpretação,
novas causas de impedimento que não estejam descritas expressamente nesse dispositivo.
STF. 2ª Turma. RHC 131735/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/5/2016 (Info 824)
Desta forma:
Alternativa A: A assertiva “a” traz a afirmativa equivocada, uma vez que o princípio
da impessoalidade, ligado aos princípios da isonomia e do julgamento objetivo, onde
todos devem ser tratados igualmente, em termos de direitos e obrigações, devendo
a Administração, em suas decisões, pautar-se por critérios objetivos, sem levar em
consideração as condições pessoais dos envolvidos não pode ensejar a criação de causa
de impedimento que não esteja descrita expressamente em lei.
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Alternativa B: A assertiva “b” está correta, pois se amolda ao entendimento do
Supremo Tribunal Federal que entendeu não ser possível criar, por meio de interpretação,
novas causas de impedimento que não estejam descritas expressamente nesse dispositivo
(referindo aos CPP*). STF. 2ª Turma. RHC 131735/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
3/5/2016 (info 824).
Alternativa E: A alternativa “e” está errada, uma vez que o art. 28 da LINDB diz
que o agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em
caso de dolo ou erro grosseiro.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
36 – QUESTÃO:
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e) Às sociedades de economia mista é inaplicável o regime dos precatórios, mesmo que
prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial, uma
vez que possuem natureja jurídica de direito privado e não podem se confundir com as
autarquias, salvo em se tratando da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
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direito público e pela própria lei das S.A. (Lei nº 6.404, de 15-12-76); executa atividades
econômicas, algumas delas próprias da iniciativa privada (com sujeição ao art. 173 da
Constituição) e outras assumidas pelo Estado como serviços públicos (com sujeição ao art.
175 da Constituição);
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Alternativa A: O item “a” está correto, uma vez que o Supremo Tribunal Federal
entende ser aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista
prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. STF.
Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017 (Info 858).
Alternativa B: O item “b” está correto, uma vez que reproduz o conceito de Di
Pietro ao afirmar que a empresa pública é pessoa jurídica de direito privado com capital
inteiramente público (com possibilidade de participação das entidades da Administração
Indireta) e organização sob qualquer das formas admitidas em direito.
Alternativa D: O item “d” também é correto e reproduz Di Pietro quando diz que a
sociedade de economia mista é pessoa jurídica de direito privado, em que há conjugação
de capital público e privado, participação do Poder Público na gestão e organização sob
forma de sociedade anônima, com as derrogações estabelecidas pelo direito público
e pela própria lei das S.A. (Lei nº 6.404, de 15-12-76); executa atividades econômicas,
algumas delas próprias da iniciativa privada (com sujeição ao art. 173 da Constituição)
e outras assumidas pelo Estado como serviços públicos (com sujeição ao art. 175 da
Constituição)
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
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37 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
Alternativa A: O item “a” está incorreto, pois segundo o Superior Tribunal de
Justiça, não há ilegalidade na instauração de processo administrativo com fundamento em
denúncia anônima, por conta do poder-dever de autotutela imposto à Administração e, por
via de consequência, ao administrador público. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1307503/RR,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 06/08/2013.
Alternativa C: A assertiva “c” está correto, uma vez que reproduz a Súmula 592
do Superior Tribunal de Justiça que diz: o excesso de prazo para a conclusão do processo
administrativo disciplinar só causa nulidade se houver demonstração de prejuízo à defesa.
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Alternativa D: O item “d” está incorreto, pois no RE 351.489, o Supremo Tribunal
Federal decidiu que a anulação de concurso em momento anterior à posse dos candi-
datos nomeados depende de prévio processo administrativo e que lhes seja assegurado o
exercício do contraditório e da ampla defesa (RE 351.489).
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
38 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
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Por este tribunal, é possível a abertura de inquérito civil pelo Ministério Público
objetivando a apuração de ato ímprobo atribuído a magistrado mesmo que já exista
concomitante procedimento disciplinar na Corregedoria do Tribunal acerca dos mesmos
fatos, não havendo usurpação das atribuições da Corregedoria pelo órgão ministerial
investigante. A mera solicitação para que o juiz preste depoimento pessoal nos autos de
inquérito civil instaurado pelo Ministério Público para apuração de suposta conduta ímproba
não viola o disposto no art. 33, IV, da LC nº 35/79 (LOMAN). STJ. 1ª Turma. RMS 37.151 -
SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Sérgio Kukina, julgado em
7/3/2017 (Info 609).
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Alternativa B: A alternativa “b” encontra-se correta e consagrada em decisão
publicada em informativo do Superior Tribunal de Justiça: é possível a abertura de inquérito
civil pelo Ministério Público objetivando a apuração de ato ímprobo atribuído a magistrado
mesmo que já exista concomitante procedimento disciplinar na Corregedoria do Tribunal
acerca dos mesmos fatos, não havendo usurpação das atribuições da Corregedoria pelo
órgão ministerial investigante. A mera solicitação para que o juiz preste depoimento pessoal
nos autos de inquérito civil instaurado pelo Ministério Público para apuração de suposta
conduta ímproba não viola o disposto no art. 33, IV, da LC nº 35/79 (LOMAN). STJ. 1ª Turma.
RMS 37.151 - SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Sérgio Kukina,
julgado em 7/3/2017 (Info 609).
Alternativa C: O item “c” está falso, já que correta a mera solicitação para que
o juiz preste depoimento pessoal nos autos de inquérito civil instaurado pelo Ministério
Público para apuração de suposta conduta ímproba não viola o disposto no art. 33, IV, da LC
nº 35/79 (LOMAN). STJ. 1ª Turma. RMS 37.151 - SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel.
para acórdão Min. Sérgio Kukina, julgado em 7/3/2017 (Info 609).
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
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39 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
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Alternativa C: Alternativa “c” está correta, uma vez que a Súmula vinculante 43–
STF: é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-
se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que
não integra a carreira na qual anteriormente investido.
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
40 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
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A questão exigia do aluno o conhecimento acerca do poder de polícia e a posição
do Superior Tribunal de Justiça.
Alternativa A: A alternativa “a” está correta, uma vez que reproduz a súmula 312
do Superior Tribunal de Justiça que diz que no processo administrativo para imposição
de multa de trânsito, são necessárias as notificações da autuação e da aplicação da pena
decorrente da infração.
Alternativa B: A alternativa “b” está correta, vez que decidiu o Superior Tribunal
de Justiça sobre o tema da prescrição: A legislação de cada ente deverá prever o prazo
prescricional da sanção de polícia. No âmbito federal o prazo é de 5 anos, com fundamento
na Lei n.º 9.873/99. Caso não haja lei estadual ou municipal sobre o assunto, deverá ser
aplicado o prazo prescricional de 5 anos por força, não da Lei n. 9.873/99, mas sim do art.
1º do Decreto 20.910/32; As disposições contidas na Lei n.º 9.873/99 não são aplicáveis às
ações administrativas punitivas desenvolvidas por Estados e Municípios, pois o seu art. 1º
é expresso ao limitar sua incidência ao plano federal. Assim, inexistindo legislação local
específica, incide, no caso, o prazo prescricional previsto no art. 1º do Decreto 20.910/32.
(STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1409267/PR, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
16/03/2017).
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Alternativa E: A alternativa “e” está incorreta, já que o PROCON detém poder de
polícia para impor multas (art. 57 do CDC) decorrentes de transgressão às regras ditadas
pela Lei n.º 8.078/90. Assim, a sanção administrativa aplicada pelo PROCON reveste-se de
legitimidade, em virtude de seu poder de polícia (atividade administrativa de ordenação)
para cominar multas relacionadas à transgressão do CDC. (STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp
1594667/MG, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 04/08/2016).
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
41 – QUESTÃO:
a) Licença.
b) Autorização.
c) Permissão.
d) Ato enunciativo.
e) Ato punitivo.
- RESPOSTA: Alternativa A.
- COMENTÁRIOS:
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Alternativa A: O item “a” está correto e deve ser assinalado, a licença é ato
vinculado e sem prazo determinado, concedido na existência de direito público subjetivo
do administrado no exercício de uma atividade.
Alternativa C: O item “c” está incorreto, uma vez a permissão também é ato
discricionário e precário, em que a atividade do administrado coincide com um interesse
social.
Alternativa E: Por fim, o item “e” encontra-se equivocado, pois ato punitivo é
aquele por meio do qual a Administração impõe punições. Fundamenta-se no poder de
polícia ou no disciplinar (interno).
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
42 – QUESTÃO:
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- RESPOSTA: Alternativa D.
- COMENTÁRIOS:
Alternativa A: A alternativa “a” está incorreta, uma vez que o objeto das limitações
administrativas é amplo, englobando os bens (móveis e imóveis) e os serviços.
Alternativa D: O item “d” está correto, pois o art. 216 da Constituição Federal
aduz que a intervenção estatal restritiva que tem por objetivo proteger o patrimônio cultural
brasileiro.
Alternativa E: A alternativa “e” está incorreta, vez que para a maioria da doutrina,
deve ser reconhecida a competência legislativa dos Municípios no tocante ao tombamento
a partir da interpretação sistemática do texto constitucional (arts. 23, III, e 30, I, II e IX).
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- GABARITO DA QUESTÃO: D.
43 – QUESTÃO:
O consórcio público:
a) I, II.
b) I e III.
c) I, II e III.
d) II, III e IV.
e) I, II, III e IV.
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
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O consórcio é constituído por contrato e depende da subscrição do protocolo de
intenções, ratificado em lei. Tal protocolo de intenções será dispensado se, porém, o ente
político já possuir lei que o submete integralmente a todas as condições do consórcio. Na
assinatura do protocolo poderá haver reservas. Já sua alteração ou extinção depende de
aprovação da Assembleia.
Uma vez que o consórcio é formado por diversos entes federados, um dos chefes
do executivo dos entes que o assinaram será seu representante, e a fiscalização contábil,
orçamentária etc. será feita pelo Tribunal de Contas que julga e aprecia as contas do chefe
do ente que o representa, especificamente.
Desta forma, o item IV reproduz norma revogada do antigo § 2º, que dizia que
no caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público
observará as normas de direito público no que concerne à realização de licitação, celebração
de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT.
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Observa-se, portanto que apenas o item “C” é o correto.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
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TEORIA DO DIREITO
PROF. FILIPPE AUGUSTO
44 – QUESTÃO:
No que tange à estrutura e função das normas jurídicas em Bobbio, assinale a alternativa
correta:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
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Alternativa B: Errada. Outro critério para tentar diferenciar a norma jurídica
dessas demais espécies normativas é a distinção em imperativos categóricos e hipotéticos.
Já os imperativos hipotéticos prescrevem uma ação boa para atingir um fim, isto
é, uma ação que não é boa em sentido absoluto, mas boa somente quando se deseja atingir
um fim determinado e, assim, é cumprida condicionalmente para a obtenção do fim. Essa
finalidade pode ser possível (que os indivíduos podem perseguir ou não) ou real (que os
homens não podem deixar de perseguir). O Direito, em regra, é baseado em imperativos
hipotéticos, pois as pessoas costumam agir com receio da sação.
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A sanção jurídica distingue-se da moral por ser externa e da social por ser institu-
cionalizada. A presença de uma sanção externa e institucionalizada é uma característica dos
ordenamentos jurídicos. O argumento mais comum contra a teoria que vê na sanção um
dos elementos constitutivos de um ordenamento jurídico se funda na presença, em todo
ordenamento jurídico, de normas não garantidas por sanção. Não obstante isso, de modo
geral, como regra, a norma jurídica, na visão de Bobbio, seria marcada pela sanção externa
e institucionalizada.
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
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45 – QUESTÃO:
a) Antinomias são definidas por Bobbio como situações em que se têm duas ou mais
normas incompatíveis, pertencentes ao mesmo ordenamento jurídico e tendo os mesmos
âmbitos de validade.
b) Segundo Bobbio, antinomia total-parcial ocorre quando uma norma tem o âmbito de
validade igual ao da outra, porém mais restrito, enquanto esta outra norma é mais geral
e, portanto, tem uma esfera de aplicação maior. A norma mais geral pode ser aplicada
dentro dessa esfera de aplicação não conflituosa, mas a norma mais restrita nunca pode
ser aplicada sem entrar em conflito com a norma mais geral.
c) As antinomias impróprias podem ser antinomias de princípio, antinomias de valor ou
antinomias teleológicas.
d) Bobbio classifica as antinomias ainda em reais (ou de 2º grau) ou aparentes (ou
solúveis).
e) Diante de antinomias de 2º grau, o critério cronológico é vencido por todos os demais
critérios.
- RESPOSTA: Alternativa D.
- COMENTÁRIOS:
i) Uma norma comanda fazer algo e a outra proíbe fazer algo (contrariedade).
ii) Uma norma que comanda fazer algo e a outra norma permite não fazer algo
(contraditoriedade).
iii) Uma norma proíbe fazer algo e a outra norma permite fazê-lo (contraditoriedade).
Não bastasse o acima narrado, são necessárias mais duas condições para que
efetivamente ocorram as antinomias, a saber, as normas devem pertencer ao mesmo
ordenamento, além de deter o mesmo âmbito de validade.
Antinomias são assim definidas por Bobbio como situações em que se têm duas
ou mais normas incompatíveis, pertencentes ao mesmo ordenamento jurídico e tendo o(s)
mesmo(s) âmbito(s) de validade. Esses âmbitos de validade podem ser temporal, espacial,
pessoal ou material.
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Alternativa B: Correta. Segundo Bobbio, podem existir diferentes classificações
de antinomias, quanto a coincidência dos âmbitos de validade, as antinomias podem ser
classificadas de três formas:
i) Total-Total: igual âmbito de validade. Em nenhum caso uma norma pode ser
aplicada sem entrar em conflito com a outra.
iii) Total-Parcial: uma norma tem o âmbito de validade igual ao da outra, porém
mais restrito, enquanto esta outra norma é mais geral e, portanto, tem uma esfera
de aplicação maior. A norma mais geral pode ser aplicada dentro dessa esfera de
aplicação não conflituosa, mas a norma mais restrita nunca pode ser aplicada
sem entrar em conflito com a norma mais geral.
ii) Impróprias: são aspectos subjetivos (indiretos) decorrentes das normas que
entram em choque. Não é o conteúdo prescritivo em si que conflita. Desta espécie,
decorrem três subespécies:
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Alternativa D: Incorreta. Esta era a alternativa a ser marcada. Trata-se da última
classificação das antinomias trabalhada por Bobbio. Esta classificação as divide em:
i) aparentes (ou solúveis): que são passíveis de solução por meio dos critérios
elencados pelo autor.
ii) reais ou insolúveis: são casos em que não há critérios para a solução das
antinomias ou há conflito entre os critérios possíveis.
Por outro lado, há casos, em que a antinomia possui critério para solução, mas
esse está em um grau mais avançado, pois o que conflita não são as regras em si, mas os
próprios critérios de solução de antinomias. Isso se chama de incompatibilidade de segundo
grau. Então, quando há conflito entre os próprios critérios, isso se chama de antinomia de
segundo grau. É o que ocorre quando, por exemplo, uma norma mais recente conflita com
uma norma outra mais moderna.
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i.i) de primeiro grau: resolvidas pelos critérios cronológico, da especialidade e da
hierarquia;
i.ii) de segundo grau: resolvidas pelos critérios de resolução de conflitos entre
critérios (metacritérios).
i) reais ou insolúveis: são casos em que não há critérios para a solução das
antinomias ou há conflito entre os critérios possíveis.
ii) aparentes (ou solúveis): que são passíveis de solução por meio dos critérios
elencados pelo autor,
Desse modo, como antinomia real não é sinônimo de antinomia de segundo grau
tal como diz a questão, por isso, o item está errado.
- GABARITO DA QUESTÃO: D.
46 – QUESTÃO:
a) A noção de Constituição traz em si uma ideia de Direito como técnica capaz de imunizar
a sociedade da política.
b) A Jurisdição Constitucional em sentido amplo soluciona conflitos entre poderes
e entre entes federativos, garante direitos fundamentais e exerce o controle de
constitucionalidade strito sensu, sendo uma técnica específica de trabalho com o poder,
logo, com a política pautada pelas regras jurídicas.
c) As Políticas Públicas são programas de ação governamental voltados à concretização
de direitos, garantindo uma técnica de transformação da realidade, que consegue afastar
a Política do Direito.
d) Na visão de Niklas Luhmann, a Constituição é uma garantia de que o sistema jurídico
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funciona operativamente fechada e, portanto, sem colher informações do sistema
político.
e) Na visão de Habermas, cabe ao Tribunal Constitucional definir as políticas democráticas
a serem seguidas pela população.
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
16 COELHO, Luís Fernando. Direito Constitucional e Filosofia da Constituição. 2011. `Ìi`ÊÜÌ ÊÌ iÊ`iÊÛiÀÃÊvÊ
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O controle de constitucionalidade surge em 1803, no caso Marbury versus Madi-
son. Em tal caso, o Chief Justice John Marshall considerou que caberia ao Poder Judiciário
analisar o conflito existente entre os planos constitucional e legal, dando prevalência ao
primeiro. O controle de constitucionalidade por si só já fixa um importante marco de tensão
entre as funções estatais (Executivo, Legislativo e Judiciário), logo, tece uma delicada rede
de equilíbrio do poder (política) dentro do Estado por meio do Direito. O controle de cons-
titucionalidade seria, portanto, a avaliação da compatibilidade entre a Constituição, que
representaria o parâmetro, e o ato normativo primário, que representaria o objeto.
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benefícios podem ser disseminados equilibradamente ou podem privilegiar inte-
resses restritos, a depender dos recursos de poder dos atores abarcados. Podem
variar de regulamentações simples e operacionais a regulações complexas, de
grande abrangência. Exemplo: Leis reguladoras (Código Florestal, CTB, Legisla-
ção trabalhista)
17 NEVES, Marcelo. Entre Têmis e Leviatã: uma relação difícil. 2ª edição. São Paulo: WMF Martins Fontes,`Ìi`ÊÜÌ
2008. P.ÊÌ 1.iÊ`iÊÛiÀÃÊvÊ
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Luhmann, então, desenvolve a ideia de que, quanto mais as sociedades vão
saindo da tradição para a modernidade (tornando-se mais complexas), o que era uma
grande amalgama social vai criando sistemas sociais próprios. Isso é o que se chama de
diferenciação funcional.
Segundo Luhmann, cada sistema social terá sua própria lógica de funcionamen-
to (diferenciação funcional), que pode ser representada por códigos binários. O sistema so-
cial da economia, por exemplo, orienta-se pela lógica do “lucro” ou “prejuízo”; diferente do
sistema social das artes, para o qual somente importa se algo é “belo” ou “feio”; as famílias,
por sua vez, orientam-se por relações de “amor” ou “desamor”. Segundo o autor, o Direito
será baseado no código binário do “lícito” ou “ilícito”.
Ocorre que, por mais que os sistemas funcionem com suas regras próprias,
existem canais de comunicação entre eles, sendo tais canais chamados de acoplamentos
estruturais. Por tais canais de comunicação, entrarão inputs e sairão outputs, havendo a troca
de informações, permitindo diálogo entre eles a fim de que um aprenda com o outro. Daí
Luhmann afirmar que, embora operativamente fechados, os sistemas são cognitivamente
abertos.
Nesses termos, o item está certo, quando diz que, na visão de Niklas Luhmann,
a Constituição é uma garantia de que o sistema jurídico funciona operativamente fechada,
mas está errada ao afirmar que ela impede de o sistema jurídico colher informações no
sistema político. Ao contrário do que diz a parte final do item, a Constituição permite a troca
de informações e o funcionamento cognitivamente aberto (apto a conhecer os problemas
da política) do sistema jurídico.
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Alternativa E: Errada. Habermas defende exatamente que as questões centrais
da vida político-democrática de uma sociedade devem ser discutidas por meio de proces-
sos plurais e participativos. Ao Judiciário caberia apenas estabelecer regras das disputas
públicas, garantindo a participação de todos os possíveis interessados no processo e não
tomando as decisões morais e políticas da sociedade por conta própria e de modo isolado.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
PROFA. MAYARA MUNIZ
47 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa C.
- COMENTÁRIOS:
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responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado”.
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como sanção autônoma. 5. Portanto, em que pese o silêncio do
art. 7º da Lei n. 8.429/92, uma interpretação sistemática que leva
em consideração o poder geral de cautela do magistrado induz
a concluir que a medida cautelar de indisponibilidade dos bens
também pode ser aplicada aos atos de improbidade administrativa
que impliquem violação dos princípios da administração pública,
mormente para assegurar o integral ressarcimento de eventual
prejuízo ao erário, se houver, e ainda a multa civil prevista no art. 12,
III, da Lei n. 8.429/92. 6. Em relação aos requisitos para a decretação
da medida cautelar, é pacífico nesta Corte Superior o entendimento
segundo o qual o periculum in mora, em casos de indisponibilidade
patrimonial por imputação ato de improbidade administrativa, é
implícito ao comando normativo do art. 7º da Lei n. 8.429/92, ficando
limitado o deferimento desta medida acautelatória à verificação
da verossimilhança das alegações formuladas na inicial. Agravo
regimental improvido. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1311013 / RO,
Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 04/12/2012.
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PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INDISPONIBILIDADE DE
BENS. DILAPIDAÇÃO PATRIMONIAL. ART. 7º DA LEI N. 8.429/92.
INDIVIDUALIZAÇÃO DE BENS. DESNECESSIDADE. 1. É pacífico nesta
Corte Superior entendimento segundo o qual a indisponibilidade de
bens deve recair sobre o patrimônio dos réus em ação de improbidade
administrativa de modo suficiente a garantir o integral ressarcimento
de eventual prejuízo ao erário, levando-se em consideração, ainda, o
valor de possível multa civil como sanção autônoma. 2. Na espécie, o
Juízo de Primeira Instância considerou que o dano aos cofres públicos
perfaz o valor de R$ 41.782,12 (quarenta e um mil, setecentos e
oitenta e dois reais e doze centavos). Esta é, portanto, a quantia a
ser levada em conta na decretação de indisponibilidade dos bens,
não esquecendo o valor do pedido de condenação em multa civil,
se houver (vedação ao excesso de cautela). 3. A jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça está consolidada pela desnecessidade
de individualização dos bens sobre os quais se pretende fazer recair
a indisponibilidade prevista no art. 7º, parágrafo único, da Lei n.
8.429/92, considerando a diferença existente entre os institutos da
“indisponibilidade” e do “sequestro de bens” (este com sede legal
própria, qual seja, o art. 16 da Lei n. 8.429/92). Precedentes: REsp
1195828/MA, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 02/09/2010, DJe 04/10/2010; AgRg na MC 15.207/
RJ, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 19.9.2009; AgRg
nos EDcl no Ag 587.748/PR, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda
Turma, DJe 23.10.2009. 4. Agravo regimental parcialmente provido.
AgRg no REsp 1307137/BA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª
Turma, julgado em 25/09/2012.
Vejamos o julgado:
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PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. IMPRO-
BIDADE ADMINISTRATIVA. INDISPONIBILIDADE DE BENS. DILAPIDA-
ÇÃO PATRIMONIAL. ART. 7º DA LEI N. 8.429/92. INDIVIDUALIZAÇÃO
DE BENS. DESNECESSIDADE. 1. É pacífico nesta Corte Superior en-
tendimento segundo o qual a indisponibilidade de bens deve recair
sobre o patrimônio dos réus em ação de improbidade administrativa
de modo suficiente a garantir o integral ressarcimento de eventual
prejuízo ao erário, levando-se em consideração, ainda, o valor de
possível multa civil como sanção autônoma. 2. Na espécie, o Juízo
de Primeira Instância considerou que o dano aos cofres públicos per-
faz o valor de R$ 41.782,12 (quarenta e um mil, setecentos e oitenta
e dois reais e doze centavos). Esta é, portanto, a quantia a ser levada
em conta na decretação de indisponibilidade dos bens, não esque-
cendo o valor do pedido de condenação em multa civil, se houver
(vedação ao excesso de cautela). 3. A jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça está consolidada pela desnecessidade de indivi-
dualização dos bens sobre os quais se pretende fazer recair a indis-
ponibilidade prevista no art. 7º, parágrafo único, da Lei n. 8.429/92,
considerando a diferença existente entre os institutos da “indispo-
nibilidade” e do “sequestro de bens” (este com sede legal própria,
qual seja, o art. 16 da Lei n. 8.429/92). Precedentes: REsp 1195828/
MA, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 02/09/2010, DJe 04/10/2010; AgRg na MC 15.207/RJ, Rel.
Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 19.9.2009; AgRg nos
EDcl no Ag 587.748/PR, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma,
DJe 23.10.2009. 4. Agravo regimental parcialmente provido. AgRg no
REsp 1307137/BA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, jul-
gado em 25/09/2012.
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Vejamos o julgado:
- GABARITO DA QUESTÃO: C.
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48 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa E.
- COMENTÁRIOS:
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Vejamos o julgado:
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LEGAIS E REGIMENTAIS. 1. O art. 23 da Lei 8.429/1992, que regula
o prazo prescricional para propositura da ação de improbidade
administrativa, não possui comando a permitir a aplicação da
prescrição intercorrente nos casos de sentença proferidas há mais
de 5 (cinco) anos do ajuizamento ou do ato citatório na demanda.
Precedente. 2. É inadmissível o recurso especial quanto a questão não
decidida pelo Tribunal de origem, por falta de prequestionamento
(Súmula 282/STJ). 3. Inviável a modificação das premissas fáticas
estabelecidas pela instância ordinária, referente à participação da
recorrente na consecução e proveito do ato ímprobo, por demandar
o reexame de provas (Súmula 7/STJ). 4. Cada inciso do art. 12 da
Lei 8.429/1992 traz uma pluralidade de sanções, que podem ser
aplicadas cumulativamente ou não, ainda que o ato de improbidade
tenha sido praticado em concurso de agentes. Precedentes do
STJ. 5. Não havendo violação aos princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, modificar o quantitativo da sanção aplicada
pela instância de origem, no caso concreto, enseja reapreciação
dos fatos e provas, obstado nesta instância especial (Súmula 7/
STJ). 6. A ausência de cotejo analítico, bem como de similitude das
circunstâncias fáticas e do direito aplicado nos acórdãos recorrido
e paradigmas, impede o conhecimento do recurso especial pela
hipótese da alínea “c” do permissivo constitucional. 7. Recurso
especial parcialmente conhecido e não provido.
Art. 37 da CF:
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão
dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados
por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao
erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
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São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na
prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa.
4. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada.
Impossibilidade de reexame do acervo probatório. Súmula 279 do
STF. Precedentes. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.
Sem majoração da verba honorária. STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel.
orig. Min. Alexandre de Moraes, Rel. para acórdão Min. Edson Fachin,
julgado em 08/08/2018.
Registre-se que a tese vencedora no STF fez uma exigência não existente na CF,
qual seja: somente serão imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário decorrentes da
prática de ATO DOLOSO tipificado na LIA. Assim, se o ato de improbidade administrativa que
causou prejuízo ao erário for de natureza CULPOSA, a ação de ressarcimento será prescritível
e deverá ser proposta no prazo do artigo 23 da LIA.
Alternativa E: De acordo com o entendimento do STJ, “nas ações civis por ato de
improbidade administrativa, interrompe-se a prescrição da pretensão condenatória com o
mero ajuizamento da ação dentro do prazo de cinco anos contado a partir do término do
exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, ainda que a citação
do réu seja efetivada após esse prazo”.
Vejamos o julgado:
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do réu seja efetivada após esse prazo. Se a ação de improbidade foi
ajuizada dentro do prazo prescricional, eventual demora na citação
do réu não prejudica a pretensão condenatória da parte autora. Assim,
à luz do princípio da especialidade e em observância ao que dispõe
o art. 23, I, da Lei 8.429/1992, o tempo transcorrido até a citação do
réu, nas ações de improbidade, que já é amplo em razão do próprio
procedimento estabelecido para o trâmite da ação, não justifica o
acolhimento da arguição de prescrição, uma vez que o ajuizamento
da ação de improbidade, à luz do princípio da actio nata, já tem o
condão de interrompê-la. STJ. 2ª Turma. REsp 1391212-PE, Rel. Min.
Humberto Martins, julgado em 2/9/2014.
- GABARITO DA QUESTÃO: E.
49 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa A.
- COMENTÁRIOS:
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Na verdade, está prevista no artigo 10 da LIA que dispõe sobre as situações que
constituem ato de improbidade administrativa que causam lesão ao erário público.
Vejamos:
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VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e
aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração
pública com entidades privadas.
- GABARITO DA QUESTÃO: A.
50 – QUESTÃO:
- RESPOSTA: Alternativa B.
- COMENTÁRIOS:
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Na oportunidade, o Tribunal Superior destacou a importância de aferir se dentre
os bens violados pelo agente público existia algum vinculado ao interesse público, para fins
de responsabilização por ato de improbidade.
Vejamos o julgado:
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indispensável, para a caracterização de improbidade, que a conduta
do agente seja dolosa, para a tipificação das condutas descritas
nos artigos 9º e 11 da Lei 8.429/92, ou pelo menos eivada de culpa
grave, nas do artigo 10” (AIA 30-AM, Corte Especial, DJe 28/9/2011).
A referida mitigação, entretanto, ocorre apenas naqueles casos sem
gravidade, sem densidade jurídica relevante e sem demonstração do
elemento subjetivo. De qualquer maneira, a detida análise da Lei n.
8.429/1992 demonstra que o legislador, ao dispor sobre o assunto,
não determinou expressamente quais seriam as vítimas mediatas ou
imediatas da atividade desonesta para fins de configuração do ato
como ímprobo. Impôs, sim, que o agente público respeite o sistema
jurídico em vigor e o bem comum, que é o fim último da Administração
Pública. Essa ausência de menção explícita certamente decorre da
compreensão de que o ato ímprobo é, muitas vezes, um fenômeno
pluriofensivo, ou seja, ele pode atingir bens jurídicos diversos.
Ocorre que o ato que apenas atingir bem privado e individual jamais
terá a qualificação de ímprobo, nos termos do ordenamento em
vigor. O mesmo não ocorre, entretanto, com o ato que atingir bem/
interesse privado e público ao mesmo tempo. Aqui, sim, haverá
potencial ocorrência de ato de improbidade. Por isso, o primordial é
verificar se, dentre todos os bens atingidos pela postura do agente,
existe algum que seja vinculado ao interesse e ao bem público. Se
assim for, como consequência imediata, a Administração Pública
será vulnerada de forma concomitante. No caso em análise, trata-se
de discussão sobre séria arbitrariedade praticada por policial, que,
em tese, pode ter significado gravíssimo atentado contra direitos
humanos. Com efeito, o respeito aos direitos fundamentais, para
além de mera acepção individual, é fundamento da nossa República,
conforme o art. 1º, III, da CF, e é objeto de preocupação permanente
da Administração Pública, de maneira geral. De tão importante,
a prevalência dos direitos humanos, na forma em que disposta no
inciso II do art. 4º da CF, é vetor de regência da República Federativa
do Brasil nas suas relações internacionais. Não por outra razão,
inúmeros são os tratados e convenções assinados pelo nosso Estado
a respeito do tema. Dentre vários, lembra-se a Convenção Americana
de Direito Humanos (promulgada pelo Decreto n. 678/1992), que
já no seu art. 1º, dispõe explicitamente que os Estados signatários
são obrigados a respeitar as liberdades públicas. E, de forma mais
eloquente, os arts. 5º e 7º da referida convenção reforçam as suas
disposições introdutórias ao prever, respectivamente, o “Direito
à integridade pessoal” e o “Direito à liberdade pessoal”. A essas
previsões, é oportuno ressaltar que o art. 144 da CF é taxativo sobre
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as atribuições gerais das forças de segurança na missão de proteger
os direitos e garantias acima citados. Além do mais, é injustificável
pretender que os atos mais gravosos à dignidade da pessoa humana
e aos direitos humanos, entre os quais a tortura, praticados por
servidores públicos, mormente policiais armados, sejam punidos
apenas no âmbito disciplinar, civil e penal, afastando-se a aplicação
da Lei da Improbidade Administrativa. Essas práticas ofendem
diretamente a Administração Pública, porque o Estado brasileiro
tem a obrigação de garantir a integridade física, psíquica e moral
de todos, sob pena de inúmeros reflexos jurídicos, inclusive na
ordem internacional. Pondere-se que o agente público incumbido
da missão de garantir o respeito à ordem pública, como é o caso do
policial, ao descumprir com suas obrigações legais e constitucionais
de forma frontal, mais que atentar apenas contra um indivíduo,
atinge toda a coletividade e a própria corporação a que pertence de
forma imediata. Ademais, pertinente reforçar que o legislador, ao
prever que constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da administração pública qualquer ação ou
omissão que viole os deveres de lealdade às instituições, findou
por tornar de interesse público, e da própria Administração em si, a
proteção da imagem e das atribuições dos entes/entidades públicas.
Disso resulta que qualquer atividade atentatória a esse bem por
parte de agentes públicos tem a potencialidade de ser considerada
como improbidade administrativa. Afora isso, a tortura perpetrada
por policiais contra presos mantidos sob a sua custódia tem outro
reflexo jurídico imediato. Ao agir de tal forma, o agente público cria,
de maneira praticamente automática, obrigação ao Estado, que é o
dever de indenizar, nos termos do art. 37, § 6º, da CF. Na hipótese
em análise, o ato ímprobo caracteriza-se quando se constata que a
vítima foi torturada em instalação pública, ou melhor, em delegacia
de polícia. Por fim, violência policial arbitrária não é ato apenas
contra o particular-vítima, mas sim contra a própria Administração
Pública, ferindo suas bases de legitimidade e respeitabilidade. Tanto
é assim que essas condutas são tipificadas, entre outros estatutos, no
art. 322 do CP, que integra o Capítulo I (“Dos Crimes Praticados por
Funcionário Público contra a Administração Pública”), que por sua
vez está inserido no Título XI (“Dos Crimes contra a Administração
Pública”), e também nos arts. 3º e 4º da Lei n. 4.898/1965, que trata
do abuso de autoridade. Em síntese, atentado à vida e à liberdade
individual de particulares, praticado por agentes públicos armados -
incluindo tortura, prisão ilegal e “justiciamento” -, afora repercussões
nas esferas penal, civil e disciplinar, pode configurar improbidade
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administrativa, porque, além de atingir a pessoa-vítima, alcança,
simultaneamente, interesses caros à Administração em geral, às
instituições de segurança pública em especial, e ao próprio Estado
Democrático de Direito. Precedente citado: REsp 1.081.743-MG,
Segunda Turma, julgado em 24/3/2015. STJ. 1ª Seção. REsp 1177910-
SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 26/8/2015.
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para aplicação da pena de demissão não induz à conclusão de que
estes não podem perder o cargo em razão de sentença proferida na
ação civil pública por ato de improbidade administrativa. (…) Nesse
sentido, a ação civil específica acima mencionada em nada interfere
nas disposições da Lei 8.429/1992, até mesmo porque o § 2º do art.
2º do Decreto-Lei 4.657/1942 (LINDB) dispõe que: “A lei nova, que
estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,
não revoga nem modifica a lei anterior”.
Vejamos o julgado:
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normas dizem respeito a fatos apurados no âmbito administrativo,
daí porque se prevê a necessidade de autorização do Conselho
Superior do Ministério Público para o ajuizamento da ação judicial
(art. 57, XX, da LC 75/1993 e § 2º do art. 38 da Lei 8.625/1993). Nesse
sentido, a ação civil específica acima mencionada em nada interfere
nas disposições da Lei 8.429/1992, até mesmo porque o § 2º do art.
2º do Decreto-Lei 4.657/1942 (LINDB) dispõe que: “A lei nova, que
estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,
não revoga nem modifica a lei anterior”. Com efeito, a previsão
legal de que o Procurador-Geral de Justiça ou o Procurador-Geral da
República ajuizará ação civil específica para a aplicação da pena de
demissão ou perda do cargo, nos casos elencados na lei, dentre os
quais se destacam a prática de crimes e os atos de improbidade, não
obsta que o legislador ordinário, cumprindo o mandamento do § 4º
do art. 37 da CF, estabeleça a pena de perda do cargo do membro
do MP quando comprovada a prática de ato ímprobo, em ação
civil pública própria para sua constatação. Na legislação aplicável
aos membros do MP, asseguram-se à instituição as providências
cabíveis para sancionar o agente comprovadamente ímprobo e,
nos exatos termos das garantias que prevê, exige o ajuizamento de
ação judicial específica para tanto. Na nominada Lei de Improbidade
Administrativa (Lei 8.429/1992), o legislador amplia a legitimação
ativa, ao prever que a ação será proposta “pelo Ministério Público
ou pela pessoa jurídica interessada” (art. 17). Não há, portanto,
competência exclusiva do Procurador-Geral. Dessa forma, não há
somente uma única via processual adequada à aplicação da pena
de perda do cargo a membro do MP. Assim, a demissão ou perda do
cargo por ato de improbidade administrativa (art. 240, V, “b”, da LC
75/1993) não só pode ser determinada por sentença condenatória
transitada em julgado em ação específica, cujo ajuizamento deve ser
provocado por procedimento administrativo e é da competência do
Procurador-Geral, conforme se extrai da Lei 8.429/1992, c/c com o
parágrafo único do art. 208 da LC 75/1993, como também pode ocorrer
em decorrência do trânsito em julgado da sentença condenatória
proferida em ação civil pública prevista na Lei 8.429/1992. Essa
conclusão é decorrência lógica do comando inserto no caput
do art. 12 da Lei 8.429/1992: “Independentemente das sanções
penais, civis e administrativas previstas na legislação específica,
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente,
de acordo com a gravidade do fato”. STJ. 1ª Turma. REsp 1191613-
MG, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 19/3/2015.
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Alternativa C: A alternativa está correta, nos exatos termos da jurisprudência do
STJ.
Vejamos o julgado:
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II). 4. A partir do art. 236 da CF e de sua regulamentação pela Lei nº
8.935⁄1994, a jurisprudência pátria tem consignado a legalidade da
ampla fiscalização e controle das atividades cartoriais pelo Poder
Judiciário (RMS 23.945⁄PB, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda
Turma, julgado em 20⁄8⁄2009, DJe 27⁄8⁄2009), bem como a natureza
pública dessas atividades, apesar de exercidas em caráter privado,
por delegação do Poder Público (ADI 1.378-MC, Rel. Ministro Celso
de Mello, Tribunal Pleno, julgada em 30⁄11⁄1995; ADI 3.151, Rel.
Ministro Ayres Britto, Tribunal Pleno, julgada em 8⁄6⁄2005). 5. Ainda
na esteira da jurisprudência pátria, os emolumentos percebidos
pelos serviços notariais e registrais se qualificam como tributos,
na modalidade de taxas remuneratórias de serviços públicos (ADI
2.129-MC, Rel. Ministro Eros Grau, Tribunal Pleno, julgada em
10⁄5⁄2000; ADI 1378-MC, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno,
julgada em 30⁄11⁄1995; REsp 1.181.417⁄SC, Rel. Ministro Humberto
Martins, Segunda Turma, julgado em 19⁄8⁄2010, DJe 3⁄9⁄2010). 6.
Os aspectos acima elencados revelam-se suficientes a justificar
a inclusão dos notários e registradores, como “agentes públicos”
que são, no campo de incidência da Lei nº 8.429⁄1992. 7. Consoante
desponta do arcabouço fático delineado no acórdão, sobre o qual
não há controvérsia, restou claramente demonstrado que a “a ré,
na qualidade de Tabeliã do 7º ofício de Notas da Comarca de Belo
Horizonte, indevidamente, deixou de recolher os valores referentes
à Taxa de Fiscalização Judiciária, devidos à Fazenda Pública
Estadual, descumprindo o preceito contido no artigo 8º, § 3º, da Lei
Estadual 12.727⁄97, com redação dada pela Lei nº 13.438⁄99”. Esse
proceder, que resultou na apropriação indevida de R$ 926.429,71,
configurou, a um só tempo, “violação dos deveres de moralidade
e legalidade, bem como [...] lesão ao erário e [...] enriquecimento
ilícito”. Entendimento que não merece reparos. 8. Demais disso, o
recurso especial não impugnou fundamento que ampara o acórdão
recorrido, qual seja, o de que a conduta da insurgente implicou
violação aos deveres de moralidade e legalidade, o que deu ensejo
à sua condenação com base no art. 11 da LIA. Súmula 283⁄STF. 9. O
Superior Tribunal de Justiça firmou a compreensão de que as esferas
cível, administrativa e penal são independentes, com exceção dos
casos de absolvição, no processo criminal, por afirmada inexistência
do fato ou inocorrência de autoria. 10. As razões do recurso especial
não lograram demonstrar que, na espécie, as sanções aplicadas,
no patamar mínimo estabelecido no art. 12, I, da Lei nº 8.429⁄1992,
devessem ser decotadas porque desproporcionais ou irrazoáveis. 11.
Recurso especial desprovido, mantidas as reprimendas já fixadas na
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sentença e confirmadas em apelação. STJ. 1ª Turma. REsp 1186787/
MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 24/04/2014.
Vejamos o julgado:
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II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do
Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da
Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que
estabelecerá as normas de processo e julgamento.
Ressalte-se, ainda, a parte do julgado que consigna que “o foro especial por
prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em relação às infrações penais
comuns não é extensível às ações de improbidade administrativa, de natureza civil”.
Vejamos o julgado:
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e da república. Não comporta, portanto, ampliação a hipóteses
não expressamente previstas no texto constitucional. E isso
especialmente porque, na hipótese, não há lacuna constitucional,
mas legítima opção do poder constituinte originário em não instituir
foro privilegiado para o processo e julgamento de agentes políticos
pela prática de atos de improbidade na esfera civil. Por fim, a fixação
de competência para julgar a ação de improbidade no 1o grau de
jurisdição, além de constituir fórmula mais republicana, é atenta às
capacidades institucionais dos diferentes graus de jurisdição para
a realização da instrução processual, de modo a promover maior
eficiência no combate à corrupção e na proteção à moralidade
administrativa. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. STF.
Plenário. Pet 3240 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min.
Roberto Barroso, julgado em 10/5/2018.
- GABARITO DA QUESTÃO: B.
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